Registo ed189

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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 12 de Janeiro de 2012 | ed. 189 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB Turismo “As regiões de turismo são para extinguir. Tal como os polos regionais de Turismo (no Alentejo estão em funcionamento os de Alqueva e Litoral Alentejano). O Governo vai apostar noutro modelo assente em parcerias público- privadas, a exemplo do que sucede com o Turismo de Lisboa.” afirmou Miguel Relvas. Passos decisivos D.R. João Roquette em entrevista Pág.08 Administrador da Herdade do Esporão, João Roquette atribui o sucesso da empresa que dirige à ca- pacidade de se apresentar com uma “proposta de valor clara e relevante em diferentes segmentos de preço”. As exportações assumem uma impor- tância crescente na empresa, cujo vo- lume de negócios atinge 40 milhões de euros por ano. D.R. Beja ANA negoceia “low-cost” Pág.03 O Ministério da Economia e do Emprego (MEE) diz que o aeroporto de Beja “está a ser equacionado como alternativa para receber companhias low-cost” embora não esclareça que tipo de negociações estão em curso e com que companhias. Universidade Projectos de Química Pág.06 “Concurso CSI - Compreen- der, Saber, Investigar a Química” pro- jecto visou fomentar nos estudantes o interesse pela disciplina. D.R. 04 04

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Edição 189 do Semanário Registo

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www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 12 de Janeiro de 2012 | ed. 189 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

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Turismo “As regiões de turismo são para extinguir. Tal como os polos regionais de Turismo (no Alentejo estão em funcionamento os de Alqueva e Litoral Alentejano). O Governo vai apostar noutro modelo assente em parcerias público-privadas, a exemplo do que sucede com o Turismo de Lisboa.” afirmou Miguel Relvas.

Passos decisivos

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João Roquetteem entrevistaPág.08 Administrador da Herdade do Esporão, João Roquette atribui o sucesso da empresa que dirige à ca-pacidade de se apresentar com uma “proposta de valor clara e relevante em diferentes segmentos de preço”. As exportações assumem uma impor-tância crescente na empresa, cujo vo-lume de negócios atinge 40 milhões de euros por ano.

D.R

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Beja ANA negoceia “low-cost”Pág.03 O Ministério da Economia e do Emprego (MEE) diz que o aeroporto de Beja “está a ser equacionado como alternativa para receber companhias low-cost” embora não esclareça que tipo de negociações estão em curso e com que companhias.

UniversidadeProjectos de QuímicaPág.06 “Concurso CSI - Compreen-der, Saber, Investigar a Química” pro-jecto visou fomentar nos estudantes o interesse pela disciplina.

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2 12 Janeiro ‘12

A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Editor Luís Godinho

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal (editor) Colaboradores Pedro Galego; Carlos Moura; Capoulas Santos; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional

Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição Miranda Faustino, Lda

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

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ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

“Dor de cotovelo”

O PSD e o CDS na oposição prometeram um novo processo de nomeação dos quadros diri-gentes. Já no Governo alteraram a legislação abrangendo os dirigentes de primeiro nível, sujeitando-os a um processo concursal espe-cial, porque o Ministro sectorial pode ter in-tervenção no processo.

Uma verdadeira aberração e que resulta de uma promessa demagógica. Não concor-do com esta alteração. Acho que os dirigen-tes que estão na linha direta de trabalho de uma tutela política devem ser escolhidos sob a total responsabilidade política. A alteração realizada por este Governo leva a que em todo o país estejam a ser nomeados Diretoras, Diretores, Delegados Regionais, com base na escolha política e que só mais tarde poderão ser sujeitos a um concurso.

Para além de uma enorme burocracia de todo o processo é tentar esconder o “gato com o rabo de fora”. Aqui na nossa urbe já temos a evidência deste processo. Não colocando em causa a competência dos escolhidos fica em causa todo este processo. Seria preferível para todos a metodologia anterior. Mas o Go-verno também está a mudar os seus represen-tantes nas empresas públicas.

Aqui os casos mais emblemáticos são a Caixa Geral de Depósitos e agora, recente-mente, a EDP. O critério partidário foi deci-sivo mais uma vez, dividindo lugares entre o PSD e o CDS! O que mais choca é a recente nomeação de Eduardo Catroga e de Paulo Teixeira Pinto, ex-Presidente do BCP para o Conselho Geral da EDP.

O primeiro, envolvido nas negociações o Orçamento de Estado com o anterior Gover-no, um técnico que já foi Ministro das Finan-ças, um homem de negócios da confiança do Primeiro-ministro que se disponibiliza para esta “pesada” tarefa.

O segundo, deixou o BCP com uma inde-minização de milhões de euros, havia inte-grado os Governos de Cavaco Silva, foi agora premiado para este Conselho Geral. A lista de nomeados com base na partidarite come-ça já, ao fim de 6 meses, a ser preocupante, levando a crer que em menos de um ano de Governação, toda a máquina do Estado e das Empresas Públicas estarão capturadas pelo PSD e pelo CDS.

Ainda assim, o processo tem sido mais complexo dadas as “negociações” entre os dois Partidos para acertar a distribuição das cadeiras. Sinceramente, não gostaria de vol-tar a falar sobre esta matéria e só o faço neste espaço, porque os Partidos de Governo, quan-do estavam na oposição, fizeram deste tema um assunto de importância capital! Como es-tamos a ver todos os dias, tudo não passa de demagogia barata.

Acima de tudo fico feliz quando para um lugar de destaque na nossa Administração Pública ou numa empresa pública, é nomea-do, é escolhido, uma pessoa com competência técnica e perfil adequado à função para que é desafiado, independentemente do Partido a que pertence. O que nos deve preocupar é que o sistema atual não incentiva, não atrai

os mais competentes, pois estes não aceitam ser submetidos a um escrutínio demagógico e sem regras estabelecidas que premeiem o bom desempenho e que penalizem o mau de-sempenho.

Os Partidos Políticos são os mais respon-sáveis por esta continuada desqualificação e seria bom que adotassem uma agenda para renovar os quadros da administração pública e das empresas, aproveitando o conhecimento dos mais experientes, promovendo a criação de um sistema transparente de avaliação de desempenho de quem exerce funções públi-cas e um sistema de remunerações indexado aos resultados obtidos.

Insistirmos em modelos gastos ou maqui-lhados, permite mudar as cadeiras quando mudam os Governos mas não ajudam a mu-dar o que tem que mudar: a qualidade da Gestão dos bens públicos e a credibilidade dos que nomeiam e dos que são nomeados. O recente caso da EDP, numa lógica de reparti-ção de lugares entre o PSD e o CDS represen-ta uma machadada forte na credibilidade do atual Governo.

Dança de CadeirasAntónio serrAnoDeputado

Depois de imensas profecias, antecipa-ções e alarmismos, chegámos finalmente a 2012. Não vou aqui entrar com frases feitas e generalidades sobre a enorme importân-cia dos desafios que enfrentaremos neste novo ano.

Cada época tem os seus problemas es-pecíficos e, como todas as outras, exigirá capacidade de resistência, coragem e deter-minação.

Que este mundo não vai ser um local pa-cífico, fácil de entender e previsível, já to-dos estamos cientes. Na Europa, vamos ter o ano da decisão sobre o sucesso do euro e do projecto europeu; no mundo islâmico, vamos assistir, com expectativa, ao desen-lace mais democrático ou mais autoritário das primaveras árabes; nos EUA, no meio de lutas políticas disfuncionais, teremos a recuperação económica ou uma nova reces-são que ameaçará boa parte do hemisfério ocidental; no médio oriente, é previsível o desfecho violento do sonho fundamentalis-ta e ameaçador de um Irão nuclear; a China continuará a enfrentar o sobreaquecimento da economia, tentando evitar um estoiro da sua “bolha” imobiliária e procurando man-ter o controlo de uma sociedade cada vez mais incontrolável.

Será certamente um ano de mudanças: eleições nos Estados Unidos, Egipto, Méxi-co, Rússia e França e transição de liderança

na China (aqui, sem o incómodo das elei-ções) marcarão a agenda mundial.

E em Portugal, perguntar-me-ão? O nosso contexto é conhecido e o que se exige de nós já foi amplamente debatido.

Na verdade, neste país sobrelotado de críticos e comentadores, muitos já traça-ram todos os cenários catastrofistas e já nos asseguraram que seremos meros es-pectadores passivos do que os outros farão acontecer.

Ora bem, garanto que mesmo com “tem-pestades” à nossa volta, muito depende ain-da da nossa vontade e decisão, colectiva e muitas vezes individual.

A um nível “macro”, haverá que potenciar a competitividade, atrair investimento e, as-sim, criar riqueza e emprego – algo que de-pende de uma agenda estratégica para Por-tugal e levará o seu tempo. Mas cada atitude pessoal também conta, e muito!

A nossa capacidade de inovação, empe-nho e dedicação profissional, seja por conta própria ou por conta de outrem; a atenção que prestamos à Comunidade em que esta-mos envolvidos – desde a participação cívi-ca ao voluntariado; a exigência de qualida-de, rigor e contenção nos serviços públicos que temos; o investimento que façamos, proactivamente, na nossa educação, for-mação e conhecimento; na gestão pessoal e familiar dos recursos; e na forma como es-

crutinamos as decisões dos nossos políticos. Conforme a nossa escala de recursos, po-

der, influência ou nível de responsabilidade, algumas destas realizações poderão marcar a diferença entre um ano mau ou razoável e um ano bom.

Porque, no final do ano, as estatísticas do PIB, crescimento da economia, expor-tações e número de empresas, défice, taxa de inflação ou desemprego representarão, em boa parte, o somatório de milhões de decisões individuais, como estas que refe-ri. Serão a diferença entre esperar ou fazer acontecer.

2012: Esperar ou Fazer AcontecerCArlos sezõesGestor/Consultor

“Cada época tem os seus problemas específicos e, como todas as outras, exigirá capacidade de resistência, coragem e determinação”.

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AtualBases aéreas e pista alentejana estudadas como alternativa para companhias de aviação de baixo custo.

O município de Borba terá um orça-mento de 18,5 milhões de euros em 2012, dividido em 6,7 milhões de euros em despesas correntes e 11,8 mi-lhões de euros em despesas de capital. O Orçamento e as Grandes Opções do Plano foram aprovadas pela Assem-bleia Municipal com com votos dos eleitos do PS e contra dos eleitos da CDU e PSD.

Segundo o presidente da autarquia, Ângelo de Sá, em 2012 arrancará um “projeto de elevada importância” para o concelho na área da Educação com a requalificação da Escola Básica Padre Bento Pereira e construção do Centro Escolar de Borba, num investimento de mais de seis milhões de euros. En-tre outras intervenções, destaque para a recuperação do edifício dos Paços do Concelho

A atividade municipal passa-rá também pela dinamização dos equipamentos que foram colocados à disposição da população nestes últimos anos, nomeadamente a nível desportivo e cultural, com destaque para a programação cultural inserida no projeto TEIAS – Rede Cultural do Alentejo.

Borba aprovaorçamento

Economia

Viana do Alentejo assinala amanhã os 114 anos da restauração do Con-celho com a entrega de medalhas de honra do Município a duas asso-ciações locais dedicadas à cultura e solidariedade social – CulArtes e Terra Mãe, numa cerimónia marcada para as 11h00, no Cine-teatro Vianense. As comemorações terminam à noite, com um espetáculo pela Orquestra Planície.

