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adubos soja e milho

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  • 1 Eng Agr M. Sc. (CREA 80130/D-RS - Visto 8018/MS) Pesquisador da FUNDAO MS.2 Eng Agr M. Sc. (CREA 130898/D - Visto 12.776 /MS) Pesquisador da FUNDAO MS.

    A recomendao de adubao e de calagem baseia-se principalmente na anlise de solo para a avaliao das necessidades de corretivos da acidez e de fertilizantes. A anlise foliar fornece apenas informaes complementares referentes nutrio das plantas e pode auxiliar no planejamento e na execuo de um programa de adubao, principalmente a partir da safra posterior quela em que foi realizada a anlise.

    Como as recomendaes de adubao e calagem so orientadas em grande parte pelos teores dos nutrientes determinados na anlise de solo, imprescindvel que estes teores reflitam o real estado de fertilidade do solo. Ou seja, apenas haver sucesso no aumento da produtividade das culturas e uma utilizao racional de fertilizantes e/ou corretivos atravs da correta amostragem de solo ou folhas, da correta execuo da anlise de solo e folhas no laboratrio e da interpretao dos resultados analticos para as condies regionais por profissionais habilitados. Sabe-se que a adubao realmente efetivada pelo produtor vai depender tambm de questes como o histrico da rea, condio financeira e de crdito, expectativa de produtividade e de preo dos produtos agrcolas, mas, sugere-se tomar decises conscientemente e para isto a correta amostragem do solo fundamental.

    Frequncia de amostragemA frequncia de amostragem do solo deve ser anual nos trs primeiros anos em que a rea foi introduzida

    no sistema de produo agrcola (reas de abertura) no intuito de acompanhar a evoluo da fertilidade do solo e possibilitar algum ajuste nas recomendaes. A partir do terceiro ano, as amostragens de solo podem ser realizadas com intervalo de dois ou trs anos.

    poca de amostragemQuanto poca de amostragem de solo no existe uma regra, podendo ser realizada em qualquer poca

    do ano. Ela poder ser feita a partir da maturao fisiolgica da cultura anterior aquela que ser instalada quando a sucesso de culturas imediata. Normalmente esta amostragem feita no final do perodo chuvoso (maio a junho) ou logo aps a colheita da cultura de vero, com alguma umidade no solo, para facilitar a amostragem. importante ter-se em mos a anlise com antecedncia para que seja possvel planejar a compra de corretivos e fertilizantes. Alm disso, sabe-se que o calcrio ter maior eficcia j na primeira safra aps a aplicao quando a calagem for realizada com a maior antecedncia possvel. O ideal seria aplicar o calcrio no mnimo 6 meses antes do plantio. Uma dica importante que quanto maior for a acidez do solo maior tem que ser o intervalo entre a aplicao do calcrio e o plantio da cultura (mnimo de 6 meses).

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    2.1. Amostragem do solo

    Fertilidade do Solo, Adubao e Nutrio da Cultura da Soja

    1Dirceu Luiz Broch2Sidnei Kuster Ranno

  • Metodologia de amostragemCom relao metodologia de coleta de solo, a FUNDAO MS preconiza que ela deva ser bem feita sem,

    no entanto, ser invivel do ponto de vista operacional. Assim, a metodologia pode ser a mesma para o sistema de Plantio Convencional e Plantio Direto. O processo de amostragem consiste em coletar amostras de solo com a p de corte na profundidade de 0-20 cm, preferencialmente, (aproveitando uma poro central de 7,5 cm de largura e desprezando-se as extremidades) para a anlise dos atributos de acidez, macronutrientes (incluindo o enxofre), micronutrientes e textura e, na profundidade de 20-40 cm com trado de rosca, preferencialmente, para a anlise dos atributos de acidez e macronutrientes (incluindo o enxofre). A coleta na camada de 20-40 cm fundamental para a condio do Mato Grosso do Sul em funo da frequente ocorrncia de estiagens e da presena de acidez no subsolo. A partir dos dados de anlise da camada subsuperficial (20-40 cm) possvel traar estratgias de manejo da fertilidade que minimizem estes problemas climticos, como, por exemplo, a utilizao de gesso agrcola e a utilizao de cultivares que toleram maior acidez, entre outras. Um outro aspecto importante solicitar a anlise do fsforo disponvel por Mehlich-1 e Resina. Isto permite uma melhor interpretao em reas com histrico de utilizao de fosfatos naturais ou outras fontes de fsforo parcialmente solveis.

    O primeiro passo para a amostragem consiste em dividir a rea em glebas de solo homogneas, considerando-se o tipo de solo (cor, textura, etc.), a topografia, a vegetao e o histrico de utilizao (sequncia de

    Figura 2.1. Plano de amostragem de uma propriedade, com diferentes declividades e usos de solo (Adaptado de CQFS-RS/SC, 2004).

    Figura 2.2. Procedimento para amostragem do solo preconizado pela FUNDAO MS (Adaptado de CQFS-RS/SC, 2004).

    Laboratrio

    P-de-corte

    Tradode rosca

    Saco Plstico

    faca

    solo aderido rosca

    0-20 cm

    20-40 cm

    excluir

    P-de-corte

    Trado de rosca

    0-20 cm}20-40 cm

    culturas), adubao ou correo da acidez. A Figura 2.1 indica como possvel termos grande diversidade de condies em uma mesma propriedade.

    Cada condio merece uma amostra composta. Esta amostra composta deve ser constituda de no mnimo 24 amostras simples coletadas ao acaso (em ziguezague). Quando a amostragem vai ser realizada em reas de abertura ou em reas onde h vrios anos toda a adubao realizada lano em rea total, pode-se coletar amostras simples ao acaso (mnimo de 24 em cada profundidade) cuidando para evitar a coleta prximas a brejos, voorocas, rvores, sulcos de eroso, curvas de nvel, formigueiros, etc. ou qualquer outra mancha no-representativa da rea.

    J em reas que recebem adubao no sulco de plantio, sob plantio direto ou no, a metodologia um pouco diferente, porm sem esquecer dos cuidados mencionados acima. Para esta condio a FUNDAO MS tem obtido a amostra composta a partir de 24 amostras simples, das quais 4 amostras simples coletadas na linha e 20 amostras simples na entrelinha. Mantm-se a proporo de 1:5. O importante que cada uma das 24 amostras simples que compuser a amostra contribua com o mesmo volume de solo e com uniformidade em toda a profundidade. Na Figura 2.2, est apresentado um resumo do procedimento de coleta de solo. Dentre as diferentes opes de equipamentos para amostragem do solo, a FUNDAO MS tem preconizado a p-de-corte para amostrar a camada de 0-20 cm e o trado de rosca para amostrar a camada de 20-40 cm. As amostras

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    }

  • LABORATORIO

    SOLOS

  • simples devem ser misturadas no balde e desse volume de solo, 500g de cada profundidade devero ser enviadas imediatamente ao laboratrio para a anlise. Optar por laboratrio que faa parte de uma rede com controle de qualidade interlaboratorial e que disponibilize o resultado da anlise o mais breve possvel (mximo de 15 a 20 dias).

    As recomendaes de adubao e calagem devem ser orientadas pelos teores dos nutrientes determinados na anlise de solo e pelos objetivos de produtividade. No entanto, no podemos nos esquecer que para a interpretao dos resultados de anlise somente ser segura e confivel se houver o conhecimento do histrico da rea, se amostragem representa realmente a condio de fertilidade da gleba e se a posterior anlise no laboratrio foi bem feita, utilizando metodologias padronizadas cujos teores extrados apresentam uma boa relao com a produtividade das culturas na regio.

    Em geral as plantas no so muito sensveis a variaes nas relaes entre ctions determinados na anlise de solo. Isto significa que no manejo da fertilidade do solo mais importante a manuteno de teores individuais

    -3 -3 -3dos principais ctions em nvel suficiente (Ca > 2 cmol dm quando CTC < 8 cmol dm ou Ca > 4 cmol dm quando c c c-3 -3 CTC 8 cmol dm ; e Mg > 0,8 cmol dm ). Assim, no necessria uma preocupao exagerada com as relaes c c

    entre os nutrientes, sendo que as mesmas devem ser encaradas apenas como variveis auxiliares da anlise de solo. Na Tabela 2.1 esto apresentados nveis de alguns componentes do solo para efeito da interpretao da anlise qumica do solo, assim como algumas variveis auxiliares de anlise de solo para a cultura da soja:

    1Adaptado de EMBRAPA (2006).

    -3----------------------------------------------------------- Em solos com CTC 8 cmol .dm c ------------------------------------------------------------

    Baixo

    Mdio

    Alto

    < 2,0

    2,0-4,0

    > 4,0

    < 0,3

    0,3-0,8

    > 0,8

    < 0,4

    0,4-0,8

    > 0,8

    < 3,0

    3,0-6,0

    > 6,0

    < 8,0

    8,0-16,0

    > 16,0

    < 1,5

    1,5-3,5

    > 3,5

    < 13,0

    13,0-20,0

    > 20,0

    < 3,0

    3,0-5,0

    > 5,0

    < 35,0

    35,0-50,0

    > 50,0

    < 15,0

    15,0-25,0

    > 25,0

    < 8,0

    8,0-14,0

    > 14,0

    -3------------------------------------------------------------ Em solos com CTC < 8 cmol .dm c ------------------------------------------------------------

    Tabela 2.1. 1Nveis de alguns componentes do solo para efeito de interpretao dos resultados de anlise qumica do solo, para a cultura da soja . FUNDAO MS, 2011.

    Nveis3+Al 2+Ca 2+Mg

    -3cmol .dmc

    Baixo

    Mdio

    Alto

    < 1,0

    1,0-2,0

    > 2,0

    < 0,3

    0,3-0,8

    > 0,8

    < 0,4

    0,4-0,8

    > 0,8

    Ca/Mg Ca/K Mg/K

    Relaes

    < 5,0

    5,0-10,0

    > 10,0

    < 10,0

    10,0-20,0

    > 20,0

    < 1,0

    1,0-2,0

    > 2,0

    2+Ca 2+Mg +K

    Saturao na CTC (%)

    < 13,0

    13,0-18,0

    > 18,0

    < 3,0

    3,0-5,0

    > 5,0

    < 26,0

    26,0-34,0

    > 34,0

    C M.O.-1g.kg

    < 15,0

    15,0-25,0

    > 25,0

    < 8,0

    8,0-14,0

    > 14,0

    2.2. Interpretao da anlise do solo

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  • Dis

    poni

    bilid

    ade Fe, Cu, Mn e Zn

    P

    N, S e B

    Mo e Cl

    K, Ca e Mg

    pH em CaCl2pH em H 0

    2

    Al

    5,04,4

    6,05,4

    6,55,9

    7,06,4

    8,07,4

    Figura 2.3. Relao entre o pH do solo e a disponibilidade dos nutrientes no solo. FUNDAO MS, Adaptado de Embrapa (2006).2010.

    A acidez do solo tem origem natural durante o processo de formao do solo. A atividade agrcola pode acelerar a acidificao e quando o solo est cido (pH baixo), temos uma menor disponibilidade de alguns nutrientes como o fsforo e o molibdnio, observa-se a toxidez de alumnio e prejuzos atividade microbiana, com reflexos negativos na fixao biolgica e nutrio da soja com nitrognio.

    Sabe-se que os nutrientes tm sua disponibilidade determinada por vrios fatores, dentre os quais est o valor de pH. O pH uma medida direta da acidez do solo e consiste na concentrao (atividade) de ons hidrognio na soluo do solo. A Figura 2.3 ilustra a tendncia da disponibilidade dos diversos elementos qumicos s plantas, em funo do pH do solo. A disponibilidade varia como consequncia do aumento da solubilidade dos diversos compostos na soluo do solo.

