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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DAPHNE DOMINGUES STIVAL REFLEXOS DA VIOLÊNCIA EM AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA: ESPELHO DA SOCIEDADE? Goiânia 2007

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DAPHNE DOMINGUES STIVAL

REFLEXOS DA VIOLÊNCIA EM AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA: ESPELHO DA SOCIEDADE?

Goiânia 2007

DAPHNE DOMINGUES STIVAL

A VIOLÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: ESPELHO DA SOCIEDADE?

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista no curso de Esporte Escolar pelo Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília, orientada pela prof. Dra. Mara Medeiros.

Goiânia 2007

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB

DAPHNE DOMINGUES STIVAL

A VIOLÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: ESPELHO DA SOCIEDADE?

Monografia apresentada e aprovada em 11 de agosto de2007 para banca examinadora constituída pelos seguintes membros:

....................................................................................

Orientadora Prof. Dra. Mara Medeiros Universidade Federal de Goiás – UFG

.....................................................................................

Leitor Prof. Dr. Renato Sadhi

Universidade Federal de Goiás - UFG

SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................ 05

1.0 INTRODUÇÃO..................................................................................... 06

2.0 METODOLOGIA................................................................................. 20

3.0 RESULTADOS ..................................................................................... 21

3.1 O ESPORTE CONTRA A VIOLÊNCIA............................................ 21

3.1.1. A violência............................................................................................... 21

3.1.2 O que dizem os pais.................................................................................. 23

3.1.3 Como reduzir a violência......................................................................... 24

3.1.4 A contribuição do esporte........................................................................ 25

4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 26

5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 28

ANEXO................................................................................................... 29

RESUMO

Na sociedade brasileira, onde há uma grande disparidade de ordem financeira entre as classes e que a caracteriza como uma sociedade naturalmente excludente estamos observando uma crise nos valores morais e éticos que se reflete em todos os aspectos, inclusive na escola e pode, portanto ser percebido durante as aulas de Educação Física. A indisciplina e a violência nas escolas tem se manifestado em todas as faixas etárias e em escolas de vários níveis sócio econômicos. Este trabalho analisa a influência da violência social no comportamento dos alunos utilizando-se de questionários aplicados no Colégio Estadual Novo Horizonte, na cidade de Goiânia; onde pudemos inferir que a violência está tão banalizada que as pessoas estão internalizando-a e fazendo uso da mesma para atingir seus objetivos, como é o caso do jogo, que deve ser ganho a qualquer custo, apesar do esporte escolar ter propósito inclusivo. Palavras-chave: violência, esporte escolar, sociedade.

I. INTRODUÇÃO

Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. Bertold Brecht

De acordo com os principais dicionários da língua portuguesa, violência é ação ou

efeito de violentar; de empregar força física ou intimidação moral contra alguém1.

De acordo com Viana (2002 p. 59) “Violência é uma relação social na qual um

grupo ou indivíduo impõe algo a outro grupo ou indivíduo. É, portanto, uma relação social

de imposição”. Para esse autor, a violência se manifesta de várias formas, tais como:

violência contra mulheres e crianças, violência política, violência criminal, porque “o

espaço urbano é gerador de violência” (2002,p.9).

A nossa sociedade se mostra cada vez mais violenta e isso se manifesta em todas as

camadas, atingindo os privilegiados ou os desfavorecidos. Os fatores causais são inúmeros,

e existem várias opiniões a respeito. Pesquisadores e leigos arriscam seu palpite, de acordo

com o aspecto que observam, mas o fato é que a violência desenfreada das sociedades

modernas tem causas e conseqüências diversas. A violência é veiculada pela televisão e

assola todas as pessoas, pobres e ricas, como atuantes ou vítimas.

O sistema capitalista vai transformando as pessoas, como nos diz Horton, (2005,

p.116) “... Não faz muita diferença o que as pessoas são; se elas fazem parte de um sistema,

elas irão funcionar da maneira que o sistema dita que funcionem” .

O esporte escolar tem o intuito de ser inclusivo, de evitar a segregação; na escola

todos devem participar independente de serem bem condicionados fisicamente, bem

treinados, homens, mulheres, negros, brancos. O esporte inclusivo é uma forma de

integração social, então será ele capaz de impedir a influência da violência social nas aulas

de Educação Física?

Pode-se observar a violência como reação às desigualdades sociais, situações

frustrantes pelas quais passam os alunos carentes. Na escola, muitas vezes, a única forma

que alguns alunos conhecem de reagir ou responder a determinadas situações é através da

violência física ou verbal, com pixações, atos de vandalismo. E uma forma de reagir e

denunciar o sistema opressor.

