REDACAO

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Reflexão Crítica ..................................................... 4 Prática da Língua A Redação .............................. 8 Narração e Narrativas .......................................... 15 Transformando Orações ...................................... 22 O Ato de Descrever ............................................. 25 Prática da Língua Descrição ............................. 26 Ordem Direta e Inversa das Palavras .................. 34 Dissertação e Textos Dissertativos ...................... 41 Prática da Língua Dissertação .......................... 42 Coordenação e Subordinação .............................. 48 Teoria da Língua Vícios de Linguagem .............. 60 Prática da Língua Relações .............................. 65 Acentuação .......................................................... 76 Crase ................................................................... 79 Ortografia ............................................................ 81 Pontuação ............................................................ 84 ADILTON GANDARELLA Oficinas de Redação A reprodução por qualquer meio, inteira ou em parte, venda, exposição à venda, aluguel, aquisição, ocultamento, empréstimo, troca ou manutenção em depósito sem autorização do detentor dos direitos autorais é crime previsto no Código Penal, Artigo 184, parágrafo 1 e 2, com multa e pena de reclusão de 01 a 04 anos.

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Reflexão Crítica ..................................................... 4 Prática da Língua ­ A Redação.............................. 8 Narração e Narrativas .......................................... 15 Transformando Orações ...................................... 22 O Ato de Descrever ............................................. 25 Prática da Língua ­ Descrição ............................. 26 Ordem Direta e Inversa das Palavras .................. 34 Dissertação e Textos Dissertativos ...................... 41 Prática da Língua ­ Dissertação .......................... 42 Coordenação e Subordinação.............................. 48 Teoria da Língua ­ Vícios de Linguagem .............. 60 Prática da Língua ­ Relações .............................. 65 Acentuação .......................................................... 76 Crase ................................................................... 79 Ortografia ............................................................ 81 Pontuação............................................................ 84

ADILTON GANDARELLA

Oficinas de Redação

A reprodução por qualquer m

eio, inteira ou em

pa

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da, exposição à vend

a, alugu

el,

aquisição, ocultamento, em

préstim

o, troca ou

manutenção em

depósito sem

autorização do

detentor dos direitos autorais é crim

e previsto

no Código Penal, Artigo 184, parágrafo 1 e 2,

com multa e pena de reclusão de 01 a 04 anos.

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MENSAGEM

Meu amigo,

Sabemos que neste ano as suas expectativas estão voltadas para o vestibular.*

Nada mais natural do que você desejar ansioso chegar à universidade. Mas, calma! Nós temos o ano inteiro de estudos e, neste Curso de Redação, vamos trabalhar juntos com a grande finalidade: a vitória final.

Aqui vamos dar continuidade a tudo o que você aprendeu em anos anteriores. Você verá como é fácil redigir quando se quer aproveitar o potencial que se tem. Você o possui e vai colocá­lo em todos os nossos trabalhos.

Boa sorte!!

* Caso você faça outra opção que não seja o vestibular, através destas oficinas, você estará se preparando, também, para outros concursos.

P e s q u i s e ! Busque!

Reflita!

Crie!

“ PROFESSOR AJUDA. OS ALUNOS DECIDEM.”

Avalie!

RECRIE! Escolha!

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REFLEXÃO CRÍTICA

A LÍNGUA “O caráter social de uma língua já parece ter

sido fartamente demonstrado. Entendida como um sistema de signos convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a possibilidade de comunicação, acredita­se, hoje, que seu papel seja cada vez mais importante nas relações humanas, razão pela qual seu estudo já envolve modernos processos científicos de pesquisa, interligados às mais novas ciências e técnicas, como, por exemplo, a própria Cibernética.

Entre sociedade e língua, de fato, não há uma relação de mera casualidade. Desde que nascemos, um mundo de signos lingüísticos nos cerca e suas inúmeras possibilidades comunicativas começam a tornar­se reais a partir do momento em que, pela imitação e associação, começamos a formular nossas mensagens. E toda a nossa vida em sociedade supõe um problema de intercâmbio e comunicação que se realiza fundamentalmente pela língua, o meio mais comum de que dispomos para tal.

Sons, gestos, imagens, diversos e imprevistos,

cercam a vida do homem moderno, compondo mensagens de toda ordem (Henri Lefèbvre diria poeticamente que “niágaras de mensagens caem sobre pessoas mais ou menos interessadas e contagiadas”) , transmitidas pelos mais diferentes canais, como a televisão, o cinema, a imprensa, o rádio, o telefone, o telégrafo, os cartazes de propaganda, os desenhos, a música e tantos outros. Em todos, a língua desempenha um papel preponderante, seja em sua forma oral, seja através de seu código substitutivo escrito. E, através dela, o contato com o mundo que nos cerca é permanentemente atualizado.

Nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social, que compreende não só as relações diárias entre os membros da comunidade, como também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos meios de comunicação de massa até a vida cultural, científica ou literária.”

(PRETI, DINO. SOCIOLINGÜÍSTICA: OS NÍVEIS DE FALA. SÃO PAULO, EDITORA NACIONAL, 1974. P. 7.)

Em dupla, discuta com seu colega as seguintes questões e responda:

1. Em que parágrafo o autor apresenta uma definição de “língua”. Reproduzam­no com suas palavras.

2. “Entre sociedade e língua, de fato, não há uma relação de mera casualidade”. Com base no texto, comentem a afirmação do autor.

3. “...niágaras de mensagens caem sobre pessoas mais ou menos interessadas e contagiadas”. Qual informação Henri Lefèbvre passa a seus leitores?

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4. “E, através dela (a língua), o contato com o mundo que nos cerca é permanentemente atualizado”. Como se explica a expressão em destaque?

5. Releiam o texto e retirem a idéia principal de cada parágrafo.

Produza um pequeno texto sobre “a utilização da língua como recurso básico nas relações humanas”.

Antes de produzir o texto, procure refletir sobre como você utiliza a língua portuguesa para melhorar sua comunicação com os amigos, seus pais, namorada, colegas, etc. Como você usa a língua para defender suas idéias, para reivindicar seus direitos? Como você usa a língua portuguesa para conquistar seus objetivos de vida?

1) O que está em destaque pode estar de acordo ou em desacordo com a norma culta. Altere, portanto, o que for necessário, deixando tudo conforme a norma culta:

a) Não há Lucíferes nem Jupíteres, há somente um Lúcifer e apenas um Júpiter.

b) Todos conhecem o problema causado pelo défice das empresas estatais.

c) Seria muito bom se as empresas estatais apresentassem superávite.

d) O técnico da seleção brasileira de futebol foi operado de hemorróide.

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e) Assisti na Europa a dois longa­metragem e a três curta­metragem .

f) Nesta rua existem muitas autos­escolas que vendem autos­rádios.

g) Havia dois gizes junto ao quadro­negro, mas nem um apagador!

h) Comi, nas bodas de prata de meus pais, cinco arrozes­doces que me fizeram mal.

i) Os projetis atingiram a cabeça dos réptis.

j) Eis aqui dois méis: um nacional, outro importado.

2) Mude apenas as frases que apresentarem colocação pronominal absolutamente inaceitável, tanto no português falado no Brasil quanto no português falado em Portugal:

a) Me diga uma coisa, garota: você realmente me ama?

b) Veja se o Sr. Manuel, que tem nos ajudado tanto, quer nos alugar a casa que brevemente vai se vagar e a cujo aluguel me referi ontem, dizendo­lhe que está perfeitamente dentro do nosso orçamento.

c) Por que disseste­me que não estarias à hora marcada?

d) Vamos nos informar disso direitinho, depois avisá­lo­emos.

e) Nós não podíamos nos humilhar perante aquela figura tão abjeta.

f) A criança estava se contorcendo em dores, mas ninguém socorreu­a .

g) Nos conte o que viu, rapaz, nos conte!

h) O rapaz não se queria casar com a moça que por ele se apaixonara.

i) Eu teria me arrependido profundamente, se fizesse isso com ela.

j) Você perdeu muito em não ter ido à festa. Foi uma farra, que te vou contar!

3) Use o acento grave no a, sempre que for necessário:

a) As alunas não responderam a chamada, as quais se vai impor castigo.

b) O carro partiu as sacudidelas, aos solavancos, mas foi o primeiro a chegar a cidade.

c) A título de experiência, vou colocá­lo na turma a que você não pertence.

d) O pobre homem não tinha direito a aposentadoria.

e) A certa altura apareceram várias pessoas autoritárias a cujas ordens ninguém queria obedecer.

f) Já formulamos o pedido a Sua Excelência, a cuja boa­vontade todos se referem.

g) Compete a Vossa Excelência e a mais ninguém tomar a decisão final.

h) O deputado usou desculpa idêntica a que o senador usara.

i) Essas revistas são iguais as que compramos ontem.

j) O barco regressou a terra sem um peixe sequer.

4) No lugar do ponto de interrogação, use há ou a, conforme convier:

a) Estamos ? poucos anos do século XXI e ? muitos anos do século XV.

b) Não chegaremos ? tempo, porque daqui ? dez minutos começará o espetáculo.

c) Saímos ? cerca de três minutos; daqui ? pouco eles chegarão.

d) Não vejo Lurdes ? mais ou menos cinqüenta dias.

e) Rute e Judite estão ? dois minutos daqui.

f) As Olimpíadas terão início ? 18 de setembro.

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g) A descoberta da cerveja remonta ? séculos.

h) ? séculos ele bebe cerveja e nunca fica embriagado.

i) Falei ainda ? pouco a todos os presentes.

j) ? dois dias o marido morreu; ? dois dias da morte do marido, ela morreu.

5) Só modifique as frases que não estiverem de acordo com a norma culta.

a) Tudo no firmamento são ilusões; aquilo, por exemplo, parecem estrelas, mas são planetas.

b) Isso não são atitudes que se tomem.

c) O problema aqui são os papagaios, que falam o dia inteiro.

d) As pessoas parecia que estavam com muito medo.

e) As crianças parece gostarem daqui, parecem estar felizes.

f) É proibido entrada a menores , mas não é proibida a entrada a mulheres .

g) Não é permitido permanência de veículos aqui e nem é permitido a permanência ali.

h) Deram doze horas há pouco; daqui a pouco dará uma hora.

i) O pessoal do escritório entraram em greve e foram despedidos

j) Ouça: está batendo agora três horas. Pensei que ainda fosse duas horas.

6) Use a pontuação adequada:

a) Exigiam de mim o que eu não tinha dinheiro

b) Passam por aqui todos os dias homens mulheres e crianças

c) Passaram por aqui homens e mulheres e crianças e velhos e pobres e ricos

d) O assunto desta reunião voltou a alertar o presidente é sigiloso

e) A sua fisionomia estava serena o seu aspecto tranqüilo

f) Pus veneno no formigueiro mas formiga nenhuma morreu

g) Brincalhão ele sempre diz alguma frase engraçada

h) O céu a Terra as estrelas cantam a glória do Criador

i ) Era uma jovem bonita meiga simpática inteligente

j ) A cada passo uma poça de sangue a cada gesto uma lágrima caída

7) No lugar do ponto de interrogação, use a forma conveniente do verbo haver:

a) Não trabalhávamos ? muitos meses.

b) ? deixado o rapaz sozinho, por isso é que os condeno.

c) Eles não? dado três passos, quando se sentiram mal.

d) Quantos alunos? na escola o ano passado?

e) ? dois mil alunos nesta escola o ano passado.

f ) ? dois anos que Elisabete saíra da escola, por isso não sabia como escrever chuchu.

g) Tínhamos feito um lanche ? poucos minutos.

h) Aos sábados não ? aulas de Português. Tempos bons aqueles!

i ) Aos sábados não ? aulas de Português. Tempos bons estes!

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j ) Não? nem mesmo sete meses que deixáramos Salvador e já estávamos com saudade.

8) Só mude as frases que não estiverem de acordo com a norma culta:

b) Seria bom que houvesse menos impostos a pagar.

c) Quantos anos vão fazer amanhã que casamos, Cláudia?

d) Vão para dez anos que tudo isso aconteceu.

e) Fazia séculos que não nos víamos, que não nos encontrávamos.

f) Há séculos que não nos beijávamos, não nos acariciávamos.

g) Naquela época não costumava haver eleições presidenciais diretas.

h) Depois de haverem as crianças chorado bastante é que foram socorrê­las.

i) Depois de haverem ali várias reuniões é que foram fazer a limpeza do local.

j) Fazem muitos anos que estão havendo fugas na penitenciária.

PRÁTICA DA LÍNGUA Todos nós sabemos que as provas de Português e de Redação têm por objetivo avaliar a capacidade de

expressão escrita, de compreensão de texto e conhecimentos de literatura brasileira.

1. A REDAÇÃO A redação é condição básica para o sucesso nas atividades de qualquer curso universitário. Esse domínio não se mede pelo conhecimento de normas gramaticais isoladas, mas pela elaboração de

textos que cumpram uma função comunicativa. Um texto não é simplesmente um ajuntamento de frases ou parágrafos avulsos, mas, sim, um objeto verbal

dotado de unidade significativa e formal, e destinado a um interlocutor real ou virtual. Sendo assim, a redação do candidato será avaliada observando­se os seguintes aspectos:

a) Coerência: o texto deve tratar de um mesmo assunto. O estudante deve cuidar para que as idéias e argumentos selecionados sejam relevantes para o eixo temático do seu texto.

b) Coesão: o texto deve apresentar boa seqüência de idéias ­ introdução, desenvolvimento e conclusão ­ uma distribuição adequada dos conteúdos pelos parágrafos e uma clara articulação entre as partes por meio do uso apropriado de recursos coesivos como a pronominalização, a elipse, a sinonímia, as conjunções, a repetição.

2. O FATOR ADEQUAÇÃO NA REDAÇÃO

a) Adequação discursiva: o texto deve primar pela originalidade de idéias e expressões. O estudante deve evitar o emprego de chavões e frases­feitas que revelem simplesmente repetição de fórmulas prontas e não um ponto de vista pessoal sobre o assunto da redação.

b) Adequação de linguagem: o aluno deve revelar bom domínio da variedade lingüística, em especial das normas de concordância e regência, além do uso de vocabulário compatível com a variedade da língua.

c) Adequação sintática: o texto deve revelar bom domínio das estruturas sintáticas por meio do emprego adequado de coordenação e subordinação, bem como dos sinais de pontuação, tendo em vista um máximo de clareza e precisão expressiva.

d) Adequação gráfica: o texto deve ser, pelo menos, legível e estar de acordo com as normas ortográficas em vigor.

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TREINANDO PARA O VESTIBULAR As questões de 01 a 05 baseiam­se no texto abaixo. Leia atentamente todo o texto antes de resolvê­las.

O CÉU DA BOCA

I / A mesa “ Uma das sedes da nostalgia da infância, e das

mais profundas, é o céu da boca. A memória do paladar recompõe com precisão

instantânea, através daquilo que comemos quando meninos, o menino que fomos. O cronista, se fosse escrever um livro de memórias, daria nele a maior importância à mesa de família, na cidade de interior onde nasceu e passou a meninice. A mesa funcionaria como personagem ativa, pessoa da casa, dotada do poder de reunir todas as outras, e também de separá­ las, pelo jogo de preferências e idiossincrasias do paladar ­ que digo? da alma, pois é no fundo da alma que devemos pesquisar o mistério de nossas inclinações culinárias.

A mesa mineira era grande, inteiriça e de madeira clara, só mais tarde, no “tempo do Venceslau”, substituída pela novidade da mesa elástica, que divertia a gente, mas era uma ruptura com o quadro estático da casa imperial. À esquerda e à direita, estiravam­se dois bancos compridos, sem espaldar, em que irmãos e parentes em v isita se sentavam por critério hierárquico. À cabeceira, na cadeira de jacarandá e palhinha, o pai presidia. Não era hábito convidar ninguém para almoçar ou jantar; quem chegasse à hora da refeição, abancava­se e enrolava o guardanapo no pescoço. A ausência de etiqueta permitia visitas a qualquer hora; e essa era mesmo preferida por alguns, desejosos de variar de tempero. Comida havia para todos, e sobrava sempre, não por ser má, senão porque a fartura era condição da família burguesa, fazia parte do status, e os donos da casa se envergonhariam com a insuficiência de um prato. A mãe praticamente não

se sentava, ocupada em servir a todos, de sorte que ia comer no f im, ou “lambiscar”, como fazia de preferência.

Contudo, essa comida era sóbria na variedade, para não dizer rude. Muitos pratos na mesa ­ sempre de seis a oito. Todos de composição singela, alguns seriam antes elementos de prato, que combinavam ao capricho do comensal. Olhando para trás no tempo, o suposto memorialista encontra a larga travessa da carne assada, a galinha completa, o angu (que merece notícia mais desenvolvida). O feijão se convertia em tutu para acompanhar a carne de porco dos domingos e dias de festa. Domingos em que se oferecia aos garfos a alta empada com recheio de galinha e azeitonas pretas ­ o recheio, aqui, figura na absoluta precisão de termo, pois se estufava de tão denso amálgama, ao contrário dessas empadinhas modernas, que estalam e furam a um leve toque, encerrando mais vento que substância. Nobres empadões da Rua Municipal! Mesmo os “enjoados”, que não vos distinguiam com a sua predileção, porque apenas “bicavam” os pratos entupitivos, não se eximiam a admirar a majestade arquitetônica de vosso porte, no centro da mesa repleta.

A comida, imune a influências no meio ilhado entre montanhas, era simples, simples a lembrança que deixou; e quem dela se nutriu quase sempre torce o nariz aos requintes, excentricidades ou meras variedades culinárias de outras terras.”

ANDRADE, CARLOS DRUMMOND DE. A BOLSA & A VIDA. IN: ­. OBRA COMPLETA. RIO DE JANEIRO; AGUILAR, 1984. P.878­9

Questão 01 Fartura e hospitalidade são as características da mesa da família a que o cronista se refere. TRANSCREVA uma passagem do texto que confirme as idéias de:

A) fartura

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B) hospitalidade

Questão 02 REDIJA um pequeno texto descrevendo como a estrutura familiar é caracterizada nas lembranças do cronista.

Questão 03 REDIJA um pequeno texto, interpretando cada uma das passagens:

A) “Uma das sedes da nostalgia da infância, e das mais profundas, é o céu da boca.”

B) “A mesa funcionaria como personagem ativa, pessoa da casa, dotada do poder de reunir todas as outras, e também de separá­las...”

C) “(...) é no fundo da alma que devemos pesquisar o mistério de nossas inclinações culinárias.”

Questão 04 REDIJA um pequeno texto demonstrando como Minas e os mineiros estão presentes nessa crônica.

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Questão 05 Ao consultar a memória do paladar, que encontros e desencontros você recupera?

REDIJA um pequeno texto sobre a sua experiência de infância, levando em conta a associação entre comida e relações afetivas.

(EXTRAÍDO DO VESTIBULAR DA UFMG)

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR ­ Em grupo ­

BRASIL

A) Cada grupo escolhe um aspecto que caracterize, claramente, a cidade ou estado onde atualmente vocês vivem.

B) Escolhido e pesquisado o aspecto, leiam livros, revistas, jornais, etc., que tratem do assunto.

C) Averiguado como é atualmente, exponham para pessoas acima de 50 anos e comparem as semelhanças, diferenças e mudanças profundas.

D) Cada grupo deverá produzir um texto que traduza:

­ O tema tratado.

­ Como é hoje o aspecto escolhido e como era antes.

­ Concluir, optando por algumas das possibilidades ou sugerir mudanças no comportamento da sociedade, do estado ou cidade onde vocês vivem.

E) Digitem e xerografem o texto e distribuam para toda a escola. (Se não for possível para toda a escola, distribuam para a turma de vocês e todos os professores.)

