RCP - Suporte Básico de Vida (2014)

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© L. A. Burden 2005 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (E CEREBRAL) RCP(C): SUPORTE BÁSICO Dr Francismar Prestes Leal (CRM/PR 18829) Médico Hematologista (UFSM/UNIFESP) Professor Uningá/Maringá/PR Janeiro/2014

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Parada Cardiorrespiratória PCR Ressuscitação Cardiopulmonar e Cerebral (Cardíaca) RCP Suporte Básico de Vida Cardiac Arrest - Basic Life Suport Aula preparada para treinamento de alunos, residentes e profissionais das áreas da saúde (Medicina, Enfermagem e Técnicos) Pronto Socorro - ES UTI - ICU Atendimento extra-hospitalar

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© L. A. Burden 2005

RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR

(E CEREBRAL)RCP(C): SUPORTE BÁSICO

Dr Francismar Prestes Leal (CRM/PR 18829)

Médico Hematologista (UFSM/UNIFESP)

Professor Uningá/Maringá/PR

Janeiro/2014

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PCR/RCP: Epidemiologia

• No Brasil: cerca de 200.000 PCR por ano

• Metade dos casos em hospitais (deterioração progressiva: assistolia/atividade elétrica sem pulso)

• A outra metade, extra-hospitalar: casas, shoppings, aeroportos, estádios etc. (arritmias decorrentes de quadros isquêmicos agudos ou problemas elétricos primários: fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso)

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RCP: Sucesso?

• Depende de uma sequência de procedimentos sistematizada em uma corrente de sobrevivência

• Elos: ações com impacto na sobrevivência e que não podem ser consideradas isoladamente

• Evidências científicas recentes têm apontado para uma necessidade de mudança de foco e de fluxo, alterando toda a sequência de ações da RCP

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RCP: Mudanças!

• Menos interrupções das compressões torácicas

• Foco em compressões torácicas de qualidade, com frequência e profundidade adequadas

• O sucesso de uma desfibrilação depende da qualidade das compressões torácicas realizadas

• Simplificação de procedimentos, principalmente para o socorrista leigo (maior aderência a possíveis tentativas de ressuscitação de sucesso)

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RCP: Mudanças!

• Manter registros hospitalares de RCP (informações valiosas para maior sucesso das tentativas)

• Evidências insuficientes sobre drogas e dispositivos no suporte avançado de vida

• Maior atenção à pós-ressuscitação:

– Ventilação, oxigenação e pressão arterial

– Hipotermia terapêutica

– Reperfusão miocárdica de emergência

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RCP: Mudanças!

• Educação, implementação e retreinamento: as habilidades adquiridas após um treinamento em RCP se perdem em 3 a 6 meses (sem uso)

• Quanto maior a chance de um profissional de saúde atender uma PCR (atendimento pré-hospitalar, PS/PA, equipe de parada cardíaca hospitalar, UTI etc.), maior a necessidade de treinamento contínuo de habilidades, procedimentos e dispositivos

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RCP: Suporte Básico

• A realização imediata de RCP em uma vítima de PCR, ainda que apenas compressões torácicas no pré-hospitalar, aumenta as taxas de sobrevivência

• 56-74% das PCR, no âmbito pré-hospitalar, ocorrem em fibrilação ventricular (FV)

• O sucesso da RCP está relacionado à desfibrilação precoce (idealmente dentro dos primeiros 3 a 5 minutos após o colapso)

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RCP: Suporte Básico

• A cada minuto transcorrido do início do evento arrítmico súbito, sem desfibrilação, as chances de sobrevivência diminuem em 7% a 10%

• Com a RCP, essa redução é mais gradual, entre 3% a 4% por minuto de PCR

• Programas internacionais de RCP e desfibrilação externa automática precoce, realizadas por leigos, com taxas de sobrevivência de até 85%, podem servir de modelo para melhorar o manejo da PCR

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RCP: Suporte Básico

• Os minutos iniciais de atendimento a uma PCR são críticos em relação à sobrevivência da vítima

• O suporte básico de vida (SBV) define a sequência primária de ações para salvar vidas

• Por mais adequado e eficiente que seja um suporte avançado, se o SBV não for adequado, será muito baixa a chance de sobrevivência da vítima de PCR

• Padrão (SBV): Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação (adaptado à realidade brasileira)

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RCP: Suporte Básico

• Em uma PCR, um mnemônico pode ser usado para lembrar os passos do SBV - “CABD primário”:

– C: Checar responsividade e respiração da vítima, Chamar por ajuda, Checar o pulso da vítima, Compressões (30 compressões)

– A: Abertura das vias aéreas

– B: Boa ventilação (2 ventilações)

