Reflexão Final

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ESE de PAULA FRASSINETTI Unidade Curricular: Técnicas e Dinâmicas na Condução de Grupos Reflexão Final Professores responsáveis pela unidade curricular: José Luís Gonçalves João Gouveia Ana Alves Porto, 25 de Junho de 2009

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Trabalho final

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ESE de PAULA FRASSINETTI

Unidade Curricular: Técnicas e Dinâmicas na Condução de Grupos

Reflexão Final

Professores responsáveis pela unidade curricular:José Luís Gonçalves

João Gouveia

Ana Alves

Porto, 25 de Junho de 2009

Pós- Graduação de TIC em contextos de aprendizagemTécnicas e Dinâmicas na Condução de Grupos

No final da disciplina Técnicas e Dinâmicas na Condução de Grupos,

surge a necessidade de reflectir sobre os conteúdos abordados, sobre a sua

importância e sobre a sua utilidade no exercício da prática pedagógica.

Assim, ao longo das sessões começamos por aprender que, para se

criar uma dinâmica de grupo é necessário, a existência de um conjunto de

indivíduos que se relacionem entre si por características sociais.

A dinâmica de grupo é regida por normas, papéis sociais, relações,

desenvolvimento, necessidade de pertencer e efeitos sobre o comportamento.

No decorrer de uma dinâmica de grupo, pode ser necessário um pensamento

de grupo, sendo este um tipo de pensamento exibido pelos membros de um

grupo que tentam minimizar conflitos e chegar ao consenso sem testar,

analisar e avaliar criticamente as ideias.

Por vezes, o condutor deste tipo de reuniões tem como objectivo realizar

um discurso de informação, isto após uma conferência, ou seja, um debate

entre todos os indivíduos. Com efeito, pode acontecer que a reunião esteja

prevista em forma de discussão (troca de ideias). Nesse caso, é essencial que

haja uma introdução, onde sejam claramente definidos todos os objectivos da

discussão posterior.

Após a introdução e a exposição de ideias é fundamental definir duas

condições: anunciar ao grupo as condições da discussão e a substituição do

orador por um animador do grande grupo, bem como os espectadores em

participantes.

Esta informação de retorno é denominada por feedback. Este permite

ajustar ou rectificar, ampliar ou aprofundar a informação, bem como evitar que

se instale a fase passiva de recepção, de modo a inaugurar uma fase activa de

participação. No entanto, embora não atribuamos grande importância ao papel

do animador, é relevante salientar que este desempenha um papel fulcral, pois

tem de fazer com que o grupo inteiro participe na discussão. Para tal, é

essencial que crie, mantenha e torne formadora esta participação. O papel que

o animador desempenha é de carácter específico. O seu cargo é de obter e

regular a maior participação possível. Por outro lado, deve ser competente no

que diz respeito aos problemas activos.

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É fundamental que o animador não forneça toda a informação que

dispõe, mas sim, que faça com que os participantes reflictam sobre o tema

para a discussão.

Outra actividade, essencial, consiste em garantir a regulação das trocas

de ideias, ou seja, estar sempre atento ao discurso de cada um para que não

se extinga o tema fundamental e se tratem de temas secundários.

Por fim, o animador do grupo deve fazer o balanço e a síntese. Para

elaborar a síntese, o animador deverá ter feito algumas sínteses parciais no

decorrer da discussão. É indispensável, que evite qualquer tipo de

interpretação das contribuições dos elementos do grupo.

No que diz respeita às técnicas utilizadas pelo animado tal como os

objectivos, o animador necessita de uma formação e prática eficazes, tais

como: Painel – Discussão (numa sala espaçosa estão presentes 5 a 7 pessoas

competentes face aos assuntos da reunião). Este pequeno grupo denomina-se

como painel. O auditório organiza o “painel” em forma de meia lua, de moda a

facilitar a traça de ideias e a interacção entre todos.

Relativamente às metodologias utilizadas nas dinâmicas de grupo,

deverá centrar-se no método interrogativo e no método activo, pois deverá

existir um questionamento com alguma frequência de todas as propostas, bem

como a comparação dos prós e contras. O animador deverá lançar o tema e

deixar que os elementos do grupo participem.

