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REGIÃO ACADÉMICA III UNIVERSIDADE 11 DE NOVEMBRO ISCED CADEIRA: PORTUGUÊS I DOCENTE: SEBASTIÃO GONÇALO JOAQUIM Licenciado em Psicologia Mestrando em Linguística

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REGIÃO ACADÉMICA IIIUNIVERSIDADE 11 DE NOVEMBRO

ISCED

CADEIRA:

PORTUGUÊS I DOCENTE:

SEBASTIÃO GONÇALO JOAQUIM Licenciado em Psicologia

Mestrando em Linguística

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

A partir dos seis elementos da comunicação (emissor, receptor, mensagem, canal de comunicação, código, referente), o

linguista russo Roman Jakobson elaborou as funções da linguagem correspondente, são: função informativa, emotiva,

apelativa, fática, metalinguística e poética. Função informativa: também chamada de denotativa ou

referencial, centrada no referente. A finalidade é apenas informar o receptor sobre um fato ocorrido. A linguagem é objectiva, não admitindo mais de uma interpretação. Exemplos: textos jornalísticos, teses, artigos científicos, há predominância da 3ª pessoa ou os verbos são retratados na terceira pessoa do singular, frases declarativas.

Função emotiva: também chamada de expressiva, centrada no emissor. O emissor exprime directamente suas emoções,

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opiniões, avaliações que tende a reflectir-se naquele a quem se dirige. Na função emotiva, o emissor é o produtor da

mensagem, mostra que está presente no texto. Exemplos: cartas, diários pessoais, há predominância do EU, são utilizados verbos e pronomes em 1ª pessoa, muitas vezes acompanhados de sinais de pontuações, como reticências, ponto de exclamação, bem como o uso de interjeições.

Função apelativa: também chamada de conativa, centrada no receptor. O emissor utiliza a linguagem para influenciar, persuadir, convencer o receptor no sentido da acção. Nesse caso, o emissor exterioriza seu estado psíquico. Exemplos: discurso político, ou publicitário, há predominância dos pronomes

da 2ª pessoa, os verbos são empregues no modo imperativo, frases imperativas, frases interrogativas, vocativo,

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estruturas como (é preciso, é proibido, é urgente, etc.). Função fática: centrada no canal de comunicação. Está

presente sempre que o emissor quer estabelecer a comunicação ou verificar se o contacto entre ele e o receptor se mantém. Há fórmulas que se usam com esta finalidade: fórmulas sociais de saudação, de interpelação, de agradecimento, de despedida. Exemplos: - Bom dia! - Olá, viva, alô, entende?, ok, etc.

Função metalinguística: centrada no código. A linguagem tem função metalinguística quando o uso do código tem por finalidade explicar o próprio código. Predominam em análises literárias, interpretações e críticas diversas. Os dicionários, as gramáticas, a disciplina de língua portuguesa e as obras de

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crítica literária atestam esta função. Exemplo: quer dizer, tem o significado de…

Função poética: resulta da selecção e combinação de signos, nas relações entre significante e significado que põem em

evidência o valor estético da mensagem. É elaborada de forma imprevista e inovadora. Exemplos: textos publicitários, poesia,

provérbios, músicas, etc.É importante notarmos que a linguagem sempre varia de

acordo com a situação e as funções de linguagem nunca estão isoladas num texto. Nenhum texto apresenta apenas uma

única função da linguagem. Uma função sempre predomina num texto, mas nunca é exclusiva.

O presente esquema que ora apresentamos sintetizam a relação entre as diferentes funções da linguagem e os respectivos elementos da comunicação:

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ESQUEMA

Função informativa

Função emotiva Função fática Função apelativa

Função poética

Função metalinguística

Referente

Emissor Canal de comunicação Receptor

Mensagem

Código

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VARIAÇÃO E NORMALIZAÇÃO LINGUÍSTICA

A medida que vai sendo utilizada, a língua está sujeita a variação ao longo do espaço e tempo. Varia de região a região, de grupo social (etário, profissional…), de situação ou varia através dos tempos, progressivamente ou em função do contacto com outras líguas.

VARIEDADES GEOGRÁFICASA língua portuguesa espalhada pelos vários continentes apresenta variação a nível lexical, semântico, fonético e morfossintáctico.Além da variedade entre o português europeu, o português do Brasil e as variedades africanas, verifica-se ainda diferênças típicas em certas regiões do país (Portugal), a nível de vocabulário, de significado, de pronúncia – a estas variedades regionais chamam-se dialetos. (Exemplo: em Angola – “Cabinda”, o Ibinda é um dialeto pertecente ao Kicongo).

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VARIEDADES SOCIAIS

O nível social e cultural dos falantes determina algumas variedades linguísticas chamadas Sociolectos ou dialetos sociais.O maior ou menor grau de escolaridade e o tipo de educação, a classe social, a idade, o sexo, a origem étnica de cada falante identificam o ambiente sócio-económico ou educacional e permitem estabelecer relações entre a língua e a sociedade.Actualmente, com a facilidade de meios de comunicação, há uma tendência para a unificação linguística, que atenua as variações geográficas, sociais e culturais. As gírias estão incluídas nestas variedades sociais.

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VARIEDADES SITUACIONAIS

Os falantes, ao desenvolverem a competência comunicativa, adaptam a linguagem à situação de comunicação mais ou menos formal em que se encontram ou ao tipo de discurso usado (oral, escrito).O tratamento da língua assume registos diferentes conforme os falantes se dirigem a um professor, a um colega, aos pais, a um superior hierárquico, ou a utilizam no decurso de uma exposição oral, num debate, em relações sociais, na comunicação social.

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VARIAÇÃO HISTÓRICA OU DIACRÓNICA

Com o decorrer do tempo a língua sofre alterações progressivas a nível fonético, e fonológico, morfossintáctico, semântico e lexical, significa dizer que as mudanças diacrónicas podem ocorrer no som ou pronúncua; na flexão e na derivação; nos padrões de estruturação da frase; ao nível dos significados; pela introdução de novas palavras (neologismos e estrangeirismos).Diacronia é a descrição de uma língua ao longo da sua história, com as mudanças que sofreu. Estuda as relações entre termos que se substituem, por sucessão ao longo do tempo. A diacronia refere-se, portanto, a evolução da língua. Sincronia é o estudo das relações entre termos coexistentes de um estado de língua. Estudo da língua num dado momento de sua história. Segundo FERDINAND SAUSSURE é sincrónico tudo quanto se relacione com o aspecto estático da nossa ciência, é diacrónico tudo que diz respeito as evoluções.

