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Diagnóstico Social do Concelho da Murtosa
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REDE SOCIAL DA MURTOSA
CONSELHO LOCAL DE ACÇÃO SOCIAL
NÚCLEO EXECUTIVO
DIAGNÓSTICO SOCIAL DO CONCELHO DA
MURTOSA
MURTOSA, DEZEMBRO DE 2006
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PROGRAMA REDE SOCIAL
DO CONCELHO DA MURTOSA
DIAGNÓSTICO SOCIAL
NÚCLEO EXECUTIVO:
CÂMARA MUNICIPAL DA MURTOSA
CENTRO DISTRITAL DE SEGURANÇA SOCIAL DE AVEIRO – SERVIÇO LOCAL DA MURTOSA
CENTRO SOCIAL PAROQUIAL SANTA MARIA DA MURTOSA
GRUPO MUSICAL BUNHEIRENSE
JUNTA DE FREGUESIA DO BUNHEIRO
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA MURTOSA
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CONSELHO LOCAL DE ACÇÃO SOCIAL DA MURTOSA:
1. Câmara Municipal da Murtosa
2. Centro Distrital de Segurança Social – Serviço Local da
Murtosa
3. Santa Casa da Misericórdia da Murtosa
4. Centro Social Paroquial Santa Maria da Murtosa
5. Junta de Freguesia do Bunheiro
6. I.E.F.P. – Centro de Emprego de Aveiro
7. Centro de Saúde da Murtosa
8. Guarda Nacional Republicana
9. Escola Básica Integrada da Torreira
10. ASFITA – Associação Filantrópica da Torreira
11. Junta de Freguesia da Torreira
12. Grupo Caritas de Pardelhas
13. Associação dos Bombeiros Voluntários da Murtosa
14. Junta de Freguesia da Murtosa
15. Associação de Pais e Encarregados de Educação de
Pardelhas
16. Associação Náutica da Torreira
17. Centro Social e Paroquial do Bunheiro
18. Rancho Folclórico “Os Camponeses da Beira-Ria”
19. Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola
Pré-Primária e Primária do Monte
20. Associação Desportiva e Recreativa das Quintas
21. Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola
E.B. 2/3 Pe. António Morais da Fonseca – Murtosa
22. Grupo Musical Bunheirense
23. Rancho Folclórico Infantil “As Andorinhas de São Silvestre”
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24. Agrupamento de Escolas da Murtosa
25. Agrupamento 190 do C.N.E. – Murtosa
26. Comissão de Protecção Crianças e Jovens da Murtosa
27. Instituto de Reinserção Social de Aveiro
28. Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal (REAPN) – Núcleo de
Aveiro
29. Ensino Recorrente e Educação Extra-Escolar da Murtosa
30. Fundação Bissaya Barreto
31. Conferência de S. Vicente de Paulo do Monte
32. Associação Cultural Bunheirense
33. Centro de Atendimento a Toxicodependentes de Aveiro
34. SEMA – Associação Empresarial
35. Clube Nacional de Paramotor
36. Casa do Benfica da Murtosa
37. Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro
38. Coro de Santa Maria da Murtosa
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INDICE GERAL PÁG.
INDICE GERAL 5
INDICE DE FIGURAS, QUADROS E GRÁFICOS 6
SIGLAS 9
INTRODUÇÃO 10
A REDE SOCIAL DA MURTOSA: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO 14
O CONCELHO DA MURTOSA: BREVE CARACTERIZAÇÃO 16
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA 17
BUNHEIRO 19
MONTE 20
MURTOSA 21
TORREIRA 22
ANÁLISE COMPARATIVA DAS FREGUESIAS 23
PROBLEMÁTICAS IDENTIFICADAS NO CONCELHO 25
AS ÁREAS PROBLEMÁTICAS 30
FAMÍLIA E COMUNIDADE 31
DESEMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL 57
SAÚDE 70
HABITAÇÃO 82
EDUCAÇÃO 87
CONCLUSÃO FINAL 106
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INDICE DE FIGURAS, QUADROS E GRÁFICOS
Figura 1 – Localização do Distrito de Aveiro e do Concelho da Murtosa 16 Figura 2 – Concelho da Murtosa e suas Freguesias 16
Quadro 1 – Caracterização do Concelho da Murtosa 17 Quadro 2 – Caracterização da freguesia do Bunheiro 19
Quadro 3 – Caracterização da freguesia do Monte 20 Quadro 4 – Caracterização da freguesia da Murtosa 21
Quadro 5 – Caracterização da freguesia da Torreira 22 Quadro 6 – Análise comparativa entre as freguesias 23
Quadro 7 – Equipamentos Sociais Existentes no Concelho 31 Quadro 8 – Valências de Creche no Concelho 33
Quadro 9 – Valências de Jardim-de-Infância do Concelho 34 Quadro 10 – Valência de ATL do Concelho 35
Quadro 11 – Valência de Lar de Idosos do Concelho 37 Quadro 12 – Valência de Centro de Dia no Concelho 37
Quadro 13 – Valência de SAD no Concelho 38 Quadro 14 – Gabinete de Apoio à Família e Comunidade (CSPSMM) 42
Quadro 15 – Projectos do CSPSMM 43 Quadro 16 – Projectos da SCMM 44
Gráfico 1 – Distribuição Processual por Freguesia 46 Gráfico 2 – Sinalização e Participação da situação 47
Gráfico 3 – Distribuição das crianças acompanhadas pela CPCJ, por idades 47 Gráfico 4 – Distribuição das crianças acompanhadas segundo a escolaridade 48
Quadro 17 – Naturalidade das crianças acompanhadas 48 Gráfico 5 – Razões da Intervenção da CPCJ 48
Quadro 18 – Caracterização dos agregados 49 Gráfico 6 – Tipos de agregados 49
Gráfico 7 – Situação habitacional 50 Gráfico 8 – Escolaridade do agregado familiar 50
Gráfico 9 – Situação profissional/rendimentos dos membros do agregado 51 Gráfico 10 – Processos/medidas aplicadas 51
Quadro 19 – Acordos de inserção 52 Quadro 20 – Acções de Inserção assinadas por área de intervenção 52
Quadro 21 – Violência Doméstica nas freguesias, segundo o sexo e idade da Vítima e do agressor 53
Quadro 22 – Crimes de Violência Doméstica, segundo o sexo/idade da vítima 54 Quadro 23 – Taxa de desemprego (sentido lato) em 1991 e 2001 57
Gráfico 11 – Número de desempregados no concelho (2004-2006) 58 Gráfico 12 – Desemprego no Concelho da Murtosa – sexo 59
Gráfico 13 – Desemprego no Concelho da Murtosa – jovem/adulto 59 Gráfico 14 – Desemprego no Concelho da Murtosa – faixa etária 60
Quadro 24 – População residente empregada por sector de actividade e sexo 61 Quadro 25 – Empresas do Concelho da Murtosa associadas à SEMA 63
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Quadro 26 – Tipologia das empresas segundo o CAE 64
Quadro 27 – Formação Profissional no Concelho 65 Quadro 28 – População Residente e Inscrita por Médico de Família 71
Quadro 29 – Número de utentes inscritos nas consultas de alcoolismo, por freguesia e sexo 73
Gráfico 15 – Número de inscritos nas consultas de alcoolismo, por freguesia 73 Gráfico 16 – Número de inscritos nas consultas de alcoolismo, por faixa etária 73
Gráfico 17 – Situação profissional dos inscritos nas consultas de alcoolismo 74 Quadro 30 – Situação perante as consultas de alcoolismo 74
Gráfico 18 – Sexo dos utentes inscritos no CAT de Aveiro 76 Gráfico 19 – Freguesia de residência dos utentes inscritos no CAT de Aveiro 76
Gráfico 20 – Estado civil dos utentes inscritos no CAT de Aveiro 77 Gráfico 21 – Escolaridade dos utentes inscritos no CAT de Aveiro 77
Gráfico 22 – Situação laboral dos utentes inscritos no CAT de Aveiro 77 Gráfico 23 – Idade à data da 1.ª consulta dos utentes inscritos no CAT/Aveiro 77
Gráfico 24 – Sexo dos utentes activos em 2006, no CAT de Aveiro 78 Gráfico 25 – Freguesia de residência dos utentes activos em 2006, no CAT
de Aveiro 78 Gráfico 26 – Estado civil dos utentes activos em 2006, no CAT de Aveiro 78
Gráfico 27 – Escolaridade dos utentes activos em 2006, no CAT de Aveiro 78 Gráfico 28 – Situação laboral dos utentes activos em 2006, no CAT de Aveiro 78
Gráfico 29 – Idade à data da 1.ª consulta dos utentes activos em 2006, no CAT de Aveiro 78
Gráfico 30 – Número de indivíduos toxicodependentes acompanhados pelo C.S. da Murtosa 79
Gráfico 31 – Número de indivíduos toxicodependentes acompanhados pelo C.S. da Murtosa, por faixa etária 79
Quadro 31 – Construção 83 Gráfico 32 – Número de contadores instalados por freguesia 83
Gráfico 33 – Número de casa ligadas à rede de saneamento 85 Quadro 32 – Abandono e Insucesso Escolar, por ano lectivo 91
Quadro 33 – Abandono e Insucesso 2001/2002 91 Quadro 34 – Abandono e Insucesso Escolar 2002/2003 91
Quadro 35 – Abandono e Insucesso Escolar 2003/2004 92 Quadro 36 – Abandono e Insucesso Escolar 2004/2005 92
Quadro 37 – Abandono e Insucesso Escolar 2005/2006 92 Quadro 38 – Abandono e Insucesso escolar 2001/2002 93
Quadro 39 – Abandono e Insucesso escolar 2002/2003 94 Quadro 40 – Abandono e Insucesso escolar 2003/2004 94
Quadro 41 – Abandono e Insucesso escolar 2004/2005 95 Quadro 42 – Abandono e Insucesso escolar 2004 /2005 95
Quadro 43 – Abandono e Insucesso escolar 2005/2006 96 Quadro 44 – Abandono e Insucesso escolar 2005/2006 96
Quadro 45 – Abandono e Insucesso escolar 2001/2002 97
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Quadro 46 – Abandono e Insucesso escolar 2002/2003 97
Quadro 47 – Abandono e Insucesso Escolar 2003/2004 98 Quadro 48 – Abandono e Insucesso escolar 2003/2004 98
Quadro 49 – Abandono e Insucesso Escolar 2004/2005 99 Quadro 50 – Abandono e Insucesso escolar 2004/2005 99
Quadro 51 – Abandono e Insucesso Escolar 2005/2006 100 Quadro 52 – Abandono e Insucesso escolar 2005/2006 100
Quadro 53 – Progressão para o Ensino Secundário, por ano lectivo 103 Gráfico 34 – Progressão para o Ensino Secundário 103
Quadro 54 – Progressão para o Ensino Secundário, por ano lectivo Torreira 103 Gráfico 35 – Progressão para o Ensino Secundário – Torreira 104
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SIGLAS ASFITA – Associação Filantrópica da Torreira
ATL – Actividade de Tempos Livres
CAE – Código de Actividade Económica
CAFAP – Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental
CARA – Centro de Alcoólicos Recuperados de Aveiro
CAT – Centro de Atendimento a Toxicodependentes
CDSS – Centro Distrital de Segurança Social
CEF – Cursos de Educação e Formação
CLAS – Conselho Local de Acção Social
CMM – Câmara Municipal da Murtosa
CPCJ – Comissão de Protecção de Crianças e Jovens
CRAC – Centro de Recuperação de Alcoologia do Centro
EBI – Escola Básica Integrada
GNR – Guarda Nacional Republicana
IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional
INE – Instituto Nacional de Estatística
INH – Instituto Nacional da Habitação
IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social
PAII – Programa de Apoio Integrado a Idosos
PEETI – Prevenção e Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil
PIEF – Programa Integrado de Educação e Formação
PNAI – Plano Nacional de Acção para a Inclusão
REAPN – Rede Europeia Anti-Pobreza Nacional
RSI – Rendimento Social de Inserção
RVCC – Reconhecimento, Validação, Certificação de Competências
SAD – Serviço de Apoio Domiciliário
SAP – Serviço de Atendimento Permanente
SCMM – Santa Casa da Misericórdia da Murtosa
SEMA – Sever do Vouga, Estarreja, Murtosa e Albergaria (Associação
Empresarial de)
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INTRODUÇÃO
O presente documento foi elaborado na sequência da adesão do
Município da Murtosa, em Maio de 2005, ao Programa da Rede Social,
criado em Novembro de 1997, através da Resolução do Conselho de
Ministros n.º 197/97.
Pretende-se neste trabalho, dar a conhecer em todas as vertentes, o
Concelho da Murtosa, tendo sempre como preocupação principal a
sua população e a forma como vive os diferentes contextos, do
Económico ao Social. Aliás, o Social encerra em si mesmo uma
pluralidade, um conjunto de circunstâncias determinantes do modo
de estar, de viver, de cada indivíduo ou de cada grupo, em cada
momento, consoante o estádio da envolvente em que se insere.
O objectivo deste trabalho é portanto apresentar o Diagnóstico do
Concelho, completando o Pré-Diagnóstico, já elaborado e
documentado.
O Diagnóstico, como a palavra indica, significa determinar uma
situação, a partir dos dados que se conhecem e que possam
influenciá-la.
Ora foi exactamente a procura de dados, a sua obtenção e análise
que permitiu o conhecimento que hoje temos e que podemos
apresentar e utilizar. A sua utilização será feita, então, no sentido da
melhoria das condições de vida das populações do Concelho, através
da concretização de eventuais projectos, no âmbito da Rede Social,
de acordo com os problemas definidos.
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Assim sendo, e partindo do princípio básico de que a população
constitui o objectivo do trabalho, também ela tem de ser parte
integrante desse mesmo trabalho. Temos portanto, obrigatoriamente,
de envolvê-la. As propostas de solução dos problemas têm de partir
de quem os tem, de quem os sente.
A população tem de ter, ela própria, forçosamente, um papel. Tem de
ser actor e autor da sua mudança, da sua evolução. Sendo autor,
ainda que em parceria, tem que estar presente na concepção de
qualquer projecto que lhe seja destinado. Como actor, tem que
representar o seu papel nas diferentes fases do projecto em
desenvolvimento.
Perante o conceito que perfilhamos e de que demos conhecimento, é
lógica a metodologia de trabalho que seguimos na obtenção dos
dados que permitiram o Diagnóstico Social do Concelho da Murtosa.
Neste contexto, adoptámos a metodologia participativa directa e
indirecta. Esta, através do contributo do CLAS, com o preenchimento
de um impresso, por cada um dos parceiros, para identificação das
entidades representadas, assim como para partilharem o
conhecimento que detêm da população que envolvem. Após a recolha
dos dados solicitados, houve o Plenário do CLAS, no qual o Núcleo
Executivo apresentou um tratamento que deles fez, para discussão e
análise.
Houve ainda outras reuniões com o CLAS que se dividiu em dois
grupos, com o objectivo de identificar problemas, a partir do
conhecimento empírico de cada um. Estas reuniões contaram com a
presença de um facilitador externo que as conduziu, utilizando a
metodologia da “Nuvem de Problemas”.
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As conclusões de cada grupo foram postas em comum, em Plenário,
também ele moderado pelo mesmo facilitador externo.
A participação directa envolveu a população das quatro freguesias do
Concelho, em sessões públicas levadas a cabo, em salas bem
localizadas relativamente às acessibilidades e disponibilizadas por
Entidades Parceiras.
Houve uma divulgação prévia dos objectivos, das datas, locais e
horas das reuniões, através dos membros do próprio CLAS, dos
Párocos, nas suas Homilias de Domingo e também de cartazes
estrategicamente colocados, assim como de panfletos espalhados
pelos recintos públicos mais frequentados.
Esta metodologia de trabalho foi aprovada por unanimidade em
Plenário do CLAS, após discussão e votação. Nesta mesma reunião
foram propostas datas, locais e horas para a realização das sessões
em apreço.
A discussão e aprovação de propostas de trabalho pelo CLAS não é
mais do que o desenvolvimento da filosofia da Rede Social que
assenta no conceito de parceria alargada, tal como é referido no art.
3º -2 do Decreto-Lei n.º 115/206. Este conceito determina o mesmo
nível de participação de todos os parceiros, em todas as fases do
processo, o que leva a que nada deva, nem possa ser feito sem o
consenso do CLAS. Estabelece portanto a igualdade de todos os
parceiros.
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De facto, a união de esforços é fundamental para o êxito de qualquer
iniciativa que tenha por objectivo a melhoria de condições de
desenvolvimento de uma população.
No processo vertente, é ainda de referir a importância da Rede Social
na implementação de qualquer projecto de intervenção social no
Concelho da Murtosa.
É também de salientar que o Diagnóstico adiante apresentado se
refere à actualidade e que, assente como é, na pessoa humana e sua
envolvência, sistematicamente em mutação, estará sujeito a
posteriores actualizações. O Diagnóstico não é portanto um trabalho
estanque, conceito que deve estar sempre subjacente a qualquer
intervenção social.
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A REDE SOCIAL DA MURTOSA: PROCESSO DE
IMPLEMENTAÇÃO
A Rede Social da Murtosa começou efectivamente em Fevereiro de
2006. Foram realizados alguns contactos que tinham por objectivo
sensibilizar potenciais parceiros a aderirem ao Conselho Local de
Acção Social (CLAS). O Núcleo Dinamizador, anteriormente
constituído, procedeu à elaboração de uma proposta de Regulamento
Interno do CLAS.
