Relaçoes Humanas

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Prefácio reflexão e autocrítica. Os autores explicam também como a acupuntura pode ajudar na redução da sintomatologia do stress. Os assuntos explorados neste livro não apenas elucidam o tema em termos teóricos, mas também contribuem de modo prático para a compreensão de uma diversidade de relacionamentos. Neste sentido, a obra poderá ajudar as pessoas a viver melhor e a não desperdiçar, relações com potencial para serem extremamente prazerosas por muito tempo. De modo brilhante, o livro aborda os temas com aprofundamento, trazendo subsídios práticos tanto para terapeutas quanto para leigos e, assim, consistindo em uma importante contribuição científica, acadêmica e social. Sua leitura proporcionará importante conhecimento para profissionais de saúde mental — psicólogos e psiquiatras —, e também para o leigo, que muito se beneficiará das dicas para a compreensão e para o desenvolvimento de relacionamentos mais prazerosos. Boa leitura e bons relacionamentos! Compreendendo o Stress Emocional Marílda Emmanuel Novaes Lipp INTRODUÇÃO Hans Selye, conhecido como o pai da estressologia, enfatizava que só quem está morto não tem stress. Dizia ele que o stress é parte inerente do viver e que necessário se torna aprender a lidar de forma eficaz com os desafios bons e maus do decorrer da vida (Selye, 1956, 1974). Embora seja impossível eliminar os estressores do dia a dia, está dentro da capacidade humana aprender e praticar estratégias de manejo das tensões que possibilitem uma vida mais tranquila e de melhor qualidade. É esta a parte mais otimista do estudo do stress: a ideia de que todos, independentemente de idade, sexo ou condição econômica, podem, a qualquer momento, aprender a lidar melhor com as tensões da vida. A sociedade atual é caracterizada pela sua volatilidade. Tudo muda, rápida e profundamente, nos dias atuais, e, como consequência, o mundo está cada vez mais estressante. Assaltos, mudanças de valores, tecnologia avançada, crescente desestruturação familiar, alterações nos hábitos sexuais, casamentos de duas casas, oportunidades de boas carreiras, excesso de competição e muitos outros fatores externos e internos contribuem para que se viva com altos níveis de stress. Em momentos de crise ou de mudanças, sobrevivem melhor os mais bem preparados para lidar com o que é novo. As estratégias de enfrentamento podem ser aprendidas naturalmente ou por meio de um processo terapêutico. Compreendendo o Stres Emocional Ainda hoje, o organismo do ser humano reage ao stress de um tríodo fisiológico igual a de seus antepassados, do ponto de vista fisiológico. O stress é uma reação que objetiva preservar a vida. Assim, o homem da antiguidade ficava com o coração acelerado na hora de enfrentar as feras porque precisava fazer circular mais sangue nas pernas e nos braços, a fim de que estes ficassem mais fortes e ele pudesse lutar ou fugir. Encolhia os ombros, escondendo a jugular, com medo de que o animal pulasse em seu pescoço e o matasse. Atualmente, nossos estressores, de modo geral, não requerem mais esta reação de luta ou fuga identificada por Canon (1929). Nossa luta é verbal e mais sutil. Deste modo, na maioria

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  • Prefcio

    reflexo e autocrtica. Os autores explicam tambm como a acupuntura pode ajudar na reduo

    da sintomatologia do stress. Os assuntos explorados neste livro no apenas elucidam o tema em

    termos tericos, mas tambm contribuem de modo prtico para a compreenso de uma

    diversidade de relacionamentos. Neste sentido, a obra poder ajudar as pessoas a viver melhor

    e a no desperdiar, relaes com potencial para serem extremamente prazerosas por muito

    tempo. De modo brilhante, o livro aborda os temas com aprofundamento, trazendo subsdios

    prticos tanto para terapeutas quanto para leigos e, assim, consistindo em uma importante

    contribuio cientfica, acadmica e social. Sua leitura proporcionar importante conhecimento

    para profissionais de sade mental psiclogos e psiquiatras , e tambm para o leigo, que

    muito se beneficiar das dicas para a compreenso e para o desenvolvimento de

    relacionamentos mais prazerosos. Boa leitura e bons relacionamentos!

    Compreendendo o Stress Emocional

    Marlda Emmanuel Novaes Lipp

    INTRODUO

    Hans Selye, conhecido como o pai da estressologia, enfatizava que s quem est morto

    no tem stress. Dizia ele que o stress parte inerente do viver e que necessrio se torna

    aprender a lidar de forma eficaz com os desafios bons e maus do decorrer da vida (Selye, 1956,

    1974). Embora seja impossvel eliminar os estressores do dia a dia, est dentro da capacidade

    humana aprender e praticar estratgias de manejo das tenses que possibilitem uma vida mais

    tranquila e de melhor qualidade. esta a parte mais otimista do estudo do stress: a ideia de que

    todos, independentemente de idade, sexo ou condio econmica, podem, a qualquer

    momento, aprender a lidar melhor com as tenses da vida.

