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As Redes de Atenção à Saúde Eugênio Vilaça Mendes

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As Redes de Atenção à Saúde

Eugênio Vilaça Mendes

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A transição demográfica no Brasil

Fontes:

IBGE. Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 1980-2050. Revisão 2004. Rio de Janeiro, IBGE, 2004

Malta DC. Panorama atual das doenças crônicas no Brasil. Brasília, SVS/Ministério da Saúde, 2011

BRASIL: Distribuição da população por grupos etários (%), 1950-2050

4 1. 6 4 0 . 3

2 9 . 6

2 0 . 114 . 7

5 5 . 5 5 5 . 8

6 4 . 9

7 0 . 4

6 2 . 8

3 3 . 9 5 . 59 . 6

2 2 . 5

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1950 1975 2000 2020 2050

0-14 15-64 65+

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A transição nutricional no Brasil

1974-2009

POPULAÇÃO ADULTA POPULAÇÃO DE 5 A 9 ANOS

Fonte: Malta DC. Panorama atual das doenças crônicas no Brasil. Brasília, SVS/Ministério da Saúde, 2011

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A transição tecnológica: o paradoxo da

tecnologia médica

Os avanços na ciência e tecnologia têm melhorado a habilidade

dos sistemas de atenção à saúde em diagnosticar e tratar as

condições de saúde, mas o alto volume das tecnologias

desenvolvidas supera a capacidade dos sistemas em aplicá-las

de forma racional

Fonte: Smith M et al. Best care at lower cost: the path to continuously learning health care in America.

Washington, Institute of Medicine, The National Academies Press, 2013

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O lado positivo da tecnologia médica:

a incorporação tecnológica no tratamento

do infarto agudo do miocárdio e do câncer

Fontes:

Nabel EG, Braunwald E. A tale of coronary artery disease and myocardial infarction. New England Journal of

Medicine. 366: 54-63, 2012

DeVita Jr VT, Rosenberg AS. Two hundred years of cancer research. New England Journal of Medicine,

366:2207-2214, 2012

Smith M et al. Best care at lower cost: the path to continuously learning health care in America. Washington,

Institute of Medicine, The National Academies Press, 2013

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O lado negativo da tecnologia médica

Fontes:

Brownlee S. Overtreated: why too much medicine is making us sicker and poorer. New York, Bloomsbury USA, 2007

Welch HG, Schwartz LM, Woloshin S. Overdiagnosed: making people sick in the pursuit of health. Boston, Beacon Press, 2011

Welch HG. Less medicine, more health: 7 assumptions that drive too much medical care. Boston, Beacon Press, 2015

Prasad VK, Cifu AS. Ending medical reversal : improving outcomes, saving lives. Baltimore, Johns Hopkins University Press, 2015

Gawande A. Mortais: nós, a medicina e o que realmente importa no final. Rio de Janeiro, Objetiva, 2015

“Os Estados Unidos gastam com intervenções médicas desnecessárias 30% a 50% do gasto total em

saúde e esses procedimentos injustificados são responsáveis por 30 mil mortes a cada ano”

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A transição epidemiológica: a tripla carga

de doenças. Brasil, 2008

GRUPO I

GRUPO II

GRUPO III

Grupo 1: 13,2% doenças

infecciosas e causas

maternas e perinatais

Grupo 2: 77,2% doenças

crônicas

Grupo 3: 9,5% causas

externas

Fonte: Leite IC et al. Carga de doença no Brasil e suas regiões, 2008. Cad. Saúde Pública, 31: 1551-1564, 2015

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Condições agudas Condições crônicas

Episódicas Contínuas

Reativas Proativas

Integradas Integradas

A organização das respostas sociais aos

eventos agudos e às condições crônicas

pelos sistemas de atenção à saúde

Fontes:

Organização Mundial da Saúde. Cuidados inovadores para condições crônicas: componentes estruturais de ação.

Brasília, OMS, 2003

Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011.

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A transição dos sistemas de atenção à

saúde

• Os sistemas fragmentados de atenção à saúde

• Os sistemas integrados de atenção à saúde: as redes de

atenção à saúde

Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011.

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As características dos sistemas

fragmentados de atenção à saúde

• Organizado por componentes isolados

• Organizado por níveis hierárquicos

• Orientado para a atenção às condições agudas e aos eventos agudos decorrentes de agudizações de condições crônicas

• Voltado para indivíduos

• O sujeito é paciente

• O sistema é reativo

• Ênfase em ações curativas e reabilitadoras

• Ênfase no cuidado profissional do médico

• Gestão da oferta

• Pagamento por procedimentos

Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011.

