Reconhecimento Solos Médio Jequitinhonha MG

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•Jj V f f Boletim Técnico n.° 9 / MINISTËRIO DA AGRICULTURA ESCRITORIO DE PESQUISAS E EXPERIMENTAÇAO EQUIPE DE PEDOLOGIA E FERTILIDADE DO SOLO LEVANTAMENTO DE RECOHHECIMENTO DOS SOLOS DA ZOHA DO MEDIO JEQUITINHONHA - MINAS GERAIS RIO DE JANEIRO, ABRIL DE 1970

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Estudo realizado por equipe de pedologia e fertilidade do solo do Ministério da Agricultura, entre os anos de 1958 e 1959, publicado no ano de 1970. Boletim Técnico no. 9. Teve como objetivo o estudo dos diferentes solos da região.

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  • Jj Vff

    Boletim Tcnico n. 9 /MINISTRIO DA AGRICULTURA

    ESCRITORIO DE PESQUISAS E EXPERIMENTAAOEQUIPE DE PEDOLOGIA E FERTILIDADE DO SOLO

    LEVANTAMENTO DE RECOHHECIMENTO DOS SOLOS DAZOHA DO MEDIO JEQUITINHONHA - MINAS GERAIS

    RIO DE JANEIRO, ABRIL DE 1970

  • PEDE-SE PERMUTASOLICITAMOS CAMBIOPLEASE EXCHANGENOUS DEMANDONS L'ECHANGEWIR BITTEN UM AUSTAUSCHCHIEDIANO CAMBIO

    Endereo: Equipe de Pedologia e Fertilidade do SoloRua Jardim Botnico, 1024Rio de Janeiro - Estado da Guanabara.

  • Boletim Tcnico n. 9 ;MIN1STRIO DA AGRICULTRA '

    ESCRITORIO DE PESQUISAS E EXPERIMENTAAOEQUIPE DE PEDOLOGIA E FERTILIDADE DO SOLO

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    LEVANTAMENTO DE RECONHECIMENTO DOS SOLOS DAZONA DO MEDIO JEQITINHONHA - MINAS GERAIS

    >

    RIO DE JANEIRO, ABRIL DE 1970

  • PEDE-SE PERMUTASOLICITAMOS CAMBIOPLEASE EXCHANGENOUS DEMANDONS L'ECHANGEWIR BITTEN UM AUSTAUSCHCHIEDIANO CAMBIO

    Endereo: Equipe de Pedologia e Fertilidade do SoloRua Jardim Botanico, 1024Rio de Janeiro - Estado da Guanabara.

  • R E D A C 0Engenheiro Agrnomo

    Engenheiro AgrnomoEngenheiro AgrnomoEngenheiro AgrnomoEngenheiro Agrnomo

    Marcelo Nunes Caniargo - Coordenador EPFSjChyoso Hirano EPFS)Flvio Garcia de Freitas EPFS'Franklin dos Santos Antunes (EPFSPaulo Klinger Tito Jacoraine(EPFS

    E X E C U C O

    Identificaco e Mapeamento

    Engenheiro AgrnomoEngenheirc AgrnomoEngenheiro AgrnomoEngenheiro Agrnomo

    Marcelo Nunes Camargo fEPFS)Chyoso Hirano (EPFS)Flvio Garcia de Freitas (EPFS)Paulo Klinger Tito Jacomine (EPFS)

    Contribuiram ainda parcialmente os EngenheirosAgrnomos - Bernardo Carvalho Ayelar (i.A.M.G.), Jos Luizde Gis (i.A.M.G.), Marcio de Castro Soares (i.A.M.G.) eMiguel Martins Chaves (EPFS).

    Caracterizaco Analitica

    QuimicoQuimiccQuimicoQuxmicetQuimicaQuimico -QuimicoEngenheiro

    EngenheiroEngenheiro

    Leandro VettoriAdalgisa Gallotti KehrigFernando RamosRuth Andrade Leal JonasMaria Amelia de Morais DurierAry CoelhoTasso Paes de Figueiredo

    Agrnomo - Luiz Rainho da SilvaCarneiro

    Agrnomo - Franklin dos Santos AntuneAgrnomo - Ben Hur Marques Ramos

    (EPFS)EPFS)EPFS)EPFS)(EPFS}(EPFS)(EPFS)(EPFS)

    s(EPFS)(EPFS)

    Contribuiram ainda parcialmente os EngenheirosAgrnomos - Nathaniel Jos Torres Bloonfield (EPFS), IlsioDurier (EPFS) e Raphael M. Bloise (EPFS).

    A Geraldo Mendes Magalha.es (Seco de Botnicado Instituto Agronmico de Minas Grais) que contribuiucorn informaes e determinaoes para a descrio de vege_taao e a Evaristo Penna Scorza (Eiviso de Geologia e Mi^neralogia do Departamento Nacional da Produo Minerai),que auxiliou na determinao de rochas, os nossos agrade_cimentos.

  • Colabcraram ainda na execuao dste trabalho,durante treinamento em servio conio bolsistas da P.A.O.,os Engenheiros Agrnomos - Cesar Parreno Herrera (Equador) e Carlos Afonso Otero Silva (Colombia).

    Agradecimentos a Jos Francisco Bizeray Zikanpela confeco de esbos de mapas, a Maria Aparecida Co^lsimo por trabalhos de datilografia e aos colegas EliasPedro Mothci e Reinaldo Oscar Ptter pelo auxxlio prestado na reviso dste trabalho.

  • RGOS QUE CONTRIBUIRAM PARA A EXECUCQDO PRESENTE TRABALHO

    1 - EQUIPE DE PEDOLOGIA E FERTILIDADE DO SOLO-E.P.E,M.A. (Antiga Comisso de Solos do C.N.E.P.A.)

    2 - INSTITUTO AGRONMICO DE MINAS GERAIS(IAMG - Belo Horizonte)

    3 - DEPARTAMENTO GEOGRFICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

    k - INSTITUTO DE PESQUISAS E EXPERIMENTAAO AGROPECU-RIA DO CENTRO-SUL. (Antigo Instituto de Ecologia eExperimentao Agricolas - km 47.)

  • S U M A R I 0

    Introduo

    I -Situao e Limites 13

    II -Consideraoes sobre o meio ambiente 15Geologia 15Relvo 19Clima 2kVegetaao 28

    III -Metodos de trabalho 51Metodos de trabalho de campo 51Metodos de trabalho de escritorio 57Metodos de trabalho de laboratrio 58

    IV -Legenda de Identificao 62

    V -Suplemento Legenda de Identificao 63

    VI -Extenso e distribuio percentual das unidades. 65

    VII -Descriao das unidades de mapeamento 66Latosol Vermelho Escuro/fase semi-rida 66Latosol Vermelho-Amarelo Humico/fase chapada. 8lLatosol Vernielho-Amarelo/fase montanhosa flo-resta latifoliada tropical 110Latosol Vermelho-Amarelo/fase chapada flores-ta sca ca.duciflia 123Latosol Regoslico/fase terrao semi-rido... 131Regolatosol Amarelo/fase tabuleiro 156Solos Podzolizados de Pedra Azul 165Podzlico Vermelho-Amarelo/fase forte ondula-do I97Podzlico Vermelho-Amarelo/fase montanhosa... 216Solos Podzolizados de Arauai 224Podzol Humico 250Podzlico Vermelho-Pardo 262Solonetz-Solodizado 270Solos Hidromrf icos . 293Afloramento de Rocha 294Associaao Solos Podzolizados de Pedra Azux -Afloramento de Rocha 298

    VIII -Consideraoes sobre os solos da area de mapeamento tendo em vista sua utilizaao 301Generalidades 301

  • Explicaoes dos itens que formam a lista dasunidades 303Unidades de mapeamento 309

    Resumo 331

    Bibliografia 335

  • I N T R O D U C O

    Os trabalhos de campo referentes ao levantamento dos solos da Zona do Medio Jequitinhonha,iniciaram-seem abril de 1958, terminando em meados de 1959

    A parte referente ao preparo do mapa foi con-cluida ainda em 1959 tendo o mesmo sido impresso em i960.A maior parte do presente relatrio foi redigida em 1959,tendo sido sua concluso interrompida nesta pocae somente sido retomado e concluido em agsto de 1967.

    2 ~ rCom 30*977 km de extensao, abrnge a area le-

    vantada a bacia do Mdio Jequitinhonha, incluindo areascorrespondentes a. 17 municipios.

    Teve o presente trabalho por objetivo o estudodos diferentes solos da regio, atravs da verificaco dadistribuio geografica e investigaao de caracterxsticasmorfolgicas, fisicas, quimicas e mineralgicas, visandoao levantamento do tipo reconhecimento, levantamento es-te que constitui mais uma contribuiao para a confecaoda Carta de Solos do Brasil.

    A orientao grai do trabalho teve por normao piano fundamental da Equipe de Pedologia e Fertilidadedo Solo, que visa o inventario generalizado dos recursospotenciais relativos aos solos do territrio brasileiro,de modo a proporcionar elementos basicos essenciais paraplanejamentos, principalmente referentes a futuros trabalhos de levantamentos detalhados e estabelecimento racinal de projetos de experimentaao em areas representati-vas dos diversos solos que apresentem distribuio geo-grafica importante, podendo ainda contribuir com informaoes generalizadas, que possam ser de utilidade imediatapara o desenvolvimento das atividades agricola, pastorile florestal.

  • SITUACO E LIMITES

    A area ora em estudo situa-se na regio LestMeridional do Brasil e corresponde, na diviso regionaldo Estado de Minas Gerais, Zona do Mdio Jequitinhonha,estando localizada no extremo nordeste do Estado, entreos meridianos de 39? 50' e 42? 30' a oeste de Greenwiche os paralelos de 15? kO e 17a 40' de latitude sul, sendo seu maior eixo na direao grai de Sudeste para Nordes^te.

    B R A S I L

    F I G . 1 - MAPA DO BRASIL, MOSTRANDO A LOCALIZAO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

    2Apresentando 30*977 km de extensao,que _

    ponde aproximadamente a l/20 da superficie do Estado deMinas Gerais, limita-se ao norte e a leste com o Estadoda Bahia, a oeste com a Zona de Itacambira,a sudoeste coma Zona do Alto Jequitinhonha e ao sul com a Zona do Mucuri.

    Abrnge esta area a bacia do mdio Jequitinho-nha, estendendo-se at os divisores de guas do lado norte e sul, incluindo ainda pequena parte, correspondenteao alto curso e formadores das bacias do fluranhm e Jucurucu

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  • OIVISO RBIONAL

    S -ALTO METHO S.FRANCISCO2 -ITACAM8IRAE -MEDIO JEQUITWHONHA

    Z SULZ I ALTO S FRANCISCOE I - A L T O JEOUtTlfcHONHA

    ZB-CAMPOS DAS VEHTENTES

    LIMITE DC ZONAS

    FIG. 2 i MAPA DO ESTADO DE MINAS GERAIS, MOSTRANDO A LOCALIZAO DA REA LEVANTADA E A DIVISO REGIONAL DO ESTADO. ~

    Compreende um total de 17 municipios,com as seguintes areas:

    Municxpio: Area em km

    Almenara 3.388 km2Arauai 2.212 "Carai . 1.673 "Comercinho 6l7 "Coronel Murta 753 "Itinga . 2.783 "Jacinto 1.775 "Jequitinhonha 3-527 "Joaima 2.877 "Jordnia 55^ "Medina 2.137 "Novo Cruzeiro 2.433 "Padra Azul 2.131 "R*O do Prado 982 "Rubim 996 "' Salto da Divisa 1.332* "Virgem da Lapa 805 "

    T O T A L 30.977 "

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  • FIG. 3 - MAPA DA REA, MOSTRANDO A DIVISO MUMCIPAL. REDE DE ESTRADA, REDE HIDROGRA>ICA E LOCAISONDE FORAM COLETADOS OS PERFS.

    G E O L O G I A

    Tomando-se como base as observaes de campo eas determinaoes petrogrficas procedidas durante o levantamento de solos, juntamente com informaoes contidas nosestudos at aqui realizados, pertinentes geologia daarea em questo e zonas visinhas (22) (3l) (^3), ha adistinguir geologicamente na zona do Medio Jequitinhonha:

    Depsitos do Holoceno

    Compreende acumulaoes rcentes, sub-atuais eatuais do rio Jequitinhonha, que constituem as pouco e^ tensas planicies aluviais, bem como os exiguos depsitosatuais da calha do rio.

    Sao integrados por depsitos aluviais do leitomaior do Jequitinhonha, correspondendo ao terrao de fundo do vale cuja presena mais bem individualizada naparte do curso entre as cidades de Itinga e Jequitinho-nha.