A 22 de Março de 2006 realizou-se o primeiro Plenário do CLAS, onde
se constituiu o CLAS da Murtosa, se votou e aprovou o Regulamento
Interno do CLAS e se constituiu o Núcleo Executivo.
De Abril a Julho, o Núcleo Executivo recolheu informação para a
elaboração do Pré-Diagnóstico Social do concelho da Murtosa.
Para a sua elaboração o Núcleo Executivo contou com a
disponibilidade e colaboração de diversos organismos e instituições
(na sua maioria parceiros do CLAS, mas nem sempre), que detinham
essas mesmas informações e que as disponibilizaram, de modo a
chegar-se a um retrato do concelho o mais completo e fidedigno
possível.
No segundo Plenário do CLAS da Murtosa, a 28 de Julho de 2006, foi
aprovado por unanimidade o Pré-Diagnóstico Social do concelho da
Murtosa.
Aprovado e entregue o Pré-Diagnóstico Social, o Núcleo Executivo
passou à concretização da fase seguinte: o Diagnóstico Social.
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Após a definição da metodologia a utilizar para a elaboração deste
documento, convidou-se um Facilitador Externo que pudesse
dinamizar a sessão dos grupos do CLAS. Para melhor organização,
dividiram-se os parceiros do CLAS em dois grupos, que funcionaram
no mesmo dia (4 de Outubro), mas em horários diferentes – das 14h
às 16:30h e das 17h às 19:30h – com os quais foi utilizado a
metodologia da “Nuvem de Problemas”, cujo objectivo seria a
identificação dos problemas do Concelho.
O terceiro Plenário do CLAS da Murtosa, a 10 de Outubro de 2006,
iniciou-se com a conclusão dos trabalhos do dia 4 de Outubro, em
que se agruparam os problemas encontrados pelos dois grupos, por
problemáticas.
Neste mesmo Plenário foi discutida e aprovada por unanimidade a
realização de um Concurso para a criação do Logótipo da Rede Social
e a realização de sessões públicas com a população das quatro
freguesias do Concelho, com a mesma metodologia e objectivos
destas sessões com o CLAS, mas com a certeza que se identificaria
outro tipo de problemas.
Após a realização das sessões referidas, o Núcleo Executivo
debruçou-se sobre a informação recolhida, para a elaboração deste
mesmo documento.
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O CONCELHO DA MURTOSA: BREVE
CARACTERIZAÇÃO
A vila da Murtosa é sede de um dos concelhos do distrito de Aveiro e
pertence à Região Centro de Portugal, no Baixo Vouga (Beira Litoral).
Figura 1 – Localização do Distrito de Aveiro e do Concelho da
Murtosa
Confina a Norte com o concelho de Ovar, a Sul com Aveiro, a Este
com Estarreja, a Sueste com Albergaria-a-Velha e a Oeste com o
Oceano Atlântico. A sua área geográfica é de 73,3 Km2.
Constituem o concelho 4 freguesias:
Bunheiro, Monte, Murtosa e Torreira.
.
Figura 2 – Concelho da Murtosa e suas
Freguesias
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CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DO CONCELHO
Quadro 1 – Caracterização do Concelho da Murtosa
Indicador Valor Unidade Período
Área Total 73,3 Km2 2004 Freguesias 4 N.º 2003 Densidade Populacional 131,7 Hab/Km2 2004 População Residente HM 9 458 Indivíduos 2001 População Residente H 4 518 Indivíduos 2001 População Residente M 4 940 Indivíduos 2001 População Presente HM 9 105 Indivíduos 2001 População Presente H 4 258 Indivíduos 2001 População Presente M 4 847 Indivíduos 2001 População Residente HM 9 579 Indivíduos 1991 População Residente H 4 620 Indivíduos 1991 População Residente M 4 959 Indivíduos 1991 Nados Vivos HM 103 N.º 2004 Óbitos HM 129 N.º 2004
Fonte: www.ine.pt (Retrato Territorial, 2004)
Partindo da análise do quadro 1, que nos retrata a caracterização do
concelho da Murtosa, podemos constatar que a área do concelho se
estende por um total de 73,3 Km2, englobando no seu território
quatro freguesias e tendo uma densidade populacional de 131,7 hab/
Km2.
O Censos de 1991 diz que a população residente no concelho da
Murtosa é de 9 579 indivíduos, dos quais 4 620 do sexo masculino e
4 959 do feminino.
Estes números reportam-se a “indivíduos que, independentemente de
no momento de observação estarem presentes ou ausentes numa
determinada unidade de alojamento, aí habitam a maior parte do ano
com a família ou aí detêm a totalidade ou a maior parte dos seus
haveres”1.
1 Definição do Instituto Nacional de Estatística para População Residente.
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Em 2001, a população residente do concelho da Murtosa é de 9 458
indivíduos, dos quais 4518 são do sexo masculino e 4 940 do
feminino.
Em relação à população presente2 no concelho, em 2001, esta é de 9
105 indivíduos, dos quais 4 258 são do sexo masculino e 4 847 do
sexo feminino.
Podemos assim concluir que num período de 10 anos, houve um
decréscimo da população, que no total é de cerca de 1,3%. Assim,
em 1991 era de 9 597, em 2001 é de 9 458 indivíduos.
No ano de 2004, houve o registo de 103 nados vivos e 129 óbitos, o
que faz com que o crescimento natural do concelho seja negativo
(menos 26 indivíduos).
2 Segundo a definição do INE, entende-se por População Presente o “número de indivíduos que no
momento censitário se encontravam numa unidade de alojamento, mesmo que aí não residam”.
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CARACTERIZAÇÃO DAS FREGUESIAS:
Freguesia do Bunheiro
Quadro 2 – Caracterização da freguesia do Bunheiro
Freguesia: Bunheiro Designação Valor Unidade Período
Área Total 24,8 Km2 2001
Densidade Populacional 109 Hab/Km2 2001
População Residente HM 2707 Indivíduos 2001
População Residente H 1295 Indivíduos 2001
População Residente M 1 412 Indivíduos 2001
População Presente HM 2661 Indivíduos 2001
População Presente H 1263 Indivíduos 2001
População Presente M 1398 Indivíduos 2001
Nados Vivos HM 34 N.º 2001
Nados Vivos H 13 N.º 2001
Óbitos HM 37 N.º 2001
Óbitos H 22 N.º 2001 Fonte: www.ine.pt (Retrato Territorial, 2004)
A freguesia do Bunheiro tem uma área de 24,8 Km2 e uma densidade
populacional de 109 hab/km2. A população residente, em 2001, é de
2 707 indivíduos: 1 295 do sexo masculino e 1 412 do sexo feminino.
Relativamente à população presente no momento censitário esta é de
2 661 indivíduos, dos quais 1263 são do sexo masculino e 1398 do
sexo feminino. Da análise destes dados podemos concluir que
comparativamente à população residente, a população presente é
menor, assim como prevalecem nesta freguesia indivíduos do sexo
feminino.
Na freguesia do Bunheiro, em 2001 registaram-se 34 nados vivos, 13
dos quais do sexo masculino. Registaram-se também 37 óbitos, dos
quais 22 do sexo masculino. Podemos dizer então que no ano de
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2001, o crescimento natural da população da freguesia foi negativo,
uma vez que o número de óbitos é superior ao dos nados vivos.
Freguesia do Monte
Quadro 3 – Caracterização da freguesia do Monte
Freguesia: Monte Designação Valor Unidade Período
Área Total 2,3 Km2 2001
Densidade Populacional 488,2 Hab/Km2 2001
População Residente HM 1116 Indivíduos 2001
População Residente H 514 Indivíduos 2001
População Residente M 602 Indivíduos 2001
População Presente HM 1069 Indivíduos 2001
População Presente H 492 Indivíduos 2001
População Presente M 577 Indivíduos 2001
Nados Vivos HM 19 N.º 2001
Nados Vivos H 11 N.º 2001
Óbitos HM 23 N.º 2001
Óbitos H 13 N.º 2001 Fonte: www.ine.pt (Retrato Territorial, 2004)
A freguesia do Monte compreende uma área de 2,3 Km2 e uma
densidade populacional de 488,2 hab/km2. A população residente, em
2001, é de 1 116 indivíduos, dos quais 514 do sexo masculino e 602
do sexo feminino. Relativamente à população presente no momento
censitário esta é de 1 069 indivíduos, dos quais 492 do sexo
masculino e 577 do sexo feminino. Da análise destes dados podemos
concluir que a população residente é superior à população presente,
assim como é superior o número de indivíduos do sexo feminino.
Em 2001, na freguesia do Monte, registaram-se 19 nados vivos, dos
quais 11 do sexo masculino. O registo de óbitos é de 23 indivíduos,
dos quais 13 do sexo masculino. Podemos dizer então que no ano de
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2001 o crescimento natural da população da freguesia foi negativo,
uma vez que o número de óbitos é superior ao dos nados vivos.
Freguesia da Murtosa
Quadro 4 – Caracterização da freguesia da Murtosa
Freguesia: Murtosa Designação Valor Unidade Período
Área Total 14,8 Km2 2001
Densidade Populacional 212,6 Hab/Km2 2001
População Residente HM 3140 Indivíduos 2001
População Residente H 1443 Indivíduos 2001
População Residente M 1 697 Indivíduos 2001
População Presente HM 3000 Indivíduos 2001
População Presente H 1346 Indivíduos 2001
População Presente M 1 654 Indivíduos 2001
Nados Vivos HM 41 N.º 2001
Nados Vivos H 25 N.º 2001
Óbitos HM 66 N.º 2001
Óbitos H 31 N.º 2001 Fonte: www.ine.pt (Retrato Territorial, 2004)
A freguesia da Murtosa compreende uma área de 14,8 Km2 e tem
uma densidade populacional de 212,6 hab/km2. A população
residente, em 2001, é de 3 140 indivíduos: destes 1 443 são do sexo
masculino e 1 697 do sexo feminino. A população presente no
momento censitário é de 3 000 indivíduos, dos quais 1346 do sexo
masculino e 1 654 do sexo feminino.
Da análise destes dados concluímos que a população residente é
menor do que a população presente, e é maior também o número de
indivíduos do sexo feminino.
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Em 2001, na freguesia da Murtosa, registaram-se 41 nados vivos,
dos quais 25 do sexo masculino. Foram registados 66 óbitos, dos
quais 31 do sexo masculino. Podemos dizer então que no ano de
2001 o crescimento natural da população da freguesia foi negativo,
uma vez que o número de óbitos é superior ao dos nados vivos.
Freguesia da Torreira
Quadro 5 – Caracterização da freguesia da Torreira
Freguesia: Torreira Designação Valor Unidade Período
Área Total 31,5 Km2 2001
Densidade Populacional 79,3 Hab./Km2 2001
População Residente HM 2495 Indivíduos 2001
População Residente H 1266 Indivíduos 2001
População Residente M 1 229 Indivíduos 2001
População Presente HM 2375 Indivíduos 2001
População Presente H 1157 Indivíduos 2001
População Presente M 1 218 Indivíduos 2001
Famílias Clássicas Residentes 788 n.º 2001
Nados Vivos HM 38 n.º 2001
Nados Vivos H 27 n.º 2001
Óbitos HM 21 n.º 2001
Óbitos H 11 n.º 2001 Fonte: www.ine.pt (Retrato Territorial, 2004)
A freguesia da Torreira tem uma área de 31,5 Km2 e uma densidade
populacional de 79,3 hab/km2. A população residente, em 2001, é de
2 495 indivíduos, sendo que 1 266 são do sexo masculino e 1 229 do
sexo feminino. A população presente no momento censitário é de 2
375 indivíduos, dos quais 1 157 são do sexo masculino e 1218 do
sexo feminino.
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Da análise destes dados podemos concluir que a população residente
é maior do que a população presente, e que a população masculina é
mais numerosa do que a feminina, respectivamente 1 266 e 1 229.
No entanto, no momento censitário (população presente), há uma
inversão numérica no que respeita o género, uma vez que se
registam mais indivíduos do sexo feminino do que do sexo masculino,
respectivamente 1218 e 1157.
Em 2001 registaram-se 38 nados vivos, dos quais 27 do sexo
masculino. Os óbitos foram 21, dos quais 11 do sexo masculino.
Podemos dizer então que no ano de 2001 o crescimento natural da
população da freguesia foi positivo, uma vez que o número de nados
vivos é superior ao dos óbitos, situação esta que difere de todas as
outras freguesias do concelho da Murtosa.
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE FREGUESIAS
Quadro 6 – Análise comparativa entre as freguesias
Freguesias Área Total (km2)
Densidade Populacional
População Residente HM
Bunheiro 24,8 109 2707 Monte 2,3 488,2 1116 Murtosa 14,8 212,6 3140 Torreira 31,5 79,3 2495 Total 73,4 131,7 9458
Fonte: www.ine.pt (Retrato Territorial, 2004)
O concelho da Murtosa ocupa no conjunto das suas 4 freguesias uma
área total de 73,4 km2. A freguesia com maior área total é a Torreira,
com 31,5 km 2, seguindo-se por ordem decrescente a freguesia do
Bunheiro, Murtosa e Monte.
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A densidade populacional do concelho é de 131,7 hab/km2. A
freguesia com maior densidade populacional é o Monte, seguindo-se,
também por ordem decrescente, a Murtosa, Bunheiro e Torreira.
Pelos dados apresentados, verifica-se que à freguesia com maior área
geográfica – Torreira – corresponde a menor densidade populacional
e que à freguesia com menor área geográfica – Monte – corresponde
a maior densidade populacional.
As freguesias do Bunheiro e da Murtosa invertem as suas posições na
correspondência entre a área geográfica e a densidade populacional.
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ÁREAS PROBLEMÁTICAS IDENTIFICADAS
NO CONCELHO
Para a identificação dos problemas e problemáticas do concelho da
Murtosa, foram utilizadas metodologias participativas, assentes na
estratégia participada de planeamento.
Primeiro convocaram-se todos os parceiros do CLAS a participar nas
duas Sessões de Trabalho para o Diagnóstico. Para a dinamização
destas sessões convidou-se para o papel de facilitador externo, que
tal como a denominação indica, é um elemento externo ao CLAS e ao
concelho: a Dra. Marina Nunes, Coordenadora Técnica da Rede Social
de Vila Nova de Gaia.
Para a realização da primeira sessão dividiu-se o CLAS em dois
grupos, consoante a disponibilidade dos parceiros para os horários de
realização das ditas sessões.
O primeiro grupo foi constituído pelos seguintes parceiros:
• CDSS – Serviço Local da Murtosa
• Santa Casa da Misericórdia da Murtosa
• Centro de Saúde da Murtosa
• Guarda Nacional Republicana
• Escola Básica Integrada da Torreira
• Grupo Cáritas de Pardelhas
• Associação Desportiva e Recreativa das Quintas
• CPCJ da Murtosa
• Fundação Bissaya Barreto
• CAT – Aveiro
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• SEMA
• IEFP – Centro de Emprego
• Centro Social Paroquial Santa Maria da Murtosa
• Junta de Freguesia da Murtosa
• Câmara Municipal da Murtosa.
O segundo grupo tinha como elementos:
• Junta de Freguesia da Torreira
• Associação de Pais e Encarregados de Educação de
Pardelhas
• Associação Náutica da Torreira
• Centro Social Paroquial do Bunheiro
• Rancho Folclórico “Os Camponeses da Beira-Ria”
• Associação de Pais e Encarregados de Educação do Monte
• Rancho Folclórico Infantil “As Andorinhas de S. Silvestre”
• Associação Cultural Bunheirense
• Grupo Musical Bunheirense
• Agrupamento de Escolas da Murtosa
• Conferência de S. Vicente de Paulo do Monte
• ASFITA – Associação Filantrópica da Torreira
Para a dinamização destas sessões, a Dra. Marina utilizou como
metodologia a Nuvem de Problemas.
A utilização desta metodologia permitiu que todos participassem com
a sua opinião, anonimamente, não havendo portanto qualquer
constrangimento na identificação dos problemas por parte dos
presentes.
À medida que se iam enumerando os problemas, os mesmos foram
definidos em conjunto, para que não existissem dúvidas sobre o seu
significado.
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Seguidamente foi distribuído pelos presentes um conjunto de
autocolantes, que deveriam ser colocadas sobre os problemas que
cada um considerava mais prioritários e mais visíveis.
Os problemas identificados pelo primeiro grupo foram:
• Abandono Escolar – 13
• Desemprego – 13
• Habitação – 13
• Alcoolismo – 13
O segundo grupo identificou como problemas:
• Falta de emprego – 6
• Habitação – 6
• Abandono Escolar – 5
• Insucesso escolar – 4
• Não valorização da escola – 4
• Demissão da responsabilidade – 4
Numa segunda sessão, na qual já
estiveram presentes os dois grupos,
foram agrupados todos os problemas
identificados por problemáticas:
• Educação:
� Abandono escolar;
� Insucesso escolar;
� Desvalorização da escola;
� Educação – resistência à mudança;
� Desmotivação pela aprendizagem escolar;
� Falta de apoio na educação especial;
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• Família:
� Disfunção familiar;
� Violência doméstica;
� Má orientação económica;
� Demissão da responsabilidade;
� Falta de educação parental e pessoal;
� Isolamento da 3.ª idade;
� Alcoolismo;
• Habitação:
� Habitação social;
• Emprego e qualificação profissional
Entendendo o Núcleo Executivo que a mesma metodologia deveria
ser utilizada com a população do concelho por freguesias, levou esta
proposta ao Plenário, tendo sido a mesma aprovada por
unanimidade, pelos presentes.