F) Se a escola tiver um auditório, promovam uma “mesa redonda” em que alguns convidados possam falar sobre a cultura do seu estado ou cidade onde vocês vivem.

TEXTO

As sem­razões do amor Eu te amo porque te amo

não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê­lo. Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça e com amor não se paga.

Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo bastante ou demais a mim.

Porque o amor não se troca, não se conjuga nem se ama. Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,

e da morte vencedor, por mais que matem (e matam) a cada instante de amor.

(ANDRADE, CARLOS DRUMOND DE. AS SEM RAZÕES DO AMOR. IN: CORPO. RIO DE JANEIRO, RECORD, 1984, P. 35­6).

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I. Dê vários sentidos, também em versos, para as emoções do autor:

1. “Amor é estado de graça.”

2. “ Amor é dado de graça.”

3. “é semeado no vento.” na cachoeira, no eclipse.”

4. “Porque o amor não se troca não se conjuga nem se ama.”

5. “Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo.”

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II. Responda as questões a seguir.

1. Através de uma frase, EXPLIQUE a idéia central do poema.

2. O autor encontra uma explicação possível para o amor? Justifique sua resposta.

3. “Eu te amo porque te amo.” Que outro verso do poema mantém equivalência de sentido?

4. Em que verso se detecta a essência do sentido amoroso?

5. Tomando como base o poema lido, marque o que for, possivelmente, verdadeiro:

( ) O título do poema lido evidencia um trocadilho entre “Sem­razões” e cem razões de amor.

( ) O autor, apesar de tentar provar a inexistência de explicação lógica para o amor, deixa­se levar pela eternidade do sentimento.

( ) “Amor é primo da morte e da morte vencedor.” Estes versos constituem uma antítese.

( ) “e com amor não se paga.” Este verso constitui­se como a negação do provérbio “amor com amor se paga”.

( ) A segunda estrofe nos revela que o amor apresenta pelo menos uma norma: ser “dado de graça”.

( ) “Eu te amo porque te amo.” Este verso revela a incredulidade do autor no sentimento amoroso.

6. Produza um pequeno texto a partir da idéia abaixo: “Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.”

Obs.: Antes de escrever o texto, reflita sobre os vários sentidos do amor.

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“ Contar e ouvir histórias são atividades das mais antigas do homem. Pessoas de todas as condições socioculturais têm prazer de ouvir e de contar histórias. Um romancista e ensaísta inglês, E.M. Foster, chama essa atividade de atávica, isto é, transmitida desde a idade mais remota da humanidade, ligada aos rituais pré­históricos do homem de Neanderthal, força de vida e de morte, conforme sua capacidade de manter acordados ou de adormecer os membros de um grupo, nas noites dos primeiros dias... O mesmo autor cita ainda a protagonista de As mil e uma noites, Xerazade, que se salvou da morte contando histórias, que eram interrompidas em momentos de calculado suspense, a fim de motivar a curiosidade do sultão. A tal ponto chegou a habilidade da narradora, que, depois de mil e uma noites, o poderoso rei não só não a mandou matar, como também apaixonou­se e com ela se casou. Lembra o autor que todos nós somos como o sultão. Interessamo­nos intensamente pelo desenrolar de uma história bem contada. (Estão aí as novelas de TV, impondo a milhares de pessoas em todo o País, e até no Exterior, um tipo massificante de lazer, num horário igualmente imposto.)

Todas as atividades que o inventar/narrar, ouvir/ ler histórias envolvem podem ser associadas também à natureza lúdica do homem. O jogo é uma atividade muito presente em todas as situações do homem em sociedade. Sob as mais diversas formas, o fenômeno lúdico mantém um significado essencial. É um recorte da vida cotidiana, tem função compensatória, substitui os objetos de conflito por objetos de prazer, obedece a regras, tem sentido simbólico, de representação. Como realização, supõe agenciamentos, manipulações, mecanismos, movimentos, estratégias.

Constituir um enredo é começar um jogo. O narrador é um jogador, e forma, com o leitor e o próprio texto, o que se pode chamar uma comunidade lúdica.

No ritual de se pegar um l ivro para ler ou de se sentar à volta ou diante de um narrador, uma tela de cinema ou de TV, para ler/ver/ouvir contar­se uma história, desenrolar­se um enredo, tal como no exercício do jogo, há a busca do prazer, há tensão, competição, há a máscara, a simulação, pode haver até a vertigem.”

(MESQUITA, SAMIRA NAHID. O ENREDO. SÃO PAULO, ÁTICA ,1986, P.7­8.)

ATIVIDADE ­ SURPRESA ­ Toda a turma ­

O coração é um “símbolo universal do AMOR.”

Observando a evolução cultural do homem com relação ao AMOR, montem de diversas formas (cartazes, objetos em massa, gesso, jornal, etc.) uma outra parte do corpo e/ou qualquer outro elemento que, atualmente, simbolize uma idéia de amor, possivelmente, semelhante à representatividade do coração.

Distribuam esses “símbolos” na sala de aula e promovam uma discussão sobre os variados sentidos, símbolos e situações que representam o amor em seus diversos níveis.

Elejam um relator que, após a discussão, redija um texto. Digitem e distribuam na escola.

NARRAÇÃO E NARRATIVAS

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O texto narrativo nos traz uma cadeia de acontecimentos e, por isso, responde às circunstâncias comuns a todo fato:

Nada impede que o texto narrativo contenha uma parcela dissertativa:

Agora, procure identificar os elementos da narrativa no texto “O Incêndio”.

O incêndio “Ocorreu um pequeno incêndio na noite de

ontem, em um apartamento do Sr. Marcos da Fonseca. No local habitavam o proprietário, sua esposa e

seus dois filhos. Todos eles, na hora em que o fogo começou, tinham saído de casa e estavam jantando em um restaurante situado em frente ao edifício. A causa do incêndio foi um curto­circuito ocorrido no precário sistema elétrico do velho apartamento.

O fogo despontou em um dos quartos que, por sorte, f icava na frente do prédio. O porteiro do

restaurante, conhecido da famíl ia, avistou­o e imediatamente foi chamar o Sr. Marcos. Ele mais que depressa chamou o Corpo de Bombeiros.

Embora não tivessem demorado a chegar, os bombeiros não conseguiram impedir que o quarto e a sala ao lado fossem inteiramente destruídos pelas chamas. Não obstante o prejuízo, a família consolou­ se com o fato de aquele incidente não ter tomado maiores proporções, atingindo os apartamentos vizinhos”.

PRÁTICA DA LÍNGUA

A NARRAÇÃO

1. O que foi?

­ o fato

3. Onde foi?

­ o lugar

4. Quando foi?

­ o tempo

5. Como se conta?

­ Eu... ­ o ponto de vista de 1ª pessoa

­ Ele... ­ o ponto de vista de 3ª pessoa

2. Com quem foi?

­ a personagem

2. Em que resultou?

­ a conseqüência

1. Por que foi?

­ a causa

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TREINANDO PARA O VESTIBULAR As questões de 01 a 05 baseiam­se no texto abaixo.

Leia atentamente todo o texto antes de resolvê­las.

LIBERDADE “Deve existir nos homens um sentimento

profundo que corresponda a essa palavra liberdade, pois sobre ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.

Diz­se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão. Nossos bisavós gritavam: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade!”; nossos avós cantaram “Ou ficar a pátria livre/ ou morrer pelo Brasil”; nossos pais pediam: “Liberdade! Liberdade / abre as asas sobre nós!”, e nós recordamos todos os dias que “o sol da liberdade em raios fúlgidos / brilhou no céu da Pátria...” ­ em certo instante.

Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá­la, amá­la, combater e certamente morrer por ela.

Ser livre ­ como diria o famoso conselheiro... ­ é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado ­ é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.)

Ser l iv re é mais além: é buscar outro espaço outras dimensões, é ampliar a órbita da v ida. É não estar acorrentado. É não v iver

obrigatoriamente entre quatro paredes. Por isso, os meninos atiram pedras e soltam

papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir. (Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)

Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora! ...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com fio de linha e um pouco de vento!..

Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu­se da fatalidade dos fios elétricos, e perdeu a vida.

E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da liberdade nas mãos!...

São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da liberdade.

Para alcançá­la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.

Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos que falam de asas, de raios fúlgidos ­ linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...”

MEIRELES, CECÍLIA. ESCOLHA O SEU SONHO

(CRÔNICAS). RIO DE JANEIRO: DISTRIBUIDORA RECORD, 1964. P.9­10

Questão 01 REDIJA um pequeno texto, EXPLICANDO a função dos parênteses usados no texto. Obs.: Não consulte nenhuma gramática. Basta observar o texto.

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1 8 Redação III 18 REDAÇÃO

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Questão 02 Leia a passagem:

A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir. (Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)

A) RETIRE do texto outros dois exemplos de ações humanas paralelas às que aparecem nessa passagem.

B) EXPLIQUE a função desses exemplos no texto.

Questão 03

Leia as passagens:

...o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria NESSE INSTANTE...

(HINO NACIONAL BRASILEIRO)

... ‘sol da liberdade em raios fúlgidos/brilhou no céu da Pátria...’­ EM CERTO INSTANTE.

(CECÍLIA MEIRELES)

REDIJA um pequeno texto, JUSTIFICANDO a substituição do final do Hino Nacional Brasileiro, feita por Cecília Meireles:

NESSE INSTANTE por EM CERTO INSTANTE

Questão 04

Leia a passagem:

...a liberdade de cada uma acaba onde começa a liberdade de outrem...

REDIJA e um pequeno texto, COMENTANDO essa passagem.

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1 9 Redação III

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Questão 05

Bisavós, avós e pais têm seus discursos sobre liberdade reproduzidos no texto como discursos do passado.

REDIJA um pequeno texto, apresentando as idéias que você tem, hoje, sobre liberdade.

1) Substitua, em todas as frases, o verbo haver por existir, conforme convier:

a) No Brasil não há desertos, não há terremotos, não há políticos competentes nem honestos.

b) Caso haja descontentes, notifique­nos!

c) Há muitos desempregados no Brasil.

d) Já houve na América muitos desses animais.

e) Todos sabem por que há tantos analfabetos no Brasil.

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2 0 Redação III 20 REDAÇÃO

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f) Havia muitas crianças no avião acidentado.

g) Espero que haja muitos sobreviventes a bordo.

h) Mesmo que houvesse chances de recuperação, ele ficaria paralítico.

i) Quando houver políticos decentes neste país, progrediremos.

j) Enquanto não houver políticos honestos, capazes, não sairemos do atoleiro em que nos metemos.

2) Deixe todas as frases de acordo com a norma culta:

a) Quantos dias de trabalho você já faltou este mês, Cassilda? b) Faltei apenas dois dias de trabalho, posto que estava doente. c) Os jogadores paulistas se houverem muito bem frente aos gaúchos. d) Rosa não queria vim na festa; então, dei um pulo na casa dela e a trouxe, mau grado a sua má vontade. e) Sob meu ponto de vista, são boas atualmente as relações brasileiro­canadenses. f) Você não sabe o quão importante será para nós, brasileiros, a hidrelétrica que ora se constrói. g) Já foram assinados os tratados dinamarco­espanhóis, mas não os pactos alemão­brasileiros. h) Não deve ser condenado aquele que legifera e labora em erro; afinal, todos somos humanos, portanto sujeitos a equívocos. i) As garotas estavam meias zangadas; a mulher meia aborrecida; os rapazes meios amuados. Pudera, aonde já se viu visita ficar três horas no telefone, falando com namorado? j) A peãozada estava toda reunida: tomaram dois garrafão de pinga em uma hora!

3) Complete as frases com o plural do que está em destaque:

a) Não ganhei apenas um guarda­chuva; ganhei dois? b) Você contratou um guarda­noturno ou dois? c) Foi instalado no palanque um alto­falante ou dois? d) Fiz não só um abaixo­assinado, fiz vários? e) Uma fruta­do­conde custa caro; imagine, então, dez? f) Se não existem? , como se explica a aparição de umamula­sem­cabeça ontem à noite? g) Na escola não havia apenas um mapa­múndi; havia dez? h) Os caçadores trouxeram um joão­de­barro ou dois? i) Se um pai­nosso não bastar, reze vinte? j) A um surdo­mudo ninguém engana, muitos menos a dois?

4) Deixe todas as frases de acordo com a norma culta:

a) Comprei um pacote de castanha e um molho de cenoura. b) No meu prédio não havia pára­raio, nem no meu automóvel há conta­giro. c) Não sinto nenhuma cócega na planta do pé, mas na costa sinto uma cócega incrível! d) Esqueci meu óculos em casa. Você não emprestaria o seu? e) Essa menina sente um ciúmes do pai! Nunca vi tanto ciúmes numa pessoa só! f) Sua namorada está com uma olheira profunda hoje! g) Teresa me convidou para tomar um chopes e comer um pastéis lá no bastidor do teatro. Em troca, eu lhe dei um clipes, um chicletes e um dropes de hortelã. h) Não beije na boca de crianças, que ela fica com sapinho. i) Só come cachorro­quente e dá ar de rico! j) Durante a viagem, todos sentiram náusea, mas as crianças continuáram fazendo arte.

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5) Ao encontrar concordância em desacordo com a norma culta, proceda às alterações necessárias:

a) Saíram duas edições extra do jornal naquele dia.

b) Estou completamente quites com o serviço militar. Você está quites?

c) Aquela revista foi considerada uma publicação de lesa­língua, de leso­idioma.

d) Remeti anexo a nota fiscal; em anexo remeti ainda as xérox.

e) Já está incluso na despesa a comissão do garçom.

f) As crianças chegaram junto, mas os adultos chegaram junto com o major.

g) A mãe e o pai chegaram de viagem junto; junto chegaram os filhos.

h) Elas chegaram só, ficaram só o tempo todo. Deixe­as só. Só elas apreciam ficar assim tão só.

i) As folhas caem por si só. Mas só as folhas caem; os galhos não.

j) Não há nenhumas condições de viajar com essa cerração.

6) Use o sinal grave no a, quando necessário:

a) Tão logo desceram a terra, os aviadores foram calmamente assistir a sessão; logo após voltaram as pressas; deixando os repórteres a meio quarteirão de distância.

b) A certa altura do debate, comentou­se a decisão presidencial, que a tantos prejudicou.

c) Não pagues aqueles que a ninguém pagam.

d) Os preços dos automóveis continuam a subir.

e) A cena a que assistimos ontem a tarde, a saída da escola, deixou­nos muito tristes.

f) Isto está cheirando a água­de­colônia.

g) Essa lavadeira só lava a mão, nunca usou máquina de lavar.

h) Esses atos do governo estão cheirando a falcatrua.

i) Foi a casa a cem por hora quando soube que o pai estava a Momo para sair num dos blocos de carnaval.

j) Quanto a mini­saia, que um dicionário registra minissaia, a que você faz referência a toda a hora, tenho a dizer­lhe que é uma roupa específica a jovens altas, levemente magras, e de muito charme no andar.

7) No lugar do ponto de interrogação em destaque, use os elementos necessários à integridade frasal, tendo em vista a norma culta

a) Nenhuma festa ? fui convidado esteve tão animada quanto esta.

b) O jogo ? presenciamos , foi muito bom.

c) O jogo ? assistimos, foi muito bom.

d) Então, esse é o cargo ? você sempre aspirou?

e)Essa é a imagem ? me ajoelhei e fiz minhas preces.

f) São conhecidos os motivos ? Hersílio se demitiu.

g) Aquele é o deputado ? casa estivemos ontem à noite.

h) Já recebi todo o dinheiro ? eu tinha direito.

i) As pessoas ? causa me interessei, venceram a questão judicial.

j) Esta é a lagoa ? águas nadamos quando éramos crianças.

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2 2 Redação III 22 REDAÇÃO

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TRANSFORMANDO ORAÇÕES Em geral, é possível desenvolver orações reduzidas : para isso, substitui­se a forma nominal do verbo por

tempo do indicativo ou do subjuntivo e inicia­se a oração com um conectivo adequado, de tal modo que se mude a forma da frase sem lhe alterar o sentido.

Observe:

Penso estar bem = Penso que estou bem.

Dizem ter estado lá = Dizem que estiveram lá.

Fazendo assim, conseguirás = Se fizeres assim, conseguirás.

É bom ficarmos atentos = É bom que fiquemos atentos.

Continue você, agora, as transformações:

1. Ao saber isso, entristeceu­se.

2. Foi à festa sem ser convidado.

3.Não falei por não ter certeza.

4.Viam­se folhas girando no ar.

5.Terminada a prova, fui para casa.

6. Espero poder chegar lá hoje.

7. Tenho a impressão de estar vendo.

8. Não convém procederes assim.

9. É possível terem tão pouco interesse?

10. Vale a pena estudar tantas matérias?

11. O essencial é salvarmos a nossa alma?

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2 3 Redação III

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12. Tinha ânsia de chegar lá.

13. Nada me impede de ir agora.

14. O índio não aceita viver sem liberdade.

15. Ao despedirem­se, choravam.

OBS.: Antes de o professor corrigir este exercício, confira suas respostas com um colega.

TEXTO

A Fábula do Lobo Traficante

“A sociedade dos cordeiros condenou aquele lobo a 20 anos de prisão. Era terrível o seu crime: tráfico de entorpecentes. Por causa disso, milhares de cordeirinhos destruíram suas vidas. O lobo era o inimigo público nº 1.

Vinte anos depois, apesar desse e de outros lobos­traficantes terem sido presos, a sociedade dos cordeiros estava mergulhada no vício. Era um problema de segurança nacional. Talvez por isso, um repórter resolveu entrev istar aquele lobo, à saída da penitenciária. Estaria ele arrependido? Teria consciência do que provocara? Sentia­se injustiçado?

Afinal, a sociedade dos cordeiros cumpria, rigorosamente, a Lei. Só que alguma coisa estava errada. Lobos­traficantes eram presos todos os dias, enquanto aumentava o consumo de tóxico. Qual a opinião de um lobo que pagou 20 anos por um dos piores crimes contra a humanidade?

­ Você quer mesmo saber? ­ foi logo falando o lobo. ­ O problema não se restringe a mim, nem aos que me seguiram nessa profissão. Eu cometi parte do crime, reconheço, comercializando um produto proibido...

­ E quem cometeu a outra parte? ­ indagou o repórter, ele próprio irritado com a desfaçatez do lobo.

­ Ora, a sociedade dos cordeiros! ­ afirmou o lobo. ­ Acaso fui eu que provoquei a corrida ao tóxico? Como seria possível eu me tornar um traficante, se não houvesse procura do meu produto?

“Isso faz sentido”, pensou o repórter. E arriscou uma outra pergunta: ­ Como a sociedade dos cordeiros poderia ter evitado tudo isso?

­ Ora, pergunte a ela, respondeu o lobo. ­ Mas dificilmente a sociedade dos cordeiros concordará que tem parte dessa culpa. Para isso, seria necessário que cada cordeiro, em particular, meditasse sobre sua própria vida e o que considera melhor para o seu rebanho. Mas você sabe que meditar, refletir, ponderar e se auto­analisar é muito difícil, quando há tantos lo­ bos à disposição pra assumir todas as culpas.

Quando a entrevista com o lobo­traficante foi publicada, a sociedade dos cordeiros reagiu: os lobos são criminosos irrecuperáveis, cínicos, arrogantes e diversionistas.

Para eles, só mesmo a Pena de Morte.”

(PORTELA, Fernando. Gazeta do Povo. Curitiba).

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I. Reescreva as frases, substituindo as palavras ou expressões grifadas por equivalentes:

1. “Era terrível o seu crime: tráfico de drogas.”

2. “...indagou o repórter, ele próprio irritado com a desfaçatez do lobo.”

3. “­ Ora, a sociedade dos cordeiros ­ afirmou o lobo.”

4. “...Mas, você sabe que meditar, refletir, ponderar, e se auto­analisar é muito difícil...”