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DIACRONIA E SINCRONIA

Desenvolvimiento Histórico

DIACRONIAEtapa precisa da SINCRONIA

A

Foco de Estudo

B

D

C

Exemplo:

madre; luce

Exemplo:

mãe; luz

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VARIAÇÃO E NORMALIZAÇÃO LINGUÍSTICA

Variedades geográficas

Variedades sociais

Variedades situacionaisVariação histórica

Português antigo (idade média entre o séc. XII e o séc. XV; séc. VI e VII – no noroeste da Península Ibérica : galego – português)

Português clássico (séc. XVI e

XVIII)Português contemporâneo (séc. XIX até ao

presente)

Normalização lingüística e língua padrão

Variedades do português

Variedade europeuVariedade brasileiraVariedades africanas

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VARIEDADES DO PORTUGUÊS

Ao longo da história de Portugal, em termos de expansão e de colonização, a população de língua portuguesa entrou em contacto com falantes de outras línguas, na África, na América, na Ásia, de que resultaram diferentes variedades do português: variedade europeia, variedades africanas e variedade brasileira.O português de Angola e o de Moçambique, devido ao contacto com outras línguas de África, sofreu influências diferentes das do português europeu a nível fonético, morfossintáctico e a nível do vocabulário. Por exemplo: no português europeu, o plural surge em todos elementos (as nossas provisões); no português angolano o plural surge apenas no nome e adjectivo ou determinante (a nossas provisões).

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Utilização e colocação de formas de pronome pessoal:

PORTUGUÊS EUROPEU PORTUGUÊS ANGOLANOentregou-lhe lhe entregouestragar-se estragaro que disse ele o que ele dissedesmobilizaram-no lhe desmobilizarameu não a vi hoje eu não vi ela hoje

Vocabuláriopasta fermentada de mandioca xikuanga

aldeia kimbo

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TEXTOO pássaro cantava, rematava dois assobios seguidos, de

cambular, as pequenas, mas sempre com os olhos amarelos bem no mulato, para esquivar as pedrinhas ele estava lhe arrumar. E até refilava com aquela voz de garganta que todos papagaios têm nesses casos. Só que acrescentava, punha mais insultos de quimbundo, até avó e avó ele sabia xingar.

Assim distraído, arrumando-lhe as pedrinhas, Garrido nem deu conta a Inácia já estava lá na porta, a gozar a luta. De propósito, ela chamou-lhe:

- Kam’tuta!Pronto! João larou, sacudindo e abrindo as asas a bater nas

folhas de mandioca, parecia era acompanhamento de conjunto de farra, esticou pescoço dele, quase pelado, tão velho, e desatou a gritar, misturando assobios, insultos, cantigas.

Luandinho Vieira, Luanda

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

1. Quais são os três posicionamento dos pronomes pessoais átonos? Dê exemplos.

2. Analise e diga a variedade do português europeu e angolano que há no texto. (vocabulário, supressão ou acrescentamento de palavras,

utilização e colocação do pronome pessoal e regência de preposições)

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EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS ÁTONOS

Os pronomes átonos de primeira, segunda e terceira pessoas (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes) podem ocorrer em:a) Posição proclítica (antes da forma verbal):

Não te censuro por isso.O Pedro nunca me telefonou.

b) Posição enclítica (depois da forma verbal): Dá-lhe um raspanete!O Rui pediu uma água e bebeu-a.

c) Posição mesoclítica (no interior da forma verbal): Tu far-me-ás um favor?Tu dar-mo-ias se fosses rico.

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FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA NO TEXTO

Que variedade do português encontrou no texto?

Diferenças no vocabulário: Cambular = atrair, adular; xingar = injuriar; larar = defecarArrumar-lhe = atirar-lhe

Supressão ou acrescentamento de palavras:para (se) esquivar (às) pedrinhas (que) ele estava (a) lhe arrumartodos (os) papagaiosnem deu conta (que) a Ináciaesticou (o) pescoçoparecia (que) era acompanhamento ou parecia (era) acompanhamento

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Emprego pronominal diferente:ela chamou-lhe (ela chamou-o)

Regência de preposições diferentes:estava lá na porta (estava lá à porta)

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CONTRACÇÃO COM TOPÓNIMOS

Topónimos são palavras que designam nomes de lugares. Por exemplo: Angola, Huambo, Cabinda, Lisboa, Brasil, Shopping, etc.Como saber se antes do topónimo há ou não contracção?Tratando-se de um topónimo masculino é fácil. Geralmente são usados com os verbos de movimento.Exemplo: Vou ao Brasil.; Sempre vais ao Lubango?Há, porém, topónimos que se usam sem artigo. (Angola, Portugal, Moçambique, etc.) Portanto nesses casos, não há contracção.Em caso de dúvida, usa-se um verbo que tenha como regência a preposição “de”. Assim, é fácil verificar que não há contracção.Exemplo:Venho de Angola. Então Vou a Angola. Não há contracçãoVenho da Namíbia. Então Vou à Namíbia. Há contracçãoVoltei da Austrália. Então Regresso à Austrália. Há contracçãoVenho do Shopping Então Vamos ao Shopping. Há contracção

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NORMALIZAÇÃO LINGUÍSTICA E NÍVEIS DE LINGUAGEM

Apesar de todas as variedades existentes no português europeu, brasileiro e africano, há uma unidade – a língua padrão.Quais são os níveis de linguagem?Linguagem popular ou coloquial (Comum):É usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase rebelde à norma gramatical, carregada de vícios de linguagem (erros de pronúncia, grafia e flexão. Está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas, programas de TV, novelas. Ex: Vamos ao shopping assistir a um filme.

Tô preocupadoLinguagem padrão ou culta:Ensinada na escola, usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais usada na linguagem escrita e literária. Usada nos

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documentos oficiais. Considerada como língua cuidada. Está presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, noticiários de TV.Ex: Estou preocupado.