Desta forma, divulgou-se a realização de sessões junto da população
das 4 freguesias. Em cada uma das sessões estiveram presentes
membros do N.E. com o objectivo da dinamização dos trabalhos.
A metodologia utilizada foi basicamente a mesma. No entanto,
tentou-se apelar mais à participação e discussão entre os presentes,
não só na identificação dos problemas, como também das
problemáticas, causas, consequências e possíveis soluções.
Os problemas identificados pela população das freguesias foram:
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Bunheiro: falta de educação e formação nas famílias que se
transmite posteriormente aos filhos e insuficiência de equipamentos
para a área da infância, mais concretamente de creches;
Monte e Murtosa: desemprego, falta de formação,
desorganização familiar e má gestão económica por parte das
famílias;
Torreira: insuficiência de habitação social, insuficiência do n.º
de consultas e do espaço exterior de espera, na extensão de saúde,
falta de emprego para jovens e falta de espaços para a prática de
desportos, disfunção familiar e falta de equipamentos para a 3.ª
idade.
O Núcleo Executivo, nas reuniões seguintes, trabalhou a informação
recolhida junto da população e dos parceiros do CLAS.
A metodologia utilizada para chegar à elaboração do Diagnóstico
levou à identificação das seguintes áreas problemáticas: Família e
Comunidade, Desemprego e Formação Profissional, Saúde, Habitação
e Educação.
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AS ÁREAS PROBLEMÁTICAS
Da análise do conjunto dos dados obtidos nas sessões com a
população e dos dados estatísticos disponíveis, resultou a fase
seguinte de trabalho que está a desenvolver-se.
Incide esta fase, pela utilização dos recursos e potencialidades da
Comunidade, na procura de respostas às questões levantadas a partir
da definição, do que são para o Concelho, os principais problemas
decorrentes das seguintes áreas problemáticas: Família e
Comunidade, Desemprego e Formação Profissional, Saúde, Habitação
e Educação.
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ÁREA PROBLEMÁTICA: FAMÍLIA E
COMUNIDADE
• Insuficiência de Equipamentos Sociais
Um dos problemas detectados, tanto pelos dados estatísticos, como
pela população, consiste na deficiente cobertura de equipamentos
sociais nas valências de Creche e na área da Terceira Idade.
Os equipamentos sociais existentes no Concelho dividem-se em três
grandes áreas: Infância e Juventude, Terceira Idade e Família e
Comunidade. Estas, por sua vez, estão divididas em
valências/respostas sociais.
Quadro 7 – Equipamentos Sociais Existentes no Concelho
Instituição Valências Capacidade Frequência Freguesia ATL 25 25
Centro de Dia 15 14
SAD 25 26
Bunheiro
Centro Social e Paroquial do Bunheiro
Total 65 65 0 Creche 45 45
Jardim-de-Infância 66 62
ATL 35 35
Centro de Dia 15 2
Lar de Idosos 78 78
SAD 30 30
Murtosa
Santa Casa da Misericórdia da Murtosa
Total 269 252 0 (-17)
Creche 20 20
Jardim-de-Infância 20 20
ATL 30 12
Torreira
Fundação Bissaya Barreto
Total 70 52 0 (-18)
Creche 15 16
Jardim-de-Infância 22 23
ATL 30 23
SAD 25 27
Murtosa
Total 92 89 0 (-3)
Centro Social e Paroquial de Santa Maria da Murtosa
Família e Comunidade 365 Processos abertos
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Conforme nos mostra o quadro, no Concelho da Murtosa, na área da
Infância e da Juventude, existem três Creches, três Jardins-de-
Infância e quatro Centros de Actividades de Tempos Livres (ATL).
Na área da Terceira Idade existe um Lar de Idosos, dois Centros de
Dia e três Serviços de Apoio Domiciliário (SAD).
Na área da Família e Comunidade apenas uma instituição está
certificada pela Segurança Social para intervir.
o ÁREA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – Valências
1. Creches
No Concelho da Murtosa tem havido um aumento de procura deste
equipamento social, o que nos leva a concluir que haja um aumento
da população nesta faixa etária.
Das quatro freguesias existentes no Concelho, duas não dispõem de
qualquer tipo de equipamento nesta valência – Bunheiro e Monte.
Existem assim duas creches na freguesia Murtosa e uma na freguesia
da Torreira.
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Quadro 8 – Valências de Creche no Concelho
Instituição Capacidade A Frequentar
Vagas
Santa Casa da Misericórdia da Murtosa 45 45 0 Centro Social e Paroquial de Santa Maria da Murtosa
15 16 0
Fundação Bissaya Barreto (Casa da Criança Germana Pinto Ruella Ramos)
20 20 0
Total 80 81 0 (+1)
Pela análise do quadro, podemos dizer que a Freguesia da Murtosa
possui uma maior cobertura nesta valência. Verifica-se também que a
lotação desta valência em todas as instituições do Concelho está
esgotada, uma vez que não existem vagas.
Assim, o número total de crianças a usufruírem das creches do
concelho é de 81.
De acordo com os contactos realizados com as Instituições em causa,
é ainda possível verificar que a creche da Santa Casa da Misericórdia
da Murtosa possui uma lista de espera de 16 crianças e que a creche
do Centro Social Santa Maria da Murtosa tem 6 crianças na mesma
situação.
Verifica-se então que a resposta não corresponde à procura, existindo
um número significativo de famílias a recorrer a outros equipamentos
sociais fora do concelho da Murtosa.
É possível constatar ainda que o concelho não dispõe de amas de
creche familiar credenciadas pela Segurança Social, de forma a
colmatar as necessidades.
Sabe-se porém que para colmatar as falhas existentes na cobertura
de creches no concelho, se recorre por vezes a familiares próximos,
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como avós e tias, e também a amas não credenciadas e que
clandestinamente vão subsistindo.
2. Jardins-de-Infância
No Concelho, todas as freguesias têm Jardins-de-Infância. O serviço
oficial de ensino cobre todas as freguesias do Concelho. A freguesia
da Torreira tem também como resposta nesta área, um equipamento
da responsabilidade de uma Fundação. A freguesia da Murtosa tem
ainda respostas de instituições privadas sem fins lucrativos.
A freguesia da Murtosa reúne assim o maior número de crianças a
frequentar este tipo de equipamento social.
Quadro 9 – Valências de Jardim-de-Infância do Concelho
Instituição Capacidade A Frequentar
Vagas
3 anos 16 0
4 anos 25 0 Santa Casa da Misericórdia da Murtosa
66
5 anos 21 4 Total 66 62 0 (-4)
3 anos 7 0
4 anos 11 0 Centro Social e Paroquial de Santa Maria da Murtosa
22
5 anos 5 0 Total 22 23 0 (+1) Fundação Bissaya Barretto (Casa da Criança Germana Pinto Ruella Ramos)
20 20 0
Total 20 20 0 Totais 108 105 3
Verifica-se que na Santa Casa da Misericórdia da Murtosa existem
ainda 4 vagas na sala das crianças com 5 anos de idade. Nas
restantes salas e instituições, a lotação encontra-se esgotada.
O número total de crianças a usufruírem da valência de Jardim-de-
Infância, nos equipamentos sociais do concelho, é de 105.
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Podemos assim dizer que, nesta área, as respostas do concelho são
as adequadas à procura.
3. Centros de Actividades de Tempos Livres (ATL)
Os ATL tornam-se, cada vez mais, uma resposta social procurada
pela população. No Concelho da Murtosa, apenas a freguesia do
Monte não possui ainda este tipo de equipamento. As restantes
freguesias possuem o seu ATL, à excepção da Murtosa que tem dois.
Quadro 10 – Valência de ATL do Concelho
Instituição Capacidade A Frequentar
Vagas
Santa Casa da Misericórdia da Murtosa
35 35 0
Centro Social e Paroquial do Bunheiro
25 25 0
Centro Social e Paroquial de Santa Maria da Murtosa
30 23 7
Fundação Bissaya Barretto (Casa da Criança Germana Pinto Ruella Ramos)
30 18 12
Total 120 101 0 (-19)
A Santa Casa da Misericórdia da Murtosa e o Centro Social e
Paroquial do Bunheiro são as únicas instituições do Concelho com
lotação esgotada, uma vez que o Centro Social e Paroquial da
Murtosa e a Casa da Criança Germana Pinto Ruella Ramos possuem,
respectivamente, 7 e 12 vagas.
O número de crianças a frequentar a valência de ATL nas instituições
do Concelho é de 101.
Os equipamentos sociais acima referidos na área e valência em
apreço, abrangem crianças dos 6 aos 12 anos e não têm listas de
espera, o que nos leva a inferir que a resposta é adequada às
necessidades da população.
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Podemos assim dizer que na área da Infância e Juventude, existem
287 crianças integradas nas diversas instituições do Concelho.
Dos dados acima referidos, podemos ainda concluir que no concelho
da Murtosa, sobretudo nalgumas freguesias, a cobertura de ATL é
ainda insuficiente.
Um dos problemas identificados pela população aquando das sessões
públicas da Rede Social, na freguesia do Bunheiro, é a inexistência de
uma Creche, para responder às necessidades da população, uma vez
que nesta área, até aos 3 anos, não existe qualquer resposta social.
Na freguesia do Monte existe apenas o Jardim-de-Infância do ensino
oficial para responder às necessidades de apoio às crianças dos 3-5
anos. Não há porém nenhuma resposta para crianças dos 0-3 anos.
o ÁREA DA TERCEIRA IDADE – Valências
A população idosa (considera-se terceira idade, a população com
mais de 65 anos) no Concelho da Murtosa, em 2001, era de 1900
indivíduos, com tendência para aumentar.
No concelho da Murtosa tem-se verificado o envelhecimento da
população residente. De 1991 para 2001, a população com mais de
65 anos aumentou 7,3%. Por isso, torna-se imprescindível a
existência de equipamentos que visem evitar o isolamento e outras
carências, características deste grupo etário.
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Desta população, 177 pessoas estão cobertas pelos equipamentos do
concelho, entre os quais Lares, Centros de Dia e Serviços de Apoio
Domiciliário.
1. Lar de Idosos
O único Lar de Idosos existente no nosso Concelho é o da Santa Casa
da Misericórdia da Murtosa, razão pela qual estão esgotadas as 78
vagas e exista, actualmente, uma lista de espera de 23 indivíduos
(actualizada).
Quadro 11 – Valência de Lar de Idosos do Concelho
Instituição Capacidade A Frequentar
Vagas Lista de espera
Santa Casa da Misericórdia da Murtosa
78 78 0 23
2. Centro de Dia
No Concelho, os equipamentos onde podemos encontrar esta valência
são somente dois: um na freguesia da Murtosa e outro no Bunheiro.
Apesar da pouca oferta existente, parece ser a adequada à
população. É que o Centro Social e Paroquial do Bunheiro tem 14
pessoas a utilizar o seu Centro de Dia, havendo uma vaga, enquanto
que a Santa Casa da Misericórdia da Murtosa possui 13 vagas, uma
vez que apenas 2 pessoas frequentam o Centro de Dia da Instituição.
Quadro 12 – Valência de Centro de Dia no Concelho
Instituição Capacidade A Frequentar
Vagas
Centro Social e Paroquial do Bunheiro
15 14 1
Santa Casa da Misericórdia da Murtosa
15 2 13
Total 30 16 -14
No total, registam-se 16 idosos a frequentar os Centros de Dia no
Concelho.
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Pelo número de idosos e pela quantidade de vagas nas instituições
existentes no concelho, que possuem esta valência, poderemos
concluir que não é a resposta procurada e que portanto não será a
mais adequada às características da população em causa.
3. Serviço de Apoio Domiciliário (SAD)
Este serviço consiste na “prestação de cuidados individualizados e
personalizados, no domicílio, a indivíduos e famílias quando, por
motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam
assegurar temporária ou permanentemente, a satisfação das
necessidades básicas e/ou as actividades da vida diária”.
No Concelho, apenas duas freguesias possuem este tipo de resposta
social: o Bunheiro através do Centro Social e Paroquial e a Murtosa
pela Santa Casa da Misericórdia e pelo Centro Social e Paroquial.
Quadro 13 – Valência de SAD no Concelho
Instituição Capacidade A Frequentar
Vagas
Centro Social e Paroquial do Bunheiro 25 26 0 Centro Social e Paroquial de Santa Maria da Murtosa
25 27 0
Santa Casa da Misericórdia da Murtosa 30 30 0 Total 80 83 0(+3)
À data, a valência de Serviço de Apoio Domiciliário no Concelho, não
possui vagas e o número total de pessoas a frequentá-la é de 83.
A resposta de Serviço de Apoio Domiciliário é manifestamente mais
procurada do que a resposta de Centro de Dia.
Como forma de complementar o Serviço de Apoio Domiciliário, a
Santa Casa da Misericórdia da Murtosa está a desenvolver um
projecto que visa evitar o isolamento dos idosos em suas casas.
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Assim, o Programa de Apoio Integrado ao Idoso (PAII) é um
suplemento ao SAD, através do qual se fazem visitas diurnas,
acompanhamento dos utentes às visitas médicas, às idas ao
supermercado ou à farmácia. Por outro lado, as ajudantes familiares
do PAII fazem ainda uma ronda nocturna em que são prestados
cuidados de higiene e distribuído um suplemento alimentar.
Existe, ainda, na Santa Casa da Misericórdia da Murtosa, outro
projecto ligado à 3ª idade, o SAD-SOS, um sistema de tele-alarme
colocado em casa dos utentes. Caso haja algum problema,
principalmente durante a noite, em que os beneficiários estão
sozinhos, o utente acciona um dispositivo que automaticamente
activará um sinal nas instalações da Santa Casa da Misericórdia da
Murtosa. Esta, por sua vez irá analisar a gravidade da situação, e se
for de carácter emergente, as ajudantes familiares reencaminharão a
situação para os Bombeiros Voluntários da Murtosa, com quem o PAII
tem um acordo de cooperação.
De acordo com os dados acima referidos, é possível verificar que a
freguesia do Monte, uma vez mais, e a freguesia da Torreira não
dispõem de qualquer equipamento social nesta área. Contudo não
deixam de estar abrangidas pelas respostas dos equipamentos sociais
das freguesias vizinhas.
De salientar que na freguesia da Torreira se encontra em fase de
conclusão a construção de um equipamento social, pela ASFITA, que
trará resposta nas áreas da Infância e Juventude e da Terceira Idade
com a abertura de Jardim-de-Infância e ATL, Centro de Dia e Centro
de Convívio Comunitário.
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• DESESTRUTURAÇÃO/DISFUNÇÃO FAMILIAR
A disfunção familiar foi também um dos problemas várias vezes
mencionado nas sessões com a população e muitas vezes indicado
como causa e consequência de outros problemas identificados no
Diagnóstico.
Os problemas nas famílias estabelecem um tema proeminente, pelas
vivências difíceis que os seus agregados enfrentam e pelas
dificuldades que colocam, em termos de intervenção.
As várias entidades locais, tais como as IPSS, o Serviço Local da
Segurança Social e algumas associações, têm tido um papel cada vez
mais significativo na intervenção social junto das famílias.
Os serviços de Apoio Social existentes no concelho esforçam-se para
responder às necessidades destas famílias mas, muitas vezes este
trabalho resulta em poucas melhorias efectivas na vida das mesmas.
Esta problemática constitui um desafio colossal para os técnicos de
intervenção comunitária, pois a riqueza dos acontecimentos e das
vivências difíceis destas famílias produzem um sentimento de
esgotamento aos profissionais, que se torna mais evidente perante os
poucos resultados obtidos, após um grande investimento.
A realidade do concelho da Murtosa, provavelmente não será muito
diferente de um conjunto de zonas geográficas piscatórias. No que diz
respeito ao Serviço de Acção Social de apoio às famílias, referimos e
destacamos:
• O Gabinete de Acção Social do Centro Distrital Segurança
Social de Aveiro – Serviço Local da Murtosa;
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• O Centro Social e Paroquial de Santa Maria da Murtosa, com
acordo de cooperação assinado com a Segurança Social na
área da Família e Comunidade;
• A Santa Casa da Misericórdia da Murtosa que vai
desenvolvendo projectos de intervenção comunitária.
O Gabinete de Acção Social da Segurança Social da Murtosa
disponibiliza um técnico de serviço social, a tempo inteiro, para dar
apoio às quatro freguesias do concelho. No âmbito do trabalho
desenvolvido, é definido um conjunto de acções de acordo com as
necessidades mais prementes.
Para além das actividades acima referidas, faz acompanhamento a
todas as Instituições de Intervenção Social Local nas suas diferentes
valências, assim como nos projectos que desenvolvem. Participa
activamente como representante do Centro Distrital de Segurança
Social de Aveiro nos diversos grupos de trabalho, nomeadamente
como Presidente da CPCJ da Murtosa, membro das Equipas de
Intervenção Precoce, entre outras.
As razões de maior intervenção deste serviço prendem-se com: ajuda
económica, violência doméstica, procura de respostas na área da
terceira idade e assessoria técnica aos tribunais, acompanhamento de
menores em risco e da medida de RSI.
O número médio de pessoas a recorrer a este serviço, por semana, é
de cerca de vinte. A caracterização desta população consiste
maioritariamente no sexo feminino, com idades compreendidas entre
os 30 e os 40 anos, baixas habilitações académicas e com uma média
de 4 filhos.
