Reabilitação dos Espaços Urbanos que mantêm relação directa ...

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FACULDADE DE ECONOMIA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Reabilitação dos Espaços Urbanos que mantêm relação directa com o Rio Mondego Ana Andrade Coimbra, 2011

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FACULDADE DE ECONOMIA  

UNIVERSIDADE DE COIMBRA  

 

 

 

Reabilitação dos Espaços Urbanos que mantêm relação directa com o 

Rio Mondego 

 

 

Ana Andrade  

Coimbra, 2011

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 FACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA  

2011/2012 

 

Ficha Técnica 

 

Título do trabalho: 

Reabilitação dos espaços urbanos que mantêm relação directa com o Rio Mondego 

 

Disciplina: 

Fontes de Informação Sociológica 

1º Ano da Licenciatura em Sociologia 

 

Professor orientador: 

Doutor Paulo Peixoto 

 

Trabalho realizado por: 

Ana Cláudia Monteiro Andrade 

Aluna nº 2008028635 

 

Imagem da capa consulta em:  

http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://img.mundi.com.br/images/Coimbra‐photo3775‐5.jpg&imgrefurl=http://ghimos.blogspot.com/&usg=__Pho50CKVfEsyPZM2‐5UhKaZXcQQ=&h=366&w=494&sz=40&hl=pt‐PT&start=45&zoom=1&tbnid=_ox582ZLvYVdsM:&tbnh=96&tbnw=130&ei=3F26TuGlBOnh4QSB3tmSCA&prev=/images%3Fq%3Dcoimbra‐%2Brio%2Bmondego%26start%3D42%26hl%3Dpt‐PT%26sa%3DN%26gbv%3D2%26tbm%3Disch&itbs=1  

 

 

Coimbra, 2011

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Índice  

 

1. Introdução .......................................................................................................................   1 

2. Reabilitação dos Espaços Urbanos que mantêm relação directa com o Rio Mondego ..   2 

  2.1.Reabilitação Urbana ............................................................................................   2 

  2.1.1. Uma breve noção de Reabilitação Urbana ................................................   2 

  2.2. Enobrecimento dos espaços urbanos ligados ao Rio Mondego ........................   4 

  2.2.1. Contextualização de Enobrecimento dos Espaços Urbanos ......................   4 

  2.2.2. Classificação dos Espaços Urbanos do Rio Mondego ................................   5 

  2.3. Reabilitação Urbana: Programa Polis Coimbra ..................................................   7 

  2.3.1. Plano do Pormenor do Parque Verde do Mondego ..................................   8 

  2.3.2. Plano do Pormenor do Eixo da Portagem ..................................................   9 

  2.4. Descrição detalhada da pesquisa .......................................................................   10 

3. Ficha de leitura ................................................................................................................   12 

4. Avaliação da página da Internet ......................................................................................   15 

5. Conclusão ........................................................................................................................   17   

6. Referências bibliográficas ...............................................................................................   18 

 

Anexo A 

Texto de suporte da ficha de leitura  Rubino, Silvana, 2009, "Enobrecimento Urbano", in Carlos Fortuna e Rogério Proença Leite (orgs.), 

Plural de cidade: novos léxicos urbanos. Coimbra, Almedina, pp. 25‐40.  

Anexo B 

Página da Internet avaliada 

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1. Introdução  

Dos vários  temas de  trabalho propostos em  torno do  tema da água e do  rio Mondego, 

para a realização do trabalho de avaliação contínua no âmbito da cadeira de Fontes de Informação 

Sociológica,  decidi  centrar  o meu  trabalho  numa  problemática  específica  como  a  reabilitação 

urbana,  mas  envolvendo‐a  ao  tema  central.  Assim  escolhi  tratar  a  reabilitação  dos  espaços 

urbanos que mantêm relação directa com o Rio Mondego. Esta escolha deve‐se ao facto de o tema 

inicial  ser muito vasto e  complexo, daí a necessidade de me  centrar num  tema específico, mas 

também ao facto de me despertar interesse nesta temática. 

Este trabalho focaliza o lado da reabilitação urbana e a relação desta com o rio Mondego. 

Assim, na primeira parte do trabalho que se fundamenta no estado das artes, correspondendo ao 

desenvolvimento,  decidi  dividi‐lo  em  sub‐temas:  “Reabilitação  Urbana”;  “Enobrecimento  dos 

espaços urbanos ligados ao Rio Mondego” e “Reabilitação Urbana: Programa Polis Coimbra”. 

Deste modo, darei início ao trabalho começando por dar uma breve noção de Reabilitação 

Urbana, referindo o significado e a forma como o conceito tem sido encarado e abordado desde a 

sua existência até aos dias de hoje. De seguida irei reflectir e contextualizar o enobrecimento dos 

espaços urbanos, explicando em que consiste. Segue‐se a classificação dos espaços urbanos do rio 

Mondego.  Neste  ponto  irei  abordar  as  características  dos  espaços  do  Rio  Mondego  e  a  sua 

consequente classificação. Acabarei este trabalho expondo o programa Polis Coimbra, que assenta 

num  projecto  de  reabilitação  urbana  junto  aos  espaços  do  Rio Mondego,  onde  se  analisa  os 

objectivos e as intervenções deste projecto.  

Após isto, exponho o meu processo de pesquisa e apresento a ficha de leitura do capítulo 

do livro seleccionado, que espelha um dos assuntos abordados neste trabalho.   

Termino  com  a  avaliação  de  uma  página  da  Internet  escolhida  por  mim  e  com  uma 

conclusão sobre o tema. 

