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Reintrodução como Ferramenta para Conservação Emiliano Monteiro Carneiro José Manoel Pires Iglesias Pedro Ribeiro Piffer Vanessa Romero

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Reintrodução como Ferramenta para Conservação

Emiliano Monteiro CarneiroJosé Manoel Pires IglesiasPedro Ribeiro PifferVanessa Romero

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Definição de termos (IUCN)

Reintrodução – tentativa de restabelecer uma espécie numa área na qual ela já foi comum, mas encontra-se extinta atualmenteRestabelecimento – quando há sucesso na reintroduçãoTranslocação – mudança de animais de um determinado local da sua área de ocorrência para outro local dessa áreaRevigoramento (Suplementação/Reforço) – adição de animais de uma determinada espécie a uma população já existente dessa mesma espécieIntrodução de Conservação ou Introdução Benigna – tentativa de manter uma espécie fora de seu habitat natural para sua conservação, mas numa área parecida com a da área natural de ocorrência dessa espécie

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Propósito: Estabelecer uma população selvagem de uma

determinada espécie, subespécie ou raça que tenha se tornado extinta local ou globalmente

A reintrodução deve ser feita numa área que faz parte da sua área natural de ocorrência e requer um mínimo manejamento de longo prazo

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Objetivos: Aumentar o tempo de sobrevivência das

espécies Restabelecer espécies-chaves no ecossistema Manter e/ou restaurar a biodiversidade Prover benefícios de longo prazo para as

economias locais e nacionais Promover a consciência da importância da

conservação

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Espécies “Bandeira” e “Guarda-Chuva”

Espécie Bandeira: espécie carismática que serve como símbolo para estimular a conservação de uma área.Ex: panda gigante, tartarugas marinhas, mico leão dourado.

Espécie “Guarda-Chuva”: espécie que requer uma grande área protegida para sua sobrevivência e que ao serem protegidas, consequentemente, outras espécies também são.

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Panorama Internacional de Programas de Reintrodução

Fonte: Seddon et al.

Porcentagem de espécies conhecidas

19%

77%

4%

Plantas Vertebrados Invertebrados

Porcentagem de projetos de reintrodução

30%

61%

9%

Plantas Vertebrados Invertebrados

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Panorama Internacional de Programas de Reintrodução

Plantas: 19% das espécies; 30% dos projetos Invertebrados: 77% das espécies; 9% dos projetos Vertebrados: 4% das espécies; 61% dos projetos

- mamíferos: 8% das espécies; 41% dos projetos- aves: 18% das espécies; 33% dos projetos- répteis: 14% das espécies; 17% dos projetos- anfíbios: 10% das espécies; 5% dos projetos- peixes: 50% das espécies; 4% dos projetos

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Panorama Mundial de Projetos de Reintrodução de Aves

Número de espécies descritas

% de espécies descritas

Número de projetos de

reintrodução

Anseriformes 167 1,7 14

Apodiformes 433 4,4 0

Apterygiformes 4 0,04 4

Caprimugiformes 121 1,2 0

Casuariformes 6 0,06 0

Charadriiformes 342 3,5 4

Ciconiiformes 130 1,3 8

Coliiformes 6 0,06 0

Columbiformes 335 3,4 5

Coraciiformes 221 2,2 0

Cuculiformes 164 1,7 0

Falconiformes 304 3,1 22

Galiiformes 285 2,9 15

Gaviiformes 5 0,05 0

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Gruiformes 223 2,3 14

Passeriformes 5813 58,96 30

Pelecaniformes 64 0,6 1

Piciformes 406 4,1 1

Podicipediformes 22 0,2 0

Procellariformes 133 1,3 4

Psittaciformes 372 3,8 10

Rheiformes 2 0,02 0

Sphenisciformes 17 0,2 0

Strigiformes 195 2 5

Struthioniformes 1 0,01 1

Tinamiformes 49 0,5 0

Trogoniformes 39 0,4 0

Total 9859 100 138

Fonte: Seddon et al.