– D: Desfibrilação

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SBV: Sequência Completa

Segurança do local

• Primeiramente, avalie a segurança do local

• Certifique se o local é seguro para você e para a vítima, para não se tornar uma próxima vítima

• Caso o local não seja seguro (por exemplo, uma via de trânsito), torne-o seguro (desviando o trânsito) ou remova a vítima para um seguro

• Se o local for seguro, prossiga o atendimento

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SBV: Sequência Completa

Avalie a responsividade e a respiração da vítima

• Avalie a responsividade da vítima, chamando-a e tocando-a pelos ombros

• Se a vítima responder, apresente-se e converse com ela perguntando se precisa de ajuda

• Se a vítima não responder, avalie sua respiração, observando se há elevação do tórax, em menos de 10 segundos

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SBV: Sequência Completa

Avalie a responsividade e a respiração da vítima

• Caso a vítima tenha respiração, fique ao seu lado e aguarde para ver sua evolução e, caso seja necessário, chame ajuda

• Se a vítima não estiver respirando ou estiver somente com “gasping”, chame ajuda imediatamente

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SBV: Sequência Completa

Chame ajuda

• Em ambiente extra-hospitalar, ligue para o número local de emergência (por exemplo, SAMU - 192)

• Se um DEA estiver disponível no local, vá buscá-lo

• Se não estiver sozinho, peça para uma pessoa ligar e conseguir um DEA, enquanto continua o SBV

• É importante designar pessoas para que sejam responsáveis em realizar essas funções

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SBV: Sequência Completa

Chame ajuda

• A pessoa que ligar para o Serviço de Emergência deve estar preparada para responder às perguntas (local do incidente, condições da vítima, tipo de primeiros socorros que está sendo realizado etc.)

• Nos casos de PCR por hipóxia (afogamento, trauma, overdose de drogas e para todas as crianças), realizar cinco ciclos de RCP e depois chamar ajuda, se estiver sozinho (socorrista)

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Cheque o pulso

• Cheque o pulso carotídeo da vítima em <10 seg

• Caso haja pulso, faça 1 ventilação a cada 6 seg (10 vpm) e cheque o pulso a cada 2 min

• Se não houver pulso ou houver dúvida, inicie os ciclos de compressões e ventilações

• Não é enfatizada a checagem de pulso: leigos e profissionais têm dificuldade em detectar o pulso

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Inicie ciclos de 30 compressões e 2 ventilações

• Inicie ciclos de 30/2, considerando que existe um dispositivo de barreira (por exemplo, máscara de bolso) para se ventilar

• Compressões torácicas efetivas são essenciais para promover o fluxo de sangue, devendo ser realizadas em todos pacientes em parada cardíaca

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Ciclos de 30 compressões e 2 ventilações

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Compressões torácicas

• Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos distantes um do outro (estabilidade)

• Afaste ou corte a roupa que está sobre o tórax da vítima, para deixá-lo desnudo

• Coloque a região hipotenar de uma mão sobre o esterno da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a

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SBV: Sequência Completa

Compressões torácicas

• Estenda os braços

• Posicione-os cerca de 90º acima da vítima

• Faça, no mínimo, 100 compressões/minuto

• Com profundidade de, no mínimo, 5cm

• Ou seja, comprima rápido e forte!

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Compressões torácicas

Posicionamento nas compressões torácicas

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Compressões torácicas

• Permita o retorno completo do tórax após cada compressão, sem retirar as mãos do tórax

• Minimize interrupções das compressões

• Reveze com outro socorrista a cada dois minutos (evita fadiga, mantém boas compressões)

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Compressões torácicas

• As manobras de RCP devem ser ininterruptas, exceto: se a vítima se movimentar, durante a fase de análise do desfibrilador, na chegada da equipe de resgate, posicionamento de via aérea avançada ou exaustão do socorrista

• No caso de uma via aérea avançada instalada, faça compressões torácicas contínuas (>100/minuto) e 1 ventilação a cada 6 segundos

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Compressões torácicas

• Recomenda-se usar equipamentos que avaliam a qualidade das compressões durante a RCP, fornecendo um parâmetro para os socorristas

• “Duty cycle” é o tempo gasto comprimindo o tórax, entre uma compressão e outra (proporção)

• Embora a média do “duty cycle” seja 20-50%, resultando em adequada perfusão coronariana e cerebral, um “duty cycle” de 50% é recomendado

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Ventilações

• Para não retardar as compressões torácicas, a abertura das vias aéreas deve ser feita somente depois de aplicar trinta compressões

• Ventilações devem ser feitas em uma proporção de 30 compressões para 2 ventilações (30/2), com apenas um segundo cada, ofertando a quantidade de ar suficiente para promover a elevação do tórax