5. “...os lobos são criminosos irrecuperáveis, cínicos, arrogantes e diversionistas.”

II. Responda as questões a seguir:

1. Através de uma frase, EXPLIQUE a idéia central do texto e escolha mais duas que sejam, também, fundamentais para a compreensão do mesmo.

2. Caracterize:

2.1 os cordeiros:

2.2 os lobos:

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3. Linguagem figurada!! Os lobos correspondem a homens. Os lobos correspondem aos________________; os cordeiros, aos________________; os cordeirinhos, aos________________.

4. Ao longo do texto, qual o sentimento do lobo­traficante?

5. Marque o que for, possivelmente, verdadeiro:

( ) Tanto os cordeiros quanto os lobos­traficantes são responsáveis pelo consumo de entorpecentes.

( ) O texto retrata a realidade da nossa sociedade, onde os homens disputam o poder.

( ) O autor, no texto, traduz a sua inquietação no que tange ao trinômio: tráfico de drogas/o vício/os responsáveis.

( ) Tanto os lobos quanto os cordeiros são considerados cínicos, poderosos, opressivos e arrogantes.

( ) Tomando como base a entrevista dada pelo lobo que passou vinte anos na prisão, pressupõe­se que ele se encontra totalmente recuperado.

( ) A sociedade dos cordeiros, constituída por indivíduos justos, não reage à acusação do lobo, considerando­o recuperado.

6. Escolha, no texto, a idéia com a qual você discorda e explique. Procure argumentos convincentes para o seu texto.

“Utilizar a linguagem verbal para construir imagens que representam seres, objetos ou cenas é assumir a atitude lingüística da descrição. Nesses casos, você estará empenhado em transformar em linguagem aquilo que seus sentidos captam a partir da observação de um objeto, de um recorte da realidade que se quer fixar. Um texto elaborado com essa finalidade é um texto descritivo.

Elaborar um texto descritivo é apresentar um ser, um objeto, um recorte da realidade a partir de um determinado ponto de vista, ou seja, o objeto da descrição deve ser observado a partir de umadeterminada posição física. O ponto de vista é fundamental para a organização do texto descritivo, já que as diversas partes

do objeto devem ser expostas e relacionadas a fim de formar um conjunto que o leitor seja capaz de entender.

Dessa forma, é recomendável que, antes de redigir, você faça um plano de trabalho. Como apresentar ao leitor os detalhes do que se está descrevendo? Qual a melhor ordem a ser seguida? Que tipo de impressão geral deve ser transmitido? Além disso, você deve estar consciente de que, ao produzir seu texto, haverá intromissão da sua atitude em relação ao objeto descrito na imagem que está sendo produzida. Seu estado de espírito faz parte de seu ponto de vista, influenciando na seleção e organização dos dados que formam o texto. Os limites da intromissão dessas suas marcas pessoais vão depender principalmente dos seus

O ATO DE DESCREVER

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2 6 Redação III 26 REDAÇÃO

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objetivos ao produzir o texto. Fica evidente, pois, que um texto descritivo acaba

transmitindo uma imagem que pode estar mais ou menos impregnada da postura pessoal do produtor do texto. Isso não é nenhum problema, pois um texto desse tipo pretende transmitir um impressão geral, uma sensação dominante despertada pelo que se descreve, muito mais do que um retrato fiel. Apenas a descrição técnica busca uma objetividade absoluta ­ e, mesmo nesse caso é praticamente impossível anular totalmente a interferência do produtor do texto.

Descrever é, portanto, um processo no qual se empregam os sentidos para captar uma realidade e

reprocessá­la num texto. Para a elaboração do texto final, concorrem a sua habilidade lingüística (no caso do texto escrito acrescenta­se seu domínio da modalidade escrita da língua), e as finalidades a que ele se propõe: informar o leitor, convencê­lo, transmitir­ lhe impressões ou comunicar­lhe emoções.

Não é muito comum produzirmos textos descritivos puros. Normalmente, o processo descritivo é incorporado ao narrativo (caracterizando personagens e ambientes a partir do ponto de vista do narrador) ou ao processo argumentativo (fornecendo dados para o desenvolvimento da argumentação).”

(INFANTE, ULISSES ­ DO TEXTO AO TEXTO).

PRÁTICA DA LÍNGUA

DESCRIÇÃO

A Descrição de Ribas (de O Ateneu)

“Durante este período de depressão contemplativa uma coisa apenas magoava­me: não tinha o ar angélico do Ribas, não cantava tão bem como ele. Que faria se morresse, entre os anjos, sem saber cantar?

Ribas, quinze anos, era feio, magro, linfático. Boca sem lábios, de velha carpideira, desenhada em angústia ­ a súplica feita boca, a prece perene rasgada em beiços sobre dentes: o queixo fugia­lhe pelo rosto, infinitamente, como uma gota de cera pelo fuste de um círio...

Mas, quando, na capela, mãos postas ao

peito, de joelhos, voltava os olhos para o medalhão azul do teto, que sentimento! que doloroso encanto! que piedade! um olhar penetrante, adorador, de enlevo, que subia, que furava o céu como a extrema agulha de um templo gótico. E depois cantava as orações com a doçura feminina de uma virgem aos pés de Maria, alto, trêmulo, aéreo, como aquele prestígio celeste de garganteio da freira Virgínia em um romance de Conselheiro Bastos.

Oh! Não ser eu angélico como o Ribas! Lembro­me bem de o ver ao banho: tinha as omoplatas magras para fora, como duas asas!”

Você sabe que a descrição mostra as características que compõem determinado objeto, pessoa, personagem ou ambiente. Em linguagem simples, trata­se de uma fotografia. É importantíssimo ser fiel à cena descrita.

Agora, volte ao texto “A descrição de Ribas” e retire os elementos que o descrevem.

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“A língua é um hábito para o qual o homem está naturalmente predisposto. O resultado disso é que a cabeça de cada falante tem um conjunto de regras que lhe dizem como construir um enunciado ou interpretar o enunciado ouvido: é uma gramática interna que a criança vai criando à medida que descobre e aprende o uso da língua.

Essa gramática interna facilita a vida do falante. Sem ela seria necessário estudar as várias formas de cada nova palavra aprendida: a conjugação do verbo, o gênero, o número e os graus do substantivo e do adjetivo.

Ouve­se uma pessoa dizer o seguinte: ­ A bomba está cavitando; eu tenho de ver o que é. É quase certo que a maioria vai logo perguntar: ­ O que é cavitar? O ouvinte, mesmo sendo inculto, ao desconhecer uma palavra, vai perguntar por ela usando a forma

verbal do infinitivo. É a gramática interna funcionando com o auxílio da intuição lingüística do falante. Existe também uma gramática externa, que é aquela que aparece em livros e tem por finalidade explicar

os procedimentos da gramática interna. Já foi dito que se pode errar contra a língua, conta o contexto e contra a gramática. Contra a língua ou contra a gramática interna erra­se por descuido e, nesse caso, quase sempre a

emenda vem logo em seguida ao erro: “Eu tinha escrevido... desculpe!... escrito a carta.” Peca­se contra o contexto quando se escolhem palavras e formas impróprias para as circunstâncias da fala.”

( MATTOS,G. & MEGALE, L. PORTUGUÊS 2º GRAU)

“Mãe, ‘tou com fome.”

1) Quando você falou esta frase, você sabia que “mãe” é vocativo?

2) Você sabia, na época, que “ ‘tou ” é a forma simplificada de “estou”?

3) Você sabia que, no momento em que você disse a frase, o sujeito estava subentendido (oculto ­ Eu)?

Que parágrafo do texto comprova as suas respostas?

ATIVIDADE EM GRUPO

REFLETINDO A LÍNGUA desde quando você começou a falar.

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Busquem uma explicação para esta afirmação.

“Continuou a contibiquidicionar o assunto.” Que perguntas você faria sobre esta frase?

Você pode consultar um dicionário?

E se não achar a resposta nele, o que fará?

Como você usa a sua intuição para descobrir significados para palavras, frases, etc.?

Na escola, você aprende a gramática externa, “aquela que aparece em livros e que tem por finalidade explicar os procedimentos da gramática interna”.

­ O que antecede a gramática externa?

­ A gramática externa pode mudar? Justifique.

Vocês já observaram que há pessoas que vivem nos “consertando” quando a gente fala, por exemplo: “ ­ Isto é para mim ler.” “ ­ Não. O certo é: “ ­ Isto é para eu ler.”

Gramática interna

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Pergunta­se: a) Será que essas pessoas sabem a diferença entre a língua falada e a escrita?

b) Será que essas pessoas ficam o tempo todo se policiando para aplicar apenas a gramática externa?

c) Dê outras prováveis explicações.

Quando você fala ou escreve: “­ Eu tinha trago... desculpe!... trazido o livro.”, que fenômeno linguístico aconteceu?

Na hora de falar e/ou escrever, você opta pelo:

Justifique!

Errado Certo

Passível de discussão

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3 0 Redação III 30 REDAÇÃO

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Após ler as informações, tentem resolver os exercícios que se seguem:

EM DUPLA

Observe:

“O deputado Paulo Maluf preferiria ser abordado sobre questões administrativas e técnicas do que políticas, como costuma acontecer a cada oportunidade que tem de conversar com jornalistas”.

Onde esse pequeno texto de jornal foge à norma culta?

Na regência do verbo PREFERIR. Prefere­se A

Logo,

O deputado preferiria ser abordado sobre questões administrativas e técnicas a políticas.

Outros pequenos textos se seguirão e vocês vão detectar casos que fogem à NORMA CULTA:

Obs.: Faça as devidas correções:

“Bem perto do barraco onde mora o carpinteiro, existe uma área transformada em lixeira pelos moradores da favela e, acerca de 400m, um lodaçal que vai até o mar, propiciando a proliferação de ratos”.

“­ Deveremos sair daqui na segunda­feira (amanhã) pela manhã. Chegando em Atenas, manterei novos contatos com o Itamaraty para receber outras orientações ­ disse.”

“Ocorre que as leis não reconhecem sua profissão, portanto, não há aposentadoria. E a qualidade do balé do Rio está cada vez pior, em que pese os esforços. A orquestra do Teatro só toca se os seus maestros titulares receberem...”

“Uma noite, aliás hollywoodiana, à qual não faltou nem mesmo rodadas generosas o tempo inteiro do bom e apreciado...”

“ ­ Mas o número final pode ser bem maior. Cada diretor (de hospital) envolvido acusa outros médicos conviventes. É um verdadeiro ciclo vicioso ­ comentou Tuma”.

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“Em comemoração à semana de fundação do Instituto de Economistas do Rio de Janeiro (IERJ), continuam hoje no auditório da ABI, às 18h30m,os debates sobre o tema Estado...”

“Cerca de Cr$10 mil em espécie, mil francos, um óculos de grau com lentes escuras, um cartão de crédito de Diner’s Internacional e um passaporte de nº 751425597 foram perdidos à noite...”

“Áustria, adversária do Brasil, perde da Holanda. Tunísia perde da Ponte e mostra sua fraqueza”.

VIVENDO O VESTIBULAR

Para responder às questões de 1 a 4, leia a seqüência de trechos abaixo, selecionada do texto “ A crise de governabilidade”

A Crise de Governabilidade

Com o desenvolvimento do capitalismo, o

mercado expandiu­se a ponto de submeter tanto a

esfera do político como a da comunidade. As

empresas multinacionais conseguiram vencer as

barreiras internas da sociedade, desgastando a

capacidade de regulação dos Estados Nacionais.

Mesmo quando os governos se empenham na

elaboração de planejamentos sociais , o mercado se

impõe. (...)

O sonho do desenvolvimento nacional

autônomo é hoje fantasia, em vista da nova ordem

econômica mundial. A pressão externa exercida por

agências de financiamento impõe restrições aos

governos, com cortes de políticas públicas, contenção

de despesas e aviltamento salarial dos funcionários,

gerando desemprego, alta do custo de vida e recessão.

Essas “exigências” quando cumpridas, geram

um custo social e político muito grande: aumento do

índice de criminalidade, desagregação familiar, alta

taxa de consumo de drogas e todas as demais

mazelas que se podem ver nesses países. Uma delas

­ e que a todos assusta, ameaçando mesmo o gênero

humano ­ são os índices de mortalidade infantil. É

real a possibilidade de uma anarquia econômica e

política. Para contê­la, os governos lançam mão de

artifícios, como pequenas reformas sociais, planos

de assistência aos carentes e alianças com países

em situação semelhante. Sem grande êxito, tentam

reescalonar as dividas interna e externa. (...)

A transnacionalização da economia mostra

com mais intensidade o aspecto político do capital,

na medida em que estreita a autonomia dos Estados

Nacionais. Torna­se difícil ao Estado responder às

demandas sociais e fazer valer seu legítimo poder

regulador. Sua imagem face à população fica fragilizada,

a lealdade do povo se enfraquece. Corrupção,

sonegação de impostos, contrabando e tráfico de

influências tornam­se atividades “normais” quando o

governo perde sua credibilidade. (...)

A fraqueza externa do Estado face às empresas

multinacionais e aos monopólios internacionais é

compensada internamente pelo autoritarismo. Diante

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3 2 Redação III 32 REDAÇÃO

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da impossibilidade de satisfazer às necessidades

permanentes da população, resta ao governo impor­

se, para poder manter o poder. Essa imposição pode

ser feita de diferentes formas: pela clássica ditadura,

ficando evidente o poder coercitivo do Estado; ou

veladamente, de forma não militarizada, através dos

aparelhos burocráticos. Na malha fina da burocracia,

esgotam­se as energias humanas; é, talvez, um dos

recursos mais eficazes para camuflar a violência do

Estado. O aumento do autoritarismo se faz então pela

combinação de microdespotismos burocráticos e

ineficácia do Estado. (...)

O discurso da necessidade de modernização

esconde que ela implica novos processos de inclusão

e exclusão que afetam contigentes cada vez maiores,

tanto na esfera da produção como na do consumo.

Isso tende a um limite, a partir do qual o Estado, ou

seja, a instância política da sociedade, é obrigado a

intervir, procurando, formas de estabilização. A crise

de governabilidade, nesse caso, não diz respeito

apenas à forma pela qual o governante chegou ao poder,

mas pelo que ele faz ­ e não faz ­ para continuar no

poder. A integração de segmentos sociais no processo

produtivo passa a ser questão de segurança nacional.

Integrar esses segmentos significa corrigir patologias

sociais que o próprio sistema criou. É essa, como

dissemos, a dimensão política do capital: a sua

capacidade de colocar o Estado na posição de ter de

resolver problemas que o capital produziu.

(FERREIRA, NILDA TEVES. CIDADANIA: UMA QUESTÃO PARA A EDUCAÇÃO. RIO DE JANEIRO: NOVA

FRONTEIRA, 1993, P. 156­159)

Questão 01

REDIJA um pequeno texto explicando a relação entre burocracia e autoritarismo. Obs.: Se tiver dificuldade, pesquise a temática em questão.

Questão 02

REDIJAum texto argumentando FAVORAVELMENTE à seguinte afirmativa:

A crise de governabilidade não diz respeito apenas à forma pela qual o governante chegou ao poder, mas ao que ele faz – ou não faz – para continuar no poder.

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3 3 Redação III

Tecnologia ITAPECURSOS

33 REDAÇÃO

Questão 03

REDIJA um pequeno texto, associando a seqüência de trechos que você leu à seguinte manchete da revista VEJA:

CHOQUE NA FRONTEIRA Ao limitar a importação de carros, Brasil quer brecar a saída de dólares do País, mas arma uma encrenca com a Argentina.

Questão 04

Observe a seguinte frase:

É essa, como dissemos, a dimensão política do capital: sua capacidade de colocar o Estado na posição de ter de resolver problemas que O CAPITAL produziu.

O termo destacado poderia ter sido substituído pela palavra ELE... ter de resolver problemas que ELE produziu.

REDIJA um pequeno texto, explicando o efeito dessa substituição e justificando a opção da autora pela repetição da palavra CAPITAL.

(EXTRAÍDO DO VESTIBULAR DA UFMG)

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3 4 Redação III 34 REDAÇÃO

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ATIVIDADE ­ OPCIONAL (A turma deve decidir se quer ou não participar do trabalho proposto).

­ Em grupo ­

­ Cada grupo deve procurar um programa de governo (diversos partidos políticos).

­ Ler, analisar e selecionar as propostas mais interessantes para a sociedade.

­ Apresentar para a turma e discutir.

­ Montar coletivamente a proposta “IDEAL” para o país.

­ Discutir os entraves da proposta “IDEAL”.

­ Criar uma proposta mais próxima da realidade brasileira.

­ Produzir um texto a ser divulgado na escola.

Outras sugestões podem ser dadas e realizadas.

ORDEM DIRETA E INVERSA DAS PALAVRAS A ordem das palavras, tanto na fala quanto na escrita, pode ter um valor sintático, modificando o significado

da frase, ou estilístico, dando ao texto ênfase ou elegância. As regras são poucas e você as conhece na prática:

1. O termo que se quer destacar aparece sempre na frente:

­ As jangadas ficavam ali (ordem direta).

­ Ali ficavam as jangadas (ordem inversa).

2. Os termos mais longos vão para o fim:

­ Foi rápida a transformação daquela moça em excelente enfermeira deste hospital.

Seria deselegante a ordem direta:

­ A transformação daquela moça em excelente enfermeira deste hospital foi rápida.

3. A posição do pronome átono é sempre estilística.

Existem alguns casos curiosos de mudanças de significado conforme a ordem das palavras:

a) Os qualificativos à esquerda do substantivo perdem o valor restritivo:

­ Ele fez gloriosas campanhas (Todas).

­ Ele fez campanhas gloriosas (Talvez nem todas).

b) Algumas palavras mudam totalmente de significado:

­ Algum aluno chegou? (Um ou mais)

­ Aluno algum chegou. (Nenhum)

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3 5 Redação III

Tecnologia ITAPECURSOS

35 REDAÇÃO

c) Outras mudam de classe e de significado:

­ Comprei diversos livros.

­ Comprei livros diversos.

Agora, responda:

1. Onde existe ordem deselegante dentre os períodos abaixo?

a) Vieram ontem de uma viagem de vários meses pelos países da Europa meus pais.

b) Foi agradável a palestra havida ontem no auditório daquela universidade.

c) O dono da fazenda deu a cada um dos filhos dos amigos que moravam nas redondezas um livro.

d) Chegou­me ontem um telegrama.

2. Reconstrua as orações de ordem deselegante do exercício anterior.

3. Envie para um(a) colega uma frase considerada “deselegante” e peça­lhe que responda em forma “elegante”.

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3 6 Redação III 36 REDAÇÃO

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O Operário em Construção

(...)

Era ele que erguia casas

Onde antes só havia chão

Como um pássaro sem asas

Ele subia com as casas

Que lhe brotavam da mão.

Mas tudo desconhecia

De sua grande missão:

Não sabia, por exemplo

Que a casa de um homem é um templo

Um templo sem religião

Como tampouco sabia

Que a casa que ele fazia

Sendo a sua liberdade

Era a sua escravidão.

De fato, como podia

Um operário em construção

Compreender por que um tijolo

Valia mais do que um pão?

Tijolos ele empilhava

Com pá, cimento e esquadria

Quanto ao pão, ele o comia...

Mas fosse comer tijolo!

E assim o operário ia

Com suor e com cimento

Erguendo uma casa aqui

Adiante um apartamento

Além uma igreja, à frente

Um quartel e uma prisão:

Prisão de que sofreria

Não fosse, eventualmente

Um operário em construção.

Mas ele desconhecia Esse fato extraordinário:

Que o operário faz a coisa E a coisa faz o operário. De forma que, certo dia

à mesa, ao cortar o pão O operário foi tomado De uma emoção

Ao constatar assombrado Que tudo naquela mesa ­ Garrafa, prato, facão ­

Era ele quem os fazia Ele, um humilde operário, Um operário em construção.