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Ordens com um maior número de projetos de Reintrodução

Anseriformes: 14 projetos – 167 espécies

Falconiformes: 22 projetos – 304 espécies

Galliformes: 15 projetos – 285 espécies

Gruiformes: 14 projetos – 223 espécies

Passeriformes: 30 projetos – 5813 espécies

Psittaciformes: 10 projetos – 372 espécies

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Diretrizes para Reintrodução de Animais da IUCN/SSC

Diretrizes feitas devido ao crescimento da prática de reintrodução de animais

Necessidade para garantir o sucesso da prática

Não representa um código obrigatório de ação

Muitas das ações de reintrodução de espécies de animais e plantas falham, poucas dão resultado positivo

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Atividades Pré-Projeto - Biológicas

Estudo da possibilidade de reintrodução de espécies numa determinada área e do histórico dessa áreaReintrodução PréviaEscolha do ponto e tipo de SolturaAvaliação da área de reintroduçãoViabilidade para soltura do estoque (indivíduos) apropriadoSoltura de indivíduos de cativeiro

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Atividades Pré-Projeto – Requerimentos legais e sócio-econômicos

Requer financiamentos e suporte políticos de longo prazo

Estudo do impacto para a população humana local

Conscientização da população humana local para a importância da preservação

Analisar impactos das atividades humanas locais para a espécie a ser reintroduzida

Seguir as leis dos países/estados/municípios onde a reintrodução ocorrerá

Buscar assistência e permissão para o governo local

Atenção especial para espécies “perigosas” e migratórias

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Planejamento, Preparação e Soltura

Autorização do governo local e dos proprietários da terra onde será feito o projeto

Coordenação com organizações conservacionistas nacionais e internacionais

Formação de uma equipe multidisciplinar para por em prática o projeto nas suas diferentes fases

Assegurar fundo adequado para todas a fases do projeto

Desenvolver projetos de monitoramento pré e pós-soltura

Analisar saúde dos indivíduos a serem soltos e de animais de espécies próximas presentes no local

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Planejamento do transporte necessário dos indivíduos para o país e local onde se dará o projetoDeterminação da estratégia de solturaEstabelecimento de normas ou intervençõesDesenvolvimento de projetos de educação ambiental, treinamento profissional e envolvimento da população local no programaManter o bem-estar dos animais a serem soltos com tratamento e cuidados necessários

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Atividades Pós-Soltura

Monitoramento de todos os indivíduos (ou uma amostra deles) após a solturaPromover estudos demográficos, ecológicos e comportamentais da espécie reintroduzidaInvestigação das mortalidades e coleta dos indivíduos mortos para estudoIntervenções, se necessáriasDecisões para revisão, reprogramação ou descontinuação do projeto, se necessáriasProteção do habitat ou recuperação de áreas, se necessáriasManutenção de projetos de educação ambiental ligados a população local e a mídiaAvaliação do sucesso do projeto e da técnica utilizadaPublicar artigos em revistas científicas ou populares com os resultados

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Situação das Aves no Brasil

Brasil – uma das maiores riquezas de avifauna do mundo

Importância em relação a investimentos para conservação

Pressão do tráfico de animais silvestres

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Diretrizes da Sociedade Brasileira de Ornitologia

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Passo 1

Flagrante – animais soltos onde é feita a apreensãoEm outros casos de apreensão – animais encaminhados ao CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres) ou outros órgãos receptores, como zoológicosDivisão dos animais em: Animais com problemas de conservação (ameaçados) Outros:

Excedentes Animais menos comuns de interesse para cativeiro Animais acidentados/debilitados

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Passo 2

Lei n° 5197/67: “animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado”Portaria n° 230/02: determina que o IBAMA é o órgão responsável pela destinação da fauna apreendida no BrasilAves encaminhadas ao CETAS mais próximo Realização de procedimentos básicos Destinação da ave o mais rápido possível