 

 

 

 

 

 

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2. Reabilitação dos Espaços Urbanos que mantêm relação directa com o Rio 

Mondego 

 

2.1 Reabilitação Urbana  

2.1.1 Uma breve noção de Reabilitação Urbana 

 A reabilitação urbana é actualmente um tema incontornável quer se fale de conservação e 

defesa  do  património,  de  desenvolvimento  sustentado,  de  ordenamento  do  território,  de 

qualificação ambiental ou de coesão social. É cada vez mais uma fórmula para a  intervenção e o 

desenvolvimento das zonas desprezadas e maltratadas pelo processo de urbanização. O termo é 

assim usado em operações de natureza urbanística,  arquitectónica e de  intervenção no espaço 

público. (Peixoto, 2009:41/42) 

A Carta de Lisboa  sobre a Reabilitação Urbana  Integrada, documento este elaborado no 

âmbito do “Primeiro Encontro Luso‐Brasileiro de Reabilitação Urbana” (1995) expõe, na alínea b) 

do artigo 1 que a reabilitação urbana: 

“É  uma  estratégia  de  gestão  urbana  que  procura 

requalificar  a  cidade  existente  através  de  intervenções múltiplas 

destinadas  a  valorizar  as  potencialidades  sociais,  económicas  e 

funcionais a  fim de melhorar a qualidade de vida das populações 

residentes;  isso  exige  o melhoramento  das  condições  físicas  do 

parque  construído  pela  sua  reabilitação  e  instalação  de 

equipamentos,  infra‐estruturas,  espaços  públicos,  mantendo  a 

identidade  e  as  características  da  área  da  cidade  a  que  dizem 

respeito”. (IGESPAR, s.d.) 

 

Este mesmo conceito é estudado pelo autor Vítor Matias Ferreira, 

“Trata‐se  de  uma  certa  generalização  da  ideia  de 

“reabilitar”,  não  já  certas  zonas  do  espaço  urbano  consolidado, 

mas  amplas  áreas,  entretanto  desactivadas  das  suas  funções 

dominantes anteriores, como é o caso paradigmático dos espaços 

 

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que  atravessaram  processos  de  desindustrialização”.  (Ferreira, 

2001) 

O conceito de  reabilitação urbana emerge, nestes  termos, da política de salvaguarda do 

património cultural mas rapidamente ultrapassa esse âmbito em resposta aos novos desafios de 

âmbito social, cultural, económico e ambiental. Pretende demarcar‐se da renovação urbana que 

se fundamenta numa política de destruição e substituição da cidade existente. (Ferreira, 2001:27) 

Da  preocupação  com  a  restauração  do monumento,  passou‐se  à  reabilitação  de  áreas 

urbanas históricas e destas a  todas as áreas degradadas da  cidade. Actualmente  já  se encara a 

reabilitação não como uma intervenção em áreas específicas mas como um processo de gestão e 

manutenção de  todo um  tecido urbano. Ao mesmo  tempo que deu um alargamento do âmbito 

físico  de  actuação,  deu‐se  também  um  alargamento  do  próprio  conceito  de  reabilitação  e  dos 

objectivos que esta deve  atingir, passando  as  intervenções  a  integrar outras dimensões  (social, 

cívica,  económica,  entre  outras).  Esta  evolução  revelou‐se  na multiplicidade  de  nomes  que  as 

intervenções foram adquirindo com o objectivo de evidenciar um novo enfoque, ou um novo tipo 

de  abordagem  ao  problema  da  reabilitação  (reabilitação,  requalificação,  regeneração, 

revitalização, gentrification/enobrecimento). 

Devido  à  sua  rápida  evolução  e  à  crescente  complexidade,  o  conceito  de  reabilitação 

urbana  é  usado muitas  vezes  de  forma  equívoca  e  simplificadora,  o  que  leva  à  promoção  de 

intervenções supostamente de reabilitação urbana que estão  longe de  incorporar os princípios e 

objectivos subjacentes à mesma. (Ferreira, 2001) 

Portanto, reabilitação urbana corresponde a uma estratégia de gestão urbana baseada em 

intervenções  de  diferente  natureza  orientadas  para  a  conservação  da  identidade  e  das 

características dos sectores reabilitados (Sirchal apud Peixoto, 2009:44). 

Reabilitação urbana resume‐se em orientações que são tomadas “tendo em vista conferir 

a  uma  cidade  as  suas  qualidades  perdidas,  a  sua  dignidade,  assim  como  a  sua  aptidão  a 

desempenhar  uma  função  social”.  (Calsat  apud  Peixoto,  2009:45)  O  objectivo  da  reabilitação 

urbana  procura  reparar  um  património  arquitectural  e  urbano  que,  tendo  sido  durante muito 

tempo desprezado, viu recentemente ser‐lhe dirigidas acções de revalorização económica, prática 

e/ou estética. (Merlin e Choay apud Peixoto, 2009:45) 

A  reabilitação possui uma via que a aproxima da  sociabilidade, de  tempos e de espaços 

perdidos. Ela parece transportar e fazer‐se transportar por um  invulgar desejo de transformação 

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da  realidade  no  sentido  de  configurar  um  futuro  promissor.  Oscilando  entre  a  paixão  pelo 

passado, o desencanto pelo presente e a confiança no futuro. (Peixoto, 2009:49) 

 

2.2. Enobrecimento dos espaços urbanos ligados ao Rio Mondego 

 

  2.2.1. Contextualização de Enobrecimento dos Espaços Urbanos 

O processo de enobrecimento em espaços urbanos  reabilitados é “  (…) a capacidade de 

dominar um espaço apropriando‐se de bens raros que se encontram nele distribuídos e depende 

do capital que se possui, e mais: o espaço físico permite que o espaço social produza ali todos os 

seus efeitos, possibilitando a acumulação de capital social (…) ”. (Rubino, 2009:30)  

Para Silvana Rubino enobrecimento é cada vez mais um fenómeno que ocorre em diversas 

cidades  considerando‐o  num  fenómeno  global,  porque  segundo  esta  autora,  o  termo  “remete 

para  os  novos  nobres  que  ocupam  espaços  urbanos,  deixando  ali  seu  nome  e  suas marcas”. 

