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Rede CIN Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios ESTUDO MERCADOLÓGICO E PESQUISA DE INTELIGÊNCIA COMERCIAL SETOR – VESTUÁRIO Projeto iNSERI: Inserção Internacional Competitiva de Pequenos Negócios Sebrae Brasília 2016

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ESTUDO MERCADOLÓGICO E PESQUISA DE INTELIGÊNCIA COMERCIAL

SETOR – VESTUÁRIO

Projeto iNSERI: Inserção Internacional Competitiva de Pequenos Negócios

Sebrae

Brasília2016

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ESTUDO MERCADOLÓGICO E PESQUISA DE INTELIGÊNCIA COMERCIAL

SETOR – VESTUÁRIO

Projeto INSERI: Inserção Internacional Competitiva de Pequenos Negócios

Sebrae

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SUMÁRIO EXECUTIVO

Embora o Brasil tenha um parque industrial e um mercado interno entre os 10 maiores do mundo, sua atuação no mercado internacional de vestuário continua muito tímida, representando 0,03% das exportações mundiais, 58% das quais destinadas à América Latina. O cenário de retração do mercado doméstico e de câmbio favorável para a exportação é uma oportunidade interessante para estimular mais empresas a investirem na inserção no mercado internacional e levar o Brasil a uma presença mundial que faz jus a seu potencial.

Com base na análise da capacidade de atuação das confecções participantes do programa Inseri na área de vestuário, recomenda-se uma abordagem em duas linhas de ação:

• Consolidar e expandir, num horizonte de curto a médio prazo, a atuação internacional das confecções consideradas como prontas para a inserção no mercado internacional e que já exportam, embora de forma irregular ou muito recente;

• Apoiar a estruturação, o aprendizado e a inserção no mercado internacional das confec-ções com potencial, mas que ainda precisam ser preparadas, num horizonte de médio a longo prazo.

Para a primeira linha de ação, foi identificada a linha de moda praia e verão, que compreende 21 empresas, como segmento com o maior potencial para gerar resultados comerciais concretos no curto prazo. Se agregar ainda as linhas de fitness e esportes dentro do conceito de moda para ativi-dades físicas e outdoor, este segmento compreende 31 empresas. Estas linhas de produtos podem abrir as portas para introduzir, na sequência, outras linhas, tais como moda feminina e moda íntima. O principal mercado-alvo recomendado para essas linhas de produtos são os EUA, principalmente pelos seguintes motivos: os EUA são o maior importador de vestuário e moda praia e se encontra numa curva ascendente sólida; está liderando a expansão da nova tendência de athleisure no mundo, abrindo oportunidades para novas marcas; a maioria das empresas participantes com experiência em exportação já está presente nesse mercado, embora de forma irregular ou recente; o diferencial do produto brasileiro na linha de moda praia e verão; a associação com a alegria de viver, sol, praia e natureza em geral, é muito valorizado por parte do consumidor norte-americano.

Para a segunda linha de ação, que representa 65 empresas, se recomenda uma abordagem que permita sua preparação, por meio de capacitações e consultorias estruturadoras. Além disso, uma exposição gradual à experiência do mercado internacional, por meio da participação em eventos e feiras internacionais visando, inicialmente, o aprendizado e não necessariamente o resultado comercial, no curto prazo. Para essa linha de ação, recomenda-se concentrar os esforços inicialmente nos

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mercados vizinhos da América Latina, cuja proximidade geográfica, cultural e de hábitos de consumo pode facilitar a entrada e o aprendizado. Para garantir a maior eficácia na inserção das empresas com potencial nesses mercados, recomenda-se desenhar uma estratégia de internacionalização setorial, incluindo linhas de ação específicas para cada linha de produto, levando em consideração o perfil das empresas, suas necessidades de preparação e aprendizado, além de aprofundar o conheci-mento sobre as oportunidades de mercado específicas para cada uma dessas linhas de produtos, visando promover o matchmaking (processo de busca de possíveis casamentos entre demanda e oferta) preciso entre capacidade de atuação, oportunidades e desafios de mercado.

O mercado mundial continua com crescimento firme, com um aumento de 4,5% entre 2013 e 2014, mesmo com a Europa Ocidental praticamente estagnada. Os EUA se recupera bem da recessão e ostenta uma taxa de crescimento em torno de 2% e continua o maior importador de vestuário e de moda praia do mundo, respectivamente, com 20% e 23,3% do total. Uma das principais tendências de consumo é o surgimento do segmento chamado athleisure, a combinação de elementos da moda esporte com a moda casual, que sai das academias e invade as ruas. Os EUA são o precursor dessa tendência e o mercado onde mais fortemente se manifesta a demanda. Esse dado apoia a escolha das linhas de moda praia, beachwear, fitness e esporte como foco inicial principal do programa Inseri.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 7

NOTA TÉCNICA 9

1 LEVANTAMENTO DA CAPACIDADE DE ATUAÇÃO DAS EMPRESAS 10

1.1 A indústria têxtil e de confecções no Brasil 10

1.2 Perfil das empresas participantes do Inseri – Vestuário 14

1.3 Conclusões da análise da capacidade de atuação das empresas participantes do Inseri – Vestuário 19

2 LEVANTAMENTO SECUNDÁRIO SOBRE MERCADO INTERNACIONAL E OS PRINCIPAIS MERCADOS-ALVO 22

2.1 Perfil da indústria mundial 22

2.2 Tendências de mercado 36

2.3 Conclusões da análise do mercado global e dos principais mercados 43

3 PERFIL DOS MERCADOS SELECIONADOS 44

3.1 Seleção dos principais mercados 44

3.2 França 47

3.3 Portugal 52

3.4 Estados Unidos da América 56

3.5 Conclusões da análise dos países selecionados 61

4 ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 62

4.1 Mercado 62

4.2 Canais de distribuição 64

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4.3 Principais marcas 65

4.4 Eventos de moda 67

4.5 Principais revistas especializadas 69

4.6 Processo de Importação 70

4.7 Lista de importadores, agentes e representantes 75

4.8 Estratégia de entrada de mercado 75

5 OPORTUNIDADES NA AMÉRICA LATINA 77

5.1 México 86

5.2 Chile 91

5.3 Colômbia 96

5.4 Argentina 100

5.5 Peru 105

5.6 Conclusões sobre oportunidades na América Latina 109

6 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 111

ANEXOS 116

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APRESENTAÇÃO

O presente estudo está sendo realizado no âmbito do projeto Inserção Internacional Competitiva de Pequenos Negócios (Inseri Pequenos Negócios), que é um convênio entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que objetiva promover a preparação para a internacionalização de pequenos negócios brasileiros, facilitando o acesso dos empresários a serviços de suporte e inserção competitiva internacional, por meio de projetos setoriais.

Internacionalização de micro e pequenas empresas: O projeto Inserção Internacional Competitiva de Pequenos Negócios (Inseri Pequenos Negócios) tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento das regiões-foco de atuação do programa, melhorando a competitividade e a inserção internacional das empresas, a partir de uma gestão público-privada. A iniciativa visa desenvolver um modelo de ação integrada das entidades do Sistema Indústria, em parceria com atores regionais, empresariais e institucionais, públicos e privados, para contribuir na promoção das vantagens competitivas dos territórios identificados e, sobretudo, para micro, pequenas e médias empresas consideradas estratégicas para o programa. Ainda visa auxiliar as empresas do projeto Inseri através do dimensionamento do tamanho de mercado mundial e brasileiro da indústria, visando identificar oportunidades de negócios e oferecer informações relevantes sobre a inserção de produtos nos segmentos de atuação, sendo eles: Alimentos e Bebidas; Borracha e Plástico; Energético; Máquinas e Equipamentos; Móveis; Químico (HPPC); Software; e Têxtil e Calçados. As atividades da ação serão desenvolvidas em uma parceria entre o Sistema Indústria e o Sebrae.

Atendimento setorial/sequencial: Por meio de estudos mercadológicos e pesquisas de inteli-gência comercial propõe-se a apoiar a indústria brasileira e a inserção competitiva internacional por meio da oferta de informações estratégicas sobre as oportunidades das indústrias no Brasil e no mundo.

O objetivo é ainda fortalecer a internacionalização da indústria brasileira por meio do Fluxo de Atividades do Plano de Ação Setorial 2015, contemplado por ações do Inseri. Prevê também a entrega de outros produtos que foram ofertados para as empresas nesse ano e que continuarão sendo executados no ano de 2016, a exemplo de capacitações empresariais; consultorias e asses-sorias; missões prospectivas; missões comerciais; encontros de negócios no exterior; visitas comer-ciais; visitas prospectivas e encontros de negócios no Brasil.

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PÚBLICO-ALVO DO INSERI – VESTUÁRIO1

O público-alvo compreende 112 empresas de 15 estados, a saber: Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

OBJETIVOS DO ESTUDO

O resultado do presente estudo deve servir como referência para nortear o planejamento das ações de prospecção e promoção comercial do setor. Foi definido que o estudo identificaria um mercado-alvo para o qual serão inicialmente direcionados os esforços de internacionalização do Inseri do setor de vestuário.

Para mais informações sobre este estudo e sobre a cadeia de atendimento, procure o CIN no seu estado.

1 Os dados quantitativos das empresas por estado do Programa Inseri foram considerados até o mês de outubro de 2015. O setor vestuário foi finalizado com o diagnóstico de 112 empresas. Portanto, os números finais podem ser encontrados no Centro Internacional de Negócios do respectivo estado.

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NOTA TÉCNICA

Diversas fontes de estatísticas nacionais e internacionais que contêm dados sobre o setor de vestuário não tratam o mesmo de maneira uniforme, dificultando a comparabilidade em alguns momentos:

• A Abit costuma apresentar dados, unindo os setores da indústria têxtil e de vestuário. Porém, ela também disponibiliza os principais dados em separado, de maneira a poder iden-tificar especificamente os do setor de vestuário. Nesse contexto, normalmente se refere aos produtos do vestuário por seu termo técnico: “artigos confeccionados”. Para facilitar a compreensão dos resultados do presente estudo, esses dados são apresentados como produtos ou artigos de confecção;

• A Euromonitor, a principal empresa internacional de estudos de mercado que realiza pesquisas nesse setor, costuma apresentar os dados unindo os setores de confecção e calçados;

• O Sebrae, por sua vez, procura tratar o setor de moda como um todo, unindo vestuário, calçados, acessórios e bijuteria, incluindo também toda cadeia têxtil na cadeia de fornecimento. Dependendo do contexto, também usa dados que unem os segmentos de confecção e calçados em um só. De toda forma, o Sebrae dispõe de dados bastante precisos das micro e pequenas empresas e polos específicos da produção de confecções;

• Nos levantamentos em que foram usadas as ferramentas de estatísticas de comércio inter-nacional Trade Map e Alice Web, os grupos de produtos aos quais os dados se referem sempre foram explicitados em cada tabela apresentada.

A fim de facilitar a compreensão dos dados apresentados, sempre foi destacado a quais setores ou segmentos os mesmos se referem.

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1 LEVANTAMENTO DA CAPACIDADE DE ATUAÇÃO DAS EMPRESAS

1.1 A INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÕES NO BRASIL

1.1.1 Importância do setor na economia brasileira

O setor industrial que compreende toda a cadeia têxtil e de confecções no Brasil ocupa uma posição importante no cenário mundial, por sua história, seu tamanho atual e suas influências em vários segmentos. De acordo com o relatório setorial publicado pela Associação Brasileira de Indús-tria Têxtil (Abit), com dados referentes ao ano 2014, o setor se iniciou no país há mais de 200 anos e, atualmente, assume várias posições de destaque no contexto nacional:

• Segundo maior empregador da indústria de transformação, perdendo apenas para alimentos e bebidas (juntos);

• Segundo maior gerador do primeiro emprego;• Faturamento da cadeia têxtil e de confecção: US$ 53,6 bilhões;• Produção média de confecção: 6 bilhões de peças (vestuário mais cama, mesa e banho);• Trabalhadores: 1,6 milhão de empregados diretos e 8 milhões se adicionar indiretos e efeito

renda, dos quais 75% são de mão de obra feminina;• Representa 16,4% dos empregos e 5,7% do faturamento da Indústria de transformação.

Essa importância na geração de emprego também se reflete na educação profissional onde existem mais de 100 escolas e faculdades de moda, além de inúmeros cursos profissionalizantes.

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No contexto internacional, o Brasil também ocupa uma posição importante2:

• Quarto maior parque produtivo de confecção do mundo;• Quinto maior produtor têxtil do mundo;• Segundo maior produtor e terceiro maior consumidor de denim (tipo de tecido) do mundo;• Quarto maior produtor de malhas do mundo.

A empresa de pesquisa de mercado internacional Euromonitor posiciona o Brasil em oitavo lugar no ranking mundial de mercado consumidor no segmento têxtil e calçados em 2015, com US$ 57 bilhões.

A Abit ainda informa que o Brasil é referência mundial em design de moda praia, jeanswear e homewear, tendo crescido também os segmentos de fitness e lingerie, fazendo com que anualmente o país seja visitado por cerca de 100 jornalistas de moda de todo o mundo.

De acordo com o Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira 2015, do Instituto de Estudos de Mercado (Iemi), as empresas do setor estão distribuídas geograficamente como segue:

Tabela 1 – Empresas por região

Região Quantidade de empresas

Norte 1.308

Nordeste 16.094

Sudeste 55.817

Sul 30.176

Centro-Oeste 7.578

Total 110.973

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com base em dados do Iemi – Relatório Setorial 2012

A região Sudeste é a principal produtora nacional de artigos têxteis e de confecção, tendo respondido por 50,3% de todas as empresas brasileiras no ano de 2011. Em segundo lugar está a região Sul, responsável por 27,19% das empresas nacionais, seguida pela região Nordeste, com 14,5%. A região Centro-Oeste participou com 6,83% e a região Norte com 1,18% do total de empresas nacionais.

2 Fonte: Abit.

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1.1.2 Comércio exterior

Nos últimos anos, o Brasil vem se consolidando como um país importador de produtos têxteis e de confecção. A balança comercial da cadeia têxtil vem, ano a ano, ampliando seu deficit, chegando a US$ 4,7 bilhões em 2014. Em 2010, o deficit era de US$ 2,8 bilhões. Portanto, em quatro anos, houve um crescimento de 69%, ou seja, uma média de 14% ao ano3.

Analisando especificamente o segmento de confecções pode se verificar que o aumento das importações foi grande, ao mesmo tempo em que as exportações recuaram. Na tabela abaixo pode se verificar a queda das exportações de 2010 a 2014 em US$ 193,4 milhões, ou 45,6%. As importações aumentaram em US$ 1,7 bilhão. De US$ 1,3 bilhão, em 2010, passou para US$ 3 bilhões, ou 131%, levando a um deficit na balança comercial de US$ 2,8 bilhões.

Tabela 2 – Balança comercial de artigos de confecção (US$ mil)

Fluxo 2010 2011 2012 2013 2014

Exportação 423.741 332.381 276.864 255.380 230.310

Importação 1.336.036 2.096.075 2.597.495 2.821.075 3.048.945

Saldo -912.294 -1.763.694 2.320.631 -2.565.695 -2.818.636

Fonte: elaborado por Schneider Consult com base em dados do Iemi – Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira – 2015

As exportações brasileiras em 2014 representaram 0,05% das importações mundiais do setor de artigos de confecção de US$ 471 bilhões4. Na análise detalhada dos fluxos de importação e exportação de artigos de confecção, nas tabelas apresentadas a seguir, é possível identificar os segmentos que mais foram afetados pela invasão dos importados e pelo recuo das exportações nos últimos cinco anos.

Tabela 3 – Importações de artigos de confecção (US$ mil)

Produtos 2010 2011 2012 2013 2014

Vestuário de malha 409.893 634.10 842.133 975.827 1.051.113

Vestuário de tecido plano 588.994 958.391 1.203.161 1.287.432 1.391.161

Vestuário 998.887 1.592.496 2.045.295 2.263.259 2.442.274

3 Fonte: Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira 2015 – Iemi.

4 Esse valor se refere a todos os artigos confeccionados (NCM 61, 62 e 63), incluindo artigos de cama, mesa, banho, entre outros.

(Continua)

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Produtos 2010 2011 2012 2013 2014

Meias 19.365 37.439 41.919 39.827 36.930

Acessórios 54.845 91.216 90.012 72.801 76.149

Linha Lar 211.207 303.585 342.033 361.287 405.391

Outros artigos de confecção 51.732 71.340 78.237 83.901 88.201

Total confecção 1.336.036 2.096.075 2.597.495 2.821.075 3.048.945

Fonte: elaborado por Schneider Consult com base em dados do Iemi – Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira – 2015

As importações de vestuário aumentaram 144% de 2010 a 2014, enquanto que as exporta-ções diminuíram 19%. Em 2010, os valores gerados pelas exportações representavam 16,6% das importações. Em 2014, esses valores representaram apenas 5,5%, ou seja, menos de um terço do que representavam há cinco anos.

Tabela 4 – Exportações de artigos de confecção (US$ mil)

Produtos 2010 2011 2012 2013 2014

Vestuário de malha 94.400 98.150 79.126 72.000 75.688

Vestuário de tecido plano 72.132 71.317 65.375 68.232 59.396

Vestuário 166.532 169.468 144.501 140.323 135.085

Meias 6.380 6.606 5.768 5.451 6.147

Acessórios 3.719 4.151 3.648 4.086 4.025

Linha lar 221.396 119.373 91.553 79.036 63.775

Outros artigos de confecção 25.714 32.783 31.395 26.574 21.277

Total confecção 423.741 332.381 276.864 255.379 230.309

Fonte: elaborado por Schneider Consult com base em dados do Iemi – Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira – 2015

1.1.3 Programas de apoio

Além do programa do Inseri, apresentado na introdução do presente estudo, o principal programa de apoio à internacionalização do setor têxtil e de confecções é o TexBrasil: Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, realizado pela Abit, com apoio da Apex-Brasil.

(Continuação)

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O Sebrae, por sua vez, é o principal apoiador das micro e pequenas empresas e mantém uma linha da ação de apoio à indústria da moda em todos os estados da Federação.

1.2 PERFIL DAS EMPRESAS PARTICIPANTES DO INSERI – VESTUÁRIO

A análise aprofundada do perfil das empresas participantes é fundamental para poder direcionar adequadamente os esforços de promoção e apoio à internacionalização das mesmas. Dependendo das linhas de produtos, do grau de preparação e da capacidade de investimento nas atividades e ajustes necessários, os mercados-alvo e as estratégias de entrada podem ser completamente diferentes. O objetivo maior do Inseri é a inserção no mercado internacional e uma atuação segura das empresas participantes no longo prazo.

Os dados apresentados a seguir foram extraídos dos resultados dos diagnósticos aplicados nas empresas participantes no momento de adesão ao programa. São no total de 112 empresas que produzem uma gama variada de vestuário, provenientes de 15 estados, conforme distribuição apresentada na tabela abaixo.

Tabela 5 – Empresas participantes por estado

UF Quantidade UF Quantidade

AL 9 PA 1

AM 15 PB 1

CE 9 PR 3

DF 19 RS 31

ES 1 SC 4

GO 4 SE 5

MG 8 TO 1

MS 1

Fonte: elaborado por Schneider Consult com base em dados do diagnóstico realizado até 30 de setembro 2015, fornecidos pela CNI

O estado com a maior representatividade é o Rio Grande do Sul, com 31 empresas (27%), seguido pelo Distrito Federal, com 19 (17%) e o Amazonas, com 15 empresas (13%).

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1.2.1 Linhas de produtos

As linhas de produtos, sua origem por estado e respectiva região são apresentadas na tabela abaixo.

Tabela 6 – Empresas participantes por linha de produto e estado de origem

Linhas de produtos

Total*

Empresas por região e estado

Sul Sudeste Centro-oeste Nordeste Norte

RS SC PR MG ES DF GO MS TO AL PB CE SE AM PA

Feminino 36 13 - - 1 - 14 1 - - 1 - 1 - 5 -

Praia e verão 21 5 - 1 2 - 1 2 - - 1 - 6 2 - 1

Festa 15 6 - - 1 - 1 - - - 2 - - - 5 -

Uniforme 13 3 - - 1 - - - - - 1 - - 1 6 1

Fitness 12 1 1 1 2 - 1 3 1 - - - 1 1 - -

Íntima 12 3 1 - 3 - - - - 1 - - 2 1 1 -

Moda 9 2 - 1 - - - - - - 3 - - - 3 -

Casual 8 - - 1 2 - 2 - - - 1 - - - 1 1

Masculino 6 1 1 - - - 2 - - - - - - - 2 -

Esporte 5 1 - - - - - - 1 - 1 - - 1 1 -

Sob medida 5 1 - - - - 2 - - - - - - - 2 -

Infantil 4 2 - - - 1 1 - - - - - - - - -

Jeans 4 2 - - 1 - - - - - - - 1 - - -

Bebê 3 - 1 - - 1 1 - - - - - - - - -

Cama e mesa

1 - - - - - - - - - 1 - - - - -

Couro/peles 2 2 - - - - - - - - - - - - - -

Cães 1 1 - - - - - - - - - - - - - -

Compressiva 1 - - - - - - - 1 - - - - - - -

Sem dados 1 - - - - - - - - - - 1 - - - -

Fonte: elaborado por Schneider Consult com base em dados do diagnóstico realizado até 30 de setembro 2015, fornecidos pela CNIA soma das empresas por segmento vai superar o total, visto que várias trabalham com mais de uma linha.

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A linha feminina é a mais representativa, com 36 empresas, sendo ela liderada pelo Distrito Federal, com 14 participantes, e o Rio Grande do Sul, com 13. Em segundo lugar consta a linha de moda praia e verão, com 21 empresas, liderada pelo Ceará, com seis empresas e, novamente, o Rio Grande do Sul, com cinco. A terceira linha de produtos mais importante é a de moda para festas, com 15 empresas, liderada pelo Rio Grande do Sul, com seis, e o Amazonas, com cinco participantes.

O gráfico apresentado a seguir ajuda a visualizar a abrangência das linhas de produtos, que ao mesmo tempo evidencia a alta heterogeneidade do grupo.

Figura 1 – Representatividade das linhas de produto5

As três principais linhas de produtos: moda feminina, moda praia e verão e moda para festa, representam, respectivamente, 23,4%, 13,6% e 9,7%, perfazendo um total de 46,7%. Analisando a afinidade de algumas linhas de produtos no que se refere ao mercado-alvo, as linhas de produtos que de alguma forma estão ligadas a atividades físicas ou de lazer ao ar livre, a saber: moda praia e verão; moda fitness e esporte; reúnem um total de 31 empresas6, representando 28% do total.

Vale mencionar ainda que três das confecções oferecem tamanhos plus size, sendo duas na linha de moda feminina e uma nas linhas fitness e moda praia.

5 Os dados deste gráfico se baseiam nas 111 empresas das quais se dispunha de dados.

6 Como algumas das confecções atuam em mais de uma linha de produtos, o total das empresas atuantes neste grupo não é igual à soma dos subtotais da tabela 6.

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1.2.2 Grau de preparação para ingressar no mercado internacional

Tabela 7 – Grau de preparação para ingressar no mercado internacional

Grau de preparação Quantidade %

Prontas 11 9,8%

Precisam se preparar 65 58,0%

Não estão preparadas 34 30,4%

Sem dados 2 1,8%

Total 112 100.0%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com base em dados do diagnóstico realizado até 30 de setembro 2015, fornecidos pela CNI

A análise do grau de preparação das empresas revela que somente 11 empresas do total de 112, representando 9,8%, estavam prontas para ingressarem de imediato no mercado internacional no momento do diagnóstico. Sessenta e cinco confecções, representando 58%, foram avaliadas com potencial, porém ainda em um nível de prontidão, que exige maior preparação, por exemplo, por meio da contratação de especialistas ou aproveitando a experiência de parceiros. Trinta e quatro confecções, representando 30,4%, não foram consideradas preparadas para ingressarem no mercado internacional, enquanto duas das empresas listadas não apresentaram dados de avaliação do grau de preparação.

Das 11 empresas avaliadas como prontas para ingressarem no mercado internacional, cinco trabalham com a linha de moda praia, quatro com moda feminina e três com moda fitness. Reunindo as linhas de moda praia e fitness, as empresas representam 64% das confecções prontas para o mercado internacional.

Entre as empresas com potencial que, no entanto, ainda precisam se preparar melhor, 24, representando 37,5%, atuam com as linhas de moda praia, verão, fitness e/ou esporte. O segundo segmento mais importante entre as empresas com potencial é o de moda feminina, com 22 estabe-lecimentos, representando 34,4%.

1.2.3 Experiência com exportação

Das 112 empresas apenas 16 registraram alguma experiência recente com exportação, sendo uma que exportou continuamente nos últimos três anos, quatro que começaram a exportar há menos de 18 meses, e 10 empresas que exportaram irregularmente nos últimos três anos, além de uma confecção que exportou indiretamente. Nove empresas já exportaram, porém desistiram e 85 empresas, representando 75,9%, não tiveram ainda nenhuma experiência no momento da aplicação do diagnóstico.