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Quadro 14 – Gabinete de Apoio à Família e Comunidade (CSPSMM)
Instituição N.º de Pessoas Centro Social e Paroquial de Santa Maria da Murtosa
365 (com processo aberto)
O Centro Social e Paroquial de Santa Maria da Murtosa possui
um Gabinete de Apoio à Família e à Comunidade que se caracteriza
como um espaço de intervenção às famílias, procurando desenvolver
uma acção ao nível da informação, orientação, aconselhamento e
encaminhamento. Este Gabinete surge da concretização de um
acordo com a Segurança Social de Apoio à Família e à Comunidade,
em 1995, pelo qual é desenvolvido um conjunto de acções inerentes
às problemáticas da família.
Este Gabinete possui uma Técnica de Serviço Social a tempo inteiro
que realiza uma média de 10 a 15 atendimentos por semana. No
âmbito do acordo de Família e Comunidade, é desenvolvido um
conjunto de acções em diversas áreas da acção social como o
Rendimento Social de Inserção, a CPCJ e todas as actividades que
decorrem na comunidade.
A população da terceira idade é a população que recorre com maior
assiduidade a este serviço, com o objectivo de solicitar ajudas
económicas, nomeadamente para a aquisição de medicação, uma vez
que as suas condições financeiras são insuficientes para fazer face às
elevadas despesas que têm com a mesma.
São maioritariamente mulheres, com mais de 65 anos, com baixas
ou inexistentes habilitações académicas, que vivem em habitações
degradadas nas quais a inexistência de infra-estruturas básicas como
a água, luz e os esgotos são uma constante. Para além das ajudas
económicas que esta população solicita, são realizados
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encaminhamentos para respostas sociais adequadas, tais como apoio
domiciliário, centros de dia, lares de idosos, entre outros. Trata-se de
uma população que apesar de recorrer regularmente à rede de
suporte social dos vizinhos, está a ficar muito isolada, devido ao
factor migratório, tanto na vertente da emigração, como na de
imigração, já que os seus familiares mais jovens procuram outras
oportunidades profissionais e de vida, fora da sua área de residência.
Recorrem também a este serviço, com grande incidência, mulheres
com idades compreendidas entre os 30 e 40 anos, desempregadas ou
em situação de emprego precário (pesca na ria), com baixas
habilitações académicas, com famílias numerosas com uma média de
4 a 7 filhos, e cujos maridos, na sua maioria, trabalham na
construção civil ou na pesca de longo curso.
Uma das problemáticas mais presentes no trabalho desenvolvido por
este Gabinete, consiste no alcoolismo, que por uma questão de
organização deste documento será abordada na Problemática da
Saúde.
Quadro 15 – Projectos do CSPSMM
Identificação do Projecto
Instituição Duração Fonte de Financiamento
N.º de pessoas
Aprender a Ser
Centro Social e Paroquial de
Santa Maria da Murtosa
2000 a 2004
Programa Ser Criança, Entidade
Promotora, Parceria com o C. de Saúde e com
o C.A.E.
15
A Santa Casa da Misericórdia da Murtosa, desde a sua criação,
tem nos seus estatutos assente “o apoio e protecção a crianças e a
pessoas necessitadas”, e foi desenvolvendo pontualmente actividades
de apoio à comunidade com o objectivo de colmatar algumas
carências manifestadas pela população. A sua actuação junto da
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comunidade, tornou-se mais dinâmica com a aprovação de Projectos
de Intervenção Comunitária no ano de 2000.
Quadro 16 – Projectos da SCMM
Identificação do Projecto
Instituição Duração Fonte de Financiamento
N.º de pessoas
ELO Santa Casa da Misericórdia da Murtosa
11.2001 a 11.2003
F.S.E./O.E. Seg. Social
290
Leme Santa Casa da Misericórdia da Murtosa
05.2004 a 04.2006
F.S.E./O.E. Seg. Social 1224
Estes projectos foram co-financiados pelo P.O.E.F.D.S., permitindo
desde então, uma intervenção contínua junto destas famílias. As
equipas multiprofissionais, presentes nos projectos, permitiram um
apoio global à comunidade.
A Santa Casa da Misericórdia da Murtosa disponibilizou também,
durante os últimos quatro anos, um serviço de atendimento diário no
âmbito da consulta psicológica e do serviço social.
Foi desenvolvido no presente ano, no âmbito de um projecto de
intervenção comunitário, um Programa de Formação Parental,
denominado “Pais Que Somos”. Este dirigiu-se a pais de nível socio-
económico carenciado, com crianças em idades compreendidas entre
os 6 e 12 anos, encaminhados pela Segurança Social, CPCJ da
Murtosa e Centro Social e Paroquial da Murtosa. Decorreu à sexta-
feira durante um período de 3 meses. Um dos objectivos
fundamentais consistiu em que este espaço fosse de reflexão,
diálogo, troca de experiências e manifestações de apoio.
De salientar que os resultados foram muito positivos e que foram
sentidos, quer pelos participantes, quer pelos técnicos, o que leva a
crer que este tipo de iniciativas deve ter continuidade.
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A população da Murtosa que recorre à Santa Casa da Misericórdia da
Murtosa, ao serviço acima referenciado de apoio à família e à
comunidade, apresenta em geral as seguintes características: baixos
níveis sócio-culturais, fracas condições de habitação, défices ao nível
dos cuidados básicos de higiene e saúde, desemprego e empregos
precários (pesca sazonal...), ausência de qualificação académica e
profissional, insucesso escolar e abandono escolar precoce.
Estas características são originárias e originam também situações de
disfuncionalidade familiar, que culminam, muitas vezes, em violência
conjugal e/ou monoparentalidade em situações adversas.
Existem outras associações que embora com menor visibilidade por
parte da comunidade, vão desenvolvendo regularmente trabalhos
nesta área, como o Grupo Caritas de Pardelhas e a Conferência de
São Vicente Paulo do Monte. As suas acções são direccionadas para o
apoio económico e distribuição de alimentos, em articulação com a
Segurança Social, de acordo com as necessidades manifestadas pelas
famílias.
Paralelamente a estes serviços, o concelho possui Projectos de
Intervenção mais especializados e direccionados para a prevenção de
situações de risco para e na família, tais como a Equipa de
Intervenção Precoce e a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens
da Murtosa.
O Projecto de Intervenção Precoce é constituído por uma equipa
multidisciplinar que conta com elementos de diversas áreas -
educação, saúde e acção social. Realiza o diagnóstico e o
acompanhamento de famílias com crianças dos 0 aos 3 anos, em
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situação de risco. A intervenção da equipa processa-se tanto no
domicílio, como em creches e jardins-de-infância. Realiza um trabalho
de intervenção no terreno, com o envolvimento dos serviços da
comunidade. Um dos objectivos deste Projecto consiste na criação de
condições facilitadoras do desenvolvimento global da criança,
minimizando problemas das deficiências ou do risco de atraso do
desenvolvimento e prevenindo eventuais sequelas.
Alguns dos problemas nas famílias referidos pela população aquando
das acções de sensibilização, tais como a negligência familiar nas
crianças, o abandono escolar precoce, os maus-tratos psicológicos,
entre outros, são objecto de intervenção da Comissão de Protecção
de Crianças e Jovens da Murtosa. Esta Comissão actua sempre que
esteja em causa a segurança e o bem-estar das crianças.
Desde 1999 foram abertos pela CPCJ da Murtosa 127 processos, dos
quais, até Fevereiro de 2006, 63 foram arquivados, 33 transitados
para o Tribunal ou para outras CPCJ’s. Foram aplicadas medidas a um
total de 31 casos. O gráfico abaixo apresentado permite-nos
estabelecer o número de processos por freguesia. A Murtosa tem um
total de 14 casos, o Bunheiro 9 casos e o Monte e a Torreira possuem
um total de 4 casos cada.
Gráfico 1
Distribuição Processual por Freguesia
Bunheiro; 9; 29%
Murtosa; 14; 45%
Torreira; 4; 13%
Monte; 4; 13%
Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
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Gráfico 2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Sinalização e Participação da situação
Estabelecimentos Ensino
Própria CPCJ
Familiares
Vizinhos e Particulares
Serviços de SegurançaSocialInstituto de Apoio à Criançae ao JovemProjectos
Pais
Ministério Público
Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
A sinalização dos 31 processos em execução foi feita
maioritariamente por CPCJ’s (8), estabelecimentos de ensino (6),
familiares das crianças e jovens (5) e projectos a decorrer no
concelho (5).
CARACTERIZAÇÃO DAS CRIANÇAS/JOVENS ACOMPANHADAS PELA CPCJ
Gráfico 3
2
9
6
3
9
2
0
2
4
6
8
10
Distribuição das crianças acompanhadas pela CPCJ por idades
[0 - 2]
[3 - 5]
[6 - 9]
[10 - 12]
[13 - 15]
[16 - 17]
Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
Os 31 casos em acompanhamento pela CPCJ, em Fevereiro de 2006,
dizem respeito a crianças cuja idade se situa maioritariamente nas
faixas etárias dos 3-5 anos (9 casos), dos 13-15 anos (9) e dos 6-9
anos (6).
De salientar também que na sua maioria são crianças do sexo
masculino – 20 casos.
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Gráfico 4
1
10 10
2
4
2 2
0
2
4
6
8
10
Distribuição das crianças acompanhadas segundo a escolaridade Sem escolaridade
Pré-escolar
1.º CicloIncompleto1.º Ciclo Completo
2.º CicloIncompleto3.º CicloIncompleto3.º Ciclo Completo
Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
Pelo gráfico 4, verificamos que a maioria das crianças e jovens em
acompanhamento pela CPCJM não completou o 1.º Ciclo (10) e que a
frequência do pré-escolar é igual à frequência do 1.º Ciclo (10).
Quadro 17 – Naturalidade das crianças acompanhadas
Naturalidade Mesmo Concelho
da CPCJ Outros Concelhos
29 2 Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
Relativamente à naturalidade das crianças, 29 crianças ou jovens são
naturais do concelho da Murtosa, enquanto que 2 são naturais de
outros concelhos, embora no momento estejam a residir no concelho
da Murtosa.
Gráfico 5
Razões da Intervenção do CPCJ
Negligência; 18;
50%Abandono; 1;
3%
Exposição a
modelos de
comportamento
desviante; 3;
9%
Maus tratos
psicológicos/ab
uso emocional;
3; 9%
Abandono
Escolar; 10;
29%
Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
Nota: alguns casos apresentam mais que uma razão de intervenção.
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Verificamos assim, pelo gráfico 5, que a intervenção da C.P.C.J.M., foi
motivada maioritariamente por situações de negligência – 18 casos,
seguindo-se-lhe o abandono escolar com 10 casos.
CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO COM QUEM VIVE A CRIANÇA/JOVEM
ACOMPANHADA PELA CPCJ
Quadro 18 – Caracterização dos agregados
Família Biológica Família com Relação de Parentesco
28 3 Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
Das 31 crianças/jovens acompanhados pela CPCJ da Murtosa, 28
vivem com a família biológica. As restantes, apenas 3, não vivem
com famílias biológicas, mas mantém com as mesmas uma relação
de parentesco.
Gráfico 6
21
1 2 14
20
5
10
15
20
25
Tipos de Agregado Família Nuclear C/ Filhos
Família Nuclear S/ Filhos
Família MonoparentalFemininaFamília MonoparentalMasculinaFamília Reconstituída
Família Alargada
Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
O gráfico 6 caracteriza o tipo de agregado com quem vivem as
crianças/jovens. Assim, há 21 famílias nucleares com filhos, 4
famílias reconstituídas, 2 famílias alargadas, 2 famílias
monoparentais femininas, 1 família nuclear sem filhos e 1 família
monoparental masculina.
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Gráfico 7
Situação Habitacional
Parte da
casa; 6
Barraca; 2Casa; 23
Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
No que diz respeito à situação habitacional dos agregados, 23 vivem
em casas, 6 habitam parte de uma casa e 2 vivem em barracas.
Gráfico 8
79
35
4 31
0
5
10
15
20
25
30
35
Escolaridade do agregado familiar
Sem escolaridade
Saber ler e escrever
1.º Ciclo Completo
2.º Ciclo Completo
3.º Ciclo Completo
Ensino Secundário
Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
A escolaridade da maior parte dos indivíduos que constituem os
agregados é o 1.º ciclo (35).
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Gráfico 9
Situação Profissional/Rendimentos dos membros do agregado
R.S.I.; 3; 5%
Sem
rendimentos
(domésticas);
14; 24%
Rendimentos
do trabalho*;
40; 68%
Pensões; 2; 3%
*Actividades predominantes: pesca de ria e de longo curso.
Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
Verifica-se pelo gráfico 9 que a maior parte dos indivíduos do
agregado vivem dos rendimentos do seu trabalho – 40, 14 não
possuem qualquer tipo de rendimentos – caso das domésticas, 3
dependem do Rendimento Social de Inserção e 2 vivem de pensões
(reforma/viuvez/invalidez).
INTERVENÇÃO
Gráfico 10
19
0 1
9
20
28
2 10
5
10
15
20
25
30
Masculino Feminino Total
Processos-Medidas Aplicadas
Apoio Juntodos Pais
Apoio Juntode OutroFamiliarAcolhimentoInstitucional
Fonte: CPCJ Murtosa, Fevereiro 2006
A CPCJ interveio e aplicou medidas de protecção e promoção em 31
casos até Fevereiro de 2006.
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Aos 31 casos – 20 do sexo masculino e 11 do feminino – foram
aplicadas as seguintes medidas: apoio juntos dos pais – 28, apoio
junto de outro familiar – 2 e acolhimento institucional – 1.
Ainda dentro da problemática família e comunidade e como resposta
a situações de precariedade, surge o Rendimento Social de Inserção
que implica a assinatura de acordos entre as partes (CDSS e Utente).
O objectivo do acordo é o de procurar inverter a situação, para que
as famílias adquiram independência nas diferentes áreas da sua vida.
O panorama deste apoio em 2005 e 2006 foi o seguinte:
Quadro 19 – Acordos de inserção
Quadro 20 – Acções de Inserção assinadas por área de intervenção
Beneficiaram da medida do RSI 46 famílias em 2005 e 66 em 2006,
que abrangiam respectivamente 141 e 157 pessoas.
Acordos de Programa de Inserção 2005 2006 Acordos de Inserção Assinados 46 66 Acordos de inserção por assinar 8 5 Beneficiários abrangidos nos Acordos de Inserção
141 157
Beneficiários a frequentar Acções de Inserção
0 0
Acordos de Inserção Cessados 0 11
Áreas Nº de Acções 2005
N.º de Acções 2006
Educação 45 45 Formação Profissional 16 14 Emprego 30 25 Saúde 77 66 Acção Social 51 47 Habitação 16 14
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No que diz respeito às áreas em que os acordos de inserção foram
assinados, nos dois anos, predominaram por ordem decrescente:
saúde, acção social, educação, formação profissional e habitação.
• VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Um outro problema evidenciado pela população do concelho, pela
acuidade de que se reveste, é a violência doméstica que apesar do
aumento exponencial referido pelas estatísticas da Guarda Nacional
Republicana, não é em número considerável.
Este problema é muitas vezes consequência de disfunção familiar e
ao mesmo tempo causa dessa mesma disfunção.
No que diz respeito aos casos específicos de Violência Doméstica,
foram registados pela Guarda Nacional Republicana da Murtosa 85
casos, e em todos eles a relação da vítima com o agressor era de
Companheiro/Companheira.
Quadro 21 – Violência Doméstica nas freguesias, segundo o sexo e idade da vítima e do agressor
Sexo Idade
Vítima Agressor
Freguesia Sexo
Vítima Agressor < 20 anos
21-30 anos
31-40 anos
41-50 anos
51-60 anos
> 61 anos
< 20 anos
21-30 anos
31-40 anos
41-50 anos
51-60 anos
> 61 anos
M 1 3 1 3 Bunheiro F 3 1 1 2 1 M 1 8 1 3 3 2 Monte F 8 1 3 3 2 1 M 2 33 1 1 13 16 3 Murtosa F 33 2 2 19 8 4 1 1 M 1 36 1 27 4 3 1 Torreira F 36 1 5 25 6 1 1
Fonte: Guarda Nacional Republicana, Posto Territorial da Murtosa
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Pela análise do quadro, podemos observar que a maior parte das
vítimas são do sexo feminino e a freguesia que regista mais casos é a
da Torreira, seguida da Murtosa. A idade das vítimas situa-se
predominantemente na faixa etária dos 21-30 anos, assim como a
dos agressores.
Quadro 22 – Crimes de Violência Doméstica, segundo o sexo e idade da vítima
Fonte: Guarda Nacional Republicana, Posto Territorial da Murtosa
A análise mais específica do crime de violência doméstica, segundo o
sexo e idade das vítimas e dos agressores, leva-nos a verificar que o
crime por maus-tratos físicos se sobrepõe aos crimes verificados por
difamação/injúrias e ameaças/coacção.
CONCLUSÃO
Infância: Dada a falta de cobertura das crianças com idades
compreendidas entre 0 e os 3 anos e a falta de vagas na
globalidade das creches do concelho, parece evidente a
necessidade de aumento do numero de vagas, através da construção
de creches de raiz e/ou ampliação das existentes.
Idade Da Vítima Do Agressor Violência
Doméstica Sexo 18-25 anos
26-35 anos
36-45 anos
46-55 anos
56-64 anos
18-25 anos
26-35 anos
36-45 anos
46-55 anos
56-64 anos
M 2 1 1 41 Maus-tratos físicos F 17 42 1 1 1
M 1 1 Ameaças/ coacção F 1 1
M 1 25 2 Difamação/ injúrias
F 20 1
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Terceira Idade: No que diz respeito às valências nesta área,
verifica-se que as respostas existentes não são suficientes para
cobrir as necessidades da população, nomeadamente nas valência de
Lar de Idosos e Apoio Domiciliário.