Vamos ao shopping assistir um filme.Linguagem regional: São variações geográficas do uso da língua padrão, quanto às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista fonológico.Linguagem literária: Instrumento usado pelos escritores. Cometem infracções gramaticais diferentes de erros cometidos por leigos.Linguagem técnico-científica: Utilizada por aqueles que estão ligados a uma actividade profissional ou cultural (médicos, marinheiros, operários

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especializados, advogados, desportistas, artistas, etc.). É uma linguagem caracterizada por uma terminologia própria, precisa e exacta.Linguagem vulgar:Está ligada aos grupos extremamente incultos, aos analfabetos, aos que têm pouca ou nenhum contacto com centros civilizados. Na linguagem vulgar multiplicam-se estruturas com “nois vai, ele fica”; “eu di um beijo nela”; “vamo i no mercado”.Gíria:A gíria não é a linguagem popular como pensam alguns, mas apenas um estilo que se integra à língua popular. A gíria relaciona-se ao cotidiano, de certos grupos sociais que vivem à margem das classes dominantes: os estudantes, esportistas, ladrões, a usam como arma de defesa contra as classes dominantes.

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Calão:No sentido mais geral do termo, diz respeito a linguagem baixa, grosseira, na qual se incluem os chamados “palavrões”.

A língua é uma entidade dinâmica em constante mudança e evolução. Assim sendo, há palavras que vão caindo em desuso, outras que vão sendo introduzidas por aparecimento de novos conceitos ou objectos e outras ainda que se formam a partir de algumas já existentes.Arcaísmos: são palavras que desaparecem da língua por não se fazer uso delas. Ex: asinha = depressa; soer = costumar; samica = talvezNeologismos: são palavras novas que foram criadas pela necessidade de designar conceitos ligados ao domínio científico,

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artístico, técnico, industrial. Ex: parabólica; audiovisual; digitar; multimédia.Estrangeirismos: são palavras pertencentes a línguas estrangeiras, mas que vão dando entrada na língua portuguesa. Ex: meeting = encontro, reunião; dancing = casa de música.

As relações extra-europeias que os portugueses estabeleceram com os povos de África, Ásia e América (Brasil) abriram a nossa língua a múltiplas influências, sobretudo no domínio vocabular. Eis alguns exemplos de vocábulos importados, que todos usamos sem nos darmos conta de que se trata de estrangeirismos:

Africanos: banza, bantu, cacimba, calumba, caçula, macaco, sanzala, soba...

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Asiáticos: bengala, canja, chá, chaleira, chalé, chita, leque, pires...

Brasileiros: abacaxi, catinga, chácara, cochilar, jacaré, mandioca, moleque, xingar... (alguns dos vocábulos que nos vieram do Brasil são de origem africana, foram levados pelos escravos negros, o que sucedeu, por exemplo, com os vocábulos cochilar e xingar).

Espanhóis: abanico, bandarilha, mantilha, sanidade...

Franceses: apartamento, biberão, bicicleta, bâton, boutique, carrossel, chapéu, chantagem, cheque, detalhe, elite, etapa, filete, garagem, helicóptero, morgue...

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Italianos: bandido, bússola, bravo, cantina, concerto, conservatório, piano, serenata, solo...

Ingleses: bar, biquini, chuto, clipe, clube, filme, futebol, golo, jipe, ringue... (além destes e outros, que já assumiram a grafia aproximadamente portuguesa, temos outros que ainda conservam a grafia inglesa: bacon, dancing, meeting...).

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

1. Indique em cada frase o nível de linguagem:a)Ninguém deixou ele falar;b)Eu te amo, sim, mas não abuse;c)Ninguém o deixou falar;d)Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo;e)Deixe eu ver isso;f)Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe;g)Eu te amo, sim, mas não abuses;h)Deixe-me ver isso!i)Tá ir onde é?2. Agrupe cada uma delas de acordo com a variedade do português europeu e angolano.

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RESPOSTA DO EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

1. a) Linguagem popular/ variedade do português angolano b)Linguagem popular/ variedade do português angolano c)Linguagem padrão/ variedade do português europeu d)Linguagem popular/ variedade do português angolano e)Linguagem popular/ variedade do português angolano f)Linguagem padrão/ variedade do português europeu g)Linguagem padrão/ variedade do português europeu h)Linguagem padrão/ variedade do europeu i)Linguagem vulgar/ não tem enquadramento na variedade do português angolano.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Maria Antónia; MIGUEL, Maria Helena. Convergência. Manual Universtário de Português. BORREGANA, António Afonso. Gramática Língua Portuguesa. Texto Editores. Angola. Portugal. cabo Verde. 2003. p. 14-16, 19-21, 93-94.OLIVEIRA, Luísa & SARDINHA, Leonor. Gramática Pedagógica da Língua Portuguesa. Plátano Editora. Lisboa. 2006. p. 16-18, 23.

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ESTUDO DO VERBO, CLASSIFICAÇÃO E SUA FLEXÃO

 O que é o verbo e como identificá-lo?A palavra verbo provêm do vocabulário latino verbum, que significa palavra. Esta é uma boa razão para considerarmos o verbo como a palavra por excelência ou o ponto crucial numa frase.O verbo exprime a acção, as qualidades ou os estados, situando-os no tempo. É o elemento fundamental do grupo verbal, é a classe de palavras mais flexível, mais variável da língua, pode variar em número, pessoa, tempo, modo, voz e aspecto. Podemos identificar o verbo tendo em conta as três dimensões seguintes:a) formal (Morfologia)b) funcional (Sintaxe)c) Significativo (Semântica)

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 O infinitivo impessoal do verbo é constituído pelo radical + vogal temática + desinência do infinitivo: am + a + r

radical v. temática desinência do infinitivo Se retirarmos ao infinitivo a última letra “r” (desinência do infinitivo), fica-nos a vogal temática ( -a, -e, -i). É ela que indica a conjugação a que o verbo pertence:1ª conjugação (vogal temática “a”): amar, começar…2ª conjugação (vogal temática “e”): ver, valer…3ª conjugação (vogal temática “i”): rir, sair…O verbo pôr e os seus derivados pertencem a segunda conjugação.

