Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas.

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ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOÃO CRUZ Título: Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas. Disciplina: Língua Portuguesa Professor: Maria Piedade Teodoro da Silva Alunos: Ana Letícia Faria nº3 Larissa Maciel Matos nº26 Millena Caroline Figueira nº32 Série: Segundo ano do Ensino Médio B Jacareí 2014

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ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOÃO CRUZ

Título: Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas.

Disciplina: Língua Portuguesa

Professor: Maria Piedade Teodoro da Silva

Alunos: Ana Letícia Faria nº3

Larissa Maciel Matos nº26

Millena Caroline Figueira nº32

Série: Segundo ano do Ensino Médio B

Jacareí

2014

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................3

2. REALISMO NA SOCIEDADE BRASILEIRA...........................................................4

2.1 Origem do Movimento Literário Realismo...................................................4

2.1.1 Origem do Movimento Literário Realismo no Brasil.............;...................4

2.2. O que foi o Movimento Literário Realismo no Brasil...................................5

2.3 Nova tendência...........................................................................................5

2.3.1 Nova tendência: Realismo-Naturalismo...................................................5

2.3.2 Realismo- Naturalismo no Brasil..............................................................5

2.4 Evolução do Movimento Literário Realismo para o Movimento Literário

Naturalismo..................................................................................................................6

2.5 Machado de Assis: maior escritor do Brasil.................................................7

2.5.1 Importância de Machado para o Movimento Literário Realismo no

Brasil.........................................................................................................................................7

2.5.2 Fases pertencentes às escrituras de Machado de Assis.........................8

2.5.2.1Conceito das principais obras das fases machadianas.......................8

2.5.3 Quem é Joaquim Maria Machado de Assis............................................11

2.5.4. Trabalhos de Machado de Assis...........................................................11

2.6 Colaborador do Movimento: Aluísio de Azevedo......................................13

2.6.1 Quem é Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo....................................13

2.6.2 Principais obras e estilo de escritura de Aluísio de Azevedo.................13

3. Considerações finais...........................................................................................15

4. Referências...........................................................................................................16

5. Anexos...................................................................................................................19

5.1 Machado de Assis.....................................................................................19

5.2 Obras machadianas...................................................................................19

5.3 Aluísio Azevedo.........................................................................................21

5.4 Obras de Aluísio Azevedo.........................................................................22

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1. INTRODUÇÃO

Essa pesquisa tem como foco aprofundar conhecimento sobre o

Movimento Literário Realismo, este terá como foco o Brasil. De antemão, pode-se

dizer que esse movimento se configura em nítida oposição ao Movimento Literário

Romantismo.

Já se sabe que o tema "Realismo: retrato da sociedade brasileira" é

bem abrangente, por isso o estudo se norteia em responder, no decorrer da

pesquisa, os seguintes questionamentos: "Quais são as características do

Movimento Literário Realismo?", "Como se deu a evolução do Movimento Literário

Realismo para o Movimento Literário Naturalismo?" e "Por que Machado de Assis foi

importante para o Movimento Literário Realismo no Brasil?".

Justifica-se o trabalho então não só por ser uma exigência do Currículo

do Estado de São Paulo, mas também por faltar entendimento crítico de textos

literários principalmente do Realismo: origens e suas características.

Têm-se como objetivo conhecer o Movimento Literário Realismo no

Brasil, entender a evolução do Movimento Literário Realismo para o Movimento

Literário Naturalismo, além de conhecer o maior escritor do Movimento Literário

Realismo brasileiro e sua importância: Machado de Assis.

Espera-se que, no final da pesquisa ter respondido todos os

questionamentos propostos, assim como concluir todos os objetivos almejados,

obtendo assim um conhecimento maior sobre o Movimento Literário Realismo que

teve como foco o Brasil e as obras Machadianas.

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2. REALISMO NA SOCIEDADE BRASILEIRA

2.1 Origem do Movimento Literário Realismo

Realismo trata-se de um movimento artístico e literário surgido em

meados do século XIX, na Europa (na França mais precisamente), em sequência, e

em oposição do Movimento Literário Romantismo, contrariamente, a estética

romântica, em que a narrativa de aventura ou a o romance de amor contrapunham

um herói íntegro às forças sociais instituídas, o texto realista criticava as futilidades

da vida burguesa.