    2.2.1. Acidez da camada superficial do solo e a calagem

    Os problemas de um solo cido podem ser amenizados com a elevao do pH, que pode ser realizada com +a adio de materiais (carbonatos, silicatos, etc.) que neutralizem os ons H existentes na soluo do solo e naqueles

    - + 3+ +compostos que podem liberar H (matria orgnica: RCOOH RCOO + H e alumnio: Al + 3H OAl(OH) + 3H ) 2 3(Silva et. al., 2002 ).

    O pH do solo deve ser elevado at valores adequados s plantas, favorecendo a disponibilidade de nutrientes de um modo geral e neutralizando o alumnio txico. A FUNDAO MS tem observado que as maiores produtividades so alcanadas com valores de pH entre 5,8 e 6,2. medida que o pH se eleva, tem-se menor disponibilidade de ctions micronutrientes, tais como ferro, zinco, mangans, cobre. No entanto, isto no preocupante quando a calagem realizada com critrio, pois, em solos cidos, os benefcios do aumento de disponibilidade de fsforo, molibdnio, nitrognio, clcio, magnsio, boro e enxofre podem sobrepor a reduo na disponibilidade de ferro, zinco, cobre e mangans.

    Tomada de decisoO critrio para a tomada de deciso quanto aplicao de corretivos de acidez est baseado no resultado

    de anlise de solo da camada de 0-20 cm e para as condies do Mato Grosso do Sul a FUNDAO MS geralmente sugere aplicar calcrio quando:

    - O pH do solo estiver abaixo de valores entre 5,8 e 6,2 ou;- A saturao por bases (medida indireta da acidez) estiver abaixo de 60% ou;- Houver a presena de alumnio trocvel.

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  • Definio da doseA determinao da quantidade de calcrio a ser aplicada pode ser feita segundo a metodologia da

    Saturao de bases do solo. Este mtodo consiste na elevao da saturao de bases trocveis para um valor que proporcione o mximo rendimento econmico do uso de calcrio. Este mtodo um procedimento matemtico que reflete a proporo de clcio, magnsio e potssio na capacidade de troca de ctions do solo (T). O clculo da necessidade de calcrio (NC) feito atravs da seguinte frmula:

    Em que:V = valor da saturao das bases trocveis do solo, em porcentagem, antes da correo (V = 100 S/T) 1 1

    sendo:2+ 2+ + -3S = Ca + Mg + K (cmol dm ); c

    V = Valor da saturao de bases trocveis que se deseja;2 3+ -3T = capacidade de troca de ctions, T = S + (H+Al )(cmol dm );c

    F = fator de correo do PRNT do calcrio f = 100/PRNT.-3Quando o potssio expresso em mg dm , na anlise do solo, h necessidade de transformar para cmolc

    -3 -3 -3dm pela frmula: cmol dm de K = (0,0026) mg dm de K.cNo entanto, para a determinao da quantidade de calcrio a FUNDAO MS tem feito alguns ajustes em

    funo das caractersticas do solo onde ser feita a correo (textura, CTC, M.O. e teores de micronutrientes). Esta questo merece ateno especial quando o objetivo alcanar altos nveis de produtividade. O valor da saturao de bases trocveis que se deseja estabelecer (V ) no solo aps a reao do calcrio ser de:2

    V = 55% - em solo arenoso, com baixa CTC, nvel baixo de M.O., nveis baixos de Zn, Cu e Mn;2V = 60% - em solos de textura mdia, com mdia CTC, nvel mdio de M.O. e nveis mdios de Zn, Cu e Mn;2

    -3V = 70% - em solos argilosos, com CTC entre 8 e 11 cmol .dm , nvel bom de M.O. e nveis altos de Zn, Cu e 2 cMn.

    V = 80% - so excees, condio para solos muito argilosos, com alta CTC, nveis altos de M.O., Zn,Cu e Mn.2

    Modo de aplicaoO modo de aplicao de calcrio sugerido pela FUNDAO MS depende do histrico da rea e dos nveis

    de alguns parmetros de anlise do solo:Em reas de abertura interessante incorporar o calcrio na camada de 0-20 cm de profundidade. Pode-se aproveitar a

    sequncia de operaes agrcolas para realizar a correo com fsforo, potssio, micronutrientes e gesso, caso a anlise de solo indicar a necessidade de alguma destas correes. A incorporao na camada arvel fundamental quando se deseja implementar o sistema plantio direto.

    Em reas sob plantio direto consolidado:-3- reas onde o teor de argila for >30% e/ou CTC > 7 cmol dm e os teores de micronutrientes catinicos c

    (Mn, Zn e Cu) estiverem em nveis considerados adequados, pode-se aplicar o calcrio a lano sem incorporao -1desde que a dose no ultrapasse o limite de 3 ton ha . Nesta mesma condio, se a necessidade de calcrio (NC) for

    -1superior a 3 ton ha , deve-se preferencialmente incorporar o calcrio na camada arvel do solo (0-20 cm).-3- reas onde o teor de argila for < 30% e/ou CTC < 7 cmol dm e os teores de micronutrientes catinicos c

    (Mn, Zn e Cu) estiverem em nveis considerados adequados pode-se aplicar o calcrio a lano sem incorporao -1desde que a dose no ultrapasse o limite de 2 ton ha . Nesta mesma condio, se a necessidade de calcrio (NC) for

    (V - V ) x T x f 2 1100

    -1NC (t.ha ) =

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  • LABORATORIO

    SOLOS

  • Os solos do Mato Grosso do Sul, a exemplo de outras condies onde se cultiva soja e milho na Regio Central do Brasil, apresentam problemas de acidez subsuperficial, uma vez que a incorporao profunda do calcrio nem sempre possvel. Assim, camadas mais profundas do solo (abaixo de 20 cm) podem continuar com excesso de alumnio txico. Esse problema, aliado baixa capacidade de reteno de gua da maioria desses solos, limita a produtividade, principalmente nas regies onde mais frequente a ocorrncia de veranicos (Sousa & Lobato, 1996).

    A aplicao de gesso agrcola diminui rapidamente a saturao de alumnio nessas camadas mais profundas, como pode ser visto na Figura 2.4, a seguir. Desse modo, surgem condies para o sistema radicular das plantas aprofundarem-se no solo e, consequentemente, minimizar o efeito de veranicos. Deve ficar claro, porm, que o gesso no neutraliza a acidez do solo (Sousa & Lobato, 2004), fazendo-se necessria a correo prvia da camada superficial (0-20 cm) com calcrio.

    2.2.2. Acidez da camada subsuperficial do solo e a gessagem

    -1superior a 2 ton ha , deve-se preferencialmente incorporar o calcrio na camada arvel do solo (0-20 cm).- reas arenosas ou argilosas sob plantio direto consolidado e que ainda no apresentem teores de

    micronutrientes na anlise de solo em nveis considerados adequados merecem cuidado especial quanto calagem, sendo fundamental a correo desta deficincia quando se fizer uso de corretivos de acidez.

    Escolha do calcrioA qualidade do calcrio fundamental para que a calagem atinja os objetivos de neutralizao do alumnio

    trocvel e/ou de elevao dos teores de clcio e magnsio. Assim, algumas condies bsicas devem ser observadas (Embrapa, 2006):

    - todo o calcrio deve passar em peneira com malha de 0,3 mm; - o calcrio deve apresentar teores de CaO + MgO > 38%, com preferncia ao uso de calcrio dolomtico

    (>12,0% MgO) ou magnesiano (entre 5,1% e 12,0% MgO), em solos com relao elevada Ca/Mg (>3/1);-3 - na escolha do corretivo, em solos que contenham menos de 0,8 cmolc dm de Mg, deve ser dada

    preferncia para materiais que contenham o magnsio (calcrio dolomtico e ou magnesiano) a fim de evitar que ocorra um desequilbrio entre os nutrientes. Como os calcrios dolomticos encontrados no mercado contm teores de magnsio elevados, deve-se acompanhar a evoluo dos teores de Ca e Mg no solo e, caso haja desequilbrio, pode-se aplicar calcrio calctico (

  • A FUNDAO MS vem obtendo respostas expressivas com a utilizao de gesso agrcola na cultura da soja. Na Figura 2.5 est apresentada a produtividade da soja em funo de doses crescentes de gesso agrcola em solo argiloso (55% argila) com baixos teores iniciais de enxofre, em Maracaju/MS.

    -1Figura 2.5. Produtividade da soja (sc ha ) em resposta utilizao de doses crescentes de gesso agrcola, safras 1999/00 a 2001/02, em solo argiloso (55% argila) com baixos teores de enxofre disponvel, em Maracaju/MS. FUNDAO MS, 2010.

    -1Gesso (kg.ha )1400

    8075706560555045403530

    -1Pr

    odut

    ivid

    ade

    (sc.

    ha)

    0 700 28002100

    1999/00

    2000/01

    2001/02

    MDIA

    -Houve ganhos na produtividade da soja at as maiores doses de gesso aplicadas. Com a dose de 700 kg ha1 -1, cuja produtividade mdia das 3 safras foi de 57,9 sc ha j houve um ganho expressivo na produtividade da soja

    -1 -1(+12 sc ha ) em relao testemunha (45,9 sc ha ), que est relacionada deficincia inicial de enxofre e o benefcio do gesso como fonte deste nutriente, pois no se espera efeitos corretivos de subsolo com esta dose. Na doses de

    -1 -1 1400, 2100 e 2800 kg ha cujas produtividades mdias das 3 safras foram, respectivamente, de 58,9, 59,7 e 61,4 sc ha

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    0 10 20 30 40 50 60Saturao Al CTC (%)

    Prof

    undi

    dade

    (cm

    ) -10 t ha Gesso-10,75 t ha Gesso

    -11,5 t ha Gesso-13,0 t ha Gesso-14,5 t ha Gesso-16,0 t ha Gesso-17,5 t ha Gesso-19,0 t ha Gesso

    Figura 2.4. Reduo na saturao por alumnio na CTC da camada subsuperficial (abaixo de 20 cm) de um solo argiloso (55 - 60% argila) 6 (seis) meses aps a aplicao de altas doses de gesso agrcola em superfcie, Maracaju/MS. FUNDAO MS, 2010. (trabalho em andamento).

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  • -1e os ganhos em relao testemunha foram, respectivamente, de 13,0, 13,8 e 15,5 sc ha , j se espera uma resposta -1relativa ao gesso como fonte de enxofre associada correo de subsolo, especialmente na maior dose, 2800 kg ha .

    -1 -1Comparando-se a produtividade mdia da soja com a aplicao de 2800 kg ha (61,4 sc ha ) em relao aplicao -1 -1 -1de 700 kg ha (57,9 sc ha ) pode-se inferir que a diferena, 3,5 sc ha , seja a contribuio do gesso como corretivo do

    subsolo. As contribuies do gesso na correo da acidez subsuperficial vm sendo evidenciadas em trabalhos da

    -1FUNDAO MS em diversos municpios do estado, com incrementos na produtividade da soja de at 5,0 sc ha em relao testemunha (sem restrio nutricional de enxofre), atravs do fornecimento de altas doses de gesso agrcola.

    Tomada de decisoO gesso deve ser utilizado em reas onde a anlise de solo, na profundidade de 20 a 40 cm, indicar a

    saturao de alumnio maior que 20% e/ou quando a saturao do clcio for menor que 60% (clculo feito com base na capacidade de troca efetiva de ctions).

    Definio da dose-1A dose de gesso agrcola a aplicar de 700, 1200, 2200 e 3200 kg ha para solos de textura arenosa (15 %

    argila), mdia (16-35% argila), argilosa (3660% argila) e muito argilosa (>60% argila), respectivamente. O efeito residual dessas dosagens de, no mnimo, cinco anos.

    Tambm possvel calcular a dose de gesso pela seguinte frmula (Sousa & Lobato, 1996):

    Em que:-1D.G.= Dose de gesso a aplicar (em kg ha );

    50 = Fator de multiplicao (adimensional)Argila (%)= teor de argila obtido na anlise do solo (em %).