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Continuação:

Pôr (depor, compor, transpor, supor, propor, opor, impor, dispor).O tema é constituído pelo radical + vogal temática:

am + a = ama

radical v. temática tema

Ao tema podem juntar-se os morfemas (são as menores unidades significativas que formam as palavras e dão sentido a elas: desinências nominais, desinências verbais e vogais temáticas) de tempo-modo e pessoa-número:

ama + va + mos

tema tempo-modo pessoa-número pret. imperf - ind. 1ª - plural

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CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

Os verbos quanto a conjugação, classificam-se em:a) Verbos regulares: são os que não sofrem alteração em seu radical e cujas desinências são as mesmas do verbo paradigma ou modelo de sua conjugação. Exemplos: mud-ar; vend-er; part-ir.b) Verbos irregulares: são os que sofrem modificações em seu radical ou em suas desinências, afastando-se assim do modelo a que pertencem. Exemplos: faz-er (faço, faz); traz-er (trago, traz); pod-er (posso); ouv-ir (ouço). c) Verbos anômalos: são aqueles que têm radicais de verbos diferentes, não se enquadrando em nenhuma classificação. São eles. ir e ser.d) Verbos defectivos: são os que não possuem todas as formas ou não se conjugam integralmente . Temos os defectivos pessoais,

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impessoais e unipessoais. Os defectivos pessoais são os que só se usam em alguns tempos ou pessoas, para evitar sons desagradáveis ao ouvido ou simplesmente porque caíram em desuso. Exemplos: reaver, colorir, soer, banir, etc.Defectivos impessoais são os que só se usam na 3ª pessoa do singular e não têm sujeito. Estão neste caso os verbos que indicam estados atmosféricos, como: chover, nevar, amanhecer, trovejar, etc., ainda o verbo haver quando empregado impessoalmente, com o sentido de “existir”.Defectivos unipessoais são os que exprimem vozes de animais e que, portanto, costumam usar-se apenas nas 3ª pessoas do singular e plural. Exemplo. mia, miam; miou, miaram; ladra, ladram. e) Verbos abundantes: são os que possuem mais de uma forma,

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Continuação:

geralmente de particípio. Exemplos: haveis e heis, havemos e hemos; aceitado e aceito; morrido e morto; imprimido e impresso.O particípio regular emprega-se, em geral, com o verbo ter, e o irregular, com o verbo ser: tenho aceitado, tenho soltado, tenho elegido, tenho tingido e foi aceito, foi entregue, foi salvo, foi expulso, foi suspenso, foi aceso. Os principais verbos auxiliares são: ter, haver, ser e estar. Servem para formação de tempos compostos ou locuções verbais.

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FLEXÃO VERBAL

O verbo apresenta variações de modo, tempo, número, pessoa, voz e de aspecto (perfectivo e imperfectivo). NúmeroO verbo possui dois números: singular e plural.Singular: fui, foste, foi Plural: fomos, fostes, foramPessoaO verbo tem três pessoas gramaticais:

1ª pessoa: a que fala - fui, fomos2ª pessoa: a quem se fala - foste, fostes3ª pessoa: de quem se fala - foi, foram

VozVozes são as formas pelas quais os verbos se apresentam para indicar a relação entre eles e o seu sujeito. As vozes dos verbos são três: activa, passiva e reflexiva.

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Continuação:

É activa quando o sujeito exerce a acção verbal: “Os alunos destruíram os cadernos”.

Passiva: quando o sujeito recebe ou sofre a acção verbal. A voz passiva pode ser expressa de dois modos:a) Com os verbos ser, estar, ficar e alguns outros, mais o particípio do verbo que se deseja empregar: “Os cadernos foram destruídos pelos alunos”.VOZ ACTIVA: SUJEITO + PREDICADO ACTIVO + COMPL. DIRECTO

VOZ PASSIVA: SUJEITO + PREDICADO PASSIVO + AGENTE DA PASSIVA

b) Com o auxílio do pronome se e a 3ª pessoa (singular e plural) do verbo principal , em concordância com o sujeito: ”Daqui ouve-se a música”. “Não se vêem nuvens no céu”.

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Continuação:

Reflexiva: quando o sujeito exerce e ao mesmo tempo recebe a acção verbal:”O menino feriu-se”. A reflexibilidade pode ser mútua ou recíproca: “Os colegas abraçaram-se”.

Aspecto VerbalExprime o ponto de vista sob o qual o locutor vê o realizar da acção expressa pelo verbo. Exprime a maneira como uma situação é perspectivada, apresentando-a como um todo completo ou em desenvolvimento, ou ainda acentuando o início, o desenrolar ou o fim de uma acção. Divide-se em aspecto perfectivo e imperfectivo.

Aspecto perfectivo (acção acabada): exprime uma acção dada como concluída. A forma verbal emprega-se no pretérito perfeito do tempo simples e no presente do indicativo.Exemplo: Ganhei um amigo certo.

Já não te considero amigo.

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Continuação:

No aspecto perfectivo podemos distinguir:Perfectivo pontual ou momentâneo. Exemplo: A bomba rebentou. Apagaram-se as luzes.

Perfectivo resultativo. Exemplo: Tenho o trabalho feito. O livro está escrito.

Perfectivo cessativo. Exemplo: Deixou de estudar. Acabou de discursar.

Aspecto imperfectivo (acção inacabada): a acção é vista pelo locutor no decorrer da sua realização como inacabada ou durativa. A forma verbal emprega-se no pretérito perfeito do tempo composto e no pretérito imperfeito do indicativo.Exemplo: O pintor pintava um quadro.

Tem trabalhado muito.

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Continuação:

No aspecto imperfectivo podemos distinguir:Imperfectivo incoativo. Indica o começo da acção. Exemplo: O rapaz adormeceu. A rapariga começou a cantar. A paisagem amarelecia.

Imperfectivo cursivo. Indica desenvolvimento da acção. Exemplo: O estudante estava a trabalhar. O estudante estava trabalhando.

Imperfectivo progressivo. Exemplo: O filho crescia enquanto a mãe envelhecia.

Imperfectivo iterativo. Identifica uma acção que se repete. Exemplo: O pardal saltitava. O relógio tiquetaqueava.