Uma vez que vêm ocorrendo uma grande transformação na sociedade na tentativa

de se aumentar sempre os lucros em detrimento dos valores morais, da ética; fato este que

segundo Silva(2004,p.29), vem ocorrendo desde o final da década de 60, quando se trocou

todos os valores morais ligados à tradição ou o que pudesse estar ligado a qualquer tipo de

repressão por paz e amor . Este autor nos coloca que os defensores dessa vida sem valores

morais se fundamentaram nos primeiros estudos freudianos sobre a produção das neuroses

a partir da repressão social. Era divulgado que qualquer forma de limite dado às crianças

poderia impedir a concretização plena da vida. Certos pais mais extremistas chegaram até a

se negarem a dar nome aos filhos para que estes pudessem escolher no futuro. (2004, p.31)

Sobre esse mesmo aspecto explica Tardeli em O Respeito na Sala de Aula (2003,

p.46) que ao longo da História, as sociedades vêm construindo e modificando seus sistemas

morais focalizando a cada momento diferentes aspectos. Na atualidade, as discussões giram

em torno de questões como a igualdade e a diferença entre os seres humanos, grupos

culturais e classes sociais. Enfrentamos situações nas quais se negam e desrrespeitam os

direitos dos seres humanos, o que abre espaço para a instauração de preconceitos e de

violência.

Enquanto os indivíduos favorecidos financeiramente são prejudicados pela

educação permissiva que não lhes dá limites e lhes colocam em contato com a violência de

forma natural nos jogos, filmes, etc; os indivíduos desfavorecidos financeiramente

vivenciam essa violência desde cedo já que não têm a vigilância dos pais e vivem a maior

parte do tempo na rua. No fim, tanto pobres quanto ricos estão se adaptando à violência e

esta faz parte do mundo deles, naturalmente.

Muitas vezes, o discurso difere da prática; enquanto as discussões procuram

amenizar as disparidades entre classes sociais e grupos culturais, a realidade, os fatos nos

mostram que aumentam a distância entre seres humanos enfatizando as diferenças e

instigando comportamentos violentos e rebeldes.

A permissividade imposta pelo deixar fazer, tirou o adulto do centro do universo e

colocou a criança e o adolescente em seu lugar. O resultado disso foi a incapacidade de

transmissão da história cultural, costumes e valores e regras. Silva diz (p.49): O resultado

disso, a meu ver, foi um desastre: no lugar de crianças saudáveis física e psiquicamente

(entenda-se aqui sujeitos desejantes), têm-se verdadeiros selvagens. Afinal, foi-lhes negada

a possibilidade de construção de uma subjetividade (cabeça) semelhante à nossa. Os

educadores devem imaginar o efeito disso qual seja: a impossibilidade de respeito a

qualquer regra e limite.

“As constantes transformações sociais nos fazem estar sempre interpretando e

ressignificando as várias formas de relações e manifestações humanas” (TARDELI, 2003,

p.14). Já que a educação é uma prática social influenciada pelo contexto sócio-histórico da

época, isso explica e justifica o reflexo do comportamento violento dentro da escola.

O comportamento é produto das relações que o indivíduo estabelece com o meio

social. Considerando-se que o homem transforma e é transformado pelo meio, a violência

acaba refletindo em seu modo de agir. Os valores e normas que compõem os princípios da

moralidade estão em crise. Os indivíduos já não se movem pela ética. Segundo Houaiss,

ética é o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um

grupo social ou de um sociedade. Já que essa ética entrou em decadência, houve-se por

substituir esses valores por outros. O próprio sistema se encarregou de difundir outros

valores a serem cultivados pelos jovens no que diz respeito à beleza, por exemplo, já que

esse propicia aumento do consumo e, portanto, dos lucros. O resultado da distorção da

moral que atinge todas as classes sociais é exemplificado através das atitudes dos jovens,

desprovidos de princípios e valores e totalmente respaldados pela mídia, que cria a ilusão

de que coisas absurdas são normais.

Para desviar a atenção dos desfavorecidos das diferenças sociais gritantes, o sistema

se encarrega de criar ilusões de superioridade a partir da beleza, força física e rechaça os

valores morais.

Aos poucos, porém, a descrença generalizada em relação à cidadania – decorrente

da crescente violência e da corrupção – tornou evidentes as contradições sociais, culturais e

políticas que a nova ordem econômica (anos 80 e 90), trazia consigo. Os maiores problemas

enfrentados pelas famílias nesse período são as mudanças de valores decorrentes da

imposição da sociedade de consumo aliada à influência poderosa dos meios de

comunicação de massa, além do pluralismo e da permissividade crescentes na educação. A

incerteza quanto ao futuro, a violência urbana e a precariedade das condições do cotidiano

conduzem novamente as famílias a um recuo ao campo restrito das problemáticas

familiares internas. (GUARESCHI e PAGGI; 2004 , p.58)

O estímulo ao desenvolvimento da autonomia e da competitividade se intensifica. O

povo passa a defender seus interesses individuais e renuncia a ideais e propostas sociais. Os

valores e princípios éticos ficam para segundo plano e a tendência é recuar para o

isolamento e autoproteção. “Essa atitude subjetivista e acrítica é um reflexo do que ocorre

na sociedade, uma vez que traduz certa paralisia da reflexão ante a avalanche de problemas

que recaem sobre as pessoas, levando-as a buscar na família um abrigo mais seguro”.