2.1.1 Origem do Movimento Literário Realismo no Brasil

No Brasil, o Realismo se manifestou por volta de 1870, fugindo do foco

sentimental e emocional, sendo expresso por textos em prosa e em verso. Dentro da

sociedade brasileira não era mais possível ignorar a desigualdade de direitos e

supressão da liberdade que marcavam a sociedade da época. Armados de um olhar

atento, os escritores souberam transpor para o contexto da literatura, muitas vezes

de modo cômico e mordaz, os impasses vivenciados pela sociedade. A imagem de

uma elite que adaptava as ideologias progressistas a seus próprios interesses

constituiu um dos maiores alvos da crítica do Realismo brasileiro “A vida sem luta é

um mar morto no centro do organismo universal” (ASSIS, 2010). Machado de Assis

defendia que as pessoas lutassem por seus direitos, para assim, viver em uma

sociedade igualitária.

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2.2 O que foi o Movimento Literário Realismo no Brasil

Na literatura brasileira, o Movimento Literário Realismo manifestou-se,

principalmente, na prosa. Os romances realistas tornaram-se instrumentos de crítica

ao comportamento burguês e às instituições sociais. Muitos escritores românticos

começaram a explorar a proposta da literatura realista. Os especialistas em literatura

dizem que o marco inicial do movimento, no Brasil, é a publicação do livro Memórias

Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, em 1881. Nessa obra, o escritor

fluminense faz duras críticas à sociedade da época.

2.3 Nova tendência

2.3.1 Nova tendência: Realismo-Naturalismo

A partir da segunda metade do século XIX, as concepções estéticas

que nortearam o ideário romântico começaram a perder espaço. Uma nova

tendência, baseada na trama psicológica e em personagens inspirados na realidade,

toma conta da literatura ocidental. Estava inaugurado o Realismo-Naturalismo.

2.3.2 Realismo-Naturalismo no Brasil

No Brasil, essa passagem ocorre em 1881, com a publicação de

“Memória Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis (1839-1908) o romance

marca um tom cheio de ironias “(...) Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da

melancolia” (Machado, 2013) e negatividade “(...) não sei se lhe menti algumas

rabugens de pessimismo“ (Machado, 2013) e novo estilo na obra de Machado, bem

como audácia e inovando a literatura no cenário nacional “(...) Quando meu pai foi

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eleito deputado e veio para o Rio de Janeiro com a família“ (Machado, 2008), que o

fez receber, à época, resenhas estranhas, o autor rompe com Memórias Póstumas

de Brás Cubas com a narração linear e objetivista retratando o Rio de Janeiro e sua

época em geral com pessimismo, ironia e indiferença que era seu marco. Memórias

Póstumas de Brás Cubas retrata a escravidão, as classes sociais, o cientificismo e o

positivismo da época, chegando a criar, inclusive, uma nova filosofia. E de “O

Mulato”, de Aluísio Azevedo (1857-1913) também marcou essa passagem, esse livro

contém denuncia ao preconceito racial na sociedade maranhense e da corrupção do

clero, provocando irritação os comprovincianos de Aluísio a ponto de o escritor

resolver mudar-se para a corte, onde fizera sucesso. Enquanto o livro de Machado

apresenta acentuado viés realista, o de Aluísio é claramente naturalista.

“Machado de Assis é considerado o maior escritor do Realismo por criticar a

sociedade burguesa”; “Aluísio de Azevedo é naturalista por escrever que o ser

humano e suas atitudes dependem do meio em que vivem”

2.4 Evolução do Movimento Literário Realismo para o Movimento Literário

Naturalismo

Enquanto o Romantismo era criticado por exaltar o sentimento, a

emoção e iludir o leitor, levando-o a um mundo de sonhos, o Realismo, segundo o

escritor português, Eça de Queiroz, condenaria o que houvesse de mal na

sociedade.

Os escritores realistas consideravam que a arte deveria ser dotada de

uma finalidade moralizante. A função do escritor era condenar os vícios, mostrar o

certo e o errado, para limpar a sociedade e a consciência dos indivíduos.

Curiosamente, tanto o Romantismo quanto o Realismo apresentavam como

princípios fundamentais a aliança entre o belo, o justo e o verdadeiro, contudo, por

vias diferentes. Enquanto o artista realista acreditava na possibilidade de alcançar a

verdade absoluta por meio da ciência, o romântico, como um iluminado por Deus, se

guiava pela religião.

Para apontar todas as mazelas sociais, o romance realista se

caracterizava por descrições minuciosas, de maneira a constituir um espelho da

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sociedade para não falsear a realidade. Apesar de criticar os valores burgueses, os

romances realistas acabavam por validá-los, já que o pensamento da época não

contemplava outra saída. Como refém social, o homem, por heroísmo, renunciava à

própria vida, ou seguia a sociedade burguesa e renunciava à singularidade.