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Tabela 8 – Experiência com exportação

Experiência Quantidade %

Começou a exportar há menos de 18 meses 4 3,6%

Exportou continuamente nos últimos 3 anos 1 0,9%

Exportou irregularmente nos últimos 3 anos 11 9,8%

Já exportou, mas desistiu 10 8,9%

Nenhuma experiência de exportação 85 75,9%

Sem dados 1 0,9%

Total 112 100,0%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com base em dados do diagnóstico realizado até 30 de setembro 2015, fornecidos pela CNI

Entre as 16 empresas que tiveram alguma experiência recente com exportação, as linhas de moda praia e verão e fitness lideram o ranking. Esse resultado está alinhado com as principais tendências do mercado internacional, onde esses segmentos se destacam com crescimento importante, como será demonstrado mais adiante no estudo.

Tabela 9 – Linhas de produtos predominantes entre as empresas que tiveram alguma experiência com exportação recente

Linhas de produtos Quantidade %

Praia e verão 7 43.8%

Fitness 5 31.3%

Feminina 4 25.0%

Intima 3 18.8%

Outros 6 37.5%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com base em dados do diagnóstico realizado até 30 de setembro 2015, fornecidos pela CNIObs.: o total é maior do que a quantidade de empresas porque várias confecções atuam em mais de uma linha de produtos.

Unindo as confecções que trabalham com moda praia, verão e fitness, elas representam 50% das empresas com experiência em exportação.

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Entre os mercados-alvo que essas confecções acessam, os EUA se destacam. Nove das 16 empresas informam como mercado principal. Outros mercados significativos são: França, Portugal, Itália e os Emirados Árabes Unidos, que foram todos mencionados por seis empresas. Essa infor-mação chama atenção pelo fato de esses mercados estarem entre os mercados mais sofisticados e exigentes, o que significa que as empresas que os acessam têm um bom potencial para consolidar e expandir seus negócios nestes e noutros mercados similares.

1.3 CONCLUSÕES DA ANÁLISE DA CAPACIDADE DE ATUAÇÃO DAS EMPRESAS PARTICIPANTES DO INSERI – VESTUÁRIO

• Embora o Brasil tenha um parque industrial e um mercado interno entre os 10 maiores do mundo, o país sofre a crescente invasão da competição asiática ao mesmo tempo em que sua atuação no mercado internacional de vestuário continua muito tímida, repre-sentando apenas 0,03% das exportações mundiais. O tamanho e os desafios do próprio mercado nacional têm ocupado o empresariado brasileiro de tal maneira que o levaram a negligenciar o potencial do mercado internacional por muitos anos. No momento de crise do mercado doméstico e de câmbio favorável, a exportação surge novamente como opor-tunidade atraente. É muito interessante aproveitar esse cenário de maneira a estimular mais empresas a investirem na inserção no mercado internacional e levar o Brasil a uma presença e representatividade mundial que faz jus a seu tamanho e potencial;

• No entanto, para enfrentar os desafios do cenário internacional de alta competitividade e se estabelecerem nesse mercado com segurança no médio e longo prazo, as confecções brasileiras precisam adotar estratégias competitivas à altura do contexto atual e se concen-trarem em seus pontos fortes e diferenciais. Seria um esforço infrutífero querer concorrer com produtos de massa e preços muito competitivos com os concorrentes asiáticos ou com marcas high end de nível mundial;

• Visando direcionar o apoio e a promoção comercial com efetividade, recomenda-se iden-tificar as linhas de produtos de maior potencial de mercado, identificar mercados-alvo em função da receptividade para estas linhas e concentrar nelas os esforços para gerar resul-tados concretos no curto prazo;

• O principal segmento no qual o Brasil é reconhecido como referência mundial e que, portanto, oferece grande potencial para se diferenciar frente a concorrência, é o de moda praia e verão. Não por acaso, essa é também a linha de produtos em que atua a maioria das confecções, com a maior experiência em exportação entre os participantes do Inseri, bem como a maioria das empresas avaliadas no diagnóstico como prontas para a inserção no mercado internacional. Esse segmento compreende 21 empresas, representa 19% do total dos participantes e demonstra o maior potencial de gerar resultados comerciais concretos no curto prazo. Se agregar ainda as linhas de fitness e esportes, este segmento compreende 31 empresas, representando 28%;

• Baseado nessas análises, recomendamos que os esforços de apoio à internacionalização se concentrem inicialmente nessas linhas de produtos, como uma espécie de “abre portas”. Uma vez despertado o interesse pelos produtos brasileiros junto aos compradores nos

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mercados-alvo, poderão ser introduzidas outras linhas de produtos, tais como a linha de moda feminina e moda íntima;

• É importante também lembrar que a grande maioria dessas empresas conta com uma experiência irregular ou muito recente na exportação. Portanto, o primeiro objetivo deverá ser a consolidação de sua atuação no mercado internacional;

• A grande maioria das empresas participantes (58%), no entanto, demonstra potencial para a inserção no mercado internacional, embora não tenha nenhuma experiência no mercado internacional e nem tenha demonstrado a necessária prontidão para tal atividade no momento do diagnóstico e ainda precise se preparar melhor. Para essas empresas se recomenda uma abordagem mais cautelosa, no sentido de se expor aos poucos à experiência do mercado internacional, por meio da participação em eventos e feiras internacionais, no Brasil e no exterior, porém, com um objetivo maior: inicialmente, no aprendizado e não necessariamente no resultado comercial no curto prazo. Da mesma maneira, se recomenda direcionar seus esforços, inicialmente, a mercados aparentemente menos exigentes, provavelmente os da América Latina, que demonstram uma certa proximidade cultural e de hábitos de consumo. Dessa forma, cada empreendedor poderá assimilar os desafios do processo de internacionalização, na velocidade com a qual se sente confortável, apropriada à sua capacidade de aprendizado e de estrutura, e se preparar à medida que avança;

• Portanto, a estratégia recomendada para o programa Inseri é de atuar em duas linhas paralelas: - A consolidação e expansão da atuação das empresas que já exportam, no horizonte de

curto e médio prazo; - A preparação e inserção das empresas com potencial, no horizonte de médio e

longo prazo.• O país mais mencionado como principal mercado-alvo pelas empresas com experiência

exportadora foram os EUA, seguido por outros mercados importantes, como França, Portugal e Itália. Essa informação surpreende no primeiro momento, já que contraria a opinião geral de que as pequenas confecções não têm competitividade para se estabe-lecerem nesses mercados mais exigentes. A verdade é que essas empresas se valem exatamente do diferencial mencionado acima, assumindo um posicionamento estraté-gico de mercado que destaca o diferencial de design com boa qualidade, evitando a briga pelo preço. Isso demonstra que essas empresas conseguem acessar os mercados mais exigentes, embora tenham, por enquanto, uma experiência apenas irregular e recente. Essa inconstância, por sua vez, revela o grande potencial a ser consolidado por meio de ações de apoio e promoção comercial junto a esse grupo de empresas;

• A análise detalhada dos diagnósticos ainda revelou que muitas confecções usam nomes de fantasia e de marcas que podem ser interessantes para o mercado brasileiro ou de sua região de origem, porém dificultariam seu posicionamento no mercado internacional. Recomenda-se um estudo de nomes e design de logomarca para que o projeto de interna-cionalização não sofra restrições no mercado internacional;

• De qualquer forma, é fundamental que os participantes estejam cientes de que o processo de internacionalização exige um projeto específico, que precisa ser encarado com dedi-cação e investimento de tempo e recursos, com visão de médio e longo prazo, além de disposição para adaptar seus produtos para demandas específicas dos mercados-alvo;

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• Vale ressaltar ainda que algumas linhas de produtos terão desafios maiores a serem enfren-tados para entrarem em mercados estrangeiros, visto que seus produtos não são prêt-à--porter, ou seja, prontos para serem usados. As linhas de produtos “sob medida” (cinco empresas) e “moda para festa” (15 confecções) exigem um parceiro local muito bem entrosado no mercado-alvo para apresentar o produto, tirar medidas individuais e fazer os ajustes finais. Além disso, o custo do transporte de poucas peças encarece o produto final e pode inviabilizar o projeto, a não ser que o mesmo possua um diferencial que justi-fique uma margem alta. A linha de “uniformes” (13 confecções), embora possa trabalhar com uma quantidade maior de unidades, ainda precisa adaptar os produtos aos costumes locais, no que diz respeito a modelos, cores, tecidos, etc., além da eventual necessidade de customização das peças com os nomes dos clientes. Além disso precisará também de parceiros locais para prospectar os clientes nos mercados-alvo e realizar o atendimento no local. Esse grupo de empresas compreende um total de 25 confecções7, representando 22,3% do total dos participantes.

7 Como algumas das confecções atuam em mais de uma linha de produtos, o total das empresas atuantes nesse grupo não é igual à soma dos subtotais da tabela 6.

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2 LEVANTAMENTO SECUNDÁRIO SOBRE MERCADO INTERNACIONAL E OS PRINCIPAIS MERCADOS-ALVO

2.1 PERFIL DA INDÚSTRIA MUNDIAL

2.1.1 Mercado global e principais mercados

De acordo com dados da Euromonitor8, o mercado global de vestuário e calçados em 2014 foi avaliado em US$ 1,75 trilhão, dividido em sete regiões estratégicas, conforme o gráfico abaixo. A região Ásia-Pacífico lidera o mercado global, à frente da Europa Ocidental e a América do Norte.

8 Euromonitor, relatório Passport: Apparel and Footwear in 2015: Trends, Developments and Prospects.

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Figura 2 – Mercado global de vestuário e calçados

O mercado global manteve um crescimento forte de 4,5% em 2014 em relação ao ano anterior, apesar dos desafios persistentes na Europa e a fraqueza nos principais mercados emergentes Rússia, China e Brasil, onde as taxas de crescimento tiveram de ser revisadas significativamente para baixo. Saíram de um patamar acima de 10% para 6%, na Rússia, e de 8% para 2,5%, no Brasil.

Figura 3 – Mercado global e Brics

Até a China está diminuindo ligeiramente a sua fase de crescimento. O único Bric que mantém a fase de alta é a Índia, com taxas de crescimento acima de 14% ao ano, refletindo os ganhos de poder aquisitivo de sua população enorme.

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Figura 4 – Valor de vendas de vestuário e calçados 2014

A figura acima revela que a região Ásia-Pacífico permanece o maior mercado para o setor de vestuário e calçados em 2014, com a distância em relação à Europa Ocidental e à América do Norte, aumentando a uma taxa de 8% ao ano. As vendas foram avaliadas em US$ 585,2 bilhões, pouco acima de 33% do total mundial. Porém, as regiões Ásia-Pacífico, junto com a Europa Oriental foram marcadas por uma diminuição ou estagnação do crescimento em 2014, devido às fraquezas de câmbio, instabilidades políticas e crescimento econômico mais fraco, que resultaram em um maior grau de incerteza dos consumidores.

As regiões mais dinâmicas foram a América Latina e o Oriente Médio junto com a África. No entanto, enquanto o Brasil continua o maior mercado na América Latina, as maiores contribuições para o grande crescimento aparente da região vieram da Argentina e da Venezuela. Contudo, o cresci-mento estatístico nesses dois países provém da distorção inflacionária daqueles países, não contribuindo efetivamente para o crescimento do volume do mercado.

O Oriente Médio e a África, apelidados de “última fronteira” do mundo da moda, foram empur-rados principalmente pelos mercados da Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, além da África do Sul, que são mercados lucrativos tanto considerando as marcas de massa quanto as de luxo.

2.1.2 Os 10 maiores mercados

O ano 2015 foi marcado pela superação dos EUA pela China como maior mercado mundial de vestuário e calçados, chegando a US$ 351 bilhões, deixando os EUA em segundo lugar com US$ 338 bilhões, como revela o quadro da Euromonitor.

Outro fato relevante é a queda da Itália, referência global na moda masculina, da sexta colocação, com US$ 65 bilhões, para a décima, registrando um encolhimento de seu mercado de 20% para chegar em US$ 51 bilhões. A França também encolheu em US$ 1 bilhão. Isso fez com que ela caísse duas posições, do sétimo lugar para o nono. É importante registrar também a entrada da Índia no ranking dos “10 mais”, com US$ 63 bilhões, em sétimo lugar, um acima do Brasil.

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Figura 5 – Top 10 mercados mundiais

Ranking 20102010

US$ bilhõesRanking 2015

2015 US$ bilhões

1. EUA 301 1. China 351

2. China 221 2. EUA 338

3. Japão 82 3. Alemanha 87

4. Alemanha 82 4. Japão 84

5. Inglaterra 73 5. Inglaterra 82

6. Itália 65 6. Rússia 68

7. França 55 7. Índia 63

8. Rússia 46 8. Brasil 57

9. Brasil 41 9. França 54

10. Espanha 35 10. Itália 51

2.1.3 Região Ásia-Pacífico

Figura 6 – Ásia-Pacífico - Crescimento por país

A região Ásia-Pacífico, apesar de ser dominada pela China, outros mercados começam a se manifestar com crescimentos vigorosos, principalmente a Índia, com 18%, mas também mercados menores com a Indonésia (13%) e o Vietnã (14%), além de Hong Kong, Filipinas e Malásia, todos com taxas de crescimento em torno de 10%. Somente o Japão permanece praticamente estagnado após anos de crise econômica.

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2.1.4 Europa Ocidental

Figura 7 – Europa Ocidental: Tamanho de mercado versus crescimento

A Europa Ocidental ainda está querendo se recuperar lentamente do período de sete anos de fraca performance. Vários países ainda estão em declínio, incluindo os grandes mercados da moda Itália e França. Em geral, o mercado de vestuário e calçado literalmente não demonstrou nenhum crescimento em 2014, repetindo o resultado do ano anterior. Essa média, no entanto, mascara uma variedade grande de resultados nos países da região. Enquanto a Espanha e a Grécia, finalmente, voltaram a registrar um crescimento leve, revertendo uma tendência dos últimos anos. A Itália deve contrair estimados US$ 8,9 bilhões até 2019. Os dois maiores mercados da Europa Ocidental, Alemanha e o Reino Unido, registram crescimento modesto de 1%, refletindo a precaução dos consumidores e a sensibilidade em relação ao preço. Somente a Turquia, país limítrofe com o Oriente Médio, revela um crescimento acima da média, com mais de 10%.

Figura 8 – Mapa do mercado europeu

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2.1.5 Leste Europeu

Figura 9 – Leste Europeu - Tamanho de mercado

No período entre 2010 a 2013, a Europa Oriental foi uma das mais atraentes para vendas de vestuário e calçados, com uma TMAC9 acima de 9%, sendo que o principal contribuidor foi a Rússia, com 77% deste crescimento. A Ucrânia veio em segundo, com 11%. A instabilidade política recente lançou uma nuvem sobre esse horizonte. Por outro lado, outros países, como a Hungria e a Romênia demonstram taxas de crescimento fortes, acima de 10% e 9% respectivamente.

2.1.6 América do Norte

Os EUA se recuperaram bem de um difícil período de recessão e superaram toda a Europa Ocidental, com exceção da Turquia, com um crescimento pouco abaixo de 2% em 2014. No entanto, não houve uma grande corrida às compras. De acordo com fontes da indústria, em torno de 30% dos consumidores usaram smartfones para comparar preços de vestuário.

9 Taxa Média Anual de Crescimento (TMAC).

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2.1.7 Oriente Médio e África

Figura 10 – Oriente Médio e África – Tamanho de mercado

Os centros comerciais (shopping centers) modernos do Oriente Médio e da África impulsionam o crescimento, facilitando o acesso aos consumidores, gerando, assim, a região de maior cresci-mento após o desconto inflacionário da América Latina. Os Emirados Árabes, a Arábia Saudita e a África do Sul lideram os mercados em tamanho e taxas de crescimento acima de 8%. A demografia jovem é decisiva como impulsionador de moda infantojuvenil. O número crescente de mulheres que entrou no mercado de trabalho influenciou positivamente a performance do mercado, principal-mente a moda feminina, a exemplo da Arábia Saudita, onde o percentual de mulheres no trabalho aumentou em 6%, chegando a 1,4 milhão em 2014.

O varejo na região continua sua expansão sob a liderança de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), que almeja competir com Dubai, com a inauguração do “YAS Mall”. Dubai não fica atrás com a inauguração do centro comercial e de lazer “The Beach” e o lançamento do novo mega shopping “Mall of Arabia”.

Esse desenvolvimento também atrai um número crescente de turistas asiáticos, principalmente chineses, que, recentemente, descobriram os Emirados Árabes Unidos como destino turístico e de compras. O crescimento sustentado da África do Sul atraiu muitas marcas internacionais, entre elas: a varejista australiana Cotton Up, a Gap, a Topshop, a Forever 21 e a Zara. A primeira loja da H&M estava prevista para 2015. Muitos desses novos entrantes miram não somente no mercado do país anfitrião, mas, também, na plataforma de distribuição por meio da qual pretendem acessar o restante da região sul da África e além, quando o novo acordo de livre comércio pan-africano de Cabo ao Cairo estará em vigor10.

10 Zona Tripartida de Livre Comércio (ZTLC).

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2.1.8 Principais países importadores mundiais de vestuário

O ranking dos maiores importadores de vestuário11 é liderado com folga pelos EUA, com quase US$ 83 bilhões, representando 20% das importações mundiais, seguidos pela Alemanha, com menos da metade de demanda, e, o Japão, que registrou uma queda de 7,6%.

Tabela 10 – Principais países importadores de vestuário (NCM 61 e 62 – US$ mil)

# PaísesValor importado

2013Valor importado

2014Evolução %

Mundo 390.747.588 419.740.358 7.4%

1 EUA 80.977.923 82.985.947 2.5%

2 Alemanha 35.501.809 37.907.542 6.8%

3 Japão 31.783.366 29.358.713 -7.6%

4 Reino Unido 25.023.403 27.552.854 10.1%

5 França 22.027.744 23.338.453 6.0%

6 Espanha 14.304.756 16.327.739 14.1%

7 Itália 14.916.132 16.194.671 8.6%

8 Hong Kong, China 15.333.412 15.079.375 -1.7%

9 Holanda 10.180.059 11.288.933 10.9%

10 Emirados Árabes Unidos 8.305.441 9.367.764 12.8%

11 Bélgica 9.132.124 9.207.833 0.8%

12 Canadá 9.057.781 9.156.944 1.1%

13 Coreia do Sul 7.135.284 8.032.674 12.6%

14 Rússia 8.191.264 7.748.652 -5.4%

15 Vietnã 446.406 6.745.650 1.411.1%

27 Brasil 2.375.771 2.555.353 7.6%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map/ ITC

11 Com base nos capítulos 61 e 62 do Sistema Harmonizado de mercadorias

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O restante da lista é ocupado pelas outras maiores economias do mundo que já perderam seus parques industriais têxteis e de confecções para países com mão de obra mais econômica. O Brasil ocupa o 27º lugar, com US$ 2,6 bilhões, representando 0,6% das importações mundiais. Com exceção do Japão, de Hong Kong e da Rússia, todos os mercados registraram uma evolução positiva em relação ao ano anterior. Os EUA cresceram 2,5% nas importações, confirmando sua fase de recuperação de consumo. Vale ainda ressaltar que os EUA sofrem de subabastecimento de mercado de praticamente 25%, ou seja, dependem da produção de outros países para abastecer um quarto de sua demanda interna.

Os principais mercados da Europa, embora seu crescimento do mercado de vestuário e calçados muito modesto, em torno de 1%, aumentaram suas importações entre 6% a 14% entre 2013 e 2014.

Chama atenção ainda a posição e a evolução do Vietnã, um país na escala inferior de desen-volvimento, típico produtor e exportador, em 15º lugar e um crescimento de 1.411% de 2013 para 2014. Esse dado, porém, pode ter sido gerado por uma distorção de registro, já que o sistema de estatística do ITC informa que os dados anteriores eram informados pelo próprio país, enquanto os dados de 2014 foram calculados pelo próprio ITC usando a metodologia espelho12, provavelmente para corrigir a distorção anterior. Além disso, o Vietnã, como grande centro transformador da indús-tria têxtil da região asiática, é grande importador de peças de vestuário que ainda passarão por algum processo de beneficiamento antes de serem reexportados.

2.1.9 Principais países exportadores mundiais de vestuário

O ranking dos principais exportadores é liderado pela China, cujos US$ 173,4 bilhões repre-sentam 37% das exportações mundiais do setor de vestuário, seguido de longe por Bangladesh e Itália. É interessante observar que nessa lista podem ser encontrados dois tipos de países principais: países em desenvolvimento, que geram grandes volumes de exportação com pouco valor agregado, com base em sua mão de obra muito competitiva, tais como China, Bangladesh e Vietnã; e nações industrializadas que exportam produtos de alto valor agregado, com a Itália e a Alemanha.

12 Os dados do Vietnã até 2013 eram informados pelo próprio país, enquanto que o dado de 2014 foi levantado pelo ITC com a metodologia espelho, que soma os dados informados por todos os países emissores para aquele país.

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Tabela 11 – Principais países exportadores (NCM 61 e 62 – US$ mil)

# Países exportadoresValor exportado

2013Valor exportado

2014Evolução %

Mundo 442.770.738 473.035.731 6.8%

1 China 165.044.601 173.437.980 5.1%

2 Bangladesh 26.128.618 27.987.994 7.1%

3 Itália 21.639.999 22.508.313 4.0%

4 Vietnã 16.745.481 20.891.449 24.8%

5 Alemanha 18.320.287 19.510.544 6.5%

6 Hong Kong, China 20.717.212 19.387.296 -6.4%

7 Índia 15.702.657 16.538.203 5.3%

8 Turquia 14.959.139 16.269.552 8.8%

9 Espanha 11.065.848 12.049.457 8.9%

10 França 10.138.978 10.580.485 4.4%

11 Holanda 8.206.881 9.188.896 12.0%

12 Reino Unido 7.482.159 8.487.941 13.4%

13 Bélgica 8.678.794 8.373.150 -3.5%

14 Camboja 4.998.862 8.344.915 66.9%

15 Indonésia 7.383.998 7.359.754 -0.3%

84 Brasil 149.770 145.258 -3.0%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map/ ITC

As exportações mundiais são lideradas pela China, com 36% do total. No distante segundo lugar consta o Bangladesh, representando 6% do total. O Vietnã, em quarto lugar completa o quadro dos típicos países produtores asiáticos que fizeram da exportação, com base em sua mão de obra barata e produção em grande escala, seu diferencial competitivo. A Itália e a Alemanha, respectivamente, em terceiro e quinto lugar, representam os países que agregam valor pelo design e pela tecnologia industrial para alcançar valores significativos de exportação, embora tenham “exportado” os processos mais simples de produção para países com mão de obra mais competitiva.

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O Brasil surge somente em 84º lugar, com US$ 145 milhões, tendo sofrido uma diminuição de 3% e representando atualmente insignificantes 0,03% das exportações mundiais.

Analisando esses dados dos fluxos comerciais internacionais brasileiros, junto com a informação de que o Brasil é o oitavo maior mercado mundial, com US$ 57 bilhões em valor de varejo, demonstra que país é um típico produtor/consumidor, ou seja, um país que produz prioritariamente para seu próprio consumo, com uma integração comercial no mercado mundial insignificante. Esses dados evidenciam parte da origem das dificuldades que o empresariado sente na inserção no mercado internacional: no mercado doméstico ainda há muitos desafios a serem superados.

2.1.10 Principais países destino das exportações brasileiras de vestuário

Tabela 12 – Principais países importadores das exportações brasileiras de vestuário (NCM 61 e 62) - US$ mil

# Países importadoresValor exportado

2013Valor exportado

2014Evolução %

Mundo 149.770 145.258 -3.0%

1 Paraguai 34.785 32.478 -6.6%

2 EUA 20.593 21.668 5.2%

3 Uruguai 15.517 16.602 7.0%

4 Bolívia 10.890 11.852 8.8%

5 Chile 9.752 8.633 -11.5%

6 Angola 7.716 7.856 1.8%

7 Austrália 4.274 4.999 17.0%

8 Portugal 3.454 3.850 11.5%

9 França 3.789 3.231 -14.7%

10 Argentina 5.408 3.005 -44.4%

11 Japão 4.561 2.990 -34.4%

12 Peru 2.594 2.486 -4.2%

13 Itália 661 1.874 183.5%

14 Equador 1.377 1.681 22.1%

15 México 1.732 1.564 -9.7%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map/ ITC

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O principal mercado destino é o Paraguai, com 22,4% do total, à frente dos EUA e do Uruguai, respectivamente, com 11,4% e 8,2%. Na análise mais detalhada das exportações de vestuário do Brasil chama atenção que entre os 15 principais mercados-alvo do Brasil, oito são da América Latina, representando US$ 78,3 milhões ou 54% do total exportado. Vale ressaltar que cinco desses oito países diminuíram suas importações do Brasil de 2013 para 2014. Por outro lado, o Uruguai e a Bolívia aumentaram suas participações, respectivamente, em 7,0% e 8,8%. Vale mencionar ainda que, além de Angola e Portugal, países com os quais o Brasil mantém laços culturais óbvios, mercados impor-tantes, como Austrália e França, constam entre os 10 maiores destinos das exportações.

2.1.11 Principais países importadores de moda praia

Levando-se em consideração as conclusões da análise da capacidade de atuação das empresas participantes, foi aprofundada a análise no segmento de moda praia13 a fim de poder direcionar adequadamente os esforços de apoio e promoção.