(VALLE apud GUARESCHI e PAGGI; 2004,p.59)

O modelo social que temos hoje ativa mecanismos egoístas individualistas, de

proteção, que levam a desconsiderar valores nobres. Esse abandono moral leva ao não

desenvolvimento da noção de alteridade, ”natureza ou condição do que é outro; do que é

distinto” (HOUAISS, 2001).

Sem reconhecer o outro, a criança dificilmente construirá uma autonomia madura, condição

necessária para a democracia. A criança constitui uma base fraca e fica impossibilitada de

construir uma sociedade mais justa, diz Guareschi e Paggi (2004, p.14).

A produção de valores individualistas afasta dos valores comunitários e dificulta a

capacidade de se preocupar com o outro; elementos indispensáveis para o respeito e a boa

convivência social (GUARESCHI e PAGGI, 2004, p.67).

Os alunos das escolas estaduais são desfavorecidos, excluídos. Podemos observar e

discutir a manifestação da violência na postura dos alunos das aulas de Educação Física e

tentar usar o esporte para educar para a vida; na tentativa de desconstruir a violência.

Tardeli nos diz que a contradição entre os princípios anunciados pela sociedade e

ações valorizadas na prática, traço marcante da nossa sociedade, tende a fazer com que as

pessoas procurem a realização dos seus projetos de vida de forma egoísta, passando por

cima dos outros e, então, o senso de dignidade fica abafado (2003, p.48).

O respeito ao outro ser humano que é necessário para a convivência social é

indispensável para o exercício da cidadania (idem, 2003, p.16). As relações sociais dentro e

fora da escola são pautadas nos valores morais.

“No processo de formação da educação moral – aspecto da educação que leva o

indivíduo a alcançar sua autonomia moral – estão envolvidos a prática da justiça, o

desenvolvimento moral e o respeito aos direitos alheios” (idem, p.18).

O problema que nossa sociedade está enfrentando atualmente, relacionado à falta de

limites dos adolescentes e crianças, é o problema das regras morais e de convivência social;

do reconhecimento do outro.

Ângela Camiato apud Guareschi e Paggi, salienta que está ocorrendo a

desagregação dos laços afetivos familiares e uma profunda alteração nos valores da

organização familiar.

Paulo Freire diz que: “Sem limites é impossível que a liberdade se torne liberdade e

também é impossível para a autoridade realizar sua obrigação que é precisamente a de

estruturar limites” (FREIRE e HOUSTON, 2001, p.146)

Silva defende a idéia de que os fenômenos da indisciplina e da violência nas escolas

relacionam-se à valorização de beleza, prestígio social em detrimento da justiça,

honestidade, respeito pelo outro (2004, p.19).

O que observamos entre as pessoas de um modo geral, é que é muito mais

interessante se sobressair perante o grupo por atitudes de ‘esperteza’, passando os outros

pra trás; do que ser honesto e autêntico. Entre as adolescentes, faz muito mais sucesso os

rapazes que não respeitam professores, não querem estudar, fazem pequenos furtos . Os

outros, que agem dentro das regras, são ‘bobos’.

A ética já não faz parte do vocabulário das pessoas; não fundamenta os princípios

norteadores da vida em sociedade. A moral não se apóia em valores clássicos; se liga

apenas à felicidade individual. O respeito se insere no contexto da ética e se não há ética,

quem dirá respeito. Se o indivíduo, em suas relações com a sociedade, não encontra êxito

em seus projetos, não consegue construir a noção de respeito e consideração por si mesmo

e, conclui Tardeli (2004, p.48), dificilmente irá legitimar as regras sociais e os valores que

sustentam a sociedade. Se o sujeito não consegue desenvolver o respeito e preço por si

próprio, não será capaz de considerar o outro. Nesse aspecto, a sociedade tem papel

fundamental e massacrante de qualquer possibilidade que a criança tenha de construir sua

autoestima e amor próprio, visto que se vê à margem, excluída, humilhada, desde que se

entende por gente.

A crise econômica de todo país que gera perda do poder aquisitivo, desemprego,

falta de perspectivas, contribuem para o aumento da indisciplina e violência nas escolas. As

pessoas têm dificuldade para honrar seus compromissos e como é que podem, então,

ensinar a honra para seus filhos. Vê-se pais de família que não conseguem arcar com o

básico para os seus e, então, ficam sempre devendo e acabam se acostumando com essa

situação.

Silva diz: Talvez este seja o aspecto mais daninho provocado pela situação

econômica com reflexos diretos no aumento dos índices de indisciplina e violência nas

escolas. A sociedade brasileira é, atualmente, excludente para a maioria das crianças que

nela nascem: para alguns resta-lhes somente a morte, para uns poucos ousados, a revolta e

para os demais (a grande maioria) o fato de serem explorados pelo resto de suas vidas.