Imperfectivo frequentativo. Exemplo. Tomo dois cafés por dia. Vou frequentemente a Luanda.

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TEXTO

A primavera chega sempre anunciada por um tempo mais quente; as árvores começam a florir e os pássaros saltitam de ramo a ramo.

O Rui abriu a janela e estava a apreciar o jardim quando reparou uma árvore onde todos os anos tem visto um ninho. Lá estava ele!

Amanhecia. O sol subia já no horizonte. Decidiu que ia passear.

O que traduzem as palavras destacadas no texto acima?Traduzem a perspectiva relativamente à situação expressa pelo verbo que pode ser apresentada como estando em desenvolvimento, no seu início, duração ou conclusão de uma acção.

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FORMAS DE EXPRESSÃO DO ASPECTO VERBAL

O valor aspectual pode ser expresso por diferentes processos:a) Pelo significado de certos verbos (saltitar, amanhecer) que marcam a repetição da acção (sufixo - itar) ou o início e o desenvolvimento de uma situação (sufixo - ecer) ;

b) Pelos tempos verbais: presente do indicativo – (chega) que assinala uma acção habitual; pretérito imperfeito – (subia) indica que a acção se prolonga; pretérito perfeito simples – (abriu) que acentua uma acção pontual e já concluída. pretérito perfeito composto – (tem visto) que sugere a continuidade e a repetição.

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Continuação:

c) Pela conjugação perifrástica com verbo auxiliar aspectual – (começam a florir, estava a apreciar).

MODOSão as diferentes formas que o verbo assume para indicar a atitude da pessoa que fala em relação ao fato que anuncia.São três os modos do verbo: indicativo, conjuntivo e imperativo. As formas nominais do verbo são: infinitivo, gerúndio e particípio.

Nota: muitos gramáticos consideram que existem três modos verbais. Esta é a classificação mais adequada. Alguns consideram ainda o infinitivo e o condicional como um modo. No entanto, o infinitivo é uma forma nominal do verbo. O condicional é considerado como sendo o futuro do pretérito.

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Continuação:

INDICATIVO: enuncia um fato de modo real, positivo. Exemplos: passeio, trabalhei, estudarei.

CONJUNTIVO: enuncia um fato como possível ou duvidoso. Exemplos: Desejo que estudes. Aguardo que me telefones.

IMPERATIVO: exprime ordem, suplica, exortação, pedido ou convite. Exemplos: Estuda, meu filho. Traga-me um livro.

FORMAS NOMINAIS DO VERBOAs formas nominais do verbo são: gerúndio, infinitivo e particípio.

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Continuação:

GerúndioGeralmente funciona como advérbio. É frequentemente utilizado na conjugação perifrástica. Apresenta uma forma simples e uma forma composta.Exemplos: Cantando o hino, todos se levantam. Tendo lido o livro, fechei a luz.

Nota: a perifrástica é formada pelos diferentes tempos de um verbo auxiliar (andar, começar, continuar, estar, haver, ir, ter, vir…) e o infinitivo ou o gerúndio do verbo principal. Na conjugação perifrástica, o verbo principal pode estar em tempos composto. Por outro lado, o auxiliar pode estar numa forma perifrástica:Exemplos: Devo falar. Estavam brincando. Tinha de fazer.Deve ter trabalhado. (tempo composto)Podia estar ventando. (forma perifrástica)

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Continuação:

InfinitivoEnuncia um fato de modo vago ou indefinido e corresponde, geralmente a um substantivo. O infinitivo pode ser:

Impessoal: quando não tem sujeito próprio. Exprime uma acção encarada de um modo geral, abstrato, não flexiona-se porque não se refere a nenhuma pessoa gramatical. Pode ser usado com o sentido de imperativo. Usa-se na conjugação perifrástica. Além da forma simples, o infinitivo possui uma forma composta que exprime a acção concluída.Exemplos: Orar e trabalhar são duas grandes coisas. (como substantivo)Baixar! Levantar! (sentido de imperativo)Ter trabalhado dá-nos satisfação. (conjugação perifrástica – forma composta)

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Continuação:

Pessoal: tem sujeito e apresenta flexão em todas as pessoas quer do singular quer do plural, possui uma forma simples e uma forma composta. Pode ser flexionado ou não.Exemplos:A polícia deu sinal para os peões se afastarem da pista.É estranho não teres percebido o texto.Os turistas subiram ao monte para apreciar a paisagem.Os turistas subiram ao monte para apreciarem a paisagem.

Particípio passadoQuando não forma conjugação composta, funciona como adjectivo. Exemplos:Lição decorada.Fábrica inaugurada.

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Continuação:

TEMPOÉ a variação flexional do verbo para indicar as épocas em que se realiza uma acção, um fato ou um fenómeno.Temos tempo simples e tempo composto. Vemos os seguintes esquemas:

Presente: exprime o fato que se passa no momento em que se fala.

Ex: eu vou

Imperfeito: exprime um fato passado simultaneamente com

MODO Pretérito outro passado não concluído. Ex: eu iaINDICATIVO perfeito: exprime o fato completamente passado e realizado.

Ex: eu fui Mais-que-perfeito: exprime o fato anterior, já

realizado antes do outro passado. Ex: eu

fora

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Continuação:

Presente: exprime um fato passado que se realizará poste- MODO Futuro riormente ao momento em que se fala. Ex: eu irei INDICATIVOdo pretérito (antigo condicional): exprime o fato futuro enunciado no passado. Ex: eu iria

Presente: que eu vá MODO

CONJUNTIVO Pretérito imperfeito: se eu fosse

Futuro: quando eu for

Afirmativo: - , vai tuMODO Presente

IMPERATIVO Negativo: -, não vás tu

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Continuação:

Impessoal: não flexiona-se porque não se refere a nenhuma

FORMAS Infinitivo pessoa gramatical. NOMINAIS pessoal: para ir eu

Gerúndio: indo

Particípio passado: ido

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QUADRO SÍNTESE – TEMPO SIMPLES