(2009:37‐38) 

  Enobrecimento urbano significa o resultado cruzado da renovação arquitectónica e  infra‐

estrutural de espaços urbanos anteriormente degradados e decadentes e da alteração da natureza 

social dos seus novos residentes. (O’Connor e Wynne, 2001) 

  Relativamente  ao  espaço  urbano,  este  pode  ser  abordado  sob  diversos  aspectos,  tais 

como o do urbanismo  (planeamento do espaço), da percepção  (sentimentos, valores e atitudes 

dos  habitantes  em  relação  ao  espaço  coabitado),  ou  por meio  do  estudo  das  ligações  entre  a 

forma espacial e a estrutura social, as funções urbanas e os seus processos de produção. (Corrêa 

apud Carli, 2008) 

Define‐se como espaço urbano, de acordo com a Enciclopédia Livre Wikipedia, “o local nas 

cidades  onde  se  desenvolvem  as  actividades  de  interacção  humana”.  (Wikipedia,  2011)  Nesse 

sentido,  como  afirma  a  autora  Pellegrin  (2004),  “o  espaço  em  que  vivemos  é  social,  político  e 

económico,  uma  vez  que  as  relações  de  poder  que  se  estabelecem  sobre  ele  acabam  por 

determinar não apenas o desenho, mas também o uso que se faz dele”. Logo, os espaços urbanos 

são locais onde a comunidade se expressa, convive, e interage, contribuindo para a valorização da 

cultura,  porque  o  que  define  a  finalidade  e  uso  do  mesmo  são  os  interesses  da  sociedade, 

confinados pela esfera pública. (Carli, 2008)  

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Justamente  o  processo  de  enobrecimento  dos  espaços  urbanos  usa  a  cultura  para  o 

desenvolvimento  do  turismo  como  instrumento  de  revitalização  urbana.  (Vaz  e  Jacques  apud 

Gagliardi, 2009) As actividades turísticas são politicamente encaradas como uma possibilidade de 

revitalização  e  desenvolvimento  social  e  económico  dos  espaços  urbanos,  assumindo  uma 

importância em cidades como o caso de Coimbra, cujos centros históricos vêm a  sofrer alguma 

desvitalização,  fruto do afastamento de algumas das  suas  funções principais. Mas, apesar de as 

actividades relacionadas com o sector turístico não se revelarem determinantes na economia da 

cidade, o turismo não deixa de representar uma estratégia  importante nas políticas públicas, tal 

como revelam os projectos recentes de intervenção urbana. (Gomes, 2008:73)  

O turismo é portanto, uma via na qual se abre uma nova oportunidade aos espaços, uma 

vez que o interesse político na actividade é crescente, proporcionando maior desenvolvimento. 

  Zukin expõe a relação existente entre as operações dos novos grupos de especialistas da 

cultura,  a  promoção  do  consumo  e  o  enobrecimento  urbano  da  cidade:  a  cultura  abre  novos 

espaços  para  o  consumo  e  assim  aumenta  os  valores  do mercado  e,  em  simultâneo  procura 

conservar os valores desse espaço. (Zukin apud O’Connor e Wynne, 2001:191) Suposto isto, a sua 

influência  nos  espaços  urbanos  transforma‐os  em  cidades  baseadas  no  comércio  e  no  lazer 

contando com o consumo de um mercado de elite associado a um elevado investimento cultural.      

   Assim, a disposição, diversidade e o tratamento dos espaços urbanos define a cultura e os 

valores da  sociedade em que estão  inseridos. De  tal modo, o espaço possui  importância por  se 

caracterizar  como  espaço  de  encontro,  de  convívio,  lugar  de  práticas  culturais,  de  criação,  de 

transformações e de diversas vivências. (Franchini, 2008) 

Simplificando, os desenvolvimentos mais recentes na indústria turística dão‐se no sentido 

da valorização crescente das atracções culturais e lúdicas e no alargamento do universo da cultura 

para a  incorporação de um número crescente de elementos numa experiência que  se pretende 

cultural. (Gomes, 2008:58) 

 

 

  2.2.2. Classificação dos Espaços Urbanos do Rio Mondego 

Coimbra é uma cidade espectadora face ao seu rio Mondego, que é encarado de distintas 

formas: “ (…) ora pela beleza que as suas margens oferecem, ora pelo alimento das terras que o 

envolvem, ora por ser cantado pelos estudantes e servir de inspiração aos poetas da cidade. Mas, 

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também, simplesmente devido ao aspecto da cidade que se ergueu no cimo de uma colina sobre 

ele.  Para  além  da  referência  ao  rio  e  ao  passeio  agradável  que  as  suas  águas  proporcionam”. 