É de referir que a população do concelho da Murtosa está a
envelhecer e é fundamental a preparação de novas respostas de
acordo com os interesses e a procura desta faixa etária.
Neste sentido, para melhoria da prestação de serviços no âmbito da
terceira idade, a Santa Casa da Misericórdia da Murtosa, tem vindo a
desenvolver formação profissional, para pessoas interessadas nesta
área de trabalho, dada a natural e evidente falta de formação que
detêm. Paralelamente, e nesse sentido, esta instituição desenvolve
projectos como o Programa de Apoio Integrado a Idosos (PAII) e o
Serviço de Apoio Domiciliário em SOS (SAD SOS).
Para além das respostas sociais existentes, está a surgir na freguesia
da Torreira uma IPSS, a ASFITA, com respostas nas valência de
Centro de Dia e Centro de Convívio Comunitário.
Família: A Santa Casa da Misericórdia da Murtosa aguarda a
aprovação, pela Segurança Social de Aveiro, de um Centro de Apoio e
Aconselhamento Familiar, com o objectivo de levar a cabo uma
intervenção centrada na família, dada a escassez de respostas nesta
área no concelho e à insuficiência de técnicos especializados na área
dos problemas da família.
Como complemento de apoio à família e como factor de minimização
de disfunção familiar, existe como recurso a medida de Rendimento
Social de Inserção, da responsabilidade do Centro Regional de
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Segurança Social de Aveiro, tal como já foi definido aquando da
identificação do problema.
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ÁREA PROBLEMÁTICA: DESEMPREGO E
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Uma das problemáticas identificadas, quer pelos grupos de trabalho
do CLAS, quer pela população de todas as freguesias, foi a do
desemprego e falta de formação profissional. No entanto esta
problemática pode traduzir-se por um conjunto de problemas,
também eles identificados nessas mesmas sessões:
• Desemprego;
• Falta de emprego para jovens;
• Sazonalidade no emprego;
• Condições de fixação de empresas no concelho;
• Insuficiência de formação profissional;
• Condicionantes do emprego na ria;
• Precariedade no Emprego.
Entre outros, foram estes os problemas mais apontados pela
população e pelos parceiros.
• O DESEMPREGO NO CONCELHO DA MURTOSA
Quadro 23 – Taxa de desemprego (sentido lato) em 1991 e 2001
Taxa de desemprego (%) Em 1991 Em 2001
HM H M HM H M 5,0 2,8 9,3 6,7 3,3 11,4
Fonte: INE – Censos 2001
A taxa de desemprego registada no concelho, para os anos de 1991 e
2001, segundo dados do INE, é de 5% e 6,7%. (quadro 23) Ou seja,
a taxa de desemprego sofreu um aumento de 1,7% num intervalo de
10 anos.
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Gráfico 11
Contudo, pela análise do gráfico acima representado, que diz respeito
aos últimos 3 anos, podemos dizer que o desemprego no concelho
tem uma tendência para decrescer, uma vez que o número registado
de desempregados em 2006, é inferior ao registado nos dois anos
antecedentes, invertendo a tendência verificada no quadro 23,
relativa aos anos de 1991 a 2001.
• DESEMPREGO MARIORITARIAMENTE FEMININO
Podemos verificar, pela análise do quadro n.º 4 que o aumento
registado foi mais significativo no que diz respeito ao sexo feminino
do que ao sexo masculino.
As estatísticas provenientes do site do Instituto de Emprego e
Formação Profissional (IEFP) de Aveiro, relativas aos anos de 2004,
2005 e até Setembro de 2006 (dados disponíveis até à data), não nos
refutam esta constatação. Pelo contrário, também permitem
visualizar que o desemprego no concelho da Murtosa é de facto
maioritariamente feminino.
N.º de Desempregados no Concelho (2004-2006)
0
100
200
300
400
500
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
N.º
Des
em
pre
gad
os
2004
2005
2006
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Gráfico 12
• DESEMPREGO JOVEM
Continuando a considerar os dados disponíveis, no site do IEFP, para
o Concelho da Murtosa relativamente ao desemprego nos anos de
2004, 2005 e até Setembro de 2006, podemos verificar – conforme o
gráfico 13 nos indica – que o desemprego é maioritariamente jovem
(considerando-o nas faixas etárias <25-34 anos), excepto nos meses
de Janeiro, Abril e Setembro de 2006, em que se verifica que o
desemprego na faixa etária dos 35-55 anos é ligeiramente superior,
embora a diferença seja mínima.
Gráfico 13
Desemprego no Concelho da Murtosa – Sexo
0
50 100 150 200 250 300 350
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2004 H 2004 M
2005 H 2005 M
2006 H 2006 M
Desemprego no Concelho da Murtosa – Jovem/Adulto
0
50
100
150
200
250
<25-34 35-+55 <25-34 35-+55 <25-34 35-+55
2004 2005 2006
Jan
Fev
Mar Abr Mai Jun
Jul Ago
Set Out
Nov
Dez
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Contudo, se a análise for ainda mais detalhada (gráfico seguinte), o
resultado já será diferente, uma vez que a faixa etária que regista um
maior número de desempregados, mensalmente, é a dos 35-54 anos,
seguida da faixa etária dos 25-34 anos.
Gráfico 14
A análise mensal do desemprego também nos permite concluir que
nos meses de Verão existe um menor número de desempregados no
concelho. A observação deste dado pode remeter-nos à análise de
outro problema do Concelho: a sazonalidade no emprego.
• SAZONALIDADE NO EMPREGO
A sazonalidade no emprego, no Concelho da Murtosa, foi também um
dos problemas identificados. De entre muitos factores que poderão
constituir a sua causa, destacamos:
� As características de uma zona costeira: praia e ria;
� A importância do sector primário na região:
agricultura e pesca na ria e no mar.
Sendo o Concelho da Murtosa, mais concretamente a freguesia da
Torreira, uma zona com potencial turístico, uma vez que usufrui, quer
de uma zona de praia, quer de uma zona de ria, terá de dispor de um
conjunto de serviços que correspondam às expectativas de quem a
procura.
Desemprego no Concelho da Murtosa - Faixa etária
0 20 40 60 80
100120140160180
<25 anos 25-34
anos 35-54
anos55 e +
anos <25 anos 25-34
anos 35-54
anos 55 e + anos
<25 anos 25-34
anos 35-54 anos
55 e + anos
2004 2005 2006
Jan
Fev
Mar Abr
Mai Jun
Jul Ago
Set
Out
Nov
Dez
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Assim, restaurantes, bares de praia, lojas de comércio, hotéis,
pensões e pousadas são o conjunto de serviços mais procurados
pelos turistas, principalmente na altura do Verão. Embora exista um
conjunto de serviços que permanece aberto durante o ano todo, é no
Verão que o fluxo de clientes é maior, sendo também maior as
preocupações em criar condições que atraíam os clientes. Por isso,
existe um reforço no número de ofertas de emprego, que são
preenchidas facilmente, uma vez que a sua duração é sazonal e nem
sempre os requisitos pedidos são exigentes. Desta forma, qualquer
pessoa em situação de desemprego, pode arranjar uma ocupação
temporária e sazonal.
Quadro 24 – População residente empregada por sector de actividade e sexo
Sector Primário Sector Secundário Sector Terciário H M H M H M 545 185 1030 391 699 942
730 1421 1641 Fonte: INE – Censos 2001
Embora os dados do Censos 2001 não traduzam a importância que o
sector primário tem no concelho da Murtosa, uma vez que o mesmo
aparece em último lugar, como o que emprega menos população
activa, a verdade é que apesar disso, ainda é significativo o número
de activos no sector primário.
A ria é também uma fonte de rendimentos para muitos dos
habitantes do concelho. Contudo ela mesma, como qualquer recurso
natural, tem oscilações quanto à produção de riquezas naturais. A
oscilação entre as épocas altas e baixas de produção das várias
espécies, origina também uma oscilação entre o emprego e
desemprego, para a população que “vive da ria”.
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Nas sessões com a população, foi realçado o facto de haver algum
absentismo laboral em determinadas épocas, nas empresas fixadas
no concelho, relacionado com a actividade da pesca e da agricultura.
Alertados para este problema, estabelecemos contactos com a
Associação Empresarial do concelho (SEMA), que nos esclareceu que,
embora não tenham dados concretos sobre este fenómeno – o
absentismo laboral, ele existe. Os empresários têm de facto
manifestado a dificuldade na fixação do emprego em períodos
sazonais, verificando-se algum absentismo na época do Verão, por
força de ocupações esporádicas no campo da restauração e bebidas,
durante essa época. Os empregadores referem ainda que algumas
das faltas ao trabalho se verificam em períodos relacionados com a
actividade da pesca. No entanto, disseram-nos também que este
fenómeno não constitui uma grande preocupação por parte das
empresas.
• CONDIÇÕES PARA A FIXAÇÃO DE EMPRESAS NO CONCELHO
Outro problema apontado foi a falta de condições para a fixação das
empresas no concelho.
A Murtosa fica situada numa zona de acesso difícil por constituir uma
“ponta”.
Não é um local de cruzamento de vias de comunicação, onde seja
obrigatório passar, para além de que na própria Murtosa não há vias
que facilitem a chegada a pontos estratégicos de escoamento como
portos e aeroportos.
Não obstante, a tendência parece estar porém a alterar-se visto que
nos últimos anos, por força da existência de uma zona industrial e do
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recente alargamento da mesma, várias empresas têm vindo a
instalar-se no concelho, e segundo a SEMA, prevê-se mesmo um
crescimento mais acentuado nos próximos anos.
Segundo a mesma Associação, existirão no concelho cerca de 600
empresários, que dão emprego a perto de 3 000 trabalhadores.
As empresas suas associadas têm vindo a crescer (ver tabela abaixo)
e à data, o universo de empregados destas empresas ronda os 700.
Quadro 25 – Empresas do Concelho da Murtosa
associadas à SEMA
Freguesia Jun-06 Nov-06 Bunheiro 23 34 Monte 14 21 Murtosa 67 90 Torreira 71 105 Total 175 250
Podemos verificar que num espaço de 5 meses, aderiram a esta
Associação mais 75 empresas. As freguesias com maior adesão, por
ordem decrescente foram: Torreira, Murtosa, Bunheiro e Monte.
Salienta-se que os mesmos dados não incluem o sector primário
(agricultura e pescas), onde também existe um grande número de
mão-de-obra.
Dados fornecidos pela C.M.M. indicam que existem à data 12
empresas em funcionamento na Zona Industrial, que empregam
cerca de 340 indivíduos e que se encontram em fase de construção
cerca de 10 empresas.
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Das 12 empresas instaladas na zona industrial, a sua distribuição pelo
CAE é a seguinte:
Quadro 26 – Tipologia das empresas segundo o CAE
N.º de
empresas Tipologias
2 Indústrias Transformadoras
2 Indústrias de madeira e cortiça e suas obras
1 Indústria de pasta, de papel e cartão e seus artigos, edição e
impressão
1 Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou
artificiais
3 Indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos
1 Construção
1 Comércio por grosso e a retalho (…)
1 Transportes, armazenagem e comunicações
• INSUFICIÊNCIA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
A formação profissional surge pela necessidade dos empregadores e
empregados melhorarem o seu desempenho e valorização pessoal,
para responder cada vez melhor às exigências da sociedade e do
mercado de trabalho.
Segundo a SEMA, a própria lei obriga a que cada trabalhador faça no
mínimo 35 horas/acção de formação certificada.
No concelho tiveram lugar várias formações, desencadeadas nas mais
diversas áreas e por várias entidades formadoras:
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Quadro 27 – Formação Profissional no Concelho
Entidade Formadora
Acção de Formação N.º de Formandos
Total de formandos
SEMA
• Vitrinismo e decoração de
montras;
• Secretariado com apoio
informático;
• Escritório electrónico –
produtividade e qualidade;
• Excel iniciação;
• Excel avançado;
• Gestão de Qualidade.
16
13
13
17
17
76
FORMACONDE – Formação Profissional
2001-2005: Cursos de
Administração e Finanças e de
Informática;
2006: Cursos de Informática,
Mediação Imobiliária e
Formação de Formadores.
2001: 129
2002: 259
2003: 271
2004: 380
2005: 360
2001-2005:
1399
SCMM – Gabinete
de
Desenvolvimento
Comunitário
Formação Socializante
Novas Tecnologias
Educação e Formação de
Adultos
15
216
28
259
A SEMA – Associação Empresarial refere que embora as formações
que proporciona, sejam a custo zero para as empresas, a verdade é
que a procura neste domínio ainda é relativa.
A Formaconde, enquanto entidade formadora, também tem
disponibilizado nos últimos anos um conjunto de acções de formação
em diversas áreas. De salientar que esta entidade, até 2005, possuía
as suas instalações no Concelho da Murtosa, tendo por isso uma
grande frequência de formandos do concelho. Em 2006, as suas
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instalações passaram a situar-se no concelho de Estarreja, mas nem
por isso deixaram de ser procurados por habitantes do concelho da
Murtosa.
De salientar que a Santa Casa da Misericórdia da Murtosa possui
características específicas no que diz respeito aos cursos de formação
que desenvolve.
Estes inserem-se no âmbito de intervenção comunitária da própria
instituição que promoveu a criação de um Gabinete de
Desenvolvimento Comunitário. Este tem como objectivo principal a
realização permanente de um diagnóstico social ao nível das
necessidades de formação, planificando intervenções adequadas às
necessidades encontradas na comunidade.
Neste sentido, a integração de uma metodologia específica de análise
de necessidades de formação que considera todos os actores
envolvidos, como fontes privilegiadas de informação, permite
desenvolver planos de formação que sejam adequados aos vários
tipos de objectivos envolvidos, garantindo uma maior eficácia dos
mesmos.
Assim, ao longo destes últimos anos, tem proporcionado aos
habitantes do Concelho alguns cursos de formação que têm
possibilitado, não só a componente da formação, mas também a
realização de estágios e inclusive de contratos de trabalho, na área
da formação.
De referir também que a cada novo ano, a SCMM constata que o
interesse geral por este tipo de formação tem vindo a crescer, devido
às suas características.
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• CONDICIONANTES DO EMPREGO NA RIA
Embora não existam dados disponíveis sobre o emprego na ria, é do
conhecimento empírico da população que muitos são os habitantes
cujos rendimentos provêm exactamente da ria. Esta, sendo uma
fonte de recursos naturais, praticamente durante o ano inteiro, é
também fonte de riqueza para muitas famílias.
Sabe-se também que sendo um “emprego” cujos rendimentos diários
são elevados, muita gente está afecta à prática das diversas
actividades que a ria proporciona. O desempenho de algumas destas
actividades está muitas vezes a cargo de crianças, que deixam de ir à
escola, para acompanhar os pais na época alta da apanha do
marisco, por exemplo.
A causa de alguns abandonos escolares é até, muitas vezes,
reportada ao que acabámos de referir. Sendo um emprego de alguma
forma “aliciante”, muitas famílias não se importam que os filhos
deixem mesmo de ir à escola para contribuir para o rendimento
familiar, prejudicando-lhes desta forma a aprendizagem e o nível de
habilitação.
Uma vez que os rendimentos provenientes da ria são elevados,
deveriam, dir-se-ia, originar alguma estabilidade financeira para as
famílias que deles usufruem, mas nem sempre isso se verifica. As
características das famílias que vivem desta actividade, nem sempre
lhes permitem gerir convenientemente os seus rendimentos,
acontecendo que em épocas altas do trabalho, as famílias usufruem
de um bom nível de vida. Não pensam porém no futuro, nem em
fazer economias para as chamadas épocas baixas da ria. Esta má
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gestão económica provoca alguns períodos em que as famílias se vêm
sem rendimentos, recorrendo a créditos para poderem viver o seu
dia-a-dia, assim como procuram os serviços de acção social para
obter subsídios.
• PRECARIEDADE NO EMPREGO
A precariedade no emprego foi também um dos problemas apontados
nas sessões realizadas.
A precariedade no emprego deve-se a alguns factores associados aos
problemas anteriormente apontados: sazonalidade no emprego, o
emprego na ria e ainda escassa fixação de empresas no concelho.
No entanto, este problema, o da precariedade, não se refere só às
características do emprego em si, mas também às características dos
empregados e à sua cultura e mentalidade.
Constatou-se que as pessoas não se fidelizam às empresas onde
trabalham. Esta situação, segundo a opinião da população presente
nas sessões, deve-se à “pobreza de espírito”, à falta de hábitos de
trabalho, a hábitos alcoólicos e à falta de requisitos necessários e
exigidos pelos empregadores.
Foi dito também que, cada vez mais, os trabalhadores preferem
empregos em que o esforço físico e psicológico sejam menores, e não
satisfeitos com o seu emprego, preferem ir à procura de outro,
mesmo que para isso tenham de ficar desempregados por algum
tempo.
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RECURSOS E POTENCIALIDADES Nesta problemática, algumas das possíveis soluções e potencialidades
do concelho, a serem exploradas, foram apontadas pela própria
população, nas sessões públicas realizadas. De entre elas, referimos
as seguintes:
• Expansão e fixação de algumas empresas na Zona Industrial
da Murtosa, que virão criar novos postos de trabalho para a
população do Concelho;
• Aproveitamento e exploração das potencialidades turísticas
da Torreira, não só no Verão, mas também durante o ano
inteiro, atraindo mais turistas. Consequentemente, por um
lado deixaria de existir uma sazonalidade no emprego, e por
outro, haveria criação de mais postos de trabalho;
• Levantamento das necessidades dos empregadores;
• Implementação de programas de formação profissional de
acordo com as necessidades dos empregadores e do
interesse e nível de capacitação dos activos;
• Adequação dos cursos tecnológicos à área do turismo e
hotelaria.