Ao punir a adúltera Luisa com a morte em O Primo Basílio, Eça de

Queiroz induz as esposas a permanecerem casadas e fiéis aos maridos, validando o

casamento, grande símbolo das instituições da sociedade burguesa, que pretendia

combater.

Embora seja contemporâneo do Romantismo e do Realismo, Machado

de Assis não deve ser classificado como membro integrante de nenhum desses dois

movimentos literários, uma vez que em suas obras são encontradas críticas a

ambos os estilos de época. Afinal, como citado anteriormente, ele antecipou traços

da estética modernista, sendo considerado por muitos autores como “inclassificável”.

[...] cavalgando um corcel nervoso, rijo, veloz, como o corcel

das antigas baladas que o Romantismo foi buscar ao castelo

medieval, para dar com ele nas ruas do nosso século. O pior

é que o estafaram a tal ponto, que foi preciso deitá-lo à

margem, onde o Realismo o veio achar comido de lazeira e

vermes, e, por compaixão, o transportou para os seus livros.

(ASSIS, 1978).

A literatura realista preserva uma “atitude natural”. O signo realista ou

representacional é doentio, pois pretende apagar a sua própria condição de signo

para alimentar a ilusão de que estamos percebendo a realidade sem a sua

intervenção. Dessa maneira, nega o caráter produtivo da linguagem e elimina o fato

de que só temos um mundo, porque temos a linguagem para significá-lo.

2.5 Machado de Assis: maior escritor do Brasil

2.5.1 Importância de Machado para o Movimento Literário Realismo no Brasil

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Machado de Assis é importante para o Movimento Literário Realismo

no Brasil por ser um grande crítico e escritor revelador não só do comportamento

humano, mas também do contexto sócio-político da época assim como em seus

romances pertencentes ao Romantismo.

2.5.2 Fases pertencentes às escrituras de Machado de Assis

Os romances de Machado de Assis costumam ser divididos em duas

fases. Segundo, Roberto Schwarz (Viena, 20 de agosto de 1938) um crítico literário,

ensaísta e professor aposentado de Teoria Literária brasileira que redigiu estudos

sobre Machado de Assis, a primeira fase, contém "romances considerados

convencionais, tanto por manterem-se presos às características dos romances do

século XIX como pela abordagem do contexto social". É, por assim dizer, a fase

romântica do autor, na qual as personagens de suas obras possuem características

românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de

seus livros. A segunda fase vem depois das crises epilépticas de Machado e é como

se tivesse havido uma evolução espiritual do autor. Esta é a fase, chamada realista.

Roberto Schwartz nos diz que é nesta fase que Machado de Assis "dá a pena (de

escrever)" às elites do seu tempo, ironizando o autoritarismo e a sociedade

senhorial, abrindo espaços para as questões psicológicas das personagens. É a

fase em que o autor retrata muito bem as características do Movimento Literário

Realismo. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano,

destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades.

2.5.2.1 Conceito das principais obras das fases machadianas

Na primeira fase suas obras de maior ênfase foram: Ressurreição

(1872), seu primeiro livro, é caracterizada por não haver excessos sentimentais,

reviravoltas na trama e final feliz do folhetim tipicamente romântico. Trata-se mais de

um romance psicológico, "o que, se não é inédito, é raro em romances românticos",

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no qual, mais importante que a intriga é "estudar o caráter e o comportamento" dos

personagens. A Mão e a Luva (1874), Narra a história de Guiomar, moça altiva e

segura de si, que procura, com frieza e calculismo, realizar o ambicioso plano de

ascender socialmente, compensando a sua modesta origem. Três homens

pretendem a mão de Guiomar: Estevão, Jorge e Luis Alves; Helena (1876), um

romance que se trata da história de uma moça, que sobe na escala social

inesperadamente. Quando o Conselheiro Vale morre, consta em seu testamento que

Helena (protagonista), moça internada num colégio de Botafogo, é sua filha. Helena

passa a viver com Úrsula, irmã do conselheiro, Estácio, agora meio-irmão, Dr.

Camargo, amigo de Vale e médico da família, e Eugênia, filha do Dr. Camargo.

Helena em face de seu temperamento expansivo e comunicativo conquista a afeição

de D. Úrsula e de Estácio. Mendonça apaixona-se pela moça. Helena passa a ser

objeto de afeição do próprio irmão, que, no entanto, está noivo de Eugênia. O padre

Melchior, guia espiritual da família, suspeita dos freqüentes encontros entre Helena

e Salvador. O mistério é esclarecido: Salvador é o pai de Helena, que fora

arrebatada pelo conselheiro, - encarregando-se de sua educação. Helena,

profundamente chocada com o estado de coisas, mesmo com a possibilidade de

poder casar com Estácio, não agüenta a emoção, adoece e morre; e Iaiá Garcia

(1878) uma trama que se desenrola entre os anos de 1866 e 1871. Casamentos

arranjados, amores proibidos e jogos de interesse compõem este painel que retrata

a sociedade contemporânea ao autor, e na segunda fase suas principais obras

foram Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.

Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis quebra as

regras da literatura fazendo uma narrativa não-linear que resultou a estranhamento

naquela época. O narrador nessa obra é extremamente negativo e também é um

defunto-autor, ou seja, Brás Cubas é um defunto retratando sua vida para eterniza-

la, essa posição de defunto-autor faz com que Brás Cubas se encontre na posição

na qual não precisa seguir juízos, pois tal pode falar o que quiser sobre o que quiser

(olhar unilateral) que não terá como contrariado, entretanto chama o leitor para

participar da obra para que tenhamos a mesma visão que ele. Para te convencer

melhor, ele faz o uso da narrativa lenta e não-linear já que existe o tempo

psicológico e o cronológico. Machado de Assis tem como característica falar sem

freio colocando todas suas críticas expressas em suas obras, então o narrador quer

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construir as personagens (Brás Cubas, Virgília, Marcela, Eugênia, Nhã Lo Ló, Lobo

Neves, Quincas Borba, Dona Plácida, Prudêncio) de dentro para fora. Machado de

Assis nessa obra critica as relações humanas, hipocrisia, a falsidade e o status

burguês. No último capítulo é retratada toda negatividade, no qual é expresso que

Brás Cubas não teve um grande amor, não foi senador, não se casou, mas como um

bom irônico termina o capítulo dizendo que ao menos não deixou um filho para

propagar a miséria humana.

Em Quincas Borba, Machado esteve preocupado em utilizar o

pessimismo e a ironia para criticar os costumes e a filosofia de seu tempo, embora

não subtraia resíduos românticos da trama. Quincas Borba foi escrito em terceira

pessoa, a fim de contar a história de Rubião, ingênuo rapaz que se torna discípulo e

herdeiro do filósofo Quincas Borba, personagem do romance anterior, e que, sendo

enganado por seu amigo capitalista Cristiano e sua esposa Sofia, paixão de Rubião,

vive na pele todo o fundamento teórico do Humanitismo, filosofia fictícia daquele

filósofo. Quincas Borba, de fato, foca-se melhor nos temas secundários. Estes

incluem uma paródia ao cientificismo e ao evolucionismo da época, bem como ao

positivismo de Comte e à lei do mais forte, uma adaptação da seleção natural de

Charles Darwin a nível social. O livro tem recebido vários estudos e interpretações

ao longo do tempo, sobretudo sociológicos, que o consideram um romance que trata

principalmente da transformação do homem em objeto do homem e a sua

"coisificação". Quincas Borba, um dos que mais interesse tem despertado em novas

edições e traduções para outras línguas, está entre os principais livros da obra

machadiana.

Em Dom Casmurro, o romance inicia-se numa situação posterior a

todos os seus acontecimentos. Bento Santiago, já um homem de idade, conta ao

leitor como recebeu a alcunha de Dom Casmurro. A expressão fora inventada por

um jovem poeta, que tentara ler para ele no trem alguns de seus versos. Como

Bento cochilara durante a leitura, o rapaz ficou chateado e começou a chamá-lo

daquela forma. O narrador inicia então o projeto de rememorar sua existência, o que

ele chama de "atar as duas pontas da vida". O leitor é apresentado à infância de

Bentinho, quando ele vivia com a família num casarão da rua de Matacavalos.

No artigo "Instinto de Nacionalidade" (1899), Machado critica o principal

ponto de honra do Romantismo brasileiro: o tema nacionalista, nesse artigo ele diz

em poucas palavras que, para ser brasileiro não é necessário falar sempre de

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imagens nacionalistas e de símbolos, como na natureza do Brasil, e a figura

indígena. Em relação ao Realismo, Machado sempre se manteve crítico as normas

da escola. Para Carlos Fuentes, a produção de Machado de Assis é um verdadeiro

milagre do contexto limitado do realismo latino-americano.

2.5.3 Quem é Joaquim Maria Machado de Assis

Nasceu no Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839, filho de uma

família muito pobre. Mulato e vítima de preconceito, perdeu na infância sua mãe e

foi criado pela madrasta. Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um

grande escritor. Na infância, estudou numa escola pública durante o primário e

aprendeu francês e latim. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo, foi revisor e

funcionário público. Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, no

ano de 1908.