    Sao principalmente sedimentos argilosos e are-nosos de origem fluvial, afetados em maior ou menor graupela ao de deposies de cursos d'agua intermitentesque drenam para o terrao do rio.

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  • A essas acumulaoes estao relacionados en suatotalidade os solos da unidade de mapeamento Solonetz-Slodizado e, de forma analoga, os da unidade Solos Hidro-mrficos.

    Depsitos do Pleistoceno

    Essas acumulaoes ja bastante dissecadas pelaatual drenagem, apresentam-se em extensoes muito mad.orese de distribuio bem mais irregular que as referidas aoHoloceno e ccnstituem terrenos elevados sobre o fundo dosvales atuais.

    Sao depsitos dominantemente areno argilosos,em grai assentes sobre paleo-pavimento de material clatico grosseiro, consistindo em cascalhos, seixcs e, oca-sionalraente, blocos pequenos, corn ou sem concreoes fer-ruginosas. Em alguns locals sse deposito fino repousasobre crosta pouco espssa de arenito conglomertico, oumesmo diretamente sobre as rochas do complexe cristalino.Correspondem a manto detritico j bastante meteorizado ,de coloraao amarelada e de espessura pequena e varivel,por vzes quase que reduzido ao lenol de material pere_goso. Apresentam-se sob a. forma de depsitos embutidos C/V>\MA6O"nas chapadas, descontinuos de pexmeio com exposioes derochas arqueanas e, no extremo oeste do mdio vale, ro-chas do Algonqueano.

    Essas acumulaoes de materials provenientes dossedimentos da Formaao das Chapadas e das rochas do embasamento expostas pelo entalhamento dos vales, constituemdepsitos de talude elevados sobre o leito maior do Je-quitinhonha e estao mais nitidamente prsentes ao longodo s eu curso desde o extremo oeste do mdio vale at agarganta de Guarani, logo abaixo da eidade de Jequitinhnha. sses depsitos se estendem subindo para as partesmais afastadas do eixe do rio e de igual forma ao longodos tributrios principals, vindo a se cenfundir com oscoluvios mais rcentes do sop das faces escarpadas de ej5_pigoes e pontoes de rochas do Complexo Cristalino e dasencostas ingremes e aparados, da Formaao das Chapadas.Na parte inferior do mdio vale, de Almenara para jusan-te , essas acumulaoes so menos individualizadas e, abajL_xc de Jacinto, gradativamente passam aos depsitos de ca_pe^ ani^ n_t9 da Formaao Barre iras, j prsentes no extremoleste do mdio vale, onde se apresentam bastante disseca_dos pela drenagem atual.

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  • Esto relacionados a essa classe de acumulaoes:(a) de forma complta, os solos das unidades de ma-peair.ento Latosol Rego slico/f ase terrao semi-rido e Re_golatosol Amarelo/fase tabuleiro;(b) os horizontes supe-riores dos perfis da quase totalidade dos solos da unidade Solos Podzolizados de Arauaf, Latosol Vermelho Escu-ro/fase semi-arida e de parte dos solos da unidade SolosPodzolizados de Pedra Azul e Podzlico Vermelho-Amarelo/fase forte ondulada.

    Neogeno

    Compreende a Formao das Chapadas, que se apre_senta ainda preservada ero extenses relativamente gran-des na xegiao em causa, constituindo as chapadas sedimentares, cuja continuidade freqentemente interrompxdporencostas geralmente abruptas dos vales nela entalhadosque se apresentam muito aprofundados.

    sses depsitos, atribuidos bacia sedimentrmoderna, aparentemente lacustre, se encontram em altitu-des compreendidas entre 700 e 950 mtros, recobrindo su-perficie de aplainamento do ciclo Sul-Americano de King(31) e formam chapadas, cuja distribuio no Medio Jequi_tinhonha corresponde bem fielmente as areas das unidadesde mapeamento Latosol Vermelho-Amarelo Humico/fas_echagada e Latosol vriilho*-Aiiiai'elo/fase chapada flore sta scacaducif'6lia, delineadas no mapa de solos do presente le-vantamentfV dada a. correlao estreita verificada entreestas unidades e aquela formao.

    So depsitos com caracterxsticas litolgicasarial o gajsjg ^ djajJS.rg^ e__Ba r r ej._r a s , constituxdos de camadasnao fossilxferas, variegadas, de argila, arenito argilo-so e arenito. Essas camadas esto horizontalmente dispo_s_tas e repousam no extremo oeste sobre rochas do Algonque_ano e, para leste, sobre rochas do Arqueano. Foram cha-padas compartimentadas pelo profundo embutimento dos va-les e esto prsentes em quase todos os divisores de guadesde o extremo oeste at aproximadamente a seEo compre_endida por Rio do Prado, Almenara e Bandeira.

    Algonque ano

    Compreende a Formao Macaubas, componente daSrie Lavras, presente na parte superior do mdio vale,onde, em dcorrneia do entalhamento dos vales, pode es-tar exposta nas partes dissecadas para oeste a partir

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  • aproximadamente da seo compreendida por Alfredo Graa,Arauai e Barra do Salinas.

    Essa formao composta principalmnte de fi-litos conglomeraticos, micaxistos ou filonitos com veiose camadas de quartzo, diques de pegmatito e raras inter-calaoes de calcario.

    A essa formao esto relacionados os horizon-tes superficiais dos perfis de grande parte dos solos dasunidades de mapeamento Latosol Vermelho Escuro/fase semi-arida e Solos Podzolizados de Arauai.

    Arqueano

    A formao arqueana se destaca na area como e^ posioes embutidas, abaixo do nivel das chapadas,nas partes no revestidas pelos depsitos quaternaries,assim co_mo constituem a maior parte das vertentes da parte infe-rior do medio vale e forma os divisores de gua entre oJequitinhonha e os vales do Mucuri, Jucurucu e Buranhera.

    As rochas que ocorrem sao principalmnte bioti^ta-gnaisse, gnaisse facoidal, biotita-xisto, granitos comuns e porfirides, cortados por veios de quartzo e di-ques de pegmatito, com raras intrusoes de diabsio g a bride e ocorrncias de actinolita-xisto. No extremo lete do medio vale, verifica-se relativamente grande fre-qncia de gnaisses de.carter interraediario e escarnitoassociados.

    Constituem feiao bastante generalizadas as elvaoes granito-gnissicas desnudadas ou recobertas, si-tuadas abaixo do nivel geral das chapadas. Em cliversoslocais, em areas arrasadas, a paisagem dominada pelaconcentraao de abruptos afloramentos desnudos, sob aforma de pontoes e "bossas". Sao igualmente comuns e bemmais disseminados nessas areas arrasadas, os lageados,osespigoes de faces escarpadas e as exposices granito-gnais_sicas nas enecstas abruptas que interceptam o cimo nive-lado das chapadas, afloramentos sses que apresentam su-perficies desnudadas na parte mais elevada dos flancos,alternando com depsitos de talude em encostas ingremes.

    Nas areas dos divisores com as bacias que dre-nani para o sul e leste, da mesma forma que nas vertentesda parte inferior do medio vale, com exceao da area deRubim-Jacinto, as rochas do cristalino apresentam-se emgeral recobertas por espsso regolito.

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  • Ocorrncia de quartzito de extensoes considravis, constatadas em lguns lugares, no se sabendo sepertenceriam ou nao aos terrenos arqueozoicos. Essas o-corrncias foram encontradas na parte mais elevada e umtanto erodida na superficie da chapada entre Coronel Murta e Rutilita (localmente conhecida como Serra da Game-leira), no alto da chapada ao longo da rodovia Rio-Bahia,junto ao limite de Minas com Bahia e, como unica ocorrncia emersa, elevada sobre a superficie das chapadas e constituindo o ponto culminante do mdio vale, a chamada "Ser_ra da Sapucaia", com altitudes variveis de 1.000 a 1.100mtros.

    Esto relacionados aos terrenos arqueanos solosde diferentes unidades de mapeamento, a saber: (a) de forma complta as unidades Latosol Vermelho-Amarelo/fase montanhosa floresta latifoliada tropical, Podzlico Verme-lho-Amarelo/fase montanhosa e Afloramento de Rocha, aosgnaisses de carter intermediario e escarnitos do extre-mo leste o Podzlico Vermelho-Pardo, aos quartzitos daSerra da Sapucaia o Podzol Humico e, aos depsitos de ta_lde e coluvios dos pontoes, "bossas" e dos afloramentosdas encostas das chapadas, os Solos Podzolizados de PedraAzul; (b) os horizontes subsuperficiais da totalidade dossolos da unidade Podzlico Vermelho-Amarelo/fase forte ondulada e parte dos solos das unidades Latosol Regoslico/fase terrao smi-arido, Solos Podzolizados de Arauaie Latosol Vermelho Escuro/fase semi-arida.

    R E L V 0

    A Zona do Mdio Jequitinhonha tem sua parte oete e central-Norce compreendida na Regio Planai to Leste,onde constituem as extremidades orientais da Ghapada Dia.mantina era Minas Grais, enquanto os interfluvios Jequi-tinhonha - Mucuri - Jucurucu - Buranhem, juntamehte corno setor nordeste do mdio vale, acham-se integrados na Re_gic Encosta do Planalto.

    Corn altitudes variveis entre 150 a 1.100 m-tros, em seus traos grais a area em questo apresenta--se bastante movimentada, sendo conformada no setor oes-te e centro-norte por chapadas muito aplainadas,um tantoextensas, com vales profundamente entalhados, em algunslocais amplamente abertos, prsentes por vzes circos deerso, sendo que via de regra aumenta o arrasamento pa-ra a parte central e para leste do mdio vale.

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  • Encostas dissecadaa constituem a feiao marcante da paisagem nos limites meridionals e no setor lesteda area, sendo que da altura de Almenara para jusante ovale se apresenta bem mais aberto, ampliando-se progres-sivamente os niveis de terraos na direo de Salto da Di^visa.

    Dentro da zona estudada, constituem parcelagemrfica tem destacada as areas rebaixadas e bastante dis^secadas em que se verifica concentraao de pontoes e "urcas" gnanito - gnissicas, dentre as quais so mais notaveis a area Medina - Caju - Pedra Azul e a area Rubim-Santa Maria - Jacinto. Essas areas de dominio dsses aflo-ramentos abruptos e desnudos correspondem no mapa de so-los unidade de mapeamento Associaao Solos Podzlizados de Pedra Azul - Afloramento de Rocha.

    De conformidade com estudo geomorfologico pro-cedido no leste brasileiro (3l)> quatro sao as superfi-cies ciclicas de eroso que interessam area do Medio Jequitinhonha, a saber:

    Superficie Post - Gondwana - Referida ao Cretaceo Supe-rior, essa superficie esta, represntada pelo pequeno planalto corn altitude da ordern de 1.100 mtros, que se ele_va sobre a superficie da chapada, constituido da area montanhosa denominada "Serra da Sapucaia", na margem esquerda do Jequitinhonha, ao norte da cidade dste nome.

    uma rea de topografia montanhosa composta pormorros de encostas arredondadas, com dclives fortes nosflancos, que enquadram estreitos vales das nascentes quese formam nsse divisor.

    sse planalto se destaca por constituir a areade maior altitude da zona estudada, que se leva,na facenorte, crca de 300 mtros acima da "Chapada da Estiva"apresentando na face sul encosta igreme descendo para oleito do Jequitinhonha, que corre aproximadamente a 800mtros abaixo dessa superficie elevada.

    A essa superficie esta estreitamente relacionada a unidade de mapeamento Podzol Humico.

    Superficie Sul - Americana - Referida ao Terciario Infe-rior, corresponde a Formaao das Chapadas mencionada anteriormente, quando da descriao da geologia da area emcausa.

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  • uma superficie de ap.Lainamento representadapor extensoes de chapadas esplendidamente aplainadas, emaltitudes compreendidas entre 700 e 950 mtros, consti-tuindo um nivel muito marcante, no quai se acham profun-damente embutidos os cursos d'gua principalmente da zona.

    Essa superficie das chapadas da Zona do MedioJequitinhonha, constitui a extenso oriental da ampla Chapada dos Columbis e se continua para o norte, no Estadoda Bahia, pelo chamado planalto de Conquista.

    No mdio vale as areas dessa superficie so umtanto descontinuas em decorrncia da inciso ds vales,apresentando-se as chapadas com aspecto recortado, com e^poroes e testemunhos ja um tanto dissecados.

    Nessa superficie so muito notaveis as curvaslongas e suaves do modelado que constituem o trao irar-cante dessa paisagem geomrfica.

    F I G . 4 - ASPECTO GERAL DO RELVO DA REGIO OESTE DO VALE DO MDIO JEftUITINHONHA-DESTACAHDO-SE AMPLOS TERRAOS DO VALE REBAIXADO DO RIO ARAUA E A0 FUNDO, NVEL DE CHAPADAS, Q.E ENQUA-DRAM 0 VALE EMBUTIDO.