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No CETAS o animal deve receber uma marcação individualizada e ser cadastrado (formando um banco de dados do IBAMA)

Importância de guias de identificação com base na plumagem da ave

Atenção especial a animais da fauna incluídas em lista de espécies ameaçadas nacionais ou regionais

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Passo 3 e 4

Passo 3 – espécie que se encontra em alguma lista de espécies em extinção seguem o passo 4Passo 4: CERAS (Centro de Reabilitação de Animais

Silvestres) – reabilitação das aves com intuito de retorná-las à natureza; encaminhamento para programas de conservação específicos ou criadores científicos e/ou conservacionistas

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Passos 5 e 6

Passo 5: Programa de conservação da espécie:

Recomposição do status populacional da espécie Servir como matriz Encaminhamento para soltura Tem que ter um quadro técnico de ornitólogos

Passo 6: Quando não há nenhum programa de conservação os

animais são enviados a criadores científicos e/ou conservacionistas

Animais ficam a espera de futuros programas de conservação para sua espécie

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Passo 7

Soltura de aves sadias seguindo as previsões do programa de conservaçãoIndivíduo será monitorado junto com a população na qual foi inseridoAlgumas ações que podem estimular a implantação de programas de conservação: Estimular criadores a participarem de programas de conservação Solicitar aos órgãos de fomento da pesquisa que sejam abertos

editais para financiar a implantação e o funcionamento destes programas

Realizar conversão de multas ambientais para financiar os programas

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Usando marionetes na criação de corvos para reintrodução

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Introdução

Uso de marionetes parecidas com os adultos da espécie para criar os filhotesNo experimento foram usados corvos (Corvus corax)Objetivo de reduzir o imprinting filial e sexual com tratadores humanos – o boneco “cria” o filhote, sem haver contato com os humanos

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O imprinting sexual pode se dar no nascimento em algumas espéciesImprinting sexual correto é importantíssimo para o sucesso de programas de reintrodução

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Uso de Corvus corax experimentalmente para seguir com esse método, se fosse bem sucedido com duas espécies criticalmente ameaçadas de corvo: C. hawaiiensis e C. kubaryi

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Métodos

Ovos coletados da naturezaCriados todos com humanos até abrirem os olhosQuando abriram os olhos – divididos em 2 grupos: Criado com marionete (modelado com base no

adulto), sem nenhum contato direto com humanos

Criado com humanos

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Tratadores usaram a marionete imitando o comportamento dos pais na alimentação dos filhotes, inclusive com a vocalização de corvos selvagens específica na criação do filhoteO grupo com marionetes só via os humanos na limpeza dos recintos, enquanto que o outro grupo via os humanos também na alimentação

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Após o período de criação todos os corvos foram removidos para uma grande área para voar

Contato com humanos uma vez por dia para receber comida e água e uma vez por mês para cuidados médicos

Antes de serem soltos foram aclimatados a área de soltura por 3 semanas

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Medidas usadas para quantificar o sucesso da soltura: Medo dos tratadores antes da soltura Tempo gasto com determinado comportamento

durante o período de aclimatação na área de soltura (comportamento social e comportamento vigilante)

Tempo para dispersar da área de soltura Taxa de sobrevivência após um ano da soltura

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Duas idades de soltura: Idade de formação de

primárias Pós-idade de formação de

primárias

Comparações entre os resultados levaram em conta a idade, a criação do corvo e as medidas para quantificar o sucesso da soltura

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Resultados & Discussão

Determinar o efeito da criação diferenciada das aves no sucesso na reintrodução

Não houve diferenças com relação ao tempo de dispersar da área de soltura, nem do tempo gasto com comportamentos diferentes, nem para se integrar com indivíduos selvagens e dispersar-se para longas distâncias

