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MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA
1. Objeto
2. Promotor
3. Descrição da situação existente e Identificação de pontos críticos
4. Descrição da ação, sua necessidade e condições de instalação
5. Zonas de trabalho
6. Principais materiais utilizados
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1. Objeto
O presente projeto tem por objetivo a intervenção de requalificação do Largo da Bruxa e
zonas envolventes, numa zona que constitui um ponto relevante na definição geral da frente
ribeirinha e segundo uma área de intervenção identificada nas peças desenhadas anexas; a qual
corresponde à extensão de espaço que compreende desde a frente da marina da ANGE, ao
pequeno largo defronte ao antigo cais da Bruxa (já demolido) até à zona a norte dos armazéns de
aprestos.
2. Promotor
O promotor será a Câmara Municipal de Ílhavo.
Fig.1 - Localização da zona de intervenção
3. Descrição da situação existente e Identificação de pontos críticos
Verifica-se uma dispersão dos equipamentos (que são essencialmente restaurantes/cais
de amarração/armazéns de aprestos, etc.) e sem qualquer preocupação de
aproveitamento do potencial de uma articulação funcional entre ambos, naquilo que
poderia derivar para o espaço público se estivesse organizado segundo um preceito de
continuidade e de melhoria das condições de mobilidade em termos gerais e,
essencialmente, pedonal, a par da introdução de medidas de restrição ao acesso e tipo
de tráfego motorizado;
Constata-se que o único espaço público de confluência que como tal poderá ser
reconhecido mais não é que um exíguo canteiro relvado, sem espaços de sombra ou
quaisquer elementos de mobiliário urbano minimanente qualificados;
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Nesse sentido, a caracterização do espaço público, os seus compentes, materiais,
sinalética e elementos de mobiliário urbano é muito deficitária, carecendo de uma análise
objectiva e segundo uma preocupação de valorização significativa do «sítio»,
reconquistando-lhe a importância muito particular que este ponto de atravessamento teve
na história da ocupação humana da faixa dunar marítima (evolução do assentamento da
Costa Nova do Prado) e nas atividades económicas das suas gentes (nomeadamente no
transporte do pescado e posterior distribuição até ás zonas mais interiores do distrito);
Importando muito para isso que se lhe confira uma outra amplitude de utilização e da
escala do espaço público, bem como de postura e abrangêngia do próprio «olhar»;
Não podendo deixar de se considerar por demais evidente que não há nenhum
aproveitamento de tão valioso elemento que é estarmos numa frente ribeirinha, neste
ponto particular bem protegida pelos dois esporões, sendo ainda este o ponto de
confluência de dois tramos do «Caminho do Praião».
4. Descrição da ação, sua necessidade e condições de instalação
Pretende-se que sejam considerados com esta operação:
A introdução de critérios de uniformização dos componentes de caraterização do espaço
público, assim como de um melhor posicionamento dos elementos de mobiliário urbano,
segundo a perspectiva do peão e do utente e, especialmente, de mobilidade
condicionada;
A introdução de medidas de acalmia de tráfego motorizado e a ponderação sobre a forma
como poderão ser redimensionados os respectivos canais de circulação em benefício da
melhoria das condições de segurança passiva e da mobilidade do peão e de uma mais
eficaz drenagem do tráfego motorizado;
Constituindo o elemento fulcral da proposta, o desenho de um verdadeiro espaço de
«parque urbano ribeirinho», em relação íntima e direta com a zona de água, associado à
presença do elemento miradouro, que se pretende seja referencial no recorte da
paisagem.
A introdução generalizada de pavimentos drenantes, nomeadamente em passeios e
zonas de circulação automóvel.
Para o desenvolvimento da proposta, são considerados as seguintes componentes ou
«zonas de trabalho» como, sucintamente, passamos a descrever e as peças desenhadas
apensas melhor permitirão esclarecer.