(Gomes, 2008:71) 

O rio Mondego em todo o seu redor, “ (…) é um espaço que está longe de ser monótono e 

que nem sempre é tão "baixo" como a sua designação pode querer expressar”. Pelas diferentes 

morfologias,  solos,  coberturas  vegetais  e  respectivos  aproveitamentos  humanos,  impõe  o 

aparecimento de uma grande pluralidade de  imagens paisagísticas.  (Soares et al. apud Almeida, 

1999:181) 

Na cidade de Coimbra, o enobrecimento dos espaços urbanos ligados ao rio Mondego cria 

inúmeras  possibilidades  de  o  turismo  se  instalar.  Isto  porque,  conforme mencionado  atrás:  o 

processo de enobrecimento dos espaços urbanos usa a cultura para o desenvolvimento do turismo 

como instrumento de reabilitação urbana. (Vaz e Jacques apud Gagliardi, 2009)  

Como  aborda  Carlos  Fortuna,  sobre  a  cidade  de  Coimbra,  “a  ‘indústria’  do  turismo 

objectifica e mercadoriza as cidades e os monumentos, a natureza e as paisagens, os costumes e 

os sentimentos”.  (Fortuna apud Gomes, 2008:57) Assim, seguindo esta  linha de pensamento, os 

espaços urbanos são seleccionados de acordo com a sua funcionalidade para a população. Dessa 

forma, podem ser classificados como: espaço de lazer, espaço de arte, espaço de cultura e espaço 

de eventos. (Franchini, 2008) Apesar de serem distribuídos em categorias, estas são  interligadas, 

possibilitando que um espaço pertença a mais de uma categoria. E é esta mesma classificação que 

se encontra nos espaços urbanos ligados ao rio Mondego em Coimbra.   

Ao analisar a área das margens do rio constata‐se que a margem direita do rio Mondego, 

vulgarmente conhecida por Parque Verde do Mondego, é um espaço urbano dedicado ao  lazer. 

Para  Franchini  (2008)  os  espaços  de  lazer  são  direccionados  para  as  actividades  de  lazer,  ou 

lúdicas.  Segundo  Pellegrin  (2004)  são  “construídos  com  a  finalidade  de  abrigar  actividades  e 

programas de lazer”. De acordo com a mesma autora, são classificados como espaços de lazer os 

clubes,  ginásios,  centros  culturais,  piscinas,  cinemas,  parques,  bibliotecas,  centros  desportivos, 

teatros, museus, entre outros. E são precisamente alguns destes que se encontram neste parque, 

como por exemplo, Pavilhão Centro de Portugal  (espaço museológico da  cidade); pavilhão  com 

exposições temporárias; parque infantil; actividades de desporto e lazer, entre outros.  

  Como espaços de arte, são considerados aqueles em que acontecem a produção de arte 

ou a exibição de produções ou exposições artísticas. E os espaços de  cultura  são aqueles onde 

ocorre produção ou exposição de cultura, como teatro, cinema, museus, centros culturais, etc. O 

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principal objectivo desses espaços é difundir a arte e a cultura entre os moradores de uma cidade 

através de exposições. (Franchini, 2008) É também nesta margem direita que se pode classificar os 

espaços, de arte e de cultura porque neles  se encontra o Pavilhão com exposições  temporárias 

como também o Pavilhão Centro de Portugal.  

Por fim, nos espaços de evento são realizados eventos de forma a promover o espaço, mas 

em alguns casos, o objectivo principal é apenas oferecer espaço físico para a realização de diversos 

eventos  de  carácter  lúdico/lazer,  como  feiras,  concertos  musicais,  festivais  de  dança  e 

campeonatos desportivos. (idem) Este tipo de espaço também se encontra na margem direita pois 

ocorre diversos eventos musicais e desportivos.  

A margem esquerda do rio Mondego é um espaço dedicado à exploração do rio em canoa 

e em outras embarcações. Deste modo, o espaço é classificado por espaço de lazer e de evento.  

 

 

 2.3. Reabilitação Urbana: Programa Polis Coimbra 

O objectivo geral do Programa Polis consiste em melhorar a qualidade de vida nas cidades 

através de  intervenções nas vertentes urbanística e ambiental, aumentando a atractividade e a 

competitividade de pólos urbanos que têm um papel relevante na estruturação do sistema urbano 

nacional. Mais especificamente, este Programa pretende: 

 i)  desenvolver  grandes  operações  integradas  de  requalificação  urbana  com  uma  forte 

componente de valorização ambiental;  

ii)  desenvolver  acções  que  contribuam  para  a  requalificação  e  revitalização  de  centros 

urbanos e que promovam a multifuncionalidade desses centros;  

iii)  apoiar  outras  acções  de  requalificação  que  permitam  melhorar  a  qualidade  do 

ambiente urbano e valorizar a presença de elementos ambientais estruturantes tais como frentes 

de rio ou de costa, e  

iv)  apoiar  iniciativas  que  visem  aumentar  as  zonas  verdes,  promover  áreas  pedonais  e 

condicionar o trânsito automóvel em centros urbanos.  

 

O Programa Polis Coimbra é dividido em dois planos: 

‐  Parque  Verde  do  Mondego  entre  a  Ponte  de  Santa  Clara  e  a  Ponte  Europa  (actualmente 

designada de Rainha Santa); 

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8  

‐ Largo da Portagem até à Rua João das Regras. 