    Modo de aplicaoEm funo das suas caractersticas qumicas, a aplicao do gesso agrcola pode ser realizada a lano em

    superfcie, sem prejuzos a sua eficincia.

    -1D.G. (kg.ha ) = 50 x Argila (%)

    O Sistema Plantio Direto (SPD) bem conduzido apontado como uma estratgia de se obter produtividade e rentabilidade com sustentabilidade. Atravs de um manejo adequado do solo em SPD, com diversificao das atividades possvel reduzir a vulnerabilidade s condies climticas e variaes de preo no mercado e melhorar a qualidade do solo. Um dos melhores indicativos de qualidade de um solo o teor de matria orgnica deste solo (MOS). O SPD bem conduzido, pela ausncia de revolvimento do solo e manuteno de plantas e de resduos vegetais sobre a superfcie durante o ano todo pode ser um dos meios de aumentar a MOS.

    Apesar do aumento da rea plantada sob SPD no estado do Mato Grosso do Sul a partir da dcada de 90, este sistema ainda no adotado em sua plenitude. A monocultura da soja ocupando mais de 90% da rea plantada no vero associada no ocupao do solo (pousio) ou monocultura do milho safrinha no perodo de outono-inverno implica em uma rotao de culturas precria com reduzido aporte de resduos de culturas e falta de

    2.2.3. Matria orgnica e manejo do solo

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  • Figura 2.6. Semeadura de soja sobre palhada de milho safrinha ( esquerda) e palhada de milho safrinha + B. Brizantha cv Marandu ( direita). FUNDAO MS, 2010.

    Soja sobre palhada de Milho Safrinha Soja sobre palhada de Milho Safrinha+B. brizantha

    proteo da superfcie do solo. Essas prticas estimulam as perdas de Carbono Orgnico do Solo (COS), principal componente da MOS, reduzindo o potencial produtivo do solo e liberando gases de efeito estufa para a atmosfera, mesmo em SPD.

    O acmulo de carbono e as melhorias decorrentes do aumento da MOS somente acontecero quando a taxa de entrada de carbono no solo for maior que as taxas de perda de carbono. Para isso fundamental a adoo de prticas associadas ao SPD que aumentem a adio de carbono ao solo como, por exemplo, a permanncia de plantas altamente produtoras de fitomassa cobrindo o solo, fixando carbono e reciclando nutrientes o ano todo.

    Trabalhos de pesquisa tem evidenciado que a sucesso Soja/Milho Safrinha, alm de no se caracterizar como uma rotao de culturas, no acumula carbono no solo e, portanto no incrementa os teores de MOS. Para solucionar este problema tem-se levantado algumas possibilidades dentre as quais podemos destacar o consrcio Milho + Pastagem e o consrcio Milho Safrinha + Pastagem. A introduo desta terceira cultura no sistema de cultivo, geralmente espcies do gnero Brachiaria spp., proporciona acmulos de carbono, pois a taxa de entrada de carbono no solo passa a ser maior que as taxas de perda de carbono, incrementando a MOS. Alm disso, as espcies de Brachiaria spp., podem auxiliar na supresso de pragas e doenas de solo que atacam as culturas anuais como nematides e fungos que causam podrides radiculares. Este efeito tem sido relacionado aos maiores intervalos entre cultivos da mesma espcie de interesse comercial, pelas espcies Brachiaria spp., no serem hospedeiras e at mesmo pela produo de substncias inibidoras por estas plantas.

    A FUNDAO MS vem trabalhando intensivamente na gerao de informaes tcnicas que permitam viabilizar este sistema. Na Figura 2.6 e na Tabela 2.2 esto apresentados resultados de um experimento de longa durao iniciado em 2005 que visa avaliar os benefcios do consrcio de Milho Safrinha com Brachiaria spp. Neste trabalho, instalado em rea de boa fertilidade (com os teores de nutrientes acima dos nveis crticos) feito um comparativo da produtividade da soja na sucesso Milho Safrinha/Soja com a produtividade da soja na sucesso

    .Milho Safrinha + Brachiaria brizantha/ Soja. O consrcio foi estabelecido em maro de 2005, maro de 2006 e maro de 2007. A espcie de pastagem utilizada foi a Brachiaria brizantha cv. Marandu. A semeadura da pastagem foi realizada com a semeadora SHM (semeadora de cereais de inverno) previamente ao plantio do milho safrinha (espaamento 20 cm) no mesmo dia do plantio do Milho Safrinha.

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  • Tabela 2.2. -1Produtividade da soja (sc.ha ) cv. BRS 239, em resposta a sucesso de culturas adotada. Maracaju/MS. FUNDAO MS, 2010.

    1Mdias seguidas da mesma letra na linha no diferem entre si pelo teste de Duncan ao nvel de 5% de probabilidade.NSNo significativo ao nvel de 5% de probabilidade pelo teste F.

    -1

    ------ sc.ha --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    SafraMilho Safrinha / Soja Milho Safrinha+B. Brizantha / Soja

    Produtividade da SojaGanho

    2005/2006

    2006/2007

    2007/2008

    2008/2009

    1,5

    7,3

    4,8

    14

    TOTAL

    63,5

    68,0

    52,2

    40,5

    1a

    a

    a

    224,2 27,6

    62,0

    60,7

    47,4

    26,5

    NS

    b

    b

    b

    196,6

    -1Utilizaram-se aproximadamente 12 kg ha de sementes de pastagem, o que corresponde a -1aproximadamente 500 pontos de VC ha . O Milho Safrinha, hbrido AG 9010, foi semeado no espaamento de 80 cm

    logo aps a semeadura da Brachiaria brizantha cv. Marandu. Quando a Brachiaria brizantha cv. Marandu estava com -1aproximadamente 2 perfilhos e o Milho no estdio V5, aplicou-se o herbicida Sanson na dose de 200 ml ha no

    intuito de retardar o crescimento vegetativo da Brachiaria e permitir a vantagem competitiva do Milho Safrinha. Desse modo, diminuiu-se o risco de perda de produtividade do Milho Safrinha em funo da competio por luz, gua e nutrientes. Aps a colheita do Milho Safrinha (agosto) a Brachiaria permaneceu vegetando at o incio de outubro, quando foi realizada a dessecao, em torno de 35 dias antes da semeadura da soja. A semeadura da soja, cv. BRS 239, sobre a palhada de Milho safrinha ou sobre a palhada de Milho Safrinha + Brachiaria brizantha cv. Marandu foi realizada no incio do ms de novembro nas trs safras avaliadas e o manejo da cultura seguiu as recomendaes preconizadas pela pesquisa da FUNDAO MS.

    Analisando-se os dados, podemos observar que na safra 2005/2006 no houve diferenas significativas com relao produtividade da soja. No entanto, a produtividade mdia da soja sobre a palhada de Milho Safrinha +

    -1Brachiaria brizantha cv. Marandu apresentou uma tendncia de superioridade que foi de 1,5 sc ha . J na safra 2006/2007, a soja semeada sobre a palhada do consrcio Milho Safrinha + Brachiaria brizantha cv. Marandu apresentou uma produtividade significativamente superior quela observada no cultivo sobre palhada de Milho

    -1safrinha, com um incremento de 7,3 sc ha . Na 2007/08, apesar das restries climticas relativas aos perodos alternados de estiagem (altas temperaturas) e excesso de nebulosidade (associada ou no ocorrncia de precipitaes) no perodo reprodutivo, a soja semeada sobre a palhada do consrcio Milho Safrinha + Brachiaria brizantha cv. Marandu apresentou uma produtividade significativamente superior quela observada no cultivo

    -1sobre palhada de Milho safrinha, com um incremento de 4,8 sc ha . J na safra 2008/09 observou-se um incremento -1muito expressivo (14 sc ha ) na produtividade da soja en funo do consrcio. Estes acrscimos na produtividade

    foram potencializados pela estiagem intensa na fase vegetativa e reprodutiva da soja. O ganho acumulado em -1produtividade de soja nas quatro safras foi de 27,6 sc ha .

    Estes ganhos de produtividade na soja podem estar relacionados: - diminuio das perdas de solo com eroso e diminuio das perdas de carbono para a atmosfera pela ao dos microrganismos; - ao incremento no teor de matria orgnica pela maior produo de palhada no consrcio; - melhoria do ambiente para o desenvolvimento radicular, como reduo da temperatura do solo e diminuio da amplitude trmica do solo, o

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  • A Figura 2.7 ilustra o aspecto visual da soja sobre a palhada de Milho safrinha, assim como da soja sobre palhada de Milho Safrinha + Brachiaria brizantha cv. Na colheita possvel observar que a soja cultivada sobre a palhada de milho safrinha solteiro apresentou um porte reduzido, resultado do dficit hdrico na fase vegetativa.

    A FUNDAO MS est trabalhando para mensurar as possveis causas dos ganhos de produtividade neste sistema e detectar aquela que mais explica os resultados obtidos. Alm disso, a FUNDAO MS vm desenvolvendo diversas alternativas para a implantao deste consrcio e selecionando as espcies que melhor se adaptam ao sistema. Esto sendo testados:

    - semeadura da Brachiaria a lano; - semeadura da Brachiaria (espaamento 20 cm) com a TD/SHM previamente no mesmo dia semeadura

    do Milho Safrinha; - semeadura da Brachiaria juntamente com o adubo de plantio do Milho Safrinha; - semeadura de Brachiaria (2 linhas espaadas em 20 cm) na entrelinha do Milho Safrinha no estdio V3; - semeadura da Brachiaria (1 linha) na entrelinha do Milho Safrinha com semeadora adaptada para a

    semeadura simultnea de ambas as espcies, entre outras alternativas. Um aspecto interessante que este sistema de consrcio tem se apresentado interessante tanto em condies de Milho cultivado no vero como Milho Safrinha (outono-inverno).

    Figura 2.7. Aspecto visual da soja, cv BRS 239, sobre a palhada de Milho safrinha ( esquerda) e sobre palhada de Milho Safrinha + Brachiaria brizantha cv. Marandu ( direita), na fase de colheita. FUNDAO MS, 2010.

    Soja sobre palhada de -1Milho Safrinha - 25,5 sc ha

    Soja sobre palhada de-1 Milho Safrinha+B. Brizantha - 40,5 sc ha

    que permite o desenvolvimento radicular da soja na camada superficial do solo, mais rica em nutrientes; - ao aumento da reciclagem de nutrientes (especialmente K) em funo do maior volume de razes absorvendo nutrientes e depositando os mesmos na superfcie atravs da palhada; - a melhorias na agregao e na estruturao do solo; - a possveis efeitos da Brachiaria brizantha cv. Marandu na supresso de nematides como o Rotylenchulus reniformis e podrides radiculares, entre outros efeitos.

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  • Figura 2.9. Sistema radicular da soja na ausncia de inoculante ( esquerda - sem ndulos) e com inoculao bem feita ( direita - nodulao abundante) em rea virgem, sem cultivo anterior de soja. FUNDAO MS, 2010.

    Sem inoculante Com inoculante

    -1+20 sc ha

    2.2.4. Nitrognio e a inoculao

    Figura 2.8. Ndulos de estirpes nativas ( esquerda pouco eficientes na FBN) em rea virgem sem inoculao e ndulos de estirpes introduzidas via inoculante ( direita altamente eficientes a FBN) em rea virgem com inoculao. FUNDAO MS, 2010.

    Os incrementos de produtividade de soja nos ltimos anos aumentaram a demanda por nitrognio (N). A cada 1.000 kg de soja produzida so necessrios, aproximadamente, 80 kg de N (Campo & Hungria, 2000).