Refiro-me à revolta porque é exatamente o que está acontecendo, com o aumento da

criminalidade” (2004, p.66).

A aula de Educação Física reflete claramente essa situação. Enquanto defende-se

igualdade de condições, os recursos que as escolas estaduais têm são precários: quadras em

péssimo estado, pouco material, excesso de alunos. E o comportamento deles é o espelho

da sociedade; em qualquer situação em que haja desacordo, as agressões física e verbal

prevalecem.

Os alunos já não respeitam os professores e nem a escola. Roubam bolas, quebram

muros e, sem nenhuma justificativa agrupam-se para ‘pegar’ alguém lá fora. E esse ‘pegar’,

hoje em dia, pode ser espancamento, digno de penitenciárias dos noticiários de televisão.

A mídia também trata de disseminar a criminalidade, a violência e a indisciplina.

Quando se liga a televisão, seja filme, jornal, novela e até mesmo desenho infantil, o que se

vê e ouve é pancadaria e xingamentos. Os bichinhos dos desenhos animados se tratam por

‘idiota’ e coisas do gênero. Os adolescentes agridem pais e professores e idosos nas ruas

tanto verbal quanto fisicamente. E chegam ao cúmulo de, (quando presos), dar depoimentos

de terem matado, na maior naturalidade.

As pessoas estão acostumadas com as brincadeiras de matar, de armas de brinquedo,

sem perceber que isso é um incentivo à violência.

O Dr. Wellington Armanelli em seu livro Brincar de Matar diz: ” ...porque não

admitir que o brinquedo tem o poder de formar personalidades se é pacífica a tese que dá ao

brinquedo o poder de reformar estruturas mentais disturbadas?”(sic,p.5). E conclui:

”...grande parte dos acontecimentos e experiências do período infantil vai integrar o modo

pessoal de agir, reagir e sentir da criança,plasmando sua maneira de ser e comportar-se na

idade adulta” (p.20).

Então, se é assim, há muito nossas crianças estão sendo formadas para matar,

porque os brinquedos de armas e jogos de videogame com tiros, brigas e mortes fazem

parte do repertório há vários anos.

“...a indisciplina é uma das formas de violência presente atualmente nas reportagens

dos jornais, revistas, noticiários de televisão e apontada no interior da maioria das escolas

como responsável pelo fracasso escolar” (REBELO, 2005, p.154).

Silva (2004, p.80), aponta a impunidade como fator extremante importante para o

aumento exorbitante da violência nas escolas. Ele ressalta que a impunidade não é mais

privilégio de uma camada social, apesar de ter mais regalias. Além da própria impunidade,

tem-se a morosidade do sistema judiciário, ineficácia das instituições de recuperação que

são verdadeiras escolas para criminosos, falta de escolaridade, situação econômica precária,

desemprego, uso de drogas. A impunidade citada acima reflete diretamente nas escolas.

Hoje, temos a escola inclusiva que nos obriga a aceitar todos na escola. Alguns desses

alunos são assassinos, ladrões, traficantes e, não hesitam em demonstrar sua ‘força’ e

‘poder’ dentro das salas de aula. Pilhas de processos nas repartições responsáveis pela

escola; a patrulha escolar passa de vez em quando, os marginais fazem acordos com

policiais e continuam dentro da escola impunemente.

Os meios de comunicação se encarregam de divulgar a violência como espetáculo

para chamar atenção do espectador contribuindo para a banalização da mesma. A violência

hoje é tão corriqueira que passou a ser vista como algo comum. Os jogos eletrônicos fazem

com que os jovens sintam-se em um mundo à parte, saiam da realidade e acabem

confundindo o mundo real com o virtual. As pessoas já não têm mais a capacidade de

dialogar como seres humanos; parece que a única forma de resolver conflitos é a violência

física.

A crise dos valores morais e éticos contribui sobremaneira já que os jovens , não

tendo sido formados com uma base sólida de princípios morais, não saberão julgar uma

situação de acordo com os mesmos. Ninguém pode se utilizar de algo que não tenha

conhecimento. O outro, a vida do outro, a honestidade, não têm importância. O

individualismo e o egoísmo são preponderantes e não se cogita atuações no aspecto

coletivo; não há projetos sociais. Cada deve se beneficiar das situações e se sair da melhor

forma possível independente do que possa ocorrer ao outro.

Silva conclui: ”...como a indisciplina e a violência nas escolas são determinadas por

fatores sociais mais amplos, então, a superação de tais fenômenos passa pela resolução dos

referidos problemas”(2004,p.85).

Não podemos deixar de citar Paulo Freire quando afirma que, para os educadores é

interessante pensar constantemente, no clima político, social e cultural no qual se

trabalha,(FREIRE e HORTON, 2004, p.94).