 

2.3.1. Plano de Pormenor do Parque Verde do Mondego  

O  “Plano de Pormenor do Parque Verde do Mondego entre a Ponte de Santa Clara e a 

Ponte  Europa  (Rainha  Santa)  ”  (Gabinete  B.  Arquitectos  Lda,  2006)  enquadra  um  conjunto  de 

projectos e obras, elaboradas no âmbito do Programa Polis, que estruturam os terrenos entre as 

duas  pontes  como  espaços  de  lazer  e  de  cultura  e  aproximam  do  rio  uma  cidade  que  se 

desenvolve nas suas duas margens. 

O  ordenamento  dos  terrenos  das  margens  do Mondego,  que  parte  da  reabilitação  e 

valorização dos seus elementos naturais e construídos, prosseguiu na criação de acessos ao rio, de 

percursos ao longo das margens e na construção de novos equipamentos. 

A área de intervenção é qualificada como espaço verde urbano, constituindo no seu todo 

o Parque Verde do Mondego.  

O  Parque Verde  do Mondego  é  um  projecto  da  autoria  do  arquitecto  Camilo  Cortesão 

enquadrado no programa Polis Coimbra, que abrange as duas margens do rio Mondego. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

          Ilustração 2 – Vista ponte pedonal Pedro e Inês 

Fonte: http://polis.sitebysite.pt/coimbra/18/19143dx_30‐5‐

06(soft).jpg 

Ilustração 1 – Parque Verde do Mondego  

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_0QaIkTXQHhI/SaL7BQ6s2OI/AAAAAAAACjQ/HIqXfK30HfQ/s400/IMGP2525.JPG 

   

 

Trata‐se de um  imenso espaço verde, onde é possível encontrar bares, restaurantes, um 

parque infantil, pavilhões de exposições temporárias e o pavilhão centro de Portugal.  

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A  ligar as margens esquerda e direita existe a ponte pedonal Pedro e  Inês, da autoria de 

Adão Fonseca e Cecil Balmond, que  foi  inaugurada a vinte e  seis de Novembro de 2006. É uma 

estrutura anti‐semétrica com duzentos e setenta e cinco metros de comprimento que se eleva a 

dez metros  da  água,  apresentando  no  centro  uma  praça  com  oito metros  de  largura,  definida 

como local de pausa e de meditação constituindo o elemento central que estrutura o parque. Os 

objectivos  principais  deste  Plano  foram  a  requalificação  urbana  das  frentes  ribeirinhas  do  Rio 

Mondego envolvendo: a) a criação de espaços públicos qualificados; b) reformulação da rede de 

infra‐estruturas  (rede  viária  de  acesso  e  de  atravessamento  do  Rio Mondego);  c)  criação  de 

percursos  pedonais  e  de  ciclovias  que  assegurassem  uma melhor  fruição  das  áreas  livres;  d) 

ampliação da rede de equipamentos de cultura,  lazer e desporto; e) definição, paisagisticamente 

integrada,  dos  locais  destinados  ao  estacionamento,  ao  estabelecimento  de  restauração  e  à 

reabilitação de equipamentos existentes.  

A partir destes objectivos o “Parque Verde do Mondego” associou‐se a um conjunto de 

actividades  que  se  desenvolvem  em  torno  das  margens  e  do  próprio  rio  Mondego,  como 

bicicletas,  karts  a  pedais,  gaivotas,  canoas,  entre  outras.  Estas  tomam  forma  de  acordo  com  o 

carácter  do  parque  que,  de  Norte  para  Sul,  se  torna  progressivamente menos  denso  e mais 

dominado pelas condições naturais.  

2.3.2. Plano de Pormenor do Eixo da Portagem 1 

O  “Plano  de  Pormenor  do  Eixo  da  Portagem  até  à  Rua  João  das  Regras”  tem  como 

objectivo  a  requalificação  de  uma  área marginal  ao Mondego,  destinada  a  uma  condição  de 

espaço  canal  cujas  características  e  condição  de  fixação  urbana  se  têm  vindo  a  esvanecer  em 

função da gradual  intensificação de tráfego e aspectos negativos, do ponto de vista qualitativo e 

urbano, que daí decorrem de imediato. 

Esta intervenção visa a retoma de uma condição pedonal na área em questão, procurando 

disciplinar a ocupação, uso urbanístico e definição de espaço público, no território designado por  

Eixo Portagem/ Avenida João das Regras, considerando a preservação e requalificação do espaço 

público existente bem como o estabelecimento das regras urbanísticas necessárias para o efeito. 

_____________________________________________________________________________ 1 Esta análise encontra‐se em Câmara Municipal de Coimbra (2005) 

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A  área  em  estudo  delimita‐se  num  território  que,  intersectado  pelo  rio  Mondego, 

compreende  duas  zonas  de  contexto  urbano  distinto,  uma  vez que  se  encontram  em margens 

opostas (margem esquerda e direita do Mondego). 

 

 

2.4. Descrição detalhada da pesquisa 

Ao iniciar a minha pesquisa, sobre o tema Reabilitação dos Espaços Urbanos que mantêm 

relação directa com o Rio Mondego, deparei‐me com escassa informação em torno dele, já que se 

trata de um tema muito específico. 

Embora não havendo muitos  conhecimentos acerca desta problemática peculiar,  resolvi 

centrar‐me  em  sub‐temas  como  “reabilitação  urbana”,  “enobrecimento  dos  espaços  urbanos 

ligados ao Rio Mondego” e na análise do “Programa Polis Coimbra”.  

Após esta minha escolha, decidi que ao longo da minha pesquisa iria restringi‐la apenas na 

procura  de  livros  e  de  artigos  de  revista  de  ciências  sociais,  porque  considero mais  credíveis, 

sabendo que, na Internet iria encontrar informação pouco fiável e pouco rigorosa. Assim as fontes 

electrónicas eram um dos meus últimos recursos. 