    -1Produtividades acima de 4.000 kg ha tm sido obtidas tanto em trabalhos de pesquisa na FUNDAO MS quanto ao nvel de produtor em Maracaju/MS e municpios vizinhos, mesmo sem a utilizao de N mineral. Isto resultado da alta capacidade da soja em obter o N que

    necessita pelo processo de fixao biolgica do N (FBN). 2A inoculao das sementes de soja com bactrias

    do Gnero Bradyrhizobium visa introduzir estirpes de bactrias eficientes na FBN e aumentar a sua populao em relao s estirpes existentes no solo e, deste modo, aumentar o nmero de ndulos, a eficincia de FBN e a quantidade de N fixado. Na Figura 2.8 esto ilustrados os ndulos de estirpes nativas (pouco eficientes na FBN) observados em rea virgem sem inoculao e os ndulos de estirpes introduzidas via inoculante (altamente eficientes na FBN) em rea virgem com inoculao.

    reas de abertura / reas virgens / reas sem cultivo anterior de soja

    Em reas de primeiro cultivo com soja (reas virgens) ou de 1 ano a inoculao indispensvel e merece -1um cuidado especial. Nestas reas tem se observado um incremento de at 20 sc ha quando a inoculao foi bem

    feita comparativamente testemunha, sem inoculao, como pode ser observado na Figura 2.9, abaixo.

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  • Figura 2.10. Aspecto visual de uma lavoura de soja em rea virgem (sem cultivo anterior de soja), com uma inoculao bem feita. FUNDAO MS, 2010.

    reas velhas / reas com cultivo anterior de sojaEm reas velhas (a partir da 3 safra), os ganhos com a inoculao so menos expressivos do que os

    obtidos em reas de primeiro ano. Nestas reas, muitas vezes no se observa um incremento significativo na produtividade da soja, decorrente da reinoculao. Quando h incremento, o incremento pequeno, normalmente

    -1de 1 a 3 sc ha . Esse incremento tanto maior quanto maior for o potencial produtivo da soja, devido a maior demanda por N. A ocorrncia de estiagem e altas temperaturas durante a fase reprodutiva tm limitado os potenciais produtivos da soja nas ltimas 3 safras em vrios municpios do estado do Mato Grosso do Sul. As frustraes de safra e as dificuldades financeiras dos produtores tm levado a no utilizao de diversos insumos, inclusive inoculantes, embora a pesquisa recomende reinocular a cada ano. Assim, existe o risco de perda de produtividade de soja, o qual ser tanto maior quanto melhores forem as condies ambientais para a expresso do potencial produtivo da soja. Deste modo, embora os ganhos com a inoculao sejam menos expressivos do que os obtidos em solos de primeiro ano, no se pode abrir mo da reinoculao a cada ano, principalmente em condies

    -1de bom potencial produtivo (acima de 60 sc ha ).

    Quando se dispe de sementes de boa qualidade fisiolgica (vigor), de boa sanidade e for possvel realizar a semeadura em condies ideais de umidade do solo para a rpida germinao, pode-se dispensar a utilizao de fungicida no tratamento de sementes no intuito de favorecer a sobrevivncia das bactrias do inoculante. Assim, com sementes de boa qualidade e semeadura realizada em condies ideais a probabilidade de ganho decorrente da maior sobrevivncia das bactrias do inoculante sobrepe as possveis consequncias da ausncia do fungicida na semente. Em reas de primeiro cultivo deve-se dar preferncia ao fornecimento de Mo e Co via foliar em V4, tambm com o objetivo de favorecer a sobrevivncia das bactrias do inoculante. Trabalhos da FUNDAO MS tm apontado para a eficincia equivalente da aplicao de Mo e Co via foliar em V4, comparativamente ao fornecimento via sementes, desde que no se perca produto por precipitao pluviomtrica logo aps a aplicao.

    Em reas de primeiro cultivo de soja importante utilizar 2 a 3 vezes a dose de inoculante normalmente recomendada para reas com cultivo anterior de soja (reas velhas). A FUNDAO MS tem obtido bons resultados nestas condies com a utilizao de duas a trs doses de inoculante turfoso ou duas doses de inoculante turfoso + duas doses de inoculante lquido via sementes.

    Na Figura 2.10 pode-se observar o aspecto visual de uma lavoura de soja em rea virgem (sem cultivo anterior de soja), com uma inoculao bem feita, prtica que permite a obteno de altas produtividades de soja j na primeira safra.

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  • a) Teor de fsforo extrado por Mehlich-1

    Para o extrator Mehlich-1 (Tabela 2.3) os teores considerados adequados para a camada de 0-20 cm esto -3na faixa entre 4,1 a 6,0, 8,1 a 12,0, 15,1 a 20,0 e 18,1 a 25,0 mg dm para os solos com teores de argila > 60%, 36 a 60%,

    16 a 35% e < 15%, respectivamente (Sousa et. al., 2004). Assim, a interpretao de fsforo por esse mtodo considera necessariamente o teor de argila. Para cada classe de teores de argila, quando os teores de fsforo extrado por Mehlich-1 se encontrarem nestas faixas ou acima destas h uma menor probabilidade de resposta econmica da adubao.

    Tabela 2.3. Interpretao da anlise de solo para P extrado pelo mtodo Mehlich-1, de acordo com o teor de argila, para recomendao de adubao fosfatada. FUNDAO MS, 2010.

    Fonte: Adaptado de Sousa et al. (1987a).

    ArgilaTeor de P no solo (Mehlich-1)

    Baixo Mdio AdequadoMuito Baixo Alto -3---------------------------------------------------mg.dm ----------------------------------------------------------- % ----

    15

    16 a 35

    36 a 60

    > 60

    0 a 6,0

    0 a 5,0

    0 a 3,0

    0 a 2,0

    6,1 a 12,0

    5,1 a 10,0

    3,1 a 5,0

    2,1 a 3,0

    12,1 a 18,0

    10,1 a 15,0

    5,1 a 8,0

    3,1 a 4,1

    18,1 a 25,0

    15,1 a 20,0

    8,1 a 12,0

    4,1 a 6,0

    > 25,0

    > 20,0

    > 12,0

    > 6,0

    O fsforo considerado um dos nutrientes mais limitantes produo agrcola em solos da Regio do Cerrado, onde a disponibilidade desse elemento, em condies naturais, muito baixa. A obteno de desenvolvimento vegetal e, consequentemente, produtividades satisfatrias altamente dependente da utilizao de fertilizantes fosfatados, como pode ser visualizado na Figura 2.11.

    Tomada de decisoA tomada de deciso para a aplicao de fsforo

    deve ser baseada principalmente nos resultados de anlise de solo e no histrico da rea. interessante ter em mos o resultado de anlise das ltimas 3 safras para uma deciso segura. A avaliao da disponibilidade de fsforo para a soja e milho pode ser feita pelo teor de fsforo obtido pelo extrator Mehlich-1 e pelo extrator Resina.

    2.2.5. Fsforo e a adubao fosfatada

    Sem P

    Com PFigura 2.11. Desenvolvimento de plantas de soja (sistema radicular e

    parte area) no pleno florescimento, cv BRS Charrua RR, em solo argiloso com baixo teor de fsforo, sem o fornecimento de fsforo ( esquerda) e com o fornecimento de fsforo ( direita). FUNDAO MS, 2010.

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  • Figura 2.12. Rendimento potencial da soja, cv. CD 202, safras 2000-01 a 2003-04 em funo dos teores de P extrado por Mehlich-1, em solo argiloso (55%) com teor inicial de fsforo muito baixo. Maracaju/MS. FUNDAO MS, 2010.

    -3P extrado por Mehlich-1 (mg dm )

    110100

    908070605040302010

    0

    Rend

    imen

    to P

    oten

    cial

    (%)

    0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

    M B B M A A

    2

    Y = -0,3166x + 10,643x + 11,872

    2

    R = 0,8471

    Nvel Crtico

    Limites ClassesRendimentos Potenciais:0-60% = Muito Baixo (MB) 61-80%= Baixo (B)81-90% = Mdio (M) 91-100% = Adequado (A) 100% = Alto (A)NC = 90 % Rend. Potencial

    A FUNDAO MS vem desenvolvendo trabalhos de calibrao a campo com o objetivo de definir os nveis de suficincia (ou nveis crticos) de fsforo extrado por Mehlich-1 para as condies onde se cultiva soja e milho no estado do Mato Grosso do Sul. Na Figura 2.12 est apresentado o rendimento potencial da soja em funo dos teores de fsforo extrado por Mehlich-1. Este trabalho foi conduzido durante 4 safras consecutivas (safra 2000/01 a 2003/04) em Maracaju/MS, em solo argiloso (55% de argila) com baixos teores iniciais de fsforo (P-Mehlich-1 = 2,3

    -3mg dm ; P-Resina = -37,3 mg dm ).

    Para o extrator Mehlich-1 observou-se que os teores considerados adequados para as condies do -3experimento (55% argila) esto na faixa entre 11,1 e 15,0 mg dm , que permitiram a obteno de produtividades

    entre 90 e 100% do rendimento potencial, respectivamente. A produtividade mdia (4 safras) mxima obtida no -1experimento, ou seja, o valor 100% de rendimento potencial, foi de 65,5 sc ha . Acima do nvel crtico deste solo (P-

    -3Mehlich > 11,0 mg dm ) existe uma menor probabilidade de resposta econmica da adubao, embora exista resposta tcnica, e a dose de fertilizante fosfatado a ser utilizada pode ser menor. Estes dados tm validade para outras regies onde se cultiva soja no MS, principalmente para os solos argilosos (> 45% argila).

    b) Teor de fsforo extrado por Resina

    Tambm existe a possibilidade de avaliar a disponibilidade de fsforo pelo teor obtido pelo extrator Resina. A interpretao por esse mtodo indispensvel em reas com histrico de utilizao de fosfatos naturais ou outras fontes de fsforo parcialmente solveis.

    -3 Segundo Sousa et. al. (2004), os teores de fsforo extrado por Resina em torno de 20 mg dm permitem a obteno de 90% do rendimento potencial na soja e milho cultivados em sistema de sequeiro. A interpretao do fsforo por esse mtodo mesma, independente do teor de argila do solo. Quando os teores de fsforo extrado por

    -3 Resina se encontrarem em torno de 20 mg dm ou acima deste, h uma menor probabilidade de resposta econmica da adubao.

    A partir do trabalho conduzido na soja durante 4 safras consecutivas (safra 2000/01 a 2003/04) em Maracaju/MS, foi possvel a definio nvel de suficincia (ou nvel crtico) para os teores de fsforo extrado pela Resina. Na Figura 2.13 est apresentado o rendimento potencial da soja em funo dos teores de fsforo extrado por resina.

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  • Tabela 2.4. Interpretao da anlise de solo para P extrado por Mehlich-1 e Resina Trocadora de ons para recomendao de adubao fosfatada. FUNDAO MS, 2010.

    1 Nveis de interpretao vlidos para solos argilosos, com teores de argila >45%. Em solos com teores de argila 45% argila)

    Resina

    Baixo Mdio AdequadoMuito Baixo Alto

    0 a 5,0

    0 a 10,0

    5,1 a 9,0

    10,1 a 19,0

    9,1 a 11,0

    19,1 a 23,0

    11,1 a 15,0

    23,1 a 30,0

    > 15,0

    > 30,0

    Para o extrator Resina os teores considerados adequados para as condies do experimento (55% argila) -3esto na faixa entre 23,1 e 30 mg dm . Quando os teores se encontraram nesta faixa j foi possvel a obteno de 90 a

    100% do rendimento potencial, respectivamente. A produtividade mdia (4 safras) mxima obtida no experimento, -1 -3ou seja, o valor 100% de rendimento potencial, foi de 65,5 sc ha . Acima do nvel crtico (P-Resina > 23,1 mg dm )

    existe uma menor probabilidade de resposta econmica da adubao, embora exista resposta tcnica, e a dose de fertilizante fosfatado a ser utilizada pode ser menor. Estes dados concordam com os dados de Sousa et. al. (2004), e tm validade para outras regies onde se cultiva soja no MS, pois, a capacidade de extrao da resina pouco afetada pela textura do solo e, os dados concordam com observaes em propriedades acompanhadas pela FUNDAO MS.

