Reflexão Sobre a Moral

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Introdução

• A depender do contexto, o termo moral pode ter significados distintos

• Para nossa discussão, o significado que nos servirá será o de conjunto de valores específicos de determinado contexto sociocultural– Representações e costumes erigidos sobre crenças

coletivas sobre bem e mal

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• No âmbito social, existem morais convivendo– Podem se sobrepor ou se justapor– Há conflito para a definição das moralidades

hegemônicas

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A Hegemonização da Moral Cristã

• O cristianismo descende do judaísmo, mas apesar de subverter sua ordem, de alguma forma, conserva muito de sua cosmovisão

• Nos primeiros anos de existência, o cristianismo era uma religiosidade periférica no âmbito do Império Romano, mas ascende na Idade Média

• Quando se torna religião oficial do Império Romano (séc. IV), o cristianismo passa a se denominar católico, que significa universal

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A Hegemonização da Moral Cristã

• Os ataques dos povos nórdicos, no século V, aos territórios europeus, fragmentam política, linguística e culturalmente, o Império Romano

• A Igreja permanece de pé e passa a exercer grande papel político, econômico e cultural– Impõe seu universalismo , sobretudo na produção

do pensamento e do conhecimento• Creio para compreender, foi uma das máximas

que permeou o pensamento da época

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A Hegemonização da Moral Cristã

• A partir da máxima, pode-se inferir que a verdade já estava revelada (a Palavra de Deus), cabia explicá-la– Santo Agostinho o fez a partir de Platão– São Tomás de Aquino, a partir de Aristóteles

• Agostinho e Tomás de Aquino, também acreditavam que a finalidade da moral, seria conduzir à felicidade, mas para eles, diferentemente, a felicidade era impossível na vida terrena

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A Hegemonização da Moral Cristã

• O período medieval parece-nos distante, mas se atualiza em nosso meio quando percebemos as tentativas de universalização das práticas cristãs nas mais diversas esferas da vida social

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Ética, Razão e Felicidade

• O universalismo cristão é uma característica nova, no que se refere à tradição grega clássica e à tradição judaica– Ambas as tradições, conduziam seus preceitos de

forma “nacionalista”• O cristianismo não promete felicidade à

comunidade, a partir da moral, mas após a morte– É dada ênfase à dimensão individual, pois o indivíduo

se vê diante de Deus, com seus atos

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Ética, Razão e Felicidade

• Enquanto que, para os gregos, a razão ocupava papel fundamental para o comportamento ético, no cristianismo, a fé substituía esse papel

• A ética, para Aristóteles, é conhecimento praxiológico, ou seja, nele, o ser pensante e o produto do pensamento se unificam– Diferentemente, no conhecimento técnico há divisão

entre o pensante e o produto de seu pensamento

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Ética, Razão e Felicidade

• No pensamento grego, o indivíduo pode buscar a felicidade, no cristão, depende da graça de Deus

• Kant também percebe a dimensão racional da ética– Imperativo categórico: por meio da razão, refletir

se determinada atitude que se pretende realizar, poderia se tornar universal

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Ética, Razão e Felicidade

• A finalidade da ética, para Kant, não é a felicidade – esta é promessa da religião– O indivíduo não deve agir pelo dever– Deve agir pela liberdade conferida pela razão

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O Triunfo da Moral dos Fracos

• Toda a tradição ocidental, para Nietzsche, é triunfo da moral dos fracos sobre os fortes e seu precursor é Sócrates, que atribuiu às coisas sentido moral

• A metodologia de pensamento de Sócrates fez os jovens abandonarem seus deuses instintuais, aos poucos, e buscar solução racional para seus problemas

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O Triunfo da Moral dos Fracos

• Para Nietzsche, os fracos criaram uma falsa ética e convenceram aos fortes que ela é boa, para mantê-los sob seu domínio

• A moral de rebanho, criada pelos fracos, induz à repressão, à mortificação, à autoflagelação, em detrimento da força vital

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A Moral Ocidental os Atinge

• As disputas por moralidades no campo social brasileiro, se remetem ao processo colonizador que sofremos

• Junto à colonização, veio para cá o cristianismo, que é uma religião patriarcal– Deus não tem sexo, mas é representado linguística e

visualmente, como masculino– As grandes figuras do cristianismo são, majoritariamente,

masculinas– O sacerdócio feminino é vetado em grande parte do

cristianismo

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A Moral Ocidental os Atinge

• O patriarcado percebe o mundo de forma binária, consequentemente, os sexos são vistos como opostos e complementares– Isso se reflete na construção de corpos e de seus

movimentos• Para Foucault, a repressão sexual,

intensificada a partir da era vitoriana, incita as pessoas a falarem sobre sexo.– Ao invés de perseguir as falas, incita-as

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A Moral Ocidental os Atinge

• A incitação dos discursos sexuais tem como finalidade uma relação de domínio– O que fala, se retrata– O que ouve, define e orienta

• Os silêncios também podem ser grandes discursos sobre sexo

• O patriarcado cristão atinge o Brasil, a partir da colonização e do forjamento de uma superioridade europeia

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A Moral Ocidental os Atinge

• A ideia de raça é criada para endossar o forjamento da superioridade europeia e para justificar o domínio de outras etnias– Gradativamente, a diferenciação racial foi se

concentrando na cor da pele• Arim do Bem, retomando uma reflexão de

Delacampagne, sugere uma possível justificação do racismo a partir de certa interpretação das escrituras bíblicas

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Considerações

• Devemos lançar olhar crítico a toda moralidade que busca se impor como hegemônica

• Precisamos exercitar o relativismo cultural e moral

• É necessário refletir sobre as moralidades resistentes às moralidades hegemônicas

• O âmbito escolar é espaço fértil para a reflexão dessas moralidades