A  primeira  etapa  da  minha  pesquisa  iniciou‐se  como  uma  pesquisa  na  biblioteca  da 

Faculdade  de  Economia  da Universidade  de  Coimbra,  utilizando  como  descritores  de  pesquisa: 

Reabilitação Urbana; Rio Mondego; Sociologia Urbana; Espaços Urbanos. 

Através desta pesquisa  simples do  catálogo Web do Millennium da biblioteca  verifiquei 

que  o  descritor  <Sociologia Urbana>  alcançou  apenas  16  resultados  e  os  restantes  descritores 

tiveram resultados muito inferiores, como o caso do descritor <Espaço Urbano> que não alcançou 

nenhum resultado. Apesar destes poucos resultados encontrei um  livro que me foi muito útil na 

elaboração deste trabalho, nomeadamente para a ficha de leitura: Plural de cidade: novos léxicos 

urbanos de Carlos Fortuna e Rogério Proença Leite (orgs.).  

Outros  artigos  importantes  para  a  elaboração  do  trabalho,  resultantes  desta  pesquisa 

destaco: Imagens e narrativas da Coimbra turística: Entre a cidade real e a cidade (re) imaginada 

de Carina Sousa Gomes (2008), Cidade e democracia: ambiente, património e espaço público: uma 

cidadania urbana? de Vítor Matias Ferreira (2001), entre outros.  

Num  segundo momento direccionei a minha pesquisa para o  site do Centro de Estudos 

Sociais  (CES),  mais  especificamente  para  as  publicações  da  Oficina  do  CES,  na  tentativa  de 

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11  

seleccionar mais informação acerca dos sub‐temas. Daqui não resultou nada de novo do que tinha 

encontrado anteriormente. 

Na  pesquisa  com  recurso  à  Internet,  explorei  também  no motor  de  busca  do  Google, 

utilizando os “operadores booleanos”aprendidos durante as aulas. Assim utilizei as aspas, o mais e 

o menos nesta pesquisa booleana com o  intuito de encontrar artigos relevantes para o decorrer 

do  trabalho,  já  que  agora  sabia  como  estruturá‐lo.  Assim  pesquisei  <‐  noção  de  reabilitação 

urbana> obtendo 619.000  resultados, depois decidi abranger e procurei <+  reabilitação urbana> 

diminuindo  para  511.000;  a  seguir  <rio  Mondego  +  espaço  envolvente>  apresentou  16.000 

resultados; “Parque Verde do Mondego” encontrei 269.000 e “carta de  lisboa sobre reabilitação 

urbana” apenas 7 resultados.  

Posto  isto, fiz algumas selecções de artigos que me foram relevantes na realização deste 

trabalho  como:  Apreciação  da  paisagem  do  Baixo  Mondego  de  António  Campar  de  Almeida 

(1999), Revitalização Urbana em um pequeno Município: o caso da Praça das Palmeiras em Santa 

Isabel do Oeste, Paraná de Roberto Luiz de Carli (2008) e Turismo e Espaços Urbanos: uma análise 

do caso de Belo Horizonte de André Franchini (2008).        

Um  outro  momento  da  minha  pesquisa  passou  por  recolher  informações  na  Câmara 

Municipal de Coimbra, sobre o Programa Polis Coimbra.  

Em  suma,  apesar  de  ter  usado  um  processo  de  pesquisa  simples,  considero  que  foi 

suficiente porque possibilitou‐me efectuar este trabalho razoavelmente. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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12  

3. Ficha de Leitura 

O  título do capítulo seleccionado é “Enobrecimento Urbano”, do  livro “Plural de Cidade: 

Novos Léxicos Urbanos”, sendo a sua autora Silvana Rubino. 

Este livro tem como local de edição Coimbra, a sua editora é Almedina e a data da edição é 

de  Setembro  de  2009.  O  livro  está  disponível  na  biblioteca  da  Faculdade  de  Economia  da 

Universidade de Coimbra e tem como cota 316.334.56 PLU. O capítulo situa‐se da página 25 à 40 e 

a data de leitura é Outubro. 

Silvana  Rubino  possui  licenciatura  em  Ciências  Sociais  pela Universidade  de  São  Paulo, 

mestrado em Antropologia  Social pela Universidade Estadual de Campinas e doutoramento em 

Ciências  Sociais  pela  Universidade  Estadual  de  Campinas.  Tem  experiência  na  área  de 

Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana, História Intelectual e História da Arquitectura 

Moderna, actuando principalmente nos seguintes temas: política cultural  ‐ património histórico  ‐ 

arquitectura, património histórico  ‐  antropologia, urbanismo  ‐ memória  ‐ história,  arquitectura; 

urbanismo; arquitectura moderna; cultura popular.  

Neste capítulo, a autora faz uma  interpretação do termo gentrification, explicando a sua 

opção em denominar essa prática no Brasil  como  “enobrecimento urbano”, e demonstra  como 

esta palavra deixou de ter um significado descritivo para se tornar numa categoria analítica.  

  No capítulo analisado, a autora começa por definir a palavra ‘gentrification’ recorrendo à 

perspectiva da socióloga Ruth Glass que foi quem usou pela primeira vez o termo nos anos 1964. 

Segundo Glass, gentrification é quando os bairros das classes  trabalhadoras  são  invadidos pelas 

classes média, alta e baixa que lhes atribui uma nova valorização, tornando‐os ilustres. (Glass apud 

Rubino, 2009:25) Resumindo este como um conceito descritivo. 