Olhou em torno: gamela Banco, enxerga, caldeirão Vidro, parede, janela

Casa, cidade, nação! Tudo, tudo o que existia Era ele quem o fazia

Ele, um humilde operário Um operário que sabia Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento Não sabereis nunca o quanto

Aquele humilde operário Soube naquele momento! Naquela casa vazia

Que ele levantara Um mundo novo nascia De que sequer suspeitava

O operário emocionado Olhou sua própria mão Sua rude mão de operário

De operário em construção

E olhando bem para ela

Teve um segundo a impressão

De que não havia no mundo

Coisa que fosse mais bela

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3 7 Redação III

Tecnologia ITAPECURSOS

37 REDAÇÃO

(...)

E um fato novo se viu

que a todos admirava:

O que o operário dizia

Outro operário escutava

E foi assim que o operário

Do edifício em construção

Que sempre dizia sim

Começou a dizer não.

E aprendeu a notar coisas

A que não dava atenção:

Notou que sua marmita

Era o prato do patrão

Que sua cerveja preta

Era o uísque do patrão

Que seu macacão de zuarte

Era o terno do patrão

Que o casebre onde morava

Era a mansão do patrão

Que seus dois pés andarilhos

Eram as rodas do patrão

Que a dureza do seu dia

Era a noite do patrão

Que sua imensa fadiga

Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!

E o operário fez­se forte

Na sua resolução.

Como era de se esperar

As bocas da delação

Começaram a dizer coisas

Aos ouvidos do patrão.

Mas o patrão não queria

Nenhuma preocupação.

­ “Convençam­no” do contrário ­

Disse ele sobre o operário

E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário

Ao sair da construção

Viu­se súbito cercado

Dos homens da delação

E sofreu, por destinado

Sua primeira agressão.

Teve seu rosto cuspido

Teve seu braço quebrado

Mas quando foi perguntado

O operário disse: Não!

Em vão sofreu o operário

Sua primeira agressão

Muitas outras se seguiram

Muitas outras seguirão.

Porém, por imprescindível

Ao edifício em construção

Seu trabalho prosseguia

E todo o seu sofrimento

Misturava­se ao cimento

Da construção que crescia.

Sentindo que a violência

Não dobraria o operário

Um dia tentou o patrão

Dobrá­lo de modo vário.

De sorte que o foi levando

Ao alto da construção

E num momento de tempo

Mostrou­lhe toda a região

E apontando­a ao operário

Fez­lhe esta declaração:

­ Dar­te­ei todo esse poder

E a sua satisfação

Porque a mim me foi entregue

E dou­o a quem bem quiser.

Dou­te tempo de lazer

Dou­te tempo de mulher.

Portanto, tudo o que vês

Será teu se me adorares

E, ainda mais, se abandonares

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3 8 Redação III 38 REDAÇÃO

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Um silêncio de martírios

Um silêncio de prisão

Um silêncio apavorado

Como o medo em solidão

Um silêncio de torturas

E gritos de maldição

Um silêncio de fraturas

A se arrastarem no chão.

E o operário ouviu a voz

De todos os seus irmãos

Os seus irmãos que morreram

Por outros que viverão

Uma esperança sincera

Cresceu no seu coração

E dentro da tarde mansa

Agigantou­se a razão

De um homem pobre e esquecido

Razão porém que fizera

Em operário construído

O operário em construção.

I. Reescreva os versos, dando­lhes novo sentido social.

1. “Ele subia com as casas Que lhe brotavam na mão.”

2. “Ah, homens de pensamento Não sabereis nunca o quanto

Aquele humilde operário

Soube naquele momento!”

O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário

Que olhava e que refletia

Mas o que via o operário

O patrão nunca veria.

O operário via as casas

E dentro das estruturas

Via coisas, objetos

Produtos, manufaturas

Via tudo o que fazia

O lucro do seu patrão

E em cada coisa que via

Misteriosamente havia

A marca de sua mão.

E o operário disse: Não!

­ Loucura! ­ gritou o patrão

Não vês o que te dou eu?

­ Mentira! ­ disse o operário

Não podes dar­me o que é meu.

E um grande silêncio fez­se

Dentro do seu coração

(MORAES, VINÍCIUS DE. ANTOLOGIA POÉTICA, P. 205­210.)

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3 9 Redação III

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3. “Que sua imensa fadiga Era amiga do patrão.”

4. “Disse, e fitou o operário Que olhava e que refletia.”

5. “Agigantou­se a razão De um homem pobre e esquecido.”

II. Observe as questões abaixo:

1. Através de uma frase, EXPLIQUE a idéia central do poema. Em seguida, escolha mais algumas que complementem essa idéia.

2. Inicialmente, o autor mostra que o operário desconhecia a sua “grande missão”. No decorrer do poema, essa missão é explicitada? Qual?

3. Em que parte do poema percebe­se, claramente, que tudo que o operário constrói volta­se contra ele mesmo?

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4. Quais as conseqüências do “Não”, ou seja, do Basta­de­exploração dado pelo operário ao patrão?

5. De acordo com o texto, marque o que for, possivelmente, VERDADEIRO:

( ) A conscientização do operário dá­se de uma forma brusca. De repente, ele percebe que tudo ao seu redor é fruto de seu trabalho.

( ) O poema se restringe à história de um operário que um dia, movido pela emoção, resolve combater o seu patrão.

( ) Pressupõe­se, ao longo do poema, que a descoberta feita pelo operário passou de ato individual a coletivo.

( ) O operário sofreu várias agressões, levando­o a desistir da sua luta.

( ) Operário/Patrão. Este binômio, no texto, representa a constante luta entre as classes: dominada e dominante.

( ) A violência utilizada pelo patrão convenceu o operário a desistir da sua grande missão conscientizadora, fazendo­o aceitar as propostas de um suposto bem­estar econômico.

6. A partir da idéia abaixo, produza um pequeno texto:

“­ Mentira! ­ disse o operário Não podes dar­me o que é meu”.

ATIVIDADE ­ PESQUISA ­ Em grupo ­

­ Escolham uma canção que tenha como temática a “vida do operário”.

­ Cada grupo apresenta a canção escolhida para a turma.

­ Divide­se a turma em dois grupos. (Simulação)

Grupo 1: operários

Grupo 2: patrões

­ Cada grupo defende seus pontos de vista/conflito.

­ Sugestão: convidar grêmios escolares para discutir a participação do aluno enquanto cidadão.

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4 1 Redação III

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­ OBJETIVOS ­

Quais os direitos do cidadão?

Quais os direitos do aluno enquanto cidadão?

­ CONCLUSÃO ­

Texto coletivo: o grupo deve produzir um texto sobre os direitos do aluno e distribuir na escola.

Outras sugestões devem ser apresentadas.

“O fato de o ato de escrever ser um momento em que aquele que escreve se vê sozinho frente ao papel, tendo em mente apenas uma imagem de um possível interlocutor, faz com que haja necessidade de uma maior preocupação em relação à coesão. Em geral, o aluno não sabe até que ponto deve explicitar o que tenta dizer para que se faça compreender. Entretanto, o “fazer­se compreender” é um ponto cen­ tral em qualquer texto escrito; a coesão deve colaborar nesse sentido, facilitando o estabelecimento de uma relação entre os interlocutores do texto. O que se busca não é um texto fechado em si mesmo, impenetrável a qualquer leitura e sim algo que possa servir como veículo de interação entre os interlocutores.

Há ainda mais uma questão em que se deve pensar na consideração das especificidades da modalidade escrita ­ a argumentação. É através dela que o locutor defende seu ponto de v ista. A argumentação contribui na criação de um jogo entre quem escreve o texto e um possível leitor, já que aquele discute com este, procurando mostrar­lhe que tipo de idéias o levaram a determinado posicionamento. Dito de outra maneira, ao escrever um texto o locutor estabelece relações a partir do tema que se propôs a

discutir e tira conclusões, procurando convencer o re­ ceptor ou conseguir sua adesão ao texto.

Não se pode traçar uma distinção absoluta en­ tre coesão e argumentação: a coesão garante a existência de uma relação entre as partes do texto que tomadas como um todo devem construir um ato de argumentação. As duas noções contribuem para a constituição de um conjunto significativo capaz de estabelecer uma relação entre o sujeito que escreve e seu virtual interlocutor.

É próprio da l inguagem seu caráter de interlocução. A escrita não foge a esse princípio, ela também busca estabelecer uma relação entre sujeitos. O texto deve ser suficiente para caracterizar seu produtor enquanto um agente, um sujeito daquela produção, ao mesmo tempo em que confere identidade ao seu interlocutor. O texto, enquanto uma totalidade revestida de significados, acaba sendo um jogo entre sujeitos, entre locutor e interlocutor.”

DURIGAN, REGINA H. DE ALMEIDA ET ALII. “A DISSER­ TAÇÃO NO VESTIBULAR”. IN: A MAGIA DA MUDANÇA ­

VESTIBULAR UNICAMP: LÍNGUA E LITERATURA. CAMPINAS, EDITORA DA UNICAMP, 1987. P. 14­5.

DISSERTAÇÃO E TEXTOS DISSERTATIVOS

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4 2 Redação III 42 REDAÇÃO

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PRÁTICA DA LÍNGUA

DISSERTAÇÃO

Um Possível Exemplo de Produção de Texto!!

Televiolência “Há três tipos principais de explicação para os

resultados obtidos nas pesquisas que demonstraram a existência de uma relação causal entre a televiolência e a cinev iolência, de um lado, e, de outro, o comportamento agressivo: são a aprendizagem social, a desinibição da agressão e o despertar emocional.

A primeira, bem corroborada pelos experimentos feitos por Bandura e outros, considera como básica a aprendizagem social por meio da imitação. Reconhecida há muito tempo como uma forma funda­ mental de aprendizagem humana, a imitação, por meio da observação do comportamento de outrem, passou por testes rigorosos de laboratório e surgiu como mecanismo fundamental posto em ação durante a exposição da pessoa aos programas de televisão. A televisão transmite, assim, formas tanto específicas como até então desconhecidas do sujeito agir de modo agressivo. Funciona, também, como forma de ensino e aprendizagem de atitudes, normas e valores que conduzem ao comportamento agressivo mais intenso e/ou mais freqüente.

O segundo tipo de hipótese explicativa para as relações encontradas entre a agressão e televiolência

refere­se à desinibição da agressão. Em termos simplificados, pode­se dizer que ao longo da vida humana a família e outros agentes educativos atuam no processo de socialização da criança, fazendo com que ela aprenda a inibir ou controlar seu comportamento agressivo. A exposição à televiolência e à cineviolência funcionaria no sentido oposto, isto é, reduzindo ou enfraquecendo essas inibições contrárias às manifestações agressivas. Isso faz com que o comportamento agressivo se torne mais freqüente e mais intenso.

De acordo com o terceiro tipo de explicação, a hipótese do despertar emocional ou da ativação, a televiolência exerce um efeito de “despertar emocional” do telespectador, e esse efeito, por sua vez, estimula respostas de alta magnitude. Vários estudos têm provado que as crianças ficam de fato despertas ou excitadas quando expostas a material do tipo agressivo. Existem também pesquisas que indicam aumento de agressão, sob certas circunstâncias, em decorrência de exposição a material do tipo erótico e humorístico.”

(“TELEVISÃO E CRIANÇA”. CADERNOS DE COMUNICAÇÃO

PROAL Nº 3, 1978).

O texto que você acabou de ler tem natureza dissertativa e é um bom exemplo de redação bem estruturada, pois tem um desenvolvimento lógico e apresenta unidade de assunto e coerência na exposição das idéias.

Você pode observar que o texto apresenta uma introdução e um desenvolvimento perfeitamente relacionados e delimitados em parágrafos. Falta talvez, a conclusão, que é outro elemento básico de uma redação de caráter dissertativo.

Delimite, no texto lido, as partes apresentadas:

01) Introdução vai de:

até:

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4 3 Redação III

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43 REDAÇÃO

02) Desenvolvimento vai de:

até:

INTRODUÇÃO bem estruturada, sempre apresenta o assunto delimitado (= a escolha da idéia central da redação) e um objetivo bem definido (= aquilo que se pretende fazer na redação).

01) Qual o assunto delimitado na introdução?

02) Qual é o objetivo do autor em relação a esse assunto?

DESENVOLVIMENTO. Nele é feita a argumentação e discussão do que foi definido no objetivo expresso na introdução. Observe que os parágrafos do desenvolvimento desdobram cada uma das três idéias expressas no objetivo.

01) Qual é a idéia básica de cada um dos parágrafos do desenvolvimento?

1º) _______________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

2º) _______________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

3º) _______________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

02) Quais as palavras da introdução que se relacionam com essas idéias desenvolvidas?

1º) _______________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

2º) _______________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

3º) _______________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

03) Em que se fundamenta o autor para fazer o desenvolvimento?

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CONCLUSÃO é o fecho da redação, em que se retoma o objetivo proposto na introdução, acrescentando­lhe dados novos, decorrentes do que se expressou no desenvolvimento.

Tente fazer uma conclusão coerente para o texto apresentado, seguindo a orientação acima.

É dissertativo o texto em que as idéias trazem provas do que desejamos confirmar ou combater, assegurar ou refutar.

A dissertação trabalha com provas ou argumentos.

Pode ter este esquema: 1. De que se trata?

­ Assunto 2. O que é que eu penso?

­ Ponto de vista. 3. Por que é que eu estou certo?

­ Argumentação. 4. O que é que o outro pensa?

­ Crítica. 5. Por que é que ele está errado?

­ Refutação. 6. O que é que eu posso dizer depois de tudo?

­ Conclusão.

O texto dissertativo depende da análise de algum acontecimento, de alguma atitude, de algum ponto de vista:

1. O que acontece? 2. Por que acontece assim? 3. Como deveria ser? 4. O que se deveria fazer para isso? 5. Por que não se faz?

Na dissertação, há quatro tópicos que nunca se podem omitir: a) Assunto. b) Ponto de vista.

ATIVIDADE ­ COMPLEMENTAR ­ Em grupo ­

­ Cada grupo deve escolher um filme (locadora de vídeo ou gravar), ou programa de TV (gravar), até mesmo cenas de novela (gravar).

c) Argumentação. d) Conclusão.

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45 REDAÇÃO

­ Anotar as cenas mais violentas, sejam elas físicas ou de outra natureza (moral, ética, etc.).

­ Exibir para os colegas somente as cenas escolhidas e solicitar que cada um anote as reações internas/ externas provocadas nele.

­ Debatidas as emoções, cada grupo deverá relacioná­las ou não com o texto “Televiolência”.

­ Escolhido um relator, distribuir o texto em toda a escola, denunciando ou não os efeitos perversos da televiolência e/ou cineviolência.

REDAÇÃO

INSTRUÇÕES GERAIS: Há três temas propostos para redação. Escolha um deles e desenvolva um texto dissertativo. Dê um título a sua redação.

TEMA I: Leia com atenção o seguinte trecho retirado da revista Veja. A seguir, elabore um texto no qual você discuta a posição do jornalista.

CRIME Aplauso errado

Cinegrafista filma policial matando um criminoso. O policial ganha elogios e quem tem de se esconder é o cinegrafista.

Na manhã de sábado, 4, Cristiano Moura Mesquita de Mello, um bandido de 20 anos, foi executado com três tiros pelo cabo Flávio Ferreira Carneiro, da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A cena da execução apareceu na televisão ­ e foi um sucesso. Filmadas por um cinegrafista da TV Globo, que conseguiu captá­las sem que o PM percebesse, as imagens foram ao ar no Jornal Hoje e no Jornal Nacional. Dois dias depois, uma enquete da TV Educativa do Rio mostrou que 86% dos 106 telespectadores de um programa da emissora disseram que o PM agira corretamente. Em outra pesquisa, apenas 9% dos ouvintes da Rádio Globo acharam a cena chocante demais, e o restante aplaudiu o policial. Mais da metade das cartas enviadas às redações dos jornais do Rio, na semana passada, também elogiava o gesto do policial. Ninguém defende a execução do bandido pelo gosto mórbido de ver sangue nas ruas, e sim devido a um legítimo desejo de segurança e paz. Mas estão todos errados. A ação do cabo Flávio é um crime, não gera segurança nem paz, e coloca­o na mesma condição de Cristiano de Mello ­ a de bandido.

TEMA II: Observe a imagem construída pelo chargista Or­ lando, que saiu no jornal Folha de S. Paulo.

A seguir, produza um texto sobre a idéia que ela sugere.

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TEMA III:

“Causou polêmica a reedição da medida provisória que extingue o antigo Conselho Federal de Educação e cria em seu lugar o novo Conselho Nacional para a área. As questões levantadas expressam basicamente a opinião de alguns reitores e setores da intelectualidade em relação à proposta do governo

de aplicar exames aos alunos dos últimos anos dos cursos de graduação nas faculdades e universidades brasileiras.”

(FOLHA DE S. PAULO)

O tema “proposta do governo de aplicar exames aos alunos dos últimos anos dos cursos de graduação” tem sido amplamente discutido.

Apresente aqui, em texto dissertativo, suas idéias a respeito desse assunto.

REDAÇÃO

Instruções Gerais: Há três temas propostos para redação. Escolhaum deles e desenvolva um texto dissertativo.

Dê um título à sua redação

TEMA I:

Leia com atenção o seguinte trecho:

“Para Maria Isabel de Mattos, do Instituto de Psicologia da USP, o computador pode ajudar muito

na aprendizagem da criança: ‘Mas não é uma panacéia’. A psicóloga cita uma pesquisa da USP de 1993 sobre as preferências da garotada, em que o micro vem depois das brincadeiras com os amigos, de ouvir música, ver tevê e praticar esportes. ‘Alguém muito fascinado por computador tem um problema’,

ressalta Maria Isabel.” (REVISTA ISTOÉ)

A seguir, elabore um texto no qual você discuta a idéia proposta.

TEMA II:

“Vinte e nove anos depois de utilizado como pretexto para economizar energia, o horário de verão sempre provoca a ira dos preguiçosos, que têm que acordar uma hora mais cedo, e faz a felicidade dos que adoram voltar para casa, após o trabalho, ainda sob a luz do dia. Mas todos são unânimes em afirmar que o relógio biológico demora um pouco a entrar nos eixos.”

(ESTADO DE MINAS).

Elabore um texto, em que você discuta a idéia colocada pelo jornal Estado de Minas.

EXTRAÍDO DO VESTIBULAR DA PUC­MG

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4 7 Redação III

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47 REDAÇÃO

TEMA III:

Observe a imagem colocada a seguir.

Produza um texto dissertativo sobre a idéia que ela sugere.

ATIVIDADE ­ CRÍTICA

O trabalho que você acabou de realizar foi proposto num exame vestibular. Dados três temas, você escolhe um.

1. Quais as vantagens e desvantagens desse tipo de proposta?

2. No seu entendimento, qual tipo de texto é mais significativo?:

Texto apenas escrito

Texto­imagem

Texto­imagem­escrito

Por quê?

EXTRAÍDO DO VESTIBULAR DA PUC­MG

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3. Qual(is) dele(s) torna você mais criativo e livre para escrever? Justifique.

4. Que sugestões de temas você daria para a Universidade aplicar nos exames vestibulares? De que forma poderiam ser solicitados?

5. Você conhece os critérios usados para corrigir a sua redação no exame vestibular?

6. Em caso negativo, solicite informações a seu professor, ou mesmo na Universidade a que você vai se candidatar.

Conhecendo os critérios de correção, você ficará mais atento às exigências.

COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO Chama­se CONETIVO a palavra que liga uma construção a outra.

O conetivo pode ser vocabular

­ Casa de meu pai.