Foi a 13 de janeiro de 1898 que um movimento de âmbito nacional, en-cetado por António Isidoro de Sousa, restaurou o Concelho de Viana do Alentejo, extinto em 1895, pela refor-ma administrativa de João Franco e integrado no Concelho de Évora.

António Isidoro de Sousa, figura maior da história de Viana do Alen-tejo e um dos mais destacados refor-mistas do país do seu tempo foi, depois dessa data, presidente da autarquia.

Viana festejarestauração

Cultura

ANA negoceia instalação de ”low-cost“ em Beja

Redação | Registo

O Ministério da Economia e do Emprego (MEE) diz que o aeroporto de Beja “está a ser equacionado como alternativa para receber companhias low-cost” embora não esclareça que tipo de negociações estão em curso e com que companhias. A posição do MEE surge na sequência de uma intervenção do deputado comunista João Ramos, sobre a omissão do aeroporto de Beja no Plano Estratégico dos Trans-portes, recentemente apresentado.

Além da omissão de Beja, surgiram igualmente notícias a indicar que o go-verno estava a estudar a possibilidade de adaptar uma base aérea (Sintra, Mon-tijo ou Alverca) para transferir para aí as companhias low-cost que atualmente operam no aeroporto de Lisboa.

“A definição desta opção provoca-nos alguma estranheza uma vez que numa altura em que se diz não haver dinheiro para investimentos públicos, existe um aeroporto já construído que com melho-rias na ligação ferroviária (que serviria paralelamente o aeroporto e as popula-ções do distrito) ficaria a uma distância da capital do país semelhante ao que acontece noutros países da Europa, e não é considerado como alternativa”, refere João Ramos.

O MEE esclarece agora que o aeroporto de Beja inclui o leque de opções em estu-do, acrescentando que “não estão defini-dos os critérios que irão presidir à escolha da alternativa” para as companhias de baixo custo.

Não é a primeira vez que estes operado-res são “aliciados” a voar para o Alentejo. Segundo apurou o Registo, chegaram a

Ministério da economia ad-mite negociações mas não revela nome dos parceiros.

O militar da GNR que desertou há mais de 10 dias já entrou em contacto telefó-nico com a família – ex-mulher e dois filhos – residente em Vila Nova de Gaia, avançou fonte da GNR, acrescentando que o paradeiro de Edgar Correia conti-nua a ser “desconhecido” por esta força da segurança. O 2º sargento incorre no crime de deserção, punido pelo Código de Justiça Militar com pena de prisão de um a quatro anos.

A notícia da deserção do comandante do posto, que não se apresentou ao ser-viço no final de dezembro, foi acolhida

Desertor da GNR já contactou com a família

existir negociações com a companhia low-cost Ryanair para a sua instalação em Beja, hipótese abandonada depois de a empresa ter insistido na criação de uma

Durante os meses de Verão, o aeroporto recebeu um voo semanal proveniente de Londres.

Arquivo | Registo

base em Lisboa com a promessa de criar 3 mil postos de trabalho e transportar três milhões de passageiros.

Em finais do ano passado, a ANA Ae-roportos de Portugal, que tem a gestão da infraestrutura aeroportuária de Beja, revelou a existência de negociações com a Netjets para analisar as potencialidades do Aeroporto de Beja no que respeita à utilização da infraestrutura por este ope-rador líder mundial na aviação executiva.

Um primeiro avião da empresa, um Hawker 400XP proveniente de Londres, aterrou em Beja dia 10 de outubro, ten-do a ANA reafirmado o seu empenho na “captação de mais operações de aviação executiva, bem como o desenvolvimento de outros segmentos de negócio que po-tenciem a utilização desta infraestrutura” pela Netjets.

<O aproveitamento da pista militar da base aérea de Beja e a construção das infraestruturas de

suporte ao aeroporto civil custaram 34 milhões de euros.>

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com surpresa na terra. Jardineira na Câ-mara Municipal de Alter do Chão, Sofia Cabaço trata de um pequeno canteiro frente ao posto da GNR. Só soube pela co-municação social do desaparecimento de Edgar Correia. “Era uma pessoa pacífica, cumprimentava-nos sempre que passa-va. Não estava há muito tempo em Alter do Chão mas lidava bem com as pessoas”.

“Não o cheguei a conhecer, não houve tempo para isso pois nem chegou a as-sentar. Também não se lhe nota a falta”, refere um comerciante, garantindo que o policiamento continua a ser realizado “como sempre”. O Comando Territorial de Portalegre da GNR revela que o posto de Alter do Chão está a ser comandado inte-rinamente por um 2.º sargento

Junto ao café e minimercado Novo

Mundo, António Maria conversa com um grupo de amigos. Soube pela comunica-ção social que o comandante do posto se encontra em paradeiro incerto. “Vi-o uma vez no funeral de uma pessoa de família. Pareceu-me uma pessoa simpática mas rijo, duro no trato. Se calhar havia quem não gostasse”.

Natural de Vila Nova de Gaia, separado e com dois filhos, Edgar Correia fez parte do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR antes de ser pro-movido a comandante de posto em Alter do Chão.

Não teve vida fácil. Durante os seis me-ses em que trabalhou no Alentejo envol-veu-se em vários conflitos com militares da Guarda tendo levantado processos dis-ciplinares que foram arquivados.

2º sargento deveria ter-se apresentado ao serviço no início do ano.

D.R.

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4 12 Janeiro ‘12

Atual

“Quem tem que gerir o turismo são os empresários. o estado tem que acompanhar”, diz Miguel relvas.

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A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) passou a estar novamente re-presentada no concelho de Redondo, através de Maria da Conceição Cabeça Dionísio, (funcionária da autarquia local), estando a mesma habilitada a emitir localmente as necessárias auto-rizações ao nível de Direitos de Autor e a prestar alguns esclarecimentos neste âmbito a todos os interessados (promotores de espetáculos, proprietá-rios de estabelecimentos comerciais, comissões de festas, sociedades des-portivas e recreativas, etc.).

“O bom relacionamento entre a Câmara Municipal do Redondo e a SPA, veio desta forma possibilitar o preenchimento da lacuna existente no concelho ao nível da obtenção das autorizações legalmente exigidas no âmbito do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos, assim, os usuários - dentro do horário normal de expediente da autarquia - podem voltar a obter as autorizações, sem terem que se deslocar a Évora ou outro concelho “, refere fonte da SPA.

Autoresrepresentados

Redondo

A árvore intitulada “Pirâmide Cin-tilante”, da Coopberço – Cooperativa de Solidariedade Social, ganhou o concurso de árvores de natal recicla-das, promovido pela Câmara de Évora. A árvores vencedora foi feita por 36 crianças entre os três e os seis anos e pelas educadoras Cristina Grazina e Célia Costa.

Em 2º lugar ficou “Christmas Cool´Action”, elaborada por jovens do primeiro ano de Mestrado de Arquite-tura Paisagística e o terceiro lugar foi ocupado pela “Rolhinhas”, do Centro de Atividade Infantil de Évora, produ-zida por 17 crianças.

Pirâmidevencedora

Évora

Redação | Registo

É o fim do atual modelo. O ministro Ad-junto e dos Assuntos Parlamentares, Mi-guel Relvas, diz que a decisão está tomada: as regiões de turismo são para extinguir. Tal como os polos regionais de Turismo (no Alentejo estão em funcionamento os de Alqueva e Litoral Alentejano). O Governo vai apostar noutro modelo assente em par-cerias público-privadas, a exemplo do que sucede com o Turismo de Lisboa.

“O modelo das regiões de turismo está desadequado. Quem tem que gerir o turismo são os empresários do setor. O Estado tem que acompanhar”, disse Mi-guel Relvas em entrevista ao semanário O Mirante. “Quem faz o turismo não são as organizações onde estão ex-autarcas. A ação do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, por exemplo, é risível e nós em Portugal temos obrigação de apostar mais no tu-rismo. O modelo em que me revejo é o do Turismo de Lisboa em que está o público e o privado”.

O anúncio do fim das cinco regiões de turismo (Porto e Norte, Centro, Vale do Tejo, Alentejo e Algarve) e dos seis polos existentes no país não apanhou de sur-presa os empresários do setor “É um as-sunto que estava em cima da mesa desde a tomada de posse deste Governo. O que é estranho é que se anuncie o fim de um modelo sem se apresentar uma alternati-va concreta”, diz um empresário ouvido pelo Registo.

“O trabalho pode sempre ser melhora-do, feito até com economia de recursos, mas o trabalho promocional das regiões de turismo, em particular da do Alentejo, tem produzido resultados”, acrescenta.

O anúncio de Miguel Relvas foi feito de-pois de uma série de audições da secretá-ria de Estado do Turismo, Cecília Meireles, às Entidades Regionais de Turismo (ERT’s)

Governo vai extinguir regiões de turismonovo modelo vai reforçar papel dos privados e será apresentado este mês.

e Polos de Desenvolvimento Turístico so-bre a reorganização do mapa do turismo regional.

“Sempre quisemos que este processo fosse aberto à participação de todos. De-pois das audições, demos um prazo para recebermos propostas e estamos dispos-tos a discutir tudo”, disse ao Publituris o chefe de gabinete de Cecília Meireles, José Pedro Amaral. Desde logo ficou em cima

de mesa uma proposta “consensual” de juntar a promoção interna e externa, en-volvendo os privados.

O fim do atual modelo de organização turística coincide com um ano em que as perspetivas para o setor não são anima-doras, tendo inclusivamente o presidente da ERT Alentejo, Ceia da Silva, admitido ser “muito pouco provável” que o setor continue a crescer na região em 2012.

Na agenda do ministro dos Assuntos Parlamentares está também o fim dos pólos turísticos.

D.R.

Alentejo e a TAP vão fazer uma ação de promoção conjunta na feira de turismo Vakantiebeurs Vlaanderen, na Antuér-pia, que decorre entre 26 e 32 de janeiro na cidade belga.

O stand do Alentejo vai sortear uma semana na região com viagem ofere-cida pela TAP e alojamento oferecido pela Agência Regional de Promoção Tu-rística e a TAP vai realizar o jogo “Avião da TAP Portugal”, no qual os partici-

pantes têm que conseguir aterrar um avião de papel dentro do logótipo da TAP e recebem miniaturas de garrafas de azeite do Alentejo e coberturas para os selins de bicicletas.

O mercado do Benelux é, segundo operadores turísticos, “um dos que apresenta um potencial de crescimento mais interessante, pois os produtos tu-rísticos que caracterizam o destino têm uma grande aceitação nestes países”.

Promoção em Antuérpia

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Atual

Preços da gasolina e do gasóleo voltam a subir. AnAreC diz que 300 postos de combustível podem encerrar.

Gasolineiras na fronteira lutam pela sobrevivência

O aviso colocado nas bombas de gasolina em Elvas até pode causar estranheza ao consumidor habitual: o abastecimento mínimo é de 5 euros e pagamento com multibanco só é possível para despesas superiores a 15 euros. A medida entrou em vigor no início do ano. E João Carpin-teiro, responsável da empresa Combustí-veis do Alto Alentejo, diz que se trata de uma decisão “indispensável” para man-ter as gasolineiras em funcionamento.

“A empresa não consegue sobreviver sem essas limitações que até parecem ridículas vistas de outros pontos do país. Mas 70% dos nossos clientes abastecem 5 euros, ou seja, 3 litros de gasolina e as ta-xas de multibanco anulam a margem de lucro. Os custos de operacionalidade para manter o posto aberto são incomportá-veis”, garante João Carpinteiro.