    2 1

  • FIG. 5 - ASPECTO DO RELVO GERAL DO VALE DO MDIO JEQUITINHONHA, DESTACANDO-SE O NlVEL ELEVADO DECHAPADAS E O VALE EMBUTIDO DO RIO SAO JOO. MUNIClPIO DE ITINGA, AO LONGO DA RIO-BAHIA ,EM DIREO A ITAOBIM.

    Na rea do medio vale, essa superficie consti-tui o dominio de solos latosslicos, cuja distribuiaogeogrfica, representada no mapa de solo pelas unidades demapeamento Latosol Vermelho-Amarelo Hmico/fase chapada eLatosol Vermelho-Amarelo/fase chapada floresta sca caduciflia, corresponde bem aproximadamente as areas dssasuperficie de aplainamento no medio vale.

    Ciclo Velhas - Referido ao Terciario Superior, compreen-de o modelamento de uma primeira etapa de inciso de vales na superficie de aplainamento das chapadas. Na areaem questo no muitas vzes perfeita a distino entrea superficie de eroso dvida a sse ciclo e a atribuidaao ciclo Paraguassu subsquente.

    Correspondem a sse ciclo as areas embutidas nasuperficie das chapadas, em altitudes presumivelmente compreendidas entre 700 e circa de k^O mtros,representadaspor vertentes bastante dissecadas do vale do Jequitinho-nha e dos tributrios maiores, assim como as areas disse_cadas dos espiges e contrafortes dos divisores Jequiti-nhonha - Mucuri - Jucurucu - Buranhem e divisor Jequiti-nhonha - Pardo a partir da altura de Bandeira para leste.

    Sac reas de topografia bastante acidentada,integradas (a) pelas encostas igremes que enquadram os va-

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  • les encaixados dos setores oeste, central e norte da zo-na, interessando os circos de eroso, com seus pontoes eamplos depsitos de talude; e (b) por tratos montanhosos,de modelado bastante vigoroso, que compem os divisorese as extensoes dstes entre o Jequitinhonha e as baciashidrograficas ja mencionadas.

    Acham-se respectivamente relacionadas as areasdessa superficie de eroso as unidades de mapeamento (a)Latosol Vermelho Escuro/fase semi-rida, a maior partedas unidades Solos Podzolizados de Pedra Azul e Associa-ao Solos Podzolizados de Pedra Azul - Afloramento de Ro_cha e parte da unidade Latosol Regoslico/fase terrao se_mi-arido; e (b) Latosol Vermelho-Araarelo/fase montanhosafloresta latifoliada tropical, Podzlico Vermelho-Amare-lo/fase montanhosa e parte da fase forte ondulada da mema classe de Solo.

    Ciclo Paraguassu - Constitui superficie de erosao Pos--Terciario, a quai so atribuidos os niveis mais baixosdas encostas das partes mais amplamente abertas dos va-les, semelhana de terraos, e os respectivos fundosdos vales, sendo igualmente atribuidas a esse ciclo asencostas escarpadas de vales estreitos e produndos de trd^butrios pouco estensos, como o Sao Roque e Sao Joo naaltura de Itaobim.

    As areas referidas a sse ciclo acham-se esca-lonadas em altitudes inferiores as encostas dissecadas e seoes montanhosas atribuidas ao ciclo prcdente, cuja superficie deeroso em muitos casos obliterada pela erosao do cicloParaguasrsu, conforme mencionado anteriormente .

    Na zona em causa, essa superficie reprsenta,da por areas de topografia ondulada ora mais, ora menosmovimentada, de colinas e outeiros residuais, dos niveisde terraos do fundo do vale, que se apresentam progres-sivamente ampliados de Almenara para jusante, passando topografia de Tabuleiros abaixo de Jacinto.

    Sao relacionadas as areas dessa superficie deerosao as unidades de mapeamento Solos Podzolizados de Arauai, Solonetz-Solodizado, Solos Hidromrficos, Podz-lico Vermelho-Pardo, Regolatosol Amarelo/fase tabuleiro;as areas menos elevadas das unidades Latosol Regoslico/fase terrao semi-rido e Solos Podzolizados de Pedra A-zul e grande parte da unidade Podzlico Vermelho-Amarelo/fase forte ondulada.

    23

  • FIG. 6 - ASPECTO DO RELEVO GERAL DO VALE DO MDIO JE&UITINHONHA, DESTACANDO-SE O NlVEL DE CHAPA-DAS E O VALE DO RIO JEQUITINHONHA, IMEDIATAMENTE A MONTANTE DA CIDADE DE JEQUITINHONHA .MUNIClPIO DE JEQ.UITINHONHA.

    C L I M A

    Em virtude da escassez de dados meteorolgicos,notadamente de temperatura, foram utilizadas tambm ascorrelaoes do sistema solo-vegetaao-relvo-altitude,almdas consultas as fontes bibliograficas, para se poder darnooes do clima da regio estudada.

    Com relaao aos dados pluviomtricos, observa--se que a maioria dos mesmos refere-se aos setres maisrebaixados da regio, principalmente ao longo das margensdo Rio Jequitinhonha, onde esta, localizada a maior partedas cidades com estaoes meteorologicas, no se registrando portanto, as precipitaoes e temperaturas dos setoresmais elevados (chapadas), que realmente devem ser maisfrios e mais umidos, com precipitao efetiva mais leva,da .

    Observando-se os dados termo-pluviomtricos ( vi^de quadro de flha 29) verifica-se que a regio domi-nada por um regime de chuvas tropicais, com duas estaoesbem distintas, hanvendo predominio de chuvas de vero etemperaturas mdias elevadas, sendo a amplitude trmicada ordern de 4,5 a 5>6.

    Convm acentuar, entretanto, que o regime de

    2k

  • chuvas caracterizR-se por certa irregularidade, estandoa maior parte da regio sujeita a uma distribuiao irre-gular durante o ano, podendo ocorrer tanibm grande variaco de um ano para o outro, o que causa., as vzes, periodos de estiagem mais longos que o normal.

    0 fato de esta regio apresentar certa irregu-laridade na distribuiao de chuvas, traduzida por ocor-rncia de mes ou meses com baixa precipitaao durante operiodo chuvoso, talvez decorra da influncia da locali-zaao da ares, que se situa em zone; de transio,onde japarecem certas caracteristicas - pelo menos num trechoccirpreendido no fundo do vale do Rio Jequitinhonha - dasregioes scas do Nordeste Brasileiro, c.omo vegetao xe-rfila (caatinga), cursos d'gua peridicos, secura doclima, temperaturas mdias elevadas e grande evaporaao.

    A influncia dominante da massa equatorial continental quente e mide. que ocupa no vero a regio doPlanalto Central do Brasil, se faz sentir nesta zona, embora com menos intensidade, provocando as chuvas de pri-mavera-vero.

    0 regime pluviomtricc anual tipicamente continental, acusando uma periodicidade caracterizada pelaconcentraao maxima de precipitaao (80 a 90$> do totalanual) acumulada nos meses de primavera-vero (outubro amaro). A poca de precipitaoes mxiraas em 3 meses consecutivos coincide com dezembro, Janeiro e fevereiro,sendo dezembro o mis mais chuvoso. A poca das precipita-oes minimas coincide com os nseses de junho, julho eagoto .

    Observando-se a distribuiao de chuvas duranteo ano, verifica-se a ocorrncia de uma estaao sca pro-nunciada, com durao de 5>5 meses, podendo chegar a 6ou prolongar-se mais, estendendo-se geralmente de abrila setembro.

    No extremo leste da area, limite com a. Bahia,a estaao sca atenuada, provavelmente em virtude dainfluncia que ja se faz sentir dos ventos umidos do li-toral, havendo em conseqncia um ligeiro acrscimo nasmdias mensais dos meses do periodo sco, que registramvalres acima de 30 mm.

  • Ao longo das margens do Rio Jequitinhonlia ondeas altitudes esto compreendidas entre 100 e 270 mtrosde leste para oeste, as precipitaoes ttais anuais va-riam pouco, registrando-se valres de 730 a 9^ (' iran,podendo-se notar que o trecho mais sco situa-se entre Itingae So Pedro de Jequitinhonha. Subindo da parte baixa dovale para os setres mais elevados (chapadas), verifica--se uma diminuiao de temperatura e aumento da prcipitaao, deccrrendo ste ultimo da influncia do relvo, queintercepta os ventos umidos do litoral. Isto pode ser ve_rificado quando se observa a vegetaao, que nos setresmais elevados sempre-verde, apresentando caractersti-ca de floresta umida no trecho de mair altitude (1.100mtros) da regio, situado entre Pdra Azul e Jequitinho_nha .

    Quando se observam os dados pluviometricos dasestaoes mais alevadas, que so Pedra Azul (situada aonorte corn altitude de 627m) e Novo Cruzeiro ( situada asudoeste, corn altitude de 752 m ) , verifica-se a tendnciapara o aumento da precipitao corn a altitude, porque ostotais anuais registrados para estas localidade so res-pectivamente de 9l6 mm e 972 mm. Entretanto, como gran-de parte da regio esta, situada entre 750 e 900 mtros, de se esperar que nestes setres a pluviosidad.e sejamais elevada ( em trno de 1.000 mm), notadamente a preci_pitaao efetiva, porque ai as temperaturas so ameniza-das pelas ma.iores altitudes.

    As partes mais elevadas do estremo leste da area,so bastante umidas, principalmente as faces voltadas p

  • baixada do vale da ordern de 71,7$ em Arauai e 68,6$emJequitinhonha, tornando-se pouco mais alta em Pedra Azul,onde os valres so da ordern de 73,3%.

    Aplicando-se a classificaao climatica de Kop-pen a esta regiao, verifica-se domfnio do clima Aw - cli_ma quente e umido com estaao chuvosa no vero. Este ti_po climatico estende-se em grande parte da regio, nota-damente nas areas mais rebaixadas, vigorando provvelmente at uma. altitude aproximada de 750 m, onde cede lugara urn clima mais ameno, com temperaturas mdias mais bai-xas. Isto foi inferido msiis em funao dos dados trmicosde Pedra Azul, que com altitude de 627 mtros, registratemperatura mdia do mes mais frio de 18? 5C, estandoportanto este local, proximo do limite entre o clima Aw eCwa de Koppen. Assim sendo, tem-se para as areas mais elevadas, que se estendem sobre as chapadas e outros setres tambm elevados, onde as altitudes variam. aproxima-damente de 750 a 900 mtros, clima amenizado pela altitude. que corresponde ao tipo climatico Cwa de Koppen- cljL-na mesotrmico com veroes quentes e estaao chuvosano verao. A diferena existente entre este clima tropical dealtitude e o tropical quente e umido (Aw), reside apenasna diminuiao de temperatura como efeito da altitude. Narealidade, o regime pluviomtrico o mesmo da area adja.cente de clima Aw, registrando-se apenas uma temperaturamdia mais baixa, inferior a l8?C no mes mais frio para oclima Cwa.

    Dentro desta rea de clima mesotrmico,existemsetres mais altos, corn altitudes de 1.000m a 1.100m,nosquais provvel a ocorrncia do tipo climatico Cwb, porque nestas partes os veroes tornam-se brandos,esperando-- se,portanto, que a temperatura mdia do mes mais quenteseja inferior a 22?C, sendo isto o bastante para separaros climas Cwa e Cwb de Koppen.

    A Serra da Sapucaia, localizada entre P e draAzul e Jequitinhonha com altitude de 1.100 mtros, apre-senta um clima local, que provvelmente esta incluido notipo climatico Cwb de Koppen. Nesta rea, onde a preci-pitaao efetiva bastante alta e ocorre forte nebulosi-dade, existe uma Floresta tropical uraida, com muitas ep^fitas, musgos, palmitos e uma manta de detritos orgnicosespssa e umida sobre o solo. Provvelmente, ocorrem chuvas de relvo, aumentando assim o total anual e atenuan-do a estaao sca, que deve ser bem menor que no restan-te da regio.

    27 .

  • Bern ao noi'te da regio, no limite com o stadoda Bahia, ocorre pequena faixa estreita, onde deve prevalecer clima mais sco que o vigente nas chapadas da re-gio. Pode-se inferir isto, tomando-se por base a vege-taao que bem mais sca (mato cip) que o normal daschapadas, passando gradativamente para caatinga (vegeta-ao xerfila), medida que se penetra no Estado daBahia.

