Realismo narturalismo 2016

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Peneiradoras de trigo, de Gustave Coubert, 1819-1877. Revolução Industrial, fortalecimento da burguesia como classe dominante. As ideias avançadas do cientificismo e do materialismo europeu contaminam a elite brasileira. Opõem-se ao idealismo e ao espiritualismo romântico, pois nada que não pudesse ser visto, medido e examinado deveria merecer atenção.

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Peneiradoras de trigo, de Gustave Coubert, 1819-1877.

Revolução Industrial, fortalecimento da burguesia como classe

dominante.

As ideias avançadas do cientificismo

e do materialismo europeu

contaminam a elite brasileira.

Opõem-se ao idealismo e ao

espiritualismo romântico, pois nada

que não pudesse ser visto, medido e

examinado deveria merecer atenção.

• Surge a civilização industrial, massas trabalhadoras e os sindicatos.

• Movimento que luta por uma retratação do mundo mais objetiva, menos

fantasiosa, com uma visão e interpretação racional.

• A investigação da sociedade e dos caracteres individuais é feita “de dentro para

fora”, isto é, por meio de uma análise psicológica capaz de abranger toda sua

complexidade, utilizando entre outros recursos a ironia, que sugere e aponta, em

vez de afirmar.

• Ataca os fundamentos ideológicos da sociedade burguesa e suas instituições: o

casamento, o clero, a escravidão do homem ao trabalho como meio de “vencer na

vida”, os ricos e pobres – os marginais – as prostitutas – os operários.

O Realismo na escultura

• Na escultura, o grande representante realista foi o

Auguste Rodin.

• não se preocupou com a idealização da realidade.

• Ao contrário, procurou recriar os seres tais como

eles são;

• preferiam os temas contemporâneos, assumindo

muitas vezes uma intenção política em suas obras.

• Sua característica principal é a fixação do

momento significativo de um gesto humano.

O beijo - Auguste Rodin

O pensador - Auguste Rodin

Os Burgueses de Calais - Honoré de Balzac

O Realismo na arquitetura

• Os arquitetos e engenheiros procuram responderadequadamente às novas necessidades urbanas,criadas pela industrialização. As cidades não exigemmais ricos palácios e templos. Elas precisam defábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas,bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto paraos operários quanto para a nova burguesia.

• Em 1889, Gustave Eiffel levanta, em Paris, a TorreEiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz".

Pintura Realista

• Representa a realidade com a mesma

objetividade com que um cientista estuda

um fenômeno da natureza;

• A beleza está na realidade tal qual ela é;

• Os temas utilizados na pintura realista

partem de uma idéia imediata;

• Os artistas se tornam politizados;

• Surge a pintura social;

O tocador de Pífaro - Manet

O Concerto Campestre - Manet

Mulheres peneirando trigo - Gustave Courbet

As respigadeiras – Gustave Coubert

O Positivismo (o primado da ciência);

Evolucionismo (leis biológicas);

Determinismo (instinto, raça, hereditariedade);

Impassibilidade – contenção emocional – (busca-se uma

explicação lógica e científica para o comportamento);

Personagens esféricas – (opõe-se às personagens românticas, pois

são imprevisíveis, dinâmicas e têm profundidade psicológica);

Materialismo – (realidade Material);

Objetivismo – (verdade exata);

Predomínio das Sensações – (realista, sensorial e sexual);

Temas contemporâneos – (crítica social, burguesia, contra o clero,

contra o capitalismo selvagem);

Narrativa lenta – (pormenores na ação);

Preocupação formal – correção gramatical; predomínio de denotação.

O Romantismo não mais representa os

anseios da sociedade do século XIX, a

qual amadurecia, trazendo novos

hábitos de vida.

Solicitações materiais ou ideológicas da Revolução Industrial, nos países

desenvolvidos. Não em Portugal que era arcaico (até feudal). Mas os

burgueses progressistas importaram da França as teorias positivistas do

século XIX.

O barco desaparecido (1890),

de José Júlio Sousa Pinto.

A literatura, nutrida dessas novas concepções, abandona o

Romantismo e renova os conceitos sobre poesia, romance, crítica

e filosofia.

O pagamento dos ceifeiros, de Léon Lhermitte, 1882.