    A sociedade atual caracterizada pela sua volatilidade. Tudo muda, rpida e

    profundamente, nos dias atuais, e, como consequncia, o mundo est cada vez mais

    estressante. Assaltos, mudanas de valores, tecnologia avanada, crescente desestruturao

    familiar, alteraes nos hbitos sexuais, casamentos de duas casas, oportunidades de boas

    carreiras, excesso de competio e muitos outros fatores externos e internos contribuem para

    que se viva com altos nveis de stress. Em momentos de crise ou de mudanas, sobrevivem

    melhor os mais bem preparados para lidar com o que novo. As estratgias de enfrentamento

    podem ser aprendidas naturalmente ou por meio de um processo teraputico.

    Compreendendo o Stres Emocional

    Ainda hoje, o organismo do ser humano reage ao stress de um trodo fisiolgico igual a

    de seus antepassados, do ponto de vista fisiolgico. O stress uma reao que objetiva

    preservar a vida. Assim, o homem da antiguidade ficava com o corao acelerado na hora de

    enfrentar as feras porque precisava fazer circular mais sangue nas pernas e nos braos, a fim de

    que estes ficassem mais fortes e ele pudesse lutar ou fugir. Encolhia os ombros, escondendo a

    jugular, com medo de que o animal pulasse em seu pescoo e o matasse.

    Atualmente, nossos estressores, de modo geral, no requerem mais esta reao de luta

    ou fuga identificada por Canon (1929). Nossa luta verbal e mais sutil. Deste modo, na maioria

  • das vezes, a reao ao stress que ainda temos no mais til nem necessria. Ela nos prepara

    para uma ao que j no to exigida e at condenada, como nos casos em que um ataque

    de fria no trnsito ocorre em funo de uma reao ao stress. Este preparo fisiolgico para agir

    contra o estressor de modo fsico altamente negativo para o homem do sculo XXI, pois,

    devido sofisticao atual, torna-se necessrio enfrentar nossos oponentes com habilidades

    sociais. A nfase na competncia social, na assertividade, e no mais na fora fsica, portanto

    importante aprender a reduzir a excitabilidade orgnica originada do stress e desenvolver

    tcnicas ou estratgias mais atuais e socialmente aceitas para lidar com os embates da vida.

    Embora haja um componente geneticamente determinado na reao automtica ao

    stress, a cultura de cada momento da sociedade define, sem dvida, quais estratgias de

    enfrentamento devem ser utilizadas pelo indivduo em cada poca. de se prever que, neste

    exato momento, a evoluo do ser humano, que ocorre com uma lentido impressionante,

    esteja modificando a reao antiga que os nossos antepassados tinham ao stress. Algumas

    pessoas j esto lidando com ele de modo menos fsico. Outras j esto sabendo controlar as

    reaes ao stress e no ficam por longos perodos naquele estado de luta ou fuga. Que

    estratgias de enfrentamento surgiro ou sero mais adequadas para os anos vindouros

    depender dos tipos de estressores presentes na sociedade globalizada. A melhor estratgia de

    enfrentamento aquela apropriada ao estressor do momento, aquela que fornece uma soluo

    para o desafio enfrentado sem causar grandes danos para o organismo, sejam eles fsicos,

    emocionais ou sociais. Quando se tenta utilizar um enfrentamento inadequado demanda

    presente, o stress se manifesta.

    fcil entender quem vai sobreviver s mudanas to dramticas que esto ocorrendo.

    Sero justamente aqueles de ns que esto se adaptando e mudando seu modo de reagir aos

    agentes estressores. isto que torna fundamental o aprendizado de novas estratgias de

    enfrentamento que nos ajudem a lidar com o stress do mundo moderno (Lipp, 2005). O ideal

    seria que estas estratgias mais adequadas atualidade fossem aprendidas na infncia, com

    pais e professores. Muitas vezes, - porm, estes tambm. no foram treinados no manejo do

    stress e, logicamente, no conseguem ensinar s crianas aquilo que no aprenderam. Esta

    lacuna, tanto em adultos como em crianas, pode ser eliminada com o aprendizado por meio de

    livros, de artigos, ou de um processo teraputico centrado nesta problemtica. Se o stress for

    bem compreendido e controlado, pode, at certo ponto, ser positivo, pois preparar o

    organismo para lidar com situaes difceis da vida. Porm, se no for controlado e estiver

    constantemente na pessoa, poder contribuir para o desenvolvimento de presso alta, enfarte,

    artrite, asma e doenas de pele, na rea fsica, e de ansiedade, depresso e pnico, na rea

    psicolgica.

    Os primeiros passos para tal aprendizado consistem em compreender o que constitui o

    stress, conseguir identificar seus sintomas fsicos e mentais, entender suas fontes e, acima de

    tudo, utilizar os meios de preveno e de reduo do stress em seu organismo como um todo,

    tanto no mbito fsico como no emocional. necessrio procurar saber sempre mais sobre o

    stress porque a responsabilidade pela prpria vida clt natureza indelegvel, portanto, no se

    deve encarregar os outros do dever de procurar o prprio bem-estar.