E pode ser oracional

­ Creio que voltarei cedo.

O conetivo vocabular é uma preposição (a, de, com...) ou uma locução prepositiva (à frente de, depois de...).

O conetivo oracional pode ser:

1. Relativo:

­ Eis o livro que comprei.

2. Coordenativo:

­ Entrei na sala e sentei­me. ­ Enganei­me ou me roubaram. ­ Saiu agora, mas volta logo.

Obs.: Os conetivos coordenativos sempre ligam construções de valor equivalente.

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4 9 Redação III

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3. Subordinativo:

­ Dizem que vai chover. ­ Perguntam se vai chover. ­ Estudo enquanto o sono não vem. ­ Estudo, embora tenha sono.

Obs.: Os conetivos subordinativos sempre ligam orações de valor desigual.

Agora, responda:

1. Onde há conetivo vocabular?

a) Venho de minha terra.

b) Venho porque me chamam.

c) Ficou em algum canto.

d) Ficou onde o puseram.

e) Creio em tua sinceridade.

f) Creio que nada lhe agrada.

2. Construa orações absolutas (isoladas e independentes), suprimindo o relativo e repetindo o substantivo a que ele se refere.

Modelo

a) Morreu o homem que eu amava.

­ Morreu o homem. Eu amava o homem.

­ Morreu o homem. Eu o amava.

b) Gostei do livro que comprei.

c) Estive na casa onde morei.

d) Disse os nomes dos quais me lembro.

e) Veja a roseira cujas flores colhi.

3. Construa um período que reúna as orações absolutas.

Modelo:

a) Morreu o homem. Eu o amava.

­ Morreu o homem que eu amava.

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b) Gostei do livro. Comprei­o.

c) Estive na casa. Morei nela.

d) Disse os nomes. Lembro­me deles.

e) Veja a roseira. Colhi suas flores.

f) Chamei o aluno. Seu pai chegara.

g) Visitei o médico. Eu me casei com sua prima.

h) Repreendi o menino. Bati o carro por sua culpa.

Silêncio “Há no comportamento das pessoas um aspecto

que me parece muito significativo e que se poderia traduzir da seguinte maneira: a satisfação costuma ser si lenciosa e a angústia, barulhenta. Essa observação, assim formulada, pode parecer meio cabalística. Mas não é difícil constatar que ela se revela uma prática constante nos mais diferentes níveis das relações humanas.

Veja, por exemplo, a maior queixa dos pais: nossos filhos nunca falam no que fizemos de bom, só sabem é descer a lenha nas nossas falhas. E é verdade. Em todo papo de filho e mesmo em revistas de psicologia, o que mais se faz é falar de pai e de mãe. Ninguém menciona o que eles fizeram de bom. A razão é simples. Aquilo que em nós funciona bem, aquilo que existe numa boa, está em silêncio. A parte boa do relacionamento entre pais e filhos, os bons frutos que essa relação deu pela vida afora, são realidades basicamente silenciosas. Aquilo que dói, que produz angústia, isso é o que costuma fazer barulho. E nisso se fala muito. Quer dizer, se eu sou desembaraçado ao falar com as pessoas, nem me pergunto de que amor, de que apoio me vem esse desembaraço. Cada vez, no entanto, que eu perco o jeito na frente de uma

menina, começo logo a investigar o passado: não, sabe, minha educação foi muito repressora... Aí os pais terminam levando bronca por uma parte daquilo que eles fizeram. Porque o que eles fizeram de bom vai mesmo ficar em silêncio.

Em todas as áreas do encontro humano, as relações podem se revelar assim barulhentas ou silenciosas. Você, por exemplo, se encontra com um determinado grupo de pessoas e oficialmente está tudo certo entre você e elas. Aparentemente tudo muito bem, numa boa. Só que você sai desse encontro exausto, com vontade apenas de se jogar numa cama e dormir. Porque você sente por dentro um barulho enorme. E até é capaz de passar um mês remoendo aquele encontro, tentando perceber onde foi que ele não se encaixou em você.

De outros encontros você sai leve, silencioso, descarregado. As coisas como que naturalmente se encaixaram. Essas são as que eu chamo de relações silenciosas, tão silenciosas que até podem parecer pouco intensas. Só que uma coisa pode estar em silêncio e ser extremamente ativa. Uma amizade silenciosa pode ser inesgotavelmente rica em trocas.

Mas é importante não confundir relações

TEXTO

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silenciosas com relações silenciadas. Acho que um clássico exemplo de relação silenciada é o almoço dominical em família. Porque ali, oficialmente, está tudo certo, oficialmente todo mundo aceitou aquela estrutura, aquela maneira de conviver, de estar reunido. Mas acaba o almoço e cada um vai para o seu canto, e você pode ver que há certa angústia

rosto de cada um. Oficialmente, tudo ali estava no maior silêncio, na maior satisfação. Na verdade, tudo podia estar apenas silenciado. Havia muitos gritos naquele silêncio. Muita raiva, muito tumulto. Silenciados.”

(GAIARSA, ANDRÉ. SILÊNCIO. IN: PSICOLOGIA ATUAL.

I. Construa novas frases, sem mudar­lhes o sentido.

1. “Essa observação, assim formulada, pode parecer meio cabalística.”

2. “...os bons frutos que essa relação deu pela vida afora, são qualidade basicamente silenciosas.”

3. “...não, sabe, minha educação foi muito repressora.”

4. “...tão silenciosas que até podem parecer pouco intensas.”

5. “Havia muitos gritos naquele silêncio. Muita raiva, muito tumulto.”

II. Responda as questões a seguir.

1. Através de uma frase, EXPLIQUE a idéia central do texto. Procure, também, outras idéias que sejam fundamentais para a compreensão da idéia central.

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2. Na relação pais e filhos, o que significa, para o autor, a angústia barulhenta?

3. O que leva um filho a alegar que a sua educação foi “repressora”?

4. Que diferença faz o autor entre “relações silenciosas e silenciadas”?

5. Tomando como base o texto lido, marque o que for, possivelmente, VERDADEIRO:

( ) Um bom exemplo de relação silenciosa é o almoço dominical porque aí a família se encontra num momento de interação.

( ) Uma amizade silenciosa não é gratificante, significando a ausência de elementos de troca entre as pessoas.

( ) As pessoas costumam fazer “barulho” quando se encontram tranqüilas e satisfeitas com o mundo que as rodeia.

( ) O ser humano costuma silenciar­se quando se sente leve, descarregado.

( ) As pessoas, quando se frustram, procuram logo investigar o passado para responsabilizar o outro.

( ) É muito raro os filhos se lembrarem dos momentos bons que tiveram na companhia dos pais.

6. Produza um pequeno texto a partir da idéia abaixo:

“Uma amizade silenciosa pode ser inesgotavelmente rica em trocas.” Como?

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ATIVIDADE ­ REFLEXÃO ­ Em grupo ­

Nesse sentido, propõe­se:

­ Cada grupo deve eleger um grupo social, instituição ou outro para dizer do “tipo ideal”.

­ Sugestões ­

família amigos marido/mulher

escola igreja professores

vizinhança namorado(a) governantes

outro Qual?__________________

­ Discutido o tipo ideal, confrontar com o real, observando semelhanças e diferenças.

­ Cada grupo deve apresentar seu trabalho para toda a turma sob forma de seminário ou outra decidida pela turma/professor.

­ Eleito um redator, digitar o texto coletivo e distribuí­lo na escola. Caso não dê para distribuir em toda a escola, procurem pontos estratégicos para expô­lo (os banheiros e bebedouros são excelentes para esses casos).

Observe os períodos com bastante atenção:

Todos nós temos um “tipo ideal” de amigo(a), vizinho(a), família, namorado(a), etc. Obviamente, trata­se apenas de um “tipo ideal”. Na realidade, no decorrer da vida, todos

vão adequando seu tipo ideal ao real, devido à multiplicidade do ser humano. Isto é natural !! Quando se descobre o conflito entre o “tipo ideal” e o “real”, sofre­se, mas, naturalmente,

compreende­se ao longo do processo de maturação.

IDÉIA DE TEMPO

­ Ao despedirem­se, choravam. ­ Pense bem, antes de falar. ­ Não os deixei em paz, até eles se decidirem.

RELAÇÕES

Tempo

Modo

Condição

Fim CONCESSÃO

Causa

Consequência

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IDÉIA DE FIM

­ “O animal feroz mata para se alimentar.” ­ “Para melhor fotografarem o eclipse solar, astrônomos subiram a doze mil metros.” ­ “Arrastei­me chorando, apalpando o chão, a procurar qualquer coisa.”

IDÉIA DE CONCESSÃO

­ Ofendi­os sem querer. ­ Apesar de ser ainda criança, não teve medo. ­ Embora chovesse, saiu.

IDÉIA DE CONDIÇÃO

­ Não sairá sem antes me avisar. ­ A prosseguirem esses crimes, ninguém mais terá sossego. ­ A julgar pelas aparências, Paulo e Vera são um casal feliz.

IDÉIA DE CAUSA

­ Não veio por se achar doente.

­ Comprarei os dois cavalos, visto serem de boa raça.

­ “Quase nos matam de tanto nos abraçar”.

IDÉIA DE MODO

­ Retirei­me discretamente, sem ser percebido.

­ “Eugênia saiu sem despedir­se do pai.”

­ “Ela o encarou por algum tempo, em silêncio, como a analisá­lo.”

IDÉIA DE CONSEQUÊNCIA

­ Muito distraído devia estar você para não me ver na festa.

­ Aquela cena impressionou­o muito, a ponto de lhe tirar o sono.

­ “Eu é que era jovem, a ponto de provocar reparo.”

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ATIVIDADE ­ DESAFIO

Situação

“Você brigou com seu(sua) namorado(a). Você ainda continua gostando dele(a).”

Construa uma história em que apereçam claramente as idéias de: causa, tempo, fim, concessão, condição, modo, conseqüência.

Caso a situação sugerida não lhe agrade, modifique­a, mas apresente as relações acima mencionadas: causa, consequência, etc.

Obs.: Se você escrever o texto sem prestar atenção às relações, você terá uma surpresa, pois aparecerão circunstâncias de tempo, modo, lugar, consequência, causa, etc.

MARQUE­AS!!

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Agora responda:

1. PUC­MG. “E concordaram em que não era necessário tomar por força homens, porque costume era dos que assim à força levavam para alguma parte dizerem que há de tudo quanto lhes perguntam; e que melhor e muito melhor informação da terra dariam dois homens desses degredados que aqui deixássemos do que lhes dariam se os levassem por ser gente que ninguém entende.”

(CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA)

Destaque no texto trechos que apontam as seguintes circunstâncias (ou destaque as orações subordinadas adverbiais de)

­ causa ___________________________________________________________________________

­ comparação ______________________________________________________________________

­ condição _________________________________________________________________________

2. Construa períodos que apresentem circunstâncias de:

a) Conseqüência____________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

b) Concessão ______________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

c) Condição _______________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

d) Finalidade _______________________________________________________________________

3. Observe as orações grifadas e diga que circunstância indicam.

a) Cheguei a Belém três dias depois, tendo rodado mais de 4 mil km.

b) Mesmo correndo, não o alcançou.

c) Estudando, você aprenderá em pouco tempo.

d) Prevendo uma resposta indelicada, não o interroguei.

e) O homem entrou na sala dando empurrões.

f) Mesmo oprimidos, não cederemos.

g) Surpreendidos por repentina chuva, pusemo­nos a correr.

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CONCLUSÃO

REFLEXÃO CRÍTICA

Discriminação

“O termo discriminação apresenta três significados principais: Em seu sentido mais geral, denota o ato de perceber, notar ou fazer distinção entre objetos. É às vezes usado para indicar o tratamento diferencial, favorável ou desfavorável, que se dá a pessoas

segundo as respectivas categorias ­ tratamento este que tem pouca ou nenhuma relação com o comportamento real das pessoas assim tratadas.

No sentido contemporâneo mais comum, tanto na linguagem corrente como nas ciências sociais, denota o tratamento desfavorável dado arbitrariamente a certas categorias de pessoas. Nesse caso, refere­se a um processo ou forma de controle social que serve para manter a distância social entre duas ou mais categorias ou grupos, através de um conjunto de práticas mais ou menos insti tucionalizadas e racionalizadas. Essas práticas acarretam a atribuição arbitrária de traços de inferioridade, baseados em razões que pouco têm a ver com o comportamento real das pessoas que são objeto da discriminação. Freqüentemente tais razões entram em conflito com as idéias aceitas de justiça e decência.

Tais práticas podem incluir a segregação e também outras iniciativas que vão muito além. Podem ser tomadas como as expressões concretas em que se encarna o preconceito, desde que atos inspirados em atitudes preconcebidas.

Ainda que se reconheça a existência de discriminações favoráveis em relação a pessoas ou grupos, o uso do termo em ciência social absorveu quase que totalmente a idéia de tratamento desfavorável. Uma das poucas definições neutras encontradas foi a “definição do termo” numa publicação das Nações Unidas: “Discriminação inclui qualquer conduta baseada em razões de categorias naturais e sociais, sem a menor relação com as capacidades ou méritos individuais, ou

com o comportamento concreto da pessoa em questão”(The main types and causes of discrimination, Lake Success, N. Y., 1949, p. 9). Entre os tipos de discriminação vantajosa estão os tratamentos cavalheirescos em relação às mulheres ou pessoas idosas, ou as prerrogativas de família de cunho hereditário.

B. Berry apresenta também uma definição neutra do termo: “Tratamento diferencial conferido a indivíduos, pelo fato de pertencerem a determinada categoria ou grupo” (Race and ethnic relations. Boston, Houghton, Mifflin, 1958., p. 372). Mas ilustra sua definição com um exemplo de tratamento negativo: “Os povos dominadores, em toda parte, têm recorrido a uma série de artifícios para restringir econômica, política e socialmente os grupos étnicos e raciais dominados. O termo comumente aplicado a tais práticas é discriminação” (ibid., p. 432) Comenta ainda que “uma das funções dessas discriminações consiste em isolar os grupos dominantes e os subordinados, assim como limitar o contato e a comunicação entre eles. O isolamento e a segregação, como é sabido, propiciam a preservação do status quo, assim como impedem o processo de assimilação e de fato entorpecem no grupo desfavorecido o desejo de um status mais elevado... Mas importante ainda é o fato de que as polít icas discriminatórias dif icul tam ao grupo oprimido a aquisição de conhecimentos, habilitações

TEMPORAL indica o tempo em que se realiza o fato expresso na oração principal.

FIM indica finalidade, objetivo.

CONCESSÃO indica um fato que concede, que se admite, em oposição ao da oração principal.

CONDIÇÃO indica hipótese, possibilidade.

CAUSA indica motivo, razão.

MODO indica maneira.

CONSEQÜÊNCIA indica um efeito ou resultado.

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e instrumentos para a melhoria do seu status” (ibid., p. 433). G. W. Allport defende uma concepção de discriminação como a manifestação declarada de um preconceito

que “se origina quando se tomam medidas no sentido de excluir membros de um grupo exclusivo.” (The nature of prejudice. Boston, Addison­Wesley, 1954. p 52­3). Frisa ainda que não se pode classificar como discriminação a separação de grupos por falta de compatibilidade, ou de pessoas, por suas características individuais (ibid.).”

(MOORE HARRY E . DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS SOCIAIS. MEC ­ 2ª EDIÇÃO. 1987).

Em grupo, discuta com seus colegas as seguintes questões: (Anotem as conclusões)

1) Apesar de o termo discriminação apresentar três significados, qual o mais comum? Exemplifique.

2) O que se entende por preconceito? Você é vítima de algum tipo de preconceito?

3) Existe algum tipo de discriminação que seja positiva? Em caso positivo, dê exemplos.

4) “Os povos dominadores, em toda parte, têm recorrido a uma série de artifícios para restringir econômica, política e socialmente os grupos étnicos e raciais dominados.”

a) Quem são os dominadores?

b) Quem são os dominados?

c) Quais artifícios são usados?

ATIVIDADE ­ COMPLEMENTAR ­ Em grupo ­

­ Cada grupo deve eleger um grupo discriminado.

­ Ler sobre esse grupo.

­ Se possível, fotografar, filmar, entrevistar, etc.

­ Convidar, se possível, alguém para falar do grupo discriminado em sala de aula e/ou auditório da escola.

Sugestão 1: espalhar na escola frases discriminatórias para observar as reações das pessoas e provocar discussões. Sugestão 2: montar murais em caso de fotos com textos laterais. Sugestão 3: passar o filme em caso de gravação vídeográfica. Sugestão 4: em caso de gravações (entrevistas jornalísticas), expor para os colegas.

­ Outras sugestões podem e devem ser dadas para tratar do tema.

SUGESTÃO DE APRESENTAÇÃO

Cada aluno, após escrito um texto sobre “ discriminação” , deve divulgá­lo na escola. Dez cópias de cada texto deixarão a escola cheia de novas idéias sobre os efeitos negativos da discriminação.

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RELAÇÃO O PRONOME RELATIVO

Observe:

O pronome relativo da oração subordinada adjetiva pode vir preposicionado. Portanto é preciso estar atento à regência do verbo utilizado.

­ A fruta de que mais gosto...

­ A cidade a que me dirigi...

­ A ferramenta com que trabalho...

O critério sintático para acertar sempre é olhar a pergunta correspondente, porque a subordinada adjetiva geralmente é igual a uma pergunta.

­ De que fruta mais gosto?

A fruta de que...(da qual)

­ A que cidade me dirigi?

A cidade a que...(à qual)

­ Com que ferramenta trabalho?

A ferramenta com que...(com a qual)

Agora, responda:

1. Transforme a segunda oração em subordinada adjetiva do sujeito da primeira.

Sugestão:

a) Meus pais ainda não desistiram de mim. Eles são otimistas.

­ Meus pais, que são otimistas, ainda não desistiram de mim.

b) Meus pais são otimistas. Eles ainda não desistiram de mim.

c) O escritor me cumprimentou. Ele leu a minha crítica.

d) O escritor leu a minha crítica. Ele me cumprimentou.

e) As rosas me agradam. Elas são todas lindas.

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2. Assinale a construção popular que se deve evitar na língua culta:

a) Veja o livro que eu vinha me entretendo com ele na viagem.

b) Chamei o rapaz que o pai dele tinha chegado.

c) Chamei o rapaz cujo pai tinha chegado.

d) Elogiei o aluno que eu tinha dado dez no trabalho dele.

e) Elogiei o aluno a cujo trabalho eu tinha dado dez.

f) Veja o livro com que eu me vinha entretendo na viagem.

3. Transforme a pergunta numa resposta que tenha uma subordinada adjetiva e comece de uma destas maneiras:

­ Este é...

­ Esta é...

Modelo

a) De que negócio ele está falando?

­ Este é o negócio de que ele está falando.

b) Em que livro o autor se inspirou?

c) A que missão ela se entregou?

d) Por que aluno ele se responsabiliza?

e) De que loja ele está encarregado?

f) A que mulher o poeta dedica seu amor?

TEORIA DA LÍNGUA

CONHECER PARA EVITAR!!

Vícios de Linguagem

1. Ambigüidade: defeito da frase a qual apresenta duplo sentido.

Convence, enfim, a mãe a filha amada.

­ Pedro, vi a Joana passeando com sua irmã.

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2. Barbarismo: uso de palavras erradas, relativamente à pronúncia, forma ou significação.

Rúbrica em vez de RUBRICA

Cidadões em vez de CIDADÃOS

Interviu em vez de INTERVEIO

3. Cacófato: som desagradável ou palavra de sentido ridículo ou torpe, resultante da seqüência de certos vocábulos na frase.

Cinco cada

Essa cana

Mande­me já

4. Obscuridade: sentido duvidoso decorrente do emaranhado da frase, da má colocação das palavras, da impropriedade dos termos, da pontuação defeituosa ou do estilo empolado.