INDICATIV

OCONJUNTIV

OIMPERATI

VOEXEMPLOS

Presente Sim Sim Sim caibo; caiba; cabe

Pretérito

Imperfeito Sim Sim cabia, coubesse

Perfeito Sim coube

Mais-que-perfeito

Sim coubera

Futurodo

Presente Sim Futuro

caberei

Pretérito Sim caberia

Formas Nominais

InfinitivoImpessoal Não se flexiona caber

Pessoal Flexiona-se... caber

Gerúndio cabendo

Particípio cabido

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QUADRO SÍNTESE – TEMPO COMPOSTO

Nota: o quadro apresenta-nos a existência dos tempos compostos apenas nos dois modos, bem como no infinitivo impessoal , pessoal e no gerúndio. Temos a realçar que o pretérito perfeito e o mais-que-perfeito do conjuntivo só existe no tempo composto. No conjuntivo temos apenas o “futuro”.(Sim-A)

INDICATIVO

CONJUNTIVO

IMPERATIVO

EXEMPLOS

Presente

Imperfeito

PretéritoPerfeito Sim Sim tenho cabido,

tenha cabido

Mais-que-perfeito Sim Sim tinha cabido, tivesse cabido

Futurodo

Presente

PretéritoSim Sim (A)

terei cabido, teria cabido, tiver cabido

InfinitivoImpessoal

ter cabido

Formas Nominais

Pessoal ter cabido

Gerúndio tendo cabido

Particípio

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEREDO, M. Olga et al. Da comunicação à expressão. Gramática Prática de português. 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário. Raiz Editora. Lisboa. 2012. p.225-9.BORREGANA, António Afonso. Gramática Língua Portuguesa. Texto Editores. Angola. Portugal. cabo Verde. 2003. p. 175-9.LUFT, Celso Pedro. Gramática Resumida. Editora Globo. São Paulo. 2003. p. 113-5.OLIVEIRA, Luísa & SARDINHA, Leonor. Gramática Pedagógica da Língua Portuguesa. Plátano Editora. Lisboa. 2006. p. 74-80.RUESCAS, Jesus. Português Prático. Ensino Fundamental – Ensino Médio. Vestibular – Faculdade. Sivadi Editorial. São Paulo. 1988. p. 63-7.

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CONJUGAÇÃO PRONOMINAL

Verbo conjugado com os pronomes pessoais átonos o, a, os, as:a)Se o verbo termina por vogal oral não ocorre alteração alguma.

b) Se o verbo termina em r, s ou z essas letras desaparecem e os pronomes tomam a forma de lo, la, los, las.

c) Se a forma verbal terminar em m ou ditongo nasal (ão, õe), o pronome toma a forma átona no, na, nos, nas.

Exemplo: lavei-o, lavaste-o, lavou-o, lavamo-lo, lavaste-lo, lavaram-no

Nota: Diz-se conjugação com pronome enclítico e mesoclítico.

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Continuação:

No futuro do presente e pretérito, os pronomes o, a, os, as, apresentam as formas lo, la, los, las, e encaixam-se no interior da forma verbal. Coloca-se entre o radical e as terminações. A letra “r” do radical cai. Exemplo: Eu levaria a bicicleta para a escola. Eu levá-la-ia para a escola.Ele entregará a encomenda. Ele entregá-la-á.Eles pedirão a prenda à mãe. Eles pedi-la-ão à mãe.

Se a forma verbal estiver no modo conjuntivo (presente, pretérito imperfeito e futuro), ou se a frase estiver na negativa ou introduzida por que ou se, os pronomes pessoais colocam-se antes do verbo.Exemplo: Ele não levou o livro para casa. Ele não o levou para a escola.Ela disse que comprou a tal casa. Ela disse que a comprou.

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CONJUGAÇÃO PRONOMINAL REFLEXA

Verbo conjugado com os pronomes pessoais me, te, se, lhe, nos, vos, lhes, se. O pronome nos na primeira pessoal do plural provoca a queda do s final dos verbos, mas isto não acontece no futuro do presente e do pretérito no modo indicativo. Verbos seguidos de me, te, se, lhe, vos, lhes, se, não ocorre alteração no verbo. Exemplo: fico-me, ficas-te, fica-se, ficamo-nos, ficais-vos, ficam-seFicar-me-ei, ficar-te-ás, ficar-se-á, ficar-nos-emos, ficar-vos-eis, ficar-se-ãome ficasse, te ficasses, se ficasse, nos ficássemos, vos ficásseis, se ficassemEle dar-lhe-ia um carro se estudasse.

Nota: No modo conjuntivo (presente, pretérito imperfeito e futuro), os pronomes pessoais me, te, se, nos, vos, se posicionam-se antes da forma verbal. No futuro do presente e do pretérito no modo indicativo, os pronomes pessoais acima referido coloca-se entre o radical e as terminações. A letra “r” do radical não cai.

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Continuação:

Uma das condições para que possamos estar perante uma conjugação reflexa ou pronominal é a exigência de sujeito e pronome estarem na mesma pessoa.Ex: Eu lavo-me me: pronome reflexo, o sujeito pratica e sofre a acção.

Eu lavo-te te: pronome pessoal, complemento direto.

Eu lavo-te a roupa te: pronome pessoal complemento indireto.

Deu-nos: nos: pronome pessoal, complemento indireto (deu alguma coisa a nós).Convidou-me me: pronome pessoal, complemento direto.

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Continuação:

Vou ver o Luís. Vou vê-lo.

Tu contas histórias. Tu contá-las.

Ele faz os trabalhos de casa. Ele fá-los.

Os alunos viram o filme. Os alunos viram-no.

O João põe o livro na estante. O João põe-no na estante.

Casos especiais: sempre que a frase se encontrem em contacto duas formas de pronome pessoal, complemento direto e indireto, elas contraem-se formando uma só palavra.Ex: Já li o livro. Posso emprestar-te.Já li o livro. Posso emprestar-to. (te+o)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEREDO, M. Olga et al. Da comunicação à

expressão. Gramática Prática de português. 3º

Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário. Raiz Editora.

Lisboa. 2012. p.241.

BORREGANA, António Afonso. Gramática Língua

Portuguesa. Texto Editores. Angola. Portugal. cabo

Verde. 2003. p. 180.

MAIA, João Domingues. Gramática Teoria e

Exercícios. Editora Ática. 13º edição. São Paulo. 2001.

p. 274.