    DEFININDO O STRESS

    Stress uma reao que envolve componentes fsicos, psicolgicos, mentais e

    hormonais. Ela ocorre diante de qualquer desafio, po-

  • sitivo ou negativo, real ou imaginrio, que exija uma grande adaptao e que produza desgaste

    no organismo. Tal desgaste causado pelas alteraes psicofisiolgicas que ocorrem quando a

    pessoa se v forada a enfrentar uma situao que, de um modo ou de outro, a irrite, a

    amedronte, a excite ou a confunda, ou mesmo que a faa imensamente feliz. Qualquer situao

    que desperte uma emoo forte, boa ou m, que exija mudana, pode ser uma fonte de stress.

    Stress tambm pode ser definido como um estado de tenso mental e fsica que produz

    um desequilbrio no funcionamento global do ser humano e enfraquece seu sistema

    imunolgico, deixando-o sujeito a infeces e doenas. O stress resulta de uma interao entre

    a pessoa e o mundo em que ela vive. O modo como ela percebe e interpreta o seu ambiente ,

    muitas vezes, o fator preponderante para determinar que reao ela ter. Independentemente

    do que causou o stress, as reaes das pessoas (mos suadas, dor de cabea, taquicardia,

    respirao ofegante, etc.) so muito semelhantes no incio do processo de stress. Mais tarde,

    quando o stress j est em fase mais adiantada, que diferenas ocorrem, dependendo dos

    pontos mais vulnerveis da pessoa. Devido ao perfeitamente integrada do stress sobre todo

    o organismo humano, seus sintomas podem ter uma caracterizao somtica ou psicolgica.

    MECANISMO DE AO DO STRESS

    Quando algo ocorre na vida de uma pessoa, causando mudanas, o corpo faz um esforo

    para se adaptar nova situao. As mudanas fisiolgicas associadas s reaes ao stress so

    processadas pelas vrias partes do sistema lmbico. Quando um estressor excita o hipotlamo,

    uma cadeia de reaes bioqumicas altera o funcionamento de quase todas as partes do corpo.

    O sistema nervoso autnomo mobiliza o corpo para lidar com o stress e a glndulas suprarrenais

    produzem adrenalina e corti-co- ides. Se a produo destas substncias for excessiva ou muito

    prolongada, problemas srios de desgaste orgnico podem ocorrer.

    O stress muito severo acarreta um aumento do crtex das glndulas suprarrenais. Estas,

    por sua vez, comeam a produzir corticosteroides em excesso, especialmente cortisona, um dos

    hormnios responsveis pela reao de stress. A fim de produzir os corticosteroides, as

    glndulas utilizam uma quantidade grande de lipdios (gordura) e, portanto, depauperam-se. Os

    lipdios so essenciais para a sntese dos hormnios corticosteroides. Assim, quanto maior for o

    nvel de stress, maior ficar o crtex das glndulas suprarrenais e maior ser a depauperao

    das mesmas.

    RESILINCIA E VULNERABILIDADE

    interessante notar que algumas pessoas so mais e outras so menos propensas a

    desenvolver stress, dependendo de sua resilincia aos desafios da vida. Reivich e Shatt (2002)

    definiram resilincia como a habilidade de perseverar e de adaptar-se quando as coisas no

    esto bem. O conceito de resilincia antagnico ao de vulnerabilidade. Porm, estes no so

    conceitos excludentes, e sim parte de um mesmo contnuo; em um extremo ficam os indivduos

    altamente sensveis, os hipervulnerveis aos eventos vitais, e no outro ficam as pessoas

    altamente resilientes (Anthony & Cohler, 1987).

    Vulnerabilidade envolve a noo de que as pessoas so diferentes e, assim, reagem de

    modo distinto a eventos aparentemente semelhantes. O que leva as pessoas a responder de

    forma to dspar uma constante rea de pesquisa (Freire, Lopes, Veras, Valena, et al., 2007).

    Uma hiptese que tal diversidade seja oriunda no apenas da constituio biolgica e do

    ambiente social, mas tambm do mecanismo de percepo do mundo ao seu redor (Beck, Rush,

    Shaw, & Emery, 1997). O conjunto de tendncias inatas, interagindo com as experincias de

  • vida, gera urna matriz de vulnerabilidades e de resistncias em propores extremamente

    individuais e especficas. A interao destes fatores na vida ck. diferentes pessoas, em contextos

    diversos, com as peculiaridades prprias de cada indivduo, resulta em mltiplas caractersticas

    e habilidades de enfrentamento s adversidades (Lipp, Malagris, Oliveira & Prieto, 2009).

    SINTOMAS DO STRESS

    Alguns sintomas do stress so identificados facilmente, como mos suadas, respirao

    rpida, taquicardia, acidez do estmago, tenso musculares e dor de cabea. Outros so to

    sutis que a pessoa s vezes nem a percebe. Entre os sintomas mais difceis de identificar est o

    desinteresse por quaisquer atividades no diretamente relacionadas causa do stress. O

    relacionamento entre a pessoa estressada e as outras torna-se complicado, e ela comea a

    sentir-se distante dos outros emocionalmente. Outro sintoma a sensao de estar doente, sem

    que realmente haja qualquer distrbio fsico aparente. Ansiedade, depresso e raiva podem

    estar diretamente relacionadas ao stress excessivo. Recentemente, descobriu-se que a

    percepo de risco tambm fica alterada durante perodos de stress, provavelmente porque a

    pessoa se concentra muito no estressor que lhe mais importante e no se fixa no que se passa

    ao seu redor (Lipp et al., 2013). O Anexo A (Lipp, Mala-gris & Novais, 2011) apresenta uma lista

    dos sintomas mais comuns na pessoa estressada que pode servir de ajuda para a identificao

    da presena de stress.

