Realismo

52
1 Realismo Naturalism o 2º ano

Transcript of Realismo

Page 1: Realismo

1

Realismo

Naturalismo

2º ano

Page 2: Realismo

2

Escolas Literárias

Quinhentismo BarrocoArcadismo RomantismoRealismo/Naturalismo ParnasianismoSimbolismo Pré-ModernismoModernismo Autores Contemporaneos

Page 3: Realismo

3

Entrada do Passeio Público no séc. XIX

O REALISMO / NATURALISMO

(2º metade do séc. XIX)

Page 4: Realismo

4

Realismo - Características

• Objetividade : fidelidade ao real

• Impessoalidade

• Análise Psicossocial do personagem

• Contemporaneidade

Page 5: Realismo

5

Realismo - Características

• Criticidade : questionamento da burguesia

• Detalhismo Descritivo

• Lentidão Narrativa

• Sensorialismo : Exploração dos sentidos

Page 6: Realismo

6

NATURALISMO - Características

• Determinismo : personagem condicionado pelos três fatores : raça-meio-momento

• Cientificismo : aplicação do método experimental à literatura.

• O Patológico : destaque às situações e personagens anormais, doentios e desequilibrados, mórbidos.

Page 7: Realismo

7

• Choques ideológicos de classe: burguesia

• Industrial X Proletariado

• Manifesto comunista (1848) – Karl Marx e Engels

• Capitalismo industrial (burguesia)

• Principio do lucro empresarial

• Avanço tecnológico

• Mecanização dos centros industriais

Contexto histórico-cultural

Page 8: Realismo

8

Tecnologia:

-Melhoria e rapidez dos meios de transportes e comunicação- Construção de estradas de ferro- O telégrafo- O avião- O automóvel- - A navegação a vapor

Contexto histórico-cultural

Page 9: Realismo

9

Cientificismo:

- Desenvolvimento científico- Filosofia materialistas- Teorias científicas

Contexto histórico-cultural

Page 10: Realismo

10

Tendências

Realismo } Prosa

Naturalismo } Prosa

Page 11: Realismo

11

Na segunda metade do século XIX, a ciência impõe-se como única explicação para todos os problemas da humanidade. A visão idealizada do mundo e da sociedade é substituída por uma

concepção de vida pautada em atitudes materialistas e cientificistas.

Época de mudanças

Page 12: Realismo

12

Desenvolvem-se novas correntes filosóficas e científicas e disseminam-se as idéias liberais, socialistas e anarquistas.

A literatura, como expressão do homem em seu tempo, torna-se analista: a pena, transformada em bisturi, corta e recorta o

comportamento humano em busca de uma explicação metódica.

Época de mudanças

Page 13: Realismo

13

Os arroubos do coração romântico cedem espaço a uma concepção materialista, apoiada nas conquistas científicas – o Naturalismo.

Bom-Crioulo insere-se nesse momento.

Época de mudanças

Page 14: Realismo

14

A carruagem de terceira classe(1863-65) Daumier, Honoré (1808-1879)

Page 15: Realismo

15

- Eu tenho uma religião, e mesmo até mais do que todos eles, com suas momices e charlatanices. Eu creio em Deus! Creio no Ente Supremo, num Criador, qualquer que seja, pouco importa, que

nos pôs neste mundo para desempenharmos os nossos deveres de cidadãos e de pais de família;

mas o que não preciso é ir a uma igreja beijar salvas de prata, engordar com a minha algibeira uma súcia de farsantes que vivem muito melhor

que nós!

Fala de Homais, personagem de Madame Bovary, Gustave Flaubert

Page 16: Realismo

16

Porque o podemos venerar de qualquer maneira, num bosque, num campo, ou

mesmo contemplando a abóbada celeste, como os antigos. O meu Deus é o Deus

de Sócrates, de Franklin, de Voltaire e de Béranger! Eu sou pela “profissão de fé do vigário saboiano” e pelos princípios

imortais de 1789!.