    Nas partes elevadas do extremo leste da regiao,limite com o Estado da Bahia, as precipitaoes so maisaltas, em consequncia dos ventos midcs que sopram dolitoral, provocando chuvas de relvo. Neste setor, ondea estaao sca atenuada, deve vigorar cliraa Aw mais -mido ou clima de transiao entre Aw e Am que aparece aleste, numa faixa paralela ao litoral. ste clima Am deKoppen quente e umido com estaao sca pouco pronunciada.

    No trecho deprimido entre Arauai e Sao Pedrode Jequitinhonha, situa-se a area de clima mais sco daregiao, onde se encontra vegetaao xerfila (tipo caatinga). 0 aparecimento dste clima mais sco, decorre dasituaao do vale, que se encontra encaixado entre chapa-das, ficando, por conseguinte, abrigado das massas de arportadoras de umidade, tanto do quadrante norte como doquadrante sul. Nesta parte ocorrem ventos quentes e conseqentemente forte evaporaao, podendo-se dizer que ofenmeno semelhante ao fhn. Veri.ficam-se temperaturasmdias anuais bastante elevadas, da ordern de 2^?3C e 24?7Ce baixas precipitaoes, da ordern de 730 a 800 mm. Esteclima que pode ser considerado subsemi-arido,provavelmente constitui transiao entre o Aw e o BSH de Koppen. E^ stende-se pelo fundo do vale do Rio Jequitinhonha e partedas encostas, penetrando tambm nos setres mais rebaixados dos seus afluentes, no trecho compreendido entre Arauax e Sao Pedro de Jequitinhonha.

    V E G E T A A O

    A descriao dos diversos tipos de vegetaao foifeita baseando-se principalmente na fisionomia das formaoes, em virtude no so da escassez de dados relativos composiao floristica, como tambm da maior facilidade deidentificaao no campo.

    28

  • NORMAIS (dados obtidos no Escritrio de Meteorologiado Ministerio da Agricultura)

    EstaSes

    ArauaiJequitinhonhaPedra Azul

    ArauaJ equitinhonhaPedra Azul

    Altitude

    (0

    272254627

    JAN.

    136,7140,5132,9

    FEV.

    120,093,7

    119,0

    MAR.

    89,4117,0113,0

    Precipitaao -

    ABR.

    42,262,058,9

    Temperatura do ar

    272254627

    25,926,824,1

    25,925,823,9

    25,926,223,7

    24,925,222,6

    MAI.

    8,437,322,9

    > c

    23,12'*, 320,8

    JUN.

    4,417,9H,7

    JUL.

    6,940,715,7

    , media

    21,522 01 9 4

    21,021,218,'5

    Altura

    AGO.

    7,616,217,6

    SET.

    21,925,126,2

    total

    O U T .

    71,9

    67,6

    NOV.

    145,1158,8167,3

    compensada

    22,522,521,4

    24,524,521,7

    25,626,123,1

    25,225,623,1

    mm

    DEZ

    I65141168

    252623

    )

    ,2,5,8

    ,6

    ,6

    ANO

    819,906,916,

    24,24,22,

    733

    372

    PERfODO

    918-942929-942918r942

    918-942929-942918-942

    PRECIPITACES (dados obtidos na Pi visa o d_ Iguas do D.N.P.M. )

    AlmenaraJacintoMedinaAlfredo GraaItaobimItingaNovo Cruzeiro0-ueixada (N. CruzeiroCoronel MurtaPorto MandaoaruVirgem da LapaSo Pedro JequitinhonhaSalto da Divisa

    -

    -

    349

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    84,370,376,2

    121,2125,0105,9150,6134,6140,089,8

    110,0106,874,2

    59,461,566,592,264,068,493,373,086,076,873,870,769,1

    109,5103,480,770,294,678,484,361,479,5

    103,9109,674,1

    104,5

    79,669,782,971,547,435,656,329,053,646,974,840,565,9

    37,429,818,714,213,910 024,4

    8,112,911 4!3,216,545,7

    25,324,815,25,57,94,6

    24,44,9

    2,94 37,57,9

    34,2

    21,519,419,64,65,24,27,63,74 ,85 59,47,7

    40,4

    16,613,37,02,25,91,27,34,33,41 80,34,5

    35,3

    26,526,321,518,215,917,521,618,021,616,23 1

    14,135,5

    72,570,328,573,363,572,562,866974,86 7 147,165,377,4

    165,8153,1197,3163,0139,5155,9144,4139,0159,3159,7221 4133,9126,9

    173,5146,8165,8225,2186,9186,0295,4249,3219,1241,4222,7185,5127,7

    871,9788,7775,9861,3769,7740,2972,4792,2857,9824,8892,9727,5836,8

    938-958941-958950-958942-958939-958939-958942-958946-958937-958946-958952-958938-958939-958

  • Os tipos de vegetaco com as suasforam grupados do seguinte modo:

    subdivisoes

    A -(2(3

    - Campos das altas superficiesda regio

    - Campos das varzeas- Canipos secundarios (antrpicos)

    B - Cerrados (Savanas) (l(2

    C - Caatingas

    Cerrados arboreo-arbustivosCerrados arbustivos abertos(campos cerrados)Caatingas arbreasCaatingas arbreo-arbustivasCaatingas arbustivas densasCaatingas dos afloramentos derochas

    D - Florestas (Matas)

    E - Outras formaes

    1 -

    2 -

    (1(2

    Florestassecas (b

    Florestas (acosteiras (b

    FlorestasFormaesrias

    a - semicaducif li^as fcies xerfilofacies higrfi_lo

    dos tabuleirosda encosta doplanalto

    umidas de altitudeflorestais secund-

    Formaoes de palmceasFormaes dos afloramentos derocha

    A - Campos

    Neste tipo de vegetaco foram incluidase des-critas as formaes campestres abertas, graminosas ou mis^tas de gramfneas, subarbustos e arbustos, podendo ter rvores esparsas. Dentre estes campos, destacam-se:

    1 - Campos das altas superficies (Serra da Sapucaia)-Saoos campos que ocorrem sobre quartzitos, nas partes maiselevadasda regiao. ( 1.100m) , como na Serra da Sapucaia,si.tuada entre Pedra Azul e Jequitinhonha. Estes campos saoconstituidos predominantemente de agrupamentos de arbus-

    30

  • tos de at 3 mtros de altura, separados por relva baixacorn espaos intercalares despidos de vegetao, mostran-do a coloraao acinzentada da camada superficial do so-lo. Em alguns locais estes campos so constituidos ape-nas de formaoes baixas, rlas (vide fig. 49), de Gram|neas, Ciperaceas, Bromeliaceas, Eriocaulaceas, Pteridfitas, Veloziceas, Euforbiaceas, Orquidaceas (em menor nmero) e musgos terrestres - Sphagnum sp. Esta vegetaodifere, em fisionomia e composio floristica, dos "Cam-pos das altas superficies" do Sul de Minas. Nao corres-pondem, pelo menos em composio floristica, aos "CamposAlpinos" e "Subalpinos", descritos na Serra dos Orgospor Rizzini, bem como a "Vegetao do Andar Cume",descrita por Segadas Viana (49) no Estado do Rio de Janeiro.

    Estes campos tm pouce importncia do ponto devista de extenso, porque ocupam somente pequena area e-levada da Serra da Sapucaia e circunvizinhanas.

    FIG. 7 - ASPECTO DA VEGETAO DO TIPO "CAMPOS DAS ALTAS SUPERFICIES" EM PRIMEIRO PLANO E AO FUN-DO VEGETA"O DO TIPO "FLORESTAS MIDAS DE ALTITUDE". SERRA DA SAPUCAIA, AO NORTE DA CIDADE DE JEftUITINHONHA.

    2 - Campos das vrzeas - So as formaoes na maioria hi-drofiticas, de fisionomia graminide, que ocorremnas varzeas e areas baixas, umidas ou alagadas, de cotas relatifvas mais baixas da regio. Estes campos, ora so const^Ltuidos de comunidade dominada por Typha dominguensis (ta.bua), ora por comunidade papiride, dominada por Cyperus

    31

  • giganteus (papiros ou piri-piri), ora poy formao mistadestas duas espcies, acrescidas de espcies isoladas deCecropia sp. (imbaba do brejo), ocorrendo tambm umapequena palmeira espinhosa denominada "tucum". Em algu-mas varzeas umidas ocorrem pteridfitas.

    stes camp.os so de pouca expresso geogrfica,ocupando apenas areas restritas aos brejos e banhados.

    3 - Campos secundrios (campos antrpicos) - Sao forma oes graminoides secundarias, constituidas de espcies e^pontneas e subespontneas, que se desenvolvem nas areasonde a vegetao anterior foi destruida, seguida, ou node queima e ocas.ionalmente de utilizaao agricola passa-geira (vide fig. 15 e 4o). Quase sempre, nestes locais,desenvolve-se vegetao com fisionomia diferente da ante_rior, tomando a paisagem o aspecto de pradaria.

    Este tipo de vegetao constituida de forma-oes graminoides, geralmente densas, com altura que podeatingir aproximadamente 2 mtros (capim colonio). Estasformaoes secundarias, que constituem as pastagens da re_giao, so integradas quase que totalmente por Panicum inaximum Jacq. (capim colonio, colnia ou raurumbu),notadamente nas areas rebaixadas e mais quentes da regio, pe-lo menos at uma altitude aproximada de 750 m, dominadapor clima Aw de Koppen. medida que vo se tornando maiores as altitudes, esta graminea vai cedendo lugar pau-latinamente a outra mais baixa, Melinis minutiflora Beauv(capim gordura ou meloso), at desaparecer por complet oem cima das chapadas onde domina o Melinis minutiflora eocorre uma graminea baixa muito semelhante ao capim gor-dura, alm de outras nao identificadas. Nestas a r e a smais elevadas, o clima mais amenizado pela altitude, pa-rece ser o fatr limitante ao desenvolvimento do capim clonio.

    Em areas de solos com melhor fertilidade e emalgumas partes coluviais, ocrrem manchas de Hyparrheniarufa (capim jaragu ou provisrio).

    Algumas vrzeas e pequenas depressoes umidassoocupadas por Panicum purpuracens Raddi (capim angola oubengo).

    Nas encostas de algumas chapadas, foram constatadas manchas de Paspalum sp. (grama forquilha) e ocor-rincia de uma graminea alta conhecid localmente por "An

    32

  • draquic" - Panicum sp.

    Verificou-se tambm a ocorrncia de manchas deImperata brasiliense Trim. (sap). Outre gramfnea inva-sora muito frequente, notadamente proximo as estradas dasareas rebaixadas, Trichachne sacchariflora (Raddi)Nees(capim amargoso ou capimau).

    Alm das gramineas citadas anteriormente,em al^gumas chapadas e em outras partes tambm elevadas, foramconstatadas manchas grandes de Pteridium aquilinium (L.)Kuhn. (samambaia das taperas).

    Nestes campos secundarios, alm destas grami-neas e pteridfitas, aparecem arbustos e arvores espar-sas, na maioria invasoras de areas devastadas, sehdo al-guns, remanescentes da vegetao anterior. Sao mais encontrados: Vernonia sp. (assa-peixe), Sida sp. (guaximaou guanxumaj^ Salanum grandiflorum (lobeira ou fruta delbo), Celtis sp. (joax), Bougainvillea S_.(primavera ouTrs Marias), Calotropis procera (ciume ou algodao sda),Tabernaemontana sp~ (leiteiro, pau-de-leite ou pau-de-co_lher), Croton sp. (velaroe ou cruel), Lantana sp. (camba-r), Urena sp., Cassia sp., Borreria sp.,(Vassourinha debotoj^ Jatropha sp. [arre-diabo), ttalea sp. (pindoba)em colnias ou esparsas, Fitole.caceas(laranjeira selva-gem), Meliaceas, Solanceas, Leguminosas e outras. Nasareas antes ocupadas por vegetao de caatinga, fre-quente a ocorrncia de Mimosa sp. (jurema) e uma Bigno-niacea de flores roxas (canel). Em algumas baixadasverifica-se a ocorrncia de Genipa americana (genipapo).