5. Pleonasmo: redundância, presença de palavras supérfluas na frase.

Entrar para dentro

Sair para fora

Aponte, nas frases a seguir, o vício de linguagem presente.

Reescreva, corretamente, a frase.

a) Todos poram os livros na estante.

b) Pedro encontrou­se com Maria e falou de sua roupa.

c) Como me faz bem a brisa matinal da manhã!

d) Ele é muito ancioso!

e) Todos proporam que ela se contesse.

f) Você já observou a boca dela?

g) Vai­a seguindo, enquanto examino outros problemas.

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ATIVIDADE DE CAMPO ­ Em grupo ­

Observados os vícios de linguagem:

A) ambiguidade

B) barbarismo

C) cacófato

D) obscuridade

E) pleonasmo

­ Cada grupo deve ficar com um deles e anotar, seja observando a fala de amigos, colegas, professores, etc. (gentileza, ao observar o vício de linguagem, não corrigir a pessoa para evitar constrangimento). Apenas, discretamente, anote­o depois em seu caderno. Se necessário, podem consultar, também, algumas gramáticas.

­ Levem para a sala de aula. Troquem as frases, períodos ou parágrafos, sem dizer a que vício se referem.

­ Cada grupo deve descobrir o vício e reescrever, observando a norma culta.

­ Sugiram para o professor uma maneira de apresentar este trabalho.

REDAÇÃO

Instruções Gerais: Há três temas propostos para redação. Escolhaum deles e desenvolva um texto dissertativo.

Dê um título a sua redação.

TEMA I:

Leia com atenção a frase emitida por Paulo Serdan, presidente da Mancha Verde, torcida organizada do Palmeiras, diante da possibilidade de impedimento legal do funcionamento das torcidas organizadas, tendo em vista a violência nos estádios de futebol.

A seguir, elabore um texto no qual você discuta a idéia proposta.

“Se acabarem com as torcidas uniformizadas, seremos mais de 80.000 jovens sem ter no que acreditar.”

TEMA II:

O projeto Axé, organização não governamental, está à beira de seu fechamento por falta de verba. Por isso Caetano Veloso produziu um ‘show’ em benefício da entidade. O Presidente Fernando Henrique Cardoso compareceu ao evento.

Diante desses fatos, Arnaldo Jabor, no jornal Folha de S. Paulo, emitiu as seguintes palavras:

“Acho superlegal que FHC tenha atendido ao chamado do Caetano. Porém fiquei espantado como era

barata a necessidade de dinheiro para o Axé. Só 200 mil, salário de dez juizes do STJ. É espantoso também que não haja no Governo grupos pensando soluções alternativas. Revoluções parciais possíveis. Como fazem os artistas. O macropoder está hoje nas mãos de sociólogos e economistas de alto nível.

Já é bom. Mas acho que a efetivação política está precisando de artistas. A criança cheirando cola nos faz a pergunta essencial: “Quem somos nós? “

Elabore um texto, em que você discuta a idéia de Arnaldo Jabor.

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Foto de 1915

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Esta família são dois jovens alheios a tirar retrato. Um se remira, espelho, no outro e se reencontra num abraço.

Com o primeiro filho, a primeira filha, e tormentosos trabalhos, esta família é mais complexa. Nem se pensa em colher imagens.

Vêm surgindo filhos (e penas). Uns mal chegam, vão­se, enevoados. Sobra tempo para imprimir no papel o sonho da vida?

A TÍTULO DE EXEMPLO

TEMA III:

Observe a imagem colocada a seguir, que saiu no jornal Estado de Minas.

A seguir, produza um texto dissertativo sobre a idéia que ela sugere.

PUC/MG

PUC/MG

A família chega ao limite de se sentar e recordar­se. Já não cabe fotografia panorâmica: um dia coube?

De Santa Bárbara o fotógrafo chega em hora definitiva. A tarde, a relva. Enquanto há sol, cadeiras pousam no jardim.

Esta família faz­se grupo imóvel mas sempre fixo. Quanto sobrou de uma família: a leve escultura de um grupo

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6 4 Redação III 64 REDAÇÃO

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“A tradicional família mineira está passando por um curioso processo de transformação, iniciado timidamente por volta de 1963, quando Belo Horizonte começou a cultuar seus primeiros barzinhos instalados no conjunto Archangelo Maletta ou brilhando solitariamente na rua Guajajaras, também no centro da cidade, como o Bucheco.

O processo de mudança do mineiro não aconteceu da noite para o dia, e é considerado até lento pelo sociólogo Jarbas Medeiros, doutor em sociologia política pela École Pratique des Hautes Études de Paris e professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele acredita que “por termos uma cultura complementar à do Rio de Janeiro e à de São Paulo, as transformações chegam a Minas com um certo atraso”.

A mudança no comportamento dos mineiros se tomou mais evidente a partir da década de 80, quando os jovens começaram a acompanhar de perto e participar com mais interesse da evolução dos costumes. “Foi nessa época que o mineiro deixou de ser careta e se tornou cosmopolita”, atesta Delcir da Costa, sem esquecer de f risar que essa transformação passou por altos e baixos. O psiquiatra explica que “o mineiro é um montanhês e, como tal, uma hora está no sopé da montanha e em outra está no pico, e quando se está lá em cima é mais fácil enxergar longe”.”

ATIVIDADE ­ OBSERVAÇÃO ­ Em grupo ­

I. Procurem um, dois ou mais textos, que tratem das tradições e/ou mudanças por que passaram os valores de sua cidade e/ou estado onde vocês vivem.

II. Se for possível, desenhem, tirem fotos, ou filmem, a depender do(s) aspecto(s) escolhidos.

III. Troquem os textos (em prosa ou verso) com os demais grupos.

IV. Elejam os mais interessantes, e a partir deles, produzam, individualmente, um texto dissertativo sobre “Tradições e mudanças na sociedade local, onde você vive”.

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PRÁTICA DA LÍNGUA

RELAÇÕES

Observe:

“ O tambor soa porque é oco” .

porque é oco causa

“Minha mão tremia tanto que mal podia escrever” .

que mal podia escrever conseqüência

“ Afastou­se depressa para que não o víssemos” .

para que não o víssemos finalidade

Observadas as sugestões acima, tente averiguar as relações que se seguem:

“Desde que é impossível, não resistirei.”

“Os governantes realizam menos do que prometem.”

“Célia vestia­se bem, embora fosse pobre”

“Ficaremos sentidos, se você não vier.”

“As coisas não são como dizem.”

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“Comprarei o quadro, desde que não seja caro.”

condição

“Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.“

“Fiz sinal que se calasse.”

“À medida que se vive, mais se aprende.”

“O agricultor colheu o trigo e o vendeu.”

adição

“Querem mais dinheiro, mas não trabalham.”

“Os seqüestradores deviam render­se ou seriam mortos.”

“As árvores balançam, logo está ventando.”

“Choveu durante a noite, porque as ruas estavam molhadas.”

(D. PASCHOAL CEGALLA)

BUSCA DE INFORMAÇÕES ­ Segure sua curiosidade ­

Antes de ler as propostas de redação que se seguem, tentem, em dupla, buscar informações sobre:

­ Caso I ­

a) falência de bancos brasileiros e estrangeiros;

b) privatização de bancos brasileiros;

c) crimes do colarinho branco;

d) justiça brasileira.

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­ Caso II­

a) analfabetismo no Brasil: fatos e dados estatísticos até o atual momento;

b) quanto se investe em Educação no Brasil e suas implicações políticas;

c) chances de um brasileiro chegar à Universidade e os motivos por que a maioria dos brasileiros mal completa o Ensino Fundamental. O Ensino Médio pode até passar a ser um sonho! Imagine chegar à Universidade!!!

d) tentativas de mudança na educação brasileira.

ONDE BUSCAR INFORMAÇÕES?

­ Jornais ­ Revistas

­ Livros específicos sobre os assuntos solicitados

ETC... ETC... ETC...

COMO BUSCAR AS INFORMAÇÕES?

­ Consultar colegas, professores, amigos, pais, etc.

­ Visitar as instituições de educação de sua cidade.

­ Entrevistar pessoas ligadas à Educação.

­ Visitar casas de cultura de sua cidade.

­ Convidar pessoa ou pessoas ligadas à Educação/Cultura para uma palestra em sua escola.

Etc... Etc... Etc...

AGORA VOCÊS ESTÃO PREPARADOS PARA ENFRENTAR O TRABALHO A SEGUIR:

Instruções:

Há dois temas propostos para redação. Escolha um deles e desenvolva um texto dissertativo.

Dê um título a sua redação.

Tema I “A seqüência de estouros, tanto em bancos

privados como em oficiais, pode dar a impressão de que o Brasil é um país diferente dos outros.(...)

Pois nem nesse aspecto o Brasil é um país sin­ gular. Na digníssima Inglaterra, a casa bancária Barings se arrebentou ­ apesar de seus mais de dois séculos

de existência. Nos Estados Unidos, outra veneranda casa de investimentos, a Drexel Lambert, também faliu. Em ambos os casos, as falências foram provocadas por malfeitorias. Aí começam as diferenças com o Brasil. O Barings foi à lona por obra e graça de Nicholas Leeson. E Leeson, há um ano na prisão, foi julgado e

(PUC­MG)

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A partir das informações dadas no texto veiculado pela Veja, além de outras que você conheça, produza um texto sobre a impunidade no Brasil.

Tema II

Em miúdos: lá fora, há punição, e pesada, para crimes do colarinho­branco, enquanto no Brasil bancos são saqueados e o Tesouro cobre os rombos sem que um mísero criminoso veja o sol nascer quadrado.”

(VEJA, “CARTA AO LEITOR”, 3/04/96.)

O agricultor pernambucano Antonio Ramos da Silva, 49 anos, prefeito da pequena Quixadá, de 7500 habitantes, a 430 quilômetros do Recife, tinha tudo para ser apenas mais um número nas estatísticas da miséria no Brasil. Nasceu numa família pobre, com onze irmãos, cresceu trabalhando na roça e nunca freqüentou a escola. Até hoje não sabe ler e nem escrever. Apesar disso, na semana passada ele esteve em Belo Horizonte para receber uma homenagem especial do Ministério da Educação. Silva é apontado como modelo entre os 5000 prefeitos brasileiros numa área em que o país

marca passo há décadas: a educação. Administrando um dos municípios mais pobres de Pernambuco, ele transformou o ensino na prioridade do seu governo, construiu e reformou escolas, contratou professores com curso superior no Recife, aumentou o salário de todos eles e hoje gasta 40% de todo o orçamento da prefeitura em educação, índice muito acima do mínimo previsto em lei, de 25%. “Nada é tão importante quanto a educação” , diz o prefeito analfabeto. “ Só uma pessoa como eu, que não tive a chance de estudar, sabe o que é isso.”

Escreva um texto cujo tema seja a educação no Brasil.

As informações dadas, bem como outras que você já tenha, podem servir de referência.

Há dois temas propostos para redação. Escolha um deles e desenvolva um texto dissertativo.

Dê um título a sua redação.

Tema I

(PUC­MG)

“O Pareja parece um bandido à moda antiga. Ele agiu o tempo todo como se estivesse estrelando um filme de aventuras. (...) Apesar das poucas horas de sono, Aldo Sabino não demonstrava cansaço ao narrar as aventuras do ‘amigo’ Pareja. Segundo ele, sua admiração por ele aumentou na rebelião ­ quando até jogava bola com Pareja. “ (Promotor de Justiça Aldo Sabino, 23 anos, tomado como refém por Leonardo Pareja)

“Tá me conhecendo? Muito prazer, sou o Pareja,

tô fugindo. Este é o refém e estes estão fugindo comigo.” Depois de conversar com as pessoas, “Pareja até deu autógrafos”.

Retirados da reportagem de 5/04/96, da Folha de S. Paulo, os trechos acima trazem duas manifestações a respeito das atitudes de Leonardo Pareja, seqüestrador, presidiário, líder do motim ocorrido na penitenciária de Aparecida de Goiânia (GO), em abril deste ano, quando foram feitos reféns para uma fuga.

condenado a seis anos de cadeia. No caso da Drexel, o meliante foi Michael Milekn, que passou 22 meses numa penitenciária, além de ter pago multas no valor de 1,1 bilhão de dólares.

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Tema II

“ Violência à mineira” “Menores são mortos por grupo de extermínio

formado por policiais. Na noite de quinta­feira, 14, os meninos de rua

Gilmar Ferreira de França, 14 anos, Jamil Martins Murilo, 15 anos, e Júnior Santos Marques Lelo, 17 anos, foram vistos pela última vez. (...)

A chacina mobilizou entidades internacionais e chamou a atenção para um grupo de extermínio organizado no interior da polícia mineira.”

(ISTOÉ 27/MARÇO/96)

ATUALIZE­SE ­ Em dupla ­

­ Substituam os textos dos temas I e II por outros atuais que evidenciem a violência, em seus variados níveis, no Brasil.

­ A partir dos novos textos, produza, individualmente, texto pessoal sobre um dos aspectos que mais lhe interessou.

PRÁTICA DA LÍNGUA

“ O Poder da Palavra”

“O homem cria o mundo à sua imagem e semelhança. Não explica apenas, com também o organiza, pois os símbolos que elabora para descrevê­ lo vão servir para dominá­lo. Eis a profunda ambigüidade do relacionamento que o homem estabelece com o mundo e consigo próprio. Constrói sistemas simbólicos que têm a propriedade de transformar o real imediato

em conjunto de abstrações, mas essa transfiguração é requisito indispensável para atuar sobre a realidade.

O discurso deve ser então considerado em suas várias funções. Como expressão da situação, a linguagem é criação e organização do mundo. Poder­ se­ia falar, nesse sentido, de função demiúrgica da palavra. Os mitos de criação do mundo, seja qual for a

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sua origem, deixam claro este aspecto. É Brama surgindo da flor de lótus oriundo do umbigo de Vishnu, com os Vedas na mão; o Livro Sagrado é contem­porâneo do universo. Nasce juntamente com ele.

As religiões semíticas descrevem um estado indiferenciado da matéria, que um demiurgo ordena, dando nome aos elementos, e assim transforma o caos em cosmos. O poema babilônico “Enuma Elish” bem mostra que a organização do mundo é feita mediante a atribuição do nome: “Quando, em cima, o céu ainda não recebera o nome, embaixo, a terra não fora ainda nomeada... No tempo em que, dos deuses, nenhum fora criado, nenhum chamado pelo nome...”

Para os antigos egípcios, “o órgão da criação é a boca, que nomeia todas as coisas”. No “Rigveda”, a fala é apresentada como imagem ma­ terna, que contém o universo dentro de si: “Da palavra vivem todos os deuses; os gênios, os animais e os homens... a palavra é imperecível, primogênita da

lei, mãe dos vedas, umbigo da imortalidade”. Será necessário, ainda, lembrar João, 1,1­4?

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele e sem ele nada do que foi feito se fez. A vida estava nele, e a vida era a luz dos homens.”

Dentro do pensamento místico, a palavra do homem é um aspecto da fala divina. Nas preces, nas invocações, na repetição de palavras rituais, na leitura dos textos sagrados, o homem participa da obra divina da criação e recriação incessante do mundo. Dessa dupla operação a linguagem é testemunha.

O conceito não deve ser considerado como pura abstração. Para existir, necessita de suporte físico. A mediação entre o mundo interno e externo é igualmente operada pelo elemento fonético. O som participa da natureza física, mas é ao mesmo tempo suporte para o conceito. É através da materialidade que se apreende a abstração.”

­ Em grupo ­

1. Lido o texto, discutam em grupos as questões:

O homem cria símbolos que acabarão dominando­o.

“ ...a linguagem é criação e organização do mundo.”

“ O homem cria o mundo à sua imagem e semelhança.”

“ Deus criou o homem à sua imagem e semelhança.”

“ O homem criou “ deus” à sua imagem e semelhança” .

2. Elejam uma das questões e argumentem.

( MONIQUE AUGRAS, O SER DA COMPREENSÃO)

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3. Dêem exemplos concretos da(s) situação (situações) eleita(s).

ATIVIDADE ­ ARGUMENTAÇÃO

A) O que é poder?

B) Que outras formas, além das palavras, podem ser usadas como instrumentos de PODER?

C) Com quais situações as palavras são mais poderosas que os instrumenots citados anteriormente?

D) Como transformar o item B em palavras?

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VESTIBULAR!!!

(Proposta de redação ­ FUVEST)

Vestibular ­ um mal necessário

(HÉLIO GUERRA VIEIRA, REITOR DA USP) “No Brasil, as escolas superiores adotam o

mesmo princípio usado na Europa, para a seleção dos candidatos: o número “clausus”, que fixa o total de alunos que cada curso pode receber. Mas lá a situação é diferente. As escolas superiores aplicam um exame de qualificação, que serve apenas para encaminhar o aluno a determinada escola: todos conseguem uma vaga no ensino superior, só que nem sempre nas escolas que pretendem.

A França, por exemplo, substitui o vestibular pelo “baccalauréat” e a Alemanha pelo “abitur” (habilitação). Esses exames servem de critérios para remanejar os

alunos aprovados, que têm garantido um lugar no ensino superior. “Nesses países ­ lembra Guerra Vieira ­ o Estado mantém um número de escolas superiores suficientes para atender toda a demanda.” Outros, no entanto, decidiram acabar com o número “clausus”.

Resultado: O Instituto Nacional Politécnico, no México, tem 150 mil alunos matriculados (na Escola Politécnica da USP existem apenas 3 mil estudantes), fato que levou a uma total degeneração do ensino su­ perior naquele país.”

(O ESTADO DE SÃO PAULO).

Em Grupo

Deve haver limite de vagas nas universidades brasileiras?

PRÁTICA DA LÍNGUA

Construa seu texto individualmente.

ESCOLHA!!!

Oral ou por escrito, coloque seus pensamentos sobre a construção

da democracia “ sem sangue” , mas com palavras.

Apresentem sugestões ao seu professor para melhor expor o tema em questão.

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Por quê?

Pelo texto, na Europa, “todos conseguem vaga no ensino superior”.

Procure motivos para este fato.

O vestibular é realmente um “mal necessário?”

Por quê?

“O vestibular seleciona os melhores.”

Discuta esta afirmativa.

“Vestibular é sorte”. Comente a afirmativa tomando como base a educação brasileira atual.

DISCUSSÃO AMPLA

Sugestão

Dividir a turma em:

Aqueles que consideram o vestibular um meio eficaz de selecionar os mais competentes.

Aqueles que consideram o vestibular desnecessário. O Ensino Fundamental e o Ensino Médio bastam para garantir uma vaga na universidade.

Aqueles que crêem que o vestibular apenas reforça uma sociedade de classes.

!... ?.... !... ?... ?... !...

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Observando os limites de:

Introdução Desenvolvimento Conclusão

Redija sobre o tema:

UNIVERSIDADE: PARA QUÊ?

Motivado(a) pelas sugestões abaixo, produza um texto dissertativo, expondo o seu ponto de vista sobre o assunto.

Observação: Dê um título à sua redação.

Jovens levantam a bandeira da qualidade do ensino.

Desta vez, todos os estudantes irão às ruas para defender a bandeira da Educação, além de denunciarem todos os problemas inerentes ao tema.

GABARITO ­ ESTADO DE MINAS.

Texto “NÃO TENHO curso superior. O que eu sei foi a

vida que me ensinou, e como eu não prestava muita atenção e faltava muito, aprendi pouco. Sei o essencial, que é amarrar os sapatos, algumas tabuadas e como distinguir um bom Beaujolais pelo rótulo. E tenho um certo jeito ­ como comprova este exemplo ­ para usar frases entre travessões, o que me garante o sustento.