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ÁREA PROBLEMÁTICA: SAÚDE
Uma das problemáticas definidas foi a da Saúde, uma vez que foram
encontrados junto do CLAS e da população, alguns problemas como
sejam:
• A falta de recursos humanos;
• O alcoolismo;
• A toxicodependência.
Ao nível das estruturas de saúde, o concelho da Murtosa dispõe de 3
unidades que constituem o Centro de Saúde da Murtosa. Este
depende do Ministério da Saúde, está integrado na Região de Saúde
do Centro e subordinado à Sub-Região de Saúde de Aveiro.
A sua sede está localizada no centro da Vila, encontrando-se
actualmente a sofrer obras de beneficiação. A unidade sedeada no
edifício do Centro de Saúde disponibiliza consultas de Clínica Geral e
são asseguradas por 2 Médicos, abrangendo as freguesias do Monte e
Murtosa.
A população do Concelho pode também aceder a consultas diárias das
20 às 22horas, todos os dias da semana e ainda aos sábados,
domingos e feriados das 8 às 22h (SAP) no mesmo edifício.
Para além dos atendimentos referidos, há uma consulta de recurso,
em dias e horas próprias, segundo a disponibilidade dos médicos.
As outras duas extensões estão situadas nas freguesias do Bunheiro e
Torreira. Neste momento e devido às obras que estão a ser realizadas
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na sede, a extensão do Bunheiro dispõe de consultas de Planeamento
Familiar, Materno-Infantil e de Medicina Familiar e funciona com o
horário das 9h às 18 h.
Na freguesia da Torreira está implementada a outra unidade de
saúde, com horário repartido.
De salientar que, para além das consultas de Medicina Familiar, os
médicos efectuam também consultas de Saúde Materna, Planeamento
Familiar e Saúde Infanto-Juvenil.
• RECURSOS HUMANOS AFECTOS À SAÚDE
Um dos problemas encontrados nas sessões realizadas com a
população, foi relativo ao número de consultas por dia que não
satisfaz as necessidades dos utentes, porque por vezes, já não há
vagas no dia em que se dirigem à unidade de saúde.
Este facto leva a que as pessoas tenham de se dirigir à Unidade de
Saúde muito cedo, para “marcar o seu lugar”, de forma a conseguir
obter consulta no dia em que a desejam.
Este problema remete-nos para a falta de recursos humanos afectos
à saúde, mais concretamente de pessoal médico.
Quadro 28 – População Residente e Inscrita por Médico de Família
Número de Médicos de
Medicina Geral e Familiar
População Residente (I.N.E. 2004)
Média de habitantes
por Médico de Família
Número de Utentes
Inscritos no C.S.
Média de Utentes por Médico de Família
6 9657 1609,5 11781 1963.5
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O rácio médico/utente nacional é de 1/1500. Contudo, actualmente
na Murtosa, verifica-se uma média de aproximadamente 1/1900. Esta
estimativa deve-se ao facto da falta de substituição de um médico
que deixou de estar ao serviço deste Centro de Saúde.
Pela observação dos quadros, existe de facto um número insuficiente
de médicos face ao número de utentes inscritos no Centro de Saúde.
Neste momento a unidade de internamento que servia a população
do concelho encontra-se encerrada, por motivo de obras.
• ALCOOLISMO
Um dos problemas referenciados em todas as sessões públicas
efectuadas no concelho, foi o do alcoolismo.
Embora a população e os técnicos identifiquem o alcoolismo como um
dos problemas com maior dimensão no concelho, a verdade é que
não temos dados que o comprovem. Contudo o problema existe e é
facilmente visível.
A informação que serviu de base à recolha de dados, é proveniente
do Centro de Saúde da Murtosa e da consulta da especialidade, que
deixou de existir a partir de finais de 2005, devido à transferência do
médico responsável.
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Quadro 29 – Número de utentes inscritos nas consultas de alcoolismo,
por freguesia e sexo
Gráfico 15
Número de inscritos nas consultas de alcoolismo, por freguesia
Bunheiro; 4;
20,0%Monte; 1;
5,0%
Murtosa; 4;
20,0%
Torreira; 8;
40,0%Outros; 3;
15,0%
Bunheiro
Monte
Murtosa
Torreira
Outros
Pela observação dos gráficos acima, podemos verificar que na sua
maioria, os utentes inscritos nestas consultas, são do sexo masculino
e provenientes da freguesia da Torreira.
Gráfico 16
1
2 2
4
3
2
3
2
1
0
1
2
3
4
5
Número de inscritos nas consultas de alcoolismo por faixa etária 20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
As idades dos utentes da consulta de alcoologia situam-se na sua
maioria na faixa etária dos 35-39 anos e dos 40-44 e 50-54 anos.
Sexo Total Freguesia Masculino Feminino
Bunheiro 4 0 4 Monte 0 1 1 Murtosa 3 1 4 Torreira 6 2 8 Fora do Concelho 3 0 3 Total 16 4 20
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Gráfico 17
3 3
1 1 1
2 2 2
5
0
1
2
3
4
5
Situação profissional dos inscritos nas consultas de alcoolismo
Pescador
Const. civil
Emp. hotelaria
Trabalhador rural
Empresário
Desempregado
Doméstica
Reformado
Rend. Social deinserção
No que diz respeito à situação profissional dos utentes, a maioria está
desempregada e depende do rendimento social de inserção. Seguem-
se utentes cuja profissão se relaciona com actividades piscatórias e
de construção civil.
Conforme já foi referido anteriormente, as consultas de alcoologia
deixaram de existir em finais de 2005. Contudo os utentes em
acompanhamento pelo médico anteriormente referido passaram a ser
acompanhados pelos seus médicos de família. Assim, no momento a
situação destes indivíduos perante as consultas é a seguinte:
Quadro 30 – Situação perante as consultas de alcoolismo
Situação perante as consultas
Nº de inscritos
Seguido pelo medico de família 8 Abandonou as consultas 7 Seguido pelo psiquiatra 1 Abstinente 2 Internado por desintoxicação 1 Outros 1 Total 20
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Podemos dizer então que 8 dos utentes continuaram em tratamento
com os seus médicos de família, 7 abandonaram as consultas, 1
continua a ser seguido por um psiquiatra, 2 estão abstinentes, 1
encontra-se internado para desintoxicação e outro em situação
indefinida.
O problema do alcoolismo é revestido de complexidades, uma vez
que não é originário apenas e exclusivamente de um factor, mas sim
de um conjunto de factores, todos eles por si só, também complexos.
Não se encontra apenas associado a famílias socialmente vulneráveis,
limitadas nas suas competências pessoais mas também a questões
económicas e habitacionais. Não se reporta a sexos e grupos etários
específicos, mas estende-se a toda a Sociedade.
É fundamental termos sempre presente que a “recuperação” de um
alcoólico, só é possível quando o próprio tem consciência do seu
problema, o reconhece como doença e manifesta uma vontade bem
presente de alterar a sua situação.
O papel dos técnicos e da própria comunidade passa pela
sensibilização do alcoólico na tentativa de que o mesmo tome
consciência do seu problema/doença, de que perdeu a liberdade de
se abster do álcool, e que deve, antes de mais, fazer a sua
desintoxicação mental. Nesta altura deverá contar com o apoio da
sua família, bem como da comunidade em que se insere, incluindo os
serviços de saúde e acção social.
A tomada de consciência da população, de que o problema tem já
uma grande dimensão no Concelho, pode ser um princípio propiciador
do combate a esta dependência/problema.
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• TOXICODEPENDÊNCIA
A toxicodependência foi também um dos problemas identificados pela
população.
Devido às suas características, a toxicodependência só recentemente
tem vindo a ter um reconhecimento pela população do concelho,
como sendo um problema ao qual terá de ser dada maior atenção.
Embora se saiba que este problema existe no concelho, os dados
sobre o mesmo são escassos e de conhecimento recente.
No Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) de Aveiro
estão inscritos um total de 39 utentes, que se distribuem pelas
seguintes características:
Gráficos 18 Gráfico 19
Freguesia de residência dos utentes inscritos no CAT de
Aveiro
2 8
28
1
Bunheiro Monte Murtosa Torreira
Sexo dos utentes inscritos no CAT de Aveiro
38
1 0
10
20
30
40
Sexo
N.º
de u
ten
tes i
nscri
to
Masculino
Feminino
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POEFDS
UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu
Gráfico 20 Gráfico 21
Gráfico 22 Gráfico 23
Pela observação destes gráficos, podemos concluir que dos utentes
do concelho da Murtosa, inscritos no CAT de Aveiro, são na sua
maioria do sexo masculino, residem na freguesia da Murtosa, são
solteiros, completaram apenas o 1.º ou o 2.º ciclo e encontram-se
desempregados ou à procura de emprego. De salientar que a maioria
dos utentes inscritos, à data da primeira consulta, tinha entre 20 e 24
anos.
Embora o CAT tenha o total de 39 utentes inscritos, apenas 20
frequentaram consultas durante o ano de 2006, mantendo desta
forma a sua inscrição activa.
Estado civil dos utentes inscritos no CAT de Aveiro
2411
4
Solteiro Casado/União de Facto Separado/Divorciado
Situação laboral dos utentes inscritos no CAT de Aveiro
2
14
23
0
5
10
15
20
25
Situação laboral
Formação ProfissionalRenumerada Empregado (tempo parcial ou completo) Desempregado/Àprocura de emprego
Escolaridade dos utentes inscritos no CAT de Aveiro
13
15
8 2 1
1.º Ciclocompleto
2.º Ciclocompleto
3.º Ciclocompleto/Equivalente 9.º anoSecundáriocompleto/Equivalente 12.º anoDesconhecido
Idade à data da 1.ª consulta
3
12 9 8
4
0
5
10
15
< ou = 19 20-24 25-29 30-34 35-39
Idade
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Gráfico 24 Gráfico 25
Gráfico 26 Gráfico 27
Gráfico 28 Gráfico 29
Sexo dos utentes activos em 2006, no CAT de Aveiro
19
1
0
5
10
15
20
Sexo
Masculino
Feminino
Freguesia de residência dos utentes activos em 2006, no CAT
de Aveiro
1 5
14
0
Bunheiro Monte Murtosa Torreira
Estado Civil dos utentes activos em 2006, no CAT de Aveiro
17
21
Solteiro Casado/União de Facto
Separado/Divorciado
Situação laboral dos utentes activos em 2006, no CAT de Aveiro
06
14
Formação ProfissionalRenumerada
Empregado(tempo parcialou completo)
Desempregado/À procura deemprego
Escolaridade dos utentes activos em 2006, no CAT de Aveiro
5
7
6
1 1
1.º Ciclocompleto
2.º Ciclocompleto
3.º Ciclocompleto/Equivalente 9.º anoSecundáriocompleto/Equivalente 12.º anoDesconhecido
Idade à data da 1.ª consulta, dos utentes activos em 2006, no CAT de Aveiro
3
9
1
4 3
0 2 4 6 8
10
< ou = 19 20-24 25-29 30-34 35-39
Idades
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Estes 20 são maioritariamente do sexo masculino, residem na
freguesia da Murtosa, são solteiros, têm o 1.º, 2.º e 3.º ciclo
completo, estão desempregados ou à procura de emprego e à data
da sua primeira consulta situam-se entre os 20-24 anos.
No Centro de Saúde da Murtosa, provenientes do CAT de Aveiro,
encontram-se no programa de metadona 6 utentes do sexo
masculino, sendo 3 da freguesia da Murtosa e 3 da Torreira.
Gráfico 30 Gráfico 31
0
1
2
3
Número de indivíduos toxicodependentes
acompanhados pelo C.S. Murtosa
Bunheiro
Monte
Murtosa
Torreira
Número de Individuos acompanhados pelo C.S., por
faixa etária
25 – 29;
1; 17%
35 - 40;
3; 50%
30 – 34;
2; 33%
25 – 29
30 – 34
35 - 40
Estes indivíduos situam-se na faixa etária dos 30-34 (2), 20-24 (1) e
35-40 (3).
RECURSOS E POTENCIALIDADES
Existem algumas instituições concelhias, assim como alguns
organismos de âmbito distrital e regional, que poderão ser
optimizados e utilizados como recursos na resolução destes
problemas, tais como:
• Centro de Saúde da Murtosa:
� Consultas asseguradas pelos médicos de famílias;
� Programa de Metadona.
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• Medida de Politica Social – Rendimento Social de Inserção;
• Projecto de Intervenção Precoce
• Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro – Serviço Local
da Murtosa;
• Centro Social Paroquial Santa Maria da Murtosa;
• Agrupamento de Escolas da Murtosa;
• IEFP:
� Trabalho Protegido, Programas Ocupacionais;
� Vida – Emprego.
• Colectividades Murtoense;
• Subsídios Eventuais;
• Comunidades Terapêuticas;
• Centro de Recuperação de Alcoologia de Coimbra (CRAC);
• Centro de Alcoólicos Recuperados de Aveiro (CARA);
• Grupo de Alcoólicos Anónimos;
• Centro de Atendimento de Toxicodependentes de Aveiro (CAT -
Aveiro);
Tendo em consideração as características destas dependências, ficam
algumas medidas apontadas, como possíveis respostas, para
minimizar estes problemas:
• Promoção da mobilização, da dinamização e do envolvimento
da Comunidade e Instituições na promoção da saúde;
• Colaboração efectiva entre as instituições de saúde e as
autoridades locais em sede de promoção da saúde;
• Desenvolvimento de programas locais;
• Criação de uma equipa multidisciplinar para acompanhamento e
retaguarda do toxicodependente/alcoólico em abstinência;
• Criação de um grupo de auto ajuda para toxicodependentes e
alcoólicos em regime de abstinência no concelho, em
articulação com organismos como o CRAC e o CARDA;
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• Reinicio de consultas específicas de alcoolismo no Centro de
Saúde da Murtosa.
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ÁREA PROBLEMÁTICA: HABITAÇÃO
Um dos problemas referidos pelos grupos e indivíduos, nas reuniões
efectuadas durante o período de recolha de dados e da identificação
de Problemáticas do concelho, foi o da Habitação.
Porém, os dados a que tivemos acesso através da Câmara Municipal
da Murtosa não sustentam a prevalência do problema, que ainda é
visível. Segundo o levantamento das necessidades habitacionais
efectuado sob a responsabilidade da Câmara, existem 191 famílias
cujas condições de habitação impõem o seu realojamento e estão
distribuídas pelas 4 freguesias, da seguinte forma:
▪ Bunheiro – 5
▪ Torreira – 163
▪ Murtosa – 17
▪ Monte – 6
Com base nos dados apresentados, foi celebrado em Novembro de
2006 um acordo de colaboração ao abrigo do PROHABITA – Programa
de Financiamento para acesso à Habitação (Dec – Lei nº 135 /2004
de 3 de Junho) entre a Câmara Municipal da Murtosa e o I.N.H, que
contempla exactamente a construção de 191 habitações, de acordo
com o quadro seguinte.
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Quadro 31 – Construção
Fonte: INH
Há ainda a considerar mais 10 famílias com problemas habitacionais,
a serem realojadas através do programa de auto construção, que
neste momento se encontra em fase de concurso para atribuição de
10 terrenos em regime de comodato, por 100 anos.
Assim, na perspectiva da Câmara Municipal da Murtosa e pelos dados
fornecidos, o Município verá erradicado até 2010, o seu problema
habitacional.
• CONDIÇÕES DE ACESSO À REDE PÚBLICA DE ÁGUA
Há indicadores de boas condições de acesso à rede pública de água,
já que a sua cobertura atinge os 98%.
Gráfico 32
Fonte: Câmara Municipal da Murtosa
Nº de contadores instalados, por freguesia
428 430
1367
2636
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
Nº de contadores
Bunheiro
Monte
Murtosa
Torreira
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Como pode ver-se no gráfico anterior, a população com
características mais urbanas acede mais facilmente à rede pública de
água – caso da Torreira, pelo conhecimento do beneficio que
representa para a sua saúde a utilização da água da rede pública. O
acesso a este bem não tem a ver com condições financeiras, mas sim
com a cultura da população.
Mesmo havendo 98% de cobertura da rede pública de água, não
significa isso que 98% da população aceda a esse bem. Há que ter
em conta o espírito extremamente económico de alguma população,
que leva ao uso de furos privados em detrimento da rede pública.
• CONDIÇÕES DE ACESSO AO SANEAMENTO BÁSICO
O mesmo se verifica relativamente ao uso da rede de saneamento. A
sua cobertura é ainda deficiente – 66%-,o que poderá significar
também a desvalorização dada pelos habitantes, ao benefício do
usufruto desse serviço.
Não parece descabido depreender-se que não é sentida a necessidade
de ligação à rede de saneamento, na maior parte das habitações,
pelo facto de haver quintais que permitem a instalação de sistemas
de esgoto.
Não havendo o sentido da cultura ambiental, não é sequer avaliada a
relação da contaminação dos solos com a degradação dos lençóis
freáticos e o seu impacto na Saúde Pública.