    O AGRAVAMENTO DO STRESS

    O processo de stress divide-se em quatro fases: alerta, resistncia, quase exausto e

    exausto. Cada etapa possui caractersticas prprias e sintomas tpicos:

    Alerta: nesta fase, a pessoa produz muita adrenalina e fica em estado de prontido para

    lidar com a situao que precisa enfrentar. Embora tenha taquicardia, tenso muscular e

    insnia, ela se sente forte e capaz. a fase positiva do stress. Se a fase de alerta for mantida por

    perodos muito prolongados ou se novos estressores se acumularem, o organismo entrar em

    ao para impedir o desgaste total de energia, partindo para a fase de resistncia. Nesta etapa,

    resiste-se aos estressores e tenta-se restabelecer o equilbrio interior que foi quebrado na fase

    de alerta. A produtividade cai dramaticamente. Caracteriza-se pela produo de cortisol. A

    vulnerabilidade da pessoa a vrus e bactrias se acentua.

    Resistncia: ocorre quando a pessoa tenta se adaptar situao, isto , tenta

    restabelecer um equilbrio interno. medida que este equilbrio atingido, alguns dos sintomas

    iniciais desaparecem. Esta adaptao, porm, utiliza a energia que o organismo necessita para

    outras funes vitais.

    Quase exausto: quando a tenso excede o limite do gerencivel, a resistncia fsica

    e emocional comea a ceder. Ainda h momentos em que a pessoa consegue pensar de modo

    claro e objetivo, tomar decises, rir de piadas e trabalhar, porm, tudo isto feito com esforo

    e estes perodos de funcionamento normal se intercalam com momentos de total desconforto.

    H muita ansiedade nesta fase. A pessoa experimenta uma gangorra emocional. O cortisol

    produzido em maior quantidade e comea a ter o efeito negativo de destruir as defesas

    imunolgicas. Doenas comeam a surgir.

    Exausto: a fase mais negativa do stress, a patolgica. o momento em que um

    desequilbrio interior muito grande ocorre. A pessoa entra em depresso, no consegue se

  • concentrar ou trabalhar. Suas decises muitas vezes so impensadas. Doenas graves podem

    surgir, como lceras, presso alta, psorase, vitiligo. A depresso muito comum nesta fase.

    Sintomas do stress de acordo com as fases e a gravidade

    Os Quadros 1.1 a 1.4 apresentam alguns sintomas que as pessoas tm relatado quando

    se encontram em cada fase do stress. O diagnstico deve ser feito por um psiclogo

    especializado, mas os quadros a seguir fornecem uma noo geral do agravamento do stress

    (I,ipp, Ma-lagris & Novais, 2011).

    Quadro 1.1 Dificuldades relatadas por pessoas que se encontram na fase de alerta do

    stress

    Sono: Dificuldade para dormir muito acentuada devido adrenalina. Sexo: Libido alta,

    muita energia. O sexo ajuda a relaxar. Trabalho: Grande produtividade e criatividade, pode varar

    a noite sem dificuldade. Corpo: Tenso, msculos retesados. No incio da fase ocorrem

    taquicardia (corao disparado), sudorese, falta de fome e de sono, mandbula tensa, respirao

    mais ofegante do que o normal. O organismo reage em uma perfeita unio entre mente e corpo,

    a tenso do corpo encontra correspondncia na mente. Humor: Eufrico. Pode ter grande

    irritabilidade devido tenso fsica e mental experimentada.

    Quadro 1.2 Dificuldades relatadas por pessoas que se encontram na fase de resistncia

    do stress

    Sono: Normalizado. Sexo: Libido comea a baixar, pouca energia. O sexo no causa

    interesse. Trabalho: Produtividade e criatividade voltam ao normal, mas s vezes no consegue

    ter novas ideias. Corpo: Cansado, mesmo tendo dormido bem. O esforo de resistir ao stress se

    manifesta em certa sensao de cansao. A memria comea a falhar. Mesmo no estando

    ainda com nenhuma doena, o organismo sente-se "doente". Humor: Cansado, s se preocupa

    com a fonte de seu stress. Repete o mesmo assunto, torna-se tedioso.

    Quadro 1.3 Dificuldades relatadas por pessoas que se encontram na. Fase de quase

    exausto do stress

    Sono: Insone, acorda muito cedo e no consegue voltar a dormir.

    Sexo: Libido quase desaparece. A energia para o sexo est sendo usada na luta contra o

    stress e a pessoa perde o interesse. Trabalho: Produtividade e criatividade caem drasticamente.

    Consegue somente dar conta da rotina, mas no cria nem tem ideias originais. Corpo: Cansado.