    B - Cerrados (savanas)

    Constituem um tipo de vegetao muito caracte-ristico, com fisionomia peculiar, constituida de forma oes relativamente abertas, de arbustos ou pequenas rvo_res que atingerr aproximadamente 7 mtros de altura. Nor-malmente seus componentes apresentam pequeno porte, trcncos e galhos tortuosos, cobertos por casca espssa e fendilhada, copas e ramos sem siraetria, folhaao pouco de-senvolvida, flhas geralmente grandes e grossas, algumasccriaceaSj ausncia de aculeos e espinhos, bem como deepifitas e lianas. Estes cerrados podem ser diferencia-dos em dois aspectos distintos, que se caracterizam maispela densidade e tamanho (porte) dos componentes que pe-la composiao florxstica e at certo ponto pela fisiono-mia. Assim sendo, pode-se destinguir:

    33

  • 1 - Cerrados arbreo-arbustivos - So os cerrados demaiorporte da regiao, com indivxduos menos espaados entre si.So constituidos de arvores de pequeno porte, que atingemaproximadamente 6 mtros, alm de muitos artustos, subarbustos e gramineas,

    -S

    FIG. 8 - VEGETAAO DO TIPO "CERRADO", CARACTERSTICA DAS BORDAS DE CHAPADA, NA REC-lSO OESTE DO MDIO JE&UITINHONHA. MUNICPIO DE ARADA. ~

    De urn modo geral, apresentam um estrato mais al_to arbreo, corn individuos bastante espaados entre si,entre os queis so mais encontrados: Caryocar brasilien-se Camb. )pequi ou pequi), Kielmeyera sp (pau-santo),Stryphnodrendon barbatimao Mart.(barbatimao), Hymenaes

    campo), Dalbergia violaceastigonocarpa Mart. (jatoba do(Vog.)MaJme (cabiuna do cerrado), Qualea sp. (pau-terra)

    Constatou-se a ocorrencia de Bombax sp. (pai-neira). No cerrado de Arauax, nas bordas da ohapada,fo_ram constatadas alm do Caryocar brasiliense e outras es_pcies, Mafi'oriia glabrata ( tingui ) e Quale grandi f lor aMart. (pau-terra de folhas grandes). Nas areas de tran-siao para floresta, so frquentes as ocorrncias de Copaifera Langsdorfii (copaiba, leo)- Solanum grandiflo-rum[fruta de lobo, lobeira) encontra-se bastante dissrainada na regio, notadamente nas chapadas.

    0 estrato intermedirio, geralmente arbustivo, constituido de diversas espcies, de porte at 3 me tros. Neste so muito encontrados: Byrsonima ^p_. (muri-

  • cis), Kielmeyera sp. (pau-santo), Anona furfuracea, Caliandra sp. , Vernonia sp. , Brosimum gaudichaudii (mamacade_la), Lichnophora sp., Mirtaceas, Rubiceas,Euforbiceas,Gutiferaceas, Apocinaceas, Leguminosos mimosaceas, Asclepiadceas, Moraceas e outras. Geraldo Magalhes(37 e 38)assinalou no cerrado da chapada de Virgem da Lapa, a pre_sena das seguintes apocinaceas: Himatantnus obovata (Mue11. Arg.) Wood., Mandevilla illustris ( Well) Wood, e _0ndontadenia lutea ( We 1.1. ) Mgf .

    0 estrato rasteiro, predominantemente gramino-so, na roaioria das vzes no cobre tda a superficie dosolo, deixando espaos intercalares sem vegtaao. contituido de espcies que atingem aproximadamente 50cm,sendo relativamente frequente a ocorrncia de gramxneas ri-jas, com fol?ias estreitas e pilosas, no identificadas.Melinis minutiflora Beauv. (capini gordura ou meloso)mui_to frequente, b;m como outra gramxnea semelhante a ela.Constatou-se ainda Ananassa anana ssoides (abacaxi do cer_rado), Anacardium humilis(caju do cerrado), Andira .sp.,Lippia diamantinensis, Mirtaceas (guavira ou gabiroba) eoutras. A apocincea Rhodocalyx rotundifolius Muell foiconstatada por Geraldo Magalhes (37 e 38) na chapada.deVirgem da Lapa. No cerrado de Arauai, foi assinalada apresena de uma Turneracea rasteira de flores amarelas -Turnera sp.

    No extremo norte da regio, no limite com c Etado da Bahia, verifiou-se a presena de pequena area decerrado semicaduciflio, no quai frequente, no estratomais baixo, a ocorrncia de Bactris sp. (indai) que che_ga a dominar completamente em certos pontos, ocerrendotambm muitas Malpigiceas.

    Esta formaao parece estar relacionads com oclima mais scc de transiao que ocorre nesta zona.

    2 - Cerrado arbustivos abertos (campos cerrdos) -Sao oscerrados mais abertos da regio, eujas plantas possuem me_nor porte.

    Normalmente caracteriza.ni- se por apresentar ar-bustos tortuosos, esparsos, disseminados em um estrato rateiro, predominantemente grarninoso. Apresentam composi-ao florxstica e fisionomia quase semelhante dos cerra-dos arbre-arbustivos, diferindo principalmente no portedas plantas que mais reduzido, na distribuiao dos componentes da flora mais alta que mais esparsae no mai or

    35

  • Af!

    FIG. 9 - VEGETAO DO TIPO "CERRADO", ONDE SE DESTACA O INDAL (DIPLOTENIM SP.). REA DA UNIDADELATOSOL VERMELHO-AMARELO HMICO/FASE CHAPADA. NA REGIO NORTE DO MUNICPIO DE ALMENARA ,PROXIMO AO ESTADO DA BAHIA.

    numero de gramxneas no estrato rasteiro. No tem muitaimportncia do ponto de vista de extenso, porque ocupamareas relativamente pequenas.

    C - Caatingas

    Sob esta designaao generica so conhecidas,notadamente na Regio Nordeste do Brasil, formaoes vg-tais distintas, no smente do ponto-de-vista de fisionmia, como tambm de composio floristica que tm c omo"habitat" as regioes jsemi-ridas e subserai-ridas.Apesardas diferenas f itof isionmicas "e floristicas^ estas formaoes apresentam rauitas caracterxsticas em comum,como oacentuado xerofitisrao, perda complta das flhas de tdasou quase totalidade das espcie durante o periodo sco,muitas plantas lenhosas de porte baixo ou mdio, espinhsas, com profusa ramificaao nos troncos e ramos, rara c>ccrrncia de flhas grandes e largas, predominando flhaspequenas, delgadas, compostas (pinadas e bipinadas, m-veis, sensxveis, que podem evitar ou atenuar a ao dosraios solares, como de muitas leguminosos). Freqentemente, mas nem seftipre, com plantas suculentas (Cactceas,etc), Bromeliaceas, Euforbiaceas e outras que possuerasubstncias de rserva em suas espssas raizes ou mesmo bul-bos e tubrculos radiculares.

  • Ocorrncia de plantas com troncos intumeseidos,dilatados, de madeira mole (barriguda), que servem paraarmazenagem de gua. A ocorrncia de epifitas rara.

    As caracteristicas peculiares de s tas plantas mqs_tram o alto grau de adaptao das mesmas, refletindo ascondioes climaticas rigorosas que vigoram nestas regioes,onde a estao sca muito pronunciada, as chuvas sao ecassas e irregulres, com indices pluviomtricos anuaisbaixos, as temperaturas mdias anuais so elevadas, evaporaao grande, a umidade relativa baixa, mostrandoque o clima sco.

    Ape sar da grande quantidade de flhas que asplantas da caatinga deixam cair durante a poca sca,naose efetua uma transformaao permanente destas em humus,em virtude da falta de umidade durante grande parte do ano,0 que concorre tambm para restringir ou mesmo interrom-per a atividade dos organismos transformadores, pelo me-nos temporriamente. Assira sendo, sobre os solos das caatingas no se observa aquela camada de humus to carac-teristica das matas, notando-se apenas a parte superfici_al do solo de coloraao clara quase sem detritos ou cornalgumas flhas mumificadas, normalmente sem uma sinsiarasteira efetiva para proteg-la.

    Pelos diversos aspectos fitofisionmicos e di-ferenas na composio florfstica, pode-se distinguir asseguintes variaes da caatinga na regio;

    1 - Caatingas arbreas - Conhecidas localmente por "Ca-atinga alta", estas formaoes so as que atingemmaiorporte dentro do grupo das caatingas (vide fig. 2l).

    Sao formaoes relativamente densas de rvoresde pequenos porte e arbustos, que atingem aproximadamen-te 10 mtros de altura e apresentam aspectos de mata,principalmente durante a estao chuvosa, quando seus compo-nentes acham-se enfolhados. Assim sendo, elasno deixamde ser uma floresta decfdua ou floresta espinhosa.

    Nestas formaoes, so mais raramente encontra-das Cactceas e Bromeliaceas, sendo entretanto, frquen-tes as plantas com flhas pequenas, bastante ramificadase de copas rlas. Entre as rvores que atingem maior porte, pode-se obter alguma madeira dura, boa para constru-ao como de Astronium fraxinifolium Schott (aroeira)e outras. Ainda fazendo parte desta sinsia arbrea so en-

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  • contrados Piptadenia sp. (angico), Tabebuia JSJD. (pau d ar_) C i l l i b ( )

    ( g ) , JJ (p _co), Cavanillesia arborea Schum. (barriguda lisa),Caesalpina sp. (catinga de porco) e Aspidosperma sp.(pereiro)

    Na sinsia intermediria, com muitos arbustose arvoretas, foram constatados: Cnidoscolus phyllacanthus(Muell. Arg.) Pax. & K. Hoffm. (faveleiro), Mimosa sp.(jurema) , Manihot ^p_. (mandioca do mato), Jatropha philla-

    ( )) p^_ ( ), p p

    cantha Mart. (cansano), Bougainvillea sp. (primavera,Tres Marias), Celtis sp. (joai), Smilax~sp. (Lilicea es_candente e espinhosa) , Jaracatia sp. ("Jaracatia.) .

    0 substrato rasteiro muito raio, com muitosarbustos espinhosos e ocorrncia de gramineas esparsas.

    2 - Caatingas arbreo-arbustivas- Estas caatingas apre.sentam-se sob dois aspectos bem distintos. Um que representa formaco arbustiva densa, continua, na qul sobre-levam-se arvores de pequeno porte, de flhas pequenas ecopas ralas. Nesta vegetaco, so frequentemente encon-tradas Cactaceas e Bromeliaceas. Entre as espcies arb^reas, que formam o estrato mais alto, destacam-se: Astronium fraxinifolium (aroeira) Cavanillesia arborea (barrd^guda lisa),Caesalpinea ferrea Mart, (pau-ferro), Erytrhrina velutina Villd. [iulungu) , Bursera leptophloeos (Mar)Engh.(amburana de cambo, imburana de espinho) e Cereusjamacaru D.C. (mandacaru) (vide fig. 55).FIG. 10 - VEGETAO DO TIPO "CAATINGA ARBREO-ARBUSTIVA" EM FINAL DE ESTAO SCA. AREA DE SOLOS

    DA UNIDADE UTOSOL REGOSLICO/FASE TERRAO SEMI-RIDO. MJNIClPIO DE MEDINA, PROXIMO AITAOBIM

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  • Na sinsia arbustiva, bastante densa, com mui-tas plantas espinnosas, bastante ramificadas, foram en-contrados: Cnidoscolus phyllacanthus (faveleiro), Mimosasp. (juremaXi Jatropha phyllacantha Mart. (cansano, r_re-diabo), Celtis sp. (joai),Croton sp. (velame,cruel),Bougainvillea sp. Xp ri m a v e r a Tres Marias), Leguminosas,etc .

    Nestas areas enontra-se com muita freqncia,uma Bignonicea arbustiva de flores roxas (canelo). Mui^to disseminade. na regio, notadamente proximo as estra-das, encontra-se a planta exotica - Calotropis procera(algodo sda).

    No estrato rasteiro, ralo, alm de outras plantas, so constatadas freqentemente Cactceas e Bromeliaceas sendo mais raras as Graraineas. Entre as Cactceas,so mais encontradas: Opuntia inamoema, (quip), Cereusja.maca.ru D.C. (mandacaru)e Harrizia sp. Dentre as Bro-meliaceas, destacam-se : Neoglaziovia variegata Mez. (caro) e Bromelia laciniosa Mart.(macambira).

    Com muita freqncia foi constatada uma Lili-cea rasteira, que durante sua efmera floraao, despertaa atenao, pela grande quantidade e uniformidade de suasflores alvas, que so txicas ao gado bovino.

    0 outro aspecto desta caatinga bem distinto,porque a vegetaao caracteriza-se por apresentar uma al-ternncia de agrupamentos de rvores e arbustos,com areasalertas, com sinsia rasteira muito rla (vide fig. 55)na quai frequente a graminea Dactyloctenium aegipticum(L.) Beaux, (mao-de-sapo) e Irichachne sacchyariflora (Raddi) Nes (capim amargoso), ocorrendo tambm Portulacaceasde caule prostado, ervas, Cactaceas - Opuntia inareoema(quip). Distribuidos esparsamente, sao muito frquentes- Cereus jamacaru (mandacaru), ocorrendo tambm Erythri-na velutina(mulungu). Nestas areas abertas, ocorremmuitas manchas, completamente desprovidas de vegetao,ondeha concentraao de sais. Nos agrupamentos, so encontradas rvores de porte baixo, destacando-se: Bursera lep-tophloeos (Mart.) Engl. (amburana de cambojj Cereus ,fa-macaru D.C. (mandacaru) (vide fig. 55), Caesalpinia fer-rea(pau-ferro), Mimosa sp. (jurema), alm de arbustosespinhosos. Esta variaao de caatinga ocorre nas areasbaixas que constituem antigos terr'aos do Rio Jequitinho_nha, onde so encontrados geralmente Solos Halomrficos.So pequenas areas que se estendem ao longo das m'argens

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  • do rio Jequitinhonha, penetrando um poueo "' alguiis deseus afluentes, no trecho compreendido entr Itinga e SaoPedro do Jequitinhonha.