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A explicação da crise contemporânea dos

sistemas de atenção à saúde

Uma situação de saúde do século XXI, com

predominância relativa de condições

crônicas, sendo respondida socialmente

por um modelo de atenção à saúde

desenvolvido na primeira metade do

século XX quando predominavam as

condições agudas

Por quê?

O descompasso entre os fatores

contingenciais que evoluem rapidamente

(transições demográfica, nutricional,

tecnológica e epidemiológica ) e os

fatores internos (cultura organizacional,

recursos, sistemas de incentivos, estilos

de liderança, modelos de atenção e

arranjos organizativos)

Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011.

Brecha

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1930 1935 1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2009

Infecciosas e parasitárias Neoplasias Causas externas

Aparelho circulatório Outras doenças

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O controle do diabetes

No Brasil

• Apenas 10% dos portadores de diabetes tipo 1 apresentaram níveis glicêmicos controlados

• Apenas 27% dos portadores de diabetes tipo 2 apresentaram níveis glicêmicos controlados

• 45% dos portadores de diabetes apresentaram sinais de retinopatias

• 44% dos portadores de diabetes apresentaram neuropatias

• 16% dos portadores de diabetes apresentaram alterações renais

• Gasto per capita/ano em saúde: US$ 1.388,00

Nos Estados Unidos

• 17,9 milhões de portadores de diabetes, 5,7% milhões sem diagnóstico (32%)

• Apenas 37% dos portadores de diabetes apresentaram níveis glicêmicos controlados

• 35% dos portadores de diabetes apresentaram sinais de retinopatias

• 58% dos portadores de diabetes apresentaram doenças cardiovasculares

• 30% a 70% dos portadores de diabetes apresentaram neuropatias

• 15% dos portadores de diabetes submeteram-se a amputações

• Gasto per capita/ano em saúde: US$ 8.845,00

Fontes:

Improving chronic illness care. The chonic care model. Disponível em: http://www.improvingchroniccare.org

Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. Diabetes e o baixo controle no Brasil.

Disponível em: http://www ensp fiocruz br/radis/59/03 html

World Health Organization. World Health Statistics. Geneva, WHO, 2015

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O problema crítico do SUS e sua solução

• O problema

A incoerência entre uma situação de saúde que combina transições demográfica e nutricional aceleradas e tripla carga de doença, com forte predomínio relativo de condições crônicas, e um sistema fragmentado de saúde que opera de forma episódica e reativa e que é voltado principalmente para a atenção aos eventos agudos e às agudizações das condições crônicas

• A solução

Estabelecer a coerência entre a situação de saúde que combina transição demográfica e nutricional aceleradas e tripla carga de doença, com forte predomínio relativo de condições crônicas por meio da implantação de um sistema integrado que opera de forma contínua e proativa e que é voltado equilibradamente para a atenção aos eventos agudos e às condições crônicas: as redes de atenção à saúde

Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011.

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As diferenças entre os sistemas fragmentados e as redes de atenção à saúde

FONTES: FERNANDEZ (2003); MENDES (2009)

Sistema fragmentado Rede de atenção à saúde Organizado por componentes isolados Organizado por um contínuo de atenção

Organizado por níveis hierárquicos Organizado por uma rede poliárquica

Orientado para a atenção a condições agudas Orientado para a atenção a condições crônicas

e agudas

Voltado para indivíduos Voltado para uma população

O sujeito é o paciente O sujeito é agente de saúde

Reativo Proativo

Ênfase nas ações curativas Atenção integral

Ênfase no cuidado profissional Cuidado interdisciplinar

Gestão da oferta Gestão da saúde da população

Financiamento por procedimentos e com base

no volume de recursos (fee for service)

Financiamento por capitação ou por um ciclo

completo de atendimento a uma condição de

saúde e com base no valor gerado para as

pessoas (fee for value)Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011.

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O conceito de redes de atenção à saúde

As redes de atenção à saúde são organizações poliárquicas

de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si por

uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação

cooperativa e interdependente, que permitem ofertar uma

atenção contínua e integral a determinada população,

coordenada pela atenção primária à saúde - prestada no

tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a

qualidade certa e de forma humanizada - e com

responsabilidades sanitária e econômica por esta população

Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011.

