Regras do Protocolo de Kyoto

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14/12/2004 Redigidas as regras para implementa‹o do Protocolo de Kyoto Negociadores internacionais conclu’ram nesta tera-feira (14) a reda‹o do livro de regras para a implementa‹o do Protocolo de Kyoto, sete anos ap—s a assinatura do acordo e dois meses antes de sua entrada em vigor, em 16 de fevereiro de 2005. O capitulo final, que regulamenta a participa‹o de projetos florestais de pequena escala no mercado de crŽditos de carbono foi fechado nesta tera durante uma conferencia da ONU em Buenos Aires (Argentina). Quem assina Ž uma brasileira: a pesquisadora Thelma Krug, do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que h‡ trs anos comanda as discuss›es sobre a inclus‹o de projetos florestais no MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do protocolo. "Hoje fechamos toda a regulamenta‹o para implementa‹o do Protocolo de Kyoto", disse Krug ao jornal Estado de S. Paulo, pouco antes de anunciar o texto final em uma das reuni›es plen‡rias da Conven‹o Quadro das Na›es Unidas sobre Mudana Clim‡tica. A pendncia que faltava e que foi finalmente resolvida refere-se ˆs regras para certifica‹o de projetos de pequena escala. Eles foram definidos como projetos praticados por comunidades ou indiv’duos de baixa renda, cuja remo‹o de gases da atmosfera n‹o ultrapasse uma mŽdia anual de 8 mil toneladas de di—xido de carbono (CO2) ou equivalente. Os empreendimentos ter‹o exigncias e taxas administrativas reduzidas em rela‹o aos projetos de maior escala, de forma a facilitar sua realiza‹o. O MDL Ž um mecanismo facilitador, que permite aos pa’ses comprar e computar para si mesmos crŽditos sobre a redu‹o de emiss›es de gases do efeito estufa nos pa’ses em desenvolvimento. No caso das florestas, n‹o se trata da redu‹o de emiss›es, mas da absor‹o de carbono da atmosfera pela vegeta‹o em crescimento. Para o Brasil, que historicamente tem no desmatamento sua principal fonte de emiss‹o de gases do efeito estufa, abre-se a possibilidade de unir os benef’cios ambientais da recupera‹o florestal aos benef’cios financeiros do MDL. "N‹o podemos esperar que as florestas salvem o mundo do aquecimento global", ressalta Thelma. "Elas tm um papel nesse processo, mas sempre de car‡ter tempor‡rio, atŽ que medidas mais efetivas sejam implementadas. Porque s‹o estoques muito vulner‡veis".ÊÊ (Herton Escobar / Estad‹o Online)

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14/12/2004 Redigidas as regras para implementa‹o do Protocolo de Kyoto

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14/12/2004 Redigidas as regras para implementa‹o do Protocolo de Kyoto �

Negociadores internacionais conclu’ram nesta tera-feira (14) a reda‹o do � �livro de regras para a implementa‹o do Protocolo de Kyoto, sete anos ap—s� a assinatura do acordo e dois meses antes de sua entrada em vigor, em 16 de fevereiro de 2005. O capitulo final, que regulamenta a participa‹o de �projetos florestais de pequena escala no mercado de crŽditos de carbono foi fechado nesta tera durante uma conferencia da ONU em Buenos Aires �(Argentina).Quem assina Ž uma brasileira: a pesquisadora Thelma Krug, do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que h‡ trs anos comanda as �discuss›es sobre a inclus‹o de projetos florestais no MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do protocolo. "Hoje fechamos toda a regulamenta‹o para implementa‹o do Protocolo de Kyoto", disse Krug ao jornal Estado de S. Paulo, pouco antes de anunciar o texto final em uma das reuni›es plen‡rias da Conven‹o Quadro das Na›es Unidas sobre Mudana Clim‡tica.A pendncia que faltava e que foi finalmente resolvida refere-se ˆs regras para certifica‹o de projetos de pequena escala. Eles foram definidos como projetos praticados por comunidades ou indiv’duos de baixa renda, cuja remo‹o de gases da atmosfera n‹o ultrapasse uma mŽdia anual de 8 mil toneladas de di—xido de carbono (CO2) ou equivalente. Os empreendimentos ter‹o exigncias e taxas administrativas reduzidas em rela‹o aos projetos � �de maior escala, de forma a facilitar sua realiza‹o.�O MDL Ž um mecanismo facilitador, que permite aos pa’ses comprar e computar para si mesmos crŽditos sobre a redu‹o de emiss›es de gases do �efeito estufa nos pa’ses em desenvolvimento. No caso das florestas, n‹o se trata da redu‹o de emiss›es, mas da absor‹o de carbono da atmosfera � �pela vegeta‹o em crescimento.�Para o Brasil, que historicamente tem no desmatamento sua principal fonte de emiss‹o de gases do efeito estufa, abre-se a possibilidade de unir os benef’cios ambientais da recupera‹o florestal aos benef’cios financeiros �do MDL. "N‹o podemos esperar que as florestas salvem o mundo do aquecimento global", ressalta Thelma. "Elas tm um papel nesse processo, �mas sempre de car‡ter tempor‡rio, atŽ que medidas mais efetivas sejam implementadas. Porque s‹o estoques muito vulner‡veis".ÊÊ (Herton Escobar / Estad‹o Online)