QUESTÃO COIMBRÃ

Em Portugal, o Realismo começa com

a polêmica entre seus partidários e

seguidores do Romantismo - a

chamada Questão Coimbrã. A

discussão envolve António Feliciano

de Castilho - que escreve posfácio

para o livro Poema da Mocidade, de

Pinheiro Chagas - e Antero de Quental

- que critica Castilho e defende o

ideário realista no opúsculo Bom

senso e bom gosto.

Poesia

Antero de Quental: adotando uma postura oposta ao lirismo ultra-

romântico, defende a missão social da poesia e apresenta em sua

obra uma busca filosófica da verdade através da própria

experiência. [Maior sonetista do Séc. XIX]

Cesário Verde: também se afasta do lirismo tradicional português,

sobretudo pelo tratamento que dá a temas como cidade, amor e

mulher. Buscando espontaneidade, usa estilo que valoriza a

linguagem concreta e o tom coloquial. "Poeta dos sentidos, do

cotidiano", constrói imagens com muitas cores, formas e sons.

José Maria Eça de Queirós nasceu em 1845 em

Póvoa do Varzim e morreu em 1900 em Paris.

Eça de Queirós é o maior romancista e prosador da literatura

portuguesa na segunda metade do século XIX.

Realismo tem início

efetivo no país em 1875,

quando Eça de Queirós

lançou O Crime do Padre

Amaro, primeira obra com

características realistas.

Academia Brasileira de Letras – permite que o escritor passe a ser

socialmente conhecido, gerando o academicismo, o qual ajustava-se

aos ideais da classe dominante.

No Brasil, o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo são

simultâneos e não sucessivos.

Morro do Livramento

Rio de Janeiro, 1839.

• A literatura passa a ser aceita pelos setores instruídos das classes

dominantes e das camadas médias.

• A figura mais expressiva da

corrente realista foi Machado de

Assis, pela excelência da obra

que determinou um salto

qualitativo que marcou a

maturação das nossas letras.

Foi um indivíduo excepcional: mulato, de origem humilde, conseguiu

estudar e trabalhar como tipógrafo na Imprensa Nacional. Escreveu desde

muito jovem para diversos jornais e revistas do Rio de Janeiro.

Graças à originalidade de seus textos e à fina percepção sobre o ser humano,

Machado de Assis tornou-se um dos escritores mais admirados de seu tempo.

Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu

no Morro do Livramento no Rio de Janeiro.

O Realismo inaugura-se em 1881, Com Memórias Póstumas de Brás Cubas

de MACHADO DE ASSIS. O Naturalismo aparece também em 1881, com O

Mulato de Aluísio de Azevedo e o Parnasianismo, em 1882 com o livro de

poemas Fanfarras, de Teófilo Dias.

Cena da obra

Memórias Póstumas

de Brás Cubas

Machado de Assis é o grande representante do Realismo no Brasil e

considerado o “O analista da alma humana”.

Na poesia – discreta, sem arrebatamentos, reflexiva e densa, mas quase

carente de emoções e vibração.

No romance – “não quis fazer romance de costumes” os romances são de

observação psicológica e o interesse como móvel principal das ações

humanas.

Em “Dom Casmurro”

Machado de Assis criou a

personagem olhos de ressaca:

CAPITU.

• Ruptura com a narrativa linear: não segue um fio

lógico ou cronológico e sim um ordenamento interior.

• Organização metalingüística do discurso narrativo:

Machado assume a posição de quem escreve e ao

mesmo tempo se vê escrevendo. O narrador comenta

com o leitor a própria escritura do romance.

• O universalismo: seu interesse jamais recaiu sobre a

cor local e buscou o universal, a essência e aparência

humana na sociedade de seu tempo.

A ironia, humor ácido e o pessimismo: são marcas de Machado de

Assis que revelam sempre uma visão desencantada da vida e do

homem.

O psicologismo: os acontecimentos exteriores são considerados

somente à medida que revelam o interior.

As influências: de uma formação clássica e

seguiu a ironia de Voltaire e o humor dos

ingleses.

Os grandes arquétipos: (modelo de ser vivo,

padrão exemplar) aparecem com relativa

freqüência nas obras machadianas.

Cena da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas

REALISMO É O SHOW!

Chegou um novo tempo,

momento especial

Já é segunda fase

revolução industrial

A fantasia se desfez

Da ciência agora é vez

E não é tão perfeito

o tal mundo burguês

Realismo é o show

Realismo é o show!