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PRONOMES De acordo com etimologia latina (pronomen), o pronome é uma palavra que permite retomar outra palavra ou expressão (normalmente um nome) anteriormente referida no discurso. Os pronomes são palavras que substituem nomes já introduzidas na frase, evitando a sua repetição.Ex: A Francisca e o Bruno já saíram da escola. Onde estão eles agora? De todas as opções possíveis escolhi esta. Alguém me espera lá fora.

O emprego dos pronomes torna a frase menos longa, pois suprime repetições. O pronome pode substituir um nome (com ou sem determinante); uma frase inteira. Ex: O Marcos comprou um presente, depois ofereceu-o à namorada. Foram ao Mercado. Disseram isso a todos.

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SUBSCLASSES DE PRONOMESDistinguem-se várias subclasses de pronomes:

BNJKKL.L--.-Ç

CLASSE SUBCLASSES

PRONOMES

Pessoaiseu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas, me, te, se, o, a, lhe, se, os, as, lhes, mim, ti, si, comigo, contigo

Demonstrativos este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, o mesmo, a mesma, as mesmas, os mesmos, o, a, os, as, tal, tais

Possessivos meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas

Indefinidos Algum, alguma, alguns, algumas, alguém, algo, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, ninguém, todo, toda, todos, todas, tudo, nada, um, uma, uns, umas, muito, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, poucas, tanto, tanta, tantos, tantas, outro, outra, outros, outras, outrem, qualquer, quaisquer.

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Continuação:

CLASSE SUBCLASSES

PRONOMES

Relativoso qual, a qual, os quais, as quais, quanto, quanta, quantos, quantas, que, quem, onde

Interrogativos quem...?qual, quais...?que...? o quê?onde?

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PRONOMES PESSOAIS Os pronomes pessoais variam em pessoa, número e género. Apresentam ainda formas diferentes conforme a função sintática que desempenham, de:

Sujeito: Elas chegaram atrasadas à aula. Tu estás muito descontraída.

Complemento direto: Levanto-me sempre muito cedo. Sentou-se junto dos companheiros.

Complemento indireto: Ofereceu-lhe uma rosa vermelha. Trouxeste-me boas notícias?

Complemento circunstancial ou agente da passiva: Estudaram comigo (com + migo) toda a tarde. Corri para eles.

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QUADRO GERAL DOS PRONOMES PESSOAIS

NOTA: Você é um pronome de tratamento pessoal. Seu uso verbal se dá na segunda pessoa, porém, conjugado como a terceira pessoa (ele). Às vezes substitui o pronome "tu”. Embora esse pronome se refira à 2ª pessoa, aquela com quem se fala, ele se comporta como pronome de 3ª pessoa. EX: Você é muito inteligente.

Nº PESSOA

SUJEITO

COMPLEMENTO DIRETO

COMPLEMENTO INDIRETO COMPLEMENTO

CIRCUNSTANCIAL

sem preposição

com preposição

Singular

2ª3ª

eu

tu

ele, ela

me

te

se, o, a

me

te

lhe

mim

ti

si, ele, ela

mim, comigo

ti, contigo

si, consigo, ele,

ela

Plural

nós

vós

eles,

elas

nos

vos

se, os, as

nos

vos

lhes

nós

vós

si, eles,

elas

nós, connosco

vós, convosco,

si, consigo, eles,

elas

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COMBINAÇÕES E CONTRACÇÕES DOS PRONOMES ÁTONOS

mo = me + o ma = me +a mos = me +os mas = me + as

to = te + o ta = te +a tos = te + os tas = te + as

lho = lhe + o lha = lhe +a lhos = lhe + os lhas = lhe + as

no-lo = nos + lo no-la = nos + la no-los = nos + los

no-las = nos + las

vo-lo = vos + lo vo-la = vos + la vo-los = vos + los

vo-las = vos + las

lho = lhes + o lha = lhes +a lhos = lhes + os lhas = lhes + as

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CONJUNÇÕES E SUAS CLASSES

Conjunções são palavras invariáveis, pode ou não possuir um sentido próprio, relaciona duas orações ou duas palavras da mesma função. Ex: Lúcio e Ana viajaram. (sentido de adição). Eu quero que ele volte. (relaciona duas orações)As conjunções classificam-se em Coordenativas e Subordinativas.As conjunções Coordenativas ligam frases ou palavras da mesma classe e com a mesma função. Ex: Queria ir ao cinema mas vou trabalhar. Ou comes ou falas.As conjunções Coordenativas são classificadas de acordo com o sentido que possuem dentro de um contexto determinado.

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CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

Nota: das conjunções coordenativas apenas mas aparece obrigatoriamente no começo da oração: porém, todavia, contudo, entretanto e no entanto pode vir no início da oração ou após um dos seus termos (palavras). As conclusivas: logo, portanto e por conseguinte variam de posição conforme o ritmo, a entoação, a harmonia da frase.

CLASSIFICAÇÃO SENTIDO EXEMPLOS

Aditivas soma e, nem, também, mas também

Adversativas oposição ou contrastemas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc.

Alternativas exclusãoou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, já ... já, seja ... seja, nem ... nem.

Conclusivas conclusãologo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, de modo que, por consequência.

Explicativas explicação ou motivo pois, porque, portanto, que, etc.

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CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

CLASSIFICAÇÃO SENTIDO OU FUNÇÃO EXEMPLOS

Integrantes (Completivas)

subordinam uma oração com valor de substantivo a outra

que, se

Causais causaporque, como, que (= porque), porquanto, visto que, uma vez que, pois, já que, pois que, dado que, por isso que, por isso mesmo que, etc.

Consecutivas consequência

que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que, etc.

Concessivas concessão

embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, por mais que, por pouco que, por menos que, apesar de que, nem que, que, etc.

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CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

NOTA: As conjunções Subordinativas introduzem orações, estabelecendo uma relação de dependência. As conjunções subordinativas podem introduzir orações subordinadas substantivas completivas ou orações subordinadas adverbiais.

CLASSIFICAÇÃO

SENTIDO OU FUNÇÃO

EXEMPLOS

Condicionais condição ou hipótesese, caso, contanto que, salvo se, sem que (= se não), desde que, a menos que, a não ser que, que, etc.