No caso de alguma dúvida maior, recorro ao bom senso. Que sempre me responde da mesma maneira: “Olha na enciclopédia, pô!”

Este naco de autobiografia é apenas para dizer que nunca tive que passar pelo martírio de um vestibu­ lar. É uma experiência que jamais vou ter, como a dor do parto. Mas isso não impede que todos os anos, por esta época, eu sofra com o padecimento dos amigos que se submetem à terrível prova, ou até de estranhos que vejo pelos jornais chegando um minuto atrasados, tendo insolações e tonturas, roendo metade do lápis durante o exame e no fim olhando para o infinito com aquele ar de sobrevivente da Marcha da Morte de Batan. Enfim, os flagelados do unificado. Só lhes posso

oferecer a minha simpatia. Como ofereci a uma conhecida nossa que este ano esteve no inferno.

­ Calma, calma. Você pode parar de roer as unhas. O pior já passou.

­ Não consigo. Vou levar duas semanas para me acalmar.

­ Bom, então roa as suas próprias unhas. Essas são as minhas...

­ Ah, desculpe. Foi terrível. A incerteza, as noites sem sono. Eu estava de um jeito que calmante me excitava. E quando conseguia dormir sonhava com escolhas múltiplas, a) fracasso b) vexame c) desilusão. E acordava gritando, NENHUMA DESTAS! NENHUMA DESTAS! Foi horrível.

­ Só não compreendo por que você inventou de fazer vestibular a esta altura da vida...

­ Mas quem é que fez vestibular? Foi meu filho! E o cretino está na praia enquanto eu fico aqui, à beira do colapso.

Mãe de vestibulando. Os casos mais dolorosos. O inconsciente do filho às vezes nem tá, diz pra coroa

(PUC­MG)

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que cravou a coluna do meio em tudo e está matematicamente garantido. E ela ali, desdobrando fila por fila o gabarito. Não haveria um jeito mais humano de fazer a seleção para as universidade? Por exemplo, largar todos os candidatos no ponto mais remoto da Floresta Amazônica e os que voltassem à civilização estariam automaticamente classificados? Afinal, o Brasil precisa de desbravadores. E as mães dos reprovados, quando indagadas sobre a sorte do filho, poderiam enxugar uma lágrima e dizer com altivez:

­ Ele foi um dos que não voltaram... Em vez de: ­ É um burro! Os candidatos à Engenharia no Rio de Janeiro

poderiam ser postos a trabalhar no Metrô dia e noite, quem pedisse água seria desclassificado. O Estado acabaria com poucos engenheiros novos ­ aliás, uma segurança para a população ­ mas as obras do Metrô progrediriam como nunca. Na direção errada, mas que diabo.

O certo é que do jeito que está não pode

continuar. E ainda por cima, há os cursinhos pré­ vestibulares. Em São Paulo os cursinhos estão usando helicóptero na guerra pela preferência dos vestibulandos que terão que repetir tudo ano que vem. Daí para o napalm, o bombardeio estratégico, o desembarque anfíbio e, pior, uma visita do Kissinger para negociar a paz, é um pulo. Em São Paulo há cursinhos tão grandes que o professor, para se comunicar com as filas de trás tem que usar o correio. Se todos os alunos de cursinhos do centro de São Paulo saíssem para a rua ao mesmo tempo, ia ter gente caindo no mar em Santos. O vestibular virou indústria. E os robôs que saem das usinas pré­vestibulares só têm dois movimentos; marcar cruzinhas e rezar.

O filho da nossa nervosa amiga chegou em casa meio pessimista com uma dessas provas.

­ Sei não. Acho que tubulei. O inglês não estava mole.

­ Mas meu filho, hoje não era Inglês. Era Física e Matemática!

­ Oba! Então acho que fui bem.”

(IN: VERÍSSIMO, LUIZ FERNANDO. AMOR BRASILEIRO. PORTO ALEGRE: L & PM, 1987.)

PARA REFLEXÃO

1. Enquanto estudante do segundo grau, que sentimento o texto provocou em você? Tente explicá­lo.

2. Qual parte do texto provocou em você esse sentimento? Transcreva­o, grifando palavras­chave.

3. Você considera que o autor exagerou nas críticas ao vestibular? Por quê?

4. “Largar todos os candidatos no ponto mais remoto da Floresta Amazônica” Essa comparação é compatível com os exames vestibulares? Explique.

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5. “Não voltar da floresta” “Ser burro”

Como essas duas opções podem ser interpretadas?

6. O candidato aos exames vestibulares tem muitas ansiedades. Mencione algumas e eleja a que mais o preocupa.

7. O que você sugere para acabar com os exames vestibulares?

ATIVIDADE ­ DESAFIO

Crie, individualmente, uma situação oral, escrita ou dramatizada, que represente as dificuldades para “entrar na universidade” ou mesmo “encontrar um trabalho compatível com seus reais desejos”, sejam eles pessoais e/ou salariais.

PARA CONSULTA ­ REVISÃO ­ VOCÊ JÁ SABE!! APRIMORE!!!

ACENTUAÇÃO SÃO ACENTUADAS

Todas a palavras proparoxítonas cântico/ficássemos

As paroxítonas terminadas em: jurí, lápis, bônus, açúcar, fênix, hífen, útil, i, is, us, r, x, n, l, ã, ãs, ão, ãos, íma, ímas, órgão, órgãos, álbum, médiuns, um, uns, ditongo, ps. história, tríceps.

As oxítonas terminadas em: a(s), e, o(s), em, ens. marajá, você, cipó, armazém, vinténs.

ATENÇÃO:

Não se acentuam as paroxítonas hifens, jovem, nuvens. terminadas em: em, ens.

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Acentue, quando necessário:

vintem revolver

porem onix

paletos polen

bisavo facil

voces escritorio

paje Italia

cipo memoria

maracuja carie

forma­lo lamina

medium pessego

mediuns Africa

forum Angela

forceps tamara

sotão pudessemos

sotaos estudassemos

lapis vivessemos

visivel partissemos

eter lampada

SÃO ACENTUADOS

Os monossílabos tônicos terminados em: pá, pás, pé, pés, pó, pós. a, e, o, (s).

Os ditongos abertos éu, éi, ói. céu, anéis, herói.

O primeiro o dos vocábulos terminados pelo vôo, vôos, perdôo, abençôo encontro fechado ôo, seguidos ou não de s.

Coloca­se acento nas letras i e u se elas:

a) Ocorrerem sozinhas na sílaba, ou com a letra s. saída, saúde

b) vierem precedidas de vogal. saíste, saímos, baú.

c) não forem seguidas de nh. juízes

Coloca­se o trema na letra u dos encontros que, qui, gue, gui, quando pronunciados tranqüilo, freqüente, lingüiça, sagüi atonamente

Acentue quando necessário:

mausoleu magoo

camafeu coroo

chapeu voos

rei enjoos

le aneis

ves herois

po­lo anzois

la Andreia

saida bau

balaustre Luiz

saimos raiz

ruim raizes

sagui tranquilo

aguentar quilo

queijo quente

guerra guerreiro

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Os verbos TER e VIR levam acento circunflexo na terceira pessoa do plural do presente do indicativo.

SINGULAR PLURAL ele tem eles têm ele vem eles vêm

Os verbos derivados de TER e VIR levam acento agudo na terceira pessoa do singular e acento circunflexo na terceira pessoa do presente indicativo.

SINGULAR PLURAL ele contém eles contêm ele retém eles retêm

Os verbos CRER, DAR, LER e VER e seus derivados levam acento circunflexo no primeiro E da terceira pessoa do plural do presente do indicativo (crer, ler, ver) e do subjuntivo (dar).

SINGULAR PLURAL

ele crê eles crêem que ele dê que eles dêem ele vê eles vêem ele lê eles lêem

Acentue, se necessário, as formas verbais:

ele tem eles tem ele vem eles vem ele le eles leem ele ve eles veem que ele de que eles deem ele detem eles detem ele contem eles contem

ele preve eles preveem ele mantem eles mantem ele descre eles descreem ele invervem eles invervem ele reve eles reveem ele retem eles retem

Continuam acentuadas (acento diferencial)

côa (verbo) coa (contração) pôr (verbo) por (preposição) pára (verbo) para (preposição) pêlo (substantivo) pelo (contração) pélo (verbo) péla (s) (substantivo e verbo) pôlo (substantivo) polo (contração) pólo (substantivo) pêra (substantivo) pera (contração) péra (substantivo)

Obs.: O acento diferencial de timbre na letra ee

na letra o foi abolido ­ exceção feita a forma pôde,

que se acentuará por oposição a pode

acordo/acordo

jogo/jogo

apelo/apelo

gelo/gelo

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CRASE Você já sabe!! Aprimore!!!

A (Preposição) + A (artigo) = À

Regra geral: haverá crase quando o termo anterior exigir a e o termo posterior admitir a ou as.

Eu me refiro a a menina. Eu me refiro à menina.

Diante de nomes de lugares:

Vou à Bahia (venho da Bahia) Vou à Itália (venho da Itália) Vou a Salvador (venhodeSalvador) Vou a Curitiba (venho de Curitiba)

Obs.: Se o nome de lugar que repele o artigo vier determinado, passará a aceitá­lo e haverá crase.

Vou à velha Salvador. Vou à Roma antiga.

OCORRE CRASE:

1. Na indicação de horas Saiu às dez horas da manhã.

Obs.: Se houver outra preposição, não se colocará acento no a.

Ele chegou desde as sete horas.

2. Indicando moda, maneira, estilo:

Interpretou a música à Caetano Veloso.

3. Nas expressões femininas:

Chegaram à noite. Estava à procura de ajuda.

NÃO OCORRE CRASE:

1. Diante de palavras masculinas:

Refiro­me a João Dantas.

2. Diante de verbos:

Estou disposto a trabalhar.

3. Nas expressões constituídas por palavras repetidas:

Estamos cara a cara.

4. Diante de pronomes que não aceitam o artigo.

Dirijo­me a Vossa Senhoria.

Refiro­me a ela.

Obs.: Se o pronome admite artigo, haverá crase.

Refiro­me à senhora.

5. Quando um a estiver diante de uma palavra no plural:

Refiro­me a pessoas discretas.

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CRASE FACULTATIVA:

1. Diante de nomes de pessoas do sexo feminino:

Ela se referiu a(à) Denise.

2. Diante de pronomes possessivos femininos:

Falei a(à) minha amiga.

3. Depois da preposição até:

Fui até a(à) praia.

CASA/TERRA

Não se usa crase diante das palavras casa (lar, moradia) e terra (chão firme), a menos que venham especificadas.

Voltei tarde a casa.

Os astronautas desceram a Terra.

Voltei tarde à casa dos amigos.

ÀQUELE(S), ÀQUELA(S), ÀQUILO

Haverá crase sempre que o antecedente exigir a preposição a.

Assisti àqueles filmes.

Aspiro àquela vaga.

Observações importantes:

1. Não ocorre crase diante dos pronomes relativos quem e cuja:

Esta é a mulher a quem me refiro.

Este é o autor a cuja obra me refiro.

2. Diante de pronome relativo que geralmente não há crase.

Esta é a universidade a que aspiro.

Obs.: Ocorrerá crase antes do relativo que quando antes dele houver o pronome demonstrativo a ou as (=aquela, aquelas).

Sua camisa é igual à que comprei.

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ORTOGRAFIA

Use ou não H. (Você já sabe!!) _________abitar _________igiene _________álito _________ino _________armonia _________úmido _________aver _________istória _________egemonia _________oje _________ontem _________omem _________onesto _________onra _________orizonte _________óstia _________otel _________umano _________umildade _________umor _________emisfério _________ipertensão _________ipotensão _________omogênio

SÓ PARA CHATEAR ­ BRINCADEIRA!!

USO DO H

1. No final de algumas interjeições: Oh! Ah!

2. Quando a etimologia ou tradição Hábil escrita de nosso idioma determina: Hélice

Hipoteca Honesto

3. Nos compostos em que o segundo Anti­histórico elemento com H etimólogico se une Pseudo­herói ao primeiro por hífen: Pré­histórico

Anti­higiênico

4. Nos compostos sem hífen, o H é suprimido: Desonra Resumido Humano

USO DO S

1. Nos adjetivos finalizados pelos sufixos oso/osa: bondoso formosa honroso

2. Nos sufixos ês/esa/isa inglês potuguesa profetisa

3. As formas dos verbos pôr e querer grafam­se com S: pus quiser puser

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Use S ou Z. (Só para testar!) fi____esse fi____ qui____er pu____er prince____a viuve____ mesquinhe____ canali____ar canal____inho estupide____ magre____a bele____a grande____a capa____ pesqui____ar anali____e gá____ aliá____ algo____ fuga____ apra____ível ami____ade atri____ aprendi____ a____a a____ar pu____ ba____ar bu____ina qui____esse carta____ fero____

USO DO J/G

1. Nos vocábulos terminados em ágio, égio, pedágio ígio, ógio, úgio usa­se G: litígio

relógio subterfúgio

2. Nos substantivos terminados em gem usa­seG garagem margem

Exceções: pajem lajem lambujem

3. Palavras da mesma família escrevem­se anjinho (anjo) da mesma forma: canjica (canja)

laranjeira (laranja)

USO DO Z

1. Nos sufixos ez/eza, formadores de substantivos beleza (belo) abstratos a partir de substantivos. magreza (magro)

altivez (altivo) grandeza (grande)

2. no sufixo izar, formador de verbo: canalizar atualizar humanizar

3. No sufixo zinho: papelzinho paizinho

Obs.: Não esquecer de que palavras da mesma família se escrevem da mesma forma.

pesquisar/pesquisa analisar/análise

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8 3 Redação III

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83 REDAÇÃO

USO DO X/CH

1. Depois de ditongo, usa­se X: ameixa

faixa

2. Depois de EN, usa­se X: enxame enxada

Exceções: encher, encharcar e derivados

Use J ou G. (Para desafiar!!) ____ibóia gor____eta ____enipapo can____ica ____esuíta man____edoura ____eito la____e ____iló mon____a ____im here____e via____em (subs.) ____en____ibre o____iva evan____elho rele____oeiro gor____ear ____íria ma____estade berin____ela ____iz via____em (verbo) tan_erina mon____e li_eiro ____en____iva ____eada an____élico reló____io

Use X ou CH. (Para assustar!) ____eio ori____á ____u____u o____alá en____er pra____e ____afariz pu____ar ca____aça en____arcar apetre____o ____arco bru____a ca____inho ca____umba bro____e coa____ar bo____e____a gra____a be____iga li____a capi____aba lu____o eli____ir ma____i____e fa____ina ra____ar la____ante me____er to____a me____erico rela____ar ve____ame ____ampu ____arope ____avante ____ereta ____erife ____ícara ____ingar

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8 4 Redação III 84 REDAÇÃO

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PONTUAÇÃO

Sinais

1) O ponto (.)

2) O ponto de interrogação (?)

3) O ponto de exclamação (! )

4) A vírgula (,)

5) O ponto e vírgula (;)

6) Os dois pontos ( : )

7) As aspas (“)

8) O travessão (­)

9) As reticências (...)

10) Os parênteses (())

REVISÃO ­ MAIS DO QUE SABIDO!!

Ponto

É usado para encerrar qualquer tipo de período, exceto os terminados por orações interrogativas ou exclamativas. Este sinal indica uma pausa maior.

Amanhecia.

Reli o texto e não descobri onde errei.

Ponto de Interrogação

É usado no final de orações interrogativas diretas.

Será que todos saíram?

Entendeu?

Ponto de Exclamação

É usado após certas palavras, como as interjeições e orações exclamativas.

Oba!

Não pegue isto!

TODOS NOSSOS VELHOS AMIGOS!!

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Vírgula

Observação importantíssima:

Não se usa vírgula entre o sujeito e o predicado, entre o verbo e seu complemento, e entre o nome e seu complemento ou adjunto.

Muitos alunos chegaram cedo. Sujeito Predicado

Muitos alunos fizeram a redação

Verbo Complemento

Usa­se a vírgula (ajuda, mas nem sempre):

A) Termos isolados por vírgulas:

1) Aposto: Maria, irmã de João, joga futebol.

Aposto

2) Expressões de caráter explicativo ou corretivo:

A sua atitude, isto é, o seu comportamento merece críticas.

Expressão Explicativa

Não haverá a festa hoje, ou melhor, amanhã.

Expressão Corretiva

3) Conjunções coordenativas intercaladas:

Havia, porém, sérios problemas.

Conjunção intercalada

4) Adjuntos adverbiais intercalados:

Os alunos, naquele dia, foram à aula.

Adj. Adv. Intercalado

B) Termos deslocados

1) Adjunto adverbial anteposto

Naquele dia, os alunos foram à aula.

Adj. Adv. anteposto

2) Complemento pleonástico anteposto:

Esta matéria, já a li duas vezes.

Compl. pleon. anteposto

3) Nome do lugar na indicação de datas:

Belo Horizonte, 25 de abril de 1960.

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8 6 Redação III 86 REDAÇÃO

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C) Omissão de uma palavra (verbo):

Ela prefere literatura e eu, física

prefixo.

D) Vocativo

Meus irmãos, tudo é passageiro.

Vocativo

E) Termos coordenados assindéticos.

Aquela manhã nos despertava tranqüilidade, coragem, confiança.

F) Vírgula entre orações.

1) As orações subordinadas adjetivas explicativas são separadas por vírgula:

O homem, que é mortal, cuida­se pouco.

Or. Sub. Adj. Expl.

2) Orações subordinadas adverbiais:

Quando entrou no recinto, foi vaiado.

Or. Sub. Adv.

Obs.: Não se separa a oração subordinada substantiva da principal por vírgula:

Espero que você me escreva

Or. Princ. Or. Sub. Subst.

3) Orações coordenadas:

Ela chegou, pediu silêncio, aguardou um minuto, começou a falar.

Or. Coord. Or. Coord. Or. Coord. Or. Coord.

ATENÇÃO ESPECIAL:

Usa­se vírgula antes da conjunção E quando:

a) As orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Maria fala demais, e João nada fala.

b) A conjunção E vier repetida. E volta, e vai, e fica, e cai.

4) Orações intercaladas:

Eu, disse o orador, não discordo.

Or. Interc.

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Ponto e Vírgula (Que preguiça!!! Fora de moda!!)

1. Separar itens de um considerando ou de uma enumeração.

“Art. 112. O poder Judiciário é exercido pelos seguintes órgãos:

I ­ Supremo Tribunal Federal;

II ­ Conselho Nacional de Magistratura;

III ­ Tribunal Federal de Recursos e juízes federais;

IV ­ Tribunais e juízes militares;

V ­ Tribunais e juízes eleitorais;

VI ­ Tribunais e juízes do trabalho;

VII ­ Tribunais e juízes estaduais

(Constituição Federal)”

2. Separar orações coordenadas de sentidos opostos.

Muitos trabalham; poucos descansam.

3. Separar orações coordenadas que já venham quebradas no seu interior por vírgula.

O réu mostrou suas razões para as autoridades de forma contundente; outros, porém, por receio de represálias, escondiam certos detalhes importantes.

Dois Pontos (Tome cuidado!!!)

1. Iniciar a fala ou citação textual de outrem:

Já dizia o poeta: “A ordem gera a liberdade”.

2. Iniciar uma seqüência que explica:

Já lhe dei tudo: carinho, compreensão, amor.

Aspas (Cuidado!!!)

1. Citação textual:

“A porta abriu­se, um brado ressoou:

– Até que enfim, meu rapaz”. (EÇA DE QUEIROZ ­ OS MAIAS)

2. Mostrar que uma palavra está em sentido diverso do usual:

Você fez um “brilhante” trabalho.

3. Para dar destaque a uma palavra ou expressão:

Não entendo “como” fazê­lo.