Porém houve diferença com relação ao medo apresentado aos tratadores humanos

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Corvos criados sem a marionete tendem a se dispersaram menosCriar o corvo com a marionete tende a aumentar a sobrevivência pós-dispersãoAparentemente o imprinting filial pode ser modificado nos corvos criados sem a marionete, porém isso não significa falha na reintroduçãoNão há interferência problemática no imprinting sexual de acordo com outros trabalhos (Hess, 1973; Cade & Fife, 1977; Powell, 1972)

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Conclusões

O método de escolha pra criar os filhotes depende da espécieAves precoces que dependem dos pais por um curto período podem necessitar de marionetes para evitar o imprinting erradoAves altriciais podem não requisitar um isolamento excessivo de humanos, pois demoram mais para terem seu imprinting social/sexualO interesse de manter as aves mais próximas da área de soltura pode levar a preferência por criar sem a marionete e vice-versa

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Sucesso na reintrodução, em ilhas, de Robins e Saddlebacks Neozelandeses

Robin Saddleback

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Introdução

Comparação entre reintroduções de mamíferos e aves mostram que, a probabilidade de sucesso está correlacionada com o número de animais soltos.

Populações estabelecidas, com um pequeno número de animais encontrados, apresenta um grande risco de extinção.

Fatores que podem levar a extinção:

1) Estocasticidade demográfica (se ocorre uma grande mortalidade pós soltura e se a taxa de crescimento da população é baixa)

2) “Inbreeding” (cruzamento entre parentes) que reduz a variabilidade genética

3) Efeitos aleatórios como: dispersão afetar o posterior encontro de parceiros sexuais e aumento da suscetividade a predação devido a

baixas densidades.

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Estudos prévios mostraram que a reintrodução de aves na Nova Zelândia tem uma grande taxa de sucesso comparando com reintroduções feitas em outros lugares do mundo.

Motivos de sucesso: Ilhas isoladas onde foram realizadas reflorestamento e erradicação de mamíferos predadores introduzidos.

Taxas de crescimento das populações de aves reintroduzidos é grande.

Devidos a esses motivos, o número de animais necessários para a reintrodução é menor.

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Objetivos

1) Determinar se um pequeno número de pássaros conseguem estabelecer uma população na Nova Zelândia.

2) Determinar o impacto do cruzamento entre parentes na taxa de crescimento da população.

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Materiais e Métodos

Animais usados: Robin (Petroica australis) e Saddleback (Philesturnus carunculatus)

Vantagem do uso dessas duas espécies de pássaros:

-Pássaros florestais de pequeno porte (30g Robin e 80 g Saddleback).

-Territorialistas.

-Sedentários.

-Formam pares monogâmicos e atigem maturidade sexual com um ano de vida.

-Não voam por grandes distâncias, não realizando migrações para outras ilhas.

-Relativamente fáceis de se observar, cantam muito, respondem prontamente ao playback e são atraídos por humanos observadores.

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Robin da Nova Zelândia (Petroica australis)

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Saddleback da Nova Zelândia (Philesturnus carunculatus)

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Após soltura nenhuma das espécies tiveram cuidados dos pesquisadores.

Os autores consideraram uma população quase extinta, aquela onde o número de indivíduos decaiu mais de 50% 3 anos após a soltura.

Em alguns casos a mesma espécie foi translocada para uma mesma ilha mais de uma vez.

Efeito do número de indivíduos soltos com a probabilidade de extinção foi testado usando regressão logística.

Uso de modelos de matrizes estocásticas para testar a probabilidade de extinção.

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Resultados

Somente 5 das 24 populações de Saddlebacks introduzidas nas ilhas foram extintas ou quase extintas.

Nenhuma das 6 populações de Robins introduzidas nas ilhas foi extinta, todas tiveram sucesso.

4 das 5 populações de Saddlebacks que falharam foram reintroduzidas em ilhas com grande risco de predação.