    Uma sensao de desgaste aparece. A memria muito afetada e a pessoa esquece fatos

    corriqueiros, at seu prprio telefone. Doenas comeam a surgir. As mulheres podem

    apresentar dificuldades na rea ginecolgica. Todo o organismo sente-se mal. Ansiedade passa

    a ser sentida quase todo dia. Humor: A vida comea a perder o brilho, no acha graa nas coisas,

    no quer socializar, no sente vontade de aceitar convites ou de convidar. Considera tudo muito

    sem graa e as pessoas parecem tediosas.

  • Quadro 1.4 Dificuldades relatadas por pessoas que se encontram na fase de exausto

    do stress

    Sono: Dorme pouco, acorda ceadssimo, no se sente revigorado pelo sono. Sexo: Libido

    desaparece quase completamente. Trabalho: No consegue mais trabalhar normalmente, no

    produz, no consegue se concentrar nem decidir. O trabalho perde o interesse. Corpo:

    Desgastado e cansado. Doenas graves podem ocorrer, como depresso, lceras, presso alta,

    diabetes, enfarte, psorase, etc. No h mais como resistir ao stress, a batalha foi perdida. A

    pessoa necessita de ajuda mdica e psicolgica para se recuperar. Em casos mais graves pode

    culminar na morte. Humor: No socializa, foge dos amigos, no vai a festas, perde o senso de

    humor, fica aptico. Muita pessoa tem vontade de morrer.

    O QUE PODE CAUSAR STRESS

    Eventos que geram tenso mental ou psicolgica so chamados de estressores. Embora

    existam alguns estressores universais, que afetam a todos, independentemente de cultura ou

    de gentica, como morte, frio, calor excessivo, fome, sede e dor, h outros que impactam

    pessoas de modo diferente, conforme foi discutido anteriormente. Muitas vezes um mesmo

    evento causa reaes distintas dependendo da pessoa, devido vulnerabilidade e

    interpretao que cada um d ao ocorrido.

    Estressores externos

    Alguns estressores so facilmente reconhecidos. Podem ser constitudos de relaes mal

    resolvidas, perdas (sentimentais, de emprego, de dinheiro, de prestgio, etc.), dificuldades

    financeiras, excesso de trabalho, expectativas da sociedade, preconceitos, tratamento desigual,

    responsabilidades em demasia ou aposentadoria. Podem ser provenientes tambm de eventos

    positivos que exijam uma grande adaptao, como nascimento de filho, casamento, promoo

    e, at, ser sorteado na loteria. A gravidade do stress eliciado depender da interao de diversos

    atributos, tais como a intensidade do estressor, as estratgias de enfrentamento....

    Disponveis, o nvel de vulnerabilidade pessoal, a resilincia e o momento. interessante notar

    que o momento no qual o estressor ocorre tem grande influncia em como a pessoa reagir.

    Uma pessoa pode lidar muito bem com uma perda em certa ocasio e no em outra, em funo

    das conjunturas que esteja vivenciando. Deste modo, sugere-se que a resistncia ao stress no

    ser sempre igual. Mesmo as pessoas mais fortes podem vir a ter episdios de stress por

    estarem fragilizadas pelas circunstncias que enfrentam na vida em determinado momento. Os

    estressores externos criam tenso emocionais devido necessidade de se ter que lidar com eles,

    mas existem outros estressores que merecem ateno, que so de origem interna.

    Estressores internos

    Muitas vezes, no h causa aparente para a tenso mental ou fsica que um ser humano

    sente. Porm, h fatores individuais que podem gerar tanta, ou mais, tenso do que os

    estressores externos. Tais fatores so chamados de fontes internas. Alguns exemplos so:

    negativismo ou pessimismo, ideias preconcebidas, perfeccionismo, pressa, conflito sobre

    papis, cimes, obsessividade e, acima de tudo, o modo estressante de se ver o mundo.

    H pessoas que parecem possuir um radar que identifica aspectos negativos de tudo ,o

    que ocorre. Estas pessoas criam stress com o pensamento. Nem sempre os perigos ou ameaas

  • so reais. s vezes elas imaginam ou interpretam uma situao como sendo perigosa ou

    ameaadora quando, na verdade, ela no . Quando o perigo real e imediato, o organismo

    volta ao seu estado normal de relaxamento e os sintomas regridem assim que o perigo deixa de

    existir. Porm, nas situaes em que o pensamento o estressor, a fonte de stress se torna mais

    grave, pois ela est constantemente ativa, dentro da pessoa. Nestes casos, o organismo fica em

    estado de stress permanentemente, diminuindo a resistncia a doenas e prejudicando a

    qualidade de vida. O stress que vem de dentro pode ser pior do que o gerado pelos estressores.

    externos, pois acompanha a pessoa a cada minuto do dia e em tudo o que ela faz.

    Atualmente, um dos estressores mais frequentes a chamada doena da pressa, uma

    sensao crnica de estar sempre apressado, de no poder perder tempo em nada que no seja

    relacionado ao trabalho. O Anexo B contm algumas perguntas que permitem a identificao da

    presena da doena da pressa.