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Ventilações

• Hiperventilação é contraindicada: gera insuflação gástrica, podendo causar regurgitação e aspiração; aumenta a pressão intratorácica e diminui a pré-carga, reduzindo débito cardíaco e a sobrevida

• É indicado que o socorrista utilize mecanismos de barreira para aplicar as ventilações, como o lenço facial com válvula antirrefluxo, máscara de bolso (“pocket-mask”) ou bolsa-válvula-máscara

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Ventilações

• Independentemente da técnica usada para aplicar ventilações, será necessária a abertura de via aérea, que poderá ser realizada com a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo ou, se houver suspeita de trauma, a manobra de elevação do ângulo da mandíbula

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SBV: Sequência CompletaInclinação da cabeça e

elevação do queixo Elevação do ângulo da

mandíbula

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Ventilações

• Quando o socorrista não conseguir realizar a manobra de elevação do ângulo da mandíbula e o mesmo suspeita apenas de trauma cervical, sem evidência de lesão na cabeça, deve-se utilizar a manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo (apenas 0,12 a 3,7% das vítimas têm lesão espinal, sendo o risco elevado quando há lesão craniofacial ou Glasgow <8)

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Ventilações com lenço facial e válvula antirrefluxo (unidirecional)

• Atente para os lados indicados no lenço (um lado voltado para a vítima e outro para o socorrista)

• Posicione a válvula antirrefluxo na boca da vítima

• Abra a via aérea, estabilize a mandíbula, vede o máximo possível a boca com o lenço facial, pince o nariz da vítima e realize as ventilações

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Lenço facial com válvula unidirecional (exemplos)

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Ventilações com máscara de bolso (pocket-mask)

• Máscara que envolve a boca e o nariz da vítima e pode ter formato redondo ou uma parte mais estreita, a qual fica voltada para o nariz da vítima

• Uma válvula unidirecional, geralmente, acompanha a máscara e deve ser encaixada na mesma

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Ventilações com máscara de bolso (pocket-mask)

• Depois de pôr a máscara de na face da vítima, faça uma letra “C” com os dedos indicador e polegar de uma das mãos, na parte superior da máscara

• Com a outra mão, ponha o polegar na parte inferior da máscara e os outros dedos na mandíbula, vedando o máximo possível a máscara contra a face, sem pressionar as partes moles sob o queixo

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SBV: Sequência Completa

Ventilações com máscara de bolso (pocket-mask)

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Ventilações com máscara de bolso (pocket-mask)

• Outra técnica de vedação da pocket-mask é a do “duplo C”: com uma das mãos faça uma letra “C”, como já dito anteriormente; com a outra mão, faça outro “C” e posicione na parte inferior da máscara, ambos fazendo certa pressão para baixo a fim de vedar a máscara ao rosto da vítima; atente que os outros dedos da mão que está na parte inferior não pressionem as partes moles abaixo do queixo

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Ventilações com bolsa-válvula-máscara

• Usada com 2 socorristas, um responsável pelas compressões, outro pelas ventilações

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SBV: Sequência Completa

Ventilações com bolsa-válvula-máscara

• Com uma das mãos, faça uma letra “C” com os dedos polegar e indicador e posicione-os acima da máscara, e faça pressão contra a face da vítima a fim de vedá-la o melhor possível

• Posicione os outros três dedos na mandíbula para estabilizá-la e abra a via aérea da vítima

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Ventilações com bolsa-válvula-máscara

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SBV: Sequência Completa

Ventilações com bolsa-válvula-máscara

• Pressione a bolsa: 1 segundo para cada ventilação

• Essa quantidade é suficiente para elevar o tórax e manter a oxigenação em pacientes sem respiração

• Se houver oxigênio complementar, conecte-o na bolsa-válvula-máscara assim que possível, de modo que se ofereça mais oxigênio para a vítima

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Ventilações com via aérea avançada

• Quando uma via aérea avançada estiver instalada (combitube, máscara laríngea, intubação traqueal), o primeiro socorrista fará compressões torácicas contínuas, e o segundo socorrista fará 1 ventilação a cada 6 segundos, em vítimas de qualquer idade

• Não se devem pausar as compressões para aplicar as ventilações, se houver via aérea avançada

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Ventilações com via aérea avançada

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Ventilações em vítima com parada respiratória

• Parada respiratória: vítima não respira ou respira de forma anormal (gasping), mas apresenta pulso

• Nesse caso, faça 1 ventilação a cada 6 segundos para vítimas adultas

• Para crianças e lactentes, faça 1 ventilação a cada 3 a 5 segundos (12 a 20 ventilações por minuto)

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Desfibrilação

• Desfibrilação precoce é o tratamento de escolha para vítimas em FV de curta duração, como vítimas que apresentaram colapso súbito em ambiente extra-hospitalar (principal ritmo de PCR: FV)