    3 - Caatingas arbustivas densas - Sao caatingas arbusti-vas densas, com muitas plantas espinhosas,que constitueraverdadeiros emaranhados de galhos muito ramificados, dede a parte baixa do tronco. Os arbustos sao predominan-temente espinhosos, de flhas pequenas e se despem com-pletamente durante o perfodo sco, dando, primeira vis^ta, impresso d'as plantas estarem completamente scas.Nestas caatingas predominam Leguminosas, sendo pouco en-contradas Cactceas e Bromeliaceas. Sao tambm inclui-das nestas caatingas as formaoes secundarias (2? cresc^Lraento) xerfilas, que se desenvolvem nas areas dvasta,das, geralmente utilizadas para cultivos transitrios edepois abandonadas.

    Sao formaoes arbustivas ou arbreo-arbustivaslenhosas, densas, geralmente constituindo verdadeiros macios vgtais, que no periodo sco, podem ser bem dis-tintos ao longe, devido coloraao pardo-acinzentado queapresentam. Estes macios secundarios so integrados tta], ou quase totalmente por uma leguminosa espinhosa, deflhas pequenas, muito reLmificada desde a parte baixa dotroncc, com flores alvas em espiga - Mimosa sp. (jurema).De um modo grai no so encontradas Bromeliaceas e Cac-tceas .FIG. 11 - VEGETASO DO TIPO "CAATINGA ARBUSTIVA DEKSA". FOTO TIRADA NA ESTAAO SECA (JUNHO). MUN^

    CPIO DE MEDINA.

  • FIG. 12 - VEGETAO DO TIPO "CAATINGA ARBUSTXVA DENSA". FOTO TIRADA NA ESTAO CHVOSA (NOVEMBRO),MNICPIO DE MEDINA.

    k - Caatingas dos afloramentos de rochas - Estas caatingas ocorrem, nao so nos afloramentos de rochas inclusosnas areas das caatingas, como tambm sob a forma de dis-junoes em areas de outras formaoes vgtais,porm, ainda dentro de zona bastante sca.

    FIG. 13 - VEGETAO DO TIPO "CAATINGA DOS AFLORAMENTOS DE ROCHAS". MUNICPIO DE COMERCINHO.

    kl

  • A composiao florxstica e a fisionomia destasformaoes so semelhantes. Caracterizam-se por apresen-tar agrupamentos vgtais, arbustivos ou arbreo-arbusti^vos, geralmente ilhados em areas desprovidas de vegeta-o, deixando exposta a rocha nua. caracterxsticaa ri^queza. em Cactaceas. Outro aspecto destas formaoes, ca-racteriza-se por apresentar indivxduos distribuidos es-parsamente, entre os quais se destacam as Cactaceas - Cephalocereus sp., Melocactus sp. (coroa-de-frade), Peireskia sp.(ora-pro-nobis),Opuntia sp. (quipa), Cereus ja-macaru D.C. (mandace.ru), Harrizia sp. (rabo-de-raposa),occrrendo mais raramente Pilocereus sp. ( cabea-de-velho);Euforbiaceas- Jatropha phyllacantha Mart. (cansano),Cni.doscalus phyllacanthus (faveleiro); Bromeliceas Brome-lia laciniosa (macambira); samambaias, musgos, liquens eoutras.

    Nas formaoes que se apresentam agr upadas, fre_qente a ocorrncia de uma Bombacacea aculeada caracte-rxstica, de tronco intumescido, com raizes espssas di^ s_tribuidas na superficie dos afloramentos Ceiba sp. (bar-riguda de espinho) (vide fig. 60). Sao tambem frquentesas Cactaceas - Opuntia sp., Melocactus sp. Cephalocereus,Harrizia sp. , C. jamacaru, Peireskia sp.,Euforbiaceas- J.phyllacanthus e outras ; Bromeliceas - B. laciniosa, Neograziovia variegata (caroa); Orquidaceas -Cyrtopodim sp. ;Bignoniaceas - Tabebuia sp., Bursera leptophloeos(ambu-rana de cambo); Sapium sp.; freqentemente Pteridfitas(jeric), musgos, liquens, alm de Liliaceas,Apocincias,Amarilidaceas e outras. muito frequente, notadamentependurada nos ramos da Ceiba sp., a presena da Bromeliacea epxfita Tillandsia-sp. ocorrendo tambm uma Orquid-cea de flhas compridas e finas Oncidium sp.

    D - Florestas (Matas)

    Incluidas nste tipo de vegetaco, pode-se dis_tinguir na regio, diferentes formaoes, do ponto-de-vita de fisionomia, composico florxstica e estrutura.

    Apesar destas diferenas, estas formaoes guardam as caracteristicas fundamentals das florestas, nasquais as plantas associadas desenvolvem-se mais verticslmente, disputando a luz, fatr fundamental para o crescjLmento. Assim sendo, resultam formaoes de plantas de porte alto, crescimento denso, onde as rvores apresentamconformao caracterxstica, com troncos mais ou menos re_tilineos e ramificaao na extremidade, onde se formam ascopas, que se tocam.

  • Dentre estas florestas, que variam mais em funao de fatres climaticcs, notadamente umidade,so encontradas formaoes scas, umidas e intermedirias. Pode--se distinguir as seguintea formaoes.

    1 - Florestas scas - Sao as formaoes florestais scas,na maioria de carater semideciduo,geralmente de porte al^to, com rvores de caules predominantemente retilineos efinos, claros, de copas rlas e predominio de flhas pe-quenas. Normalmente so ricas em lianas, pobres em epi-fitas, ocorrendo, as vzs, Bromeliaceas e Cactc.eas.

    Normalmente na s areas rebaixadas mais scas,nofundo dos vales e parte baixa das encostas encontram-seas caatingas. medida que vo se tornando mai ore s asaltitudes, as caatingas vao cedendo lugar paulatinamenteas florestas scas, que nos setores mais elevados, cedemlugar as formaoes mais midas. Nas areas onde nao ocorrem caatingas, as florestas scas normalmente ocupam ossetres rebaixados e fundo dos vales. Dentre estas flo-restas scas, pode-se distinguir dois facis caracterfs-ticos; urn xerfilo e outro higrfilp.

    a) Florestas scas semicaduciflias facies xe-rfilo - apresentam seroprecarater semideciduo (vide f dg.6l), que reflte condioes climticas, caracterizadas porapresentar uma estaao seca pronunciada. Nestas forma-oes semi-xerfilas, 50% ou mais dos componentes perdemas flhas completamente no periodo sco, notadamente nasnas areas adjacentes as caatingas, onde o xerofitismo seacentua mais e as formaoes se despem quase inteiramente,Localmente so conhecidas por "matas scas" ou "incitas a-caatingadas" e "mato cip", que apresentam diferenas nafitofisionomia e tambm na composio florxstica. 0 "mato cip" ocorre somente em pequeno trecho ao norte da re_gio, no limite com a Bahia, em areas de transiao paraclima mais sco. Na parte menos sca, esta vegetaao a-presenta-se com porte alto, rvorescom altura em trno de20 mtros, caules erectos, finos, claros, de cascas lisas,sendo algumas vzes caducas. 0 esgahamento pode ser alto, ocorrendo tambm ramificao baixa nas areas mais secas, formando copas rlas e espalhadas. As fliias sac pre_dominantemente pequenas e compostas. 0 sub-bosque apre-senta rvores e arbustos corn altura de 2 a h mtros. 0estrato rasteiro quase ausente, representado por rarasespcies herbceas e rarissimas Gramineas, Ciperceas eBromeliaceas, apresentando-se o pavimento quase sem vege_tao laxa, sendo recoberto por manta de detritos vege

  • tais (flhas e galhos).sncia de epifitas.

    Presena de muitas lianas e au-

    FIG. 14 - VEGETAO DO TIPO "FLORESTA SECA SEMICADUCIFLIA FACIES XERFILO". REA DA UNIDADE LATOSOL VERMELHO-AMARELO/FASE CHAPADA FLORESTA SECA CADCIFLIA. MUNICPIO DE ALMENARA.

    medida que se pntra para o norte em direaoao vale do rio Pardo na Bahia, esta vegetao vai se tornan'do de porte mais baixo, com rvores de troncosmais finos e esgalhamento mais baixo, de carter mais sco, atese misturar vegetao de caatinga. Fato bastante c a racteristico nesta vegetao, a ocorrncia de termitei_ros a meia altura no tronco das rvores.

    Dentre as florestas scas semicaduciflias fa-cis xerfilo, merecero maior destaque as "matas scas",conhecidas tambm por "matas acaatingadas" que so bastante disseminadas pelas areas mais rebaixadas, pelo menosseus remanescentes. Correspondem tambm ao tipo de Flo-resta latifoliada tropical semicaduciflia. Estas 'matasscas" so ccnstituidas de formaoes semideciduas (semi-xerfilas) de 15 a 25 mtros de altura, com predominio dearvores de 20 a 40cm de dimetro, ocorrendo, entretanto,rvores mais grossas que do boa madeira para construao.As rvores normalmente apresentam troncos claros, com ramificao na extremidade, formando copas umbeliformes ralas, havendo predominio de flhas pequenas. Presena delianas, ocorrncia de Bromoliaceas epifitas e terrestres,as vzes Cactceas, sendo rara a presena de Orquidceas.

  • FIG. 15 - VEGETAO DO TIPO "FLORESTA SCA SEMICADUCIFLIA FACIES XERFILO". AREA DA NIDADE SO-LOS POD20LIZADOS DE PEDRA AZUL. MUNICPIO DE J0AMA.

    Como remanescentes destas matas, so encontra-dos: Piptadenia sp. (angico), Astronium fraxinifolium -(aroeira),Erythrina sp. (mulungu),Tabebuiaspd'arco), Aspidosperma sp. (peroba rosa),

    (pauCarinina sp.

    (jequitib),Piptadenia communis Berth. (jacar),Lecy-this sp. (sapucaia), Hymenaea stilbocarpa Hayne (jatob),Caesalpinea ferrea Mart. (pau-ferro),Luehea S.(aoita-cavalo).Sao muito encontradas ainda nesta areas,espciments de Cambara sj^. (cambara) , Ca s s i a sp., Jatropha sp.

    ( )j^ ( )

    (ARRE-DIABO),Bougainvillea sp. (primavera,Trs Marias),Fitolacaceas (laranjeira selvagem), bucho-de-tatu, pitom-ba, ciriba, madeira mole e outras.

    b) Florestas scas facies higrfilo - ocorrem nas areasmenos scas, geralmente mais altas que das "matas scas",como em algumas chapadas. So representadas por forma-oes florestais scas, densas, de pequeno porte (atingem8 a 10 mtros de altura aproximadamente), com rvores fi^nas bastante ramificadas. Nota-se que as plantas de f-lhas pequenas diminuera nestas formaoes, quando urnpara=das com as "matas scas". Geralmente no apresentam carater semideciduo. caracteristica a ausncia de epifi^tas. Esta vegetaao quase no mais encontrada na re-gio, notando-se apenas alguns remanescentes.