Embora a diferença de preços entre Por-tugal e Espanha não tenha aumentado de forma significativa – no último ano o preço do gasóleo em Badajoz subiu mais de 9% em resultado do aumento de im-postos – a diferença continua a ser signifi-cativa: a gasolina custa mais 30 cêntimos do lado português. O gasóleo é mais caro em 15 cêntimos por litro.

Se a isto se somar o agravamento do IVA em produtos essenciais e o desconto de 8% no preço nos combustíveis pratica-do por grandes superfícies comerciais em Espanha, continua a compensar atraves-sar a fronteira para fazer compras e en-cher o depósito do automóvel.

O novo aumento no preço dos combus-tíveis ocorrido esta semana (ver caixa) veio agravar ainda mais a diferença de preços entre os dois países e, segundo as contas da Associação Nacional de Reven-dedores de Combustíveis (ANAREC) pode-rá estar em causa a sobrevivência de 300 postos de abastecimento.

Isto porque o agravamento de preços, que atingiram novos máximos, acentua-rá a retração do consumo, de empresas e particulares, precipitando o encerramen-to de empresas que já se encontram em dificuldades.

Junto ao parque de feiras de Badajoz,

Há bombas de gasolina em elvas que obrigam a abaste-cimento mínimo.

A Câmara Municipal de Almodôvar entrou em 2012 sem quaisquer dívidas a fornecedores e com uma poupança de quase dois milhões de euros. As contas de 2011 foram fechadas com uma taxa de execução orçamental que ascende a cerca de 80% da realização da receita e 70% da realização da despesa, avançou fonte autárquica ao Registo.

Para o presidente da autarquia, António Sebastião, trata-se do re-sultado de uma “gestão rigorosa”. “A definição de prioridades e a adoção de critérios muito rigorosos na utilização dos recursos financeiros disponíveis permitiram ao Município manter e consolidar uma posição financeira muito confortável e sólida, que lhe permite encarar o futuro com confor-to e confiança”, acrescenta o autarca.

Segundo António Sebastião, o equi-líbrio das contas municipais “assume especial importância no contexto da atual conjuntura económico-finan-ceira” tendo em conta que em 2010 foram concretizadas diversas obras e mantidas iniciativas de apoio social.

Almodôvar sem dívidas

Economia

A Reserva Dark Sky Alqueva, da qual fazem parte os Municípios de Portel, Reguengos de Monsaraz, Alandroal, Mourão, Moura e Barrancos acaba de ser reconhecida como a primeira re-serva do mundo a obter a certificação Starlight Tourism Destination atribu-ída pela Unesco e pela Organização Mundial do Turismo e que, como tal, vem atestar das características únicas do céu noturno presente.

Associado à reserva está já em implementação a “Rota Dark Sky Alqueva”, onde o turista poderá optar por realizar atividades noturnas tais como passeios pedestres, passeios a ca-valo, observação de estrelas, birdwa-tching, entre outras atividades

A Rota Dark Sky Alqueva inclui unidades de alojamento, de restaura-ção e empresas de animação turística que já estão aptos a receberem os chamados “astro-turistas”.

Este produto turístico, para além de inovador, permite ainda obter compromissos claros no âmbito da sustentabilidade ao nível económico e ambiental, dos quais se destaca no imediato a redução da fatura energé-tica e o posicionamento privilegiado face a novos mercados, com impactos positivos para a região.

Reservapremiada

Alqueva

Na Galp, o litro da gasolina aumentou 4 cêntimos e passa a custar 1,634 euros. Já o litro do gasóleo encareceu 3 cênti-mos para 1,485 euros. Na Repsol, tanto a gasolina como o gasóleo aumenta-ram 2 cêntimos. As empresas petrolífe-ras justificam a subida de preços com o aumento registado nas cotações do crude e à subida das cotações do ga-sóleo e da gasolina nos mercados inter-

nacionais, que dispararam cerca de 6% desde o início da semana passada.Na BP, o gasóleo custa mais 1 cêntimo, enquanto a gasolina subiu 2 cêntimos para 1,619 euros.Também a Cepsa mexeu nos preços com uma subida de 3 cêntimos para ambos os combustíveis. O litro de gaso-lina custa 1,624 euros e gasóleo passa a valer 1,484 euros o litro.

Preços atingem máximos

40% dos clientes são portugueses. “Se fos-se só pelo preço da gasolina talvez não compensasse vir a Espanha. Mas como aproveito para fazer compras e levar gás, a viagem continua a fazer sentido”, diz Luís Maio, 68 anos, residente em Évora.

Na GALP em Badajoz, a gasolina sem chumbo 95 estava ontem a ser vendida a 1,357 euros por litro. Na fronteira do Caia, do lado português, o preço ascendia a 1,674 euros. Feitas as contas, um depósito de 50 litros de gasolina em Espanha cus-tava menos 15,85 euros.

O sucessivo aumento de preço está a “empurrar” muitos portugueses para Badajoz.

D.R.

Os subsídios à natalidade no concelho de Mora em 2011 atingiram os 21 mil euros, correspondentes ao nascimento de 27 be-bés (16 primeiros filhos; sete segundos e quatro terceiros). Foi o segundo ano “mais produtivo” desde que a edilidade imple-mentou os incentivos à natalidade.

O recorde foi alcançado em 2010 com 31 nascimentos, dois deles 4º filho, um

Mais nascimentos em Mora2011 foi o segundo ano com maior natalidade. Autarquia apoia jovens casais.

aumento de 20,4 por cento face a 2009 e incentivos de 25.500 euros. No total, a Câ-mara Municipal de Mora já subsidiou em 120.500 euros o nascimento de 162 crian-ças.

A autarquia lançou em outubro de 2004 a sua política de apoio à natalidade, ten-do atribuído nos últimos meses desse ano 4.000 euros de subsídio, correspondentes a seis nascimentos. Em 2005, o número de nascimentos subsidiados subiu para 14, correspondentes a 11.000 euros.

Apesar de subsidiar os nascimentos com 500 euros para o primeiro filho, mil

para o segundo e 1500 para o terceiro, o município considera que a fixação das pessoas no concelho deve-se “às condi-ções de desenvolvimento sustentado que a região atravessa, nomeadamente a con-solidação da pequena indústria e o incre-mento do turismo, além das medidas que tem disponibilizado de apoio à habitação jovem”.

O aumento dos postos de trabalho no comércio e restauração, em resultado da abertura do Fluviário, é outro sinal para a fixação da população e para a imigração de concelhos vizinhos.

<A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis diz que a retração do consumo poderá conduzir ao encerramento de 300

postos de combustíveis.>

300NÚMERo

D.R.

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6 12 Janeiro ‘12

Atual

iniciativa da Universidade de Évora enquadrada nas comemorações do Ano internacional da Química.

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Cristina Galacho | TextoPaulo Mendes | Texto

No âmbito das atividades comemorativas do Ano Internacional da Química 2011, o Centro de Química de Évora e o Departa-mento de Química da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora pro-moveram o “Concurso CSI - Compreender, Saber, Investigar a Química”.

Esta iniciativa teve como objetivos principais fomentar o interesse pela Química, estimular o espírito de iniciati-va, criatividade e literacia científica dos alunos, bem como, demonstrar a impor-tância da Química na satisfação das ne-cessidades da Sociedade Moderna e no bem-estar da Humanidade.

O CSI contou com a participação de uma centena de alunos provenientes de 16 escolas secundárias pertencentes aos distritos de Bragança, Aveiro, Porto, Lis-boa, Castelo Branco, Lisboa, Santarém e Évora.

Dos 35 trabalhos concorrentes destaca-ram-se “Sabão de inverno - A Química na Proteção do Ambiente” e “Química e Arte” vencedores, respetivamente, do Prémio Repsol para o melhor trabalho, i-pads, e da menção honrosa Repsol, i-pod.

A professora responsável pelo projeto “Sabão de inverno”, Margarida Duar-te da Escola Secundária de Azambuja (Santarém), referiu que facto dos índios da Amazónia lavarem os seus utensílios fazendo uma mistura de sebo de animal com cinzas das fogueiras e das pessoas do campo, antigamente, arearem os tachos e panelas com cinzas das lareiras para fica-rem brilhantes despertou a curiosidade e levou-os a investigar….

A investigação no laboratório, realiza-da pelas alunas Maria Vieira, Carolina Marques, Tiago Caria, Andreia Firmino e Rita Narciso, consistiu em apurar as

Alunos do secundário competiram pelos melhores projectos de QuímicaProjecto visou fomentar nos estudantes o interesse pela disciplina.

“receitas” de sabão duro e sabão líquido, substituindo gradualmente o hidróxido de sódio por “água de cinzas”.

As cinzas, por terem uma percentagem elevada de ião potássio permitem obter um sabão mais macio e com boas quali-dades de lavagem. Depois de fervidas e coadas, as cinzas, são devolvidas ao solo (no jardim da escola) pois, como já não

apresentam o caráter alcalino inicial, são inofensivas para as plantas.

Todos os recipientes utilizados no fabri-co do Sabão de inverno são reutilizados: baldes de tinta para a massa de sabão; pa-cotes de leite para as formas; garrafas de água para embalagem do sabão líquido.

Este projeto envolveu não só a escola como a comunidade doando óleo usado,

O presidente da Comissão Nacional do Ano Internacional da Química 2011 e do Centenário da Sociedade Portuguesa de Química, Jorge Calado, esteve na Uni-versidade de Évora como convidado do Centro de Química de Évora e do Depar-tamento de Química da Universidade de Évora para a sessão de encerramento do Ano Internacional da Química 2011

na UE.Jorge Calado falou sobre a sua obra

“Haja luz! Uma história da química através de tudo” que mostra como a quí-mica é útil, divertida, perigosa, bonita, estimulante, frustrante, e indispensável a todos. Para o orador “a química está entrelaçada às outras ciências, como a biologia e a matemática, mas também

às artes como a literatura, a música, o cinema e a fotografia.”

Jorge Calado mostra como a química moderna deriva do conhecimento do fogo da combustão e do raio do relâmpa-go, isto é, da energia. Calor e electricida-de permitiram analisar a terra, a água e o ar, até chegar ao conceito de elemento, representado pelo átomo.

Química, através de tudo

cinzas e embalagens e no final todos re-ceberam sabão de inverno.

Segundo o júri do concurso, constituído por professores do Departamento de Quí-mica e membros do Centro de Química de Évora, a escolha do trabalho vencedor re-sulta da originalidade e relevância social do conceito apresentado, a forma inteli-gente como foi desenvolvido o trabalho e o esforço despendido para um resulta-do final harmonioso, onde ressalta uma bela ilustração do método científico.

O trabalho promoveu o contacto com a realidade extraescolar e a valorização dos conhecimentos e das vivências da comu-nidade local.

As preocupações ambientais revelam-se através da reciclagem/reutilização de resíduos domésticos conducentes à ob-tenção de produtos com aplicação prática quotidiana.

A menção honrosa Repsol foi atribuída a Bernardo Dias aluno do Colégio Cedros (Vila Nova de Gaia) que desenvolveu, sob orientação do Professor Nuno Francisco, um pequeno filme sobre o tema “Química e Arte”. De acordo com o júri esta menção justifica-se pela originalidade e qualida-de da abordagem ao tema, pelo equilíbrio entre forma e conteúdo e pela beleza in-trínseca da peça, que faz dela um agra-dável documentário. A peça manifesta uma preocupação cuidada com todos os pormenores e permite redescobrir a im-portância da química na vertente da Arte, constituindo-se ela própria uma agradá-vel obra artística.