    COMO RECONHECER O STRESS E DIFERENCI-LO DE OUTRAS DOENAS

    Como primeiro passo para evitar as consequncias negativas do stress, importante

    aprender a reconhecer seus sintomas. O-Anexo A oferece uma lista de possveis sintomas. Um

    nico no deve ser considerado como indicativo, mas vrios deles podem ser uma indicao da

    presena do stress. O diagnstico preciso s deve ser feito por um especialista.

    Em geral, a pessoa que procura um mdico especialista deixa de mencionar os sintomas

    que julga pertencerem a outra especialidade. Por exemplo, quantas pessoas se lembrariam de

    dizer ao cardiologista que esto com urticria ou diarreia? O especialista de determinada rea,

    por sua vez, frequentemente no faz uma avaliao de sintomas de reas mdicas

    aparentemente independentes da sua. Neste contexto, quantos sabem, por exemplo, que o

    excesso de cries, as aftas frequentes e os problemas de gengiva podem estar relacionados ao

    stress? Na verdade, muito comum que o stress no seja diagnosticado e que o mal se agrave

    com o passar o tempo e a falta de tratamento adequado.

    A combinao de tratamento mdico e psicolgico torna-se essencial nos casos de

    comprometimento grave. Como vrios dos sintomas do stress podem ser tambm sintomas de

    outros problemas, principalmente de doenas cardacas, aconselhvel que um check-up

    mdico seja feito a fim de detectar se h problemas fsicos envolvidos. claro que, em muitas

    situaes, o comprometimento fsico j consequncia de um stress excessivo e prolongado.

    Ainda assim, em casos de taquicardia, suor abundante, dor no peito e hipertenso arterial, que

    podem ser sinais tanto de stress como de um princpio de infarto, fundamental que se procure

    primeiramente um pronto-socorro, e, depois, se avalie se stress ou no....

    COMO PREVENIR O STRESS

    A percepo do mundo, de seus aspectos negativos e positivos, produto da

    aprendizagem. Se esta percepo gera stress, possvel desaprender os maus hbitos e

    aprender novos valores, novos modos de pensar e de encarar a vida que sejam mais positivos e

    que, portanto, no permitam que o stress torne-se excessivo. Sendo assim, uma maneira de

    evitar o stress pela chamada "reavaliao de estressores", ou "reestruturao cognitiva", como

    conhecida na terapia cognitivo-comporta-mental. Ela consiste em ver o outro lado de cada

    situao, procurando interpretar o mundo de modo mais realista, menos estressgeno.

    Quanto ao stress oriundo de fontes externas, o melhor modo de a pessoa se proteger

    planejando sua vida de forma que as mudanas, festividades, frias, etc., sejam bastante

  • espaadas entre si. Tambm importante controlar a afobao e reservar um tempo para o

    lazer e a descontrao, lembrando-se de que a vida , essencialmente, uma tarefa inacabada e

    que o tempo fixo, no adiantando tentar estic-lo como um elstico ele no estica e nem

    pode ser emprestado. Deve-se organizar a vida em termos de prioridades e lembrar que o

    "vencedor da corrida de camundongos continua a ser simplesmente um camundongo". Por mais

    que uma pessoa se afobe, ela no ser mais do que um ser humano como qualquer outro. Desta

    forma, o mais importante para evitar o stress excessivo conhecer os prprios limites e respeit-

    los. Alm disso, ter uma vida saudvel e cultivar bons hbitos de vida protege o organismo, assim

    como produz uma sensao de bem-estar.

    COMO LIDAR COM O STRESS

    Normalmente, uma pessoa capaz de sobreviver a aborrecimentos emocionais -e at

    de ganhar confiana e autoestima quando consegue conduzir estas experincias comuns de

    vida de maneira eficiente. Mas importante, para a sade mental e fsica de um indivduo, saber

    lidar construtivamente com a ansiedade e a tenso quando elas ocorrem, especialmente se os

    episdios forem frequentes e severos. A seguir, so listadas algumas medidas prticas que

    podem ajudar.

    1. Conversar sobre os problemas com algum de confiana. Isto geralmente ajuda a

    aliviar a tenso e a esclarecer o que poderia estar causando o stress.

    2. Em situaes problemticas, parar um pouco de pensar no problema para readquirir

    o controle. Dar um passeio, contar at dez, assistir a um filme e fazer uma viagem curta podem

    ser eficazes, mas deve-se estar preparado para voltar e lidar com a questo.

    3. Se perceber que usa a raiva como uma maneira frequente de responder s situaes

    desagradveis, tentar conter o impulso, descarregando-a por meio de alguma atividade fsica,

    como coopera, jardinagem, limpeza, tnis ou caminhada. Extravasar a energia retida d tempo

    para se preparar melhor para resolver o problema.

    4. Caso esteja frequentemente entrando em discusses e sentindo--se obstinado,

    procurar admitir a possibilidade de estar errado. Se isto no for de todo possvel, tentar ouvir,

    com calma, o que as outras pessoas tm a dizer. Normalmente, quando se tenta chegar a um

    acordo, os outros tambm fazem um esforo neste sentido. O resultado ser um alvio de

    tenso, uma soluo prtica que melhorar a forma como voc sente-se em relao a si mesmo

    por ter lidado com a situao com maturidade.