    Na Tabela 2.4, est apresentada a interpretao dos teores de fsforo extrado por Mehlich-1(para solos com teor de argila > 45%) e Resina para a soja cultivada em sistema plantio direto no estado do Mato Grosso do Sul, com base em dados da FUNDAO MS.

    Figura 2.13. Rendimento potencial da soja, cv. CD 202, safras 2000-01 a 2003-04 em funo dos teores de P extrado por resina, em solo argiloso (55% argila) com teor inicial de fsforo muito baixo. Maracaju/MS. FUNDAO MS, 2010.

    -3P extrado por Resina (mg.dm )

    120110100

    908070605040302010

    0

    Rend

    imen

    to P

    oten

    cial

    (%)

    0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

    M B B M A A

    2Y = -0,3166x + 10,643x + 11,8722R = 0,8471

    Nvel Crtico

    Limites ClassesRendimentos Potenciais:0-60% = Muito Baixo (MB) 61-80%= Baixo (B)81-90% = Mdio (M) 91-100% = Adequado (A) 100% = Alto (A)NC = 90 % Rend. Potencial

    20

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  • Definio da doseCom relao resposta da soja s doses de P O no trabalho conduzido em solo argiloso (55% argila), em 2 5

    Maracaju/MS (Figura 2.14), safra 2000-01 a 2003-04, percebe-se que houve incrementos de produtividade at as maiores doses de fsforo utilizadas na correo (fosfatagem - P O incorporado a 20 cm) e no sulco de semeadura 2 5(manuteno). Isto est relacionado aos baixos teores iniciais de fsforo na rea deste experimento (P-Mehlich-1 =

    -3 -32,3 mg dm ; P-Resina = 7,3 mg dm ). Considerando uma meta de produtividade de 90% do rendimento potencial, -1ou 60 sc ha em mdia, percebe-se foi possvel atingir esta mdia durante as 4 safras de conduo do experimento

    de maneiras diferentes, dentre elas: -1a) Correo do solo com 200 kg ha P O aplicado a lano e incorporado a 20 cm de profundidade + em 2 5

    torno de 60 P O no sulco a cada safra. Esta foi a opo que possibilitou os maiores potenciais de produtividade j no 2 5-1primeiro ano de cultivo e que se mostrou indispensvel quando a meta for superior a 60 sc.ha . Espera-se atingir o

    nvel de suficincia (nvel crtico) na primeira ou segunda safra. Porm, esta opo exige alto investimento inicial e, em caso de restrio financeira pode se optar por uma correo gradual;

    -1b) Correo do solo com 100 kg ha P O aplicado a lano e incorporado a 20 cm de profundidade + em 2 5-1torno de 90 kg ha P O no sulco a cada safra. Esta opo possibilitou bons potencias de produtividade a partir do 2 5

    -1primeiro ano de cultivo. No entanto, para se atingir a meta de produtividade de 60 sc ha foi necessrio um aumento da dose de fsforo no sulco de semeadura;

    -1c) Ausncia de correo + em torno de 120-130 kg ha P O no sulco a cada safra. Os potenciais produtivos 2 5nas primeiras duas a trs safras foram um pouco inferiores comparativamente aos observados nos tratamentos com alguma correo prvia (opo a e b). Esta opo pode ser adotada quando no h recursos para a realizao da correo com fsforo. Espera-se atingir o nvel de suficincia (nvel crtico) em um perodo de aproximadamente 5

    -1anos. Para atingir-se a meta de produtividade de 60 sc ha foi necessrio um aumento da dose de fsforo no sulco de semeadura. Analisando-se a Figura 2.14 percebe-se que esta opo no se mostrou adequada quando a meta de

    -1produtividade mdia superior a 60 sc ha .

    Figura 2.14. Rendimento potencial da soja, cv. CD 202, safras 2000-01 a 2003-04 em funo das doses de P O e do modo de 2 5aplicao do fertilizante fosfatado. Maracaju/MS (55% argila). FUNDAO MS, 2010.

    110

    100

    90

    80

    70

    60

    50

    40

    30

    20

    10

    0

    Rend

    imen

    to P

    oten

    cial

    (%)

    -1Dose de P O no sulco (kg.ha )2 5

    0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180

    2 y = -0,0019x + 0,5632x + 58,2742R = 0,9848

    -1Fosfatagem (kg.ha P O )2 5

    2y = -0,0024x + 0,742x + 42,4682R = 0,9976

    2y = -0,3166x + 10,643x + 11,8722R = 0,8471

    0100 200

    21

    Tecnologia e Produo: Soja e Milho 2011/2012

  • A dose de fsforo a aplicar determinada pelos nveis de fsforo na anlise de solo:- Nvel muito baixo, baixo ou mdio de P extrado por Mehlich-1 ou Resina: indica a necessidade de

    correo (no intuito de se atingir os nveis de suficincia) + adubao de manuteno. Para adubao de correo com fsforo, que pode ser corretiva total ou gradual (durante 5 anos), podem ser utilizadas as doses que constam na

    -1Tabela 2.5, abaixo. A adubao de manuteno pode variar entre 45 e 60 kg.ha P O em solos sob plantio direto bem 2 5conduzido, com rotao de culturas e manuteno de cobertura vegetal durante o ano todo.

    Tabela 2.5. Indicao de adubao fosfatada corretiva (a lano) e adubao fosfatada corretiva gradual (no sulco de semeadura em 5 anos), de acordo com a classe de disponibilidade de P e o teor de argila. FUNDAO MS, 2010.

    Fonte: Adaptado de Sousa et al. (2004).

    Teor de argila(%)

    -1Adubao fosfatada (kg P O ha )2 5

    Corretiva Total Corretiva Gradual

    15

    16 a 35

    36 a 60

    > 60

    P Muito Baixo P Baixo P Mdio

    60

    100

    200

    280

    30

    50

    100

    140

    15

    25

    50

    70

    P Muito Baixo P Baixo P Mdio

    70

    80

    100

    120

    65

    70

    80

    90

    63

    65

    70

    75

    - Nvel adequado ou alto de P extrado por Mehlich-1 ou Resina: no h a necessidade de correo com -1fsforo e pode se fazer uso de adubao de manuteno de 45 a 60 kg ha de P O em solos sob plantio direto bem 2 5

    conduzido, com rotao de culturas e manuteno de cobertura vegetal durante o ano todo.-1A dose de manuteno em torno de 45 kg ha P O se mostrou eficiente em assegurar produtividades de 2 5

    -1soja acima de 60 sc ha (acima de 90% do rendimento potencial) durante 4 safras consecutivas em Maracaju/MS, em trabalho conduzido durante o perodo entre 1998/99 a 2001/02 (Figura 2.15), em solo argiloso (55% argila) sob

    Figura 2.15. Rendimento potencial mdio da soja, safras 1998-99 a 2001-02, em funo de doses de P O no sulco de 2 5semeadura ou a lano em superfcie, para manuteno, em solo argiloso (55% argila), cujos teores iniciais de fsforo encontravam-se em nveis adequados. Maracaju/MS. FUNDAO MS, 2010.

    110

    100

    90

    80

    70

    60

    50

    40

    Rend

    imen

    to P

    oten

    cial

    (%)

    -1Dose de P O no sulco ou a lano (kg.ha )2 50 45 90 135 180

    2Y = -0,3166x + 10,643x + 11,8722R = 0,8471

    LanoSulco

    2Y = -0,0004x + 0,1268x+ 59,2432R = 0,9049

    22

    Tecnologia e Produo: Soja e Milho 2011/2012

  • plantio direto bem conduzido, cujos teores iniciais encontravam-se em nveis adequados (P - Mehlich-1 = 8,5 mg -3 -3dm e P Resina = 21,0 mg dm . Assim, em solos sob plantio direto bem conduzido com teores adequados de

    fsforo no solo, ou teores acima destes, possvel otimizar o recurso destinado adubao fosfatada. Para uma deciso segura importante conhecer os teores de fsforo em anlises dos ltimos trs anos e, fundamental que as amostras enviadas ao laboratrio realmente representem o estado de fertilidade da rea amostrada.

    Modo de aplicaoO modo de aplicao do fertilizante fosfatado depende dos nveis de fsforo na anlise do solo. Quando os

    teores de fsforo por Mehlich-1 e Resina se apresentarem em nveis:- muito baixo, baixo ou mdio: h a necessidade de correo com fsforo. Para a correo total o fertilizante

    fosfatado de correo pode ser aplicado a lano e incorporado. Para a correo gradual pode-se aplicar o fertilizante -1fosfatado de correo no sulco de semeadura em doses at a faixa de 120 - 140 kg ha de P O , de acordo com a 2 5

    necessidade indicada pela anlise;- adequado ou alto: no h a necessidade de correo com fsforo e pode se fazer uso de adubao de

    -1manuteno de 45 a 60 kg ha de P O no sulco de semeadura ou lano em superfcie antes da semeadura, desde que 2 5 o plantio direto esteja sendo bem conduzido com rotao de culturas, palhada e culturas cobrindo o solo durante o ano todo. Caso o manejo do solo no esteja adequado necessrio aumentar a dose de fsforo de manuteno em no mnimo 25%.

    Ainda com base nos resultados do trabalho conduzido pela FUNDAO MS durante 4 safras consecutivas no perodo entre 1998/99 a 2001/02 (Figura 2.15), em solo argiloso (55% argila) foi possvel verificar que quando os teores de fsforo extrado por Mehlich-1 e Resina se encontram em nveis adequados, tem-se uma maior flexibilidade com relao ao modo de aplicao do fertilizante fosfatado e existe a possibilidade de realizar toda a adubao de manuteno a lano em superfcie, sem comprometimento do potencial produtivo da soja. A alternativa de adubao de manuteno com fsforo a lano em sua totalidade no pode ser expandida para solos com teores mdios ou baixos de fsforo pois, nesta condio, trabalhos da FUNDAO MS j comprovaram que existe perda de produtividade.

    Fonte de fsforoTrabalhos de pesquisa conduzidos pela FUNDAO MS at o momento, em sistema plantio direto bem

    conduzido apontam para um desempenho superior das fontes de fsforo de alta solubilidade (MAP, MAP Sulfurado, DAP, SPS, SPT) e das formulaes elaboradas a partir destas fontes em comparao com as fontes parcialmente solveis ou pouco solveis e suas respectivas formulaes.

    Durante as safras 2004/05, 2005/06 e 2006/07 a FUNDAO MS conduziu experimento de longa durao, em solo argiloso (55% argila), com baixos teores iniciais de fsforo e enxofre, no intuito de comparar diferentes formulaes comerciais existentes no mercado (Tabela 2.6) quanto ao fornecimento de fsforo, enxofre e demais nutrientes e quanto produtividade da soja.

    23

    Tecnologia e Produo: Soja e Milho 2011/2012

  • Tabela 2.6. Descrio das formulaes contendo a composio qumica conforme rtulo da embalagem. FUNDAO MS, 2010.

    Trat.

    ----------------------------------------------------------% --------------------------------------------------------------

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    -

    03

    02

    02

    00

    02

    02

    02

    02

    02

    -

    20

    20

    20

    16

    24

    26/18

    20

    24

    30

    -

    -

    9

    8,7

    16

    10

    -

    -

    10

    8,0

    -

    10

    10

    15

    00

    12

    18

    20

    12

    15

    -

    -

    -

    2,0

    6

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    8

    7

    5,0

    6

    5,0

    -

    -

    5

    1,5

    -

    0,3

    0,3

    0,3

    0,55

    0,3

    0,3

    -

    0,4

    0,25

    -

    0,3

    0,15

    0,2

    0,10

    0,05

    0,2

    -

    0,15

    0,09

    -

    0,15

    0,15

    0,2

    0,05

    0,08

    -

    -

    0,3

    0,18

    -

    0,3

    0,3

    0,3

    0,15

    0,15

    -

    -

    0,5

    0,31

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    9

    -

    -

    -

    -

    -

    N P O2 5 K O2 Ca Mg S Zn B Cu Mn Mo Si

    Corrigiu-se a acidez superficial (0-20 cm) com aplicao de calcrio. Em todos os tratamentos, com exceo da testemunha (sem adubo), o fsforo e o potssio foram fornecidos pela aplicao de diferentes formulaes de fertilizantes no sulco de plantio, associado aplicao de KCl em cobertura (quando necessrio), para totalizar 90 kg

    -1 -1ha P O e 90 kg ha K O (Tabela 2.7). As quantidades fornecidas dos demais nutrientes variaram em funo da 2 5 2composio e concentrao das frmulas.