Vencedores encontrados entre uma centena de participantes.

D.R.

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ExclusivoHístorias de vida de uma realidade muito dura, uma juventude num país sem futuro.

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Como reacção a uma crónica que fiz para uma rádio local, onde manifestava o meu de-sejo de ficar por cá, apesar do marasmo em que os últimos 10 anos de gestão autárquica a mergulharam, recebi dois e-mails de um ca-sal de jovens que escolheram a nossa cidade para trabalhar e viver.

Transmitiam-me o seu desalento por se en-contrarem ambos desempregados, sem solu-ções que lhes permitissem sobreviver da for-ma digna que seguramente merecem.

Estendiam esta mágoa e revolta ao país que lhes nega a oportunidade de trabalho com di-reitos sem a precariedade que não lhes permi-te planear o próximo dia ou o próximo sonho.

A jovem acabada de ser atirada para o de-semprego enviou-me uma “carta aberta ao país”. Perguntei-lhe se não quereria que fosse divulgada e a resposta veio rápida: só a co-berto do anonimato porque tinha medo que as oportunidades de emprego ficassem ainda mais diminuídas.

Não resisto em colocar aqui, com a vénia que lhe é devida, o texto que me enviou, pelo que significa de estado de espírito de gera-ções de portugueses que não encontram futu-ro no seu próprio país.

É este o texto da “Carolina Santiago”, nome fictício porque, como ela me escreveu, “nem posso dar cara à minha revolta por medo de represálias”

“Querido País,Lamento se te escrevo numa Língua que tu já não reconheces mas foi esta que me ensinas-te. Estou aqui hoje para te dizer que a nossa relação está por um fio. Um de nós não está em condições de dar e outro de nós precisa de receber algo. Eu fiz tudo como me man-daste: Cresci, respeitei, estudei, melhorei o meu conhecimento do Mundo para melhor te conhecer a ti, investi numa educação para aplicar no teu território e pensei que isso era o que tu querias. Pensei que querias que eu

Uma crónica dentro de outraeDUArDo lUCiAnoAdvogado

crescesse a dizer com orgulho que era Por-tuguesa, pensei que uma das tuas maiores virtudes era o respeito – um respeito basea-do em compreender e fazer-se compreender; estudei dentro de ti e resolvi fazer algumas viagens entre as quais algumas académicas para poder dizer que vivia num país que esti-mulava a educação, a tecnologia e a ciência e que tinha ainda muito para mostrar.

Enganaste-me!Mostras-me agora que nada disto era ver-

dade; não vale a pena pensar em estímulos à ciência quando nem sequer os aplicas à edu-cação simples e vês jovens adultos a terminar a escolaridade obrigatória sem saber ler; mostras-me que a escola forma bons traba-lhadores mas se calhar bons de mais para a grande maioria dos empregadores Portugue-ses ou sediados em Portugal e mostras-me, mais que tudo que não respeitas: não res-peitas os teus idosos, não respeitas os teus jovens adultos e principalmente não respei-

tas as crianças que podiam crescer nos teus terrenos pois obrigas os futuros pais a ter de abdicar de ti para procurarem o mínimo de qualidade de vida (que hoje em dia é equiva-lente a ter trabalho que permita pagar contas e pouco mais) e, apesar de o dizer de forma envergonhada – fazes-me perder o Orgulho que tenho em ti, o Orgulho que tinha em di-zer-me tua...

À tua traição resta-me apenas fazer uma coi-sa: virar as costas! Um amor não correspondi-do não pode ser considerado amor e já gastei contigo 29 anos da minha vida. Sim, gastei por-que tu não os aproveitaste como devias.

Agora vou procurar um novo caminho no qual não te vislumbro nem à distância de anos. Se vou ter saudades, creio que sim! Mas o que sei e me magoa mais é que nem tu te lembrarás de mim.

Se algum dia pensarei em dizer-me tua no-vamente? Só o tempo o dirá.”

Minha cara “Carolina Santiago”, foi um pra-zer dar-lhe voz e embora eu não tivesse culpado o país pelo que estamos a passar, compreendo que o faça. Não deve ser por acaso que os no-vos figurantes deste filme de terror aparecem na televisão de bandeira portuguesa na lapela. Segundo uma certa mitologia, o absolutista Luís XIV afirmava L’État c’est moi. Estes neo-liberais pretendem confundir-se com o país.

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Exclusivo

“Aos 30 anos aproximei-me do esporão e o esporão de mim. Colaborei em vários projetos internos

”Metade das nossas vendas é feita no estrangeiro“

“A essência da cul-tura portuguesa e das suas regiões é um enorme ativo que temos e nem sempre é bem tratado. Devemos protegê-la e ter or-gulho dela. O tur-ismo é apenas o veiculo que estab-elece as condições para quem nos quer conhecer o possa fazer”.

D.R

.

Administrador da Herdade do esporão, João roquette atribui o sucesso da empresa que dirige à capacidade de se apre-sentar com uma “proposta de valor clara e relevante em diferentes segmentos de preço”. As exportações assumem uma importância crescente na empresa, cujo volume de negócios atinge 40 milhões de euros por ano.

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Exclusivo

durante 2 anos e em 2006 surgiu a oportunidade de assumir a liderança da empresa”, diz João roquette.

<As exportações representam 50% da facturação da Herdade

do Esporão. No Brasil a empresa tem uma distribuidora própria, estando presente em

países como os Estados Unidos e Angola.>

50%NÚMERo

“Somos uma empresa familiar, como os mesmos valores que há 25 anos, mas com uma realidade diferente. Somos maiores, mas continuamos a controlar o processo de produção”.

Luís Godinho | Texto

Como explica o sucesso dos vinhos do Esporão?

A capacidade de, ao longo dos anos, ter uma proposta de valor clara e relevante em diferentes segmentos de preço, estabe-lecendo uma relação de confiança com os seus clientes

O primeiro vinho foi engarrafado em 1985 (fez agora 25 anos) - que vinho foi? Ainda existem algumas garrafas?

Em 1985 produzimos 2 vinhos: o Espo-rão Reserva tinto e branco. Curiosamente o primeiro a ser lançado no mercado foi o branco. Ambos foram inovadores em vários aspetos, mas realço o facto da uti-lização das castas Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional, na época quase ine-xistentes na vitivinicultura do Alentejo. Os rótulos têm ilustrações dos artistas de Dordio Gomes (tinto) e Cargaleiro (bran-co), na época uma abordagem disruptiva. Ainda temos algumas garrafas na nossa garrafeira.

Desde esse primeiro momento, a apos-ta foi sempre dirigida a um segmento mais elevado? Porquê?

O meu pai e o Joaquim Bandeira (sócio fundador) sabiam que havia, em 1985, ótimas condições no Alentejo e em Por-tugal para a afirmação do vinho como um produto de excelência e o desenvol-vimento de marcas que “prometessem” mais do que uma commodity.A ambição foi, desde o início, fazer os melhores vinhos e refletiu-se nos inves-timentos feitos, na qualidade da viticul-tura, na exigência dos lotes de vinho a serem comercializados, na apresentação do produto. Quando foram lançados, os vinhos eram considerados “caros”, Esporão reserva cus-tava mil escudos, cino vezes mais do que a média. Mas rapidamente tivemos os crí-ticos e opinion liders do nosso lado pois reconheceram o esforço e compromisso pela qualidade. Eles e os que os têm com-prado ao longo destes anos.

A Herdade do Esporão foi adquirida em 73 por José Roquette. A intenção foi logo fazer vinho - qual era o proje-to inicial? Como surgiu a cultura do vinho?

A compra da Herdade do Esporão foi o meio para atingir o objetivo de desenvol-ver um projeto vitivinícola de alta qua-lidade. A visão inicial era tão ambiciosa quanto arriscada. Existem documentos oficiais, do governo regional que aprovou a construção da primeira adega, que indi-cam: “Projeto megalómano destinado a falência rápida”. Guardamos esse docu-mento com carinho pois é a confirmação do grande proverbio chinês segundo o qual todas as grandes conquistas são, ao princípio, impossíveis.

Hoje em dia, o Esporão produz vinho no Alentejo e no Douro. Qual é a reali-dade da empresa?

Somos uma empresa familiar, como os mesmos valores que há 25 anos, mas com uma realidade diferente. Somos maiores, mas continuamos a controlar o processo desde a plantação (vinhas e olivais) até

à distribuição. Produzimos os nossos vi-nhos e azeites nas duas principais regiões de Portugal, o Alentejo e o Douro, e ven-demos um portfolio variado de produtos em mais de 50 mercados.

Como é que começou a trabalhar na empresa? Foi uma decisão natural, tendo em conta que é uma empresa de família?

Foi um processo natural. Formei-me e cresci trabalhando noutros projetos, pri-meiro na Merrill Lynch em Londres e depois num projeto pessoal relacionado com música em Espanha. Aos 30 anos aproximei-me do Esporão e o Esporão de mim. Colaborei em vários projetos in-ternos durante 2 anos e em 2006 surgiu a oportunidade de assumir a liderança executiva da empresa. Estou satisfeito pelo facto dos objetivos que defini com os acionistas para o plano 2006-2011 terem sido cumpridos.

Quatro anos depois de produzido o primeiro vinho, a empresa começou a exportar. Qual o peso atual das expor-tações?

50% das nossas vendas são feitas no mercado internacional. Os principais mercados são o Brasil, onde temos a nossa própria distribuidora desde 1995, Angola e EUA onde temos escritórios e colabo-radores locais. A Suíça, Canadá, Polónia, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, França, Luxemburgo, Moçambique são merca-dos também importantes. As marcas que mais exportamos são as que melhor se adaptam às características de cada merca-do, por isso varia. Por exemplo, no Brasil e Suíça vendemos sobretudo vinhos e azei-tes premium e super premium.

Outra importante “exportação” são os cerca de 10 mil turistas que nos visitam anualmente na Herdade do Esporão.

Quais as maiores dificuldades que o setor dos vinhos enfrenta para expor-tar?

Muito foi feito, mas existe ainda uma grande falta de notoriedade e alcance da marca “Portugal”, assim com falta de ca-pacidade do setor se mobilizar e coorde-nar os esforços de promoção. O Esporão assumiu a responsabilidade de dar o seu contributo para melhorar esta situação, seja pelo grande investimento nos mer-cados internacionais que tem feito, seja pelas minhas responsabilidades, desde

julho deste ano, como vice-presidente da ViniPortugal. Existe também um défice de dimensão das empresas Portuguesas que permita alocar investimentos para competir nos principais mercados internacionais.

Pessoalmente, qual o vinho do Espo-rão que mais aprecia?

Depende da colheita. Cada ano a na-tureza trás consigo novas combinações de clima, resultando em vinhos com ca-racterísticas diferentes. Para mim como apreciador de vinhos este aspeto é desa-fiante e deixa-me curioso. Nos últimos anos recomendo, nos vinhos mais aces-síveis, o Monte Velho tinto 2009, o Defe-sa tinto 2008, o Assobio 2009 (Douro) e o Verdelho 2010. Nos vinhos de alta gama recomendo o Esporão Private Selection 2007, o Esporão Reserva 2008, o Touriga Nacional 2008 e o Quinta dos Murças Re-serva 2008 (Douro). Para apreciadores de aguardente, recomendo a Magistra DOC Lourinha.