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Gráfico 33
Fonte: Câmara Municipal da Murtosa
RECURSO E POTENCIALIDADES
Habitação
No âmbito do programa de realojamento, foi assinado a 03.11.2006,
um acordo de colaboração entre o Município da Murtosa e o I.N.H. O
referido acordo, na sua primeira clausula, leva o Município a
comprometer-se a “atribuir, no período de 2006/2010, habitações
condignas e adequadas a 191 agregados familiares residentes no
respectivo território em situação por ele verificada como grave
carência habitacional, identificados no processo de candidatura
apresentado pelo Município ao INH”.
Das 191 habitações, 163 serão construídas na freguesia da Torreira,
6 na freguesia do Monte, 5 na freguesia do Bunheiro e 17 na
freguesia da Murtosa.
A atribuição dos fogos em referência será feita em três modalidades:
renda social, renda resolúvel e aquisição de imóvel.
36283
1020
1977
0
500
1000
1500
2000
Nº de casas
Número de casa ligadas à rede de saneamento
Bunheiro
Monte
Murtosa
Torreira
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São 201 habitações a construir – 191 pelo Protocolo com o INH e 10
em programa de Auto – Construção.
Saneamento:
O saneamento básico cobre já 66% da área concelhia. A falta de
saneamento que ainda prevalece, 34%, poderá acarretar
consequências nefastas, sobretudo a nível da qualidade do ambiente
e da água, com repercussão na Saúde Pública, o que deverá ser
objecto de estudo mais aprofundado.
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ÁREA PROBLEMÁTICA: EDUCAÇÃO
A Educação é nas suas motivações e modalidades uma prática
cultural. Esta consiste na acção exercida por um ser humano sobre
outro ser humano envolvendo vários agentes e é fortemente marcada
e condicionada pelo tecido social em que os alunos vivem.
Neste diagnóstico será abordada sobretudo a Educação Escolar
devido às questões de Insucesso e Abandono Escolar.
Actualmente, a crise de muitas famílias faz com que a escola tenha
que assumir os mais diversificados papéis. A ausência de muitos pais
no processo educativo torna a tarefa da escola difícil. A meta de
muitos alunos é passar o tempo na escola a divertir-se, desistindo de
aprender coisas que lhes seriam úteis e mesmo indispensáveis no
futuro.
No Concelho da Murtosa podemos afirmar com alguma certeza que as
características da família são muito importantes para entender o
perfil, as decisões e as atitudes dos jovens, tanto no que concerne ao
Insucesso Escolar, como ao Abandono Escolar.
Os dados apresentados relativamente à Escola do Ensino Básico dos
2º e 3º Ciclos com Secundário Padre António Morais da Fonseca,
relativamente aos anos lectivos de 2001/2002 e 2002/2003, assim
como os dados do 1º Ciclo das escolas do Monte, Bunheiro e Murtosa,
não referem as idades dos alunos, pois foi impossível proceder ao seu
levantamento, devido ao facto destes dados não estarem
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informatizados. Pela mesma razão alguns dados da Escola Básica
Integrada da Torreira não constam deste estudo.
• ABANDONO ESCOLAR
Entende-se por abandono escolar quando um aluno não frequenta a
escola por dois períodos lectivos. No entanto, os dados apresentados
referem também situações de abandono unicamente no 3º período.
Quando um aluno se encontra dentro da escolaridade obrigatória, a
situação de abandono é comunicada via formulário próprio a
entidades entre as quais PEETI (Programa para Prevenção e
Eliminação da Exploração do Trabalho Infantil), Segurança Social e
CPCJ (Comissão de Protecção de Crianças e Jovens).
Várias são as razões que levam um jovem a abandonar a escola sem
concluir a escolaridade obrigatória. Podemos adiantar algumas, entre
as quais:
• A desvalorização da formação escolar por parte dos alunos e dos
pais;
• Falta de expectativas;
• As dificuldades de aprendizagem que se traduzem no insucesso
escolar;
• Falta de condições económicas para suportar as despesas
escolares;
• O desejo de ganhar dinheiro e ter uma certa independência;
• Inadaptação dos alunos aos modelos vigentes nas escolas (alguns
alunos procuram uma escola que os oriente unicamente para a
prática, o que é inviável pois não existe legislação que permita
cursos nestes moldes).
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O meio familiar pode ser determinante numa situação de abandono
escolar, nomeadamente no que concerne à escolaridade dos
familiares e ao tipo de profissão que exercem.
• INSUCESSO ESCOLAR
Não há dúvidas de que a sociedade actual assenta num conjunto de
valores que são no seu todo opostos aos ideais da Escola. A diversão,
o individualismo e o consumismo são três valores essenciais na
sociedade actual que indirectamente levam à desvalorização da
Escola.
O Insucesso Escolar manifesta-se de várias formas, entre as quais:
• Abandono da escola antes do fim do ensino obrigatório;
• Grandes desníveis entre a idade cronológica do aluno e o nível
escolar, devido a retenções sucessivas;
• A passagem dos alunos para tipologias de ensino menos
exigentes.
Algumas das possíveis causas que justificam os elevados níveis de
insucesso:
• Atrasos do desenvolvimento cognitivo;
• A instabilidade característica na adolescência que induz muitas
vezes o aluno à rejeição da escola, a desinvestir no estudo e a
assumir comportamentos indisciplinados;
• O nível de ensino dos Pais/Encarregados de Educação que não
permite um acompanhamento efectivo do percurso escolar dos
seus educandos;
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• A demissão dos pais na educação dos filhos aliada à falta de
incentivo das famílias, para prosseguirem os estudos;
• A linguagem utilizada nas aulas, muito afastada da que os alunos
utilizam no seu meio familiar, o que aumenta as dificuldades de
compreensão e integração, levando-os a desinteressarem-se pela
escola;
• Falta de objectivos/expectativas (alguns alunos orientam-se por
objectivos a curto prazo, só o presente interessa);
• Métodos de ensino, recursos didácticos, técnicas de comunicação
inadequadas às características da turma ou de cada aluno;
• Clima de irresponsabilidade e de falta de trabalho;
• O elevado número de alunos por turma;
• Turmas demasiado heterogéneas o que dificulta a gestão da aula
por parte do professor e ainda ocasiona conflitos internos;
• Desfasamentos no currículo escolar dos alunos. Falta dos pré-
requisitos necessários;
• Currículos demasiado extensos; a necessidade de cumprir os
programas inviabiliza a adopção de estratégias mais activas;
• As elevadas cargas horárias semanais ocupadas pelos alunos em
actividades lectivas;
• Pouca diversidade das ofertas formativas.
Apresentam-se, em seguida, tabelas que contêm dados relativos ao
número de alunos matriculados por ano de escolaridade, ao
Insucesso Escolar (número de retenções por ano de escolaridade) e
ainda Abandono Escolar, nos últimos 5 anos lectivos (de 2001/2002 a
2005/2006).
Posteriormente, proceder-se-á a uma análise destes dados.
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1º Ciclo
(Escolas das Freguesias do Monte, Bunheiro e Murtosa)
Quadro 32 – Abandono e Insucesso Escolar, por ano lectivo
Ano lectivo Alunos matriculados
Alunos Aprovados
Alunos retidos
2001/2002 416 350 66
2002/2003 412 338 74
2003/2004 410 336 74
2004/2005 383 352 31
2005/2006 383 334 49
Pode-se verificar que o número total de alunos matriculados
diminuiu, assim como o número de retidos, embora esta descida não
seja muito significativa.
Quadro 33 – Abandono e Insucesso 2001/2002
Ano de escolaridade
Alunos matriculados
Alunos Aprovados
Alunos retidos
Número de abandonos
1º Ano 88 88 0 0
2º Ano 140 103 37 0
3º Ano 91 77 14 0
4º Ano 97 82 15 0
Total 416 350 66 0
Quadro 34 – Abandono e Insucesso Escolar 2002/2003
Ano de escolaridade
Alunos matriculados
Alunos Aprovados
Alunos retidos
Número de abandonos
1º Ano 96 96 0 0
2º Ano 116 72 44 0
3º Ano 107 96 11 0
4º Ano 93 74 19 0
Total 412 338 74 0
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Quadro 35 – Abandono e Insucesso Escolar 2003/2004
Ano de escolaridade
Alunos matriculados
Alunos Aprovados
Alunos retidos
Número de
abandonos 1º Ano 81 81 0 0
2º Ano 135 98 37 0
3º Ano 83 69 14 0
4º Ano 111 88 23 0
Total 410 336 74 0
Quadro 36 – Abandono e Insucesso Escolar 2004/2005
Ano de escolaridade
Alunos matriculados
Alunos Aprovados
Alunos retidos
Número de
abandonos 1º Ano 65 65 0 0
2º Ano 118 97 21 0
3º Ano 111 102 9 0
4º Ano 89 73 16 0
Total 383 352 31 0
Quadro 37 – Abandono e Insucesso Escolar 2005/2006
Ano de escolaridade
Alunos matriculados
Alunos Aprovados
Alunos retidos
Número de
abandonos 1º Ano 85 85 0 0
2º Ano 86 66 20 0
3º Ano 102 89 13 0
4º Ano 110 94 16 0
Total 383 334 49 0
Constata-se não haver qualquer registo de abandono, pelo que se
poderá concluir que os pais/encarregados de educação reconhecem
ser importante a escolarização, neste nível de ensino.
No 1º ano, não se verificam retenções pois a passagem é automática.
Todos os alunos transitam para o 2º ano, o que faz com que os níveis
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de retenção do 2º ano se destaquem pela negativa. São o 2º e 4º
anos, os que apresentam níveis mais altos de retenção.
Quanto ao elevado nível de insucesso, no 4º ano, este fica-se a dever
ao facto dos alunos ainda não terem desenvolvido as competências
necessárias para integrar um novo ciclo de ensino.
Escola Básica Integrada da Torreira
1º,2º e 3º Ciclos
Irão aparecer, assinalados a azul, as situações de alunos que
apresentam mais do que uma retenção durante o seu percurso
escolar. Vários são os alunos com, 2,3 e até 4 retenções como se
poderá comprovar pelas idades.
Quadro 38 – Abandono e Insucesso escolar 2001/2002
Idade Número de Retenções
Ano de escolaridade
9 10 11 12 13 14 15 16 Abandonos Nº retenções - 1 2 1 - - - - 4
5º Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções - - 2 - 2 - - - 4
6º Abandonos - - - - - - - - 0
Nº retenções - - - 1 4 2 1 - 8 7º
Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções - - - - - 2 2 - 4
8º Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções 9º
a)* Abandonos
Nº retenções
0 1 4 2 6 4 3 0 20 Total
Abandonos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a)* Não havia turma no 9º ano
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Quadro 39 – Abandono e Insucesso escolar 2002/2003
Idade Número de Retenções Ano de
escolaridade 8 9 10 11 12 13 14 15 Abandonos
Nº retenções
7 1 - - - - - - 8 4º
Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções
- - - - 1 - - - 1 5º
Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções
- - - - 1 - - - 1 6º
Abandonos - - - - 1 - - - 1 Nº retenções
- - - 7 7 5 2 - 21 7º
Abandonos - - - - - - 1 - 1 Nº retenções
- - - - 5 2 4 - 11 8º
Abandonos - - - - - - 1 - 1 Nº retenções
- - - - - 1 1 - 2 9º
Abandonos - - - - - 1 1 1 3 Nº retenções
7 1 0 7 14 8 7 0 43 Total
Abandonos 0 0 0 0 1 1 3 1 6
Quadro 40 – Abandono e Insucesso escolar 2003/2004
Idade Número de Retenções
Ano de escolaridade
8 9 10 11 12 13 14 15 Abandonos Nº retenções 3 1 1 - 2 - - - 7 4º Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções - - 7 3 1 - - - 11 5º Abandonos - - 1 1 1 - - - 3 Nº retenções - - - 5 5 - - - 5 6º Abandonos - - - 2 - - - - 2 Nº retenções - - 14 7 5 - - - 26 7º Abandonos - - - 3 2 - - - 5 Nº retenções - - - - 1 - 2 - 3 8º Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções - - - - - - 2 - 2 9º Abandonos - - - - - - 2 - 2 Nº retenções
3 1 22 15 13 0 4 0 54 Total
Abandonos 0 0 1 6 3 0 2 0 12
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Quadro 41 – Abandono e Insucesso escolar 2004/2005
Idade Número de Retenções Ano de
escolaridade 8 9 10 11 12 13 Abandonos
Nº retenções
1 1 1 1 - - 4 2º
Abandonos - - - - - - 0 Nº retenções
- - 6 2 - 1 9 3º
Abandonos - - - - - - 0 Nº retenções
- - - 7 7 1 15 4º
Abandonos 0 0 0 0 0 0 Nº retenções
1 1 7 10 7 2 28 Total
Abandonos 0 0 0 0 0 0
No ano lectivo 2004/2005 destaca-se o 4º ano com 15 alunos não
aprovados.
Quadro 42 – Abandono e Insucesso escolar 2004 /2005
Idade Número de Retenções
Ano de escolaridade
11 12 13 14 15 16 17 19 Abandonos Nº retenções
1 - - 1 - 1 - - 3 5º Abandonos - - - - - 3 - - 3 Nº retenções
- - 1 1 2 1 - - 5 6º
Abandonos - - 1 - 2 - - - 3 Nº retenções
- - 2 6 4 7 - - 19 7º
Abandonos - - - - - 4 - - 4 Nº retenções
- - - - 1 6 - - 7 8º
Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções
- - - - - 2 2 3 7 9º
Abandonos - - - - - - - 1 1 Nº retenções
1 0 3 8 7 17 2 3 41 Total
Abandonos 0 0 1 0 2 7 0 1 11
Nos anos 2002/2003 e 2004/2005 são várias as situações de
retenções repetidas nos 2º e 3º ciclos. No ano lectivo 2004/2005,
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destaca-se o 7º ano com 19 retenções das quais 17 são repetidas;
Também no ano lectivo 2003/2004 e no 7º ano, ocorreram 21
retenções.
Quadro 43 – Abandono e Insucesso escolar 2005/2006
Idade Número de Retenções
Ano de escolaridade
8 9 10 11 12 13 14 15 Abandonos Nº retenções 5 3 - - - - - - 8 2º Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções - 4 - - 1 - - - 5 3º Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções - - 1 1 1 1 - - 4 4º Abandonos - - - - - - - - 0 Nº retenções
5 7 1 1 2 1 0 0 17 Total
Abandonos 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Quadro 44 – Abandono e Insucesso escolar 2005/2006
Idade Número de Retenções
Ano de escolaridade
12 13 14 15 16 17 18 19 Abandonos Nº retenções
- 1 - 1 - - - - 2 5º
Abandonos - 1 - 1 2 - - - 4 Nº retenções
3 4 2 2 1 - - - 12 6º
Abandonos - - - 1 - 1 - - 2 Nº retenções
- 7 7 3 4 - - - 21 7º
Abandonos - - 1 2 4 - - - 7 Nº retenções
- - 4 7 6 1 - - 18 8º
Abandonos - - - 2 1 1 - - 4 Nº retenções
- - - 2 2 6 1 3 14 9º
Abandonos - - - - - 2 1 1 4 Nº retenções
3 12 13 15 13 7 1 3 67 Total
Abandonos 0 1 1 6 7 4 1 1 21
No ano lectivo 2005/2006 destacam-se os 7º e 8º anos,
respectivamente com 21 e 18 retenções. Foi ainda no 7º ano que se
registou o maior número de abandonos (7).
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2º e 3º Ciclos
Escola do Ensino Básico dos 2º e 3º Ciclos com Secundário
Padre António Morais da Fonseca
Quadro 45 – Abandono e Insucesso escolar 2001/2002
Ano de escolaridade
Número de alunos
matriculados
Número de retenções
Número de abandonos
5º 99 22 9
6º 102 37 8
7º 97 13 1
8º 80 21 2
9º 101 11 0
Verifica-se ser nos 5º e 6º anos que os níveis de abandono e
insucesso são mais elevados.
Quadro 46 – Abandono e Insucesso escolar 2002/2003
Ano de escolaridade
Número de alunos matriculados
Número de retenções
Número de abandonos
5º 101 28 3
6º 103 30 3
7º 73 24 5
8º 90 28 10 a)
9º 66 10 2
a)- Mais de metade destes abandonos ocorreram durante o 3º período e após a obtenção
de uma avaliação francamente negativa nos dois períodos anteriores.
Neste ano lectivo, o número de retenções foi mais elevado nos 5º, 6º
e 8º anos.
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Quadro 47 – Abandono e Insucesso Escolar 2003/2004
Ano de escolaridade
Número de alunos
matriculados
Número de
retenções
Número de
abandonos
5º 106 18 3
6º 97 27 6
7º 89 28 4
8º 70 6 0
9º 63 7 0
Este ano tanto o número de retenções como o número de abandonos,
foi mais elevado nos 6º e 7º anos.
Quadro 48 – Abandono e Insucesso escolar 2003/2004
Idade Número de Retenções
Ano de escolaridade
10 11 12 13 14 15 16 17 Abandonos Nº retenções
2 7 4 2 2 - - 1 18 5º
Abandonos - 1 1 - 1 - - - 3
Nº retenções
3 9 9 3 2 1 - - 27 6º
Abandonos 2 1 - 1 1 1 - - 6
Nº retenções
1 - - 10 8 2 1 - 22 7º
Abandonos - - - - 3 1 - - 4
Nº retenções
- - 1 3 1 1 - - 6 8º
Abandonos - - - - - - - - -
Nº retenções
- - - - 6 1 - - 7 9º
Abandonos - - - - - - - - -
Nº Retenções
6 16 14 18 19 5 1 1 80 Total
Abandonos 2 2 1 1 5 2 0 0 13
A análise da tabela, permite-nos verificar que vários são os alunos
que frequentam um nível de escolaridade já com algumas retenções.