Tabela 13 – Principais países importadores de moda praia (US$ mil)

# Países importadoresValor importado

2013Valor importado

2014Evolução %

Mundo 3.895.790 4.120.071 5.8%

1 EUA 929.900 959.833 3.2%

2 Reino Unido 261.426 306.702 17.3%

3 Hong Kong, China 314.907 300.094 -4.7%

4 Alemanha 277.025 300.059 8.3%

5 França 271.737 280.870 3.4%

6 Itália 210.715 206.888 -1.8%

7 Espanha 174.977 193.220 10.4%

8 Holanda 103.928 117.322 12.9%

9 Canadá 116.688 113.319 -2.9%

10 Japão 104.086 106.965 2.8%

11 Bélgica 99.921 99.581 -0.3%

13 As NCM incluídas nesse grupo de produtos são: 611231, 611239, 611241, 611249, 621111, 621112.

(Continua)

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# Países importadoresValor importado

2013Valor importado

2014Evolução %

12 Suíça 85.564 90.269 5.5%

13 Rússia 81.531 82.780 1.5%

14 Austrália 83.967 81.146 -3.4%

15 Áustria 70.861 69.631 -1.7%

36 Brasil 10.846 13.617 25.5%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map/ ITC

A demanda mundial por importações de moda praia cresceu 5,8% entre 2013 e 2014, sendo esta demanda liderada pelos EUA, com US$ 960 milhões, representando quase um quarto das impor-tações mundiais e mais de três vezes o valor do segundo colocado, o Reino Unido. Hong Kong, o terceiro colocado, é grande importador, no entanto, funciona como canal de distribuição para a China continental, que vem em forma de turistas comprar boa parte dos produtos importados. É interessante observar também que os 15 maiores importadores de moda praia também estão entre os países mais desenvolvidos, sendo nove deles da Europa Ocidental. Alemanha, França e Itália embora sejam três países de forte tradição no setor de moda, também importam valores signi-ficativos de moda praia, ocupando as posições quatro, cinco e seis.

O Brasil também importa moda praia e ocupa o 36º lugar, com US$ 13,6 milhões de importações.

2.1.12 Principais países importadores de moda praia exportada pelo Brasil

O Brasil exporta um total de US$ 10,7 milhões em moda praia, o que representa 0,3% das importações mundiais de moda praia. A notícia boa é que esse valor representa um crescimento de 14,6% em relação ao ano anterior. Os EUA são o principal destino das exportações brasileiras de moda praia, com US$ 4,4 milhões, o que representa 41% de todas as exportações brasileiras neste segmento, num crescimento de 23,6%. Para os EUA, esse número representa apenas 0,5% de suas importações nesse segmento. Levando em consideração a imagem que o Brasil tem naquele mercado como destino de turismo tropical ligado à praia, ao sol, ao mar, além do fato de ser referência internacional em moda praia, esse valor é irrisório e indica um enorme potencial a ser explorado.

(Continuação)

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Tabela 14 – Principais países importadores de moda praia do Brasil – US$ mil

# Países importadoresValor exportado

2013Valor exportado

2014Evolução %

Mundo 9.381 10.749 14.6%

1 EUA 3.582 4.426 23.6%

2 Portugal 971 1.644 69.3%

3 França 1.172 1.185 1.1%

4 Israel 197 347 76.1%

5 Paraguai 256 321 25.4%

6 Japão 402 305 -24.1%

7 Emirados Árabes Unidos 216 208 -3.7%

8 Grécia 286 189 -33.9%

9 Noruega 18 174 866.7%

10 Angola 225 166 -26.2%

11 Reino Unido 56 156 178.6%

12 Uruguai 150 156 4.0%

13 Argentina 102 149 46.1%

14 Chile 171 123 -28.1%

15 Itália 116 97 -16.4%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map/ ITC

Na sequência, aparecem Portugal e França, com US$ 1,6 milhão e US$ 1,2 milhão respectivamente. Juntos, os primeiros três mercados representam dois terços das exportações brasileiras nesse segmento. Vale destacar que as importações de Portugal cresceram 69,3% em relação ao ano anterior, indicando uma abertura significativa para os produtos brasileiros. O mercado na França se manteve praticamente estável. Chama atenção ainda que os próximos colocados, Israel, Paraguai e Japão, apresentam valores muito menores, representando menos de um terço das importações da França. Ainda vale mencionar que o Reino Unido, embora seja o segundo maior importador mundial de moda praia, importe do Brasil apenas US$ 156 mil, o que representa insignificantes 0,05% das importações daquele país. Outro dado interessante é o da Noruega, que praticamente decuplicou suas importações de US$ 18 mil para US$ 176 mil no período.

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Na análise da relação entre importações gerais de vestuário (NCM 61+62) do Brasil e de moda praia, fica evidente a importância que este segmento já representa nas relações comerciais com aqueles países. Nos EUA, as importações de moda praia representaram, em 2014, 26,2% de todas as importações de vestuário para aquele país. Na França, foram 42,2%, e, em Portugal, 43,4%. Esses dados evidenciam o grau de abertura e receptividade que os produtos brasileiros já conquis-taram nesses mercados-alvo e nesse segmento específico.

2.2 TENDÊNCIAS DE MERCADO

2.2.1 Moda esporte continua em crescimento dinâmico – Athleisure

A principal tendência de mercado em nível mundial é o crescimento do segmento chamado athleisure - um trocadilho em inglês que combina as palavras atletismo e lazer (athletics e leisure), e representa bem a nova categoria que está surgindo. O crescente interesse da população por atividades físicas e saúde levou um grande número de marcas a unirem moda com sportswear, impulsionando a categoria de moda esporte para um patamar de 7% de crescimento global em valor de varejo, a melhor performance em sete anos. A maioria dos grandes varejistas de fast fashion agora oferecem uma ampla gama de vestuário e calçados inspirados no esporte, ao mesmo tempo que as marcas de sportswear melhoraram suas credenciais fashion.

O lançamento de roupas para esporte de performance, com inovações tecnológicas e sofisticadas, complementa esse quadro, atendendo à geração do milênio que descobriu que correr e outras atividades físicas fazem bem à saúde.

Figura 11 – Vendas de moda esporte

O gráfico acima revela que o segmento de moda esporte cresceu com taxas consistentemente maiores que a média do setor de vestuário e calçados entre 2009 e 2014, sendo que esta diferença ainda aumentou em 2014, consolidando a tendência.

Os EUA são praticamente o berço desse segmento e lideram o crescimento nesse segmento de mercado, com um crescimento em valores absolutos de US$ 24 bilhões. O Brasil é segundo colocado com US$ 5 bilhões. A tendência de usar roupas de esporte no dia a dia transformou marcas de esporte como a Nike e a Adidas em competidores na moda casual. Além disso, o boom de academias,

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prática de ioga, pilates e esportes outdoor também reforçaram a demanda por equipamento e roupa especiais.

Athleisure é um grande desafio para marcas não ligadas à moda esporte

O gráfico abaixo deixa clara a tendência de crescimento das três categorias ligadas à, ou inspiradas por atividades esportivas, incluindo aí vestuário e calçados para atividades outdoor e para performance, ou seja, a prática propriamente dita do esporte. A entrada de designers de alto gabarito, como Stella McCartney (parceria com Adidas) consolidam essa tendência. Por outro lado, a categoria de jeans registrou seguidos anos de queda em suas taxas de crescimento.

Figura 12 – Categoria de moda esporte vs jeans

2.2.2 Smartwear

Roupas e tecidos inteligentes, que possam, por exemplo, exercer funções de medir e comunicar temperatura, pressão sanguínea ou batimentos cardíacos, ou incorporar smartfones, estão sendo lançados por várias marcas. Apesar de ainda ser pequeno esse segmento, muitos especialistas do setor acreditam que ele se torne um fator comum nos próximos 10 anos.Esta categoria é fortemente associada à moda esporte por ela tipicamente estar ligada a atividades esportivas.

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2.2.3 Moda masculina em crescimento

A moda feminina ainda é a sustentação do setor de vestuário e calçados, US$ 662,1 bilhões versus US$ 439,9 bilhões. No entanto, o segmento masculino registrou um crescimento maior do que o feminino pelo segundo ano consecutivo (4,5% versus 3,7% em 2014), tanto nos mercados emergentes quanto nos desenvolvidos. Essa tendência é alimentada principalmente por dois fatores: uma preocupação maior com a aparência e uma grande renda disponível. Em termos globais, os homens ainda detêm uma renda anual disponível 50% maior do que as das mulheres. Esse movimento está sendo impulsionado principalmente pela geração do milênio que usa cada vez mais a internet, por meio de blogs e as mídias sociais para se informar sobre as novas tendências.

Figura 13 – Vendas globais de moda masculina vs feminina

2.2.4 Moda infantil cresce mais do que média

Mesmo com a diminuição da população entre 0 a 14 anos em mercados-chave como a China e o Brasil, a categoria de moda infantil mostrou uma performance acima da média global do setor de vestuário e calçados. A categoria evoluiu de uma abordagem de conforto para uma proposta mais de moda.

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Figura 14 – Vendas de moda infantil

2.2.5 Macrotendências que impactam a moda – Incorporando a revolução tecnológica

As inovações tecnológicas e a internet mudaram a maneira como os consumidores se rela-cionam com a moda.

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Figura 15 – Varejo de internet móvel

Entre os 10 maiores mercados de vestuário e calçados, as vendas por smartfone aumentaram em taxas variadas. Enquanto que o volume global de vendas ainda é liderado pelos EUA, a taxa de crescimento mais agressiva é a da China, onde a população adota a prática com uma velocidade surpreendente. O varejo geral por meio de smartfones nos 10 maiores mercados de moda alcançou US$ 125 bilhões em 2014, e se considera que ainda nem chegou perto de seu potencial.

O crescimento global das vendas pela internet chama atenção com taxas entre 20% a 30% por ano, com destaque absoluto para a China, cuja evolução nos últimos quatro anos foi sem igual. Os EUA também registram uma curva ascendente, enquanto que o restante dos “10 mais” entram nessa avenida com mais cautela. No entanto, as lojas físicas precisam repensar seu papel se quiserem garantir sua sobrevida no longo prazo.

2.2.6 Macrotendências – Modelos e celebridades são do passado

O crescimento do uso das redes sociais também tem seu impacto na mídia e publicidade da moda. Nos mercados ocidentais, o consumidor se liga cada vez menos nos modelos e celebridades como referências de moda e usa a mídia social para buscar inspirações e dicas. No Reino Unido, por exemplo, se estima que dois terços dos consumidores confiam em fotos postadas por usuários na mídia social ou em um blog, do que por um modelo profissional. Nos EUA, uma nova onda é o chamado afiliate marketing, ou seja, marketing por afiliação, onde um amigo tira e posta a foto de uma roupa no smartfone e outro vai direto daí para comprar na loja on-line. Já existem até maneiras de o primeiro amigo ser recompensado com uma comissão pela indicação.

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2.2.7 Macrotendências – População mais velha

Outra tendência importante em escala global é a mudança na idade média da população. Melhores condições de vida e diminuição de nascimentos nos países emergentes mudam a “cebola” da idade. Em todos os países, a faixa da população acima de 55 anos está crescendo mais rapida-mente do que a de 0 a 14 anos, sendo que em 2013 a população acima de 65 anos pela primeira vez foi maior que a de 0 a 14 anos14.

Ora, essa fatia da população cuida cada vez mais de sua aparência, quer parecer jovem e sabe usar a internet. Mais importante: em geral eles são mais gastadores do que poupadores.

2.2.8 Visão de varejo

A participação das lojas físicas no varejo de moda varia bastante entre os países. Enquanto na China e no Brasil mais de 15% das vendas no varejo são de vestuário e calçados, no Japão representa 7,5%. Outro aspecto interessante, é que entre os 10 maiores mercados, a participação dos varejistas especializados em vestuário e calçados representam em torno de 80% na Índia e no Brasil, enquanto na Alemanha e no Reino Unido são apenas 45%.

Figura 16 – Varejo on-line de vestuário e calçados

14 Fonte: Euromonitor Internacional - Consumer Systems.

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As vendas on-line de vestuário e calçados nos mesmos países também estão crescendo conti-nuamente. No entanto, a curva de crescimento da China salta aos olhos, e, explica, entre outros motivos, o sucesso do portal de vendas on-line Alibaba no país.

2.2.9 Projeção de renda disponível

A previsão das tendências em relação à renda disponível nos 10 principais mercados para o período de 2014 a 2019 não é uniforme. Entre os Brics, somente a Índia contraria a tendência de queda, visto que ela está recuperando um atraso na expansão de seu mercado interno. Os mercados ocidentais estão se recuperando de vários anos de dificuldades econômicas. Os EUA também perceberão um crescimento maior na renda disponível para compras menos essenciais.

Figura 17 – Projeção de renda disponível 2019

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2.3 CONCLUSÕES DA ANÁLISE DO MERCADO GLOBAL E DOS PRINCIPAIS MERCADOS

As conclusões apresentadas a seguir levam em consideração as conclusões do capítulo anterior e se concentram nos aspectos que impactam de forma mais direta o projeto Inseri e as empresas participantes.

• O mercado global de vestuário e calçados continua crescendo desde a crise mundial de 2009 e registrou um aumento de 4,5% entre 2013 e 2014;

• Embora os EUA tenham perdidos a liderança do ranking dos maiores mercados mundiais para a China em 2015, eles se recuperaram bem de um período recessivo difícil, e ostentam uma taxa de crescimento em torno de 2%, bem acima da estagnada Europa Ocidental;

• Os EUA são os maiores importadores de vestuário do mundo, com 20% do total das impor-tações e também são os maiores importadores de moda praia, com 23,3% do total;

• Dois terços das exportações brasileiras de moda praia estão concentradas nos primeiros três países importadores de moda praia, EUA, Portugal e a França, onde este segmento representa, respectivamente, 26,2%, 43,4% e 42,2% do total das importações de vestuário do Brasil para aqueles países. Das exportações brasileiras de vestuário e de moda praia, os EUA repre-sentam, respectivamente, 15% e 41% do total;

• Com base nessa importante abertura de mercado já conquistada, recomendamos aprofundar o estudo nesses três mercados-alvo, visto também que será menos oneroso consolidar e expandir uma presença já estabelecida e percebida pelo público-alvo, do que abrir novas fronteiras, especialmente levando em consideração que as empresas envolvidas estão exportando ainda de forma irregular e recente;

• Uma das principais tendências no setor da moda é o crescimento da demanda por moda esporte e fitness, a reboque do crescimento do interesse por atividades físicas e ao ar livre, na busca de saúde e maior qualidade de vida. Dessa tendência de mudança de comporta-mento em escala global surge, além do aumento de demanda de vestuário e equipamentos esporte, a moda athleisure, a combinação de elementos da moda esporte com a moda casual. Os EUA são os precursores desta tendência e o mercado onde mais fortemente se manifesta na demanda. Essa tendência mundial reforça a escolha da linha de produtos de moda praia, beachwear, fitness e esporte como foco principal inicial do projeto Inseri;

• As vendas on-line, seja via computador, seja via smartfone, estão crescendo no mundo inteiro e terão de fazer parte dos canais de comunicação e comercialização a serem disponibili-zados pelas empresas. Embora os exportadores não necessariamente precisem se engajar na venda on-line para alcançar os mercados internacionais, recomenda-se profissionalizar a apresentação on-line inclusive antes de participar da primeira ação de promoção comercial, visto que ela é um meio de comunicação e exposição básico no mundo dos negócios inter-nacionais, ainda mais no setor de moda onde imagem e percepção de valor é tudo.

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3 PERFIL DOS MERCADOS SELECIONADOS

3.1 SELEÇÃO DOS PRINCIPAIS MERCADOS

As conclusões dos capítulos anteriores já apontaram a linha de produtos e os principais merca-dos-alvo recomendados para iniciar os esforços de inserção das confecções participantes do programa Inseri. No entanto, consideramos importante reforçar a conceituação dessas recomen-dações, sob pena de ser repetitivo em relação a algumas das conclusões dos capítulos anteriores.

Um ponto fundamental na elaboração de uma internacionalização de qualquer empreendimento é a estratégia de posicionamento por meio da diferenciação: qual o diferencial que o produto/marca oferece para se destacar na disputa pela atenção dos potenciais consumidores nos mercados-alvo? Sem esse diferencial dificilmente haverá como motivar importadores/distribuidores e varejistas a investirem na introdução de uma nova marca junto a seus clientes.

Nesse ponto, a linha de moda praia e verão, agregada pela linha esporte e fitness, detém um grande diferencial frente às marcas vindas de outros países por vários motivos:

• O Brasil é referência mundial em design de moda praia;• O nome Brasil é naturalmente associado ao ambiente de praia, verão e lazer na natureza;• A iconografia associada ao Brasil, e que mexe com o imaginário dos consumidores nos

mercados-alvo, inclui a riquíssima flora e fauna tropical, cores vivas e alegres, representando uma alegria de viver, em contraponto ao triste e cinzento cotidiano do Hemisfério Norte, sem, no entanto, cair em certos clichês negativos. A recente produção cinematográfica norte-americana “Rio” é um bom exemplo disso.

Outro fator importante a ser analisado na seleção de mercados-alvo é a presença de vínculos culturais e/ou de conhecimento por parte dos consumidores que possam facilitar a “entrada” e consequente apresentação e assimilação dos produtos. Esses vínculos não necessariamente são criados propositadamente, pelo contrário, na maioria das vezes surgem espontaneamente e somente na sequência são aproveitados para posicionar produtos nos mercados-alvo.

Exemplos de sucesso de expansão internacional com base nesse fenômeno incluem o expresso e a moda masculina italiana. No caso do primeiro, o hábito de consumo do café, preparado ao estilo italiano, foi muito apreciado pelos turistas norte-europeus que acabaram levando-o de volta para seus países de origem, influenciando, ao longo de muitos anos, a cultura de consumo. A moda

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masculina italiana, por outro lado, foi promovida pelos grandes filmes da década de 1950 a 1970, que tiveram a Itália como pano de fundo e levaram as imagens para o mundo inteiro.

Um exemplo brasileiro é a cachaça que até hoje tem seu maior mercado comprador na Alemanha, país que na década de 1980 mantinha vários voos charter para o Brasil, trazendo turistas que, por sua vez, levaram o hábito de tomar cachaça e caipirinha de volta para seu país.

Portanto, nesse contexto o Brasil apresenta vários pontos interessantes de alavancagem para serem explorados:

Figura 18 – Mapa do circuito mundial de surfe

Em várias modalidades de esportes ligados ao ambiente de mar e praia, o Brasil é presença garan-tida nas finais dos campeonatos mundiais e, portanto, goza de projeção global: vôlei de praia, futebol de areia e, mais recentemente, o campeonato mundial de surfe, por meio do “Brazilian Storm”, apelido atribuído pela imprensa internacional especializada aos competidores brasileiros. O circuito mundial de surfe leva os atletas ao redor do mundo: Taiti, Fiji, Austrália, África do Sul, França, Portugal, EUA, incluindo o Havaí, além do próprio Brasil, como pode ser verificado no mapa acima. Esse circuito, e os países ligados a ele, certamente são referências e/ou mercados-alvo importantes no mundo da moda praia e verão. Além disso, são potencialmente abertos em relação ao Brasil e podem ser considerados uma trilha para a promoção de produtos brasileiros ligados a esse esporte e ao ambiente praia e verão.

Uma prova de sucesso desse caminho são as marcas australianas Billabong e Quiksilver que, apesar de atuais dificuldades devido a problemas de gestão, dominam os circuitos e a moda surfe.

Com base nessa análise de diferencial, nas conclusões anteriores, recomenda-se focar inicial-mente na linha de moda praia e verão, ampliada pelas linhas de moda esporte e fitness.

Como observação complementar no que tange a conexão cultural como fator facilitador de exportações, vale lembrar que o Brasil é grande produtor e exportador de novelas, que chegam a

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ser veiculados em mais de 100 países, como foi o caso de “Avenida Brasil”, que foi vendida para 106 países. Esse potencial ainda está praticamente inexplorado como apoio à promoção comercial da moda brasileira.

Justificativa da seleção dos principais mercados:

• As empresas que exportam na linha de moda praia e verão, fitness e esporte, já acessam aqueles mercados, embora com volumes modestos e de forma irregular, o que demonstra a receptividade dos consumidores, bem como a capacidade das empresas de atuarem no nível de exigência destes mercados;

• Os EUA são os maiores importadores de vestuário do mundo, com 20% do total das importações, além de serem também os maiores importadores de moda praia, com 23,3% do total;

• Os EUA se recuperaram bem de um período recessivo difícil, apresentando uma taxa de crescimento um pouco abaixo de 2%;

• Os EUA representam 15% do total das exportações brasileiras de vestuário e 41% da moda praia;

• Os EUA são os precursores da tendência da moda athleisure, evidenciando o maior mercado para este segmento;

• Nos mercados dos EUA, Portugal e a França, que absorvem juntos dois terços das exporta-ções brasileiras de moda praia, as empresas já têm uma abertura concreta;

• Os três países fazem parte dos circuitos mundiais de surfe e de vôlei de praia, tornando os atletas conhecidos, projetando a imagem do país e de suas roupas;

• Além do vínculo histórico e cultural, o Portugal faz parte do circuito de futebol de praia.• Os EUA contam com a presença de expressiva colônia brasileira;• Principalmente nos estados do sul dos EUA, onde há intensas atividades de veraneio, há

uma predominância de cultura e população latina, mais próxima da brasileira;• Embora esses mercados sejam mais exigentes, o fato de as empresas selecionadas já

acessarem esses e mercados similares, mesmo que de forma irregular15, demonstra que há oportunidades para seu grau de preparação que, com o devido apoio, poderão ser conso-lidadas e expandidas.

15 Vide análise no capítulo 1. Levantamento da capacidade de atuação das empresas participantes.

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3.2 FRANÇA

Figura 19 – França - Dados gerais

Figura 20 – França - Panorama político-econômico

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Panorama político-econômico16

A França passa por um momento de crescimento modesto do PIB, com 0,7% em 2014 e uma taxa de desemprego de 10,2%. As deficiências na demanda interna e na competitividade da indús-tria francesa contribuem para este cenário pouco animador. Para contrapor a tendência de estag-nação, o governo local adotou medidas para cortar gastos públicos e reduzir encargos trabalhistas para estimular a criação de vagas, o que deve surtir efeito no médio prazo.

Atualmente, o país ocupa o 23º lugar entre 148 países avaliados no Relatório Global de Competiti-vidade, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) 2014-2015, que combina dados estatísticos nacionais e internacionais com o resultado de uma pesquisa de opinião com executivos. Os principais fatores que destacam a economia francesa como um ambiente de negócios favorável estão rela-cionados à infraestrutura, inovação e ao tamanho do mercado. Por outro lado, são percebidas como negativas as restrições impostas pela regulamentação dos direitos trabalhistas e os altos impostos.

Informações de mercado

A tradicional indústria têxtil francesa é a terceira maior entre os países da União Europeia, enquanto seu setor de confecção ocupa a 4ª posição. O comércio internacional dos produtos fran-ceses tem como principal destino a União Europeia, mas esta participação tem sofrido redução nos últimos anos por conta da instabilidade econômica vivida pela região e por sua consequente busca pela diversificação de mercados-alvo. Atualmente, está em discussão o Acordo de Parceria de Investimento e Comércio Transatlântico (TTIP), entre a União Europeia e os Estados Unidos, que deverá criar a maior zona de comércio do mundo. O polêmico projeto tem como objetivo eliminar as barreiras para circulação de bens e serviços por meio da negociação de barreiras não tarifárias e padrões de comércio. Críticos reclamam que a abertura indiscriminada obrigaria a aceitar padrões de controle de qualidade e segurança inferiores dos EUA na Europa, prejudicando empresas locais.

Desde janeiro de 2014, o Brasil deixou de fazer parte do Sistema Geral de Preferências (SGP) da União Europeia, que beneficia países menos competitivos no mercado mundial por meio da redução de alíquotas de importação. A medida foi justificada pela conjuntura de estabilidade econômica do Brasil na época.

Varejo

Nos últimos anos, a economia da França se viu enfraquecida pelas altas taxas de desemprego, a redução da demanda dos parceiros comerciais da União Europeia e a queda geral da confiança dos consumidores. Esse contexto levou a maioria dos consumidores a consumirem de forma mais cautelosa, adiando gastos com produtos que não fossem de extrema necessidade, e levando a um

16 Fonte: Relatório Perfil França – TexBrasil/Abit.

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desempenho melhor de redes de varejo não especializado (super e hipermercados), em detrimento de redes de varejo especializado que tiveram sua demanda significativamente reduzida.

A crescente penetração do varejo on-line também afetou as operações de lojas físicas, pressionando-as em relação aos preços e à oferta de produtos. Em 2012, mais de 50% dos celulares já tinham acesso à internet, o que mostra a popularização dos smartfones mesmo em período de recessão econômica. Com preços reduzidos e uma ampla diversificação de planos, os consumidores têm sido expostos a uma nova maneira de consumir por meio dos canais on-line. As empresas estão respondendo essa tendência através da criação de aplicativos e do desenvolvimento de diferentes plataformas voltadas para tablets, celulares e desktops.