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Os elementos das

redes de atenção à saúde

A população

A estrutura operacional

Os modelos de atenção à saúde

Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011.

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A estrutura operacional das redes de

atenção à saúde

Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011

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Um modelo de atenção às condições

crônicas para o SUS

Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011

Gestão

de Caso

Gestão da Condição

de Saúde

Autocuidado Apoiado

Nível 1 70-80% de pessoas

com condições simples

Nível 2 20-30% de pessoas com

condições complexas

Nível 3 1- 5% de pessoas com

condições altamente

complexas

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As evidências sobre as redes de atenção à

saúde

• Melhoram os resultados sanitários nas condições

crônicas

• Diminuem as referências a especialistas e a hospitais

• Aumentam a eficiência dos sistemas de atenção à saúde

• Produzem serviços mais custo/efetivos

• Aumentam a satisfação das pessoas usuárias

Fonte: Mendes EV. Revisão bibliográfica sobre as redes de atenção à saúde. Belo Horizonte, SESMG, 2008

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Os hospitais nas redes de atenção à

saúde

• Os cenários sobre o futuro dos hospitais

• O hospital ilha

• A inserção dos hospitais nas redes de atenção à saúde

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Os cenários sobre o futuro dos hospitais

• Hospitais como ilhas, o pior cenário: um recuo tático emfunção da pressão dos recursos financeiros para garantir a sobrevivênciaorganizacional ao invésde desenvolver novosmodelos de atenção à saúde

• Hospitais como parte de sistemas integrados de saúde, o cenário intermediário: os hospitais articulando-se com outrosprestadores de serviços locais para prover uma atençãocoordenada às pessoas usuárias por meio da utilização de mecanismos de integração horizontal e vertical

• Hospitais em redes de atenção à saúde construídas com focona saúde da população, o melhor cenário: os hospitais indo alémda integração da atenção às pessoas para focar, também, namelhoria da saúde da população

Fonte: Naylor C, Aldewieck H, Honeyman M. Acute hospitals and integrated care: from hospitals to health

systems. London, The King´s Fund, 2015

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O hospital ilha

• O hospital como parte de um sistema fragmentado de

atenção à saúde

• O hospital como ponto de atenção à saúde isolado, sem

comunicação horizontal com outros hospitais e sem

comunicação vertical com os pontos de atenção

ambulatoriais secundários, com a atenção primária à

saúde, com os sistemas de apoio e com os sistemas

logísticos

• O hospital com um sistema de governança isolado sem

integração com a governança de outros equipamentos de

saúde

Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011

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Os problemas dos hospitais ilha

• 20% das pessoas usuárias do Medicare que receberam altas

hospitalares foram reospitalizadas em 30 dias; 34,0% foram

reospitalizadas em 90 dias

• O custo das reospitalizações não planejadas alcançaram 17,4

bilhões de dólares no Medicare em 2009

• No SUS as internações por condições sensíveis à atenção

ambulatorial representam, em média, 25% das internações totais

chegando a mais de 50% nos hospitais de pequeno porte 2006

Fontes:

Macinko J et al. Major expansion of primary care in Brazil linked to decline in unnecessary hospitalization. Health

Affairs.12:2149-2160, 2010

Naylor C, Aldewieck H, Honeyman M. Acute hospitals and integrated care: from hospitals to health systems. London, The

King´s Fund, 2015

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20%

30%27%

23%

Estadiamento do tumor na chegada dos pacientes aos hospitais com Registro Hospitalar de Câncer para tratamento de câncer de mama feminina –

ano 2007

In situ e Estádio I Estádio II Estádio III e IV Não estadiado/SI

Fonte: Registros Hospitalares de Câncer em Minas Gerais. Belo Horizonte, PAVMG, 2007

Os hospitais ilhas: o caso do câncer de

mama em Minas Gerais - 2007

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A inserção dos hospitais nas redes de

atenção à saúde

• Mover-se de um enfoque intraorganizacional para uma perspectiva

sistêmica

• Trabalhar mais proximamente com parceiros regionais, especialmente

com a atenção primária à saúde e a atenção ambulatorial

especializada

• Promover a integração horizontal para obter ganhos de escala e

melhoria da qualidade

• Operar com integração vertical com outros equipamentos de saúde

compondo redes de atenção à saúde e rompendo os limites

organizacionais

• Coparticipar de uma estrututura de governança para a construção de

uma rede de atenção à saúde

• Utilizar métricasque possibilitem definir a integração nas redes de

atenção à saúde e monitorá-la

Fontes:

Mendes EV As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011

Naylor C, Aldewieck H, Honeyman M. Acute hospitals and integrated care: from hospitals to health systems.