Duas solturas de Robins envolveram apenas 5 animais cada, mas conseguiram se reproduzir com sucesso, conseguindo produzir 60 pássaros em uma população e 400 na outra.

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Discussão

-Quase metade das populações persistiram por mais de 20 anos, envolvendo 6-7 gerações, o que seria tempo o suficiente para detectar declínios no tamanho da população.

- Foram poucas as populações que falharam e não conseguiram crescer.

- Predadores introduzidos podem causar extinção dessas duas espécies pois são endêmicas da Nova Zelândia.

- Se os predadores são removidos, as populações conseguem se recuperar.

- Um número relativamente pequeno de animais soltos não impede o crescimento populacional.

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-Apesar das populações introduzidas nas ilhas persistirem o “inbreeding” afeta essas populações.

- O maior efeito do “inbreeding” é as elevadas taxas de “egg failure” ou “egg fertility and hatchability”, ou seja, alta taxa inviabilidade e fertilidade dos ovos.

- Esses efeitos negativos não causam decréscimo da população que possui uma taxa de crescimento alta e rápida.

- Redução da variabilidade genética pode ter efeitos negativos como deixar os indivíduos mais suscetíveis a certas doenças, ocorrem a perda de adaptabilidade.

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Conclusões

Um pequeno número de recapturas ou reencontros é necessário para assegurar que a reintrodução tenha tido sucesso.

A translocação desses pássaros nativos para ilhas com ausência de predadores obtem sucesso com frequencia, mesmo quando o número de indivíduos reintroduzidos é pequeno.

As populações conseguem crescer, independentemente dos efeitos do “inbreeding”.

A perda da variabilidade genética coloca essas populações em risco perante a patógenos e perturbações ambientais ao longo do tempo.

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Repatriação, revigoramento e monitoramento de Repatriação, revigoramento e monitoramento de aves silvestres em área de soltura – Tremendal - aves silvestres em área de soltura – Tremendal -

BABA

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Metodologia

A) Pré-soltura

Seleção de espécies – ocorrência, condições dos animais Contatos e parcerias – instituição receptora, empresa transportadora,

colaboradores para materiais Logística e materiais – equipamentos, caixas, alimentação Cuidados técnicos-operacionais – época do ano adequada – primavera-verão –

época de frutificação, tempo de viagem, acondicionamento, oferta de água e alimento

Animais quarentenados, exames e atestado sanitário + GTA. Após transporte, foram quarnetenados mais 60 dias em Vitória da Conquista

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Escolha de propriedade adequada – ocorrência de espécies, proteção, envolvimento do proprietário

Envolvimento da comunidade – palestra, visita às fazendas Marcação com anilha Todos os animais foram pesados, realizou-se coleta de sangue Ambientação de 7 dias em viveiros suspensosna área de soltura Observação dos animais nos viveiros Inserção de itens alimentares da localidade Troca diária de água Suplementação – instalação de comedouros e caixas-ninho nos arredores Avaliação da população local: espécies presentes, interação, ninhos Captura de indivíduos da população local – avaliação biométrica e sanitária Palestra na Associação de Produtores Rurais da região

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B) Soltura

Soltura branda soft release na manhã do dia 12/12/2005 Abertura das portas e manutenção da oferta de alimento e água

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C) Pós-soltura

Manutenção da alimentação e água nos viveiros e comedouros externos Monitoramento ativo ao longo de no mínimo 1 ano, intensivo de 6 dias

seguidos à soltura, e 30, 90, 180, 270 e 360 dias após, e monitoramento passivo constante pelo retorno das informações pelo proprietário e pela comunidade local