A crescente disponibilidade de ferramentas para buscar e comparar produtos e preços on-line está causando impacto no comércio. A conveniência vai além da barganha, ajudando o consumidor a evitar grandes deslocamentos pelas lojas à procura de um produto. Por conta dessas facilidades, os franceses estão se tornando menos leais a marcas específicas e mais propícios a comprarem de redes de varejo não especializado, que conseguem oferecer preços mais competitivos.

Consumo de moda

A França é o berço e o ícone da indústria da moda mundial, onde atuam grandes estilistas, boutiques high end e lojas independentes, combinados com as principais feiras do segmento. O mercado de vestuário local caracteriza-se pela fragmentação em relação às marcas e aos pontos de venda, criando um mercado altamente competitivo, mas também de grandes oportunidades para as empresas estrangeiras que trazem propostas atraentes para os consumidores. As 30 princi-pais empresas atuantes no país representam apenas 33% do comércio e os produtos estão distri-buídos principalmente nos canais de redes de varejo especializado, lojas de departamento e redes de marcas de confecção.

Para os consumidores, o preço tem sido a principal influência na hora da decisão de compra, devido ao cenário de instabilidade econômica. Por conta disso, as marcas de fast fashion ganharam mais destaque nos últimos anos e vêm investindo em um posicionamento jovem, explorado por meio de parcerias com celebridades e designers famosos. Em uma outra frente, a marca “made in France” ganhou cada vez mais importância, graças à preocupação dos franceses em apoiar a economia local no período de recessão econômica. A tendência é que esse comportamento permaneça, mas que os consumidores mantenham um equilíbrio entre as compras de produtos importados e a preferência por peças produzidas na França.

Principais países fornecedores da França – Vestuário

Os principais países fornecedores da França são liderados com folga pela China, com US$ 7,6 bilhões, seguida por Bangladesh e Itália, ambos com US$ 2 bilhões.

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Tabela 15 – Países fornecedores da França – Vestuário (61-62) – US$ mil

# Países exportadoresValor importado

2013Valor importado

2014Evolução %

Mundo 22.027.744 23.338.453 6.0%

1 China 7.254.052 7.645.682 5.4%

2 Bangladesh 1.895.062 2.051.490 8.3%

3 Itália 1.978.816 2.030.198 2.6%

4 Turquia 1.445.817 1.453.921 0.6%

5 Índia 1.063.498 1.254.779 18.0%

6 Marrocos 1.081.415 1.095.192 1.3%

7 Tunísia 1.065.846 1.088.665 2.1%

8 Alemanha 524.968 623.432 18.8%

9 Portugal 543.545 589.268 8.4%

10 Vietnã 411.033 465.039 13.1%

11 Romênia 487.768 460.278 -5.6%

12 Camboja 268.444 370.413 38.0%

13 Paquistão 279.079 330.965 18.6%

14 Bélgica 338.348 286.700 -15.3%

15 Reino Unido 267.390 281.154 5.1%

70 Brasil 4.211 2.994 -28.9%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map/ ITC

Entre os primeiros 15 países fornecedores, 10 são típicos produtores de vestuário de massa ou de facções das grandes marcas, e 13 deles registraram uma evolução positiva de 2013 para 2014, com destaque para o Camboja, com 38%, e para a Índia, Alemanha e Paquistão, com taxas entre 18% e 19%.

O Brasil aparece em 70º lugar, com US$ 3 milhões, representando 0,01% do total importado pela França.

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Principais países fornecedores da França – Moda praia

Os principais países fornecedores de moda praia para a França são liderados novamente pela China, seguido pela Tunísia e Sri Lanka. Itália e Alemanha aparecem em quarto e quinto lugar. A Alemanha surpreende com um aumento de 111,4% de suas exportações para a França. O Brasil melhorou sua posição nesse segmento em 6,9%, chegando em 20º lugar. Ainda assim, esse valor representa apenas 0,5% das importações da França.

Tabela 16 – Países fornecedores da França – Moda praia – US$ mil

# Países exportadoresValor importado

2013Valor importado

2014Evolução %

Mundo 271.737 280.870 3.4%

1 China 95.164 106.029 11.4%

2 Tunísia 74.656 71.258 -4.6%

3 Sri Lanka 8.228 15.017 82.5%

4 Itália 14.432 14.034 -2.8%

5 Alemanha 3.962 8.377 111.4%

6 Albânia 5.431 6.165 13.5%

7 Marrocos 5.236 5.414 3.4%

8 Bulgária 6.531 5.095 -22.0%

9 Bélgica 4.733 5.094 7.6%

10 Reino Unido 3.735 4.640 24.2%

11 França 4.086 4.620 13.1%

12 Espanha 6.063 4.186 -31.0%

13 Bangladesh 2.797 3.597 28.6%

14 Holanda 2.198 2.760 25.6%

15 Vietnã 2.116 2.729 29.0%

20 Brasil 1.180 1.262 6.9%

Fonte: elaborado por Schneider Consulta com dados do Trade Map/ ITC

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Mais informações relevantes

• A França é o 9º mercado mundial, com US$ 57 bilhões de vestuários e calçados, tendo caído duas posições e diminuído em US$ 1 bilhão o tamanho do mercado de 2010 para 2014;

• O mercado continua em declínio a uma taxa de 1% ao ano;• Apesar disso, o valor importado de vestuário aumentou em 6% de 2013 para 2014, aumen-

tando as importações de produtos mais econômicos dos países asiáticos, como pode ser verificado na tabela apresentada acima. O valor geral importado de moda praia também registrou evolução positiva de 3,4%. O Brasil conseguiu melhorar suas exportações para a França em 6,9%;

• A França faz parte dos paíse-alvo do programa TexBrasil, que já realizou várias ações de promoção comercial, inclusive no segmento de moda praia.

3.3 PORTUGAL

Figura 21 – Portugal - Dados gerais

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Figura 22 – Panorama político-econômico

Panorama político-econômico17

Portugal superou a fase de austeridade imposta pelo Fundo Monetário Europeu, reverteu sua tendência de baixa dos últimos anos e registrou um crescimento econômico sólido de 1,6% em 2014. Pela primeira vez desde 2006, Portugal também inverte a tendência de queda no ranking, do relatório de competitividade do Fórum Econômico Mundial, subindo do 51º lugar para o 36º lugar, chegando a sua melhor classificação de todos os tempos.

Vestuário em Portugal

Os setores de vestuário e calçados se beneficiaram da recuperação econômica, que estimulou a demanda. O volume global de vendas de vestuário e calçados melhorou consideravelmente em 2014, quando comparado a 2013. O segmento de moda esporte está registrando um forte cres-cimento baseado no aumento da prática de atividades físicas ao ar livre. Incorporando essa mudança de comportamento, o lado esporte também está infiltrando a moda casual, criando novas oportuni-dades e desafios para as marcas que atuam neste segmento. O mercado continua dominado pelas grandes marcas multinacionais, lideradas por Zara, Nike e Adidas.

O crescimento da internet no varejo de vestuário e calçados

Os consumidores portugueses estão ficando cada vez mais confortáveis com a compra on-line. Embora o setor de vestuário e calçados não seja o segmento mais importante para as vendas on-line, ele começou a pegar rapidamente. Mais players começaram a vender on-line. A rede de varejo de moda H&M é mais recente a entrar neste canal a. A internet não é apenas um canal de vendas crescente, é também uma poderosa ferramenta para aumentar as vendas no varejo

17 Fonte: Relatório de Perfil EUA – TexBrasil/ Abit

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tradicional por meio da propaganda de produtos e promoções para atrair mais consumidores para suas lojas físicas.

Projeções favoráveis

Espera-se que o desempenho do setor de vestuário e calçados acompanhe o ritmo da recu-peração econômica, visto que ele é um dos setores mais diretamente afetado pela dinâmica da economia. Com a diminuição das taxas de desemprego, os consumidores que adiaram as compras de vestuário vão finalmente poder substituir produtos antigos e fora de moda e impulsionar nova-mente a demanda.

Principais países fornecedores de Portugal – Vestuário

Tabela 17 – Principais países fornecedores de Portugal – Vestuário – US$ mil

# Países exportadoresValor importado

2013Valor importado

2014Evolução %

Mundo 2.149.327 2.408.349 12.1%

1 Espanha 1.127.059 1.210.371 7.4%

2 Itália 235.670 248.961 5.6%

3 França 214.429 244.138 13.9%

4 Irlanda 111.186 144.152 29.6%

5 China 112.308 138.143 23.0%

6 Alemanha 99.208 124.912 25.9%

7 Holanda 64.828 70.956 9.5%

8 Bélgica 52.668 49.677 -5.7%

9 Bangladesh 29.494 31.217 5.8%

10 Índia 24.864 28.355 14.0%

11 Reino Unido 23.671 25.844 9.2%

12 Croácia 63 18.751 29.663.5%

13 Marrocos 8.421 16.853 100.1%

14 Paquistão 4.125 6.410 55.4%

15 Cabo Verde 4.178 5.721 36.9%

17 Brasil 3.484 4.338 24.5%

Fonte: Elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map/ ITC

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O ranking dos países fornecedores para o Portugal é liderado pela Espanha, com US$ 1,2 bilhão, o que representa impressionantes 50% do total importado. A Itália e a França, tradicionais fabri-cantes de moda de maior valor agregado, ocupam os distantes segundo e terceiro lugares, com valores de pouco mais de um quarto do valor da Espanha. A China, grande exportador de produtos de massa, ocupa apenas o quinto lugar. Chama atenção que todos os países, com exceção da Bélgica, aumentaram suas exportações para Portugal entre 2013 e 2014.

O Brasil está presente em 17º lugar, com US$ 4,3 milhões, num crescimento de 24,5% do ano anterior.

Principais países fornecedores de Portugal – Moda praia

Tabela 18 – Principais países fornecedores de Portugal – Moda praia – US$ mil

# Países exportadoresValor importado

2013Valor importado

2014Evolução %

Mundo 25.890 27.157 4.9%

1 Espanha 8.910 8.764 -1.6%

2 França 4.209 4.730 12.4%

3 China 2.899 3.216 10.9%

4 Itália 4.657 2.564 -44.9%

5 Croácia 0 2.151 n/a

6 Brasil 1.777 1.881 5.9%

7 Irlanda 1.333 1.289 -3.3%

8 Alemanha 709 1.180 66.4%

9 Bélgica 647 480 -25.8%

10 Holanda 360 405 12.5%

11 Colômbia 114 212 86.0%

12 Reino Unido 138 146 5.8%

13 EUA 22 51 131.8%

14 Indonésia 79 44 -44.3%

15 Tailândia 0 14 n/a

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map/ ITC

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Os países fornecedores de moda praia são também encabeçados pela Espanha, com US$ 8,8 milhões, seguida pela França e a China. O dado que mais chama atenção nessa estatística é a queda da Itália por um valor praticamente idêntico ao crescimento da Croácia, que surgiu literalmente do nada. É bastante provável que fabricantes da Itália tenham transferido suas produções para aquele país, impactando assim as estatísticas dos dois países.

O Brasil aparece logo em seguida, em sexto lugar, em seu melhor ranking entre os países-alvo, com US$ 1,9 milhão, mostrando que já tem forte presença no mercado, com 7% do total das impor-tações de moda praia.

3.4 ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Figura 23 – Dados gerais

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Figura 24 – Panorama político-econômico

Panorama político-econômico18

Os Estados Unidos vêm se recuperando lentamente de uma das piores crises econômicas de sua história, que afetou drasticamente os níveis de empregabilidade e o poder de consumo da população. O PIB dos EUA cresceu nos últimos anos acima do PIB dos países europeus, com uma média de 2,3% entre 2012 e 2014, ao mesmo tempo que a taxa de desemprego diminuiu, ficando em agosto de 2015 em 5,1%, o nível mais baixo em sete anos - a menor desde abril de 2008, segundo a agência France Presse. Esse cenário favorece o aumento de demanda.

No Relatório Global de Competitividade, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), o país subiu duas posições e, atualmente, ocupa o 3º lugar entre 148 países avaliados, desem-penho justificado pelas melhorias em diversas áreas, incluindo alguns aspectos relacionados à estru-tura institucional e à sofisticação de negócios. Devido ao grande número de acordos de comércio com outros países em vigor, muitos deles prevendo a eliminação total das tarifas de importação para produtos manufaturados, o país resulta em um mercado altamente competitivo e com grande penetração de produtos estrangeiros. Dessa forma, os Estados Unidos mantêm acordos de livre comércio firmados com muitos países, entre eles: Austrália, Bahrein, Canadá, Chile, Cingapura, Colômbia, Coreia do Sul, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Israel, Jordânia, Marrocos, México, Nicarágua, Omã, Panamá, Peru e República Dominicana.

Informações de mercado

Os Estados Unidos são líderes mundiais na importação de produtos da cadeia têxtil, beneficiando-se dos acordos de livre comércio mencionados acima com os principais países fornecedores, como México, Canadá, Honduras, El Salvador e Turquia. Nos últimos anos, as empresas do setor têxtil e de confecção do país têm enfrentado a concorrência dos países asiáticos, onde já são fabricadas mais de 90% das peças

18 Fonte: Relatório de Perfil EUA – TexBrasil/ Abit.

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de vestuário consumidas localmente. Por conta disso, existe um esforço para torná-las mais eficientes e competitivas frente aos demais países, em que a mão de obra é infinitamente mais barata.

Atualmente, questões relacionadas às condições de trabalho sub-humanas e de impacto ambiental têm impulsionado o movimento de reindustrialização dos EUA, chamado “made in USA”. Marcas como a Lucky Brand, por exemplo, anunciaram o lançamento de coleções totalmente produ-zidas nos Estados Unidos. Para o consultor especialista em têxteis e em produção norte-americana David Trumbull, a tendência do “made in USA” tem sido amplamente discutida, embora dificilmente evolua na prática. Apesar de muitas empresas dos Estados Unidos produzirem localmente, a grande maioria dos consumidores não está disposta a pagar os custos da indústria nacional, o que faz com que continuem deslocando sua produção para os países asiáticos, afetando os níveis de emprego no país.

Varejo

O mercado de varejo do setor de vestuário e calçados norte-americano teve um crescimento de 3% em 2013. Devido ao ambiente econômico ainda instável, o preço tem sido a principal priori-dade durante a compra, favorecendo as empresas de fast fashion, que oferecem produtos a preços acessíveis e permitem a combinação de diferentes estilos. Em 2014, o crescimento do mercado continuou, com o segmento de moda esporte puxando o setor com 8%. A expectativa é de que os EUA mantenham a boa performance nos próximos anos, aproveitando-se da alta rotatividade nas lojas, que encoraja os consumidores a aproveitarem a ocasião de compra antes que o produto saia de exposição. Alguns exemplos são: a Forever 21, que obteve um dos melhores desempenhos no ano passado, com um crescimento de 9%, e a Zara, cujas vendas aumentaram em 6% neste mesmo período. Os varejistas estrangeiros continuam a visar os EUA como forma de compensar o baixo crescimento de outros mercados também tradicionais como a Europa. Como exemplo, as marcas Uniqlo e H&M têm aumentado os esforços de expansão, planejando a abertura de novas lojas e abrir mercados em regiões menores do país.

As marcas fabricantes têm despertado o interesse em desenvolver o modelo de lojas próprias ou de comércio on-line como forma de ter mais controle sobre a comunicação da marca e para desenvolver um relacionamento mais próximo com os clientes.

Tendências de mercado

A demanda do segmento masculino ultrapassou consistentemente a demanda do segmento feminino ao longo de 2014, levando lojas de departamento a reformularem sua área masculina e varejistas, como Zara, até a abrir lojas específicas para melhor atender este público.

A força dos segmentos athleisure e moda esporte, além do público jovem, contribuem para o crescimento de marcas como Under Armour, que registrou o maior crescimento em valor entre as marcas de vestuário no período.

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O canal de vendas on-line novamente registrou o maior crescimento, refletindo o forte investi-mento dos varejistas e marcas que se posicionam cada vez mais com uma estratégia de distribuição multicanais para poder alcançar o consumidor em todo momento.

O hábito de comparar preços e barganhar, adquirido durante a recessão, deve se tornar o padrão, mesmo com a melhoria da economia, pressionando a indústria e os varejistas por soluções criativas. Nesse cenário, a fast fashion deverá continuar a crescer.

Principais países fornecedores dos EUA - Vestuário

Os países fornecedores de vestuário dos EUA são encabeçados pela China, com US$ 30,5 bilhões, que representam 36% de todas as importações daquele país.

Tabela 19 – Principais países fornecedores dos EUA – Vestuário

# Países exportadoresValor importado

2013Valor importado

2014Evolução %

Mundo 80.977.923 82.985.947 2.5%

1 China 30.481.868 30.493.454 0.0%

2 Vietnã 8.059.521 9.208.105 14.3%

3 Indonésia 4.996.473 4.866.073 -2.6%

4 Bangladesh 4.836.510 4.701.869 -2.8%

5 México 3.815.537 3.856.222 1.1%

6 Índia 3.255.862 3.446.117 5.8%

7 Honduras 2.584.242 2.674.643 3.5%

8 Camboja 2.551.702 2.480.150 -2.8%

9 El Salvador 1.858.999 1.903.381 2.4%

10 Sri Lanka 1.692.747 1.804.951 6.6%

11 Nicarágua 1.429.463 1.512.597 5.8%

12 Itália 1.381.828 1.500.529 8.6%

13 Paquistão 1.497.149 1.483.332 -0.9%

14 Guatemala 1.318.611 1.345.127 2.0%

15 Jordão 1.043.349 1.135.200 8.8%

52 Brasil 16.625 18.019 8.4%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map/ ITC

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Com exceção da Itália, que ocupa o 12º lugar, todos os outros 14 países são típicos países produtores de mão de obra barata. O México, que faz parte do acordo de livre comércio, o Nafta, é o exemplo do modelo de maquiladoras, similares às facções brasileiras. Empresas que importam matérias-primas e produzem somente para a exportação para os EUA aparecem em quinto lugar. O Brasil ocupa uma posição distante, o 52º lugar, com US$ 18 milhões, embora tenha conseguido melhorar em 8,4% seus negócios nos EUA neste momento de crescimento econômico.

Principais países fornecedores dos EUA – Moda praia

Tabela 20 – Principais países fornecedores dos EUA - Moda praia

# Países exportadoresValor importado

2013Valor importado

2014Evolução %

Mundo 929.900 959.833 3.2%

1 China 415.249 422.792 1.8%

2 Indonésia 118.204 146.740 24.1%

3 Sri Lanka 71.309 82.115 15.2%

4 Vietnã 73.553 75.986 3.3%

5 Camboja 67.692 73.029 7.9%

6 México 45.074 30.745 -31.8%

7 Bangladesh 36.514 25.261 -30.8%

8 Taiwan 23.614 18.279 -22.6%

9 Colômbia 15.082 17.928 18.9%

10 República Dominicana 11.779 8.508 -27.8%

11 Portugal 8.920 7.842 -12.1%

12 Itália 5.779 7.430 28.6%

13 Marrocos 4.794 6.410 33.7%

14 Tailândia 3.611 6.399 77.2%

15 Brasil 5.069 4.722 -6.8%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map/ ITC

As exportações de moda praia para os EUA também são lideradas pela China, com US$ 422,8 milhões, o que representa 44% do total. Os primeiros cinco países são asiáticos e, juntos, fornecem mais de 83% de toda mercadoria importada, observando que todos aumentaram sua participação. O México, o único país não asiático - é local de produção de muitas marcas que querem se benefi-ciar do acesso ao Nafta e do sistema de produção das maquiladoras- sofreu uma queda de 31,8%.

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O Brasil ocupa o 15º lugar, embora tenha perdido duas posições e 6,8% em relação ao ano ante-rior, com US$ 4,7 milhões, representando 0,5% do total das importações de moda praia dos EUA. Chama atenção, ainda, a Colômbia, que mantém um acordo bilateral com o mercado-alvo, facilitando o acesso e à instalação de empresas no regime de maquiladoras, e exporta praticamente quatro vezes o valor do Brasil para aquele mercado.

3.5 CONCLUSÕES DA ANÁLISE DOS PAÍSES SELECIONADOS

• França e Portugal ainda estão se recuperando da grave recessão recente, iniciando uma fase de retomada modesta de crescimento. O consumidor ainda não recuperou toda confiança. Embora exista uma abertura para produtos do Brasil, o contexto econômico geral pode cons-tranger novas investidas. Na França, a problemática dos atentados terroristas e dos refu-giados têm criado uma insegurança na sociedade. Esses países poderão entrar na mira de ações promocionais num segundo momento;

• Os EUA também estão se recuperando ainda, porém já se encontram numa curva ascen-dente mais sólida, com um consumidor mais confiante e disposto a gastar sua renda dispo-nível que está crescendo novamente;

• Os EUA estão “puxando” a expansão do segmento de mercado athleisure no mundo, abrindo oportunidades para novas marcas;

• A forte presença das empresas exportadoras do grupo de confecções participantes do projeto Inseri nos EUA também depõe muito a favor deste país;

• As atuações de atletas brasileiros no cenário mundial, principalmente com a conquista do campeonato mundial de surfe atual, que era dominado pelos competidores norte-americanos, proporciona uma visibilidade ímpar para produtos da linha praia, verão, fitness e esporte vindos do Brasil. Esse contexto pode ser fortemente explorado neste momento para consolidar as marcas atuantes e introduzir novas;

• De acordo com especialistas, há oportunidades nos EUA na faixa do chamado mid market, ou mercado intermediário. Esse segmento de mercado se situa entre o mercado low end, produtos de qualidade inferior, porém de alta competitividade de preço, e os produtos high end, de design e altíssimo nível de qualidade. Produtos que se posicionam no mid market tipicamente oferecem um bom diferencial de design ou proposta, com boa qualidade sem, no entanto, pretenderem ser high end, nem terem que entrar na briga acirrada por preço. Os produtos de moda praia e verão brasileiros podem se posicionar muito bem neste segmento do mid market.

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4 ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

4.1 MERCADO

O mercado de moda praia está em franca expansão: de acordo com o relatório do “USA Swimwear Market Research Report 2015” da We Connect Fashion, o mercado de moda praia nos EUA cresceu 6% nos 12 meses até maio 2014, para chegar em US$ 4,4 bilhões. Para o segmento feminino, o mercado também cresceu 6%, com as saídas de praia aumentando 7% e, as peças únicas, 16%. O segmento masculino está crescendo 13% e as camisas de praia (swim shirts) representam, agora, 5% das vendas, com o aumento da preocupação com a proteção solar.

Os segmentos para plus size e para o público maduro, porém ativo (active-but-aging) ainda se encontram bastante subatendidos, oferecendo muitas oportunidades na moda praia.

Grandes marcas brasileiras já estão presentes nos EUA, como Lenny Niemeyer, Poco Pano, Cia Marítima, entre outros, confirmando a viabilidade e abrindo espaços para outras empresas.

O mercado feminino em geral demonstra crescimento

Tabela 21 – Crescimento mercado feminino nos EUA (em milhões de US$)

2015 2016 2017 2018

Moda feminina 133.153,7 135.153,9 137.243,7 138.513,3

Moda íntima e moda praia 18.565,5 18.937,0 19.277,2 19.354,2

Total 151.719,1 154.090,9 156.520,9 157.867,4

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com base em dados da Euromonitor

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A projeção de crescimento do mercado de moda feminina nos EUA destaca também o segmento de moda íntima e praia, conforme tabela acima19. O documento ainda menciona as seguintes tendências:

• Millenials são menos fiéis a marcas: os millenials (geração nascida entre 1982 e 2004) estão menos propensos à fidelização pelas marcas e não querem usar logos que identifiquem suas escolhas nas ruas, por isso têm optado por comprar em diferentes lojas e assim criar seu próprio estilo;

• Roupas esportivas em crescimento: o conforto e a possibilidade de uso em diferentes ocasiões tornaram o consumo de roupas esportivas uma importante tendência entre as norte-americanas. O produto que mais se destaca é a calça de ioga, produzida por marcas como Lululemon Athletica e Gap (por meio da linha Gap Fit), produto cuja venda no país aumentou em 9% em 2013;

• Plus size ganha espaço: o mercado plus size nos Estados Unidos é estimado em 15% a 20% do total de vendas de roupas femininas. De acordo com estimativas da Euromonitor International, 67% das mulheres norte-americanas acima dos 15 anos estão obesas ou com sobrepeso, o que reforça as oportunidades nesse segmento no país. Um dos principais canais de vendas de roupas plus size é o on-line, apesar do aumento da oferta desses produtos pelas lojas físicas;

• O segmento de moda esporte nos EUA aumenta em 8% em valor atual em 2014, subindo para US$ 90,9 bilhões;

• A linha athleisure e as tendências de estilo de vida ativo continuam a impulsionar as vendas de artigos esportivos em 2014;

• Vestuário outdoor continua a se beneficiar da sua versatilidade com aumento de vendas de 9% em 2014, o maior aumento de qualquer categoria vestuário desportivo;

• Nike Inc. continua a ser a empresa líder no segmento moda esporte em 2014, com uma participação de valor de 21%, seguido por VF Corp, com 6%;

• O segmento de moda esporte deve crescer em valor com uma taxa média de crescimento anual de 2% a preços constantes.