Piaget, citado por Silva (2004, p.118), verificou que a moral no indivíduo se

desenvolve quantitativa e qualitativamente. É necessário, entretanto, que o organismo

amadureça, interaja com aspectos físicos, com outras pessoas, seja educado, se adapte e

desadapte ao meio social e físico.

Essa forma de se educar, adotada na Modernidade, passa longe de se cumprir o

verdadeiro papel da educação. Como não se consegue estabelecer limites na educação,

“...vemos também uma grande dificuldade em se estabelecer os limites culturais, os limites

dos direitos dos outros povos, o respeito a diferentes culturas etc....” (GUARESCHI e

PAGGI, 2004,p.144).

Segundo Sennet apud Tardeli (2004), com as transformações da sociedade e o

surgimento e consolidação do capitalismo, a humanidade transita entre três males:

impessoalidade, alienação e frieza. As pessoas vão se retraindo, não demonstram

sentimentos e é constatado que a personalidade se desenvolve em bases frágeis, declinando

a importância da vida das pessoas, aumento da agressividade com única forma de

expressão. “O princípio da dignidade que seria uma baliza para a conduta das pessoas,

enquanto valor moral, não é mais importante” (TARDELI, 2004, p.58). Os indivíduos se

fecham e individualizam negando a dimensão pública.

Na escola, a violência pode ocorrer porque os alunos têm lógica de moral própria.

Talvez eles não tenham tido oportunidade de construir a moral e não tenham consciência

dos limites ditados pela sociedade. Isso é chamado por Silva (p.129), de anomia e é

observado em bebês e crianças de rua. Mas, segundo ele, esta explicação pode ser

responsável por alguns casos isolados. O mais provável é que as regras morais não ocupem

posição central na personalidade de certos indivíduos.

Silva (2004, p.131), faz outra dedução a partir dos estudos de Piaget, onde a

violência decorreria da heteronomia, ou seja, os sujeitos vivem na constante contradição

entre o que se diz e o que se faz. Seria como se a violência fosse resultante do

desconhecimento da utilidade das regras morais.

Uma terceira conclusão foi tirada pelo mesmo autor quando supõe que os indivíduos

apresentam tal conduta por serem autônomos. ”...tais indivíduos tenderiam a manifestar seu

desagrado e desconforto diante da imposição feita de modo autoritário pela instituição

escolar...estariam denunciando os objetivos e a maneira como as instituições funcionam...”

( SILVA, 2004, p.132).

Viana (2002, p.42), diz que “a violência urbana assume a forma de violência

repressiva/coercitiva, realizada pelo Estado capitalista e pelas classes proprietárias, e

violência contestadora realizada pelas classes exploradas”.

Isso nos mostra que a violência está em toda parte, em todas as camadas sociais,

sendo manifestada como resultado de diferentes situações. E, para corroborar essa

constatação citamos Rebelo (2004, p.53), que chega à conclusão de que ” ...a indisciplina

pode ser desobediência ou denúncia”.

A teoria freudiana defende que a agressividade é inata no homem e pode ser

manifestada por destruição ou autodestruição. Mas isso deve ser canalizado para benefícios

através do estudo, do esporte e outros. Quando não ocorre esse processo, a agressividade se

manifesta por violência. Nos dias atuais, onde a educação é de péssima qualidade, essa

canalização dificilmente acontece.

Na escola em que trabalho, ocorreu um fato peculiar, a meu ver: dois alunos

brigaram durante ma aula de futebol do segundo tempo. A mãe de um deles veio à escola

com uma faca pra matar o outro. Como é que uma criança dessas terá noção de que não é

certo a violência? Violência também se aprende em casa!

Segundo Mezan apud Silva (2004) “cabeça vazia contribui para atos violentos”. Nos

dias de hoje, em que temos vários exemplos de violência por todos os lados, os indivíduos

sem orientação correta, sem sonhos e projetos saudáveis, revoltados por sua condição

degradante e aviltante encontra terreno fértil, quando ocioso, para planejar vários atos de

violência e vandalismo.

Para o psicanalista referido acima, a violência pode surgir como reação a situações

frustrantes. Situações desse tipo, no nosso país, que não mostra perspectivas, onde a grande

maioria está sempre se vendo vencida por falta de oportunidades, desemprego, baixos

salários, preconceito, padrões estéticos diversos dos seus. Considerando-se que o que é tido

como mais importante para os nossos jovens está relacionado ao dinheiro e isso é o que eles

menos têm o meio para a degflagração da violência está propício. Um aluno da escola, da

escola disse: ”se nesse ano eu não passar de ano, vou virar traficante”(sic).

“Cabe ao educador, afinal, oferecer situações que talvez possam levar o educando a

transformar sua imagem e os valores a ela associados”. (SILVA; 2004, p.143)

Em algumas ocasiões, ocorre o inverso; o aluno é vítima de humilhação pelo

professor e colegas. Ele vai sendo diminuído porque é feio, gordo, pobre e fica então

humilhado e talvez sua única alternativa para extravasar ou talvez demonstrar valentia seja

cometer um ato de violência.