Geralmente, no seio de um grupo encontra-se uma pessoa, que pelas

suas capacidades cognitivas, de interacção, de inovação e motivacionais, se

evidencia de alguma forma dos restantes elementos. Este indivíduo intitula-se

como líder. Assim, salientam-se as suas habilidades e facilidade para reduzir

as grandes quantidades de infirmação e passar essa informação no sentido

ascendente e descendente. Dependendo da forma como o líder se relaciona

com os outros elementos, terá ou não êxito. O líder possui uma facilidade em

aceitar a mudança e a inovação, ao mesmo tempo assume o risco. Por fim,

consegue envolver a equipa no trabalho colaborativo.

Existem fundamentalmente, 3 tipos de líder: O autoritário, democrático e

liberal. No que diz respeito, ao líder autoritário, caracteriza-se por determinar

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todas as actividades, bem como as técnicas e fases das tarefas, destina a cada

membro as tarefas a realizar e não participa nas actividades do grupo.

Relativamente ao líder democrático, toma as decisões por votação,

deixa que as técnicas e fases de cada tarefa sejam tomadas em grupo, faz

críticas objectivas e participa nas actividades do grupo.

Por último, mas não menos importante, o líder liberal ou “laissez faire”,

normalmente possui uma fraca ou nula intervenção na definição de actividades,

nas decisões e na atribuição de tarefas. Só comenta ou valoriza as actividades

realizadas se for interpelado. Assim sendo, não intervém no processo de

trabalho.

Como é evidente, não podemos falar em dinâmica de grupo sem falar

em comunicação. Torna-se, extremamente importante referir que ao contrário

do que é vulgarmente pensado, comunicar não é falar, pois uma pessoa que

está sempre a falar não está a comunicar com os restantes elementos.

Aquilo que se pretende de um grupo, é que cada pessoa tenha o seu

estatuto, desempenhando um papel na troca de saberes. O mérito consiste na

divisão harmoniosa da tarefa.

Para existir um boa comunicação deve haver empatia, ou seja, deve

compreender-se claramente o que estão a dizer. Por empatia entende-se, ser

ou não ser competente para escutar (diferente de ouvir) o que os outros dizem.

Tornamo-nos gradualmente pessoas que escutam e tornamo-nos capazes de

captar a mensagem que nos estão a transmitir.

Contudo, a comunicação também pode ser feita através da linguagem

não verbal. Esta pode-nos transmitir segurança ou simplesmente bloquear a

nossa comunicação. Por bloqueios à comunicação, entende-se um conjunto de

perturbações(mudança/quebra) que se relacionam directamente com a

comunicação. Estes podem ser externos (consiste em algo que outro influencia

sobre nós) e internos (são aqueles que nos impedem de comunicar da forma

mais desejada, algo relacionado com características intrínsecas).

Assim, quando dizemos que pelo aspecto conseguimos identificar uma

pessoa, referimo-nos a características de uma linguagem não verbal, no

entanto pode não corresponder a realidade, por isso a linguagem verbal pode

contrariar a linguagem não verbal.

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Na perspectiva de Jung, comunicar de forma eficiente diz respeito ao

esforço, trabalho e dedicação que o individuo demonstra com o intuito de

alcançar os seus objectivos. No que diz respeito aos estilos de comunicação,

estes não existem nem se manifestam do mesmo modo em todas as pessoas.

Todos os Seres Humanos têm formas diferentes de estar no Mundo. Com

efeito, podemos considerar que os estilos de comunicação não são mais do

que formas eficazes em função da situação onde se aplica.

Existem 4 tipos de comunicação que se manifestam ou não em cada um

de nós, consoante a nossa personalidade, sendo estes, comunicação do estilo

agressivo, do estilo passivo, estilo manipulador e estilo assertivo. Vou centrar-

me apenas na comunicação assertiva, uma vez que considero a forma mais

coerente de comunicar. Nesta, o individuo evidencia os seus direitos, admitindo

a sua legitimidade sem ir contra os direitos dos outros, pronunciando-se de

forma construtiva e serena. Podemos concluir que aquele que se auto afirma é

um individuo autêntico, pois conseguiu aprender os novos comportamentos,

bem como a adaptação a novas situações.

No que concerne à avaliação das relações no interior de um grupo, não

posso deixar de referir a perspectiva de Moreno, pois este desenvolveu o

método sociométrico. Este é um método de análise de grupos que visa avaliar

as relações no interior de um grupo Humano. Baseia-se na observação e na

aplicação de medidas que recorrem a técnicas de investigação. O autor

reconheceu que o comportamento individual depende fundamentalmente das

relações que se estabelecem com os outros na situação de grupo e procurou

construir instrumentos que pudessem avaliar a estrutura e dinâmica dos

grupos. A sua finalidade consistia em descobrir a natureza das relações

interpessoais para tornar possível “ a manifestação da espontaneidade criativa

individual”. Na sua opinião, o ser humano só se realiza quando se pode

exprimir livremente, apesar do constrangimento social.