Notícias recentes da Surf Expo, Orlando, FL, setembro 10-12, 2015

• O público do evento demonstrou interesse em novas atividades, como stand up paddle (SUP), mergulho, wake board e esporte ligado ao vento, contribuíram para o crescimento do vestuário;

• Grandes marcas como Quiksilver, O’Neill e Body Glove tiveram agendas cheias de reuniões, sem espaço para quem chegasse sem agenda marcada;

• Quiksilver aproveitou para reforçar relações com seus representantes após o anúncio da proteção à falência.

Principais tendências:

• Em todos os estandes ficaram evidentes as influências da tecnologia, tanto em estilo quanto na fabricação, mostrando proteção ao sol e mais pano;

• Coolibar, fabricante de vestuário com proteção solar embutida teve uma excelente feira;

19 Fonte: “Moda feminina nos EUA” – TexBrasil, março de 2015.

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• Novas marcas lançaram seus produtos e coleções, como Sacer e Savive, Bogart and Tracy, Pacifique;

• Alessandra Ambrósio lançou sua marca “Alê” de moda praia, anunciada como um estilo “Brazilian-Bohemia-meets-Malibu-Chic”.

4.2 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Após a recuperação econômica do país, os consumidores estão retomando sua confiança e, com a retomada do mercado de trabalho, voltam aos padrões normais de consumo. Numa tentativa de driblar esse cenário econômico anterior, muitos varejistas optaram por diversificar sua oferta de produtos, o que levou a uma intensificação da concorrência. A atuação das lojas de departamento sempre foi muito forte nos Estados Unidos, mas, recentemente, esse canal perdeu participação para os varejistas de massa, como WalMart e Target, que focam nos produtos de marca própria (private label) a preços baixos. Destaque também para a evolução das vendas on-line, embora sua participação ainda seja menor quando comparada a outros canais, as vendas de vestuário por esse canal têm crescidas constantemente: a maioria das principais marcas de vestuário americanas está presente na rede e as que não estão já estudam a abertura de sua “loja on-line”. Diante desse sucesso, lojas mundialmente conhecidas pelas compras on-line, como Amazon e Ebay, estão investindo mais nessa categoria para aproveitar o boom da demanda de vestuário deste canal.

Outro canal com pequena participação, mas que também vem crescendo é o home shopping, compra por canais de televisão especializado, uma opção para aqueles que têm pouco tempo para sair às compras ou que não gostam tanto dessa atividade.

Nos últimos anos, cresceu a popularidade das lojas especializadas em fast fashion, tais como H&M, Zara e Forever 21, que oferecem roupas com apelo mais fashion a preços mais acessíveis, aumentando sua participação no mercado frente as lojas tradicionais, como a Gap, e empresas que vendem suas marcas através de lojas não especializadas. As diferentes estratégias de propaganda e de formatos de varejo implementados por essas empresas são, em grande parte, repostas às mudanças do mercado.

Hipermercados

Diante das dificuldades econômicas enfrentadas pelos EUA nos últimos quatro anos, consumi-dores estão mais inclinados a fazerem suas compras em hipermercados. Além de oferecerem preços competitivos em uma vasta gama de produtos, os hipermercados permitem que os consumidores façam todas suas compras do mês em um só lugar, o que ajuda na economia de combustível e tempo.

O líder isolado desse tipo de canal é o WalMart, que se concentra em áreas rurais e subúrbios e atraiu novos consumidores que, antes da crise, não tinham o hábito de comprar nesses estabeleci-mentos. A previsão é de que esse canal permaneça bastante popular já que tempo e dinheiro conti-nuam sendo fortes preocupações entre os consumidores. Nesse cenário o WalMart se beneficia por

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oferecer conveniência e preços baixos. Além disso, a empresa está empenhada em melhorar sua imagem e em se tornar líder no movimento de sustentabilidade ambiental.

Nenhuma empresa consegue competir em preço com a líder WalMart. Sears Holdings, Kmart Super-center e Super Target registraram quedas na sua participação de mercado por valor de varejo. Kmart e Sears enfrentam o problema de não ser tão fashion quanto a Target e nem tão econômico quanto o WalMart.

Lojas de departamento

As lojas de departamento continuam se recuperando desde 2010. A melhoria na gestão de estoques, assim como o retorno de consumidores de luxo, auxiliou no aumento de vendas desses varejistas. Lojas tradicionais desse canal, como a Macy´s, estão buscando recuperar seus clientes por diferentes estratégias. Uma das alternativas foi o lançamento em 2008 da inciativa “My Macy’s”, que oferecia produtos diferenciados focados na necessidade de uma região em particular – lojas em áreas de clima mais ameno possuem mais opções de vestuário de moda praia, por exemplo.

A moda praia, em geral, também tem muita presença em pequenas lojas multimarcas nos lugares de veraneio, já que boa parte de suas compras acontecem durante a estadia no destino turístico ou de veraneio.

No segmento de moda esporte, o varejo de loja física representa ainda 87,1%, sendo 39% lojas esporte e 23% varejistas mistos, que oferecem alimentos, vestuários e outras mercadorias. Vendas pela internet subiram de 7,4% em 2009 para 10,5% em 2014.

4.3 PRINCIPAIS MARCAS

As principais marcas do segmento de moda íntima e moda praia nos EUA compreendem a seguinte lista, com a respectiva participação de mercado20:

Tabela 22 – Principais marcas de moda íntima e praia nos EUA

Marca Empresa %

Victoria’s Secret Limited Brands Inc 19,8

Hanes Hanesbrands Inc 16,8

Fruit of the Loom Berkshire Hathaway Inc 5,1

20 Fonte Abit – TexBrasil.

(Continua)

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Marca Empresa %

Jockey Jockey International Inc 5,0

Maidenform Maidenform Brands Inc 4,0

Champion Hanesbrands Inc 2,5

Warnaco Warnaco Group Inc 2,4

Playtex Hanesbrands Inc 1,8

Wacoal Wacoal Corp 1,4

Aerie American Eagle Outfitters Inc 1,4

Soma Intimates Chico’s FAS Inc 1,3

adidas adidas AG 1,3

Speedo Pentland Group Plc 1,2

Forever 21 Forever 21 Inc 1,2

Gap Gap Inc, The 1,0

Nike Nike Inc 1,0

Old Navy Gap Inc, The 0,9

Reef VF Corp 0,4

The North Face VF Corp 0,4

Lucy VF Corp 0,3

Reebok adidas AG 0,2

Champion Sara Lee Corp -

Hanes Sara Lee Corp -

Playtex Sara Lee Corp -

Reebok Reebok International Ltd -

Reebok adidas-Salomon AG -

adidas adidas-Salomon AG -

Private label Private Label 15,9

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do TexBrasil

(Continuação)

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4.4 EVENTOS DE MODA

As principais feiras setoriais internacionais nos EUA são:

Première Vision NYCidade: Nova IorqueFoco: feira seletiva para malharias e tecelagens, com foco no mercado americano.Edição: bianual, janeiro e julho.Site: www.premierevision-newyork.com

Project (Edições Las Vegas e Nova Iorque)Cidade: Las Vegas e Nova Iorque.Foco: feira com foco em marcas contemporâneas, casual e streetwear.Edição: bianual, fevereiro e agosto.Site: http://project.magiconline.com/

Curve (Edições Las Vegas e Nova Iorque)Cidade: Las Vegas e Nova Iorque.Foco: feira internacional de lingerie, underwear masculina e swimwear.Edição: bianual, fevereiro e agosto.Site: www.curvexpo.com

Miami SwimshowCidade: MiamiFoco: a mais importante feira de moda praia para a Costa Leste americana, com influência sobre a América Central e Caribe.Edição: anual, julho.Site: www.miamiswimshow.com

Surf ExpoCidade: OrlandoFoco: feira de confecção com foco em moda praia e esportiva.Edição: anual, outubro.Site: www.surfexpo.com

Fashion CoterieCidade: Nova IorqueFoco: evento de moda feminina com foco em confecção, calçados e acessórios.Edição: anual, fevereiro.Site: http://www.enkshows.com/coterie

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MagicCidade: Las VegasFoco: feira com expositores de vestuário feminino, masculino e infantil, calçados e acessórios.Edição: anual, fevereiro.Site: http://www.magiconline.com/

Eventos de moda regionais

Devido à forte distribuição regional, os EUA possuem diversos eventos de moda por toda sua extensão que atraem principalmente distribuidores regionais e os pequenos e médios varejos. Além de Nova York, atualmente chamada de Mercedes-Benz Fashion Week New York, outros destaques ficam para Los Angeles, Chicago, Dallas e Miami.

Abaixo listamos alguns desses eventos, em ordem alfabética:

• Atlanta Fashion Week - http://atlantaintlfashionweek.com/;• Baltimore Fashion Week - http://www.baltimore-fashionweek.com/;• Chicago Fashion Week - http://www.chicagofashionweek.com/;• Cleveland Fashion Week - http://www.fashionweekcleveland.com/;• Couture Fashion Week - http://couturefashionweek.com/;• Dallas Fashion Week - http://fashionweekdallas2012.com/;• DC Fashion Week - http://www.dcfashionweek.org/;• Fashion Week Miami - http://www.miamifashionweek.com/;• Mercedes-Benz Fashion Week Los Angeles - http://www.mbfashionweek.com/;• Mercedes-Benz Fashion Week New York - http://www.mbfashionweek.com/;• New Jersey Fashion Week - http://newjerseyfashionweek.com/;• Northern Virginia Fashion Week - http://novafashionweek.com/;• Palm Springs Fashion Week - http://www.fashionweekelpaseo.com/;• Phoenix Fashion Week - http://phoenixfashionweek.com/;• San Francisco Fashion Week - http://www.sanfranciscofashionweek.net/;• Saint Louis Fashion Week - http://alivemag.com/fashionweek/event/.

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4.5 PRINCIPAIS REVISTAS ESPECIALIZADAS

Figura 25 – Sites de moda

Veículo Perfil

Stylesight Moda/tendências

WGSN Moda/tendências

XXXXMagazine Moda/tendências

Trendland Moda/tendências

A Shade View On Fashion Moda/tendências

Hintmag Moda/tendências

Style.com (NY Times) Moda

NTN 24 News Moda

Daily Front Row Moda

Figura 26 – Revistas de moda

Veículo Perfil

V Magazine Moda

Harper’s Bazaar Moda

Elle US Moda

Business Week Moda/negócios

Cosmopolitan US Moda/comportamento

Rolling Stone US Moda/comportamento

Elle Decor Hometextiles

Textile World Têxtil

Home Textiles Today Hometextiles

Vanity Fair Moda/comportamento

Men’s Health Moda masculina

New Old House Hometextiles

Além dessas sugestões do Texbrasil/Abit ainda recomendamos:

• www.apparelnews.net – revista on-line especializada e vestuário com foco na Costa Oeste dos EUA.

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4.6 PROCESSO DE IMPORTAÇÃO

O processo de importação nos EUA é relativamente simples e demonstra o grau de abertura do país para o mercado internacional: Após a chegada da mercadoria no porto de entrada (port of entry), o importador tem até 15 dias corridos para dar entrada nos documentos junto ao diretor do porto. A mercadoria pode ser nacionalizada para consumo, deixada num entreposto no porto de entrada ou transportada para uma área alfandegada21 para armazenamento. Nesse armazém alfandegado a mercadoria pode permanecer por até cinco anos. Durante esse período, ela pode ser manipulada por processos de limpeza, arrumação e separação, reembalagem ou outra mudança de sua condição, desde que não constitua beneficiamento. Após o tratamento, a mercadoria pode ser exportada sem ter que recolher tarifas ou seguir o processo normal de importação.

Para a nacionalização de vestuário de moda praia, as tarifas variam de 1,20% até 27,8% para produtos originários do Brasil, conforme mostra a tabela abaixo.

Tabela 23 – Tarifas de Importação de moda praia EUA

NCM Descrição Taxa

611231Shorts e sungas, de banho, de malha, de fibras sintéticas, de uso masculino.

25,90%

611239Shorts e sungas, de banho, de malha, de outras matérias têxteis, de uso masculino.

13,20%

611241Maiôs e biquínis, de banho, de malha, de fibras sintéticas, de uso feminino.

24,90%

611249Maiôs e biquínis, de banho, de malha, de outras matérias de uso feminino.

13,20%

621111 Shorts e sungas, de banho, exceto de malha, de uso masculino. 27,80%

62111210 Maiôs e biquínis, de banho, exceto de malha, de uso feminino. 11,80%

62111240 ...contendo 70% ou mais de seda. 1,20%

62111280 ...contendo menos de 70% de seda. 7,50%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Macmap/ ITC

21 A alfândega dos EUA é a Customs and Border Protection (CBP).

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Exigências especiais para vestuário

Desde 2013 existe a exigência para produtos de vestuário de demonstrar que não sejam infla-máveis. Detalhes podem ser consultados no anexo: exigência técnica.

Acordos de livre comércio22

Os EUA são o país com o maior número de acordos bilaterais em vigor. No total, possuem 20 acordos de livre comércio e/ou de preferências comerciais regionais: Austrália, Bahrein, América Central (que contempla Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, República Domi-nicana), Chile, Colômbia, Israel, Jordânia, Coreia do Sul, Marrocos, Nafta (Canadá e México), Omã, Panamá, Peru, Cingapura e Parceria Trans-Pacífico. Além disso, o país possui programas unilaterais de preferência comerciais (trade preference programs) que fornecem benefícios de acesso (tarifa zero) ao mercado americano para diversos produtos, entre eles os de têxteis e confeccionados. Cerca de dois terços das exportações dos EUA de 2011 foram destinadas a países contemplados pelos programas unilaterais de preferência:

• African Growth and Opportunity Act (Agoa) – para países da África Subsaariana;• Andean Trade Promotion and Drug Eradication Act (ATPDEA) – para os países andinos Bolívia,

Colômbia, Equador e Peru, na erradicação e combate ao tráfico de drogas regionais;• Caribbean Basin Trade Partnership Act (CBTPA) – para países da América Central e Caribe;• Haitian Hemispheric Opportunity through Partnership Encouragement Act (Haiti Hope) –

benefícios para o setor de têxtil e confecção haitiano, buscando fortalecer a estabilidade econômica e da indústria do país;

• Generalized System of Preferences (GSP, ou SGP) – para países classificados como “em desenvolvimento” ou de “economias sensíveis”.

Na tabela abaixo pode se observar as alíquotas médias aplicadas pelos EUA aos produtos da cadeia têxtil para seus principais fornecedores do setor – Índia, China, México, Vietnã, Indonésia. Colômbia e Coreia do Sul estão considerados, devido a recentes acordos comerciais e o Brasil para análise comparativa entre esses países.

22 Fonte: “Panorama EUA” – TexBrasil/Abit.

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Figura 27 – Alíquotas de importação nos EUA para países selecionados

Produto Índia China Brasil México Vietnã Indonésia ColômbiaCoreia do Sul

Têxtil 5,4 5,812,3 5,6 0 5,8 5,4 0 0,3

Vestuário 12,1 7,4 12,1 0 12,2 12,2 0 0,05

Cama, mesa e banho 7,2 7,2 0 7,4 7,2 0 0

Abertura de mercado

Sem preferência tarifária

Sem preferência tarifária

Sem preferência tarifária

Acordo de Livre Comércio

Sem preferência tarifária

Sem preferência tarifária

Acordo de Livre Comércio

Acordo de Livre Comércio

Fonte: The Office of The United States Trade Representative (USTR) – Elaboração Inteligência Competitiva – Texbrasil

O México, em virtude do acordo de livre comércio Nafta, assinado entre EUA, México e Canadá, goza de total isenção tarifária, favorecendo a prática das maquiladoras, que funcionam como facções a serviço das grandes marcas internacionais, com toda produção destinada ao mercado norte-ame-ricano. Da mesma maneira, a Colômbia já se beneficia do acordo comercial em vigência desde maio de 2012, obtendo isenções sobre toda sua cadeia têxtil nas exportações para os Estados Unidos. Da mesma maneira, a Coreia do Sul apresenta quase total isenção de tarifas, graças ao acordo comer-cial ratificado em março de 2012.

China e Vietnã não possuem nenhum tipo de preferência negociada. Países como a Índia, Indonésia são beneficiados pelo programa SGP, que isenta a entrada de produtos no mercado norte-americano. No entanto, o setor de têxteis e confecções não está incluído nesse sistema e o Brasil não está mais contemplado nesse sistema pelos EUA, visto que ele não é mais considerado um mercado em desenvolvimento, necessitado desse tipo de subsídio.

Impostos sobre vendas – Sales taxes

Além dos impostos de importação, incidirão os impostos sobre as vendas, que variam bastante de um estado para outro e até de um município para outro, já que há estes dois níveis de cobrança: estadual e municipal.

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A menor taxa é zero nos estados de Delaware e Oregon, por exemplo, e a maior taxa composta é do Tennessee, 9,45%. Veja a tabela completa a seguir:

Tabela 24 – Impostos sobre vendas – Janeiro 2015

EstadoAlíquota estadual

RankingAlíquota

municipal média

Alíquota composta

RankingAlíquota

local máxima

Alabama 4.00% 38 4.91% 8.91% 3 7.00%

Alaska - 46 1.76% 1.76% 46 7.50%

Arizona 5.60% 28 2.57% 8.17% 11 5.30%

Arkansas 6.50% 9 2.76% 9.26% 2 5.50%

California 7.50% 1 0.94% 8.44% 8 2.50%

Colorado 2.90% 45 4.54% 7.44% 15 7.10%

Connecticut 6.35% 11 - 6.35% 31

Delaware - 46 - - 47

Florida 6.00% 16 0.65% 6.65% 29 1.50%

Georgia 4.00% 38 2.96% 6.96% 24 4.00%

Hawaii 4.00% 38 0.35% 4.35% 45 0.50%

Idaho 6.00% 16 0.01% 6.01% 36 3.00%

Illinois 6.25% 12 1.94% 8.19% 10 3.75%

Indiana 7.00% 2 - 7.00% 21

Iowa 6.00% 16 0.78% 6.78% 27 1.00%

Kansas 6.15% 15 2.05% 8.20% 9 3.50%

Kentucky 6.00% 16 - 6.00% 37

Louisiana 4.00% 38 4.91% 8.91% 4 7.00%

Maine 5.50% 29 - 5.50% 42

Maryland 6.00% 16 - 6.00% 37

Massachusetts 6.25% 12 - 6.25% 33

Michigan 6.00% 16 - 6.00% 37

Minnesota 6.875% 7 0.33% 7.20% 17 1.00%

(Continua)

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EstadoAlíquota estadual

RankingAlíquota

municipal média

Alíquota composta

RankingAlíquota

local máxima

Mississippi 7.00% 2 0.07% 7.07% 20 1.00%

Missouri 4.225% 37 3.58% 7.81% 14 5.00%

Montana - 46 - - 47

Nebraska 5.50% 29 1.30% 6.80% 26 2.00%

Nevada 6.85% 8 1.09% 7.94% 13 1.25%

New Hampshire - 46 - - 47

New Jersey 7.00% 2 -0.03% 6.97% 23 3.50%

New Mexico 5.125% 32 2.22% 7.35% 16 3.5625%

New York 4.00% 38 4.48% 8.48% 7 4.875%

North Carolina 4.75% 35 2.15% 6.90% 25 2.75%

North Dakota 5.00% 33 1.56% 6.56% 30 3.00%

Ohio 5.75% 27 1.35% 7.10% 19 2.25%

Oklahoma 4.50% 36 4.27% 8.77% 6 6.50%

Oregon - 46 - - 47

Pennsylvania 6.00% 16 0.34% 6.34% 32 2.00%

Rhode Island 7.00% 2 - 7.00% 21

South Carolina 6.00% 16 1.13% 7.13% 18 2.50%

South Dakota 4.00% 38 1.83% 5.83% 40 2.00%

Tennessee 7.00% 2 2.45% 9.45% 1 5.00%

Texas 6.25% 12 1.80% 8.05% 12 2.00%

Utah (b) 5.95% 26 0.73% 6.68% 28 2.10%

Vermont 6.00% 16 0.14% 6.14% 34 1.00%

Virginia (b) 5.30% 31 0.33% 5.63% 41 0.70%

Washington 6.50% 9 2.39% 8.89% 5 3.10%

West Virginia 6.00% 16 0.07% 6.07% 35 1.00%

Wisconsin 5.00% 33 0.43% 5.43% 44 1.75%

Wyoming 4.00% 38 1.47% 5.47% 43 2.00%

D.C. 5.75% (27) - 5.75% (41)

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados da Tax Foundation (taxfoundation.org)

(Continuação)

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4.7 LISTA DE IMPORTADORES, AGENTES E REPRESENTANTES

Vide anexo.

4.8 ESTRATÉGIA DE ENTRADA DE MERCADO

Para direcionar corretamente a definição da estratégia de entrada de mercado é importante lembrar que o principal objetivo para esse mercado, inicialmente, é a consolidação da atuação das empresas que já exportam para os EUA.

Para essas empresas, recomendamos, inicialmente, analisar com maior detalhe a forma de atuação no mercado-alvo. O principal ponto a ser identificado é saber se já dispõem de importador/distribuidor no país e qual a cobertura geográfica e de canais que os mesmos oferecem, ou se exportam diretamente para lojistas isolados ou, quem sabe, consumidores finais. Em função dessa informação, devem ser definidos os objetivos e as ações de apoio para cada empresa, ex.:

• Consolidação: apoio a ações do importador/distribuidor regional por meio da participação em evento regional direcionado ao varejo local;

• Expansão: participação em eventos nacionais ou regionais visando a busca de parceiros comerciais em outras regiões;

Para as empresas que ainda precisam desenvolver seu potencial, recomendamos, além da estruturação por meio de capacitações e de consultorias, a visita de aprendizado às feiras, acompa-nhando eventualmente as ações das outras empresas mais avançadas.

Em relação à participação em eventos, recomendamos, além da participação nos eventos internacionais tradicionais do segmento, a Miami Swimwear e a Surf Expo, avaliar a participação das edições regionais da fashion week nas cidades praieiras, tais como Miami, Los Angeles, Palm Springs e San Francisco, ou das regiões onde as empresas já têm clientes, para chegar mais perto do varejo local.

Nesse mesmo sentido, recomendamos maior atenção em eventos, junto aos quais há maior abertura para, e interesse por, novidades fora das grandes redes varejistas. A experiência comprovou que os EUA são muito grandes para serem trabalhados somente a partir de um ou dois eventos de porte nacional e internacional. O mesmo vale para o trabalho dos importadores/distribuidores. No sul da Califórnia23, por exemplo, existe um evento específico de moda praia, direcionado aos pequenos varejistas locais, lançado há quatro anos, que faz sucesso e chama atenção dos especia-listas chamado “Swim Collective”. No ano de 2015, eles lançaram um evento irmão chamado “Active Collective”, em junho, direcionado para o segmento activewear e athleisure, alinhado com as princi-pais tendências de mercado mundial e norte-americano, com 140 estandes, incluindo marcas como Beyond Yoga, BD by Body Glove, Under Armour e Trina Turk Recreation.

23 A California é o estado mais rico dos EUA e, se fosse um país, seria a 9ª nação mais rica do mundo (2010- Bureau of Economic Analysis).

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Na versão de agosto da Swim Colletive estiveram presentes 250 marcas. A ideia dos organi-zadores é expandir o conceito para um terceiro evento chamado “Beach Collective”, para abranger todos os subsegmentos de moda praia, verão e activewear. Esse tipo de evento está exatamente na linha do direcionamento proposta pelo presente estudo, validando-o. No entanto, para participar desse tipo de evento com objetivos comerciais já se deve ter um parceiro comercial local para cuidar da importação, do follow-up e da distribuição local. Portanto, recomendamos, no primeiro momento, uma participação como visitante para conhecer melhor esse mercado local antes de investir em uma participação como expositor.

A busca por um novo formato de evento profissional no segmento específico de moda praia fez também surgir a feira especializada em moda praia de alto padrão chamada “Cabana”, realizada em Miami. Ela também já está expandindo seu evento para a Costa Oeste, tendo realizada seu primeiro show em Orange County, CA, em agosto, no mesmo período o evento da Swim Collective.

Veja todas as marcas presentes no evento de julho 2015 no link: www.cabana.com/brands-a-l

Além da participação em eventos profissionais ainda recomendamos a realização de ações promocionais, com desfiles e apresentações dos produtos durante os eventos do circuito de surfe, vôlei de praia e outros eventos esportivos ligados à praia nas regiões-alvo, principalmente nos estados da Califórnia, Florida e Havaí. Para obterem a eficácia desejada, essas ações precisam estar orquestradas com uma abordagem conjunta com os distribuidores e varejistas naquelas regiões.

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5 OPORTUNIDADES NA AMÉRICA LATINA

Contextualização

O objetivo deste capítulo é oferecer uma visão geral sobre o perfil e as oportunidades da região latino-americana e de seus principais mercados, complementando o estudo no sentido de propor-cionar uma alternativa de mercados-alvo para as confecções que ainda não estão prontas para se inserirem no mercado internacional, porém demonstram um potencial a ser desenvolvido no médio prazo.