    2 - Florestas costeiras - As florestas costeiras so mads

  • pujantes, geralmente mais umidas, com rvores queatingemmaior desenvolvimento em relao as florestas scas maisinteriorizadas, em decorrncia da maior umidade proveniente do mar, que atinge a zona costeira. Quando os ven-tos umidos do litoral no encontram barreiras em seu per;curso para o interior, les podem chegar at grandes dijstncias, indo depositar sua umidade em areas bastante a-fastadas do litoral, nos primeiros obstculos que encontrarem no caminho. Este um dos principals fatres queconcorre para o aparecimento destas "matas costeiras" naenccsta do planalto ou mesmo em areas mais interioriza-das. Dentre estas "florestas costeiras" da regio pode--se distinguir: floresta costeira dos tabuleiros e da encosta do planalto.

    a) Floresta costeira dos tabuleiros - Ocorrenoextremo leste da regiao, sobre os tabuleiros e em areasadjacentes com topografia quase semelhante e altitudes daordernde 100m. Estas matas que ai ocorrem, ainda no sobem tipicas dos tabuleiros, porque a zona de tr&nsiaopara as florestas scas semideciduas mais interiorizadas,entretanto, na area adjacente do Estado da Bahia, a matatorna-se tipica de tabuleiro. Apesar de ser costeira,esta vegetao sica, guardando ainda muitas caractriscas das "matas scas", como a presena de plantas que perdem as flhas no periodo sco, notadamente no trecho li-mitrofe com a Bahia, onde as temperaturas mdias anuaisso elevadas e ainda ha uma estao sca acentuada. Es-tas florestas so constituidas de formaoes de porte alto (aproximadamente 30 m ) , com arvores de troncos retiljLneos, claros, com ramificaao alta e copas pouco densas,que se tocam. Sao menos densas, com arvores mais espaadas que as matas costeiras da en.costa do planalto. Naose nota a presena de estratos subarbreos. 0 sub-bosque ralo. Estas matas so ricas em madeiras duras, desta-cando-se: Melanoxylon brana Schott (branca) Hymenaea sp.(jatob), Lecythis sp (sapucaia) e etc. So tambm en contrados: Aspido sperma sp(perobas), Tabebuia sp. (v-rios ips), Machaerium sp. (jacarands),Piptadenia sp.(angicos) e outras.

    b) Floresta costeira da encosta do planalto - a floresta mais exuberante da regiao, que atinge maior de^senvolvimento, corn arvores bastante volumosas.

    Estas florestas so mais limidas que as dos ta-buleiros, entretanto no chegam a ter o elevado grau deumidade da Floresta latifoliada tropical umida,tipica da

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  • FIG. 1 6 - VEGETAO D TIPO "FLORESTA COSTEIRA DA ENCOSTA DO PLANALTO". REA DA UNIDADE LATOSOLVERMELHO/FASE MONTANHOSA FLORESTA UTIFOLIADA TROPICAL. MUNICPIO DE CARA.

    encosta da Serra do Mar. Corresponde a Floresta latifo-liada tropical sempre-verde.

    So matas de porte alto (UO mtros aproxima.da-mente), fechadas, densas, sempre-verdes, comarvores frondosas, bastante desenvolvidas, mais volumosas,de troncosque atingem grandes dimetros, copas ramificadas mais e^pssas e maior enfolhamento. O sub-bosque denso.Diminuem as plantas corn f lhas pequenas e sao taras as plantas espinhosas. A quantidade de epifitas grande, des-tacando-se as Arceas Phylodendrom, Orquidceas, ocorrendo tambm Pteridfitas, Sobre o solo destas matas,encontra-se grande quantidade de detritos vgtais e manta e^pssa de matria orgnica. Nota-se a presena de Palm-ceas, como Astrocaryum Ayri Mart (brejauba, iri),Euterpeedulis Mart., Attalea sp. Dentre as rvores, encontramse: Ficus sp. (figue ira), Galesia gorazema (Veil.) Cas.(pau-d'alho) , Aspidosperma sp. ("peroba ) , Cedrela sp. (cedro) e outras. Na submata baixa ocorrem fetos arbores-centes (samambaiuu), Heliconia sp. e no substrato baixoso frquentes as Marantceas - Marantha sp. Nas bordasdestas matas sao muito encontradas imbaubas,Cecropia sp.Estas florestas ocorrem em areas de maiores altitudes quea dos tabuleiros, geralmente na regio da encosta do pla_nalto. Nas reas de difxcil penetraao e mais inacessi-veis, ainda so encontrados remanescentes destas matas.

  • 3 - Florestas midas de altitude - estas matas se asseme_lham, pelo menos quanto ao grau de umidade e riqueza emepifetas, a Floresta latifoliada tropical umida de encos^ta, tipica da Serra do Mar. Ocorre apenas pequena areana Serra da Sapucaia e adjacncia, que constitui os setres mais elevados da regio, com 1.100 mtros de altitu-de. As temperaturas mais baixas e a ocorrincia dechuvasde relvo, proporcionam um aumento grande na precipita-ao efetiva, que, dste modo, contribui para o apareci-mento desta mata neste local. una floresta muito limi-da, rica em epifitas, com muitas arvores altas (20a 25m),porm de troncos pouco espssos, mais ou menos retilineos,com ramificaao alta, formando copas pouco densas (videfig. 50)> geralmente umbeliformes, corn predominio de f-lhas sempre-verde. Devido pouca densidade da submata,penetra-se com facilidade do interior desta vegetao. 0alto grau de umidade proporciona uma grande riqueza em e_pxfitas, entre as quais se destacam Orquidaceas de vriosgneros, Araceas - Phylodendrom sp (imb) e outras, Bro_meliceas e musgos. 0 Sub-bosque ralo, com alguns ar-bustos esparsos e fetos arborescentes (samambaiuu)e Bro_meliceas. No substrato rasteiro encontram-se diversaservas e musgos. muito frequente a Palmacea - Euterpeedulis Mart, (palmito) apesar da grande devastao. Aolado desta mata, aparece uma vegetao campestre(vide fig.7) havendo, portanto, uma mudana brusca na fitofisiono-mia. Como o solo raso e arenoso, as rvores caem fcil^mente, principalmente nas margens da mata. Isto, pareceestar facilitando a penetraao das espcies campestresnaarea da floresta.

    4 - Formaoes florestais secundarias (capoeiras) - Almdos diversos subtipos de florestas, tm ainda importn-cia como vegetao na regio as formapes florestais se-cundarias, tambm conhecidas por capoeiras ( incluemos diversos estgios de desenvolvimento destas formaoes).

    Desenvolvem-se em areas anteriormente cobertaspor florestas, bem como em areas florestais muito alteradas pelo hrnern, aps a retirada de diversas arvorese fe^tas as queimadas. Aps o desmatamento ou alteraao da Cbertura florestal anterior, a vegetao procura restabe-lecer-se, renovando-se por meio do rebrotamento dos res^tos de troncos de algumas arvores, bem como por meio dagerminao das sementes caidas no solo anteriormente e pe_lo crescimento dos individuos jovens. Neste processo derestabelecimento da vegetao prcdente, quase smpre hpenetraao de espcies espontneas e invasoras locals,al^

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  • terando a composio floristica anterior. Bastante teristica em algumas capoeiras, a freqncia de deter-minadas espcies, que as vzes dominam quase inteiramente as formaoes. Nestas formaoes secundrias,em algunslocals, so muito frquentes as imbaubas Cecropia sp. Emoutras areas encontram-se Melastomaceas - Tibuchina sp.Nas capoeiras sao raras ou inexistentes as epifitas.

    Estas capoeiras no tm importncia doponto-de-vista de estenso. Ocorrem sob forma de pequenas man-chas esparsas e nunca ocupando areas grandes e continuas.

    So muito encontradas, em algumas chapadas daregio, formaoes florestais arbreo-arbustivas densas.Nao se pode dizer se estas formaoes so secundrias (25crescimento) ou ceracteristicas destas chapadas, em vir-tude da escassez de dados, entretanto pode asseverar seque sao formaoes arbustivas ou arbreo-arbustivas muitodensas, de pequeno porte (4 a 8m de altura aproximadamente), com arvoretas muito ramificadas e enfolhadas. As es_pcies so florestais.

    Estas formaoes so importantes do pontode-vita de extenso, em virtude das areas relativamente grandes e continuas que ocupam em algumas chapadas.

    FIG. 17 - VEGETAO DO TIPO "CAPOEIRA FLORESTAL". AREA DA UNIDADE LATOSOL VERMELHO-AMARELO HMI CO/FASE CHAPADA. MUNICPIO DE PEDRA AZUL.

  • E - Outras formaoes

    Foram constatadas ainda algumas formaoes queno se enquadram bem nos tipos de vegetao descritos anteriorraente, destacando-se:

    1 - Formaoes das palmaceas - Sao formaoes de palmeirasque ocorrem em algumas chapadas. Em alguns locais, comono tpo da chapada situada entre Pedra Azul e Jequitinho^nha, estas formaoes constituera verdadeiros macios, cornsubstrato rasteiro de gramineas. Estas palmeiras ocorremtambm disseminadas esparsamente d.entro da vegetao flrestai, como a.contece em algumas reas de bordas de cha-padas. Sao constituidas da Palmacea - Atallea sp. (fal-so babau), que produz muitos frutos, dos quais se extraileo. Entretanto, o aproveitamento na regio escasso.

    FIG. 1 8 - VEGETA"O DO TIPO "F0RMA"0 DAS PALMlCEAS". AREA DA UNIDADE UT0S0L VERMELHO-AMAREL Htf. MICO/FASE CHAEADA. MWGPQ BE JEQUIT1WHNHA. . "

    2 - Formaoestos

    dos-r

    afloramentos de rocha - Nos afloramen-de rocha, alm de vegetao tipo caatinga, descrita

    antes, ocorrem outras formaoes, cnstituidas de associabaixas, notadamente de Bromeliaceas, Cactceas, Ve-

    e Euforbiaceas (arbustos), que normalmente seoesloziceasapresentamvegetao,

    agrupados, separados por espaos desprovidos dedeixando exposta a rocha.

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  • FIG. 19 - VEGETACO DO TIPO "FORMAO DOS AFLORAMENTOS DE ROCHA", DESTACANDO-SE CACTCEAS E BROMELICEAS. MUNICPIO DE JACIHTO.

    Ocorrem tambm espcies isoladas disseminadasesparsamente. Em alguns afloramentos ocorrem formaoesarbustivas ou mesmo arbreo-arbustivas,representadas porespcies de Melastomceas, .Asclepiadaceas,Gutiferas, Apo^cinaceas, Euforbiceas - Croton sp., Bromeliceas, Cactaceas, Anonaceas, Orquidaceas - Cattleya sp., Cyrtopodiumsp. e outros.

    MTODOS DE TRABALHO

    A - Metodos de Trabalho de Campo

    O levantareento de solos da area da Zona do Me-dio Jequitinhonha, de que trata o presente trabalho, foifeito pelo processo que se aproxima do tipo de reconnectmeato, tendo por fim a confecao do mapa de solos de ca-rter generalizado.

    Procedeu-se primeiramente confecao de umalegenda preliminar, para identificao e distinaouas va.rias unidades de mapeamento, fazendo-se para isso um re-conhecimento grai de tda a area, visando identifica-ao dos diversos solos e sua distribuiao geogra'fica, para posterior descrio e definiao das unidades, segundoas caracterxsticas morfolgicas dos perfis.

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  • Durante este primeiro contacto com a area, pro_curou-se observar as correlaoes entre a distribuio dasunidades de mapearnrito e fatres de formaao ( materialoriginrio, relvo, clima e vegetao), destacando-se orelvo e a vegetao, por serem elementos dos mais uteiscomo auxiliares no mapeamento, sendo feitas ainda obser-vaoes relativas a altitude, declividade, erosao, drena-gem, uso agrxcola, alir de outras.

    Partindo-se do e studo comparativo das caracte-rxsticas morfolgicas dos perfis entre as unidades taxo-nmicas classificadas e reconhecidas preliminar e tentativamente, complementado por estudos de correlaoes comos fatres de formaao, foram estabelecidos os conceitosdas varias unidades de mapeamento, tendo em vista as clas_ses de solos ao nxvel do Grande Grupo e categorias ime-diatas, tomando-se como referncia o esquema de classifycacao apresentado no Yearbook of Agriculture de 1938, mo_dificado por Thorpe e Guy Smith, conforme esquema cons-tante do Soil Science Vol. 67.

    Nessa legenda preliminar procurou-se dfinir asunidades s base das caracterxsticas morfolgicas dos perfis estudados, estabelecendo-se o critrio a ser empregado para definiao dessas unidades no futuro trabalho deidentificao dos solos para o mapeamento da area. Foxisto obtido atravs da seleao de caracterxsticas dife-renciais das unidades, complementada por algumas caracteristicas acessrias.

    A legenda preliminar inclui a legenda de iden-tif icaao, que consta da desxgnaco individual das unidades, em concordncia com o sistema de classificao e nomenclatura dos solos em nxvel categrico elevado,alm deum sistema de convenes cartograficas (sxmbolose cores),particularizada.s para as varias unidades, visando pa-dronizaao dos trabalhos cartografieos do projeto em queto .

    Com o decorrer dos trabalhos de campo,foram feitas modificaoes r:a legenda preliminar, medida que no-vas unidades foram sendo constatadas, sendo a mesma adap_tadae atualizada sempre que necessario.

    Normalmente os exames dos perfis foram feitosem cortes de estradas de rodagem. Porm, em algumas areas,devido inexistncia de cortes, foram os solos examina-dos atravs de sondagem com trado ou em trincheiras abertas para este fim.