Fala de Homais, personagem de Madame Bovary, Gustave Flaubert

Page 17: Realismo

17

Por isso não admito um Deus que passeie no seu jardim de bengala na mão, aloje os

amigos no ventre das baleias, morra soltando um grito e ressuscite ao fim de três

dias: coisas absurdas por si mesmas e completamente opostas; além disso, a todas

as leis da física; o que nos demonstra, de resto, que os padres têm sempre

permanecido numa ignorância torpe, na qual se esforçam por mergulhar as populações.

Fala de Homais, personagem de Madame Bovary, Gustave Flaubert

Page 18: Realismo

18

A ERA DAS REVOLUÇÕES

O século XIX foi pródigo em transformações de toda ordem: políticas, econômicas, sociais, filosóficas e, sobretudo,

científicas. Essas mudanças determinaram os rumos do século XX e obrigaram à reformulação de várias perspectivas tidas

como fundamentais até então.

"O capital atropela não apenas os limites máximos morais, mas também os puramente físicos na jornada de trabalho. Usurpa o tempo para o crescimento, o desenvolvimento e a manutenção sadia do corpo. Rouba o tempo necessário para o consumo de ar puro e luz solar."(Marx - O capital,1867)

Page 19: Realismo

19

A ERA DAS REVOLUÇÕES

O capitalismo industrial já estava em curso, criando uma nova elite e uma nova burguesia. No momento pós-abolição da

escravatura, eram impingidos salários miseráveis à numerosa classe proletária, gerando conturbações sociais.

Edição antiga de Flores do mal, de Baudelaire, o poeta que expressou em seus textos a sensação da modernidade.

Page 20: Realismo

20

A ERA DAS REVOLUÇÕES

As ciências fervilham de descobertas, especialmente as ligadas à Biologia, levando a novas concepções filosóficas e à revisão de

conceitos religiosos consagrados

Dentro da explosão científica e médica da época, a utilização da hipnose tornou-se corrente, atraindo multidões e convertendo-se quase sempre em charlatanismo e mistificação. Este quadro data de 1887.

Page 21: Realismo

21

A ERA DAS REVOLUÇÕES

Dentre as correntes de pensamento, destacamos o Positivismo, o Determinismo, o Evolucionismo, o Marxismo; e a Psicanálise,

desenvolvida por Sigmund Freud

Sigmund Freud (1856-1939)

Page 22: Realismo

22

O RACIONALISMO POSITIVISTA DE COMTEO amor por principio, a ordem por base, o progresso por meta.

Augusto Comte (1798-1857) só admite as verdades positivas, ou seja, as científicas, aquelas que emanam do experimentalismo, da observação e da constatação, e repudia a metafísica.

Para ele só cinco ciências são relevantes: a Astronomia, a

Física, a Química, a Filosofia e a Sociologia, em ordem de

importância

Page 23: Realismo

23

O SOCIALISMO DE MARXUm espectro ronda a Europa

Em 1848, os economistas e filósofos alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) publicaram o MANIFESTO COMUNISTA

Page 24: Realismo

24

O SOCIALISMO DE MARXUm espectro ronda a Europa

Este manifesto era destinado, sobretudo, à classe operária, pretendendo despertar a consciência de classes.

Page 25: Realismo

25

O EVOLUCIONISMO DE DARWIN

Page 26: Realismo

26

O EVOLUCIONISMO DE DARWIN

A viagem de Darwin a bordo do Beagle

Ora, enquanto o nosso planeta, obedecendo à lei fixa da gravitação, continua a girar na sua órbita, uma quantidade infinita de belas e admiráveis formas, originadas de um começo tão simples, não cessou de se desenvolver e desenvolve-se ainda!