5. Zonas de trabalho
5.1.) Zona A: reperfilamento do arruamento e reposicionamento da vala hidráulica
Reperfilamento da zona de via defronte do clube náutico, a sul, já hoje executada em
betuminoso, para o que será ligeiramente deslocada a vala hidráulica existente, igualmente
melhorada em termos de perfil e materiais estabilizantes, e passando a integrar uma faixa de
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passeio e ciclovia, ao lado nascente da via. Em termos de materiais de revestimento será
removido todo o betuminoso e substituído por uma pavimentação em betão permeável.
No que respeita ao arruamento na zona de entroncamento com a Rua de Ílhavo,ele será
alteado de forma a marcar e melhor identificar o seu términus e introduzida informação em
sinalética adequada relativamente aos condicionamentos de tráfego e identificação de zona de
inversão de marcha.
Todas as pavimentações recorrerão ao mesmo material de betão permeável e segundo
um sistema de coloração adequado, sendo ainda balizadas as zonas restritas pedonais por
elementos diversos de mobiliário urbano.
5.2) Zona B: área de parque urbano
Ligeiramente sobrelevada e combinando espaços relvados e zonas de descanso e
contemplação, será obtida por meio de aterro de terra preta que será estratificada em função de
elementos de contenção definidos por bancos corridos de betão moldado ‘in situ’ e acabamento
colorido, de configuraçãoe desenvolvimento variável, que ora adiantam para a margem ora
recuam, formando uma espécie de pequeno anfiteatro orgânico com um igualmente quadrado de
‘palco’ para a realização de eventos.
Integra a execução de um passadiço marginal constituído essencialmente por um
elemento periférico contínuo à borda de água e executado com elementos de estrutura metálica
formando uma balaustrada tipo amurada de embarcação, delimitando e protegendo um percurso
de deambulação revestido em pavimento tipo deck, de material reciclado.
5.3) Zona C: parque de estacionamento
Tratando-se de uma área de apoio aos armazéns de aprestos e cais norte, que se
encontra já hoje pavimentada com paver de cimento, apenas se prevê a demarcação de lugares
de estacionamento por pintura no pavimento, e a introdução de caldeiras de árvores para
emsombramento e reforço do coberto vegetal.
Prevê-se ainda a criação de uma melhor demarcação e proteção sobre a margem, pela
disposição de alinhamentos de bancos de betão colorido que depois vão articular com o
arranque do passadiço marginal.
5.4) Zona D: reposicionamento de barreiras de betão pré-fabricado
Respeita apenas ao desmonte das barreiras de protecção actualmente existentes na área
de intervenção do novo percurso marginal e sua recolocação no esporão norte.
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Fig.2 - Delimitação da zona de intervenção e definição das zonas de trabalho
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6. Principais materiais utilizados
Apresentam-se seguidamente, a título meramente indicativo, alguns dos referenciais de
materiais previstos na empreitada de requalificação da zona em apreço.
6,1) Pavimentação de passeios e arruamentos, em geral
blocos drenantes em betão 20x20x8 e 20x10x8cm
lancil guia em betão, de 8cm
lancil passeio em betão, de 15cm
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bancos e pisos
em betão moldado ‘in-situ’, acabamento pintado a poliuretano, cor verde
candeeiros em aço, com luminárias Led
passeio ribeirinho em deck de
plastico reciclado
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Amurada em guardas de elementos modulares de aço patinável (‘CorTen’) e madeiras, incl.
mesas de interpretação em Stratimage
ciclovia em pintura espessa
tipo ‘slurry’
relvado em tapete sobre
terra vegetal
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remates entre revestimentos em aço patinável
arborização do jardim (baixa manutenção, resistente a ambientes marítimos, floridas):
metrosíderos/malaleucas/miosporos
sebe em alecrim (florida, aromática)
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ao longo do arruamento: palmeiras de leque
Outubro, 2016
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(Mário Silva, arq)