O fator econômico, diz Silva (2004), não é o único responsável pela violência.

Pautado em Sartre, filósofo francês, qualquer tipo de carência pode ser produtor de

violência. Assim, a carência afetiva, de cidadania e de modelos podem ser fortes

determinantes da violência. Até mesmo como forma de chamar a atenção, a violência é

utilizada. E se pensarmos na carência de modelos na nossa sociedade falida, onde as

pessoas mais importantes, que estão na mídia, geralmente estão por trás de falcatruas,

tráfico de drogas, corrupção. Os modelos que os alunos têm de pessoas ricas, importantes,

espertas, são os que ludibriam o povo brasileiro e a polícia.

Segundo La Taille apud Silva (2004, p.149), esse valor pode ser moral (por

exemplo, honestidade e coragem), ou não moral (beleza, status financeiro e social). A

presença de um ou de outro tipo de valor é de suma importância para a constituição de um

indivíduo moral, pois se os valores morais forem centrais para o indivíduo, ele poderá, por

exemplo, sentir vergonha, sentir-se desonrado ou indigno, se for medroso ou cometer

algum ato desonesto; ao passo que, se estes valores forem periféricos, esses sentimentos

aparecerão quando ele não possuir riqueza ou o padrão de beleza almejado.

A proposta deste estudo é analisar a influência da violência social no

comportamento dos alunos na aula de Educação Física, identificando, através de

questionário, a realidade e ambiente familiar, o entendimento deles a respeito da violência,

valores humanos e sociedade ideal e como o esporte pode contribuir para isso.

2.0 METODOLOGIA

Este trabalho caracteriza-se por ser uma pesquisa qualitativa, onde foi feito um

estudo de caso utilizando como instrumento o questionário (em anexo), composto de 10

questões relativas à violência e esporte e o entendimento dos alunos. O referido

questionário foi aplicado a 120 alunos dos sexos masculino e feminino, com idade entre 16

e 20 anos, das três turmas da 3ª série do ensino médio, turno matutino, do Colégio Estadual

Novo Horizonte, Goiânia-GO. O colégio está situado em região relativamente privilegiada

e abarca alunos da periferia devido à proximidade e do próprio bairro, tendo, portanto, uma

grande variação de nível sócio-econômico entre os alunos. É um colégio de grande porte,

oferece de 5ª à 8ª séries do ensino fundamental, ensino médio e projeto acelera (espécie de

supletivo do ensino fundamental), com funcionamento nos três turnos.

Os alunos responderam ao questionário durante a aula de educação física; foi

aplicado por mim, visto que sou a professora da referida disciplina para estas turmas do

colégio. Após responderem, foi recolhido e, então, foi feita a leitura de todas as respostas

número 1 de todos os alunos, todas as número 2 e, assim sucessivamente. Então, realizei

uma categorização percentual de cada resposta que será apresentada a seguir.

3.0 RESULTADOS

3.1.O ESPORTE CONTRA A VIOLÊNCIA

O questionário aplicado foi analisado em cada resposta, comparativamente entre

todos os alunos permitindo-nos fazer uma classificação percentual das opiniões dos alunos

em relação à violência.

3.1.1 A VIOLÊNCIA

80% dos alunos se mostraram terminantemente contra a violência 20% dos alunos

justifica a necessidade do uso da violência em determinadas situações como, por exemplo,

se for para se defender ou revidar alguma agressão sofrida.

Cerca de 40% dos alunos opinaram sobre a banalização da violência.

“Violência já faz parte da sociedade”(sic).

100% dos alunos que responderam ao questionário têm a opinião de que as pessoas

se acostumaram com a violência, a qual está cada vez mais comum em nossa sociedade. E

nesse ponto, concorda Silva(2004,p.82), quando afirma que a violência passou a ser vista

como algo comum, um fenômeno natural e normal.

Surgem diversas hipóteses para o aumento da violência na nossa sociedade, dentre

estas, uma aluna diz que

“... violência demonstra falta de cultura”(sic),

e outro confirma:

“ ...violência é um ato de ignorância” (sic)

e outro ainda se expressa da seguinte forma:

“ ...violência decorre de falta de educação em casa”(sic).

Silva (2004, p.32), respalda essa argumentação quando discute que muitos pais

acabaram não educando seus filhos para não impor limites e isso trouxe conseqüências

negativas. Sem limites, as crianças e jovens não têm condições de lidar com o outro e

respeitá-lo,se mostrando indisciplinados e violentos.”...sem a construção de limites pela

ausência da imposição deles por parte dos pais e educadores...- ter-se-á crianças e

adolescentes completamente perdidos (sem saber o que lhes pertence e o que é alheio, tanto

material quanto psicologicamente)e, por isso, transgressores de regras sociais”

(SILVA,2004,p.44/45). E complementa dizendo que aparelhos como Internet, rádio, TV,

DVD, entre outros e até templos religiosos competem com a família e a escola formatando

a cabeça das crianças e estas ficam circunscritas ao que aqueles transmitem.