Origem das Espécies

Page 27: Realismo

27

O EVOLUCIONISMO DE DARWIN

Darwin elaborou a teoria da seleção natural, defendendo que a concorrência entre as espécies eliminaria os organismos mais fracos, permitindo à espécie evoluir, graças às heranças genéticas favoráveis dos indivíduos mais fortes e mais aptos

Page 28: Realismo

28

O EVOLUCIONISMO DE DARWIN

Darwin elaborou a teoria da seleção natural, defendendo que a concorrência entre as espécies eliminaria os organismos mais fracos, permitindo à espécie evoluir, graças às heranças genéticas favoráveis dos indivíduos mais fortes e mais aptos.

Page 29: Realismo

29

O EVOLUCIONISMO DE DARWIN

A teoria da evolução abrange também a espécie humana e é apoiada pela Paleontologia, ciência que estuda os fósseis, e que demonstra existirem espécies intermediárias entre as fósseis e as vivas.

Page 30: Realismo

30

O EVOLUCIONISMO DE DARWIN

Darwin demonstrou cientificamente que os seres humanos e os macacos têm um antepassado em comum – questionando assim a criação do mundo baseada no Gênesis bíblico, e colocando em discussão a existência de Deus, o que criou um escândalo na sociedade da época.

Page 31: Realismo

31

O DETERMINISMO DE TAINE

Todo acontecimento é uma conseqüência necessária de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos anteriores.

Page 32: Realismo

32

O DETERMINISMO DE TAINE

•determinismo, de Hippolyte Taine, que defende que o comportamento humano é determinado por três fatores:

o meio, a raça e o momento histórico;

Page 33: Realismo

33

A PSICANÁLISE DE FREUD

Desta forma, voltando a olhar para o trabalho de minha vida, posso dizer que iniciei muitas coisas e sugeri outras, das quais disporá o futuro. Não posso, porém, predizer o que chegarão a fazer.

Page 34: Realismo

34

A PSICANÁLISE DE FREUD

Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista, lançou-se no caminho para a fundação da Psicanálise estudando os efeitos da cocaína com o psiquiatra Meynert, em 1883.

Freud criança com a família

Freud e Meynert

Page 35: Realismo

35

A PSICANÁLISE DE FREUD

Aos poucos, elaborou sua teoria do inconsciente, que tem como principais noções:

1 – Inconsciente; 5 - Sonho

2 – Censura; 5.1 – Id;

3 – Recalcamento; 5.2 – Ego;

4 – Libido; 5.3 – Superego.

Page 36: Realismo

36

A PSICANÁLISE DE FREUD

Libido

Energia que move os instintos da vida,

determinando as funções criadoras e ativas do

individuo, particularmente do

impulso sexual.

Page 37: Realismo

37

A PSICANÁLISE DE FREUD

Libido

Freud escandalizou o mundo afirmando que a

libido é inata e que, portanto, as crianças

também a apresentam.

Page 38: Realismo

38

A PSICANÁLISE DE FREUD

LibidoPara ele, o impulso

sexual é o centro das tendências afetivas.

Page 39: Realismo

39

A PSICANÁLISE DE FREUD

SonhoEles viriam disfarçados para atravessarem a censura e serem aceitos pela consciência.

<>

Page 40: Realismo

40

A PSICANÁLISE DE FREUD

Freud também definiu os sonhos como os guardiões do sono, porque a liberação do inconsciente quando dormimos é de tal forma intensa que não a suportaríamos, sendo necessário o sonho para que não acordemos.

<>

Page 41: Realismo

41

A PSICANÁLISE DE FREUD

Em sua segunda teoria do aparelho psíquico, Freud dividiu o

psiquismo humano em três partes

Page 42: Realismo

42

Num momento de efervescências científicas e filosóficas,

acompanhadas de convulsões sociais e de profundas mudanças

econômicas, era natural que a arte não permanecesse atada à

subjetividade romântica. Era necessário um compromisso maior

com a realidade objetiva, para combater o idealismo da escola

antecessoraPeneiradoras de trigo, de Gustave Courbert, iniciador da pintura realista.