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  • Foram coletados e descritos durante os traba-lhos de campo 2.6 perfis representatives das diversas unidades mapeadas, para caracterizaao analitica, num totalde 182 amostras de horizontes e sub-horizontes, bem como38 amostras de rochas onde pareceram ser representativasdas formaoes geolgicas relacionadas com os solos, almde terem sido adicionalmente estudados e descritos 71 outros perfis.

    De todos os perfis coletados foram confeccionados micromonolitos, bem como coletadas amostras de c o mlaao dos diversos horizontes e sub-horizontes.

    Para os trabalhos de mapeamento foram utiliza-dos como mapas bsicos, mapas municipals nas escalas de1:100.000 , 1:150.000 e 1:200.000 do Departamento Geograficc e Geolgico de Minas Grais,

    A delimitao das areas das diferentes unidadesde mapeamento teve, como fatres limitantes, a densidadeda rde de prospeeao e a preciso de detalhes do mapa hasico utilizado.

    Em certos locais, devido deficincia de viasde acesso, a delimitao das areas ocupadas por algumasunidades foi feita por extrapolaao apoiada em correla-oes, principalmente corn a forma do relvo e cobertura ve_getal.

    Procedeu-se ainda a sobrevo de parte da area.

    Nas descrioes detalhadas dos perfis ,exceto quartto ao relvo e drenagem, adotaram-se, de maneira geral,as normas.e definioes constantes do Soil Survey Manual(52) e que constam dos trmos que a seguir sero especi-ficados:

    Cor:- A determinao da cor foi feita em terraumedecida e, para alguns casos, em terrasca, sc8t triturada e umida amassada, por

    comparaao com as cores do Munsell Soil Color Charts(hk),indicando-se para cada caso o nome da cr,o sfnbolcdo ma_tiz (hue) e os dados numricos do valr (value) e croma(chroma), estando a designaao da cor em portugus de &-crdo com traduco feita por Herodoto da Costa Barros(4).

    Mosqueado : Foi determinado em funao dadade, tamanho e contraste, de acrdo com as normas esta-

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  • belecidas no Soil Survey Manual.

    Quanto quantidade, os termos usados foram:poucc (few), comum (common) e abundante (many); quanto ao taraanho foram usados os termos pequeno (fine), mdio (me-dium) e grande (coarse) e quanto ao contraste usaram-seos termos difuso (faint), distinto (distinct) e proemi-nente (proeminent).

    Textura: Foram usadas as designaao das classestexturais constantes do Soil Survey Manual, com apenasuma alteraao, i.e., argila pesada para os solos com maisde 60% de argila. Na analise mecnica, feita em labora-trio, foram utilizados os seguintes limites: areia gro^sa de 2 mm a 0,2 mm; areia fina de 0,2 mm a 0,05 mm; si^ Lte de 0,05 mm a 0,002 mm e argila menor que 0,002 mm. Asdesignaoes usadas foram: argila pesada (mais que 60% deargila), argila (clay), argila arenosa (sandy clay), ar-gila siltosa (silty clay), barro argilo arenoso (sandyclay loam), barro argiloso (clay loam), barro argilo silLtoso (silty clay loam), barro arenoso (sandy loam),barro(loam), barro siltoso (silty loam), areia barrenta(loamysand), areia (sand) e silte (silt).

    Estrutura: Adotou-se a classificaao de estru-tura constante do Soil Survey Manual, descrevendo-a quanto ao grau de desenvolvimento, tamanho e tipo. Quanto aograu de desenvolvimento, usaram-se os termos: gros simpies (single grain), macia (massive), fraca (weak), mo-derada (moderate) e forte (strong); quanto ao tamanho usaram-se os trmos muito pequena (very fine),pequena(finej,mdia (medium), grande (coarse) e muito grande (very coarse); quanto ao tipo usaram-se os trmos laminar (platy),prismatica (prismatic), colunar (columnar),granular (granular), subangular (subangular) e angular (angular).

    Cerosidade: A cerosidade foi identificada quanto ao grau de desenvolvimento e quanto quantidade; parao grau de desenvolvimento usaram-se os trmos fraca, mo-derada e forte e para a quantidade os trmos pouca.comume muita.

    Porosidade : Recorreu-se aos trmos pouco e mu^ Lto para exprimir a quantidade de poros visfveis vistadesarmada.

    Consistncia: De acrdo corn as normas estabele^cidas pelo Soil Survey Manual, foi determinada a consis-

  • tncia no estado sco, umido e molhado. Seguem-se os tirmos usados e os correspondentes em ingls:

    Grau de consistncia quando sco: slto (loose),macio (soft), ligeiramente duro (slightly hard), duro(hard), muito duro (very hard) e extremamente duro (extre_mely hard)i

    Grau de consistncia quando umido: slto (loose),muito friavel (very friable), frivel (friable), firme(firm), muito firme (very firm) e extremamente firme(ex-tremely firm).

    Grau de consistncia quando molhado: quanto plasticidade : no plstico (nonplastic) , ligeiramente plas_tico (slightly plastic) plstico (plastic) e muito pls-tico (very plastic); quanto pegajosidade: nao pegajoso(nonsticky), ligeiramente pegajoso (slightly sticky), pgajoso (sticky) e iruito pegajoso (very sticky),

    Transico: Os termos usados para designar o t^Lpo de transico entre horizontes e sub-horizontes forainos seguintes: abrupta, graduai e difusa. Quanto topo-grafia da transico, usaram-se os trmos: plana, ondula-da, irregular e descontinua.

    Relvo: Foram usadas as seguintes classes paradescriao do relvo:

    Piano : Superficie de topografia esbatida ou ho_rizontal, onde os desnivelamentos so muito pequenos.

    Suavemente ondulado: Superficie de topografiapouco movimentada, constituida de conjunto de colinase/ououteiros (elevaao de altitudes relativas da ordern de 50mtros e de 50 a 100 mtros respectivamente), apresentando dclives suaves.

    Ondulado: Superficie de topografia pouco movi-mentada, constituida de conjunto de colinas e/ou outei-ros, apresentando dclives acerituados.

    Forte ondulado: Superficie de topografia movi-mentada, formada por outeiros e/ou morros (elevaoes de100 a 200 mtros de altitude relativa) com dclives for-tes.

    Montanhoso: Superficie de topografia vigorosa,

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  • com predominio de formas acidentadas, usualmente consti-tuida de nrorros, rriontarihas, macios raontanhosos e alinha.mentos roontanhosos ; prsentando desnivelamentos relati-vamente grandes e dclives fortes ou muito fortes.

    Eroso : Diretamente observada no carripo duranteos trabalhos de mapeamento. As diversas classesesto deacrdo com os conceitos do Soil Survey Manual e os nomesem portugus constam do Manual Brasileiiro para Levanta-mentos Conservacionistas (kl).

    Drenagem: Foram usadas as seguintes classes dedrenagem:

    .axcessivamente drenado; A agua removida do slo muito rapidamente, seja por excessiva porosidade e permeabilidade do material, se ja por dclives muitoingremesou ambas as coisas. 0 equivalente de umidade sempr baixo.

    Fortemente drenado; A agua removida rapida-mente do perfil, sendo o equivalente de unidade mdio doperfil, de maneira grai, abaixo de 18g de agua/lOOg desolo e a maioria dos perfis apresenta pequena diferenciaao de horizontes, sendo solos muito porosos, de texturamdia a arenosa e bem permeveis,

    Acentuadamente drenado: A agua removida rpi^damente do perfil, sendo o equivalente de umidade mdiodo perfil, de maneira grai, aciraa de 18g de agua /lOO gde solo; a maioria dos perfis tem pequena diferenciaaode horizontes, sendo normalmente de textura argilosaamdia, porm sempre muito porosos e bem permeveis.

    Bern drenado: A agua removida do solo com fa-cilidade, porm nao rapidamente. Solos desta classe cmumente apresentam texturas argilosas ou mdias. Normalmente nao apresentam mosqueado, entretanto quando presente, localiza-se a grande profundidade.

    Moderadamente drenado; A gua removida do solo um tanto lentamente, de modo que o perfil permanecemolhado por uma pequena mas significativa parte do tempo.Os solos desta classe comumente apresentam uma camada depermeabilidade lenta no ou imediatamente abaixo do "so-lum", lenol freatico relativament alto, edio de guaatravs de translocaao lateral interna ou alguma combi-naao destas condioes. Podem apresentar mosqueado naparte baixa do perfil.

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  • Imperf eitamente drenado ; A gua rernovida dosolo lentamente, de tal modo que ste permanece molhadopor perxodo significativo mas no permanentemente. Solosdesta classe comumente apresentam uma camada de permeabi_lidade lenta nos perfis, lenol fretico alto, ediao degua atravs translocaao lateral interna ou alguma cornbinaao destas condioes. Normalmente apresentam algummosqueado no perfil, ja podendo apresentar na parte bai-xa, indicios de gleizaao. Alguns solos zonais ainda pjDdem apresentar drenagem desta classe, porma maioria dossolos desta classe j no podem ser classificados na or-dern zonal, devido as suas caracteristxcas relacionadas aohidromorfismo.

    Mal drenado; A gua reraovida do perfil tolentamente que o solo permanece molhado por uma grande parte do tempo. 0 lenol fretico comumente esta superficie ou proximo del durante uma considervel parte do ano.As condioes de ma drenagem so dvidas ao lenol freti_co elevado, camada lentamente permevel no perfil,ediaode gua atravs da translocaao lateral interna ou algu-ma combinaao destas condioes. frequente a ocorrnciade mosqueado no perfil e caracterxsticas de gleizaao.

    Muito mal drenado; A gua removida do soloto lentamente que o lenol Fretico permanece super fi_cie ou proximo del durante a maior parte do tempo.Soloscom drenagem desta classe usualmente ocupam reas planasou depressoes, onde h freqentemente estagnao.So comuns nos solos desta classe caracterxsticas de glei^zaao e/ou acumulo, pelo menos superficial,de matria orgnica (muck ou peat).B - Metodos de trabalho de Escritrio

    0 conhecimento de tdas as unidades de mapea-mento que ocorrem na rea ensejou a confecao da legendade indentif ica.ao , contendo a relaao complta das unidades de mapeamento. De acSrdo com esta, mapas de solos detda a rea ora em estudo foram elaborados pelos tcnicose, depois de prontos, entregues secao de cartografiapara serem reduzidos e compilados, visando confecao domapa final na escala de 1.500.000.Neste trabalho de com-pilao cartogrfica, procurou-se manter o mais intgra^mente possxvel os detalhes anotados nos mapas municipalsdurante o mapeamento, tendo sido feitas poucase pequenasgeneralizaoes cartogrficag.

    0 clculo das reas das diversas unidades foi

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  • efetuado atravs de medioes com planimetro nos mapas ba_sicos originais, sendo o resuitado destas determinaoes,utilizado para os calculos de areas totals'e percentuaispara as diversas unidades de mapeamento.

    A fase final dos trabalhos de escritrio cons-tou da elaborao do presente relatrio, que por meio deconfronto de dados e observaoes de campo, alm do estu-do e interpretao dos dados analiticos, ensejou a descrio e caracterizaao das diversas unidades mapeadas naarea.

    Esta legenda descritiva constiti um guia expl^.cativo da Carta de Solos da area levantada.

    Para dar uma idia da localizaao da area tra-balhada, confeccionou-se um mapa do Brasil destacando oEstado de Minas Gerais e um dste, destacnndo a area ma-peada.

    Procedeu-se coleo e ctalogao das descrjLoes dos diversos perfis coletados, para caracterizaaoanalitica das fichas de campo, bem como das rochas cole-tadas para determinaoes. Foram fitas tambm a montagem e a ctalogao dos micromonolitos dos perfis descri^tos .

    C - Metodos de Trabalho de Laboratrio

    As amostras do solos coletadas foram submetidasas anlises fisica, quimica. e mineralgica.

    Inicialmente as amostras foram scas ao ar,des^torroadas e passadas por peneira com abertura de 2 mm dedimetro.

    Na frao maior de 2 mm fz-se a separao decascalhos e calhaus (^6) que posteriormente foram envia-dos ao Laboratrio de Mineralogia, enquanto a parte in-ferior a 2 mm reprsenta a terra fina sca ao ar(t.f.s.a.)onde se fizeram as determinaoes fisicas e quimicas abaixo descritas.

    Analise fisica:

    Analise Mecnica ou Granulometrica; Foi feitapor sedimentao em cilindro ce Koettgen, sendo usado como agente de disperso NaOH. Foram separadas quatro fra

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  • oes de acrdo com o Metodo Internacional(46).

    Nas amostras com mais de 1% de C fz-se a des-truiao da raatria orgnica com H_0_,,

    As fraoes areia grossa de todos os perfis fo-ram remetidas para o laboratrio de minralogia,cujos