Mas os jovens não absorvem passivamente todo conteúdo veiculado por esses meios. Os

indivíduos constroem filtros no decorrer de sua formação e podem interpretar e selecionar a

passagem das informações. Contudo, “se o filtro construído é dócil à violência, então o

educando absorverá acriticamente tudo o que for transmitido pelos meios de comunicação

relacionados a este aspecto”. (SILVA, 2004, p.69/70)

90% dos alunos concordam que a violência é uma questão social que está

relacionada ao desemprego, às desigualdades sociais, à corrupção e impunidade no país.

15% acham que a violência é acompanhada de drogas, mortes e acomete, principalmente,

as

”classes mais baixas de pessoas sem família, sem casa e sem sonhos” (sic).

Viana (2002,p.38), explica: “A violência se instala na cidade devido à luta pela

moradia e por aspectos derivados de condições precárias de vida e habitação, tais como

moradias muito próximas, que geram animosidade, principalmente tendo-se em vista a falta

de infra-estrutura básica (água, esgoto, rede elétrica,etc.)”.

A violência é, portanto, uma forma de reação das classes desfavorecidas à sociedade

injusta e desigual, tornando-a ainda pior.

Os alunos argumentam que a violência faz perder a quem se ama, leva a ser preso e

à morte e machuca, como diz Minayo(p.11), quando afirma que a violência afeta a saúde.

3.1.2 O QUE DIZEM OS PAIS

Quando questionados sobre o diálogo com os pais, ficou claro que 70% dos pais não

conversa com seus filhos. Estes fizeram a suposição de que os pais são contra a violência e

grande parte afirma que os pais se preocupam com a segurança dos filhos e dos familiares

preferindo que estes fiquem em casa para não estarem expostos à violência da rua. Segundo

relato de uma aluna, seu pai diz

”As pessoas vivem numa cadeia domiciliar” (sic).

Esse pensamento é confirmado por Guareschi e Paggi (2004,p.88), quando dizem:

“Vimos também que isso (características de intimidade das famílias), se deve a toda uma

série de transformações políticas,econômicas e culturais que determinaram um fechamento

ou recolhimento ao âmbito privado como forma de se defender de um contexto social cada

vez mais explorador e hostil. A violência urbana é uma das dificuldades mais marcantes e

decisivas para o fechamento da família”.

3.1.3 COMO REDUZIR A VIOLÊNCIA

Os alunos ,cerca de 85%, compartilham da opinião de que as pessoas devem ser

conscientizadas na tentativa de reduzir a violência, incentivando o respeito pelo outro,

resgatando as regras morais, união das pessoas e investimento na educação por parte dos

governantes, para termos uma sociedade mais justa e melhor.

Percebe-se então, que a violência é gerada por vários fatores e para reverter essa

situação são necessárias diversas medidas. Silva (2004, p.157), diz que responsabilizar as

famílias pela violência não é a forma de resolver o problema. “Todos nós somos

responsáveis pela situação que aí está”(2004,p.158).

E completa que para que o indivíduo possa respeitar o outro, precisa reconhecer sua

existência. E isso só será possível se internalizar valores morais(2004,p.169).

Os indivíduos mantêm a sociedade e para tanto, devem ser educados. “...A educação

deve procurar formar indivíduos que tenham suas condutas guiadas por valores alicerçados

na dignidade do ser humano”(SILVA,2004,p.183), como justiça, respeito mútuo,

solidariedade, para consolidar a democracia.

3.1.4 A CONTRIBUIÇÃO DO ESPORTE

Para os entrevistados, o esporte:

“ajuda as pessoas a ocuparem o corpo e a mente “(sic,),

gera companheirismo que pode contribuir para uma sociedade melhor, ajuda a tirar

pessoas do mundo do crime e crianças da rua. Concordando com Silva (2004, p.164),

quando aponta resultados de pesquisa da UNESCO sobre a redução de 60% da

criminalidade em cidades como Pernambuco e Rio de Janeiro que passaram a desenvolver

atividades esportivas e recreativas nas escolas, nos finais de semana. O esporte também

promove diversão e saúde, é uma forma de se fazer amizades.

“O respeito aos outros e a si mesmo é o mais importante quando se joga”(sic).

Respeitar as regras do jogo é muito importante porque o esporte é uma forma de

diversão que deve ser praticado por prazer e, a partir do momento em que há o

“esporte com violência, não é esporte”(sic).

Segundo os alunos, o esporte deveria ser forma de descontração, companheirismo,

amizade, saúde ou seja, divertimento; mas, ao contrário dessa proposta, o esporte muitas

vezes, é gerador de violência quando as pessoas entendem que a vitória deve ser

conquistada a qualquer custo e, principalmente, nas torcidas organizadas, que usam

qualquer pretexto para agredir os torcedores dos times adversários. Nesse contexto, o

esporte perde sua função educativa, formadora de cidadãos éticos, para se tornar expressão

“de covardia, descontrole e manifestação de problemas internos”(sic).