    Tabela 2.7. -1Descrio dos tratamentos contendo produto e dose ha . Maracaju/MS. FUNDAO MS, 2010.

    Trat.

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    0,0

    75

    75

    38

    150

    75

    47

    0

    75

    75

    Sulco de plantio

    -1--- kg.ha ---

    Testemunha (sem adubo)

    03-20-10 + micro

    02-20-10 + micro

    02-20-15 + micro

    00-16-00 + micro

    02-24-12 + micro

    02-26/18-18 + micro

    02-20-20

    02-24-12 + micro

    02-30-15 + micro

    Frmula Dose

    0,0

    450

    450

    450

    563

    375

    346

    450

    375

    300

    -1--- kg.ha ---

    Cobertura

    KCl

    Total aplicado

    00

    13

    09

    09

    00

    07

    07

    00

    07

    07

    00

    90

    90

    90

    90

    90

    90

    90

    90

    90

    00

    90

    90

    90

    90

    90

    90

    90

    90

    90

    N P O2 5 K O2

    24

    Tecnologia e Produo: Soja e Milho 2011/2012

  • Na safra 2004/05 os potenciais produtivos foram baixos, em funo da estiagem e dficit hdrico, que atingiu a regio. Apesar disto, houve uma resposta intensa adubao (Tabela 2.8), cujos ganhos de produtividade

    -1variaram em funo das formulaes utilizadas e ficaram entre 5,9 e 22,9 sc ha . Os maiores ganhos de produtividade em relao testemunha foram obtidos com formulaes elaboradas a partir de fontes de fsforo solvel como, por exemplo, no tratamento 2, 9, 4, 3, 8, 6 e 10. As formulaes utilizadas nos tratamentos 5 e 7 no apresentaram um desempenho satisfatrio, com ganhos de produtividade menos expressivos em relao testemunha. Este fato pode estar relacionado a menor solubilidade do fsforo contido nestas formulas, fato que foi evidenciado pelos menores teores foliares de fsforo nestes tratamentos.

    Nas safras 2005/06 e 2006/07 (Tabela 2.8), em que as condies climticas (precipitao) foram favorveis, as tendncias de desempenho se mantiveram. As formulaes dos tratamentos 2, 9, 4, 3, 8, 6 e 10 no diferiram entre si, mas, foram estatisticamente superiores s formulaes utilizadas nos tratamentos 5, 7 e testemunha (sem adubo). Apesar de no diferirem estatisticamente entre si, as formulaes com P solvel mais concentradas em enxofre apresentaram uma tendncia de superioridade em relao quelas com menor concentrao deste nutriente, fato que pode estar relacionado aos baixos teores iniciais de enxofre da rea e ao fornecimento deste nutriente exclusivamente via frmula de plantio. Os resultados dos tratamentos 5 e 7 no diferiram entre si, sendo superiores apenas testemunha.

    Na mdia das 3 safras (Tabela 2.8), as tendncias observadas em cada safra se mantiveram e comprovou-se a superioridade das formulaes com fsforo altamente solvel. Alm disso, confirmou-se a importncia da concentrao de enxofre nas formulaes solveis, cujos desempenhos tenderam a ser superiores quanto maior a concentrao de S.

    Deste modo, mesmo com custo/tonelada ''geralmente'' superior das fontes solveis, a alta concentrao de fsforo solvel nestas matrias-primas e formulaes permite uma melhor relao custo/benefcio, e deve-se dar preferncia para estas opes.

    Tabela 2.8. -1Produtividade mdia da soja (sc ha ) nas safras 2004/05, 2005/06 e 2006/07, em solo argiloso (55% argila) com baixos teores iniciais de fsforo e enxofre, em resposta a diferentes formulaes de fertilizantes. Maracaju/MS. FUNDAO MS, 2010.

    1 Mdias seguidas da mesma letra na coluna no diferem entre si pelo teste de Duncan ao nvel de 5% de probabilidade.

    Trat.

    2

    9

    4

    3

    8

    6

    10

    5

    7

    1

    59,7

    59,5

    57,6

    56,4

    55,2

    54,2

    54,4

    45,2

    42,5

    20,1

    Produtividade

    03-20-10 + micro

    02-24-12 + micro

    02-20-15 + micro

    02-20-10 + micro

    02-20-20

    02-24-12 + micro

    02-30-15 + micro

    00-16-00 + micro

    02-26/18-18 + micro

    Sem adubo

    35,8

    32,2

    34,1

    33,3

    32,4

    29,7

    27,8

    26,0

    18,8

    12,9

    -1------------------------------------------ sc.ha ------------------------------------------

    66,8

    66,2

    65,6

    64,1

    61,5

    64,6

    62,8

    53,4

    47,3

    23,3

    1a

    a

    a

    a

    a

    a

    a

    b

    b

    c

    Frmula 2004/05BRS 133

    2005/06BRS 214

    2006/07Embrapa 48

    Mdia

    1a

    abc

    ab

    ab

    abc

    abc

    bc

    c

    d

    d

    1a

    a

    a

    a

    a

    a

    a

    b

    b

    c

    a

    a

    a

    a

    a

    a

    a

    b

    b

    c

    54,1

    52,6

    52,4

    51,3

    49,7

    49,5

    48,3

    41,5

    36,2

    18,8

    Ganho

    35,3

    33,8

    33,6

    32,5

    30,9

    30,7

    29,5

    22,7

    17,4

    -

    187,8

    179,8

    178,7

    172,9

    164,4

    163,3

    156,9

    120,7

    92,6

    -

    -1sc.ha %

    -1MDIA (sc.ha )CV (%)

    28,315,1

    50,58,7

    57,69,1

    45,4

    25

    Tecnologia e Produo: Soja e Milho 2011/2012

  • O potssio (K) o segundo elemento mais absorvido pelas plantas e a sua reserva mineral nos solos do MS, assim como nos demais estados da Regio Central do Brasil, pequena, insuficiente para suprir as quantidades extradas em cultivos sucessivos, sendo frequente a ocorrncia de deficincia visual (Figura 2.16).

    2.2.6. Potssio e a adubao potssica

    Figura 2.16. Aspecto visual das folhas (triflios) da soja sem potssio ( esquerda, com deficincia visual) e com potssio ( direita, normais) na adubao em rea com baixos teores disponveis deste nutriente. FUNDAO MS, 2010.

    Sem K Com K

    Tomada de decisoA tomada de deciso para a aplicao de potssio deve ser baseada principalmente nos resultados de

    anlise de solo e no histrico da rea. interessante ter em mos o resultado de anlise das ltimas 3 safras para uma deciso segura. A avaliao da disponibilidade de K para a soja e milho pode ser feita pelo teor de K obtido pelo extrator Mehlich-1 (Tabela 2.9). Os teores de potssio considerados adequados dependem do teor de argila da rea. Para cada classe de teores de argila, quando os teores de K extrado por Mehlich-1 se encontrarem a partir do limite

    -3superior da classe de teores mdios (0,12, 0,20, 0,25, 0,35 e 0,45 cmol dm ) existe uma menor probabilidade de cresposta adubao potssica.

    Fonte: Broch & Ranno (2008).OBS: Tabela de interpretao baseada na experincia da FUNDAO MS em acompanhamento de propriedades rurais no MS e estudos de calibrao a campo em andamento.

    Tabela 2.9. Interpretao da anlise de solo para K extrado pelo mtodo Mehlich-1, de acordo com o teor de argila, para recomendao de adubao potssica. FUNDAO MS, 2010.

    ArgilaTeor de K no solo (Mehlich-1)

    -3---------------------------------------------------cmol .dm -------------------------------------------------------c---- % ----

    15

    16 a 30

    31 a 45

    46 a 60

    > 60

    < 0,07

    < 0,13

    < 0,17

    < 0,20

    < 0,27

    0,08 a 0,12

    0,14 a 0,20

    0,18 a 0,25

    0,25 a 0,35

    0,28 a 0,45

    > 0,12

    > 0,20

    > 0,25

    > 0,35

    > 0,45

    Baixo Mdio Alto% K na

    CTC ideal

    4 %

    4 %

    4 %

    4 %

    4 %

    26

    Tecnologia e Produo: Soja e Milho 2011/2012

  • Tabela 2.10. Indicao de adubao potssica corretiva e adubao potssica de manuteno, de acordo com a classe de disponibilidade de K. FUNDAO MS, 2010.

    1 Solos Argilosos = Teor de argila 30%; Solos Arenosos = Teor de argila < 30%.Fonte: Broch & Ranno (2008).

    Nveis deK

    Adubao potssica

    Adubao corretiva Adubao de manuteno

    Baixo

    Mdio

    Alto

    Milho Soja

    10 kg K O para cada2

    tonelada de gros

    a ser produzida

    20 kg K O para cada2

    tonelada de gros

    a ser produzida

    Solos argilosos> 30% argila

    Solos arenosos< 30% argila

    150

    75

    0

    80

    50

    0

    -1-------------------- kg K O ha ---------------------2

    Modo de aplicaoO modo de aplicao do fertilizante potssico depende dos nveis de K na anlise. Quando a anlise indicar

    nveis mdios a baixos h a necessidade de correo e o modo de aplicao do potssio de correo pode ser definido da seguinte forma:

    - Em reas de abertura: aplicar a lano e incorporar com a ltima grade niveladora at 8-10 cm juntamente com a fosfatagem, se a anlise do solo indicar essa necessidade.

    - Nas reas em cultivo sob plantio direto: aplicar a lano ou, preferencialmente, aplicar com semeadora no espaamento de 17 a 20 cm e profundidade de 2-3 cm.

    Quando a anlise indicar teores altos de K, no h a necessidade de correo e faz-se apenas adubao de manuteno com doses que correspondem a 10 kg de K O para cada tonelada de gros de milho e 20 kg de K O para 2 2cada tonelada de gros de soja a ser produzida por hectare. O fertilizante potssico de manuteno pode ser aplicado antes da semeadura a lano, antes da semeadura com semeadora no espaamento de 17 a 20 cm e profundidade de 2-3 cm ou no sulco de semeadura, desde que se afaste o fertilizante a uma distncia mnima de 8 a

    -110 cm das sementes. Por segurana, pode-se trabalhar com at 60-70 kg ha K O no sulco de semeadura, mantendo-2se o cuidado de afastar o fertilizante potssico no mnimo 8 a 10 cm das sementes. As quantidades recomendadas que excederem estes limites podem ser aplicadas a lano, previamente ao plantio.

    Definio da doseA dose de potssio a aplicar determinada pelos nveis de potssio na anlise de solo e pode seguir as

    indicaes da Tabela 2.10, abaixo:

    27

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  • O enxofre (S) um elemento essencial s plantas. Os solos do Mato Grosso do Sul, assim como os solos de outros estados da Regio Central do Brasil so naturalmente deficientes em S, sendo frequente a deficincia visual deste nutriente, que pode ser visualizada tanto em pastagens degradadas (Figura 2.17), como nas culturas anuais como a soja (Figura 2.18). A dinmica deste elemento est bastante relacionada com a dinmica da matria orgnica e, desta forma, a manuteno de teores adequados de matria orgnica pode auxiliar no suprimento gradual de S s plantas, atravs da sua mineralizao. No entanto, o uso do solo de forma inadequada, em sistema de plantio convencional ou em sistema plantio direto com pouca palha, resulta em diminuies no teor de matria orgnica o que, associado ao uso de fertilizantes concentrados sem a presena ou com baixas propores de S e associado s exportaes deste elemento pelas colheitas, vo reduzindo gradativamente a sua disponibilidade. Neste contexto, os solos tornam-se ainda mais deficientes neste elemento e aumenta-se a probabilidade de resposta das culturas agrcolas adubao com S na regio.