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Travessão (você sabe usá­lo desde o 1º ano de escola)

1. Mudança de interlocutor nos diálogos:

– Estudou bastante, Marta?

– O suficiente para não zerar a prova.

– Ainda bem!

2. Usa­se o duplo travessão para substituir dupla vírgula quando se quer dar ênfase ao termo intercalado.

O mestre – profundo conhecedor da História – está consciente das dificuldades.

Reticências (sonho do ser humano...)

1. Interrupção da seqüência lógica da frase:

Você já deve ter notado que ela...

2. Indicar que uma parte de uma citação foi omitida:

“O sertanejo é (...) um forte”. (EUCLIDES DA CUNHA)

Parênteses ­ CUIDADO!!

Isolar explicações, indicações ou comentários acessórios:

Ela (a rainha) é a representação viva da mágoa. (LIMA BARRETO).

BIBLIOGRAFIA 1. ANDRÉ, Hildebrando A. de. Curso de Redação. São Paulo, Moderna. 2. AMORA, Antônio Soares. Teoria Literária. 9 ed. São Paulo, Ed. Clássico­Científica, 1967. 3. AUGRAS, Monique. O Ser da Compreensão. Petrópolis, Vozes, 1978. 4. BARBOSA, Severino Antônio M. & AMARAL, Emília.Escrever é Desvendar o Mundo. Campinas, Papirus. 5. CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 32 ed., Companhia Editora Nacional, 1989. 6. COELHO, Nelly Novaes. O Ensino de Literatura. São Paulo, FTD, 1959. 7. MEGALE, L. Mattos. G. Português. 2º grau. São Paulo FTD. 1990. 8. MISERANI, Samir. Criatividade, 1 ed., São Paulo, Atual, 1989. 9. OLIVEIRA, Edson de. A Redação no Curso Secundário. Porto Alegre, Sulina, 1969. 10. Os itens “Apresentação Física”, e “Vocabulário” foram retirados da apostila “Você Sabe Fazer Redação?” , da autoria da Professora Regina Melo. 11. PACHECO, Agnelo de Carvalho. A Dissertação, 3 ed., São Paulo, Atual, 1988. 12. SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 Lições. 6. ed., São Paulo, Ática, 1984. 13. TERRA, Ernani. Curso Prático de Gramática. 4 ed., São Paulo, Scipione, 1987.

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89 Manual Oficinas de Redação III 89 Redação III

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89 REDAÇÃO

OFICINAS DE REDAÇÃO ­ VOLUME III REFLEXÃO CRÍTICA ­ A LÍNGUA

PÁG. 04 1. Resposta pessoal 2. Não é casual, pois há o pensamento da socialização. 3. Todos estão sujeitos a múltiplas informações ... 4. A língua é dinâmica, nunca estática. 5. 1º Conceito de língua e sua importância.

2º Língua e Sociedade. 3º Papel da língua. 4º Língua: Suporte social das relações.

PÁG. 05 Resposta pessoal

1.

RETOMANDO A LÍNGUA CULTA

a) Certo b) Certo c) Certo d) Hemorróidas ou hemorróides e) Longas­metragens e curtas­metragens

f) Certo g) Certo h) Certo i) Certo j) Certo

PÁG. 06 2. Discutir língua oral e escrita a) Diga­me uma coisa, garota: você realmente me ama? b) Certo – aceitável c) Por que me disseste que não estarias à hora marcada? d) ... depois o avisaremos. e) Aceitável f) Aceitável g) Conte­nos ... , conte­nos. h) Aceitável i) Certo j) Certo

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90 Manual Oficinas de Redação III 90 Redação III 90 REDAÇÃO

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3. a) As alunas não responderam à chamada, às quais se vai impor castigo. b) O carro partiu às sacudidelas, aos solavancos, mas foi o primeiro a chegar à cidade. c) A título de experiência, vou colocá­lo na turma a que você não pertence. d) O pobre homem não tinha direito a aposentadoria. e) A certa altura apareceram várias pessoas autoritárias a cujas ordens ninguém queria obedecer. f) Já formulamos o pedido a Sua Excelência, à cuja boa­vontade todos se referem. g) Compete a Vossa Excelência e a mais ninguém tomar a decisão final. h) O deputado usou desculpa idêntica à que o senador usara. i) Essas revistas são iguais às que compramos ontem. j) O barco regressou a terra sem um peixe sequer.

4.

a) a / a b) a / a c) há / a d) há e) a

f) a g) a h) Há i) há j) Há / a

PÁG. 07 5. g) Não é permitido permanência de veículos aqui nem é permitida a permanência ali. i) O pessoal do escritório entrou em greve e foi despedido. j) Ouça: estão batendo agora três horas. Pensei que ainda fossem duas horas.

6. a) Exigiam de mim o que eu não tinha: dinheiro. b) Passam por aqui todos os dias: homens, mulheres e crianças. c) Passaram por aqui homens, e mulheres, e crianças, e velhos, e pobres, e ricos. d) O assunto desta reunião ­ voltou a alertar o presidente ­ é sigiloso. e) A sua fisionomia estava serena; o seu aspecto, tranqüilo. f) Pus veneno no formigueiro, mas formiga nenhuma morreu. g) Brincalhão, ele sempre diz alguma frase engraçada. h) O céu, a Terra, as estrelas, cantam a glória do Criador. i) Era uma jovem bonita, meiga, simpática, inteligente. j) A cada passo, uma poça de sangue, a cada gesto, uma lágrima caída.

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91 Manual Oficinas de Redação III 91 Redação III

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91 REDAÇÃO

7.

a) há b) Haviam c) haviam d) havia e) Havia

f) Havia g) há h) havia i) há j) havia

PÁG. 08 8. a) Certo b) Certo c) Quantos anos vai fazer amanhã que casamos, Cláudia? d) Vai para dez anos que tudo isso aconteceu. e) Certo f) Havia séculos que não nos beijávamos, não nos acariciávamos. g) Certo h) Certo i) Depois de haver ali várias reuniões é que foram fazer a limpeza do local. j) Faz muitos anos que está havendo fugas na penitenciária.

PÁG. 09 Questão 01

a) Contudo ... comensal

PÁG. 10 b) Não era hábito ... pescoço

Questão 02 Pessoal, observando­se a coerência com o texto.

Questão 03 a) Pessoal, observando­se a coerência com o texto. b) Pessoal, observando­se a coerência com o texto. c) Pessoal, observando­se a coerência com o texto.

Questão 04 Pessoal.

TREINANDO PARA O VESTIBULAR ­ O CÉU DA BOCA

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92 Manual Oficinas de Redação III 92 Redação III 92 REDAÇÃO

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PÁG. 11 Questão 05

Pessoal.

PÁG. 13 I. 1. sublime ...etc. 2. sem interesse... etc. 3. no escuro ... em qualquer situação ... etc. 4. não se marca ... etc. 5. ... inexplicável ... etc.

PÁG. 14 ll. 1. Não é necessário ter razões explicáveis para o amor, pois ele acontece. 2. Não. O amor é natural. Ele “pinta”. ... e demais possibilidades ... 3. “... amor é dado de graça ... “ 4. Pessoal ... (Cada um tem uma visão do amor). 5. A, D, E (Na letra C, os versos constituem um paradoxo) 6. Pessoal

PÁG. 16 1. Fato: um incêndio 2. Personagens: Marcos Fonseca, esposa, dois filhos, porteiro, bombeiros. 3. Onde: um apartamento. 4. Quando: noite de ontem 5. Como se conta: 3ª pessoa 6. Causa: curto­circuito 7. Conseqüência: menos drásticas...

PÁG. 17 Questão 01 Obs.: Um texto que chegue à idéia de “os parênteses são explicativos”.

PÁG. 18 Questão 02 A) Retirar do texto B) Retirar do texto

ESTUDO DE TEXTO

PRÁTICA DA LÍNGUA ­ A NARRAÇÃO

TREINANDO PARA O VESTIBULAR ­ LIBERDADE

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93 Manual Oficinas de Redação III 93 Redação III

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93 REDAÇÃO

Questão 03 Pessoal, observando­se a coerência com o texto.

Questão 04 Pessoal, observando­se a coerência de idéias.

PÁG. 18 Questão 05

Pessoal, observando­se a coerência de idéias.

1. RETOMANDO A LÍNGUA CULTA

a) existem b) existam c) Existem d) existiram e) existem

f) Existiam g) existam h) existissem i) existirem j) existirem

PÁG. 20 2. a) A quantos dias ... b) Faltei apenas a dois ... , por que estava doente. c) ... muito bem ante / perante / diante aos gaúchos. d) ... queria vir à festa; ... pulo à casa dela ..., malgrado a sua ... e) Do meu ponto ... as relações brasilo­canadenses. f) Você não sabe quão importante ... g) ... os tratados dano­espanhóis, ... os pactos teuto­brasileiros. h) certo i) ... estavam meio zangadas; a mulher meio aborrecida; os rapazesmeio amuados. Pudera, onde já ... j) A peonada estava ... dois garrafões de pinga ...

3.

a) guarda­chuvas b) guardas­noturnos c) alto­falantes d) abaixo­assinados e) frutas­do­conde

f) mulas­sem­cabeça g) mapas­múndi h) joões­de­barro i) pai­nossos / pais­nossos j) surdos­mudos

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94 Manual Oficinas de Redação III 94 Redação III 94 REDAÇÃO

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4. a) ... castanhas ... cenouras. b) ... pára­raios ... conta­giros. c) ... cócegas ... nas costas sinto umas cócegas incríveis. d) ... meus ... os seus? e) ... ciúme ... ciúme ... f) ... umas olheiras profundas ... g) ... chope ... pastel lá nos bastidores ... clipe ... chiclete ... drope ... h) ... sapinhos. i) ... ares ... j) ... náuseas ... artes.

PÁG. 21 5.

a) extras b) quite / quite c) certo d) anexa e) inclusa

f) juntas g) juntos h) sós / sós / Deixe­as sós / sós i) sós j) certo

6.

a) à sessão / às pressas b) certo c) àqueles d) certo e) à tarde / à saída

f) certo g) à mão h) certo i) àMomo j) à mini­saia

7.

a) a que ou para a qual b) que c) a que d) a que e) perante a qual / ante a qual

f) por que g) em cuja h) a que i) por cuja j) em cujas

PÁG. 22

TRANSFORMANDO ORAÇÕES

1. Quando soube disso ... 2. Foi à festa apesar de não ter sido convidado. 3. Não falei porque não tinha certeza. 4. Viam­se folhas que giravam no ar.

5. Quando terminei a prova ... 6. Espero que possa ... 7. Tenho a impressão de que ... 8. Não convém que procedas assim.

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95 Manual Oficinas de Redação III 95 Redação III

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95 REDAÇÃO

9. É possível que tenham ... 10. Vale a pena que se estude ... 11. O essencial é que salvemos ... 12. Tinha ansiedade que chegasse ...

13. Nada me impede que vá agora 14. O índio não aceita que viva ... 15. Quando se despediram, ...

PÁG. 24 I . 1. certa 2. perguntou 3. as elites dominantes 4. refletir ... repensar 5. debochados

ll. 1. A sociedade não consegue admitir a sua parte de responsabilidade na construção da marginalidade. 2.

2.1 Hipócrita ... e demais sinônimos. 2.2 Questionadora ... e demais sinônimos.

3. Marginais / dominantes / filhos dos cordeiros dominantes.

PÁG. 25 4. Indignação 5. A, B, C 6. Pessoal

PÁG. 26 “ar angélico”, “quinze anos”, “feio”, “magro”, “linfático”, “boca sem lábios”, “beiços sobre dentes”, “olhar penetrante”, “adorador”, “doçura feminina”, “omoplatas magras”,

PÁG. 30 a cerca de à Atenas ..., portanto a qual coniventes ... círculo da semana certo perde para / perde para

ESTUDO DE TEXTO

PRÁTICA DA LÍNGUA ­ A DESCRIÇÃO DE RIBAS

EM DUPLA

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96 Manual Oficinas de Redação III 96 Redação III 96 REDAÇÃO

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PÁG. 32 Questão 01

Pessoal, observando­se a devida coerência.

Questão 02 Pessoal, observando­se a devida coerência.

PÁG. 33 Questão 03

Pessoal, observando­se a devida coerência.

Questão 04 Pessoal, observando­se a devida coerência.

PÁG. 34 1. A e C.

B e D são aceitáveis.

PÁG. 35 2. a) Meus pais vieram ontem de uma viagem de vários meses pelos países da Europa. c) O dono da fazenda deu um livro a cada um dos filhos dos amigos que moravam nas redondezas.

PÁG. 38 I. 1. Vários 2. Vários 3. Vários 4. Vários 5. Vários

(Observando­se a adequação).

PÁG. 39 ll. 1. Por que não ter direito àquilo que se constrói? E outras similares. 2. Sim. Lutar pelos seus direitos. 3. O operário via as casas ... até a marca de sua mão / Notou que sua marmita ... até era amiga do patrão. 4. Repressão

VIVENDO O VESTIBULAR ­ A CRISE DA GOVERNABILIDADE

ORDEM DIRETA E INVERSA DAS PALAVRAS

ESTUDO DE TEXTO

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97 Manual Oficinas de Redação III 97 Redação III

Tecnologia ITAPECURSOS

97 REDAÇÃO

5. A, C, E

PÁG. 40 6. Pessoal, observando­se a coerência de idéias.

PÁG. 42 1. Há ... / emocional

PÁG. 43 2. A primeira ... / humorístico

INTRODUÇÃO 1. Televiolência / cineviolência X comportamento agressivo. 2. Explicar a relação causal mencionada acima.

DESENVOLVIMENTO 1.

1º Aprendizagem por imitação 2º Agentes sociais X televiolência / cineviolência. 3º Televiolência X despertar emocional

2. 1º Aprendizagem social 2º Desinibição da agressão 3º Despertar emocional

3. Teorias científicas e não no senso­comum.

PÁG. 44 CONCLUSÃO

Pessoal, observando­se a devida coerência.

PÁG. 49 1. A, C, E 2. b) Gostei do livro. Eu comprei o livro. Eu o comprei. c) Estive na casa. Morei na casa. d) Disse os nomes. Eu me lembro dos nomes. e) Veja a roseira. Eu colhi as flores. Eu as colhi.

PRÁTICA DA LÍNGUA ­ TELEVIOLÊNCIA

COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

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98 Manual Oficinas de Redação III 98 Redação III 98 REDAÇÃO

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3. b) Gostei do livro que comprei. c) Estive na casa onde morei. d) Disse os nomes de que me lembrei. e) Veja a roseira cujas folhas colhi. f) Chamei o aluno cujo pai chegara. g) Visitei o médico com cujo primo me casei. h) Repreendi o menino cujo carro bati por sua culpa.

PÁG. 51 I. 1) Vários são aceitáveis. 2) Vários são aceitáveis. 3) Vários são aceitáveis. 4) Vários são aceitáveis. 5) Vários são aceitáveis.

II. 1) As pessoas, muitas vezes, equivocam­se ao expressar os sentimentos. 2) Trata­se de apenas se lembrar dos momentos difíceis; raramente os bons.

PÁG. 52 3) Em momentos de dificuldades pessoais. 4) Silenciosas = saudáveis

Silenciadas = reprimidas, caladas, magoadas. 5) D, E, F 6) Pessoal, observando­se a coerência das idéias.

PÁG. 56 1) por que costume era dos que ...

do que lhes dariam ... e que melhor e muito melhor ...

2)a) Pessoal b) Pessoal c) Pessoal d) Pessoal

ESTUDO DE TEXTO

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99 Manual Oficinas de Redação III 99 Redação III

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99 REDAÇÃO

3)

TEORIA DA LÍNGUA

PRÁTICA DA LÍNGUA

a) Modo b) Concessão c) Condição d) Causa

e) Modo f) Concessão g) Tempo

PÁG. 59 1)b) Meus pais, que ainda são otimistas, não desistiram de mim. c) O escritor, que leu a minha crítica, cumprimentou­me d) O escritor, que me cumprimentou, leu a minha crítica. e) As rosas, que são lindas, agradam­me.

2) B

PÁG. 60 3)b) Este é o livro em que o autor ... c) Esta é a missão a que ela ... d) Este é o aluno por que ele ... e) Este é a loja da qual ele ... f) Esta é a mulher a que ...

PÁG. 61 a) puseram b) ... e falou da roupa dela / ou dele. c) ... bem a brisa matinal / ou da manhã. d) ... ansioso. e) propuseram. f) ... a boca de (fulana) nome da pessoa. g) Segue–a

PÁG. 65 Desde que causa menos que comparação embora concessão se ... condição como ... comparação Desde que ... condição que todos ... conseqüência

que se ... finalidade À medida que proporção e o vendeu ... adição mas ... adversa ou ... alternância logo ... conclusão porque ... explicação

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100 Manual Oficinas de Redação III 100 Redação III 100 REDAÇÃO

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PÁG. 70 2) Pessoal, observando­se a coerência de idéias. 3) Pessoal

REFLEXÃO CRÍTICA ­ A LÍNGUA

PRÁTICA DA LÍNGUA

PARA REFLEXÃO

PÁG. 72 Pessoal Pessoal

PÁG. 73 Pessoal Pessoal Pessoal

PÁG. 75 1) Pessoal 2) Pessoal 3) Pessoal 4) Pessoal

PÁG.76 5) A morte em ambos os casos. 6) Pessoal 7) Pessoal

PÁG. 77

ACENTUAÇÃO

vintém porém paletós bisavô vocês pajé cipó maracujá formá­lo

revolver ônix polen fácil escritório Itália memória cárie lâmina

médium médiuns fórum fórceps sótão sótãos lápis visível éter

pêssego África Ângela tâmara pudéssemos estudássemos vivêssemos partíssemos lâmpada

mausoléu camafeu chapéu rei lê vês pô­lo lá

magôo corôo vôos enjôos anéis heróis anzóis Andréia

saída balaústre saímos ruim sagui agüentar queijo guerra

baú Luiz raiz raízes tranqüilo quilo quente guerreiro

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101 Manual Oficinas de Redação III 101 Redação III

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101 REDAÇÃO

PÁG. 78

eles têm eles vêm eles lêem eles vêem Que eles dêem eles detêm eles contêm

ele prevê ele mantém ele descrê ele invervém ele revê ele retém

eles prevêem eles mantêm eles descrêem eles invervêm eles revêem eles retêm

PÁG. 81

ORTOGRAFIA

Habitar Hálito Harmonia Haver Hegemonia Ontem Honesto Horizonte

Hotel Humilde Hemisfério Hipotensão Higiene Hino Úmido História

Hoje Homem Honra Hóstia Humano Humor Hipertensão Homogênio

PÁG. 82

Fizesse Quiser Princesa Mesquinhez Canalzinho Magreza Grandeza Pesquisar Gás Algoz Aprazível

Atriz Asa Pus Buzina Cartaz Fiz Puser Viuvez Canalizar Estupidez Beleza

Capaz Analisar Aliás Fugaz Amizade Aprendiz Azar Bazar Quisesse Feroz

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102 Manual Oficinas de Redação III 102 Redação III 102 REDAÇÃO

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PÁG. 83

Gibóia Genipapo Jesuíta Jeito Jiló Gim Viagem (subst.) Ogiva Relojoeiro Gíria

Berinjela Viajem (verbo) Monge Gengiva Angélico Gorjeta Canjica mangedoura laje monja

herege gengibre evangelho gorjear majestade giz tangerina ligeiro geada relógio

PÁG. 84

cheio chuchu encher chafariz cachaça apetrecho bruxa cachumba coaxar graxa lixa luxo maxixe rachar

mexer mexerico vexame xarope xereta xícara orixá oxalá praxe puxar enxarcar charco cachinho

broche bochecha bexiga capixaba elixir faxina laxante tocha relaxar xampu xavante xerife xingar