Visão objetiva

Nada sentimental

O herói tem problema

É um cara normal

Da realidade agora a vez,

com descrição na escrita fez,

o romance de tese

para vocês

Porque:

Realismo é o show

Realismo é o show!

Machado de Assis

Será o grande escritor

Com a fina ironia,

O pessimismo e o humor

Já em memórias de Brás

Conversa com o leitor

Traz a metalinguagem

"Autor defunto", "defunto autor"

Realismo é o show

Realismo é o show!

Um Realismo mais extremo (exacerbado).

Buscou analisar o comportamento humano ressaltando os aspectos

instintivos e biológicos.

Fez do romance um laboratório da vida e

do homem um caso animalesco.

Preferiu temas degradantes da condição

humana com taras, vícios, sedução,

homossexualismo.

Aproximou o homem ao animal – zoomorfismo.

Determinismo = raça, meio e momento.

A investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre “de

fora para dentro.”

Na teoria de O romance experimental

de Émile Zola, o escritor sintetiza os

fundamentos do Naturalismo, ao propor a

substituição do “estudo do homem

abstrato e metafísico pelo do homem

natural, sujeito a leis físico-químicas e

determinado pela influência do meio”.

Jornalista e desenhista caricaturista escreveu romances, contos,

operetas e revistas teatrais.

O MULATO (1881) – obra de início do Naturalismo.

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu

dia 14 de abril de 1857, em São Luís do

Maranhão.

Tem linguagem coloquial simples e direta. O romance “ O Mulato“ é

considerado o marco inicial do Naturalismo que trata do preconceito

racial e crítica à igreja.

No romance social tem o poder de dar vida aos agrupamentos

humanos.

Os protagonistas são vistos “de fora” e o drama é apenas um fatalismo

(sorte inevitável). Nada psicológico.

Obra marcante no Naturalismo.

João Romão – português ambicioso.

Bertoleza – escrava fugida, dona de uma quitanda e umas

economias.

Amasiam-se e a escrava agora, trabalha como uma louca

para João.

Primeiro, três casas e depois... o cortiço

cresce como larvas.

Senhor Miranda – Classe elevada mora

vizinho do cortiço num sobrado e ainda é

pai da bela Zulmira.

No cortiço Carapicus (flores espinhosas)

tem-se tipos como:

Machona – desencaminhada pelas

companhias.

Rita Baiana – mulata faceira, amigada

com Firmo (malandro, valentão).

Jerônimo e sua mulher – portugueses

recém chegados.

Raul d’Ávila Pompéia nasceu a 12 de abril

de 1863, em Jacuacanga, Angra dos Reis,

Rio de Janeiro.

Estudou direito, militou nos movimentos abolicionistas, colaborou na

Gazeta de Notícias, envolveu-se em diversas polêmicas (até num duelo

com Olavo Bilac) e suicidou-se numa noite de Natal aos 32 anos.

Elaborado a partir das recomendações do autor.

Estilo realista ao apresentar problemas como homossexualismo, teorias

científicas, dependência e outros.

Traz como subtítulo:“Crônicas de Saudades”.

Riqueza de vocabulário, impressionismo isto é, não retrata a realidade

diretamente, mas sim, a impressão que essa produz no seu espírito.

Desenhos sobre o Ateneu pelo próprio autor.

Resumo da Obra: Sérgio é recebido por Aristarco, diretor do colégio,

retratado por vários aspectos negativos; casado com D. Ema, mulher que

Sérgio se apaixonou platonicamente.

É relatado o excesso de autoridade, as travessuras e os sofrimentos

findando-se com o incêndio do colégio provocado pelo revoltado

Américo.

Naturalismo Azul

O natural era o que queria

Que experiência boa

Teorias ele entoa

Gostava mesmo da biologia

Porque a ciência realista ainda era pouca

Materialismo então, e sentimento não

É hora de mostrar o que se escondia

Tem adultério, crime, miséria que atordoa

E outros problemas do dia a dia

Mostrar o lado ruim das pessoas

A ordem é animalizar

Com onisciência vão mostrar pra todos nós

Questão social que se deve analisar

E é preciso bem lembrar

Com linguagem simples escreviam a história

e termos científicos pra elaborar

Escrever, e mostrar

A miséria de todo dia

Vamos reler, se chocar

Mostrar de fato a patologia

O natural era o que queria...