    Tomada de decisoPara determinar a necessidade de enxofre deve-se

    fazer a anlise de solo em duas profundidades, 0 a 20 cm e 20 a 40 cm, devido mobilidade deste nutriente no solo e o seu acmulo na camada de 20 a 40 cm.

    Definio da doseA Tabela 2.11 apresenta as quantidades de S

    recomendadas para a soja e milho de acordo com a classe de teores no solo pelo extrator fosfato monoclcico, Ca (H PO ) 2 4 2

    -10,01 M L . Nos solos argilosos (> 40% argila), os nveis crticos -3 -3so de 10 mg dm para a camada de 0 a 20 cm e 35 mg dm

    para a camada de 20 a 40 cm. J em solos arenosos, os nveis -3 -crticos so de 3 mg dm para a camada de 0 a 20 cm e 9 mg dm

    3 para a camada de 20 a 40 cm (Sfredo et al., 2003). Acima destes teores h uma menor resposta adubao com S e utiliza-se apenas a adubao de manuteno, que corresponde a 10 kg S para cada tonelada de gros de soja e 5 kg S para cada tonelada de gros de milho a ser produzida.

    2.2.7. Adubao com enxofre (S)

    Figura 2.17. Aspecto visual de uma pastagem degradada deficiente em enxofre, em solo argiloso com baixos teores de enxofre disponvel. FUNDAO MS, 2010.

    Figura 2.18. Aspecto visual da soja semeada com frmula de plantio rica em enxofre ( esquerda, plantas normais) e pobre em enxofre ( direita, plantas deficientes) em solo argiloso com baixos teores iniciais deste nutriente. FUNDAO MS, 2010.

    +S -S

    28

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  • Tabela 2.11. -3Interpretao dos teores de enxofre no solo conforme as faixas de teores de S no solo (mg dm ) a duas profundidades no perfil do solo, para a cultura da soja. FUNDAO MS, 2010.

    -1Extrator: Fosfato monoclcico Ca(H PO ) 0,01 M L ; Determinao Turbidimtrica.2 4 21M = Manuteno: - 10 kg de S para cada tonelada de gros de soja esperada. - 5 kg de S para cada tonelada de gros de milho esperada.Adaptado de Sfredo et al. (2003).

    Faixas paraInterpretao

    Solos Argilosos (> 40% de argila)

    Solos Arenosos (< 40% de argila)

    Quantidade deS a aplicar

    -1(kg.ha )0 a 20 cm 20 a 40 cm 0 a 20 cm 20 a 40 cm 0 a 20 cm 20 a 40 cm

    Baixo

    Baixo

    Baixo

    Mdio

    Mdio

    Mdio

    Alto

    Alto

    Alto

    Baixo

    Mdio

    Alto

    Baixo

    Mdio

    Alto

    Baixo

    Mdio

    Alto

    < 5

    < 5

    < 5

    5 a 10

    5 a 10

    5 a 10

    > 10

    > 10

    > 10

    < 20

    20 a 35

    > 35

    < 20

    20 a 35

    > 35

    < 20

    20 a 35

    > 35

    < 2

    < 2

    < 2

    2 a 3

    2 a 3

    2 a 3

    > 3

    > 3

    > 3

    < 6

    6 a 9

    > 9

    < 6

    6 a 9

    > 9

    < 6

    6 a 9

    > 9

    180 + M

    60 + M

    40 + M

    60 + M

    40 + M

    M

    40 + M

    M

    M

    Fontes e modo de aplicaoCom relao s fontes de S existem diversas opes como, por exemplo, o gesso agrcola (15 a 18% de S), o

    superfosfato simples (10 a 12% S), o enxofre elementar p (95 a 98% S), o enxofre elementar granulado (70% S), o enxofre elementar peletizado (90% S) e, a utilizao de formulaes de fertilizantes contendo S. Todas estas opes so eficientes com relao capacidade de suprimento de S s plantas.

    O modo de aplicao vai depender da fonte escolhida. Pode ser a lano em superfcie ou a lano seguida de incorporao com grade niveladora (nas reas de abertura) para todas as opes acima. No caso do enxofre elementar granulado, do enxofre elementar peletizado e do superfosfato simples a aplicao tambm pode ser no sulco previamente semeadura (com semeadora TD/SHM no espaamento de 17 a 20 cm e profundidade de 2-3 cm) ou no sulco de semeadura no momento da semeadura da soja (com a semeadora da soja no espaamento de 40 a 50 cm e profundidade de 8-12 cm) em mistura com o fertilizante de plantio. interessante lembrar que h uma dificuldade imensa na aplicao do enxofre elementar p, que praticamente inviabiliza sua utilizao. Em funo disto, deve-se dar preferncia para a sua forma granulada ou peletizada.

    Em solos com baixos teores de enxofre h a nessecidade de aplicao de altas doses de enxofre, que -1chegam a ultrapassar os 100 kg ha , como foi visto na Tabela 2.11. Estas quantidades no so possveis de serem

    atingidas apenas via adubao de plantio, em funo das baixas concentraes de S nas frmulas convencionalmente utilizadas. Em solos pobres em enxofre faz-se necessria a correo prvia da deficincia deste nutriente com fontes concentradas como o gesso agrcola, o superfosfato simples, o enxofre elementar p, granulado ou peletizado.

    Este fato foi comprovado em trabalho realizado pela FUNDAO MS na safra 1998/99, em solo argiloso com baixo teor inicial de enxofre (Tabela 2.12), em que se observou respostas tcnicas correo prvia da deficincia de enxofre com a aplicao de gesso agrcola, mesmo com a utilizao de frmula rica em enxofre

    -1como o 00-16-16 + S: 7,0% (Fosmag 530 M6) no sulco de plantio, com ganho de 2,5 sc ha . A resposta a correo prvia da deficincia de enxofre com a aplicao de gesso agrcola foi tanto maior quanto menor o teor de enxofre

    -1 na frmula de plantio, com ganhos de 3 sc ha quando se utilizou a frmula 02-20-20 + S: 4,0% (mdio teor de -1enxofre), e de 20,4 sc ha , no tratamento em que se utizou MAP no sulco + KCl a lano (0% S), comprovando a

    carncia em S deste solo.

    29

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  • Figura 2.19. Aspecto visual do experimento em faixas com uso de formulaes com diferentes concentraes de enxofre sem e com a utilizao de gesso agrcola, em solo argiloso com baixo teor inicial de enxofre. Maracaju/MS. FUNDAO MS, 2010.

    Tabela 2.12. -1Produtividade da soja (sc ha ) cv. FT-20, safra 1998/99, em resposta ao uso de formulaes com diferentes concentraes de enxofre sem e com a utilizao de gesso agrcola previamente ao plantio, em solo argiloso com baixo teor inicial de enxofre. Maracaju/MS. FUNDAO MS, 2010.

    1 -1 -1Adubao: aplicou-se 80 kg ha P O e 80 kg ha K O via sulco de plantio + KCl cobertura (quando necessrio).2 5 22 -1 Frmula: - 500 kg ha 00-16-16 + Ca:10%; Mg:2,5%; S:7%; Zn:0,75%; B:0,2%; Cu:0,25% e Mn:0,3%(FOSMAG 530 M6) no sulco de plantio.

    -1 - 400 kg ha 02-20-20 + Ca:9%; S: 4%; Zn:0,3%; B:0,15%; Cu:0,2% e Mn:0,2% no sulco de plantio.-1 -1 - 160 kg ha 10-52-00 (MAP) no sulco de plantio + 133 kg ha Cloreto de potasio (KCl) em cobertura.

    Mdia 53,9

    2Frmula

    500

    400

    160

    Dose

    100-16-16 + S: 7,0%202-20-20 + S: 4,0%310-52-00 + S: 0,0%

    54,3

    51,2

    43,3

    1AdubaoMdia

    53,0

    49,7

    33,1

    55,5

    52,7

    53,5

    0 300Gesso ( )-1kg ha

    -1----------------------------------- sc.ha -----------------------------------

    45,3

    Quando no se realizou a correo prvia da deficincia de enxofre com o gesso agrcola, apresentou melhor desempenho a frmula mais concentrada em enxofre, o 00-16-16 + S: 7,0% (Fosmag 530 M6), que

    -1proporcionou um incremento de 19,9 sc ha em relao ao MAP no sulco + KCl a lano (0% S). J o 02-20-20 + S: 4,0% -1(mdio teor de enxofre), apresentou desempenho intermedirio e proporcionou um incremento de 16,6 sc ha em

    relao ao MAP no sulco + KCl a lano (0% S). Nas situaes de cultivo da soja em solos pobres em enxofre e que no h a possibilidade de correo

    prvia da deficincia com fontes concentradas como o gesso agrcola, o superfosfato simples, o enxofre elementar p, o enxofre elementar peletizado ou o enxofre elementar granulado, deve-se dar preferncia a frmulas de plantio ricas ou mais concentradas em S, sob pena de perdas expressivas na produtividade da soja pela deficincia deste nutriente, como pode ser visualizado na Figura 2.19.

    30

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  • Figura 2.21. Aspecto visual das plantas da soja sem molibdnio ( esquerda, com deficincia visual) e com molibdnio ( direita, normais) via foliar em V4 em rea com baixos teores disponveis deste nutriente. FUNDAO MS, 2010.

    Sem Mo Com Mo

    O molibdnio (Mo) um elemento essencial s plantas e faz parte do grupo de elementos envolvidos em reaes redox (Taiz & Zeiger, 2002). Os ons

    +4 +6molibdnio (Mo at Mo ) so componentes de vrias enzimas, incluindo a nitrato redutase e a nitrogenase, responsveis, respectivamente, por catalisar a converso de nitrato a nitrito durante a assimilao pelas clulas vegetais e converter N a ammia em microrganismos 2fixadores de nitrognio. Na soja, sua principal atuao est no processo de fixao biolgica do nitrognio (FBN). A falta de Mo ocasiona menor sntese da enzima nitrogenase, com reduo da FBN e, em consequncia, reduo na produtividade (Vidor & Peres, 1988). Na Figura 2.20 est ilustrada a deficincia de molibdnio na soja, em solo com baixos teores iniciais deste nutriente.

    J o cobalto (Co), apesar de no se apresentar como elemento essencial s plantas, um elemento essencial aos microrganismos fixadores de N . O Co faz 2

    2.2.8. Adubao com micronutrientes

    Molibdnio (Mo) e Cobalto (Co)

    Figura 2.20. Aspecto visual das folhas (triflios) da soja sem molibdnio ( esquerda, deficincia visual) e com molibdnio ( direita, normais) via sementes em rea com baixos teores disponveis deste nutriente.

    Sem MoCom Mo

    parte da enzima cobalamina (vitamina B12 e seus derivados), um componente de vrias enzimas em microrganismos fixadores de N .2

    Tomada de decisoTrabalhos de pesquisa com Mo e Co conduzidos na FUNDAO MS nos ltimos 13 anos apontam para um

    incremento significativo na produtividade da soja com a utilizao destes nutrientes. Em mdia, a utilizao de Mo e -1Co tem proporcionado um incremento de 4,5 sc ha na produtividade da soja. Em algumas situaes, na abertura de

    -1reas cujos solos so pobres em Mo, tem-se observado respostas superiores a 20 sc ha . A Figura 2.21 abaixo ilustra os sintomas de deficincia de Mo observados:

    31

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  • Emergncia Normal

    Deficincia de Ferro

    Figura 2.22. Aspecto visual das plntulas de soja com fornecimento de dose oadequada de Cobalto (1 foto), com fornecimento de dose

    o oexcessiva de Cobalto (2 e 3 foto) e mistura mal feita da fonte o ode Cobalto nas sementes (4 e 5 foto), resultando na

    deficincia momentnea de ferro. FUNDAO MS, 2010.