  De seguida alerta para o facto de vários autores, nomeadamente Neil Smith, Tim Butler, 

Atkinson  e  Bridge  referirem  que  gentrification  é  cada  vez mais  um  fenómeno  que  ocorre  em 

diversas cidades considerando‐o num fenómeno global. (Rubino, 2009:26‐28)  

  A proposta de Smith e Williams para a definição de gentrification é “como a reabilitação de casas trabalhadoras e abandonadas e consequentemente a transformação de uma área em um bairro de classe média” (Smith e Williams apud Rubino, 2009:27). A 

partir deste pensamento em que se começa a delinear uma política urbana suspende‐se o termo 

explicativo e descritivo de Glass e opta‐se por este conceito analítico.  

Neil Smith caracteriza a reabilitação urbana como o retorno do capital ao centro, o qual 

possibilita a realocação residencial. (Smith apud Rubino, 2009) 

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Os possíveis agentes do enobrecimento urbano situam‐se na nova classe média liberal que 

valoriza a preservação histórica dos centros. (Bridge apud Rubino, 2009)  

Ainda  para  Smith  o  pioneirismo  urbano  é  aquele  que  descobre  a  terra  e  é  esta  a 

justificação para a apropriação quer material quer simbólica. (Smith apud Rubino, 2009: 29) “ (…) a 

capacidade  de  dominar  um  espaço  apropriando‐se  de  bens  raros  que  se  encontram  nele 

distribuídos e alocados depende do capital que se possui, e mais: o espaço  físico permite que o 

espaço social produza ali todos os seus efeitos, possibilitando a acumulação de capital social (…) ”. 

(Rubino, 2009:30) 

O  crescimento  do  sector  de  serviços  e  as  oportunidades  nos  centros,  as  mudanças 

demográficas e os estilos de vida são alguns dos factores que permitem a gentrificação, sem eles 

nada acontecia. (idem:30) 

  A  partir  daqui,  a  autora  refere  as  diversas  abordagens  existentes:  como  a  de  van 

Criekingen que, no seu trabalho de enobrecimento urbano em Bruxelas, distingue vários tipos de 

gentrification:  residencial,  consumo,  fixa,  temporária,  marginal.  Outra  abordagem  é  Jacques 

Donzelot que pensou o enobrecimento em concordância com outras duas formas de apropriação 

do  espaço:  gentrification, marginalização,  periurbanização.  E  ainda  uma  outra  abordagem  é  de 

Bridge que trata a gentrification em termos de habitus e distinção,  lembra o papel que o tempo 

tem como força simbólica na teoria social de Pierre Bourdieu e propõe um papel  idêntico para o 

espaço. (idem:31‐34)    

Sobre este ponto Silvana Rubino dá algumas notas sobre estas abordagens, explicando‐as e dando, exemplos no Brasil. 

De  seguida  retoma o argumento  central do  texto: definição do  termo  ‘gentrification’ e os  seus 

desdobramentos  para  clarificar  que  “Gentrification/enobrecimento,  assim  como  revitalização, 

requalificação e outros  termos análogos passam a  ser um  léxico  recorrente, que  transborda do 

vocabulário  dos  técnicos  e  conhecedores,  sai  dos  estudos  académicos  para  a  imprensa,  é 

incorporado pelos movimentos sociais”, querendo isto dizer que estes termos passam a ser de uso 

corrente. (idem:35)   

Após  isto,  a  autora  argumenta  que  o  enobrecimento  urbano  é  uma  modalidade 

contemporânea que se encontra oculta por um discurso de vida e apreço à cidade convergindo 

com outras  formas de  segregação urbana ao conferir um valor  simbólico ao  lugar. Conclui que, 

revitalizar a cidade é preciso capital porque “ (…) a cidade é feita de fronteiras (…)”. (idem:37)    

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Por  último,  a  autora  conclui  este  capítulo  definindo  por  que  “enobrecimento  urbano” 

consolidando que este “remete os novos nobres que ocupam espaços urbanos, deixando ali seu 

nome e suas marcas”. (idem: 37‐38). 

Com  isto,  a  autora  considera  que  é  importante  denominar  gentrification  como 

enobrecimento  urbano  no  Brasil  devido  à  necessidade  de  ser  apropriado  de  outra  forma  para 

explicar o que acontece na humanidade. 

As palavras‐chaves usadas neste capítulo são: enobrecimento/gentrification, reabilitação, 

nova classe média urbana, periurbanização, revitalização e preservação. 

A  linguagem  utilizada  pela  autora,  neste  capítulo,  é  acessível  e  coerente,  tendo  como 

objectivo apresentar esta prática de enobrecimento do Brasil usando exemplos para  ilustrar esta 

situação. 

  A  abordagem  da  autora  é  muito  explicativa  e  bem  explorada.  Apresenta  uma 

caracterização  detalhada  do  tema  citando  ao  longo  do  capítulo  vários  autores  que  deram  um 

contributo importante ao tema. Esta é uma exploração ao tema muito bem conseguida porque faz 

a ponte entre o que se passa no Brasil (principalmente) mas também, ao de leve, refere pesquisas 

que autores fizeram noutros países como o caso da Inglaterra e França.  