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Quadro 49 – Abandono e Insucesso Escolar 2004/2005
Ano de escolaridade
Número de alunos
matriculados
Número de retenções
Número de abandonos
5º 106 18 3
6º 97 27 6
7º 89 28 4
8º 70 6 0
Neste ano lectivo, os níveis de insucesso e abandono são elevados
nos 6º e 7º anos.
Quadro 50 – Abandono e Insucesso escolar 2004/2005
Idade Número de Retenções
Ano de escolaridade
9 10 11 12 13 14 15 16 Abandonos Nº retenções 1 3 1 7 7 2 - - 21 5º Abandonos - - - 1 1 - - 2 Nº retenções
- - 6 10 9 12 - - 37 6º
Abandonos - - 2 - 1 6 - - 9 Nº retenções
- - 3 8 10 9 2 - 32 7º
Abandonos - - - - 1 1 - - 2 Nº retenções
- - - - 7 6 6 1 20 8º
Abandonos - - - - - - - - - Nº retenções
- - - - 1 2 8 - 11 9º
Abandonos - - - - - - - - - Nº retenções
1 3 10 25 34 31 16 1 121 Total
Abandonos - - 2 - 3 8 - - 13
No ano lectivo 2004/2005 o número de alunos com mais do que uma
retenção (assinalados a azul) é muito elevado.
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Quadro 51 – Abandono e Insucesso Escolar 2005/2006
No ano lectivo 2005/2006, mais uma vez, o insucesso é muito
elevado nos 6º e 7º anos, sobretudo neste último. O número de
abandonos foi significativo nos 5º e 6º anos.
Na tabela que a seguir se apresenta verifica-se, novamente, que
muitos são os alunos que apresentam mais do que uma retenção no
seu percurso escolar.
Quadro 52 – Abandono e Insucesso escolar 2005/2006
Idade Número de Retenções Ano de escolaridade
9 10 11 12 13 14 15 16 Abandonos Nº retenções 1 2 1 1 10 8 - - 23 5º Abandonos - - - 3 3 - - 6
6º Nº retenções - - 6 9 7 6 - - 28 Abandonos - - - 2 1 2 - - 5 7º Nº retenções - - 1 8 14 13 3 1 40 Abandonos - - - - 1 2 - - 3 8º Nº retenções - - - 1 3 7 3 1 15 Abandonos - - - - - 1 - - 1 9º Nº retenções - - - - 1 5 3 3 12 Abandonos - - - - - - - - -
Nº Retenções
1 2 8 19 35 39 9 5 118 Total
Abandonos - - - 2 5 8 - - 15
De um modo geral, constata-se que o número de abandonos tem
vindo a descer, ainda que ligeiramente. Salienta-se unicamente o
Ano de escolaridade
Número de alunos
matriculados
Número de retenções
Número de abandonos
5º 100 23 6
6º 111 28 5
7º 89 40 3
8º 70 15 1
9º 54 12 0
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facto de no ano lectivo 2005/2006 o número de abandonos ter sido
muito significativo na escola da Torreira, 21 abandonos. Também
nesta escola encontramos vários alunos matriculados com 17, 18 e
19 anos o que demonstra uma vontade de concluir a escolaridade
obrigatória, apesar de algumas situações acabarem em retenção.
No que se refere aos 2º e 3º Ciclos, várias são as razões de
abandono. Saliente-se que algumas delas referem-se a alunos que
emigraram, outras a alunos que abandonam unicamente no terceiro
período, em virtude de terem obtido uma avaliação francamente
negativa nos dois períodos anteriores.
Existem também casos de alunos que nunca chegaram a frequentar o
segundo ciclo, apesar de todas as diligências levadas a cabo pelas
escolas e pelas entidades oficiais que têm a seu cargo esta
responsabilidade. Estes alunos são matriculados pelas escolas,
enquanto se encontram dentro da escolaridade obrigatória, vindo a
engrossar o número de retenções.
Os anos de escolaridade que apresentam mais níveis de abandono
são o 5º e 6º anos.
Em algumas situações de abandono, os alunos regressam nos anos
seguintes pois são rebuscados pelas escolas devido à criação de
alternativas, como é o caso de turmas com currículos alternativos
(Despacho Normativo, nº1/2006), CEF (cursos de educação e
formação) e turmas PIEF (Programa Integrado de Educação e
Formação) e currículos alternativos ou currículos adaptados de acordo
com o Decreto-Lei nº 319/91.
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Verifica-se que na maioria dos abandonos, os alunos têm uma idade
que indicia a existência de várias retenções, pelo que se pode concluir
que este será um dos motivos que está na origem do abandono (por
exemplo a frequência do 5º ano com 12 anos quando deveria ser com
10 anos; a frequência do 9ºano com 16/17 anos quando deveria ser
com 14 anos; ou ainda mais grave, a frequência do 5º ano com 14
anos).
Apesar do insucesso ser um problema preocupante, sobretudo nas
freguesias da Murtosa e Torreira, este tem vindo também a reduzir,
pelo que se pode concluir que os planos de acompanhamento
/recuperação postos em prática surtem efeito, pelo menos em
algumas situações. Só no último ano lectivo, 2005/2006 se verificou
uma ligeira subida nos níveis de insucesso.
Convém salientar que na escola E.B. 2.º e 3.º ciclo com Secundário,
os alunos ficam retidos com dois níveis inferiores a 3, se
cumulativamente a Português e a Matemática. Este factor, por si só,
aumenta consideravelmente os níveis de retenções.
As tabelas que se seguem apresentam dados relativos aos alunos que
prosseguiram estudos para o Ensino Secundário.
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Escola do Ensino Básico dos 2º e 3º Ciclos com Secundário
Padre António Morais da Fonseca
Quadro 53 – Progressão para o Ensino Secundário, por ano lectivo
Ano
Número de alunos
matriculados no 9º ano
Número de
retenções
Número de abandonos
Prosseguiram estudos
2001/2002 101 11 0 74
2002/2003 66 10 2 48
2003/2004 63 7 0 53
2004/2005 69 11 0 43
2005/2006 54 12 0 43
Gráfico 34
Escola Básica Integrada da Torreira
Quadro 54 – Progressão para o Ensino Secundário, por ano lectivo Torreira
Ano
Número de alunos
matriculados no 9º ano
Número de
retenções
Número de abandonos
Prosseguiram estudos
2001/2002 a) a) a) a) 2002/2003 20 0 3 15 2003/2004 17 0 2 14 2004/2005 30 7 1 21 2005/2006 33 14 4 18
a)- Não funcionou, neste ano lectivo, a turma do 9º ano.
0
20
40
60
80
100
120
Nº
de a
lun
os
2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 2005/2006 Ano
Progressão para o Ensino Secundário
Número de
alunos
matriculadosno 9º ano
Prosseguiram estudos
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Gráfico 35
Pode-se constatar que, em ambas as escolas, um número
significativo de alunos prossegue estudos revelando assim o interesse
em fazer formação geral, para ingresso na universidade, ou formação
profissional para ingresso no mercado de trabalho.
CONCLUSÃO
Em conclusão, vários são os agentes responsáveis pelo Insucesso e
pelo Abandono Escolar: o aluno, a família, a escola e o sistema.
É urgente mudar mentalidades. Começando pelos alunos, é
necessário que estes comecem a valorizar a escola vendo nesta um
meio que lhes abrirá portas no futuro; a nível das famílias é muito
importante começar a acompanhar os seus educandos e interessar-se
pelos seus percursos escolares; a escola terá que estar atenta às
diferenças e tentar adaptar as suas práticas; o sistema terá que ser
alterado em função das necessidades actuais e locais.
É urgente criar alternativas de educação e formação. É necessário
que entidades como o Ministério da Educação, a Câmara Municipal, as
empresas da região e o Instituto de Emprego se juntem e estudem
quais as alternativas mais viáveis de formação, para os jovens da
0
5
10
15
20
25
30
35
Nº
de a
lun
os
2001/2002 2003/2004 2005/2006
Ano lectivo
Progressão para o ensino Secundário
Número de alunosmatriculados no 9º anoProsseguiram estudos
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Murtosa que, todos os anos, engrossam os níveis de abandono e
insucesso escolar.
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CONCLUSÃO FINAL Como tem sido referido, ao longo do documento, foram identificadas
as seguintes áreas problemáticas:
• Família e Comunidade;
• Desemprego e Formação Profissional;
• Saúde;
• Educação.
Dentro das problemáticas referidas e que foram objecto de maior
preocupação do CLAS e da População que participou nas sessões
públicas das diferentes freguesias, foram ainda analisados os
problemas que nelas se inserem.
Ponderados todos os factores de influência nas áreas consideradas,
foram definidos os problemas de cada uma delas.
Naturalmente que todo o processo se baseou em conhecimentos
técnico-científicos, sempre presentes na pesquisa-acção em qualquer
trabalho da área da intervenção social.
Assim, vemos que segundo a identificação das diferentes
problemáticas, há questões essenciais a reter na definição de
objectivos de trabalho futuro, como vamos procurar apresentar.
Família e Comunidade
Na área problemática da Família e Comunidade foram definidos
alguns aspectos a considerar:
1. Insuficiência de equipamentos, na área da Infância e
Juventude e na da Terceira Idade.
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Da caracterização do Concelho a nível da cobertura de equipamentos
para a infância, chegou-se à conclusão de que a partir dos 3 anos as
respostas correspondem à procura, tanto a nível da rede pública de
ensino, como das instituições existentes.
A falta de cobertura faz-se sentir na faixa etária dos 0-3 anos. As
creches existentes têm listas de espera que não correspondem,
mesmo assim, às necessidades, já que muitas vezes as famílias
procuram equipamentos fora do concelho. Há também o recurso à
família alargada ou a vizinhos, o que nalguns casos não é mesmo a
melhor solução – amas clandestinas por exemplo.
No que diz respeito à terceira idade, verifica-se falta de resposta às
necessidades de lar e de apoio domiciliário.
Na verdade, são estas as valências mais procuradas, em detrimento
dos centros de dia. A crescente procura das valências referidas deve-
se naturalmente, ao crescente aumento da população idosa do
concelho, mas também à falta de apoio dos familiares, determinada
pela fuga das camadas mais jovens, na busca de melhores condições
de vida, noutras paragens, no país ou fora dele.
2. Desestruturação/Disfunção Familiar.
Nesta área estão contidos alguns dos problemas que podem ser
causa e consequência de situações adversas:
• A precariedade que segundo a sua génese deve ser
estudada sobretudo na Segurança Social ou nas IPSS’s
com acordo com a mesma, de modo a encontrarem-se
as soluções adequadas à situação. Para responder a
problemas de carácter transitório há sobretudo o RSI.
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• A falta de preparação dos elementos constituintes do
agregado quer relativamente à sua conduta pessoal,
como ao seu papel na família.
Podem surgir assim situações de intervenção da CPCJ e da Equipa de
Intervenção Precoce. Ainda para responder à área específica de Apoio
e Aconselhamento Familiar, aguarda-se a aprovação de um Projecto
apresentado pela SCMM, ao C.D.S.S. de Aveiro.
Da análise feita, ressalta a necessidade de investir em equipamentos
para a faixa etária dos 0-3 anos e de Apoio Domiciliário e Lares para
a Terceira Idade, assim como no interesse de que o C.D.S.S. aprove
o C.A.F.A.P.
3. Violência Doméstica
Como vimos no capítulo próprio da análise desta questão, o registo
na G.N.R., de casos de violência doméstica, não apresenta motivos
de alarme mas o seu aumento verifica-se.
Neste contexto é pertinente investir-se na prevenção primária. O
alerta para que não se encare com naturalidade a situação é
fundamental. Os mecanismos legais existem e os apoios estão a
surgir em maior número.
Numa perspectiva mais alargada de prevenção, há que ter em conta
todos os problemas com influência na desestabilização da família e
que servirão de pretexto e ou desculpa para as atitudes de violência.
As diferentes áreas de intervenção social e familiar terão assim um
importante papel na alteração da situação.
Desemprego e Formação Profissional
Os últimos dados de que dispomos, dizem-nos que depois de ter
havido um aumento do desemprego no concelho, a tendência é para
baixar.
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Os mesmos dados levam-nos a concluir que o desemprego é
maioritariamente feminino, recaindo também em maior número na
camada jovem e tem características de sazonalidade.
Como causa influenciadora da situação descrita, parece-nos haver, no
concelho, um conjunto de circunstâncias como:
a) A nível do território:
- Características de uma zona turística;
- Actividades marítimas
- Actividades agrícolas.
b) A nível da capacitação dos desempregados;
- Insuficiência de habilitações escolares;
- Insuficiência de habilitações profissionais.
Quanto ao nível apresentado em primeiro lugar, há que investir no
aproveitamento e exploração das características, o que representará
factor de desenvolvimento da região e de aumento de postos de
trabalho.
Relativamente ao nível apresentado em segundo lugar, há que
investir nos cursos de certificação de competências e na formação
profissional específica, de acordo com as empresas e as apetências
dos interessados.
Aqui têm papel preponderante:
- As empresas já implementadas no concelho, assim como as
candidatas à sua implementação;
- As IPSS’s com capacidade de candidatura a programas de
RVCC;
- Os desempregados ou potenciais candidatos a emprego.
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Apesar das resistências com que as instituições interessadas no
aumento da capacitação da população da Murtosa se têm deparado,
há que tentar inverter as situações com o concurso efectivo de todos
os potenciais interessados.
Saúde
Os problemas identificados na área da Saúde foram essencialmente
três:
a) Escassez do número de consultas para as necessidades sentidas
pela população. As consultas, quando não em situações de
emergência, são marcadas por vezes a um mês de distância;
b) Toxicodependência;
c) Alcoolismo.
Quanto ao primeiro e porque a situação ultrapassa o concelho, parece
que o caminho a seguir é o de, após análise mais aprofundada,
apresentar as situações às instâncias distritais, com competência
nesta área.
O alcoolismo constitui um problema sentido pela população e não
aparece nas estatísticas com a dimensão que tem.
O concelho da Murtosa deixou de ter consultas de alcoologia, por falta
de médico, devido à deslocação deste para outro serviço sem que
tenha sido substituído.
Não pode ser descurada a característica piscatória do concelho, o que
nalguns aspectos, não deixa de ser factor de exagerado consumo de
álcool cuja consequência lógica se traduz em dependência.
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Na tentativa de diminuir o alcoolismo, deveriam ser feitas acções de
sensibilização à população. Nesta altura, porém, tal é impensável por
falta de equipamentos de suporte, tanto na prevenção como no
tratamento.
Também nesta área há que procurar-se junto das instâncias com
competências próprias para o apetrechamento dos serviços nos
recursos humanos indispensáveis.
No que concerne à toxicodependência, embora estatisticamente não
tenha expressão, está nas preocupações da população.
O facto da população estar atenta à propensão desta dependência e
de a considerar um problema de saúde, parece já significar algum
percurso no caminho da prevenção, que pode constituir um recurso a
explorar.
Na prevenção primária, essencial a este problema, há outras
instâncias a considerar e de capital importância – escolas, IPSS’s,
autarquias e serviços com responsabilidade nesta área – Saúde e
mormente, o CAT e a Segurança Social.
Na prevenção secundária, tal como na terciária, os serviços e
instituições anteriormente referidos mantêm um papel primordial.
Mas sobretudo investir na prevenção primária é o lema a reter.
Habitação
Após o estudo do problema e das soluções em curso, fica apenas um
aspectos a ter em consideração – O Saneamento Básico.
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No saneamento básico há um défice de 34% no acesso ao sistema de
esgoto. Neste ponto há que fazer um grande investimento de
sensibilização da população para as vantagens da sua adesão ao
sistema de uma forma apelativa e convincente.
Pelo exposto, verificamos que com os programas em curso e segundo
a Câmara Municipal da Murtosa, os problemas de habitação no
Concelho vão desaparecendo gradualmente, até á sua eliminação, em
2010.
Neste sentido, o único problema que parece prevalecer é relativo ao
saneamento, o qual deverá ser objecto de trabalho do Plano de
Desenvolvimento Social.
Educação
A área da Educação é apontada como das mais complexas, dados os
malefícios que podem advir para o desenvolvimento de uma região,
se a sua população jovem não beneficiar do acesso ao conhecimento.
Nesta linha e tendo em conta o baixo nível de instrução da população
do concelho, o elevado insucesso dos estudantes, a verificação de
abandono de alunos em idade escolar obrigatória, a saída de alunos
quando atingida a idade obrigatória sem a escolaridade mínima
prevista na lei, torna-se premente reflectir sobre esta realidade no
Concelho da Murtosa.
É urgente criar alternativas de educação e formação. É necessário
que entidades como o Ministério da Educação, a Câmara Municipal, as
empresas da região e o Instituto de Emprego se juntem e estudem
quais as alternativas mais viáveis de formação, para os jovens da
Murtosa que, todos os anos, engrossam os níveis de abandono e
insucesso escolar.
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A elaboração do Diagnóstico Social do Concelho da Murtosa permitiu
reflectir sobre a sua realidade e devolvê-la em documento aos seus
habitantes e decisores.
O conhecimento da realidade só por si, pouca importância teria, se
não servisse de base a projectos pró-activos e objectivados na
inversão de situações negativas do desenvolvimento do concelho.
O próximo trabalho da Rede Social consiste na elaboração do Plano
de Desenvolvimento Social, em que todos os aspectos analisados
terão de ser considerados, tendo em vista o PNI; o PNE, o PNACE, o
PNAI, entre outros, e a vigente política de desenvolvimento social.