    5. Fazer algo pelos outros. Se estiver percebendo que a ateno est principalmente

    focada em seus problemas, tentar desviai-la para outra pessoa ou coisa, fazendo caridade,

    ouvindo os problemas de um colega de trabalho (talvez ele retribua um dia) ou ajudando

    algum.

    6. Fazer uma coisa de cada vez. Quando se experimenta muita tenso, at as tarefas

    simples parecem insuportveis. medida que se supera cada tarefa, nota-se que as coisas no

    esto to terrveis assim.

    7. Evitar a imagem do super-heri. Vrias pessoas esperam muito de si mesmas e se

    preocupam constantemente por pensar que no esto alcanando tanto quanto deveriam.

    Apesar de a perfeio parecer o ideal, quem tenta obt-la est se convidando a falhar, uma vez

    que impossvel conviver com esta expectativa irracional.

  • 8. Controlar o criticismo. Em virtude das prprias necessidades e imperfeies,

    geralmente espera-se muito dos outros, o que leva a frustraes. Lembrar-se de que cada

    pessoa tem seus direitos de se desenvolver individualmente costuma ajudar. Procurando os

    pontos positivos dos outros e ajudando-os a desenvolver essas qualidades, pode-se ganhar

    tambm uma melhor apreciao de si mesmo.

    9. Marcar uma rotina de recreao. Vrias pessoas levam a vida muito a srio, na qual

    no permitem que haja tempo para exerccios regulares ou para passatempos absorventes e

    agradveis.

    10. Caso sinta-se deixado de lado das atividades de amigos, fazer um esforo assertivo

    e tentar participar. Muitas vezes as pessoas imaginam-se rejeitadas e negligenciadas porque

    tm, elas prprias, se autor rejeitado devido autocrtica.

    11. Melhorar seu dilogo interior. Na maioria das vezes, a ansiedade eliminada

    quando substitumos o medo do fracasso pela esperana do sucesso.

    CONSIDERAES FINAIS

    impossvel eliminar o stress de nossas vidas: ele existe em todas as pessoas. Podemos,

    porm, evitar que o stress se torne excessivo por meio de algumas medidas, as quais incluem

    uma mudana na nossa atitude perante os eventos corriqueiros e inesperados da vida, um

    regime alimentar antistress e exerccios fsicos e de relaxamento.

    A compreenso de o que o stress, de seus sintomas e de suas fases pode levar o ser

    humano a utilizar a seu favor a fora gerada pelo stress que seja inevitvel. A falta de

    conhecimento sobre o assunto e de tratamento adequado pode, por outro lado, conduzir a

    resultados desastrosos, como vrias doenas orgnicas. Ignorar o perigo de um stress excessivo

    e prolongado pode ser muito prejudicial. O ideal no fugir at porque isto seria impossvel

    , e sim aprender a enfrent-lo de modo adequado.

    ANEXO A* Voc tem sintomas de stress?

    (Este questionrio no objetiva diagnosticar. Deve-se procurar um especialista caso se

    deseje um diagnstico na rea.) Assinale se voc tem tido os sinais de stress abaixo e indique a

    frequncia. Quantas vezes na ltima semana voc sentiu: 1. Que a tenso muscular na nuca o

    incomodava e que o pescoo estava rgido? Sim: Quantas vezes:

    2. Tanta irritao que teve o impulso de ser indelicado ou rude com as outras pessoas

    por pouca provocao? Sim: Quantas vezes:

    3. Lapsos de memria em relao a pequenas coisas? Sim: Quantas vezes:

    4. Sensao de incompetncia ou de que no conseguiria lidar com as exigncias do

    presente? Sim: Quantas vezes:

    5. Cansao de manh como se o corpo estivesse pedindo "cama"? Sim: Quantas vezes:

    6. Que estava repetindo coisas que j dissera ou pensando repetidamente no mesmo

    assunto, sem desligar? Sim: Quantas vezes:

  • 7. Sensao de ansiedade, um receio vago, uma inquietude interior? Sim: Quantas vezes:

    8. Que estava trabalhando em um nvel de competncia abaixo do seu normal? Sim:

    Quantas vezes:

    9. Que mesmo se alimentando de modo adequado, o estmago ardia com acidez? Sim:

    Quantas vezes:

    11. Que nada mais valia a pena? Sim: Quantas vezes:

    12. Distrbio do sono, ou dormindo demais ou de menos? Sim: Quantas vezes:

    Some o nmero de itens nos quais a frequncia 4 ou mais. Se no assinalou nenhum

    Parabns, seu corpo est em pleno funcionamento.

    Se marcou frequncia de 4 ou mais em no mximo 3 itens A vida pode estar um pouco

    estressante para voc. Avalie o que est ocorrendo. Veja o que est exigindo demais de sua

    resistncia. Pode ser o mundo l fora, pode ser voc mesmo. Fortalea o seu organismo. Utilize

    tcnicas de relaxamento como preveno dos possveis efeitos negativos do stress, a fim de

    reduzir a tenso mental e fsica que est sentindo.