Visão geral do mercado regional

De acordo com a Euromonitor, a região latino-americana cresceu em 2014 a uma taxa média de 10%, graças ao aumento do poder aquisitivo e o crescimento da classe média, chegando em um valor total de US$ 152 bilhões, colocando-a em segundo lugar atrás apenas da região Ásia-Pacífico. O crescimento em valor de varejo chegou a 14%, superando todas as outras regiões do mundo. No entanto, os potenciais de mercado variam bastante entre os países.

Figura 28 – América Latina – Tamanho de mercado

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Por exemplo, em 2014, dois terços dos consumidores de famílias de classe média da região vieram de três países: Brasil, México e Argentina. Ao mesmo tempo somente dois países, México e Brasil, dominam o mercado de vestuário e calçados de design high end, com quase 58% do total das vendas latino-americanas.

O Brasil continua o maior mercado da América Latina, apesar da queda da taxa de crescimento para abaixo de 3%. O México, o segundo maior mercado, por outro lado, registrou um crescimento forte em torno de 8%. A Argentina e a Venezuela revelaram um crescimento próximo dos 30% em termos de US$, valor este que, no entanto, está distorcido pela altíssima inflação dos dois países. Os graves problemas econômicos dos últimos anos e as recentes mudanças no quadro político ainda não permitem uma projeção segura para o comportamento real desses mercados nos próximos anos. A expectativa, no entanto, é positiva. Colômbia e Chile são mercados estáveis que se expandem com segurança, com taxas acima de 5%.

Apesar das barreiras de entrada e dos altos custos para se fazer negócios, principalmente no Brasil, as grandes marcas mundiais continuam chegando para aproveitar esse crescimento da região. As principais marcas presentes incluem Forever 21, Zara, H&M e Gap, com as marcas de fast fashion se expandindo o mais rapidamente, direcionadas principalmente para a crescente classe média.

Figura 29 – Marcas internacionais na América Latina

A Zara, por exemplo, já está presente em seis países da região, com um total de 138 lojas, conforme informação da Euromonitor, vide figura abaixo.

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Figura 30 – Lojas da Zara na América Latina – 2014

País Número de lojasVestuário e Calçados

Participação por marca

Argentina 10 0,5%

Chile 9 1,2%

Colômbia 11 1,4%

Brasil 39 0,6%

México 59 1,6%

Venezuela 10 2,2%

O mercado de luxo também atrai a atenção das grandes marcas internacionais que precisam compensar a estagnação na Europa: Ralph Lauren, Calvin Klein, Colcci e Salvatore Ferragamo, por exemplo, já se estabeleceram e o contexto econômico sugere que ainda há muito espaço para crescer. Ainda de acordo com a Euromonitor, as lojas das marcas de luxo expandiram em 25% na região nos últimos dois anos.

As projeções também são positivas para esse mercado: apesar de vários desafios, a Euromo-nitor International projeta que o mercado de vestuário na América Latina vai expandir em US$ 14 bilhões, ou seja, 9% até 2019.

Uma das tendências importantes no mercado latino-americano é o crescimento contínuo dos centros comerciais (shoppings) como grande canal de comercialização. Oferecendo segurança, conveniência e crescentemente também entretenimento, os centros comerciais modernos têm um papel cada vez mais importante na vida dos consumidores. Em 2015, eram 1,8 mil shoppings e outros 150 em construção em toda região e as grandes marcas internacionais estão de olho neste desenvolvimento.

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PRINCIPAIS FLUXOS COMERCIAIS NO SETOR DE VESTUÁRIO

Tabela 25 – Maiores importadores América Latina – vestuário – NCM 61/62 – US$ mil

# Países importadoresValor importado

2013Valor importado

2014*Evolução

Mundo 391.232.572 413.994.920 5,8%

Total AL e Caribe 13,204,017 13,831,343 4,5%

1 México 2.950.764 3.278.519 11,1%

2 Chile 2.680.769 2.812.297 4,9%

3 Brasil 2.375.771 2.555.353 7,6%

4 Colômbia 740.592 787.723 6,4%

5 Peru 655.489 686.721 4,8%

6 Panamá 464.333 487.553 5,0%

7 Venezuela 664.266 463.222 -30,3%

8 El Salvador 395.504 393.485 -0,5%

9 Equador 283.979 294.202 3,6%

10 Argentina 326.755 281.072 -14,0%

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC* Na data do fechamento da pesquisa, em março 2016, ainda não havia dados de todos os países disponíveis para o ano 2015.

Os maiores mercados importadores de vestuário da América Latina são liderados por México, Chile e Brasil, respectivamente, com US$ 3,3 bilhões, US$ 2,8 bilhões e US$ 2,5 bilhões, represen-tando mais da metade de todas as importações da América Latina e do Caribe. O terceiro maior mercado da América Latina, a Argentina é apenas o décimo colocado como importador de vestuário e ainda diminuiu suas compras internacionais em 14% em 2014, evidenciando a fase crítica que passa sua economia, com mudanças políticas impactantes. Em situação similar se encontra a Venezuela, o quarto maior mercado latino-americano, que ocupa a sétima posição como importador e registrou uma queda ainda maior de 30% em suas importações de vestuário em relação ao ano de 2013.

Embora a apresentação sobre os mercados latino-americanos tenha por objetivo oferecer uma visão geral das oportunidades em todos os segmentos, as estatísticas referentes às importações de moda praia merecem uma atenção especial, visto que esta linha de produtos foi destacada também nos capítulos anteriores.

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Tabela 26 – Maiores importadores da América Latina – moda praia – US$ mil

# Países importadoresValor importado

2013Valor importado

2014Evolução

Mundo 3.902.944 4124.975 5,7%

Total AL e Caribe 131.039 141.072 7,7%

1 México 37.688 42.711 13,3%

2 Chile 28.693 31.488 9,7%

3 Brasil 10.846 13.617 25,5%

4 Peru 9.283 10.315 11,1%

5 Panamá 6.224 6.516 4,7%

6 Colômbia 3.824 4.524 18,3%

7 Argentina 4.737 4.412 -6,9%

8 Costa Rica 3.540 3.999 13,0%

9 Uruguai 4.089 3.794 -7,2%

10 Equador 3.112 3.384 8,7%

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC

As importações de moda praia entre os países latino-americanos são liderados pelos mesmos três países das importações de vestuário em geral: México, Chile e Brasil, reunindo também mais da metade das importações da região. O Peru, embora seja apenas a sétima maior economia da América Latina, é o 4º maior importador de moda praia. A Argentina, terceiro maior mercado de vestuário e calçados, é o sétimo maior importador de moda praia.

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Tabela 27 – Maiores mercados destinos latino-americanos das exportações brasileiras – Vestuário – NCM Cap. 61/62 – US$ mil

#AL #MundoPaíses

importadoresValor

exportado 2013

Valor exportado

2014

Valor exportado

2015

Evolução 2013 – 2015

Mundo 149.770 145.258 127.555 -14,8%

Top 15 países AL 87.463 82.898 74.240 -15,1%

1 1 Paraguai 34.785 32.478 26.627 -23,5%

2 3 Uruguai 15.517 16.602 15.271 -1,6%

3 4 Bolívia 10.890 11.852 11.174 2,6%

4 5 Chile 9.752 8.633 6.894 -29,3%

5 7 Argentina 5.408 3.005 3.270 -39,5%

6 12 Peru 2.594 2.486 2.531 -2,4%

7 15 México 1.732 1.564 1.662 -4,0%

8 18 Costa Rica 1.219 750 1.233 1,1%

9 20 Equador 1.377 1.681 1.166 -15,3%

10 21República Dominicana

862 679 1.156 34,1%

11 22 Panamá 1.099 1.454 1.146 4,3%

12 26 Venezuela 1.191 664 876 -26,4%

13 29 Colômbia 250 472 494 97,6%

14 33 Suriname 657 292 386 -41,2%

15 34 Cuba 130 286 354 172,3%

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC

Embora os quinze principais países da América Latina e Caribe tenham comprados 58% das exportações brasileiras de vestuário, o valor destas representou apenas 0,6% do total das importa-ções da região (201424). Analisando o período entre 2013 e 2015, o valor das exportações, tanto para

24 Como não havia ainda os dados completos das importações de 2015, vide nota de rodapé anterior. O cálculo foi feito com os dados de 2014. Exportações totais vestuário Brasil 2014/Importações totais vestuário AL + Caribe 2014.

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o mundo quanto para a América Latina, sofreu uma queda em torno de 15%. Setenta e um por cento dessas exportações estão concentradas em três países menos importantes economicamente da região: Paraguai, Uruguai e Bolívia, sendo que somente o primeiro representa mais de um quarto das exportações e onde o resultado encolheu em 23,5%. Os destinos seguintes, Chile e Argentina, que ocupam, respectivamente, as posições seis e três entre os maiores mercados de vestuário e calçados da América Latina, também diminuíram significativamente suas compras do Brasil, respectivamente, em 30% e 40%. O maior importador de vestuário da América Latina, o México, consta como 15º maior comprador do Brasil em nível mundial e o sétimo na América Latina, sendo que suas importações representam apenas 2,3% do total das compras latino-americanas exportadas pelo Brasil.

Tabela 28 – Maiores mercados destinos das exportações brasileiras – Moda praia – US$ mil

#AL #MundoPaíses

importadores

Valor exportado

2013

Valor exportado

2014

Valor exportado

2015

Evolução 2013 – 2015

Mundo 9.381 10.749 9.642 2,8%

Top 15 AL e Caribe 1.105 1.085 767 -30,6%

1 7 Paraguai 256 321 197 -23,0%

2 9 Uruguai 150 156 131 -12,7%

3 11 Chile 171 123 113 -33,9%

4 14 Antilhas Holandesas 71 63 90 26,8%

5 18 Costa Rica 46 47 66 43,5%

6 20 Bolívia 42 45 59 40,5%

7 26 Peru 41 33 24 -41,5%

8 27 Colômbia 14 15 22 57,1%

9 32 Panamá 40 34 14 -65,0%

10 34 Nicarágua 1 2 13 1200,0%

11 35 Equador 31 17 10 -67,7%

12 38 Haiti 0 9 8 n/a

13 39 México 137 61 8 -94,2%

14 44 Argentina 102 149 6 -94,1%

15 45República Dominicana

3 10 6 100,0%

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC

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O segmento de moda praia representou 7,5% de todas as exportações brasileiras de vestuário em 2015. As exportações destinadas ao mercado mundial aumentaram em 2,8% de 2013 para 2015, embora tenham diminuído em 10% em relação a 2014. As compras da América Latina e do Caribe, no entanto, caíram 30,6% no mesmo período, para um valor total de US$ 767 mil, representando 8% do total exportado no segmento de moda praia. Apenas três países concentram 57% das compras do Brasil: Paraguai, Uruguai, Chile, sendo que estes registraram quedas significativas nas importações no período de 23%, 13% e 34% respectivamente. É interessante registrar também que o primeiro destino latino-americano é somente o sétimo colocado entre os destinos mundiais de moda praia, o que evidencia que os principais compradores de moda praia do Brasil não são os vizinhos latino-americanos. Os mercados importantes do México e da Argentina registraram quedas drásticas de 94% em suas compras do Brasil no mesmo período, chegando a valores pífios de US$ 8 mil e US$ 6 mil em 2015.

Mercosul

Com mais de duas décadas de existência, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) é a mais abrangente iniciativa de integração regional já implementada na América Latina. Os membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, países fundadores, e Venezuela, que completou seu processo de adesão em meados de 2012) abrangem, aproximadamente, 72% do território da América do Sul; 70% da população sul-americana (275 milhões de habitantes) e 77% do PIB da América do Sul em 2012 (US$ 3,18 trilhões de um total de US$ US$ 4,13 trilhões, segundo dados do Banco Mundial).

O comércio intrabloco multiplicou-se mais de 10 vezes, saltando de US$ 5,1 bilhões, em 1991, para US$ 58,2 bilhões em 2012. No mesmo período, o comércio mundial cresceu apenas cinco vezes. Em 2012, 92% das exportações brasileiras ao Mercosul foram bens industrializados (manufaturados e semimanufaturados). Um dos setores que mais se beneficia do Mercosul é o automotivo, pois o bloco possibilitou o Brasil e Argentina integrar suas cadeias produtivas de automóveis.

No entanto, as economias menores do Mercosul, Uruguai e Paraguai, têm sofrido fortemente os efeitos das crises econômicas que afetam o Brasil e a Argentina. O Brasil também sofre com a crise e a imposição de barreiras da Argentina, mas com a economia maior e mais poder de barganha, não é tão severamente afetado como os dois vizinhos menores. Ultimamente, o governo uruguaio reclamava que o Mercosul era “um fracasso”, já que a integração comercial ficava sob a força das decisões de Brasil e Argentina, e o primeiro artigo de criação do bloco, a livre circulação de bens e serviços, nunca foi efetivamente cumprido, existindo ainda muitas exceções e regimes especiais cuja vigência sempre é estendida. Esses prazos, antes renovados a cada seis meses, agora foram estendidos todos para 2021, no caso de Argentina e Brasil, e, para 2023, em se tratando de Paraguai e Uruguai, para facilitar as políticas industriais locais.

Em relação ao setor de vestuário, as tarifas de importação aplicáveis às exportações brasileiras são apresentadas a seguir. Com os três países membros fundadores e o Chile, a tarifa de importação é 0%. A Bolívia, país com processo em andamento para entrar no bloco, pratica uma tarifa de 0,05%. A Venezuela, país membro desde 2012, ainda pratica uma tarifa de 5,8% sobre as importações vindas do Brasil.

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Tabela 29 – Tarifas de importação para produtos de vestuário do Brasil

País Status Tarifa

Argentina Membro-fundador 0,00%

Bolívia Associado 0,05%

Chile Associado 0,00%

Colômbia Associado 11,5%

Equador Associado 5,79%

Peru Associado 0,95%

Paraguai Membro-fundador 0,00%

Uruguai Membro-fundador 0,00%

Venezuela Membro 2012 5,80%

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Macmap – ITC

Tabela 30 – Balança comercial Brasil – países do Mercosul – Vestuário

## Maiores impor-tadores do Brasil

Países parceiros

Balança em valor - 2015

Valor exportado pelo Brasil

Valor importado pelo Brasil

Mundo -2.247.139 127.555 2.374.694

Mercosul -66.055 68.303 134.358

1 2 Uruguai 11.350 15.271 3.921

2 3 Bolívia 10.924 11.174 250

3 4 Chile 5.576 6.894 1.318

4 7 Equador 1.140 1.166 26

5 8 Venezuela 876 876 0

6 1 Paraguai -364 26.627 26.991

7 9 Colômbia -5.643 494 6.137

8 5 Argentina -24.415 3.270 27.685

9 6 Peru -65.499 2.531 68.030

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC

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A análise da balança comercial com os países parceiros do Mercosul revela alguns dados interessantes. O Mercosul, incluindo todos os países membros e associados, é o maior parceiro comercial no setor de vestuário do Brasil. Somente para os países do Mercosul, incluindo membros e associados, o Brasil exporta mais da metade de todas as suas vendas internacionais. O maior destino das exportações, o Paraguai, registra uma balança comercial quase equilibrada. O segundo maior destino das exportações, o Uruguai, ostenta a balança comercial mais positiva a favor do Brasil. No outro extremo, o Peru registra o maior deficit comercial contra o Brasil, sendo apenas o sexto colocado como mercado-alvo.

Em seguida serão apresentados os principais dados e tendências dos cinco principais mercados e importadores de vestuário da região latino-americana: México, Chile, Argentina, Colômbia e Peru. A Venezuela, embora seja o quarto maior mercado de vestuário e calçados da região, está passando por sérias dificuldades internas que certamente se traduzem em impacto negativo na abertura de mercado para novas marcas brasileiras.

5.1 MÉXICO

Dados gerais país25

Capital: Cidade do MéxicoPIB: US$ 2,22 trilhões (PPC26 - 2015 est.).PIB per capita: US$ 18,500 (2015 est.).Inflação: 2,7% (2015 est.).Desemprego: 4,5% (2015 est.).População: 121,7 milhões (julho 2015 est.).Etnias: Mestiço, 62%; predominantemente indígena, 21%; indígena, 7%; outros, 10% (majoritaria-mente europeus).Religião: Católicos romanos, 82,7%; grupos protestantes, 8%; outros, 1,9%; nenhuma, 4,7%; sem especificação, 2,7% (2010 est.).

25 Fonte: CIA World Factbook.

26 Paridade de Poder de Compra.

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Situação econômica27

O México possui uma das principais economias da América Latina, com o segundo maior PIB da região, ficando atrás somente do Brasil. No entanto, quando se leva em conta a taxa de crescimento, o México apresenta um maior avanço. Embora tenha sofrido uma leve desaceleração nos últimos anos. Para 2016 a economia mexicana tem uma projeção de crescimento de 3,2% e um horizonte de continuação da expansão. Até 2030, se espera que sua população de alta renda dobre para chegar em 2 milhões.

O Relatório de Competitividade Mundial do Fórum Mundial de Economia posicionou o México na 57ª posição, em 2015, 18 posições à frente do Brasil (75). Esse resultado representa um avanço de quatro posições do México em comparação ao último ranking.

Comércio exterior

O país mantém várias parcerias comerciais importantes que lhe abrem grandes oportunidades comerciais: o Nafta (North America Free Trade Agreement), com os EUA e o Canadá, e a Aliança do Pacifico, com o Chile, Colômbia e o Peru. A participação no Nafta faculta ao México o acesso direto ao maior mercado mundial de confecção e permitiu que ele se transformasse numa das maiores regiões produtores e exportadoras para os EUA e Canadá. Baseado no regime das maquiladoras, representantes das multinacionais americanas instaladas na fronteira dos EUA e México, principalmente, se expandiram com o tratado de livre comércio e garantiram uma mão de obra barata para produção de confecção a fim de serem exportadas para o mercado estadunidense e canadense.

A Aliança do Pacífico, por sua vez, é um dos blocos econômicos de maior visibilidade da América Latina que, segundo especialistas, apresenta uma característica de livre mercado mais promissora que o Mercosul.

Esses acordos se refletem diretamente nas estatísticas dos fluxos comerciais, como pode se observar nas tabelas a seguir.

27 Fontes: Forbes, Uol Reuters, World Economic Forum, Euromonitor.

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Tabela 31 – Maiores países fornecedores para o México – Vestuário – NCM Cap. 61/62 - US$ mil

#Países

exportadoresValor importado

2014Valor importado

2015Evolução

Mundo 3.278.519 3.461.774 5,6%

1 China 1.053.570 1.229.008 16,7%

2 EUA 424.568 376.898 -11,2%

3 Bangladesh 186.507 231.738 24,3%

4 Vietnã 216.533 225.292 4,0%

5 Índia 185.216 191.234 3,2%

6 Honduras 116.227 121.223 4,3%

7 Turquia 95.616 97.072 1,5%

8 Indonésia 81.480 84.131 3,3%

9 Camboja 72.933 80.591 10,5%

10 Paquistão 58.638 69.478 18,5%

Outros países fornecedores da América Latina e Caribe

14 Colômbia 61.045 55.340 -9,3%

15 El Salvador 36.441 47.087 29,2%

19 Nicarágua 24.326 32.499 33,6%

20 Guatemala 17.107 28.498 66,6%

23 Haiti 21.130 21.466 1,6%

27 Peru 20.868 14.971 -28,3%

41 Equador 2.440 1.754 -28,1%

42 Chile 2.349 1.733 -26,2%

46 Brasil 1.159 1.348 16,3%

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC

As importações de artigos de confecção são lideradas pela China, seguidas pelos EUA. Com exceção desses últimos, todos os países fornecedores entre os 10 primeiros são de produção

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em massa com base em mão de obra barata, sendo oito asiáticos. O Brasil aparece em 46º lugar, com 0,1% do que fornece a China. Entre os países fornecedores da América Latina, o Brasil é o décimo colocado, exportando para aquele mercado em torno de 2% do que exporta a Colômbia para o México.

Tabela 32 – Principais países destino das exportações do México – Vestuário – NCM Cap. 61/62 - US$ mil

#Países

importadoresValor exportado

2014Valor exportado

2015Evolução

Mundo 4.441.524 4.279.460 -3,6%

1 EUA 4.192.235 4.044.433 -3,5%

2 Canadá 73.099 60.316 -17,5%

3 Holanda 8.243 13.734 66,6%

4 Itália 13.580 13.190 -2,9%

5 Guatemala 11.039 12.889 16,8%

6 Chile 12.543 10.661 -15,0%

7 Brasil 13.206 9.972 -24,5%

8 Bélgica 11.956 9.707 -18,8%

9 Panamá 11.643 8.411 -27,8%

10 Costa Rica 6.574 7.945 20,9%

Fonte: wlaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map – ITC

Beneficiado pelo Nafta, o México exporta US$ 4 bilhões para os EUA, representando 94%. Em segundo lugar vem o Canadá, outro integrante do Nafta, seguido por dois países europeus, Holanda e Itália. O Brasil é o sétimo destino de exportações do México, com US$ 9,9 milhões. Isso significa que o Brasil sustenta um deficit de US$ 8,6 milhões e que ele importa a mais no setor de vestuário do que exporta para o México. Boa parte desse valor deve ser de produtos das grandes marcas internacionais que instalaram suas fábricas e maquiladoras naquele país para atender não somente o Nafta, mas também o restante da América Latina e outros países. Várias das fábricas mais recentes instaladas no México a partir do incentivo gerado pelo Nafta, não somente no setor de vestuário, incorporam a última geração de tecnologia de produção, permitindo uma economia de escala para atender de forma muito competitiva o mercado global.

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O mercado de vestuário

A população do México é jovem e existe uma classe média dinâmica que em 2013 gastou US$ 4 bilhões em vestuário, acessórios e vinho, mostrando que a riqueza já está se espalhando para cidades secundárias e regionais.

O crescente interesse dos consumidores mexicanos por moda e pela aparência pessoal fez o segmento crescer fortemente em 2014, puxado pela performance das marcas high end e de vendas on-line. O setor de moda esporte melhorou sua performance empurrado, principalmente, pelos grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo no Brasil e os Jogos Latino-Americanos em Veracruz, entre outros, lembrando que o México é um dos maiores mercados para merchan-dising no futebol. Em 2014, marcas internacionais miraram fortemente no segmento de moda masculina no México, seguindo as tendências mundiais. Os homens estão procurando mais opções, produtos de alta qualidade e design fashion. As vendas on-line estão crescendo mais rápido do que o restante do mercado. Varejistas especializados no canal on-line, como Dafiti, e tradicionais como Zara, que lançou sua loja on-line, relataram crescimento de dois dígitos no México.

As projeções também são animadoras. De acordo com a Euromonitor, a renda média disponível no México deve crescer 40% entre 2014 e 2019, e boa parte disso se transformará em demanda por produtos de moda. É esperado que o país seja o oitavo maior mercado em termos de crescimento em valores absolutos do segmento de moda high end até 2019.

Tendências de varejo

O principal dado em 2015 é que as grandes marcas mundiais de varejo de moda continuam a chegar no México. Esse movimento começou com a recessão econômica dos principais mercados na Europa e EUA, quando as empresas buscaram novos mercados para se expandirem, identifi-cando na América Latina uma nova fronteira a ser conquistada. Em 2012 e 2013 chegaram as marcas de H&M, Forever 21, Express, Stradivarius e American Eagle, entre outros. Em 2015, foram as marcas New Era, Abercrombie & Fitch, Old Navy, Hollister, Joe Fresh e Desigual que abriram suas primeiras lojas próprias. Embora os EUA tenham retomado seu caminho de crescimento, a presença dessas marcas no México lhes permite aproveitar a renda disponível mais alta e a disposição dos consumidores de gastá-la com vestuário.

O setor de moda praia no México é bastante diversificado, com cerca de 70% a 75% da produção sendo doméstica. O setor apresentou um aumento devido ao crescente interesse das mulheres pela moda praia, diversificando para as classes média baixa e média alta/alta. Para o segmento médio/baixo é comum que as vendas das mercadorias sejam comercializadas no mercado negro e informal. A classe média alta/alta dá preferência a marcas conceituadas vendidas em lojas de departamento e lojas de marcas nos centros comerciais, sendo que este público não se preocupa tanto com o valor final.

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Outro aspecto importante do mercado mexicano de moda são as vendas pela internet, que segundo varejistas, alavancou o comércio dos artigos de vestuário no país28.

Feiras e eventos recomendados

Intermoda Mexico – a principal feira de confecção, inclusive moda praia, é realizada duas vezes ao ano, em janeiro e julho, com o próximo evento para julho 2016, em Guadalajara, para o lançamento da coleção outono/inverno. Oitenta por cento dos compradores visitantes são lojistas multimarcas.

O mercado mexicano também se orienta muito pelos grandes eventos de moda nos EUA.

5.2 CHILE

Dados gerais do país29

Capital: Santiago e Valparaiso - sede do LegislativoPIB: US$ 424,3 bilhões (PPC30 - 2015 est.).PIB per capita: US$ 23,800 (2015 est.).Inflação: 4,4% (2015 est.).Desemprego: 6,4% (2015 est.).População: 17,5 milhões (julho 2015 est.).Etnias: Brancos e não indígenas, 88,9%; mapuche 9,1%; outros grupos indígenas, 2% (2012 est.).Religiões: Católicos romanos, 66,7%; protestantes, 16,4%; outros 4,4%; nenhuma 11,5% (2012 est.).