Em que medida a diversificação é im-portante?

Na medida em que queremos ter uma oferta de produtos, complementar, que responda às expectativas e procura dos nossos clientes. Como se tem vindo a ve-rificar, os azeites extra virgens são um complemento natural ao portfolio de vi-nhos. Estamos apostados em desenvolver a categoria premium de azeites em Portu-gal e competir nos mercados internacio-nais onde ela exista.

Há novos vinhos/produtos do Esporão a chegar ao mercado?

Em 2012 serão lançados os vinhos da colheita 2011, possivelmente a primei-ra grande colheita desta década. Vamos ver… lançaremos também o Torre 2007, o nosso vinho mais exclusivo, produzido apenas em anos especiais e lançado com 5 anos de estágio. Foram produzidas ape-nas 3.000 garrafas que serão alocadas aos nossos melhores clientes. 2012 também marcará a reinauguração do enoturismo na Herdade do Esporão que beneficiou de importantes obras de re-qualificação. Terá uma oferta de serviços mais completa e inovadora, explorando o enorme potencial do espaço da Herdade do Esporão, assim como as maravilhas da cultura Alentejana.

Em que ponto se encontra o projeto turístico?

Somos visitados por cerca de 20 mil pes-soas/ ano na Herdade do Esporão. Metade chega do estrangeiro, tiveram contacto com os nossos vinhos e curiosidade de nos conhecer. Ficam encantados com Portugal, a nossa cultura, a gastronomia, a hospitalidade, o clima agradável, a bele-za e diversidade da nossa paisagem. A essência da cultura portuguesa e das suas regiões é um enorme ativo que temos e nem sempre é bem tratado. Devemos protegê-la e ter orgulho dela. O turismo é apenas o veiculo que estabelece as condi-ções para quem nos quer conhecer o possa fazer. Na minha opinião, o turismo não deve ser um produto per si. Se a nossa cul-tura não estiver viva, não temos nada para mostrar.

O Esporão S.A. é um grupo que tem por vocação a produção de vinhos e azeites portugueses de excelência, e que reúne os projectos Herdade do Esporão e Quinta dos Murças. É a empresa privada líder nacional nos vi-nhos e azeites de qualidade, reconhe-cida a nível nacional e internacional, sustentada por projetos com origem, pela constante promoção da cultura regional e nacional e pela preservação do ambiente e da biodiversidade.

Na Herdade do Esporão, em pleno coração do Alentejo, 600 hectares de vinha das melhores castas, abraçam uma enorme barragem, num clima e geologia de exceção.

Os limites da propriedade foram es-tabelecidos em 1267 e foram mantidos praticamente inalterados, desde a sua constituição.

O primeiro proprietário conhecido do Esporão foi o juiz da cidade de Évo-ra, Soeiro Rodrigues. A Herdade teve depois vários donos, até ao momento de vir a pertencer a Mem Rodrigues de Vasconcelos, mestre de Santiago, que foi comandante da Ala dos Namo-rados em Aljubarrota e alcaide-mor de Monsaraz.

Cenário de lutas, intrigas e vingan-ças, na história medieval do Baixo Alentejo, o Esporão depois de perten-cer também a um ramo dos Távoras foi ainda propriedade dos condes de Alcáçovas, mantendo-se na sua posse até 1973.

A Herdade engarrafou o seu primei-ro vinho em 1985 e em 1997 iniciou a produção de azeites virgens e extra virgens, tendo recentemente plantado 82 hectares de olival. Ainda em 1997, é inaugurado o Enoturismo, o primeiro a ser certificado em Portugal.

A Herdade do Esporão está, ainda, altamente comprometida com a defesa da biodiversidade. Este compromisso ficou formalizado pela assinatura dos acordos “Business & Biodiversity” e “Countdown 2010” (www.countdo-wn2010.net), tendo sido a primeira empresa de vinhos do mundo a fazê-lo.

A Quinta dos Murças, juntou-se recentemente ao universo Esporão, tendo sido adquirida em outubro de 2008. Localizada no Cima Corgo, numa extensão de 3,2 km da margem norte do Rio Douro e área total de 150 hectares, a Quinta dos Murças é uma quinta clássica do Douro, composta por 60 hectares de vinhas, com diferentes idades e exposições, respeitando as cur-vaturas e declives naturais do terreno.

Os restantes hectares que compõem a Quinta dos Murças são constituídos por cerca de 6 mil pés de oliveiras, um laranjal e ainda cerca de 70 hectares de terreno florestal, com aptidão para novos plantios.

A adega é típica da região do Douro, com lagares para a pisa a pé e fermen-tação, prensas mecânicas, cubas de armazenagem, tonéis para armazenar vinhos do Porto, uma cave de estágio subterrânea para garrafas, laboratório e todo o restante equipamento.

A atual capacidade de produção é de cerca de 600 mil litros de vinho podendo crescer até 1 milhão de litros consoante o desenvolvimento do projeto.

Projeto líder de mercado

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10 12 Janeiro ‘12

Exclusivo

José ernesto oliveira diz ao registo que plano não avança devido a dificuldades de financiamento da banca.

Câmara de Évora tem ”preparado“ plano de saneamento financeiro

Pedro Galego | Texto

O presidente da Câmara de Évora (CME), José Ernesto Oliveira diz ao Registo que o plano de saneamento financeiro do mu-nicípio está em marcha desde 2010, mas que ainda não avançou, “porque a banca não tem condições de financiamento”.

O autarca responde assim às críticas lançadas recentemente pela oposição CDU e PSD, que defendem esta estratégia como a única forma de salvar as contas da autarquia.

“O plano de saneamento financeiro da Câmara de Évora está preparado des-de 2010 e é do conhecimento de todo o executivo camarário e também dos se-nhores vereadores da oposição e está na lei. Acontece que não avança porque a banca, em virtude da conjuntura atual não tem condições nem abertura para o financiamento às pessoas, às empresas e também às câmaras municipais”, afirma José Ernesto Oliveira, convicto que as re-centes críticas são apenas motivadas para “obter esclarecimentos através da comu-nicação social”.

A dívida da Câmara de Évora em 2010 ascendeu a mais de 68 milhões de euros, de acordo com os números constantes do relatório de gestão do município, consul-

Maioria e oposição concor-dam com solução para ree-quilibrar contas.

tado pelo Registo. Em 2007, o endivida-mento municipal era de 45,3 milhões de euros. O que significa que em apenas três anos, subiu mais de 13 milhões de euros. Em Novembro de 2011, a dívida a fornece-dores atingia 32 milhões de euros.

O primeiro vereador a trazer de novo o assunto à discussão foi Eduardo Luciano, da CDU, que diz que a situação da autar-quia é “claramente de desequilíbrio fi-nanceiro conjuntural” que “aponta para a necessidade imperiosa de se avançar de imediato para um plano de saneamento financeiro”. “A questão que se coloca hoje à maioria que gere o município é, para quando um plano de pagamentos e que plano de pagamentos, sendo certo que a lei o irá impor”, afirmou.

“Estes documentos previsionais refle-tem a real dimensão do desastre finan-ceiro a que a gestão do PS e o garrote financeiro dos sucessivos governos con-duziram o município de Évora, estando plasmado nos seus números a dívida co-lossal do município”, acrescentou Eduar-do Luciano, a propósito da aprovação do orçamento para 2012, considerando tra-tar-se de um documento “gravoso” para os munícipes uma vez que “não haverá qualquer obra nova a realizar nem inves-timento relevante a concretizar”.

Para o vereador da CDU trata-se de um orçamento que para “tentar minimizar” os efeitos da “opção desastrosa de ade-rir ao sistema multimunicipal da Águas do Centro Alentejo” prevê um “aumento

<Em Novembro de 2011 a dívida da Câmara de Évora a fornecedores ascendia a 32 milhões de euros, de acordo com informação financeira disponibilizada pela autarquia.>

32NÚMERo

brutal das receitas provenientes da água e saneamento o que irá significar um au-mento preço da água aos consumidores na mesma proporção”.

Eduardo Luciano reforça ainda que no exercício de 2011 a CME “apresentou um orçamento corrigido de 71,6 milhões de euros. “Até ao final de setembro a CME conseguiu executar o valor de 28,6 mi-lhões de euros. Projetando este valor prevê-se que a CME conseguirá, na me-lhor das hipóteses, uma execução de 40 milhões de euros”.

“Reproduzindo, de forma muito otimis-ta, esta realidade para 2012 percebe-se claramente que este não é seguramente um orçamento de verdade”, defendeu.

Por seu turno, António Dieb, do PSD disse estar “preocupado” com a situação financeira da autarquia. “Após 10 anos de gestão socialista, a CME está hoje na

mesma situação de alarmante endivida-mento a que a CDU chegou e que o PS não conseguiu melhorar nem contrariar”, diz o vereador, assinalando que a despesa da autarquia tem continuado “a aumentar”.

“Aos sistemáticos apelos de redução sus-tentada do endividamento do município por via da redução orçamental da des-pesa e de rigorosa execução orçamental, respondeu o presidente da CME com uma aceitação em palavra e uma inscrição do-cumental que não encontrou cabimento na sua prática de gestão.

Segundo António Dieb, torna-se agora “imprescindível” desencadear um proces-so de saneamento financeiro “assistido e validado pelo Governo, com vista a asse-gurar a reestruturação financeira da CME junto da banca e os pagamentos atrasa-dos e futuros aos fornecedores”.

“Temos dúvidas fortes e fundamenta-das de que se atinjam os valores previstos para a receita em 2012, o que implicará o recurso urgente e competente a apoio fi-nanceiro da Administração Central e/ou da banca, sem prejuízo de recurso a outras fontes institucionais nacionais ou inter-nacionais”.

Para o representante do PSD na autar-quia – cuja abstenção permitiu ao Exe-cutivo liderado por José Ernesto Oliveira aprovar o Orçamento do município para 2012 – “prevalece a indicação da despesa, que esperamos desta vez real e verdadei-ra, não sendo razoável sermos confronta-dos com mais surpresas”.

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Radariniciativa cultural de promoção da gastronomia regional alentejana prolonga-se durante 4 meses, em Évora.

João Barnabé | TextoMaria da Graça Carvalho, antiga Mi-nistra da Ciência e Ensino Superior e Eurodeputada na área da investi-gação e inovação, esteve na Univer-sidade de Évora para falar do progra-ma quadro europeu de investigação e inovação Horizon 2020.

O programa quadro para a in-vestigação e Inovação é, segundo a eurodeputada, uma das “prioridade da comissão” que assenta em três pilares fundamentais, a ciência, os grandes desafios da sociedade e a indústria.

Considerando a inovação e a in-vestigação como pontos fundamen-tais para o crescimento económico da Europa e para a saída da crise, a Eurodeputada calcula um aumento do financiamento para a investiga-ção e inovação do atual quadro para uma duplicação dos fundos para o Horizon 2020.

Esta proposta, que se encontra em discussão nos próximos seis meses no Parlamento, tem como principais novidades e prioridades a simplifi-cação das regras de participação, a contratação de jovens investigadores e a questão do IVA ser considerado elegível para instituições que não o possam recuperar e o reembolso a 100% dos custos diretos.

O programa, “desenhado para re-mover barreiras e aberto ao mundo e à cooperação com os países em vias de desenvolvimento”, prevê-se que entre em vigor antes do final de 2013 até 2020.