    Se marcou frequncia de 4 ou mais em 4 a 8 itens Seu nvel de stress se assemelha ao

    das pessoas diagnosticadas com stress alto. Talvez voc esteja exigindo demais do seu

    organismo e chegando ao seu limite. Considere uma mudana de estilo de vida e de hbitos.

    Analise o quanto seu prprio modo de ser pode estar contribuindo para a tenso que est

    sentindo e utilize tcnicas de relaxamento para reduzi-a. Aumente o consumo de frutas e de

    verduras e procure fazer exerccio fsico trs vezes por semana durante 30 minutos.

    Se marcou frequncia de 4 ou mais em mais de 8 itens Seu nvel de stress se assemelha

    ao das pessoas diagnosticadas com stress altssimo. Cuidado! Seria bom procurar a ajuda de um

    psiclogo especializado. Sem dvida, voc tem fontes de stress representadas pelo mundo ao

    seu redor (pode ser famlia, ocupao, sociedade, etc.) e fontes internas (seu modo de pensar,

    de sentir, de ser) com as quais precisa aprender a lidar. Aumente o consumo de frutas e verduras

    e procure fazer exerccio fsico trs vezes por semana durante 30 minutos. Alm de procurar um

    psiclogo, que o ajudar a lidar com os eventos estressores de sua vida, necessrio dar ateno

    s manifestaes fsicas que esteja sentindo e buscar um mdico especialista na rea

    prejudicada. Se voc acredita estar estressado, alm de tomar os cuidados mencionados acima,

    tente no se preocupar com as pequenas coisas. Tudo so pequenas coisas... s vezes, no o

    acontecimento em si que causa stress, mas o modo como ns o interpretamos. As ideias

    negativas promovem emoes, desagradveis e acabam favorecendo um desequilbrio interior.

    A experincia clnica mostra que as pessoas podem escolher as emoes que vo sentir por meio

    do controle do pensamento. O otimista pensa que seus sonhos se realizaro, o pessimista pensa

    que os pesadelos que iro se concretizar. Pensar de modo otimista e positivo faz tudo parecer

    mais leve.

    ANEXO B* Voc tem sinais da doena da pressa? (Este questionrio no se presta a

    diagnosticar. Deve-se procurar um especialista caso se deseje um diagnstico na rea.)

    Responda sinceramente s perguntas a seguir e verifique se voc faz parte do grupo das pessoas

    "apressadas".

  • 1. Durante uma conversa coletiva, voc costuma confirmar, por meio de expresses

    como "sim", "evidentemente", " claro", enquanto outras pessoas esto falando? ( ) Sim ( ) No

    2. Quando no est fazendo nada, voc tem uma vaga sensao de desconforto ou

    remorso? ( ) Sim ( ) No

    3. Voc tem o costume de fazer duas ou mais coisas ao mesmo tempo? ( ) Sim ( )

    4. Na maioria das vezes, voc muito rpido no pensamento e nas aes? ( ) Sim ( ) No

    5. Quando se depara com pessoas que incluem muitos detalhes ao contar uma histria,

    voc fica irritado? ( ) Sim ( ) No

    6. Voc normalmente pensa em vrios assuntos ao mesmo tempo? ( 1 Sim ( ) No

    4 ou mais respostas afirmativas Voc tem sinais da doena, ou sndrome, da pressa.

    Procure fazer pausas na sua rotina pesada e lance mo de alternativas para relaxar. Lembre-se

    de que melhor chegar atrasado nesta vida do que cedo demais na outra.

    3 respostas afirmativas Voc no portador da sndrome da pressa, mas apresenta certa

    tendncia a adquiri-la.

    2 respostas afirmativas Voc est no grupo ideal, o das pessoas que vivem as coisas de

    acordo com o tempo natural, sem apress-las.

    INTRODUO

    Estamos na era das doenas relativas ao estilo de vida. Atualmente, as doenas crnicas

    no transmissveis (DCNT; doenas cardiovasculares, como enfarte e acidente vascular cerebral,

    diabetes, cncer e doenas pulmonares crnicas) constituem a principal causa de mortes que,

    em sua maior parte, seriam evitveis por meio de estilos de vida mais saudveis. No entanto,

    estudos epidemiolgicos no mundo todo mostram que as pessoas esto, cada vez mais,

    assumindo hbitos e estilos de vida no saudveis.

    No Brasil, o Ministrio da Sade realiza anualmente uma grande pesquisa, denominada

    Vigilncia de Fatores de Risco e Proteo para Doenas Crnicas por Inqurito Telefnico

    (Vigitel), que abrange todas as capitais dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal e visa a

    avaliar a prevalncia de importantes fatores de risco para doenas crnicas no transmissveis.

    A concluso da pesquisa tem sido que grande parte dos brasileiros no pratica atividade fsica,

    come muita gordura e poucas frutos e vegetais, fuma muito e faz uso abusivo do lcool. O que

    mais preocupa a constatao, ao longo dos anos, de que apesar de todas as campanhas

    realizadas para-a melhoria desses fatores do estilo de vida,. no so vistas mudanas

    significativas nos hbitos dos brasileiros.

    Do ponto de vista global, a Organizao Mundial da Sade (OMS) tem considerado o

    stress excessivo um problema de sade pblica. Nos