Redação 1
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Prof° Fábio Garcia
O que é Dissertação? Dissertação é um texto que se caracteriza pela
exposição, defesa de uma idéia que será analisada e discutida a partir de um ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, os quais utiliza para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas idéias.
Organização Introdução - onde você explicita o assunto a ser
discutido, com a apresentação de uma ideia ou de um ponto de vista que pretende defender.
Desenvolvimento ou argumentação - em que irá desenvolver seu ponto de vista. Para isso, deve argumentar, fornecer dados, trabalhar exemplos, se necessário.
Organização Conclusão - em que dará um fecho coerente com
o desenvolvimento e com os argumentos apresentados. Em geral, a conclusão é uma retomada da ideia apresentada na introdução, agora com mais ênfase, de forma mais conclusiva, onde não deve aparecer nenhuma ideia nova, uma vez que você está fechando o texto.
Organização O texto dissertativo argumentativo destina-se ao
chamado "leitor universal", ou seja, a qualquer pessoa que tenha acesso a ele. Devem ser textos abrangendo conceitos amplos, genéricos, evitando particularizar situações. As construções mais adequadas, procurando evitar-se a 1ª pessoa do singular, seriam:
"Notamos que grande parte dos brasileiros..." "Observa-se que uma parcela da população..."
Como fazer uma boa redação? Verbos: os verbos devem estar em terceira pessoa,
ou seja, referindo-se a: ele, ela, eles, elas. Linguagem: é formal, logo, obedece às normas
gramaticais. Dessa forma, empregos de expressões coloquiais, ou seja, da oralidade e gírias estão excluídas, tais como: tá boa, o bofe lá, tampá o sol com a peneira, ninguém merece, isso está cheirando mal, sem noção, camarada, etc.
Como fazer uma boa redação? Palavras: devem ser usadas no seu sentido denotativo,
literal, ou melhor, no que consta no dicionário. Deixe o sentido figurado para as poesias e outros tipos de textos.
Expressões: é comum lermos: eu acho, na minha opinião, de acordo com que penso a esse respeito, em redações dissertativas. No entanto, essas colocações são redundantes, pois é um texto que mostra o ponto de vista do autor em relação a um fato. Então, é redundante usar tais expressões, mesmo porque deve-se manter a terceira pessoa do discurso.
Como fazer uma boa redação? Períodos: devem ser objetivos e claros. De preferência,
mais breves, pois períodos muito longos geram confusão. Aproveite e verifique se a pontuação está correta: se o ponto final está presente em cada ideia finalizada! Estará errada se as orações estiverem emendadas por vírgulas, ocasionando o período longo e confuso.
Estrutura: observe aqui a paragrafação, ou seja, a divisão por parágrafos e também se há introdução, desenvolvimento e uma boa conclusão. Muitas vezes, esta última parte é esquecida!
Como fazer uma boa redação? Por último observe se sua dissertação tem o
mínimo de 15 linhas escritas e o máximo de 35 (tamanho exigido na maioria dos processos seletivos, principalmente no ENEM).Se você seguir esses critérios básicos e suficientes da dissertação, então, com certeza, terá uma ótima avaliação!
Prática: textos de referênciaÉ possível prevenir massacres como o da escola de Realengo?Em abril de 2011, o Brasil ganhou destaque internacional devido a um
crime semelhante a outros já ocorridos mundo afora. O chamado massacre de Realengo chocou o país, principalmente por vitimar crianças dentro de um espaço de crescimento e proteção. Também provocou discussões sobre as causas da atitude do atirador: genética, religião, doenças mentais, bullying. Não faltaram opiniões sobre medidas preventivas a tomar: proibição do porte de armas no país, instalação de detector de metais nas escolas, criação de programas de saúde pública para casos de distúrbios mentais. Passado o primeiro impacto, no entanto, especialistas começam a atribuir o comportamento do atirador a um conjunto de fatores (e não a apenas um), o que também pediria um conjunto de soluções. Como você avalia esse tipo de crime? Leia a coletânea e elabore uma dissertação argumentativa em prosa, discutindo as causas de chacinas escolares e possíveis medidas preventivas.