2.5.4 Trabalhos de Machado de Assis

Publicou seu primeiro poema intitulado “Ela”, na revista Marmota

Fluminense.

ELA

Seus olhos que brilham tanto,

Que prendem tão doce encanto,

Que prendem um casto amor

Onde com rara beleza,

Se esmerou a natureza

Com meiguice e com primor

Suas faces purpurinas

De rubras cores divinas

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De mago brilho e condão;

Meigas faces que harmonia

Inspira em doce poesia

Ao meu terno coração!

Sua boca meiga e breve,

Onde um sorriso de leve

Com doçura se desliza,

Ornando purpúrea cor,

Celestes lábios de amor

Que com neve se harmoniza.

Com sua boca mimosa

Solta voz harmoniosa

Que inspira ardente paixão,

Dos lábios de Querubim

Eu quisera ouvir um -sim-

P’ra alívio do coração!

Vem, ó anjo de candura,

Fazer a dita, a ventura

De minh’alma, sem vigor;

Donzela, vem dar-lhe alento,

“Dá-lhe um suspiro de amor!(ASSIS, 2008)

Trabalhou como colaborador de algumas revistas e jornais do Rio de

Janeiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro

presidente.

2.6 Colaborador do Movimento: Aluísio de Azevedo

2.6.1 Quem é Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo

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Considerado o pioneiro do naturalismo no Brasil, o

romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro; além de

bom desenhista e discreto pintor.Aluísio de Azevedo nasceu em São Luís, Maranhão

em 14 de abril de 1857. Quando jovem ele fazia caricaturas e poesias, como

colaborador, para jornais e revistas no Rio de Janeiro.

Faleceu em Buenos Aires, Argentina, no dia 21 de janeiro de 1913.

2.6.2 Principais obras e estilo de escritura de Aluisio de Azevedo

Fundador da cadeira número quatro da Academia Brasileira de Letras e

crítico social, este escritor naturalista foi autor de diversos livros, entre eles estão:

Seu primeiro romance publicado foi: Uma lágrima de mulher, em 1880. O Mulato,

que provocou escândalo na época de seu lançamento, Casa de Pensão, que o

consagrou e O Cortiço, conhecido com sua obra mais importante, o enredo de O

cortiço serve como padrão da obra de Aluísio Azevedo. O romance gira em torno da

vida de certo cortiço carioca, retratado como local promíscuo, capaz de contaminar

os que dali se aproximam. Sobre esse pano de fundo, o leitor acompanha a

ascensão econômica e social do inescrupuloso João Romão. Partidário do

pessimismo e influenciado por teorias deterministas, Azevedo submete seus

personagens ao poder do sexo e do dinheiro, de maneira que os dramas individuais

se tornam apêndices da luta coletiva cujo centro é o cortiço. O próprio estilo de

Azevedo reforça essas características: destacando-se pela descrição de grandes

painéis, o autor transmite a impressão de que os principais personagens não são as

pessoas, mas, sim, as forças da natureza ou da vida em sociedade. Obra de severa

crítica social, O cortiço denuncia os preconceitos raciais e a exploração do homem

pelo homem.

Este autor, que não escondia seu inconformismo com a sociedade

brasileira e com suas regras escreveu, Durante grande parte de sua vida, Aluísio de

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Azevedo viveu daquilo que ganhava como escritor, mas ao entrar para a vida

diplomática ele abandonou a produção literária.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Movimento Literário Realismo não possui as mesmas características

do Romantismo: espontaneidade e emoção; ele mostra a realidade, criticas e

angustias da sociedade; dentro do realismo o homem apresentava a influência de

movimentos políticos.

Os escritores visavam não retratar o belo, como no Movimento Literário

Romantismo, Machado de Assis se destacava no Realismo brasileiro, por ser

considerado “criador” do Realismo no Brasil, sendo absurdamente crítico e negando

a burguesia.

Com o Realismo surgiu novos campos de conhecimentos na literatura,

como: sociologia e a psicologia, além de evoluir algum tempo depois para outro

movimento que prezava uma de suas características: a natureza, sendo criado o

Naturalismo.

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4. REFERÊNCIAS

• ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas, 2008

• ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1978

• ASSIS, Machado de. Dom Casmurro, 2012

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Impacto-Realismo-Naturalismo-Aspectos-Gerais> Acessado em: 24 de

novembro de 2014 às: 13h04min.

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5. ANEXOS

5.1 Machado de Assis

5.2 Obras Machadianas

Primeira fase:

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Segunda fase:

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5.3 Aluisio de Azevedo

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5.4 Obras de Aluisio de Azevedo

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