O indivíduo é considerado, então, ”desumano, animal, irracional”(sic)

4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A violência social é capaz de influenciar o comportamento dos alunos nas aulas de

educação física? Esta é a questão proposta no início desse estudo para ser respondida ao

término do mesmo.

A violência se apresenta como um processo histórico que vem ganhando espaço na

sociedade moderna já que os princípios e valores morais passaram para a periferia e perdem

em ordem de importância para outros valores impostos pela sociedade, os quais se

relacionam ao consumismo, tais como beleza e dinheiro.

Há uma crise na sociedade que se manifesta de várias formas e reflete a fragilidade

em que se encontra a moralidade das pessoas. A dificuldade em se cumprir regras e normas

sociais faz com que a noção de alteridade seja cada vez mais, deixada de lado. Numa

sociedade onde o que vale mais é ter, o respeito pelo outro, a solidariedade, perdem

totalmente o sentido. A vida humana já não tem mais valor; as pessoas vivem com medo e

reclusas em casa.

O povo brasileiro reage da pior forma possível: matando, batendo, xingando,

desrespeitando; como forma de contestar, de pedir socorro, num país que humilha, degrada,

despreza seus filhos através de governos corruptos, desonestos, amorais e impiedosos.

Em todos os setores sociais, se manifesta a violência. O homem reflete a sociedade;os

fatores sociais geram violência que será interiorizada pelos indivíduos. “A instituição

educativa é, portanto, reflexo da sociedade em que vivemos, com seus problemas e suas

belezas” (Silva,2004,p.154).

A manifestação da violência está em toda parte e porque não estaria na escola?, na

aula de educação física? Nos jogos? O esporte tem função de canalizar a agressividade das

crianças e jovens, mas, muitas vezes a violência é a única linguagem que elas conhecem. O

que a mídia incutiu nas cabeças dos jovens é que devem ganhar a qualquer custo, não

importando os meios. Então, é isso o que se manifesta. Só o melhor é importante! Por isso,

vale tudo pra ganhar: brigas de torcidas, doping, agressões físicas e verbais.

A violência faz parte da vida das crianças e adolescentes na rua, na televisão, em

casa. É isso o que elas vêem e é isso o que elas reproduzem.

Finalizando, a educação física é uma disciplina privilegiada na escola porque é a

preferida da maioria dos alunos. Portanto, cabe a nós, professores, conscientizá-los e

priorizar a redução da violência.

5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normas comentadas para trabalhos científicos.2ª ed. Curitiba- PR; Juruá editora,2004. FREIRE,P. e HORTON,M.O caminho se faz caminhando – Conversas sobre educação e mudança social.3ª ed.Tradução:Vera Lúcia Mello Josceline.Petrópolis – RJ:Vozes,2005. GUARESCHI,P.A.,PAGGI,K.P.O desafio dos limites – Um enfoque psicossocial na educação dos filhos.2ª ed.Petrópolis – RJ:Vozes,2004. MICHALISZYN,M.S.;TOMASINI,R.Pesquisa – Orientação e normas para elaboração de projetos, monografias e artigos científicos.Petrópolis – RJ:Vozes,2005. REBELO,R.A.A.Indisciplina escolar : causas e sujeitos.3ª ed.Petrópolis – RJ:Vozes,2005. SILVA,N.P.Ética, indisciplina &violência nas escolas.2ª ed.Petrópolis – RJ:Vozes,2004. TARDELVLI,D.A.O respeito na sala de aula. Petrópolis – RJ:Vozes,2003. VIANA,N.Violência urbana:a cidade como espaço gerador de violência.Goiânia – GO:Germinal,2002. Elementos do Processo de Pesquisa em Esporte Escolar.Brasília – DF,2005. ARTIGOS DA Internet MINAYO,M.C.S.É possível prevenir violência?Revista Ciência & Saúde Coletiva,1999,vol.4,nrl,p.6 a 31. ISSNOO34-8910.

ANEXO –

Questionário com os alunos

Este questionário é um instrumento da pesquisa intitulada “ Reflexos da violência em aula de Educação Física: espelho da sociedade? da aluna Daphne Domingues Stival, sob orientação da Profa. Dr. Mara Medeiros, e tem como objetivo identificar a opinião dos alunos do ensino médio do Colégio Estadual Novo Horizonte sobre a violência social.

1-Qual sua opinião sobre a violência?

2-O que você pensa da violência no esporte?

3-O que seus pais dizem a respeito da violência?

4-O que é mais importante no jogo?

5-O que seus colegas pensam sobre a violência?

6-Há necessidade de ser violento para conseguir seus objetivos no jogo?

7-Você usaria violência no esporte, se precisasse?

8-Como a violência pode ser reduzida?

9-Como poderíamos ter uma sociedade mais justa?

10-Como o esporte pode contribuir?