 

 

 

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4. Avaliação da página de Internet 

O site por mim escolhido para avaliar é o do Observatório da Habitação e da Reabilitação 

Urbana,  também  designado  por  OHRU,  estando  disponível  em:  < 

http://www.portaldahabitacao.pt/pt/ohru/> 

Esta página da web está acessível apenas em português. Na margem esquerda da página 

encontra‐se  uma  coluna  de  menus:  Missão,  Indicadores  Estatísticos,  Estudos,  Documentação, 

Parceiros, Links e Contactos da OHRU que possibilitam através de links obter diversas informações.  

Na margem oposta, ou  seja, do  lado direito  situa‐se dois  links: Prémio  IHRU e Guia dos 

PLH. Esta grande variedade de informação disponível é um ponto importante que valoriza imenso 

o  site. No  centro desta página  localiza‐se uma  série de  imagens  alusivas  ao objecto de  estudo 

como também uma breve explicação sobre OHRU como a sua missão e objectivos.    

A minha escolha deveu‐se ao  facto do  site  conter muita  informação que achei aliciante 

dentro deste tema tratado por mim, que é a reabilitação urbana, uma vez que um dos objectivos 

dele é dar a conhecer o sector da reabilitação urbana e de acompanhar a sua evolução. Trata‐se 

de um site onde a informação é credível e fiável, já que, como inclusive é referido no site, o OHRU 

encontra‐se  sedeado  no  Instituto  da  Habitação  e  da  Reabilitação  Urbana,  e  por  isso,  “  (…)  é 

propriedade do IHRU‐ Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, instituto público, com sede 

em Lisboa”. (OHRU, 2011) 

Para  além  disto,  através  do  operador  boleano  <link:  www.portaldahabitacao.pt/pt/ohru/  > 

permitiu  constatar que esta página  tem  reconhecimento público, uma vez que, ao  realizar uma 

pesquisa no motor de busca Google identifiquei cerca de 1.460 resultados. 

O tema da reabilitação urbana é tratado neste site com uma abordagem específica numa 

das  suas  dimensões,  a  da  habitação.  O  grau  de  profundidade  optado  por  esta  página  neste 

tratamento é de certo modo detalhado, relacionado com o público‐alvo desta mesma página. Isto 

porque,  o  site  dirige‐se  a  um  público  circunscrito  dentro  do  sector  da  reabilitação  urbana, 

especialmente, a todos os intervenientes neste sector como os agentes de mercado. 

Em relação à sua apresentação, mostra‐se um site atractivo, com recurso a  imagens e de 

fácil navegação, possuindo um motor de busca para pesquisa e ainda ligações para obter ajuda e 

contactos como a morada do IHRU, portanto é um site que se mostra bem organizado. 

É importante salientar que a informação é gratuita e toda a informação existente, como os 

programas públicos são actualizadas. A data da última actualização foi no dia 04‐11‐2011. 

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16  

Este site permite fazer  importação de documentos através do Adobe Acrobat Document, 

sendo uma mais valia para os interessados nestas matérias. 

A página tem o propósito de gerir um sistema de  informação organizado, promovendo a 

divulgação  de  informação  sobre  o  sector  de  forma  sistemática,  regular  e  periódica. Um  outro 

ponto  a  destacar  é  que,  uma  das  ligações  que  aparece  no  menu,  referente  ao  dos  links,  a 

informação disponibilizada enquadra‐se em duas dimensões: nacional e internacional. 

Em suma, considero que o site do OHRU é um site completo, muito bem organizado, com 

informação diversificada, que evidencia‐se pela sua autenticidade e pela funcionalidade.   

 

 

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17  

5. Conclusões 

  Com este trabalho, procurei apresentar de que forma se reabilitaram os espaços urbanos 

que mantêm uma ligação directa com o rio Mondego, qual a importância do enobrecimento e qual 

a  influência  que  a  reabilitação/enobrecimento  exerce  nesses  espaços  urbanos.  Assim  achei 

oportuno  começar por dar uma noção de  reabilitação urbana, para  fazer o enquadramento do 

tema  do  trabalho,  como  também,  abordar  o  que  se  entende  por  enobrecimento  dos  espaços 

urbanos reabilitados. 

Em  título  de  conclusão,  a  reabilitação/enobrecimento  destes  espaços  ligados  ao  rio 

Mondego permitiu desenvolver uma série de acções tendo em vista a transformação e a melhoria 

dos espaços, atribuindo uma outra importância, um outro olhar. 

O  objectivo  principal  consistiu  num  processo  de  produção  de  um  espaço  sofisticado  a 

partir  de  um  espaço  originalmente  degradado,  propondo‐se  a  resolver  as  deficiências  físicas  e 

algumas  irregularidades ambientais e  funcionais, acumuladas ao  longo dos anos, procurando ao 

mesmo tempo uma modernização. 

As  melhorias  do  espaço  são  visíveis,  não  só  em  termos  funcionais  como  também 

ambientais, mas  o  que  é  certo  é  que  criou  novas  oportunidades  estimulantes  para  as  forças 

económicas  e  culturais  se  instalarem.  Dado  isto,  constata‐se  que,  o  espaço  envolvente  do  rio 

Mondego  tornou‐se num dos melhores  sítios para espairecer,  conviver, desfrutar da paisagem, 

dos restaurantes e até das actividades de desporto e lazer.   

Quanto à realização deste trabalho, permitiu‐me um outro olhar sobre o assunto, já que, 

possibilitou‐me  aprofundar  os  conhecimentos  acerca  dos  temas  desenvolvidos,  bem  como,  a 

possibilidade de aperfeiçoar e colocar em prática todos os ensinamentos aprendidos ao longo das 

aulas.    

 

 

 

 

 

 

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18  

6. Referências bibliográficas   

 Livros: 

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