Investigaçãoapoiada

Conferência

Sofia Ascenso | TextoJoão Belo Rodeia, docente do depar-tamento de Arquitetura da Universi-dade de Évora e presidente da Ordem dos Arquitetos, foi eleito presidente do Conselho Internacional dos Arquite-tos de Língua Portuguesa (CIALP) para o mandato 2012-2013.

O CIALP é uma organização inter-nacional para a aproximação, coope-ração e afirmação dos arquitetos dos países e territórios de Língua Portu-guesa criada em 1990 pelos represen-tantes de Portugal, Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçam-bique, São Tomé e Príncipe, tendo-se seguido a admissão de Macau e mais tarde de Timor Leste.

João Belo Rodeia licenciou-se em Arquitetura pela Faculdade de Ar-quitetura da Universidade Técnica de Lisboa (FAUTL) em 1984 e foi Presi-dente do IPPAR/Instituto Português do Património Arquitetónico entre 2003-05.

Belo Rodeiaeleito

Arquitetura

Rota de sabores promove gastronomia regional

Um total de 50 restaurantes do concelho de Évora, a que se juntam quatro lojas de produtos “gourmet” e duas pastelarias, aceitaram o repto da Câmara Municipal de Évora e estão a participar na edição deste ano da Rota de Sabores Tradicio-nais (RST), uma iniciativa cultural de promoção da gastronomia regional alen-tejana, que teve início no primeiro dia de 2012.

A iniciativa, na sua nona edição, tem a particularidade de decorrer ao longo de quatro meses, incentivando os restau-rantes aderentes a “oferecer” pratos confe-cionados com produtos da época, respeti-vamente: caça, porco, sopas e borrego. Os apreciadores da doçaria regional poderão saborear o melhor do Alentejo ao longo de todo o evento.

“Nesta conjuntura adversa e num quadro de estímulo aos agentes econó-micos eborenses, particularmente no que diz respeito ao sector de restaura-ção, a RST pretende contribuir para a dinamização dos estabelecimentos des-te setor e similares, para a animação do Centro Histórico e do comércio local e para a promoção de Évora e da cultura

este ano, 50 restaurantes e 4 lojas de produtos “gour-met” integram o certame.

A Casa do Povo dos Canaviais, fregue-sia do concelho de Évora, promove no próximo sábado, dia 14 de janeiro, mais uma jornada de promoção da gastronomia regional, com a reali-zação do já tradicional Concurso de Sopas e de Doces, bem como da oitava Prova de Vinhos.

Por outro lado, os adegueiros par-ticulares residentes na freguesia têm este sábado a oportunidade de dar a provar o vinho deste ano com a reali-zação de mais um concurso, em que o salutar despique entre vizinhos aguça a espectativa sobre os eventuais ven-cedores no que aos vinhos brancos e

tintos diz respeito.Para credibilizar e certificar de

alguma forma estes concursos a Casa do Povo dos Canaviais convidou a Associação de Escanções de Portugal para premiar os melhores vinhos, enquanto a Confraria Gastronómica do Alentejo terá a “dura” tarefa de provar as sopas e os doces e decidir os vencedores.

Depois do trabalho do júri, tanto as sopas, os doces como o vinho serão dados a provar (16h00) a quem marcar presença nesta iniciativa, cuja anima-ção musical estará a cargo do Grupo Coral Almocreves.

Sopas e vinhos nos Canaviais

de gastronomia tradicional junto dos eborenses e visitantes da cidade”, refere a autarquia.

Reconhecendo a importância da cozi-nha tradicional alentejana como fator de valorização e preservação da identidade cultural e dinamizador de desenvolvi-mento económico e turístico no Conce-lho, esta iniciativa visa ainda “sensibili-zar os empresários do setor de restauração para as vantagens de incluir nas suas ementas receitas da cozinha tradicional

alentejana, utilizar produtos de qualida-de sazonais e genuínos da região e zelar pela qualidade do serviço prestado”.

Durante o mês de janeiro estão previs-tas ainda mais algumas iniciativas que visam assinalar o evento, nomeadamen-te uma Prova de Vinhos de adegueiros particulares, de Sopas e Doces Tradicio-nais (14 de Janeiro, ver caixa), na Casa do Povo dos Canaviais, e uma Degustação de Azeites do Alentejo na Praça de Giral-do (21 de Janeiro).

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12 12 Janeiro ‘12

A ausência de instrumentos está associada a uma maior liberdade formal, como a que exigem

Radar

A democracia tornou-se um motivo de in-terrogações: os cidadãos têm manifestado por essa Europa fora (para ficar apenas por perto), uma profunda angústia quan-to ao funcionamento das instituições de-mocráticas.

Isto acontece não apenas nos países onde elas permanecem frágeis (como na Grécia e nos países do antigo bloco soviético), mas também naqueles em que a democracia se estabilizou e em sociedades nas quais não se manifestam conflitos sociais de nature-za a pô-la em causa.

As dúvidas quanto aos sistemas demo-cráticos polarizam-se entre duas visões ex-tremas. A primeira, conotada com as direi-tas autoritárias, vê nas dificuldades actuais da democracia a “prova” da sua ineficácia e até do seu carácter pernicioso: inspiram-nas geralmente as nostalgias dos regimes autoritários, franquista, salazarista, etc.

A democracia é, para esses, sinónimo de desordem, de corrupção, de ineficácia, de “perda dos valores”, etc. A segunda é conotada com as esquerdas extremas, cuja retórica se articula em redor da ideia que “estas” “democracias burguesas”são “apenas formais”, são “mentiras”, são, numa palavra, ilusões. Tanto uns como outros, que nunca a ela verdadeiramente aderiram, pensam agora ter melhores ra-zões para recusá-la.

Mas quem não se revê nem numa nem na outra posições, e se inquieta com quão pouco poder detêm actualmente os cida-dãos sobre a orientação da vida política, económica e social dos seus países, apesar da liberdade (efectiva) de voto, interroga-se por vezes: “será isto, a democracia?”. Por detrás dessas inquietações, existe uma concepção ideal da democracia, que eu chamaria “a democracia perfeita”.

Esta ideia é útil como horizonte a atin-gir (e sempre por atingir) e como modelo teórico, como o modelo da “concorrência perfeita” é modelo económico, sem nunca se realizar de modo completo, por supor condições que nunca são completamente preenchidas (por exemplo, que no mer-cado, tanto na oferta como na procura, os agentes sejam tão numerosos que ne-nhum deles pode, por si só, influenciar os preços; que a informação que tem cada agente seja perfeita, etc.).

Se transpusermos o “modelo” para a democracia, o que seria essa “democracia perfeita”? O “modelo” assenta neste caso dois pólos: a regra da decisão maioritária e a legitimidade. O primeiro é formal e diz respeito aos processos de tomada de deci-são. O segundo é moral, e coloca a validade desses processos sob o controlo duma mo-ral das consequências. Ambos suscitam questões que vale a pena aprofundar.

José Rodrigues dos SantosAntropólogo, Academia Militar e CIDEHUS,

Universidade de Évora28 de Dezembro de 2011.

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Um olhar antropológico

A democracia perfeita em questões

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JosÉ roDriGUes Dos sAntos*Antropólogo

Cante Alentejano e música instrumental respostas a um dilema

José Rodrigues dos Santos | Texto

Numerosos são os autores que constata-ram e afirmaram que o Cante alentejano é um canto a capella, sem instrumentos. Eu fui um deles. Os factos são conhecidos: não só os grupos corais alentejanos, desde os primeiros tempos em que estão docu-mentados, há pouco mais de um século, cantam sem acompanhamento instru-mental, como a introdução de instrumen-tos a par com as vozes descaracteriza com-pletamente a música coral alentejana.

Grupos com músicos mais ou menos qualificados, em configurações diversas (só violas, com viola, acordeão e ferri-nhos, com estes e percussões, etc.), têm levado a cabo inúmeras experiências.

Os “grupos corais e instrumentais” e outros “grupos instrumentais” que iden-tificámos no nosso inquérito são nume-rosos (várias dezenas), o que demonstra o dinamismo dessa forma musical. Mas se confrontarmos os resultados dessas mis-turas entre instrumentos e vozes, temos que reconhecer que a música resultante se afasta em pontos essenciais daquilo que o Cante tem de mais original e inte-ressante.

Partamos da hipótese seguinte: o frase-ado e a ornamentação são as característi-cas que melhor identificam o Cante alen-tejano, diferenciando-o das numerosas formas musicais com as quais coexiste; é provável que foram elas também que, no decorrer do tempo longo, permitiram a emergência desta forma cultural sui ge-neris, através dos dois processos comple-mentares de diferenciação (em relação às outras, coexistentes no espaço e no tem-po) e de formalização (reforço progressivo da sua estrutura interna, cada vez mais coerente e perceptível enquanto tal).

É impossível e é desnecessário supor que a forma “canto sem instrumentos” é “a mais antiga” e ainda menos correspon-de à “das origens”. O que é certo é que a ausência de instrumentos está associada a uma maior liberdade formal, como a que exigem o fraseado e a ornamentação do Cante tal como o conhecemos desde que está documentado. Mas em que é

nenhuma razão intrínseca impede que grandes instrumen-tistas e compositores juntem as suas vozes às vozes antigas dos cantadores alentejanos.

que essa estrutura é incompatível com a introdução de instrumentos, em simultâ-neo com as vozes humanas?

Esta pergunta pode e deve ser colocada em relação a todas as músicas corais de transmissão oral no Ocidente, nomeada-mente as polifonias, nas quais se verifica a ausência de instrumentos. Por que ra-zão deixam estas músicas vocais (corais) os instrumentos de fora?

Tanto a complexidade do fraseado como a subtileza da ornamentação tornam ex-tremamente difícil a execução de partes instrumentais em complemento, tais que elas sejam capazes de seguir, dobrar, “can-tar”, harmonizar as melodias destes can-tos conservando a complexidade que as vozes humanas evidenciam.

Essa complexidade só estaria ao alcan-ce de instrumentistas excepcionais, que não se encontram senão raramente nas colectividades portadoras das tradições vocais, e estão absolutamente ausentes no Alentejo.

De facto, o que designamos por “frasea-do” inclui a estrutura melódica, mas tam-bém os ritmos internos de cada frase mu-sical e entre frases musicais. Os sons cuja duração varia, as pausas, respirações e suspensões, produzem uma rítmica inter-na da frase (agógica ), que os cantadores de tradição oral aprendem (ao longo de anos) e que só uma longa prática permite consolidar.

Acrescenta-se a esta rítmica interna da frase o ritmo de sucessão das partes (ver-sos, estrofes, etc.); sobretudo, o fraseado é profundamente influenciado pela orna-mentação (que poderia até ser considera-da como um elemento do fraseado).

A ornamentação pode ser rudimentar e desempenhar um papel secundário na interpretação, mas também pode, como no Cante, tornar-se complexa, intervir na execução de praticamente cada som (“nota”) e tornar a frase uma sequência ininterrupta de ornamentos, ao ponto de poder fazer “perder” o tom de partida ou até a “afinação”.

A esta complexidade adicionam-se dois factos. O primeiro tem ainda que ver com tempo e ritmo e afasta decididamente

as interpretações mais interessantes do Cante das noções de “compasso” e de “mé-trica”: o “tempo rubato” (que é facto de “roubar” tempo ao compasso presente ou ao que segue, tornando certos compassos “curtos” e outros “longos” – o que é um en-torse ao princípio mesmo de “tempo” e de regularidade) é muito frequente. Quanto à ornamentação, ela só pode existir se a interpretação seguir um tempo lento.