Page 43: Realismo

43

CARACTERÍSTICAS DO REALISMO / NATURALISMO

Compromisso com a realidade

O Realismo-Naturalismo é contra o tradicionalismo romântico. Trata-se de uma arte engajada: ela tem compromisso com o seu momento presente e com a observação do mundo objetivo e exato.Presença do cotidiano

Page 44: Realismo

44

CARACTERÍSTICAS DO REALISMO / NATURALISMO

O Realismo e o Naturalismo têm princípios comuns, como a objetividade, o universalismo, a correção e clareza de linguagem, o materialismo, a contenção emocional, o antropocentrismo, o descritivismo, a lentidão da narrativa, a impessoalidade do narrador.

Page 45: Realismo

45

CARACTERÍSTICAS DO REALISMO / NATURALISMO

Cabe lembrar que o Naturalismo é uma ramificação cientificista do Realismo. Distinguem-se em vários pontos, uma vez que tinham objetivos diferentes. Vamos destacar algumas dessas peculiaridades entre as duas estéticas.

Page 46: Realismo

46

DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO

Os escritores realistas propõem-se a fazer o “romance de revolução”, pretendendo reformar a sociedade por meio da literatura crítica. Preferem trabalhar com um pequeno elenco de personagens e analisá-los psicologicamente.

Page 47: Realismo

47

DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO

Esperavam que os leitores se identificassem com as personagens e as situações retratadas e, a partir de uma auto-análise, pudessem transformar-se. Tratava-se, portanto, de um trabalho de educação intelectual e moral, que pretendia converter-se em transformação social.

Page 48: Realismo

48

DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO

Já os naturalistas, comprometidos com a ótica cientificista da época; objetivavam desenvolver o “romance de tese”, no qual seria possível a demonstração das diversas teorias científicas. Tinham uma perspectiva biológica do mundo, reduzindo, muitas vezes, o homem à condição animal, colocando o instinto sobre a razão.

Page 49: Realismo

49

DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO

Os aspectos desagradáveis e repulsivos da condição humana são valorizados, como uma forma de reação ao idealismo romântico. Os naturalistas retratam preferencialmente o coletivo, envolvendo as personagens em espaços corrompidos social e/ou moralmente.

Page 50: Realismo

50

DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO

Acreditavam que a concentração de muitas pessoas num espaço desfavorável fazia aflorar os desvios psicopatológicos – um alvo de interesse desses escritores, o que denota uma visão determinista, em que o meio e o contexto histórico têm influência.

Page 51: Realismo

51

DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO

 - Romance realista  É uma narrativa mais preocupada com a análise psicológica, fazendo crítica à sociedade a partir do comportamento de determinados personagens. Faz uma análise da sociedade "por cima", visto que seus personagens são capitalistas, pertencentes à classe dominante.  Este tipo de romance é documental, sendo retrato de uma época.  Foi cultivado no Brasil por Machado de Assis, em obras como "Memórias Póstumas de Brás Cubas", "Quincas Borba" e "Dom Casmurro".

Page 52: Realismo

52

DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO

 - Romance naturalista

  Sua narrativa é marcada pela análise social a partir dos grupos humanos marginalizados, valorizando o coletivo. A influência de Darwin é marcante na máxima naturalista segundo a qual o homem é um animal, deixando-se levar pelos instintos naturais, que não podem ser reprimidos pela moral da classe dominante. A constante repressão leva às taras patológicas, bem ao gosto dos naturalistas; esses romances são mais ousados, apresentando descrições minuciosas de atos sexuais, tocando até em temas como o homosexualismo.  Foi cultivado no Brasil por Aluísio de Azevedo ("O Mulato"), Inglês de Sousa e Júlio Ribeiro. Raul Pompéia é um caso a parte, pois seu romance, "O Ateneu", apresenta características ora naturalistas, ora realistas, ora impressionistas.  Existem várias semelhanças entre o romance realista e o naturalista, podendo-se até mesmo afirmar que ambos partem de um ponto comum para chegarem a mesma conclusão, sendo que percorrendo caminhos distintos.