London, The King´s Fund, 2015

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A integração dos hospitais em redes de

atenção à saúde e a eficiência

• Os hospitais estão, em geral, sob forte pressão dos recursos

financeiros

• A integração dos hospitais em redes de atenção à saúde é parte

do aumento da eficiência econômica dos hospitais

• Há evidências de que a eficiência interna dos hospitais pode

solucionar somente uma parte dos ganhos de produtividade

necessários e que uma outra parte virá da integração desses

hospitais em redes de atenção à saúde

• A razão é que a integração em redes permite superar os

problemas decorrentes das demoras de altas devidas à

fragmentação do sistema de atenção à saúde e prevenir

internações evitáveis, especialmente em pessoas de alto risco

Fonte: Naylor C, Aldewieck H, Honeyman M. Acute hospitals and integrated care: from hospitals to health

systems. London, The King´s Fund, 2015

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A integração horizontal e vertical dos

hospitais nas redes de atenção à saúde

• A integração horizontal se dá quando se faz a fusão ou

aliança estratégica entre dois ou mais hospitais, com o

objetivo de obter ganhos de escala e de melhorar a

qualidade da atenção

• A integração vertical se dá quando se comunicam os

hospitais com diferentes pontos de atenção à saúde

integrando-os em redes por meio de sistemas logísticos

potentes

Fonte:

Aletras V et al. Economies of scale and scope. In: Ferguson B et al. Concentration and choice in health care.

London, Financial Times Healthcare, 1997

Vázquez ML, Vargas IL. Organizaciones sanitarias integradas: un estudio de casos. Barcelona, Consorci

Hospitalari de Catalunya, 2007

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Os passos para a integração dos

hospitais em redes de atenção à saúde

• Desenvolver um modelo regulatório com ênfase no desempenho de

todo o sistema de atenção à saúde

• Estabelecer um diálogo construtivo entre gestores e prestadores

de serviços

• Implantar novos planos de contratação dos profissionais dos

hospitais que dêem suporte à continuidade da atenção e ao

trabalho em equipe

• Estabelecer novos modelos de contratos que permitam a

coordenação dos hospitais com a atenção primária à saúde e com

a atenção ambulatorial especializada

• Desenvolver sistemas de pagamento alternativos que superem o

pagamento por procedimentos gerando valor para as pessoas

usuárias e alinhados com os objetivos das redes de atenção à

saúde

Fonte: Naylor C, Aldewieck H, Honeyman M. Acute hospitals and integrated care: from hospitals to health systems.

London, The King´s Fund, 2015

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O impacto da integração dos hospitais em

redes de atenção à saúde

• Redução das internações sensíveis à atenção ambulatorial e

das readmissões nos serviços de urgênciae emergência

(Northumbria Healthcare NHSFoundation Trust)

• 33% de redução na taxa médiade permanência, 15% de redução

de novas admissões pós-alta em nursing homes e redução de

15% na mortalidade (in South Warwickshire Trust)

• A prestação de teleassistênciapelos hospitais e a atenção

domiciliar estiveram associadas a uma queda de 37% nas

internações hospitalares e de 45% nas emergências(Airedale

NHS Foundation Trust)

Fonte: Naylor C, Aldewieck H, Honeyman M. Acute hospitals and integrated care: from hospitals to health systems.

London, The King´s Fund, 2015

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Algumas métricas para avaliar a

integração em redes dos hospitais

• As reinternações hospitalares em 30 dias

• As internações por condições sensíveis à atenção primária à

saúde

• As internações não eletivas nos últimos 100 dias

• As experiência de atenção coordenada reportada por

profissionais de saúde e pessoas usuárias

• A elaboração de planos de cuidado para os momentos de

transição

• Os contactos diretos entre os líderes hospitalares e os

profissionais da atenção primária à saúde e da atenção

ambulatorial especializada

Fonte: Naylor C, Aldewieck H, Honeyman M. Acute hospitals and integrated care: from hospitals to health

systems. London, The King´s Fund, 2015

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www.conass.org.br