Prática :textos para referência Tiros em Realengo Wellington Menezes de Oliveira fez mais de 60 disparos com um revólver
calibre 38 contra os alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira. Durante o ataque, anteontem (07 de abril), ele recarregou a arma nove vezes, diz a polícia.
O atirador, que matou 12 estudantes, tinha ainda um revólver calibre 32 com o qual efetuou poucos disparos. Segundo o delegado Felipe Ettore, da Divisão de Homicídios, foram achadas 62 cápsulas de 38 na escola.
(...) Um primo e uma irmã adotiva do atirador disseram à polícia que a mãe biológica dele sofria de esquizofrenia. Os policiais investigam ainda se o assassino participava de uma seita religiosa.
O revólver 38 usado no ataque tinha a numeração raspada. O outro foi roubado há mais de 15 anos. No mercado ilegal, um revólver é vendido por até R$ 450.
[Folha de S. Paulo, 09 de abril de 2011, p. C3]
Prática : textos para referência Um filósofo analisa o massacre de Realengo [...] O mal não seria algo originário, mas efeito de condições anteriores. Há
uma vasta gama de possíveis causas para o crime. Mas não interessa aqui qual explicação se dê. O que importa é que se deem explicações, talvez algumas delas genéticas, mas que terão sido ativadas por razões de convívio (ou sua falta) e por carência de tratamento especializado. Ou seja, o mal é produto de algo que, em si, não é mal. Não haveria "o Mal", menos ainda o demônio. Há problemas de ordem humana e que o homem, isto é, a sociedade, pode resolver.
[...] Como pode alguém massacrar inocentes? Ora, há um grande exemplo histórico nessa direção, que foi o nazismo. Muitos indagaram como a Alemanha, país tão civilizado, fora capaz de matar 6 milhões de judeus, bem como ciganos, em menor número, e eslavos, mais numerosos. Há explicações: a humilhação do Tratado de Versalhes, imposto aos alemães (em 1919, após a 1.ª Guerra Mundial), um antissemitismo presente em várias camadas da população, o autoritarismo prussiano. Mas não bastam
Prática:textos para referênciaOutras culturas tiveram elementos comparáveis, separados ou
reunidos, e nem por isso realizaram holocaustos. Daí que vários estudiosos digam que, em última análise, a análise não consegue explicar o horror. As causas e razões apontadas ficam muito aquém do sofrimento gerado. Daí que se possa e se deva contar o que aconteceu, mas sem jamais entender como tanto mal pôde ser feito pelo homem - ou tolerado por Deus, se Ele existe. Se o horror é inexplicável, que seja, então, narrado: que, pelo menos, não se torne inenarrável. E sabemos que contar o horror pode aumentá-lo, mas também pode aliviá-lo.
[Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política da USP, em O Estado de S. Paulo, 10 de abril de 2011 (texto adaptado )]
Prática: elaboração textual Com base nos textos lidos e nos seus
conhecimentos desenvolvidos na escola, elabore um texto dissertativo com o tema : “É possível prevenir massacres como o da escola de Realengo?”
Seu texto deve ser redigido conforme a norma padrão da língua portuguesa e conter de 20 a 30 linhas. Suas ideias devem propor uma solução ao problema que respeite os direitos humanos.
Prática Escrever habilmente requer competências e
habilidades que são adquiridas com a prática constante. Boas ideias sem boas exposições não são aproveitáveis. Nós somos o que comemos. Qual a sua alimentação intelectual?
Quais seus autores preferidos?Como você gasta seu tempo?Os sonhos do presente podem ser o futuro
concretizado. No entanto, as práticas devem acompanhar qualquer manifestação onírica.
Boa redação!“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para
a vitória é o desejo de vencer.” ( Mahatma Gandhi)