Divisão das equipes para mapeamento estratégico Contagem nos viveiros e comedouros e em círculos de raios de distância dos

mesmos Visitas a fazendas vizinhas Utilização de registro visual por binóculos, fotográfico, redes e ficha de

monitoramento Recaptura – pesagem e avaliação

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Levantamento de aves total = 125 espécies, sendo algumas endêmicas da região nordeste (ex. Picumnus pygmaeus, Sericossypha loricata, Nothura boraquira, Furnarius figulus, Penelope jacucaca) e algumas da lista nacional de espéciesameaçadas (Crypturellus noctivagus e Penelope jacucaca). Diagnóstico por PCR para parasitas e micróbios Peso cerca de 12% a 13% maior que os animais da natureza – facilidade de alimento, sementes oleaginosas, menor atividade Caixas-ninho não foram reconhecidas como abrigo

Resultados e Discussão

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Monitoramento:

Detecção nas proximidades – 30% próximos a comedouros e viveiros nos primeiros dias. O longo dos dias a taxa foi diminuindo

A dispersão imediata pode ser menor se o tempo de ambientação for maior

Vários animais voltavam para os viveiros durante o dia para descansar ou se alimentar

Convivência junto a grupos

Necessário treinamento prévio de identificação de predadores

Caça e captura de animais na região praticamente acabou

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ferramentas importantes: viveiros de ambientação, suplementação, marcação externa, e monitoramento pós-soltura

fixação de alguns individuos, e dispersão gradativa, mas efetiva

estabelecimento de grupos

repatriação, soltura e monitoramento – instrumentos possíveis

Conclusão

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Área de Soltura e monitoramento de animais Área de Soltura e monitoramento de animais silvestres como parte do “Plano de Manejo do silvestres como parte do “Plano de Manejo do Papagaio-de-peito-roxo – Papagaio-de-peito-roxo – Amazona vinaceaAmazona vinacea” – ” –

Jacupiranga – SPJacupiranga – SP

Local de desenvolvimento do projeto: Parque estadual de Jacupiranga – Vale do Ribeira, São

Paulo

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Introdução

Objetivo: Conservação da espécie, com a implementação do seu Plano de Manejo proposto

População atual no parque: 200 indivíduos

Restrita ao bioma Mata Atlântica

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Metodologia

Identificação de áreas de uso

Realização de censo populacional

Identificação e manejo de ninhos

Manejo e monitoramento Centro de apoio e recepção

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Manejo da Espécie na Natureza

Número de ninhos: 43 Número de indivíduos: 200 Número de animais recebidos: 6

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O caso Amazona barbadensis

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Introdução

Amazona barbadensis: risco de extinção5000 indivíduos distribuídos na costa norte da Venezuela e Ilhas adjacentes 1989: programa para recuperação da população da ilha MargaritaFilhotes confiscados: ninhos adotivos quando viávelReintrodução em casos particulares

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Explorar viabilidade técnica e economica de reintrodução de A.barbadensis alem de dar informações sobre reintrodução de espécies

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Área de estudo Peninsula MacanaoClima tropical seco com vegetação composta por muitos cactos e legumes. Também existem florestas permanentes decíduas (importante local de nidificação)Florestas desaparecendo rapidamente

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Filhotes provenientes de diversas fontes com idade entre 20 e 50 dias (olhos abertos e cobertos com penas)

3 primeiras semanas: filhotes alimentados a mão com uma seringa

55 dias (período de vôo) alimentados com pedaços de frutas naturais e transferidos para pequenas gaiolas 1X1X1m

3 semanas depois, animais transferidos para aviários 5X5X5m. Pássaros alimentados com frutas sem manipulação

3 semanas antes da soltura: animais inspecionados por veterinários

4 animais foram equipados com transmissores de rádio

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Animais soltos foram localizados por rádio e monitorados atentamente

Foram medidos: Tamanho do território, variações no território e tempo de integração e formação de pares permanentes

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Sucesso: sobrevivência de mais de um ano após soltura, alimentação e uso do ambiente semelhante ao de papagaios selvagens, integração social