    Definio da doseEmbora a eficincia da FBN exija

    pequenas quantidades de Mo e Co, a utilizao destes micronutrientes indispensvel, pois a maioria dos solos onde se cultiva soja no supre adequadamente esta demanda.

    Na cultura da soja indica-se a aplicao -1de 2 a 3 g de Co e 20 a 30 g Mo ha via sementes ou

    em pulverizao foliar entre os estgios V3 e V5. interessante que no se aplique doses

    -1superiores a 3 g ha de Co via sementes bob risco de ocorrncia de deficincia de ferro, induzida pelo excesso de Co na emergncia da soja, como pode ser visto na Figura 2.22. Quando a mistura da fonte de Co s sementes mal feita, mesmo nas

    -1doses recomendadas, entre 2 e 3 g ha de Co via sementes, pode haver deficincia de ferro pelo excesso de Co. Percebe-se que alm de aplicar o produto nas doses recomendadas, fundamental mistur-lo uniformemente s sementes.

    Modo de aplicaoA FUNDAO MS tem observado

    eficincia equivalente para aplicao de Mo e Co via sementes ou via foliar no estgio V4, desde que no se perca produto por precipitao pluviomtrica logo aps a aplicao. Assim, possivel substituir a dose de Mo e Co prevista para a aplicao via sementes pela aplicao via foliar em V4.

    Em reas virgens, reas novas ou sem cultivo anterior de soja, deve-se dar preferncia ao fornecimento de Mo e Co via foliar em V4, com o objetivo de favorecer a sobrevivncia das bactrias do inoculante.

    Em reas velhas, com cultivo anterior de soja, a aplicao poder ser realizada de ambos os modos, via sementes ou via foliar. Nestas reas existe tambm a possibilidade de fazer uma complementao da dose de Mo via

    -1sementes com aplicao foliar exclusiva de Mo na dose de 20 a 30 g ha at a pr-florada (estdio R1), com possveis benefcios fixao biolgica de N.

    32

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  • Tabela 2.14. Indicao de doses de B, Cu, Mn e Zn a serem utilizadas em funo dos nveis no solo. FUNDAO MS, 2010.

    A determinao da necessidade de utilizao de Zn, Mn, Cu e B pode ser feita com base no resultado de anlise do solo pelos extratos Mehlich-1 e/ou DTPA para Zn, Mn e Cu e gua quente para B. Na Tabela 2.13 esto apresentados os limites para interpretao dos teores de micronutrientes no solo para culturas anuais na regio do Cerrado. Quando os teores de Zn, Mn, Cu e B no solo se encontram em nveis altos, existe uma baixa probabilidade de resposta tcnica adubao com estes micronutrientes.

    Zinco (Zn), mangans (Mn), cobre (Cu) e boro (B)

    Tabela 2.13. Limites para interpretao dos teores de micronutrientes no solo para culturas anuais, na regio do Cerrado. FUNDAO MS, 2010.

    Apadtado de EMBRAPA (2006).

    Caso a anlise do solo indicar a necessidade de utilizao, as quantidades de Zn, Mn, Cu e B a serem utilizadas podem corresponder s contidas na Tabela 2.14, abaixo.

    Apadtado de EMBRAPA (2006).

    < 5

    5 - 12

    > 12

    < 1,3

    1,3 - 5,0

    > 5,0

    < 0,3

    0,3 - 0,8

    > 0,8

    1,2

    < 2,0

    2,0 - 5,0

    > 5,0

    < 0,5

    0,5 - 0,8

    > 0,8

    < 1,1

    1,1 - 1,6

    > 1,6

    < 0,3

    0,3 - 0,5

    > 0,5

    Baixo

    Mdio

    Alto

    6,0

    5,0

    4,0

    6,0

    4,0

    2,0

    2,5

    1,5

    0,5

    1,5

    1,0

    0,5

    Baixo

    Mdio

    Alto

    A Tabela 2.14 indica a utilizao destes micronutrientes mesmo quando os teores no solo se encontram em nveis altos, para efeito de manuteno. No entento, sabe-se que o efeito residual de uma correo com estes micronutrientes atinge, pelo menos, um perodo de 5 anos. Assim, em um momento de dificuldade financeira, teores altos no solo nas anlises das ltimas trs safras, permitem a no utilizao destes micronutrientes durante uma safra, sem comprometimento ao potencial produtivo.

    33

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  • A anl ise fo l iar pode fornecer informaes complementares quelas geradas pela anlise de solo e auxiliar na soluo de algum problema nutricional, assim como auxiliar no planejamento da adubao. Para isto, fundamental a obteno de amostras representativas (estdio fenolgico, rgo analisado, variedade, local de coleta na planta e poca de amostragem). Deve-se evitar a amostragem prxima de estradas e/ou carreadores (em funo da contaminao pela poeira), em plantas atacadas por doenas ou pragas e em reas que receberam aplicao recente de nutrientes via foliar. Caso seja visualizado algum sintoma de desordem nutricional em algum estdio fenolgico diferente da programao da anlise foliar pode-se fazer amostragem das plantas tidas como normais e naquelas tidas como anormais e enviar o material colhido para o laboratrio (Oliveira, 2004).

    Para a cultura da soja a poca de coleta no pleno florescimento (estdio fenolgico R2). Deve-se coletar a primeira folha (triflio) com aspecto maduro a partir do pice da planta, sem o pecolo. Cada amostra representativa de uma gleba homognea constituda de 30 folhas (triflios), uma por planta. A Figura 2.23 ilustra o procedimento para a coleta de folhas na cultura da soja.

    Figura 2.23. Procedimento de coleta de folhas em soja, coletando-se a primeira folha (triflio) com aspecto maduro a partir do pice da planta, sem o pecolo, no pleno florescimento. FUNDAO MS, 2010.

    o1 Folha (triflio) madura,sem o pecolo

    Na Tabela 2.15 est apresentada a amplitude de teores foliares de nutrientes na cultura da soja em pleno florescimento (R 2) em experimentos e lavouras de alta produtividade, em vrios municpios do estado do Mato Grosso do Sul, os quais podem ser considerados como teores adequados.

    Tabela 2.15. Concentrao foliar de nutrientes na cultura da soja em experimentos e lavouras de alta produtividade no MS. FUNDAO MS, 2010.

    1Dados de 15 anos de pesquisa e de acompanhamento de propriedades rurais pela FUNDAO MS em vrios municpios do estado do Mato Grosso do Sul, em condies de alta produtividade de soja. OBS: Amostragem de folhas realizada no pleno florescimento (R2), coletando-se a primeira folha (triflio) com aspecto de madura a partir do pice da planta, sem o pecolo. Cada amostra representativa de uma gleba homognea se constituiu de 30 folhas, uma por planta.

    N

    P

    K

    Ca

    Mg

    S

    Elemento 1Concentrao foliar adequada

    ----- ------1g kg

    45,0 - 55,0

    2,8 - 3,5

    18,0 - 22,0

    8,0 - 12,0

    3,0 - 3,9

    2,5 - 3,3

    -----% -----

    4,5 - 5,5

    0,28 - 0,35

    1,8 - 2,2

    0,8 - 1,2

    0,30 - 0,39

    0,25 - 0,33

    Fe

    Mn

    Cu

    Zn

    B

    Elemento 1Concentrao foliar adequada

    ----- m ------1g kg

    150 - 200

    40 - 140

    8 - 10

    40 - 60

    45 - 55

    -3-----mg dm -----

    150 - 200

    40 - 140

    8 - 10

    40 - 60

    45 - 55

    2.3. Amostragem de folhas

    2.4. Interpretao da anlise foliar

    34

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  • A adubao de manuteno que visa repor a exportao de nutrientes uma estratgia vivel nas reas corrigidas, cujos teores de nutrientes no solo, especialmente fsforo e potssio estejam em nveis adequados, acima do nvel crtico (90% rendimento potencial), ou em nveis altos. Na adubao de manuteno, adicionam-se as quantidades de nutrientes exportadas em funo da expectativa de produtividade, que constam na Tabela 2.16 abaixo, mais as perdas do sistema. Em geral, no caso do fsforo o acrscimo devido s perdas varia de 20 a 30% da exportao. Para o potssio, pode-se considerar um acrscimo devido s perdas de 10% da exportao.

    -1Se tomarmos como exemplo na Tabela 2.16 abaixo uma expectativa de produtividade de 60 sc ha de soja, -1 -1uma exportao de 36 kg ha de P O e 72 kg ha de K Oneste nvel de produtividade e um aproveitamento de 70% 2 5 2

    do fsforo (30% perdas) e de 90% do potssio (10% perdas) aplicado a dose de fsforo e potssio de manuteno a -1 -1ser aplicada ser de 50 kg ha P O e 80 kg ha K O, respectivamente.2 5 2

    -1 -1Tabela 2.16. Extrao e exportao de macronutrientes (kg ha ) e micronutrientes (g ha ) pela cultura da soja em funo da produtividade atingida ou da expectativa de produtividade. FUNDAO MS, 2010.

    ------------ ------------------1------------------------------------------------------- kg.ha ---------------------------------------------------

    --------------------------------------------------------------------- ----------------------------------------------------------------------1 g.ha

    Produtividade atingida / Expectativa de produtividade

    Nutriente

    N

    P O2 5K O2

    S

    Ca

    Mg

    Mo

    Zn

    Mn

    Cu

    B

    -1 -13,0 t.ha ou 50 sc.ha

    Extrado Exportado

    249

    46

    114

    46

    37

    20

    21

    183

    390

    78

    231

    153

    30

    60

    16

    9

    6

    15

    120

    90

    30

    60

    Extrado Exportado

    -1 -13,6 t.ha ou 60 sc.ha

    299

    55

    137

    55

    44

    24

    25

    220

    468

    94

    277

    184

    36

    72

    19

    11

    7,2

    18

    144

    108

    36

    72

    Extrado Exportado

    -1 -14,2 t.ha ou 70 sc.ha

    349

    65

    160

    65

    51

    28

    29

    256

    546

    109

    323

    214

    42

    84

    23

    13

    8

    21

    168

    126

    42

    84

    Adaptado de EMBRAPA (2006).

    2.5. Extrao e exportao de nutrientes

    35

    Tecnologia e Produo: Soja e Milho 2011/2012

  • Critrios para a sua utilizao-A adubao de manuteno a lano uma opo para solos corrigidos de boa fertilidade sob sistema

    plantio direto bem conduzido (cujos teores de fsforo, potssio e demais nutrientes na anlise de solo estejam acima do nvel crtico), localizados em regies que no apresentam perodos prolongados de dficit hdrico;

    -Em solos de mdia fertilidade (mdios teores de fsforo e potssio) deve-se aplicar pelo menos 50% do fertilizante de manuteno no sulco de semeadura. Em nveis mdios de fertilidade a adubao de manuteno a lano somente apresentar resultado satisfatrio na ausncia de restrio hdrica cultura;

    - Em solos com baixos teores de fsforo e potssio e/ou nas regies com ocorrncia de perodos prolongados de dficit hdrico, deve-se priorizar a aplicao do fertilizante de manuteno no sulco de semeadura;

    CuidadosAteno especial quanto regulagem dos equipamentos de distribuio a lano de fertilizantes:- A regulagem esttica do equipamento pode subestimar a dose/ha aplicada;- A largura til de trabalho deste tipo de equipamento inferior a largura mxima de trabalho, sendo

    necessrio haver a sobre-posio de passadas adjacentes;- Cada equipamento foi projetado para fazer aplicaes em uma determinada largura mxima d