28 Fonte: ProColombia.

29 Fonte: CIA World Factbook.

30 Paridade de poder de compra.

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Situação econômica31

O Chile é a sexta maior e uma das mais estáveis economias da América do Sul e ostenta a maior renda per capita da região, sendo um exemplo do modelo econômico liberal e referência em facilidade para realizar negócios. O crescimento econômico do Chile nos últimos anos tem levado ao aumento do rendimento familiar e mudanças no comportamento de compra do consumidor. O aumento da renda combinada com taxas de natalidade reduzidas levaram a um aumento nos gastos essenciais e não essenciais do consumidor. Além disso, o Chile superou a crise financeira global relativamente bem. As exportações de bens e serviços representam cerca de um terço do PIB, com matérias-primas que compõem cerca de três quartos do total das exportações. O cobre, sozinho, fornece 19% das receitas do governo. De 2003 a 2013, o crescimento foi de aproxima-damente 5% ao ano, apesar da ligeira contração em 2009, em razão da crise financeira global. Em 2014, o crescimento desacelerou para 4,2%, devido ao baixo preço das commodities no mercado, mas, apesar do atual panorama de desaceleração da economia, estima-se que em dois anos o país volte a crescer no ritmo anterior.

No ranking do Relatório de Competitividade Mundial do Fórum Mundial de Economia, o Chile ocupou a 35ª posição e, embora tenha perdido duas posições em relação ao ranking anterior, o Chile ainda é o melhor colocado entre os países da América Latina.

Comércio exterior

O Chile aprofundou seu compromisso de longa data para a liberalização do comércio com a assi-natura de um acordo de livre comércio com os EUA, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2004. O Chile possui 22 acordos comerciais que cobrem 60 países, incluindo acordos com a União Europeia, o Mercosul, China, Índia, Coreia do Sul e México. Referente a blocos de integração regional, o Chile é um dos países que compõe a Aliança do Pacífico, com Colômbia, México e Peru. Há um potencial produtivo e comercial importante nesta Aliança do Pacífico, visto que o PIB conjunto dos quatro integrantes representa a oitava economia do mundo, o nono maior bloco econômico do mundo e cerca de 37% do PIB da América Latina. Recentemente, juntou-se aos Estados Unidos e 10 outros países na negociação do acordo de comércio Parceria Trans-Pacífico, sendo esta parceria comercial uma das mais importantes do mundo.

31 Fonte: Forbes, Reuters, OECD, World Economic Forum, Euro Monitor.

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Tabela 33 – Maiores países fornecedores para o Chile – Vestuário – NCM Cap. 61/62 - US$ mil

#Países

exportadoresValor importado

2014Valor importado

2015Evolução

Mundo 2.812.297 2.598.656 -7,6%

1 China 2.291.681 2.076.565 -9,4%

2 Área Nes* 83.448 104.405 25,1%

3 Índia 50.670 53.653 5,9%

4 Vietnã 42.066 44.627 6,1%

5 Bangladesh 36.504 42.009 15,1%

6 EUA 42.369 29.406 -30,6%

7 Peru 29.426 23.823 -19,0%

8 Indonésia 18.547 20.655 11,4%

9 Colômbia 17.832 17.916 0,5%

10 Itália 18.921 17.403 -8,0%

Outros países fornecedores da América Latina e Caribe

13 Panamá 17.793 15.190 -14,6%

14 México 16.416 15.053 -8,3%

16 Argentina 13.296 9.425 -29,1%

19 Honduras 10.320 6.596 -36,1%

22 Brasil 6.432 5.297 -17,6%

29 Uruguai 1.585 2.065 30,3%

30 Bolívia 2.921 2.054 -29,7%

31 El Salvador 1.862 1.860 -0,1%

33 Equador 1.818 1.666 -8,4%

37 Paraguai 179 1.169 553,1%

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC* Nes significa not elsewhere specified, ou “não especificado em outro lugar”. Nesse caso, trata-se da soma de exportações para o Chile que foram declarados por outros países (dados espelho), mas que não entraram nas estatísticas do Chile como importações diretas daqueles países.

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Embora tenha diminuído suas importações de vestuário em 7,6%, em 2015, o Chile é o segundo maior importador de vestuário da América Latina, com um volume de US$ 2,6 bilhões, sendo 77% deste valor vindo da China. Outros quatro países asiáticos estão entre os 10 maiores fornecedores do Chile. Da América Latina estão presentes o Peru e a Colômbia, que fazem parte da Aliança do Pacífico. O Brasil é o 22º país fornecedor de vestuário do Chile, com um volume de US$ 5,3 milhões, encolhendo 17,6% em relação ao ano anterior.

Tabela 34 – Principais países destino das exportações do Chile – Vestuário – NCM Cap. 61/62 - US$ mil

#Países

importadoresValor exportado

2014Valor exportado

2015Evolução

Mundo 364.298 286.263 -21,4%

1 Paraguai 85.120 108.426 27,4%

2 Peru 110.758 84.634 -23,6%

3 Bolívia 140.891 67.455 -52,1%

4 EUA 7.121 8.645 21,4%

5 Área Nes* 0 3.829 n/a

6 Uruguai 8.960 3.044 -66,0%

7 México 2.750 2.032 -26,1%

8 Brasil 795 1.402 76,4%

9 Panamá 151 920 509,3%

10 Arábia Saudita 0 876 n/a

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map – ITC* Vide explicação anterior.

As exportações de vestuário do Chile encolheram 21,4% em 2015 para chegar em US$ 286 milhões, representando cerca de 11% de suas importações e gerando um deficit comercial neste segmento de US$ 2,3 bilhões. Noventa e um por cento de suas exportações estão concentradas nos países vizinhos do Paraguai, Peru e Bolívia. O Brasil recebe US$ 1,4 milhão em mercadorias de vestuário do Chile, deixando assim um superavit comercial de US$ 3,9 milhões.

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O mercado de vestuário32

O setor de vestuário em geral registrou um bom crescimento em termos de valor de varejo, puxado por categorias como vestuário outdoor, vestidos e leggings femininos, que cresceram forte-mente baseadas em publicidade e tendências de consumo ligadas à saúde, fitness e esporte.

Tradicionalmente, os chilenos compram vestuário principalmente em lojas de departamento e hipermercados. Essas redes de varejo mistas, como Falabella, Cencosud, Ripley Corp e WalMart, representam os principais canais para moda esporte, seguido por varejistas especializados. Enquanto essas redes continuem entre os cinco principais varejistas para vestuário no Chile, as marcas de fast fashion aumentaram sua presença, liderados por H&M, Zara e Forever 21, onde a nova geração dos millenials compra mais do que nas tradicionais lojas de departamento e hipermercados.

O crescimento econômico também oportunizou a abertura e expansão de vários centros comerciais, tal como o Costanera Center, na capital Santiago, onde os varejistas especializados em vestuário se instalaram. Marcas locais, tais como Multitiendas Corona e Tricot, que miram nos consumidores da classe média e baixa, ajudaram a estabelecer o conceito de fast fashion. Corona é o líder no varejo especializado em vestuário, com 17% de participação no mercado, e ostenta a maior cobertura no país, estando presente em todas as principais cidades do país, conferindo-lhe o status de ícone no setor.

As vendas pela internet também cresceram mais do que a média do mercado, visto que a dispo-nibilidade de serviço de qualidade continua melhorando e que os millenials, além de estarem mais à vontade com a nova tecnologia, têm menos disposição de passar horas em lojas para fazer compras.

Com relação a moda praia, o consumidor chileno procura por produtos sofisticados e de alta qualidade, sendo que as consumidoras mais jovens preferem biquínis do tipo triangular. No período entre 2009 e 2014, o setor de moda praia do Chile cresceu 30,7%, passando de US$ 51,1 milhões para US$ 66,8 milhões. Esse mercado é relativamente pequeno no país, porém em crescimento. A temporada de veraneio é curta e vai dos meses de setembro-outubro a janeiro-fevereiro.

Feiras e eventos recomendados

• International Fashion Show Chile - duas vezes ao ano, em junho e dezembro;• Expo Cachagua - anual.

32 Fontes: Euro Monitor, ProColombia, American Retail.

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5.3 COLÔMBIA

Dados gerais do país

Capital: BogotáPIB: US$ 665 bilhões (PPC33 - 2015 est.).PIB per capita: US$ 14,000 (2015 est.).Inflação: 4,4% (2015 est.).Desemprego: 9,4% (2015 est.).População: 46,7 milhões (julho 2015 est.).Etnias: Mestiços e brancos 84,2%; afro-colombianos (incluindo as etnias mulatto, raizal, e palen-quero) 10,4%; indígenas 3,4%; (2005 est.).Religião: Católicos romanos, 90%; outros, 10%.

Situação econômica34

A Colômbia é a quarta maior economia da América Latina e uma das economias mais dinâmicas nos últimos anos, registrando o décimo lugar no PIB per capita da região. O governo vem investindo maciçamente no país e na qualidade de vida da população e como resultado conseguiu expandir a classe média e reduzir o desemprego na Colômbia, levando ao aumento do consumo de produtos e serviços mais variados. O governo e as guerrilhas do país estão em negociação pela paz e os tramites finais em 2016 sinalizam um futuro ainda mais estável na Colômbia. O desenvolvimento na infraestrutura e a recuperação econômica mudaram a percepção dos investidores estrangeiros e da própria população colombiana, principalmente após as mudanças implantadas pelo presidente Álvaro Uribe, que governou o país entre 2002 e 2010, instalando a abertura econômica e acordos de comércio com os Estados Unidos e a União Europeia.

Nesses últimos anos, a classe média colombiana duplicou, passando de 15% a quase 30% da população, e a taxa de pobreza foi reduzida de 50% a 35%, enquanto conseguiu manter a inflação sob controle. No ranking do Relatório de Competitividade Mundial do Fórum Mundial de Economia, a Colômbia ocupou a 61ª posição, obtendo uma pontuação de 4,28. Em relação com o ranking anterior, o país avançou 5 posições.

33 Paridade de poder de compra.

34 Fontes: OECD, G1, World Economic Forum, El País.

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Comércio exterior

Entre os principais acordos estabelecidos pela Colômbia está o Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos (TLC), que entrou em vigor em 2012 e reduz a zero os impostos de importação entre os dois países, desfavorecendo os demais fornecedores. Além dos EUA, outros países ou blocos com os quais a Colômbia tem acordos são: El Salvador, Honduras, Guatemala, Comunidade Andina (Bolívia, Equador e Peru), Aliança do Pacífico (México, Peru e Chile), Comunidade do Caribe, Canadá, Efta, Cuba, Venezuela, Nicarágua e União Europeia.

Os produtos brasileiros desfrutam do Acordo de Complementação Econômica (ACE – 59) firmado entre a Colômbia e o Mercosul, do qual é associado, que prevê a desgravação tarifária de 23% a 100% nos produtos têxteis e de confecção importados por estes países.

Tabela 35 – Maiores países fornecedores para a Colômbia – Vestuário – NCM Cap. 61/62 - US$ mil

#Países

exportadoresValor importado

2014Valor importado

2015Evolução

Mundo 740.592 787.723 6,4%

1 China 395.477 409.393 3,5%

2 Vietnã 43.194 47.162 9,2%

3 Peru 32.152 33.244 3,4%

4 Bangladesh 30.433 33.194 9,1%

5 Honduras 15.940 29.255 83,5%

6 Turquia 28.260 28.429 0,6%

7 Índia 25.520 24.528 -3,9%

8 EUA 28.686 23.487 -18,1%

9 México 15.770 19.025 20,6%

10 Marrocos 16.964 17.041 0,5%

Outros países fornecedores da América Latina e Caribe

18 Equador 4.549 6.938 52,5%

24 Panamá 1.366 1.744 27,7%

31 El Salvador 1.227 872 -28,9%

34 Guatemala 562 758 34,9%

35 Argentina 1.312 698 -46,8%

(Continua)

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#Países

exportadoresValor importado

2014Valor importado

2015Evolução

36 Chile 1.079 681 -36,9%

39 Nicarágua 378 425 12,4%

41 Brasil 156 351 125,0%

44 Paraguai 233 260 11,6%

Fonte: wlaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC

O principal país fornecedor das importações de vestuário da Colômbia é a China, com US$ 409 milhões, representando sozinho 52% do total. Além da China, outros três países asiáticos estão entre os 10 primeiros fornecedores: Vietnã, Bangladesh e Índia. O Peru, em terceiro lugar, é o primeiro país latino-americano na lista, seguido por Honduras (5º) e México (9º). O Brasil é o 41º país fornecedor de vestuário da Colômbia e, embora tenha mais do que dobrado o valor, chegando em US$ 351 mil, o mesmo representa apenas 0,04% do total importado pela Colômbia.

Tabela 36 – Principais países destino das exportações da Colômbia – Vestuário – NCM Cap. 61/62 - US$ mil

#Países

importadoresValor exportado

2013Valor exportado

2014Evolução

Mundo 598.733 520.226 -13,1%

1 EUA 202.464 179.015 -11,6%

2 Equador 81.932 78.896 -3,7%

3 México 65.607 54.868 -16,4%

4 Peru 38.426 38.078 -0,9%

5 Venezuela 71.578 28.601 -60,0%

6 Costa Rica 29.812 26.341 -11,6%

7 Chile 15.810 15.091 -4,5%

8 Panamá 14.277 12.785 -10,5%

9 Holanda 14.199 12.332 -13,1%

10 Brasil 5.569 8.905 59,9%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map – ITC

Analisando as exportações da Colômbia, pode se confirmar os benefícios do acordo comercial com os EUA, que é o principal destino, absorvendo US$ 180 milhões, representando cera de um terço das exportações. O Brasil é décimo maior comprador de vestuário da Colômbia, com US$ 8,9 milhões, gerando assim um deficit comercial para o Brasil de US$ 8,5 milhões.

(Continuação)

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O mercado de vestuário

O setor têxtil colombiano é um dos mais relevantes da América Latina e um forte concorrente da indústria brasileira, mas também representa um mercado de grandes oportunidades devido à situação atual de desenvolvimento econômico. Além de sua própria demanda doméstica, os recentes acordos ratificados pela Colômbia criaram uma dinâmica comercial no setor têxtil e de confecções. Dessa maneira, as empresas colombianas passam por um momento de grandes investimentos, alguns deles promovidos pelo próprio governo, para melhorar e aumentar sua capacidade de produção. O setor representa 7,5% do PIB industrial e 5% das exportações, sendo apoiado pelo Programa de Transformação Produtiva do governo federal, por meio de parcerias público-privadas, visando a conso-lidação como sistema de moda de nível mundial35.

A perspectiva é de que, para os próximos anos, as marcas locais se beneficiem da abertura de mercado com a expansão de pontos de venda e da oferta de produtos. A estabilidade econômica que se instalou na Colômbia nos últimos dois anos, trouxe perspectivas positivas para o mercado de varejo e, como consequência, espera-se a chegada de novos players internacionais no país. Outro fator atrativo é a expansão de grandes centros comerciais (shopping centers) nas principais cidades, entre eles Centro Mayor, Calima e Titán em Bogotá. São cerca de 500 centros de compras em 43 cidades do país. Atualmente, estima-se que as vendas em geral por meio de centros comerciais repre-sentem 17% das compras no varejo, número que deve aumentar para 25% com o aquecimento deste modelo de negócios até 2018.

Entre as empresas estrangeiras que entraram recentemente no mercado colombiano de varejo estão a chilena Ripley, a portuguesa Ara e a americana PriceSmart. Marcas estrangeiras já insta-ladas no país também têm intenções de expandir seus negócios, como a Gap, Forever 21, Banana Republic e Pull & Bear. O dinamismo das diferentes categorias do varejo deve levar o setor a um crescimento de 3% ao ano, até 2018.

O país é um tradicional mercado na indústria da moda mundial, onde também atuam grandes estilistas, butiques high end e lojas independentes, combinados com as principais feiras do segmento. O mercado de vestuário local caracteriza-se pela fragmentação em relação às marcas e aos pontos de venda, tornando-o altamente competitivo, mas também de grandes oportunidades para as empresas estrangeiras. As 30 principais empresas atuantes no país representam apenas 33% do comércio e os produtos estão distribuídos principalmente entre cadeias especializadas, lojas de departamento e redes de vestuário.

Para a massa dos consumidores, a questão do preço continua a principal influência na decisão de compra, apesar da melhoria no cenário econômico. Por conta disso, as marcas de fast fashion ganharam mais destaque nos últimos anos e vêm investindo em um posicionamento jovem, explorado por meio de parcerias com celebridades e designers famosos. Produtos com a etiqueta “made in France” têm tido cada vez mais importância para o país dada a preocupação que os franceses tiveram em dar suporte à economia local para ajudá-la a enfrentar o período de recessão econômica. No entanto, embora o crescimento da presença de marcas internacionais, os consumidores

35 Fonte: ProColombia.

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colombianos valorizam muito as marcas locais que estão presentes em todos os segmentos de preço e conseguem se adaptar às tendências de moda internacionais e competir com boa qualidade. A tendência é que esse hábito permaneça, mas que os consumidores mantenham um equilíbrio entre as compras de produtos importados e a preferência local.

Feiras e eventos recomendados

• Cartagena Fashion Week - anual;• A Colombiatex, feira de tecidos e insumos que ocorre em Medellín, é um dos eventos

mais importantes do setor na região e atrai compradores locais e de diversos países vizi-nhos, como: Venezuela, Equador, Peru, Chile, Bolívia, República Dominicana, El Salvador e Honduras.

5.4 ARGENTINA

Dados gerais país36

Capital: Buenos AiresPIB: US$ 964,3 bilhões (2015 est.).PIB per capita: US$ 22,400 (2015 est.).Inflação: 27,6% (2015 est.).Desemprego: 7,6% (2015 est.).População: 43,4 milhões (julho de 2015 est.).Etnias: Brancos (majoritariamente espanhóis e italianos), 97%; mestiços, indígenas ou outros, 3%.Religião: Católicos romanos, 92%, protestantes, 2%; judeus, 2%; outros, 4%.

36 Fonte: CIA World Factbook.

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Situação econômica37

A Argentina é a terceira maior economia e possui o segundo maior PIB per capita da América Latina, sendo destaque também como membro-fundador do maior bloco econômico da região, o Mercosul. É um país rico em recursos naturais, com uma população altamente alfabetizada, um setor agrícola orientado para a exportação e uma base industrial diversificada. Embora um dos países mais ricos do mundo há 100 anos, a Argentina sofreu durante a maior parte do século 20 de recorrentes crises econômicas, deficits no caixa, inflação alta, aumento da dívida externa e a fuga de capitais. A depressão grave e o crescente endividamento público e externo, e uma corrida bancária sem precedentes, culminou, em 2001, na mais grave crise econômica, social e política na turbulenta história do país. Os argentinos têm lutado com altas taxas de inflação desde 2008 e estão se adaptando desde então. Mas, em novembro de 2015, os argentinos comemoram a vitória do eleito presidente Mauricio Macri, o primeiro não peronista a habitar a Casa Rosada em 16 anos. Ele prometeu normalizar a economia da Argentina depois de anos de má gestão por seus antecessores. Em 1º de fevereiro de 2016, o Ministério das Finanças abriu negociações em Nova York, em uma tentativa de chegar a um acordo com credores internacionais.

Comércio exterior

Argentina é membro-fundador do Mercosul e também faz parte da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que buscam avançar em uma variedade de interesses.

A União Europeia, como um todo, é o primeiro parceiro da Argentina em cooperação, seu prin-cipal investidor e seu segundo parceiro comercial, atrás somente do Brasil. Em 2013, UE e Argentina tiveram um volume de comércio total de € 17,643 bilhões, representando 14,8% do comércio exte-rior argentino.

Entre 2003 e 2015, a corrente de comércio bilateral elevou-se de US$ 9,24 bilhões para US$ 23,09 bilhões, um crescimento de 150%. No período, as exportações brasileiras para a Argentina cresceram de US$ 4,56 bilhões para US$ 12,8 bilhões, incremento de 181%. Em 2015, a Argentina ocupou o terceiro lugar no destino das exportações brasileiras. A forte dinâmica comercial bilateral, marcada pelo elevado percentual de produtos de alto valor agregado, tem importantes impactos em setores estratégicos das duas economias, sobretudo na indústria. Ressalta-se, entre as áreas beneficiadas pela parceira bilateral, o setor automotivo, que tem efeitos diretos e indiretos sobre o conjunto da economia brasileira, em campos tão diversos como mineração, siderurgia, metalurgia, química, petróleo e gás, além do setor de serviços (engenharia, mecânica, administração, propaganda e marketing etc.).

A pauta de exportações argentinas é dominada por commodities, tais como soja e milho, mas também há automóveis e caminhões.

37 Fonte: Forbes, BBC, The Economist.

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Tabela 37 – Maiores países fornecedores para a Argentina – Vestuário – NCM Cap. 61/62 - US$ mil

#Países

exportadoresValor importado

2014Valor importado

2015Evolução

Mundo 326.755 281.072 -14,0%

1 China 148.907 138.096 -7,3%

2 Peru 25.534 23.290 -8,8%

3 Índia 21.503 21.630 0,6%

4 Vietnã 21.544 17.512 -18,7%

5 Indonésia 12.936 7.786 -39,8%

6 Paraguai 9.594 6.834 -28,8%

7 Uruguai 10.869 6.318 -41,9%

8 Camboja 9.862 6.309 -36,0%

9 Bangladesh 6.276 6.170 -1,7%

10 Myanmar 8.155 5.834 -28,5%

Outros países fornecedores da América Latina e Caribe

12 Brasil 5.453 3.663 -32,8%

19 Bolívia 2.704 2.106 -22,1%

22 México 979 1.365 39,4%

24 Colômbia 785 751 -4,3%

32 El Salvador 494 265 -46,4%

38 Nicarágua 357 173 -51,5%

40 Honduras 84 116 38,1%

46 Guatemala 948 57 -94,0%

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC

As importações de vestuário da Argentina diminuíram 14% entre 2014 e 2015, porém conti-nuam a ser lideradas pela China cuja participação neste total encolheu apenas 7,3% neste período, representando ainda quase metade do total, com US$ 138 milhões. O vizinho Peru ocupa o distante segundo lugar com um volume de US$ 23 milhões, praticamente um sexto do da China. Sete dos 10

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países fornecedores, representando 72% do total, são asiáticos. A lista dos “top 10” é completada pelos membros do Mercosul Paraguai e Uruguai, nas posições seis e sete. As importações argen-tinas vindas do outro parceiro comercial do Mercosul Brasil encolheram 32,8% de 2014 para 2014, deixando o país no 12º lugar, com US$ 3,7 milhões, representando 1,3% do total. Entre os outros fornecedores da América Latina vale destacar o México, que foi o único a conseguir aumentar sua participação no período, embora ocupe a 22ª posição, com US$ 1,4 milhão.

Tabela 38 – Principais países destino das exportações da Argentina – Vestuário – NCM Cap. 61/62 - US$ mil

#Países

importadoresValor exportado

2013Valor exportado

2014Evolução

Mundo 87.084 68.664 -21,2%

1 Brasil 33.918 32.965 -2,8%

2 Uruguai 18.729 13.089 -30,1%

3 Chile 17.938 12.665 -29,4%

4 Paraguai 5.758 3.614 -37,2%

5 Peru 1.846 1.279 -30,7%

6 Japão 1.153 680 -41,0%

7 México 877 670 -23,6%

8 Colômbia 1.186 667 -43,8%

9 EUA 817 604 -26,1%

10 Bolívia 583 516 -11,5%

Fonte: elaborado por Schneider Consult com dados do Trade Map – ITC

Analisando, por outro lado, as exportações argentinas de vestuário, é possível constatar que o Brasil é o principal destino, com US$ 33 milhões, o que representa quase metade do total, gerando uma balança comercial negativa para o Brasil neste segmento específico de US$ 29,4 milhões. Uruguai e Chile ocupam as próximas posições e juntos, os três primeiros destinos, absorvem mais de 90% das exportações da Argentina. Em geral, as exportações diminuíram 21,2% entre 2014 e 2015.

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O mercado de confecção38

O ano de 2015 foi marcado por um mercado estagnado. O “Plan Ahora 12”, um subsídio do governo para financiar compras em até doze parcelas sem juros, foi bem-sucedido e conseguiu evitar uma queda maior no volume total de vendas que sofreram com o aumento dos preços dos produtos, além do ambiente geral de negócios desfavorável, combinado com o risco político no ano de eleições presidenciais, que desencorajaram os consumidores. O poder de compra também sofreu o impacto da alta inflação e da economia fraca, levando ao crescimento do mercado informal e de falsificações de produtos de marcas. De acordo com a câmara de comércio local, circularam AR$ 4 bilhões em mercadorias falsificadas, sendo 47% disso de vestuário e calçado.

O nível de concorrência no mercado argentino continua alto, devido a uma estrutura de mercado bastante fragmentado. Criadores locais são beneficiados por altas tarifas de importação, principalmente nos segmentos premium. Restrições de acesso a crédito e aumento dos custos locais limitam o potencial de expansão do mercado. As vendas on-line, no entanto, continuaram a ganhar importância e cresceram com taxas de dois dígitos em 2015. A maioria das marcas tem um website no portal Mercadolibre, porém boa parte também mantém um site próprio, embora seja mais para comunicação do que para comercialização.