Em segundo lugar, as vozes dos nossos cantadores alentejanos são “instrumen-tos” não temperados, isto é, que não pos-suem a divisão do espaço sonoro em divi-

Um exemplo de prática do Cante em grupo informal:

É impossível e é desnecessário supor que a forma “canto sem instrumentos” é “a mais antiga” e ainda menos corresponde à “das origens”.

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o fraseado e a ornamentação do Cante tal como o conhecemos desde que está documentado.

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sões regulares (ou quase, mas isso é outra questão) como as que definem as notas dos modernos instrumentos musicais, pianos, guitarras, flautas, etc.

As consequências deste facto são nu-merosas e… essenciais. Os sons emitidos pelas cordas vocais dos nossos cantadores podem ser ligeiramente mais agudos ou mais graves que as “notas” que lhes estão mais próximas. Em segundo lugar, a or-namentação, ao ornamentar um som não temperado, aumenta a incerteza quanto à “nota” a que “deveria” corresponder do ponto de vista da estrutura melódico-harmónica da peça.

Um som “mais agudo” que uma certa nota, não será afinal mais grave que a “nota” vizinha? O musicólogo pode ter tendência para extrapolar e calcular a diferença (entre o som que ouve e uma nota duma escala temperada) ora como uma “anomalia melódico-harmónica” (se aquela nota “não faz parte da escala”) ora como uma “simples” desafinação.

Em todos os casos, somos obrigados a re-conhecer que uma boa parte do encanto próprio do Cante (como de tantas polifo-nias populares) provém destas “anoma-lias”, que lhes dão sabor e carácter. São estas as características que tornam, como dizia F. Lopes-Graça, qualquer tentativa de transcrição (em pautas) do Cante num “verdadeiro quebra-cabeças”. Não foi por défice técnico que alguém como Lopes-Graça deu assim a mão à palmatória: pelo contrário, a sua sabedoria descobriu os limites da tentativa de reduzir o Cante a

partituras regulares, onde outros pensa-vam que era fácil e se fazia sem grandes problemas.

A adição de instrumentos tem quase sempre por consequências: regularizar o “tempo” (duração de cada tempo) e ajustá-lo a um “compasso” fixo (suprimindo ou alterando pausas, tempo rubato, sons can-tados “ad libitum” – prolongados quanto o cantor quiser, etc.); simplificar os frase-ados; marcar ritmos regulares, ao colocar as acentuações (tempos do compasso) de modo fixo e por fim acelerar o tempo.

Assim, uma moda que pode evocar vagamente uma métrica ternária, pode tornar-se na mais vulgar das valsinhas. Estes inconvenientes, que equivalem à “normalização” e à banalização do Cante acontecem de modo ainda mais danoso quando os instrumentistas têm um nível técnico rudimentar, ou rotineiro (que é o mais frequente), sem compreensão da complexidade do modelo sobre o qual intervêm: eles pensam fazer “a mesma coisa” que os cantadores, sem se darem sequer conta do efeito produzido.

Justamente, é aqui que reside a reso-lução do dilema (vozes / instrumentos): para atingir, ao tocar um qualquer ins-trumento, o grau de conhecimento do canto tradicional que seja próximo ou comparável ao dos cantadores do Cante, o instrumentista tem que possuir um ní-vel musical técnico e teórico do mais alto nível: ora esse tipo de instrumentistas consagra-se a há muito a Bach, Mozart, Beethoven, e não ao Cante.

O mesmo acontece, infelizmente, com a composição: os compositores contempo-râneos, aqueles que não pensam a com-posição musical como um fazer “à manei-ra de” (de Chopin a Boulez, etc.), ou como o cálculo de algoritmos, não “trabalham” os materiais específicos desta grande arte do Cante, porque não os pensam nem os amam.

Ora, nenhuma razão intrínseca impede que grandes instrumentistas e composi-tores juntem as suas vozes às vozes anti-gas dos cantadores alentejanos: e só eles poderiam fazê-lo sem destruir a sua com-plexa beleza.

1. Agradeço ao meu colega e amigo, o Pro-fessor Amílcar Vasques-Dias, compositor e pianista, a leitura prévia deste texto e as observações que teve a amabilidade de formular, que muito melhoram a exacti-dão do que aqui é expresso.2. Projecto “Dinâmicas do “cante” na cul-tura popular alentejana”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) - FCOMP-01-0124-FEDER-007036. No âmbito do CIDEHUS-UÉ – Centro In-terdisciplinar de História, Culturas e So-ciedades da Universidade de Évora. 3. “O ritmo musical, que é a ordem e pro-porção no tempo, tem por meio expressi-vo a agógica. A agógica modifica o ritmo quanto ao seu movimento: precipita-o, acelera-o ou atrasa-o, ou interrompe-o mesmo”. Tomás Borba, Fernando Lopes Graça, Dicionário de Música, Edições Cos-mos, Lisboa, 1962

o “Canto de companhia”, na expressão de B. Lortat-Jacob.

“Para ti, Campeão!”, da Chiado Edito-ra, é o recente trabalho da jornalista Ana Maltez, que se estreia na escrita literária com um testemunho real sobre o dia-a-dia de luta contra a doença do namorado, Rafael Duarte.

Com o apoio institucional da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), o livro tem como objetivo ajudar e apoiar famílias e doentes com cancro, dando uma mensagem positiva e humana sobre a patologia, os cuidados de saúde e o papel do amor e da união como terapia.

Com prefácio de Bento Rodrigues e contracapa de Rodrigo Guedes de Carvalho, o livro estará a venda a partir de 7 de Janeiro, dia do lan-çamento, em várias livrarias dos concelhos de Lisboa, Porto, Setúbal e Évora, mas o objetivo é que seja distribuído a nível nacional.

De salientar que os direitos de autor revertem para o departamento de Medicina/Neurologia do IPO de Lisboa, local onde Rafael foi assisti-do durante a doença.

“Guardo todas as recordações na memória e no coração. E sei que elas ficarão para sempre. Porque eu tive a sorte de te encontrar, de dividir contigo parte da minha vida. E quem tem a sorte de ter ao lado um coração de ouro como eu tive, tem tudo”, refere no livro Ana Maltez, para quem Rafael é um exemplo de coragem e força.

Ricardo da Luz, Presidente da SPO e autor da introdução do livro refere que “A Sociedade Portuguesa de Oncologia tem como finalidades genéricas o estudo e a investigação no âmbito da Oncologia, em todas as suas facetas”.

“De forma intrínseca, esta preocu-pação tem sempre viva a qualidade em Oncologia da qual faz parte a prestação dos melhores cuidados ao doente oncológico e à sua família, não só no que respeita ao tratamen-to, mas também no que se refere ao acompanhamento dos familiares.”

Numa “conversa” com o namora-do, Ana Maltez recorda o percurso que juntos fizeram e reafirma a importância do amor e da dedicação na luta contra o cancro.

O livro reúne, ainda, testemunhos de familiares, amigos e profissionais de saúde do Hospital Egas Moniz e IPO de Lisboa, que quiseram home-nagear Rafael, evidenciando a sua força em 10 anos de doença.

Ana Maltez iniciou o percurso pro-fissional em 2007 como estagiária na SIC/SIC Notícias, onde se mantém atualmente em funções.

Luta decampeão

Livro

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14 12 Janeiro ‘12 Anuncie no seu jornal REGISTOtodos os anuncios classificados de venda, compra, trespasse, arrendamento ou emprego, serão publicados gratuitamente nesta página

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Carta Dominante: 10 de Paus, que signi-fica Sucessos Temporários, Ilusão.amor: Avizinham-se momentos muito fe-lizes com o seu par. Não espere que o amor vá ter consigo, dê o primeiro passo.saúde: Proteja-se do frio e da chuva. Dinheiro: Tenha cuidado com a forma como trata os seus subordinados ou os seus colegas. Lembre-se que eles mere-cem todo o seu respeito.

Carta Dominante: 8 de Paus, que signi-fica Rapidez.amor: É possível que conheça uma pessoa que, em pouco tempo, conquistará o seu coração de forma arrebatadora.saúde: Consulte o seu médico e faça um check-up geral à sua saúde.Dinheiro: Momento propício para pro-ceder a uma mudança radical no seu panorama profissional. Não tenha medo e ouse!

Carta Dominante: 7 de Ouros, que signi-fica Trabalho.amor: Antes de acusar o seu par, pense bem e verifique se não está a ser exagera-do ou injusto para com ele.saúde: Período marcado pela instabilida-de emocional. Procure manter o equilíbrio através da prática de meditação.Dinheiro: Planeie bem o seu trabalho an-tes de iniciar um novo projecto.

Carta Dominante: Valete de Paus, que significa Amigo, Notícias Inesperadas.amor: Surpreenda o seu par e invista no poder de sedução. O seu poder de atracção está em alta.saúde: Esteja atento a todos os sinais que o seu organismo lhe envia. Dinheiro: Procure pensar mais nas neces-sidades dos outros e seja um pouco mais generoso.

Carta Dominante: 3 de Espadas, que sig-nifica Amizade, Equilíbrio.amor: Esteja consciente dos seus erros e não mantenha discussões com os seus amigos. Aprenda a perdoar.saúde: Cuidado com os acidentes domés-ticos. Tendência para pequenas queima-duras.Dinheiro: Seja mais comedido e organize um plano que lhe permita controlar o seu orçamento doméstico.

Carta Dominante: a Torre, que significa Convicções Erradas, Colapso.amor: Evite discussões com familiares, já sabe que não levam a lugar nenhum.saúde: Tendência para insónias. Beba chá de camomila antes de dormir.Dinheiro: Período favorável para colocar todos os seus projectos em prática. Apro-veite e planifique as suas actividades.

Carta Dominante: 10 de Ouros, que sig-nifica Prosperidade, Riqueza e Segurança.amor: Um relacionamento antigo pode chegar ao fim. Prepare o seu coração pois esperam-se períodos de alguma tristeza, mas eles são necessários para as alegrias que também hão-de vir.saúde: Não se prevêem grandes proble-mas neste sector.Dinheiro: É possível que receba algum dinheiro inesperado.

Carta Dominante: Rainha de Ouros, que significa Ambição, Poder.amor: Entregue-se de corpo e alma à sua relação amorosa. Não tenha receio de de-monstrar aquilo que sente.saúde: Período sem problemas ao nível da saúde.Dinheiro: Esforce-se por estar à altura das expectativas dos seus superiores hie-rárquicos. Eles exigirão o máximo de si.

Carta Dominante: Ás de Ouros, que sig-nifica Harmonia e Prosperidade.amor: Esteja atento pois pode sofrer uma desilusão com alguém da sua família. Man-tenha a serenidade em qualquer situação.saúde: Tendência para infecções oculares. Vá ao médico se não se sentir bem.Dinheiro: Faça uma análise à sua vida profissional e verifique se vale a pena manter um emprego que pode prejudicar a sua estabilidade emocional.

Carta Dominante: Ás de Espadas, que significa Sucesso.amor: Irá manifestar-se em si uma grande energia sensual. Liberte-a e viva a paixão com intensidade.saúde: Consulte o seu médico, provável falta de vitalidade. Pode tomar um suple-mento vitamínico, ajudá-lo-á a enfrentar os desafios quotidianos.Dinheiro: Resolverá os seus problemas facilmente.