Comparativas comparação

que, quanto, de que (depois de mais, menos, maior, menor, melhor e pior), qual (depois de tal), quando (depois de tanto), como, assim como, bem como, como se, que nem.

Finais finalidade para que, a fim de que, porque (= para que), que, etc.

Temporais tempo

quando, enquanto, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, tanto que, que (= desde que).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEREDO, M. Olga et al. Da comunicação à expressão.

Gramática Prática de português. 3º Ciclo do Ensino Básico e

Ensino Secundário. Raiz Editora. Lisboa. 2002. p. 202-215.

BORREGANA, António Afonso. Gramática Língua Portuguesa:

Texto Editores. Angola. Portugal. cabo Verde. 2003. p.150-162.

MAIA, João Domingues. Gramática Teoria e Exercícios. Editora

Ática. 13º edição. São Paulo. 2001. p. 174-5.

OLIVEIRA, Luísa & SARDINHA, Leonor. Gramática Pedagógica

da Língua Portuguesa. Plátano Editora. Lisboa. 2006. p. 96-7.

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FRASE COMPLEXA – COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Vejamos as seguintes frases:O balão subiu rapidamente. Já não o vemos.Podemos associá-las de diferentes maneiras. Por exemplo:a) O balão subiu rapidamente e já não o vemos.b) Como o balão subiu rapidamente, já não o vemos.

Nos dois casos, transformamos as duas frases simples em frases complexas, cada uma delas é designada pelo termo oração.Assim, as duas orações da primeira frase complexa ou alínea a), O balão subiu rapidamente e já não o vemos, estão associadas por coordenação. Estão ligados por elemento de coordenação, por isso, são chamados orações coordenadas.

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Continuação:

A segunda frase da alínea b), Como o balão subiu rapidamente, já não o vemos, é uma frase complexa por subordinação.

A segunda oração (já não o vemos) designa-se subordinante; a oração destacada (Como o balão subiu rapidamente), que com ela está articulada e que desempenha uma função sintáctica em relação à subordinante, é uma oração subordinada.

A coordenação pode ainda existir entre orações subordinadas que desempenham a mesma função sintáctica em relação à oração subordinante.Ex: Ele disse que chegava tarde mas que trazia o material necessário.

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Continuação:

Nesta frase temos em simultâneo orações coordenadas e subordinadas.

Analisando a frase, (Ele disse que chegava tarde), denomina-se orações coordenadas porque estão ligadas por um elemento chamada conjunção coordenativa explicativa.

A terceira oração (mas que trazia o material necessário) designa-se oração subordinada, pois, está associada com a segunda oração por elementos denominada conjunção subordinativa causal.

Examinemos a seguinte frase:Desejo que tenhas saúde.

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Continuação:

A oração «que tenhas saúde» depende da outra: é-lhe subordinada. Por isso mesmo, a oração «Desejo» chama-se subordinante. As orações subordinadas dependem da subordinante.

Orações finitas e não finitas As orações que têm o núcleo do grupo verbal num tempo finito (todos os tempos à excepção das formas do infinitivo, do gerúndio e do particípio passado) chamam-se orações finitas. Ex: Quando concluirmos o trabalho, iremos para casa. Penso que a Ana é a delegada de turma. O professor corrigiu todas as provas. Os alunos continuam aplicados.

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Continuação:

As orações que têm os verbos no infinitivo, no gerúndio e no particípio passado chamam-se orações não finitas. Ex: Eles querem saltar o murro. A Maria quer ficar sozinha. Lamento ter insultado o Pedro. (infinitivo não flexionado) Lamento não teres insultado o Pedro. (infinitivo flexionado) Tendo acabado a reunião, iremos todos jantar.

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CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS

As orações coordenadas classificam-se em coordenadas sindéticas e assindéticas. As coordenadas assindéticas são orações coordenadas entre si e que não são ligadas através de nenhum conectivo ou são introduzidas sem conjunção. Estão separadas por pausas, que na escrita se marcam por vírgula, ponto e vírgula ou dois pontos. Ex: Ele entrou, sentou-se. Ele entrou. Sentou-se. Não fomos ao casamento; mandamos um presente.

As coordenadas sindéticas são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse carácter indica para esse tipo de oração uma classificação. São

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Continuação:

cinco: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. Não só cantei como também dancei. (oração coordenada sindética aditiva) Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando. (oração coordenada sindética adversativa) Conclui o meu projecto, logo posso descansar. (oração coordenada sindética conclusiva) Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.(oração coordenada sindética explicativa)

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CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS

As orações subordinadas classificam-se em substantivas, adjectivas e adverbiais. Uma oração é subordinada substantiva quando exerce uma função específica de substantivo.Ex: Sabe-se o segredo.Substantivo: segredo

Sabe-se que o resultado foi positivo.Oração subordinada substantiva: que o resultado foi positivo

A oração é subordinada adjectiva quando exerce uma função específica de adjectivo.

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Continuação:

Ex: O rapaz, confiante, respondeu as perguntas.Adjectivo: confiante

O rapaz, que confiava em seu advogado, respondeu as perguntas.Oração subordinada adjectiva: que confiava em seu advogado

Oração subordinada adverbial é a que exerce uma função específica de advérbio.Ex: Meu irmão saiu ontem.Adverbio: ontem Meu irmão saiu assim que eu cheguei.Oração subordinada adverbial: assim que eu cheguei.

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ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

Oração subordinada adverbial: assim que eu cheguei.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEREDO, M. Olga et al. Da comunicação à expressão.

Gramática Prática de português. 3º Ciclo do Ensino Básico e

Ensino Secundário. Raiz Editora. Lisboa. 2002. p. 202-215.

BORREGANA, António Afonso. Gramática Língua Portuguesa:

Texto Editores. Angola. Portugal. cabo Verde. 2003. p.150-162.

MAIA, João Domingues. Gramática Teoria e Exercícios. Editora

Ática. 13º edição. São Paulo. 2001. p. 174-5.

OLIVEIRA, Luísa & SARDINHA, Leonor. Gramática Pedagógica

da Língua Portuguesa. Plátano Editora. Lisboa. 2006. p. 96-7.