A projeção para os próximos cinco anos é conservadora, embora haja esperança no novo governo de controlar gastos públicos e inflação. Uma retomada de crescimento de consumo não é esperada antes do segundo semestre de 2017.

O varejo de moda na Argentina é muito fragmentado. O líder Grimoldi, com AR$ 1,995 milhões, detém uma participação de mercado de apenas 1%, embora tenha aumentada seu share em 45%, alcançando vários segmentos de consumidores, graças a uma ampla gama de marcas, incluindo a marca própria Grimoldi, além de Hush Puppies, Merrell, North Face and Outscape e uma grande cobertura geográfica.

Feiras e eventos recomendados

• Salon de la Moda Argentina;• Emitex, Simatex e Confemaq são três eventos simultâneos para toda cadeia de forneci-

mento da indústria têxtil e de confecções.

38 Fonte: Euromonitor.

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5.5 PERU

Dados gerais do país

Capital: LimaPIB: US$ 385,4 bilhões (2015 est.).PIB per capita: US$ 12,300 (2015 est.).Inflação: 3,6% (2015 est.).Desemprego: 6,1% (2015 est.).População: 30,4 milhões (julho 2015 est.).Etnias: Indígenas, 45%; mestiços, 37%; brancos 15%; afrodescendentes, japoneses, chineses e outros, 3%.Religião: Católicos romanos, 81,3%; protestantes, 12,5%; outros, 3,3%; nenhuma, 2,9% (2007 est.).

Situação econômica

O Peru é a sétima maior economia da região e registra o sétimo PIB per capita. O país evoluiu muito nos últimos anos, crescendo a uma média de 5,6% ao ano entre 2009 e 2013, com uma taxa de inflação pouco abaixo da meta de 3%39. A economia do Peru ainda depende muito da mineração de prata e cobre, dos quais ele é, respectivamente, o segundo e terceiro maior produtor mundial, o que, no entanto, o torna muito vulnerável às flutuações dos preços destas commodities. O crescimento acelerado combinado com programas de desenvolvimento e programas sociais diminuíram o índice de pobreza em 28% desde 2002. No relatório de competitividade do Fórum Econômico Mundial de 2015, o país assume a 69ª posição.

Comércio exterior

Desde 2009 o Peru mantém um acordo de promoção de comércio com os EUA e dobrou o volume de negócios realizados com este país desde então. O país também faz parte da Aliança do Pacífico, junto com México, Chile e Colômbia, e da Comunidade Andina de Nações (CAN),

39 Fonte: Forbes - http://www.forbes.com/places/peru/.

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um dos blocos econômicos mais importantes da América do Sul com o qual o Peru participa junto com a Bolívia, Colômbia, Equador.

Tabela 39 – Maiores países fornecedores para o Peru – Vestuário – NCM Cap. 61/62 – US$ mil

#Países

exportadoresValor importado

2014Valor importado

2015Evolução

Mundo 686.721 647.863 -5,7%

1 China 492.284 443.671 -9,9%

2 Bangladesh 19.719 32.383 64,2%

3 Colômbia 39.190 32.156 -17,9%

4 Índia 35.062 29.890 -14,8%

5 Vietnã 14.906 17.231 15,6%

6 Camboja 5.523 10.034 81,7%

7 Indonésia 6.907 9.299 34,6%

8 Turquia 6.446 7.796 20,9%

9 Tailândia 5.300 5.485 3,5%

10 Paquistão 4.707 5.428 15,3%

Outros países fornecedores das Américas

11 México 7.182 5.045 -29,8%

14 EUA 3.411 3.021 -11,4%

18 Chile 2.194 2.454 11,9%

20 Equador 2.576 2.121 -17,7%

24 Brasil 1.568 1.642 4,7%

26 Bolívia 302 1.294 328,5%

29 Honduras 984 788 -19,9%

30 El Salvador 825 772 -6,4%

35 Argentina 1.736 647 -62,7%

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC

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Além disso, eles assinaram acordos comerciais com vários outros países e blocos econômicos, entre eles a UE, Canadá, China, Coreia, Japão e vários outros países da América Latina, como Costa Rica, Panamá e Venezuela.

O Peru é o quinto maior importador de vestuário da América Latina, com US$ 648 milhões, no entanto, 68% disso vem da China e mais 17% são fornecidos por outros sete países asiáticos posi-cionados entre os primeiros 10 países fornecedores, somando 85%. O único país latino-americano a fornecer para o Peru entre os “top 10” é a Colômbia, em terceiro lugar, com US$ 32,3 milhões, repre-sentando 0,5% de todas as importações. Entre os outros fornecedores das Américas, o Brasil ocupa o 24º lugar com US$ 1,6 milhão, o que representa 0,2%.

Tabela 40 – Principais países destino das exportações do Peru - Vestuário – NCM Cap. 61/62 – mil US$

#Países

importadoresValor importado

2013Valor importado

2014Evolução 2013 – 14

Mundo 1.183.588 896.447 -24%

1 EUA 626.018 565.844 -10%

2 Brasil 85.663 60.777 -29%

3 Alemanha 38.265 33.760 -12%

4 Chile 33.761 23.391 -31%

5 Canadá 18.210 20.576 13%

6 Colômbia 33.796 18.377 -46%

7 Venezuela 152.497 17.082 -89%

8 Argentina 20.475 16.929 -17%

9 França 14.940 16.479 10%

10 Equador 29.896 15.088 -50%

11 México 23.741 14.669 -38%

12 Itália 18.042 13.455 -25%

13 Reino Unido 12.262 13.001 6%

14 Japão 10.946 9.048 -17%

15 Hong Kong, China 8.417 8.555 2%

Fonte: elaborado por Schneider Consult, com dados do Trade Map – ITC

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Por outro lado, as exportações de vestuário do Peru têm uma longa tradição. A indústria têxtil peruana tem uma história que data do século XIX e, nos últimos 40 anos, se desenvolveu, principalmente, com foco no fornecimento de vestuário para os EUA e a Europa. As maiores indús-trias têxteis do país são completamente verticalizadas, compram a fibra e vendem a roupa pronta, e estão, ainda, focadas na exportação. Um fator que auxiliou esse movimento foi a celebração de acordos internacionais com ambos os mercados nos últimos anos. Estima-se que mais de 60% da produção de vestuário peruano seja destinada à exportação.

As estatísticas confirmam essas informações, revelando que, mesmo tendo diminuído em 24% suas exportações de vestuário em 2014, 63% das US$ 896 milhões foram destinadas aos EUA. Mais 12% são destinados a outros mercados exigentes de países industrializados, entre eles a Alemanha (3º), o Canadá (5º) e a França (9º). O Brasil é o segundo destino mais importante, com US$ 60,7 milhões, representando 7% do total. O Peru também exporta ativamente para outros países da América Latina, como o Chile (4º), a Colômbia (6º) e a Venezuela (7º).

O mercado de vestuário40

No período entre 2005 e 2014 o crescimento do consumo de vestuário no Peru foi de 41,2%, chegando a mais de 197 milhões de peças em 2014. Prevê-se ainda um crescimento de mais 30% até 2019. Além das grandes indústrias exportadoras, existem também pequenas e médias confecções que estão focadas, principalmente, no mercado interno. Com o crescimento do consumo e mudança de perfil do consumidor peruano, nota-se ainda uma vontade crescente das grandes indústrias de vestuário peruanas iniciarem um trabalho com marcas próprias no mercado interno. Estima-se que mais de 60% da produção de vestuário peruano seja destinada à exportação. Existe ainda uma forte importação de produtos asiáticos no mercado peruano. No vestuário, estima-se que de 30% a 40% do consumo seja de produtos importados, sendo a grande maioria vindos da China. Agora com maior número de shoppings e com tendência de aumento desse número, a população está preferindo produtos mais sofisticados e com um valor relativamente mais elevado. Entretanto há ainda uma parcela da população que vive em áreas de montanhas que preferem roupas mais tradicionais.

Os produtos brasileiros representaram apenas 0,3% das importações peruanas de vestuário em 2014. De 2011 a 2014 as importações do Peru de vestuário brasileiro declinaram 4,9%, enquanto as importações mundiais aumentaram 55%. O varejo de grande superfície no Peru é dominado atualmente pelos grupos Ripley, Oechsle e Falabella que, no caso do vestuário, se concentram na venda de marcas próprias, com produção na China, e de marcas reconhecidas internacionalmente. No entanto, a decisão de compra nesse varejo de grande superfície no Peru é limitada. De 80% a 90% dos produtos de vestuário colocados nas gôndolas são escolhidos pela matriz chilena.

40 Fonte: TexBrasil.

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Os centros comerciais estão se tornando cada vez mais atrativos para os peruanos. A metade das lojas de roupas no Peru já estão presentes nos shoppings e marcas de luxo mundiais estão começando a se tornar comuns, criando uma cultura de “desejo por itens mais luxuosos” nos consumidores.

Um setor que tem aproveitado desse crescimento no Peru é o de calçados brasileiros. Diversas marcas brasileiras estão presentes nos centros comerciais peruanos com lojas próprias ou franquias, evidenciando o modelo de lojas monomarcas.

No entanto, espera-se para os próximos anos uma mudança nesse mercado. O crescimento do poder de compra e do mercado peruano fez com que grandes varejistas de vestuário internacionais se interessassem e iniciassem operações no Peru. Espera-se para os próximos anos a continuidade dessa expansão.

O Peru ainda é um dos países da América Latina com o menor gasto per capita em compras pela internet. Mas apesar desse fator, em 2014, a venda do varejo pela internet cresceu 18% e é previsto um crescimento médio de 13% nos próximos cinco anos. Isso se dará por conta da entrada de mais players nesse nicho e mais consumidores com acesso à cartões de crédito, além do aumento da confiança desses consumidores em comprar on-line.

Feiras e eventos recomendados

• Texmoda, ocorre anualmente, em outubro, Lima.

5.6 CONCLUSÕES SOBRE OPORTUNIDADES NA AMÉRICA LATINA

• A América Latina é o maior destino do Brasil no setor de vestuário, comprando 58% de suas exportações. No entanto, a presença do Brasil neste mercado-alvo, cujas exportações representam meros 0,6% do total das importações da região, ainda é muito tímida até quando comparada com outros países latino-americanos, indicando um grande potencial a ser explorado;

• Embora as maiores facilidades de acesso, o Brasil registra um deficit comercial significativo no setor de vestuário para com os parceiros comerciais do Mercosul;

• Os três maiores compradores do Brasil são os vizinhos Paraguai, Uruguai e Bolívia, o que sugere que a proximidade geográfica e a facilidade de acesso ajudam a diminuir as barreiras no comércio de fronteira e a incentivar a relação comercial internacional. No entanto, ao mesmo tempo, esse dado sugere que a maior distância geográfica, além de familiaridade e conhecimento limitados de outros mercados ainda constituem barreiras importantes para as confecções brasileiras. Portanto, recomenda-se que uma das linhas de ação para um programa setorial de internacionalização seja a intensificação e/ou consolidação do comércio fronteira;

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• O recente crescimento econômico em vários países da região é aproveitado pelas grandes marcas mundiais, que atuam de forma bem direcionada para se posicionarem nos mercados de maior volume e crescimento, com base em estudos e estratégias de entrada de mercado regionais;

• Vários países latino-americanos desenvolveram suas cadeias produtivas da indústria têxtil e de confecções para um nível de competitividade internacional, seja por terem tradição histórica no setor (ex.: Peru), seja por terem implementado programas de desenvolvimento eficazes (ex.: Colômbia), e se beneficiam fortemente de acordos comerciais que lhes opor-tunizam o acesso a grandes mercados, tais como os EUA, mas também uma boa presença nos demais mercados da América Latina;

• Para garantir a maior eficácia na inserção das empresas com potencial nesses mercados, recomenda-se desenhar uma estratégia de internacionalização setorial, incluindo linhas de ação específicas para cada linha de produto, levando em consideração o perfil das empresas, suas necessidades de preparação e aprendizado, além de aprofundar o conhecimento sobre as oportunidades de mercado específicas para cada uma destas linhas de produtos, visando promover o match-making preciso entre capacidade de atuação e oportunidades e desafios de mercado;

• Vale ressaltar, neste contexto, que os mercados latino-americanos não necessariamente são menos competitivos que mercados europeus ou norte-americanos, visto que a concor-rência asiática, bem como as grandes marcas internacionais, principalmente de fast fashion, mas também de linhas high end, já estão presentes. Para se ter sucesso nesses mercados também será necessária a elaboração de estratégias de entrada compatíveis e precisas para cada mercado, identificando nichos para cada linha de produtos;

• Uma estratégia de expansão regional importante a ser analisada também é a de acompanhar a expansão de redes de varejo, a exemplo das redes Ripley e Falabella do Chile, que está se instalando em vários outros países da região;

• Diferentemente de eventos nos mercados mais maduros, onde são segmentados por públi-cos-alvo, linhas de produto e/ou segmento da cadeia produtiva, as feiras de moda nos países latino-americanos muitas vezes se direcionam para vários públicos ao mesmo tempo ou são até multissetoriais. Dessa forma, é fundamental para o retorno das participações analisar o perfil do evento e do público frequentador e preparar antecipadamente a identificação e o convite de potenciais parceiros comerciais. Nesse sentido, pode ser interessante combinar a participação em um evento comercial com a abordagem do programa “Prospect”, que inclui também visitas e encontros fora dos eventos principais.

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6 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

As conclusões e considerações finais procuram extrair as principais lições do estudo e propor um direcionamento para as ações de apoio e promoção do programa Inseri - Vestuário, com foco nas micro e pequenas empresas participantes, unindo e resumindo as conclusões de todos os capítulos.

Análise do setor e das empresas participantes

Embora o Brasil tenha um parque industrial e um mercado interno entre os 10 maiores do mundo, o país sofre a invasão da competição asiática ao mesmo tempo em que sua atuação no mercado internacional de vestuário continua muito tímida, representando apenas 0,03% das exporta-ções mundiais. O tamanho e os desafios do próprio mercado nacional têm ocupado o empresariado brasileiro de tal maneira que o levaram a negligenciar o potencial do mercado internacional por muitos anos. No momento de crise do mercado doméstico e de câmbio favorável, a exportação surge, novamente, como oportunidade a ser considerada. É muito interessante aproveitar esse cenário de maneira a estimular mais empresas a investirem na inserção no mercado internacional e levar o Brasil a uma presença e representatividade mundial que fazem jus a seu tamanho e potencial.

A análise da capacidade de atuação das empresas participantes leva a recomendar uma abor-dagem de atuação em duas linhas:

1) Apoiar a consolidação e expansão, num horizonte de curto e médio prazo, das empresas consideradas prontas para a inserção no mercado internacional pelo diagnóstico e também as que já exportam, embora de forma irregular ou muito recente;

2) Apoiar a estruturação, o aprendizado e a inserção das empresas consideradas com potencial, num horizonte de médio a longo prazo.

Para a primeira linha de ação, visando direcionar o apoio e a promoção comercial com efetividade, recomenda-se identificar as linhas de produtos de maior potencial de mercado, identificar mercados-alvo em função da receptividade para essas linhas e concentrar nelas os esforços para gerar resultados concretos no curto prazo. Desta forma, o segmento entre as empresas participantes do Inseri com o maior potencial para gerar resultados comerciais no curto prazo é o de moda praia e verão, visto que:

• É a linha de produtos em que atua a maioria das confecções avaliadas como prontas para a inserção no mercado internacional, bem como as de maior experiência em exportação;

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• É o principal segmento de vestuário no qual o Brasil é reconhecido como referência mundial e que, portanto, oferece o maior potencial para se diferenciar frente à concorrência.

Esse segmento compreende 21 empresas, representando 19% do total dos participantes. Se agregar ainda as linhas de fitness e esportes, dentro do conceito de moda para atividades físicas e outdoor, este segmento compreende 31 empresas, representando 28%. Baseado nessas análises, recomenda-se que os esforços de apoio à internacionalização se concentrem, inicialmente, nestas linhas de produtos, como uma espécie de “abre portas”. Uma vez despertado o interesse pelos produtos brasileiros junto aos compradores nos mercados-alvo, nas linhas de maior receptividade, poderão ser introduzidas outras linhas de produtos, tais como a linha de moda feminina e moda íntima.

É importante também lembrar que a grande maioria dessas empresas conta com uma experiência irregular ou muito recente na exportação. Portanto, o primeiro objetivo deverá ser a consolidação de sua atuação no mercado internacional.

Para a segunda linha de ação, o segmento das empresas que demonstram potencial, porém ainda precisam ser preparadas, representando a grande maioria das empresas participantes (58%), se recomenda uma abordagem mais cautelosa. Enquanto elas serão preparadas com capacitações e consultorias estruturadoras, elas poderão ser expostas aos poucos à experiência do mercado internacional, por meio da participação em eventos e feiras internacionais, no Brasil e no exterior, tendo como objetivo maior, inicialmente, o aprendizado e não necessariamente o resultado comercial, em curto prazo.

Principais tendências do mercado mundial

Em relação ao mercado mundial de vestuário e calçados, a tendência da demanda continua sendo de crescimento firme, com um aumento de 4,5% entre 2013 e 2014, mesmo com a Europa Ocidental praticamente estagnada. Nesse cenário global, embora tenham perdidos a liderança do ranking dos maiores mercados mundiais para a China, em 2015, os EUA se recuperaram bem da recessão e ostentam uma taxa de crescimento em torno de 2%. Eles continuam os maiores importadores de vestuário e de moda praia do mundo, respectivamente, com 20% e 23,3% do total.

Uma das principais tendências de consumo no setor da moda em nível mundial é o crescimento da demanda por moda esporte e fitness, a reboque do crescimento do interesse das pessoas por atividades físicas e ao ar livre, na busca de saúde e maior qualidade de vida. Dessa tendência de mudança de comportamento em escala global surge o segmento de moda chamado athleisure, a combinação de elementos da moda esporte com a moda casual, que sai das academias e invade as ruas. Os EUA são os precursores dessa tendência e o mercado onde mais fortemente se mani-festa na demanda, levando as grandes marcas mundiais de moda esporte a investirem em linhas casuais e, no sentido inverso, as marcas de moda casual a incluírem elementos esportivos em suas coleções. Essa tendência mundial reforça a escolha da linha de produtos de moda praia, beachwear, fitness e esporte como foco inicial principal do projeto Inseri.

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Outra tendência importante é o crescimento das vendas on-line, seja via computador, smartfone, tablet ou outro equipamento, no mundo inteiro e são parte indispensável dos canais de comuni-cação e eventualmente de comercialização a serem disponibilizados pelas empresas que pretendem competir no mercado internacional.

Mercados-alvo selecionados

Com base na abordagem de atuação proposta, os mercados-alvo foram divididos em duas linhas principais:

1) Consolidação e expansão das empresas prontas e que já exportam, visando resultados comerciais no curto e médio prazo: mercados onde estas empresas já atuam;

2) Estruturação, aprendizado e inserção das empresas com potencial no médio a longo prazo: mercados que permitem uma abordagem de aprendizado e inserção no médio prazo.

Mercados onde as confecções já atuam, visando a consolidação e expansão no curto prazo

O segmento de moda praia foi identificado entre as empresas prontas e com experiência de exportação como o de maior potencial para ser consolidado. Os maiores mercados importadores de moda praia do mundo coincidem com os principais países para onde as empresas participantes prontas e com experiência internacional já exportam: EUA, França, Portugal, contrariando a opinião geral de que as pequenas confecções não têm competitividade para se estabelecerem em mercados mais exigentes. O estudo aprofundado nesdes países indica os EUA como principal mercado-alvo para iniciar as atividades de internacionalização das empresas do Inseri, principalmente pelos seguintes motivos:

• Os EUA, os maiores importadores de vestuário e moda praia, se encontram numa curva ascendente mais sólida, com um consumidor mais confiante e disposto a gastar sua renda disponível que está crescendo novamente;

• Os EUA estão “puxando” a expansão do segmento de mercado athleisure no mundo, abrindo oportunidades para novas marcas;

• A forte presença das empresas exportadoras do grupo de confecções participantes do projeto Inseri nos EUA também depõe muito a favor deste mercado, evidenciando que o receio de se iniciar um trabalho de inserção internacional em um mercado mais exigente não se justifica de forma generalizada;

• O diferencial do produto brasileiro na linha de moda praia e verão, a associação com a alegria de viver, sol, praia e natureza em geral, é muito valorizado por parte do consumidor norte-a-mericano, e que é reforçado justamente pela distância cultural;

• A visibilidade que o sucesso de atletas brasileiros nos esportes de praia, tais como surfe e vôlei de praia, proporcionam para produtos da linha praia, verão, fitness e esporte vindos do Brasil;

• As oportunidades no chamado mid market, para marcas que oferecem um bom diferencial de design ou proposta, com boa qualidade e valor competitivo para este segmento.

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No que diz respeito à estratégia de entrada nesse mercado, recomenda-se que esta vá além da participação nas feiras nacionais e inclua eventos regionais e prospecções direcionadas para buscar parceiros comerciais locais para a distribuição e o alcance do pequeno e médio varejo.

Mercados que permitem o aprendizado e a inserção no médio prazo

Para essa linha de ação, recomenda-se concentrar os esforços inicialmente em mercados nos quais as barreiras de entrada não sejam tão altas, a exemplo dos países vizinhos da América Latina, cuja proximidade geográfica, cultural e de hábitos de consumo pode facilitar a entrada e o aprendizado. Dessa forma, cada empreendedor poderá assimilar os desafios do processo de internacionalização, na velocidade com a qual se sente confortável, apropriada à sua capacidade de aprendizado, e se estruturar à medida que avança.

Para garantir a maior eficácia na inserção das empresas com potencial, recomenda-se, ainda, à medida que o trabalho evolua, desenvolver linhas de ação específicas para cada linha de produto, levando em consideração o perfil das empresas, suas necessidades de preparação e aprendizado, além de aprofundar o conhecimento sobre as oportunidades específicas para cada uma dessas linhas de produtos em cada mercado, visando promover o match-making preciso entre capacidade de atuação e oportunidades e desafios de mercado.

Recomendações finais

O processo de internacionalização é bem mais complexo do que a expansão comercial dentro do território brasileiro e, para dar frutos duradouros, exige que seja tratado com atenção especial, por meio de um projeto específico que inclui um plano estratégico com objetivos, metas e prazos claros, além da alocação de recursos financeiros e humanos. Esse investimento não precisa ser alto e não deve assustar os empreendedores das pequenas confecções. Mais importantes do que o volume de recursos serão a consistência dos planos, a dedicação e o comprometimento com que serão executados, com visão de médio a longo prazo. As recompensas para esse investimento poderão ser múltiplas: expansão para novos mercados, cujas receitas podem compensar variações no mercado doméstico e vice-versa; aprendizado e amadurecimento organizacional, além de acesso direto e privilegiado a informações de mercado internacional, com reflexos positivos para atuação no mercado doméstico e na “defesa” frente à invasão da concorrência internacional, entre outros.

Nesse sentido, é fundamental estar preparado para, e disposto a, ajustar e, eventualmente, desenvolver produtos específicos para o projeto de internacionalização, levando em consideração especificidades da demanda nos mercados-alvo, tais como modelagem, preferência de cores, motivos, padrões e materiais, entre outros.

Nos preparativos para o mercado internacional, independentemente dos países-alvo, é preciso dar atenção especial à tendência crescente das vendas on-line. Embora os exportadores não necessariamente precisem se engajar na própria venda on-line para alcançar os mercados interna-cionais, pelo menos não no estágio inicial, recomenda-se profissionalizar a apresentação on-line,

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nos diversos canais, inclusive antes de participar da primeira ação de promoção comercial, no(s) idioma(s) do(s) mercado(s)-alvo, visto que ela é um meio de comunicação e exposição básico no mundo dos negócios internacionais, ainda mais no setor de moda, onde imagem e percepção de valor são tudo.

Ainda no que tange à apresentação no mercado internacional, a análise detalhada dos diagnós-ticos das empresas participantes do Inseri revelou que muitas confecções usam nomes de fantasia e de marcas que podem ser interessantes para o mercado brasileiro ou em sua região de origem, porém dificultariam seu posicionamento no mercado internacional. Recomenda-se um estudo de nomes e design de logomarca para que o projeto de internacionalização não sofra restrições no mercado internacional.

O sucesso de vários países latino-americanos no desenvolvimento de sua capacidade de atuação internacional no segmento de vestuário sugere a criação, no Brasil, de um programa de internacio-nalização setorial abrangente, que possua uma visão global envolvendo toda cadeia produtiva e de comercialização, todos os portes de empresas, que vá além da mera promoção comercial isolada e inclua a negociação de acordos comerciais direcionados em função de oportunidades de mercado, além do Mercosul.

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ANEXOS

• Exigências técnicas;• Regulamento para importação EUA;• Lista de importadores, agentes e representantes.

Por se tratarem de documentos em formatos diferentes (ppt., pdf. e jpg.) os anexos são dispo-nibilizados em seus arquivos eletrônicos originais.

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