Aviarios ao ar livre: ensinaram como evitar predadores

pelo menos 10 entre 12 sobreviveram

Resultados

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Tentativas previas de reintroduzir papagaios tiveram sucesso reduzido: Alta taxa de predação, pouca habilidade de processamento de alimentos, comportamento aberrante

Reintrodução possível em areas com populaçoes selvagens residentes

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Reintrodução: usualmente mencionado como parte integral de programa de conservação ex-situ. No entanto há pouca implementação e não discute-se fatores sociais, econômicos ou políticos

Custo sub-estimado

Sucesso: 5 anos de trabalho prévio, educação ambiental. A. barbarensis foi declarado pássaro símbolo do estado

US$ 2827,00 por pássaro

Cada caso é um caso: Trabalho voluntário, recusa a pagar por consultores terceirizados e baixo custo da gasolina (Venezuela)

Viabilidade e Valor da Conservação

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Nem todos os animais confiscados puderam ser libertados (critérios utilizados são conservacionistas) evitar dano maiorResultados podem ser utilizados com diversas populações de papagaios ameaçadasRe-introdução aumenta o pool de genes da espécieRe-introdução: Parte de uma pesquisa ecologica e de educação ambientalDeve-se saber de onde procedem os animais (evita hibridização)Animais originários de comercio ilegal internacional devem ser considerados com cuidado (doenças exóticas).

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Realizado em áreas com algum grau de proteção (analise das causas do declínio populacional)

Contribui com educação ambiental

Esse trabalho abre um precedente no sucesso em re introdução de papagaios. 20% das 330 sp. de psitacídeos do mundo estão em risco

Problemas críticos: predação, existência de uma população selvagem e doenças exóticas

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Reintrodução de Otis tarda na Grã Bretanha

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Introdução

A abetarda (Otis tarda) é uma ave estepária da ordem gruiformes.

Decréscimo acelerado da sua população. (previsão de mais de 30% nos proximos 10 anos)

Na Europa a sua presença encontra-se limitada à Rússia e à Península Ibérica, em habitats relacionados com a prática de agricultura cerealífera extensiva.

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Declínio: perda de habitat, destruição de ninhos, uso de pesticidas, caça e colisão com linhas elétricas

única especie que se reproduzia regularmente na Gra-bretanha nos ultimos 200 anos e não o faz mais

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espécie nativa (ossos de 12.300 anos atras)Evidencia do inicio do declínio 1700. último ano de procriação: 1832Não há evidencia de: doenças, poluição, competição ou predação Causas possíveis: mecanização da agricultura, caçadores e mudança de clima Agricultura mecanizada: ninhos eram expostos e destruidosclima mais frio entre 1550-1700 Fatores não operam mais hojeHoje animais com populações pequenas e poucas visitas a Ingleterra

História e motivos da extinção

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estepes e pseudo-estepes.

Regiões com habitat propicio ainda existem

Expansão demorada da população

Salisbury Plain:Área protegida para utilização militar

Areas com vegetação rasteira comparadas com o habitat do animal em Portugal e Rússia

Areas adjacentes: plantações de cevada

pobres em insetos

Habitat

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invertebrados: essenciais para filhotes

Areas próximas não cultivadas ricas em artrópodes = solução

1)Terra arável sem manejamento especifico

2)Areas sem agrotoxicos

3)Locais especificos para abetarda

Salisburry Plains: nunca foi a melhor área para procriação. Devem ser consideradas outras areas

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Pop. Bretã: parte da população do leste europeu11 haplotipos diferentes. E a população da Espanha não compartilhava nenhum com o resto da Europa2 clusters geográficos de populações Só Rússia tem grande numero de aves. Grande numero de ninhos destruídos: praticas de agriculturaovos recuperados podem ser utilizados para re-introduçãoDano 0 a pop. doadora

População Doadora

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Re-introdução da abetarda e possível sem detrimento a população doadora ou ao ecossistema

Ave também e uma espécie bandeira

Experimento importante em termos de estudos de conservação

Conclusões

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