Em suma, verifica-se que para a preparação de uma dinâmica de grupo,

temos que ter em linha de conta vários factores, quer internos ou externos a

uma pessoa. Assim, não é apenas a postura, a atitude e a abordagem de um

elemento, mas sim, a harmonia da participação de todos os elementos em

conjunto, que determinarão o êxito de uma dinâmica de grupo. Por isso

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mesmo, é crucial que cada elemento tenha a consciência da importância do

papel que desempenha no grupo.

Para além disto, com esta disciplina, percebi que um educador não pode

ser um indivíduo passivo, mas deverá ser um cidadão preocupado e activo na

sociedade. Pois somos nós, professores, que temos a missão de transmitir

conhecimentos autênticos e efectivos.

Durante a prática pedagógica, contactamos com crianças de

personalidades diversas, com ambientes familiares diferentes e com formas de

estar na vida também distintas, sentindo cada um como um ser único.

Quando o professor está perante as suas crianças, deve perceber a

dimensão pessoal de cada uma delas e tentar ajudá-las a perceber que o

conhecimento faz parte da sua vida e que é divertido saber cada vez mais! E

motivá-las a estar atentas e prontas a participar. Isto é saber ser um bom líder,

ou seja, aquele que é responsável por conduzir o grupo da melhor forma, que

leva a que esse mesmo grupo atinja determinados objectivos, de forma

espontânea. O professor deverá verificar se os objectivos foram ou não

atingidos. Para melhor organizar esta avaliação o educador poderá relacionar

de forma integrada os problemas que detectou no seu campo de acção,

obtendo um esquema em que vai definir os que são causas e os que são

consequências (Árvore de Problemas).

A escola é um lugar de aprendizagem e convívio social que deve

oferecer, a quem a ele acede, não apenas um espaço físico e um espaço

organizacional, mas sobretudo um espaço relacional e de convivência. Sendo

assim, o professor deve expressar as suas emoções e opiniões sem que, ao

fazê-lo, demonstre ansiedade indevida ou excessiva, e sem ser hostil para com

os alunos. Desta forma, o educador estará a desenvolver uma crescente

relação de empatia com cada um dos seus alunos. Esta relação tem

implicações na qualidade da relação de vinculação, pois o professor tem que

gerir as emoções nas decisões, ou seja, tem de olhar para cada aluno como

um ser único e individual, mas sem nunca esquecer que tem de manter a

mesma relação com todos eles. O professor é, no fundo, um regulador de

decisões e emoções.

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Todos os momentos de plena interacção com o outro constituem

grandes ocasiões de aprendizagem e enriquecimento pessoal. Assim sendo, a

prática pedagógica é um local privilegiado para por em prática todos os

conceitos aprendidos. Neste contexto, procuro agora criar situações e tarefas

que possam facilitar as aprendizagens e que sejam motivadoras para os

alunos.

Por isso, importa, sempre em primeiro lugar, motivar cada um deles e

exigir de todos o melhor que cada um consiga dar. Pois, as crianças começam

a ter a consciência de conceitos complexos e aprendem melhor quando são

motivadas a vivenciar, pensar, planear e experimentar por si próprias tornando-

se capazes de relacionar, estabelecer vínculos, laços entre o que estava solto,

disperso, integrando-o num novo contexto.

Desta forma, o aluno pode avaliar melhor os seus pontos fortes e fracos

e consciencializar-se das suas potencialidades, bem como definir objectivos e

metas para posteriormente melhorar o seu desempenho.

Para tornar os conteúdos mais apelativos e permitir que os alunos sejam

participantes activos no seu processo de aprendizagem, torna-se necessário

desenvolver materiais didácticos e actividades diversificadas, como sendo:

propor tarefas que possam ser trabalhadas em grupo, promovendo assim a

interacção e diálogo entre os alunos; realizar actividades que fomentem a

presença dos valores no dia-a-dia e em todas as atitudes de cada um dos

alunos. Estas actividades podem ser desenvolvidas através da utilização de

várias metodologias, como o uso de apresentações me power-point, jogos

lúdicos, trabalhos de campo, visitas de estudo e outros. A forte componente

lúdica e construtivista das actividades torna fácil o despertar da atenção e

interesse dos alunos.

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