Carta Dominante: A Papisa, que signifi-ca Estabilidade, Estudo e Mistério.amor: Poderá sentir-se tentado a ajudar pessoas mais carenciadas. Aproveite e dê a mão a quem precisa.saúde: Cuidado com as correntes de ar. Dinheiro: Esteja consciente das suas ca-pacidades e aposte na melhoria das suas condições de trabalho.

Carta Dominante: 10 de Espadas, que significa Dor, Depressão, Escuridão.amor: Mudanças bruscas de humor po-derão causar conflitos com familiares e/ou com a pessoa amada. Modere o comporta-mento intempestivo.saúde: Atravessa um período extrema-mente agitado. Vigie o aparelho digestivo. Faça uma dieta. Dinheiro: Pare com despesas desnecessá-rias e não planeadas.

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pInTura De maurIzIo lanzIloTTa – “lanDsCape By hearT”Exposição Temporária, intitulada Mamíferos de Àgua Doce, e a nova Sala de Experimentação Animal, estão abertos ao público no Flu-viário de Mora. A par destas duas inaugurações, foi também lançado o Catálogo do Fluviário de Mora.Patente na exposição ficará um grande terrário que acolherá um casal de Musaranhos-de-água, um pequeno e interessante mamífero que ocorre no Norte e Centro do país e que depende dos cursos de água doce para sobreviver.Foi feita em colaboração com o De-partamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universi-dade de Lisboa, com produção de conteúdos pelo Doutor Francisco Petrucci-Fonseca.

évora

CharTres en lumIÈresAté 31 de Março de 2012 | Átrio dos Paços do ConcelhoMostra fotográfica do evento “Chartres en Lumières”, realizado na cidade francesa de Chartres, geminada com Évora, e que reúne todos os anos, desde 2003, quase um milhão de pessoas para assistir à iluminação cénica multicolor dos principais monumentos da cidade, durante mais de 100 noites.No dia da inauguração terá lugar uma conferência sobre o Patrimó-nio em Chartres. Info: 266 777 000Email: [email protected] | Site: www.cm-evora.ptOrg.: Câmara Municipal de Évora | Câmara Municipal de ChartresNota: Evento integrado nas Come-morações dos 25 Anos de Évora Património Mundial

exposIçãoévora

oFICIna moVImenTo – FormaçãoSEGUNDAS E QUARTAS | Antigos Celeiros da EPACSessões de dança contemporânea orientadas por Márcio Pereira.Horário: Segundas e Quartas | 19:00-20:30Info: 968 084 562Email: [email protected] | Site: www.escritanapaisa-gem.netOrg.: Colecção B – Associação Cul-tural (estrutura financiada pela Presidência do Conselho de Minis-tros – Secretaria de Estado da Cul-tura – Direcção-Geral das Artes)Nota: Inscrições através dos con-tactos disponibilizados.

évora

Danças Do munDo para CrIançasSEGUNDAS-FEIRAS | Espaço CeleirosAulas regulares de danças do mun-do para crianças.

redondo

joel xaVIer28 de Janeiro de 2012 | 21h30 | AuditórioConsiderado um dos mais presti-giados guitarristas mundiais, Joel Xavier, tocou e gravou com Ron Carter, Tooots Thielemans, Paquito D’Rivera, Arturo Sandoval, Michel Camilo, Richard Galliano, Larry Coryell, Birele Lagrene, Tomatito, Luis Salinas, Rene Toledo, Joey de Francesco, Didier Lockwood, Ran-dy Brecker e Stanley Jordan.

músICamonsaraz

“semenTes Do unI-Verso” – aTelIê De pInTuraAté 8 de Janeiro de 2012Ateliê de pintura que Alice Alves re-aliza na Vila Mediaval de Monsaraz, trabalhando ao vivo. Alice Alves é uma pintora autodidacta que ini-ciou a sua actividade artistica há mais de uma década. Desde 2005 participou em exposições indivi-duais e colectivas em França, Ale-manha, e Portugal. Actualmente deseja desenvolver a sua arte como método de terpia para crianças com dificuldades e deficiencias. Esta Mostra Integra o Ciclo de Exposi-ções Monsaraz Museu Aberto.Horário: das 10h ás 13h e das 14h ás 18hLocal: Casa Monsaraz

redondo

manu – ao saBor Do VenTo / manuel amarelo21 de Janeiro de 2012 | 16h00 | AuditórioUm espectáculo de um palhaço contemporâneo onde a música e o gesto substituem a palavra, numa viagem que explora o universo có-mico e poético. De dentro de um tronco de uma oliveira milenar, ouvem-se os ruídos de um ama-nhecer diferente, de mais um dia alegre, puro, inocente e atabalho-ado, cheio de peripécias e surpre-sas onde reina boa disposição. Público – alvo: Publico em geralEntrada gratuitaLinha de programação de itinerân-cias – Teias

ouTros

Radar

Capitão América - O Primeiro Vingador

Sugestão de filme

Direcção: Joe JohnstonSinópse:

nascido durante a Grande Depressão, steve rogers cresceu como um garoto franzino em uma família pobre. Horrorizado por uma propaganda que mostrou a ascensão nazista na europa, o jovem é inspirado a alistar-se no exército. no entanto, por conta de sua

tratamento com um corpo mais perfeito que um ser humano pode ter. rogers então é submetido a um in-tesivo programa de treinamento físico e tático. três meses depois, ele recebe

a sua primeira missão como Capitão América. Armado com seu escudo indestrutível ele combate o mal sozinho e como o líder dos Vingadores.

saúde frágil, ele é rejeitado. Mas ao escutar os apelos honestos do rapaz, o General Chester Phil-lips oferece a rogers a oportunidade de participar da opera-ção: renascimento.Depois de semanas de testes ele recebe o soro do super-soldado e é bombardeado por “raios-vita”. emerge do

O Deus das Pequenas Coisas

Sugestão de livro

Direcção: Arundhati RoySinópse:

o Deus das Pequenas Coisas é a história de três gerações de uma família da região de Kerala, no sul da Índia, que se dispersa por todo o mundo e se reencontra na sua terra natal. Uma história feita de muitas histórias. As histórias dos gémeos estha e rahel, nascidos em 1962,

ex-mulher inglesa, Margaret, e da filha de ambos, sophie Mol. A da sua tia-avó mais nova, Baby Kochamma, resignada a adiar para a eternidade o seu amor terreno pelo padre Mul-

ligan. estas são as pequenas histórias de uma família que vive numa época contur-bada e de um país cuja essência parece eterna.

por entre notícias de uma guerra perdida. A de sua mãe Ammu, que ama de noite o homem que os filhos amam de dia, e de Velutha, o intocável deus das pequenas coisas. A da avó Mammachi, a matriarca cujo corpo guar-da cicatrizes da violência de Pappachi. A do tio Chacko, que anseia pela visita da

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SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

A Althum, o Patriarcado de Lis-boa e o Cabido da Sé de Évora voltam a trazer a público o me-lhor da música sacra portuguesa, nos Concertos de Ano Novo. Será no próximo dia 14, pelas 18h00.

Na génese deste projecto es-teve o desejo de partilhar, com um público tão alargado quant possível, através de espectáculos gratuitos, as obras sacras de com-positores portugueses escritas entre os séculos XVI e XIX, prin-cipalmente aquelas que sejam inéditas ou pouco conhecidas.

O sucesso deste projecto mede-se pela adesão que tem mereci-do: só em 2011, perto de 3 mil 0 espectadores desfrutaram da be-líssima e pouco conhecida mú-sica sacra portuguesa, irrepre-ensivelmente interpretada pela Capella Patriarchal.

O programa deste ano propõe uma reconstituição da compo-

nente musical do ofício de Mati-nas para a Festa de São Vicente, tal como se praticaria em Lisboa por volta do ano de 1770, no rei-nado de D. João V, aliando res-ponsórios escritos naquela data por Giuseppe de Porcaris e An-tónio Teixeira, com outros com-postos anteriormente por João Rodrigues Esteves. A música de todos as obras apresentadas foi conservada até aos nossos dias no Arquivo da Sé Patriarcal de Lisboa.

A acção de D. João V levou a uma profunda transformação no campo da música sacra em Lisboa e, por extensão, em todo o território português. A impor-tação de músicos italianos (cujo exemplo mais expressivo é a contratação de Domenico Scar-latti), a concessão de bolsas de estudo em Roma para jovens músicos portugueses (como foi o

caso de João Rodrigues Esteves) e a criação, em 1713, do Seminário Patriarcal, foram responsáveis por uma progressiva italianiza-ção da música sacra portuguesa.

O estilo de raiz italiana per-manecia dominante e era pa-tente não só nas obras escritas na primeira metade do século, cuja execução era recorrente, mas também nas de composito-res contratados já no reinado de D. José I, como terá sido o caso do napolitano Giuseppe de Porca-ris, que veio a exercer as funções de Mestre de Capela da Patriar-cal.

A execução musical do re-portório é da responsabilidade da Capella Patriarchal. Esta é um projecto destinado funda-mentalmente à divulgação dos tesouros da música sacra portu-guesa, apresentando frequente-mente obras inéditas.

Turismo

Alentejo em “pack”o “pack” Alentejo do Coolgift, em parce-ria com a Região de Turismo do Alentejo, recentemente lançado, possibilita conhecer esta região autêntica com cerca de 50 expe-riencias de alojamento, gastronomia e ativida-des inesquecíveis para uma ou duas pessoas por 50 euros.Descansar em pousa-das, hotéis de charme, alojamentos turísticos em espaço rural sempre com a calma caracterís-tica da região Alenteja-na, fazer uma refeição com tudo aquilo que a gastronomia alentejana tem de melhor, desde os pratos de borrego às migas ou caça, sempre acompanhados de um bom vinho alentejano, eis as algumas das sugestões.Mas, pode ainda usu-fruir de um conjunto de experiências que contrastam com a quie-tude do Alentejo, como batismos de mergulho, cursos de fotografia ou observação de aves.

Concerto de Ano Novo na Séde Évora

Música

D.R.

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O melhor da música sacra portuguesa em concerto de entrada livre

“Ascensão e Queda da Cidade de São Cifrão” é o mais recente tra-balho da companhia alentejana Teatro Fórum de Moura, que irá estar em cena no palco do Teatro Garcia de Resende, nos dias 14 de janeiro, às 21h30 e dia 15, domin-go, numa sessão à tarde, às 16h00.

A Cidade de São Cifrão é uma cidade fábula, uma cidade fun-dada por gente que se apercebe que “é mais fácil tirar o ouro de quem trabalha do que dos rios ou das montanhas”, uma cidade onde tudo é permitido ao que tem mais dinheiro. Não ter di-nheiro é o maior dos crimes.

Na Cidade de São Cifrão há combates de três em três dias com sangue e dentes partidos, na Cidade de São Cifrão há diver-timentos vários, carne de cavalo e de mulher, whisky para beber, poker para jogar, e ninguém a querer mandar. Versão e Ence-nação de Jorge Feliciano, o espe-táculo conta com a interpretação dos atores Andreia Egas, Cristina Cardoso, Jorge Feliciano, Luís Mouzinho e Vítor Alegria.

Esta digressão da companhia é promovida no âmbito do proto-colo de intercâmbio entre o Cen-drev e o Teatro Fórum de Moura.

Fábula no Garcia

Évora