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SBV: Sequência Completa

Desfibrilação

• Nos primeiros 3 a 5 minutos de uma PCR em FV, a FV é grosseira, estando “propícia” ao choque

• Após 5 minutos, por depleção do substrato energético miocárdico, diminui a amplitude da FV

• Logo, o tempo ideal para a aplicação do primeiro choque é nos primeiros 3 a 5 minutos da PCR

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Desfibrilação

• A desfibrilação é o único tratamento para uma PCR em FV/taquicardia ventricular sem pulso

• Pode ser realizada com um equipamento manual (somente manuseado pelo médico)

• Ou pode ser feita com um DEA, que poderá ser usado por qualquer pessoa, assim que possível

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DEA

Equipamento portátil que interpreta ritmo cardíaco, seleciona carga e carrega “sozinho”

Cabe ao operador apenas pressionar o botão de choque, se indicado

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SBV: Sequência Completa

Desfibrilação

• Um socorrista: parar RCP para conectar o DEA

• >1 socorrista: enquanto o primeiro realiza RCP, o outro manuseia o DEA; nesse caso, só parar RCP quando o DEA emitir uma frase como:

“Analisando o ritmo cardíaco, não toque o paciente” ou “Choque recomendado, carregando, afaste-se da vítima”

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Desfibrilação

Passos para a utilização do DEA

• Ligue o aparelho apertando o botão ON-OFF (alguns ligam automaticamente ao abrir a tampa)

• Conecte as pás (eletrodos) no tórax da vítima, observando o desenho contido nas próprias pás, que mostra o posicionamento correto das mesmas

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SBV: Sequência Completa

Posicionamento das pás do DEA

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SBV: Sequência Completa

Desfibrilação

Passos para a utilização do DEA

• Encaixe o conector das pás (eletrodos) ao aparelho (em alguns, já está conectado)

• Quando o DEA disser “analisando o ritmo cardíaco, não toque no paciente”, solicite que todos se afastem e veja se há alguém tocando na vítima (inclusive se houver outro socorrista)

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Desfibrilação

Passos para a utilização do DEA

• Se o choque for indicado, o DEA dirá “choque recomendado, afaste-se do paciente”

• O socorrista que estiver manuseando o DEA deve solicitar que todos se afastem, ver se realmente não há ninguém (nem ele) tocando a vítima e, então, apertar o botão indicado para o choque

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Desfibrilação

Passos para a utilização do DEA

• A RCP deve ser iniciada pelas compressões torácicas, imediatamente após o choque

• A cada 2 minutos, o DEA analisará o ritmo e poderá indicar outro choque, se necessário

• Se não indicar choque, imediatamente reinicie a RCP, caso a vítima não retome a consciência

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Desfibrilação

Passos para a utilização do DEA

• Se a vítima retomar a consciência, o DEA não deve ser desligado e as pás não devem ser removidas ou desconectadas até que o SME assuma o caso

• Se não houver suspeita de trauma e a vítima já apresentar respiração normal e pulso, colocá-la em posição de recuperação até que o SME chegue

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SBV: Sequência Completa

Posição de recuperação

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SBV: Sequência Completa

Desfibrilação

Passos para a utilização do DEA

• Quatro posições das pás (mesma eficácia no tratamento de arritmias atriais e ventriculares):

– Anterolateral

– Anteroposterior

– Anterior-esquerda (infraescapular)

– Anterior-direita (infraescapular)

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SBV: Sequência Completa

Desfibrilação

DEA – Situações especiais

• Portador de marca-passo (MP) ou cardioversor-desfibrilador implantável: se estiver na região indicada para as pás, afaste-as, pelo menos, 8cm ou opte por outro posicionamento das pás (anteroposterior etc.), pois a proximidade destes pode prejudicar a análise do ritmo pelo DEA

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SBV: Sequência Completa

Aparência do MP sob a pele

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SBV: Sequência Completa

Desfibrilação

DEA – Situações especiais

• Excesso de pelos no tórax:

– Remova o excesso de pelos, da região onde serão posicionadas as pás, com uma lâmina que geralmente está no Kit DEA

– Outra alternativa é depilar a região com um esparadrapo ou com as pás e, depois, aplicar um segundo jogo de pás

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SBV: Sequência Completa

Desfibrilação

DEA – Situações especiais

• Tórax molhado: seque por completo o tórax da vítima; se a mesma estiver sobre uma poça d’água não há problema, mas se a poça também envolver o socorrista, remova a vítima para outro local

• Adesivo de medicamentos/hormonais: remova o adesivo se estiver no local onde será aplicada a pá

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SBV: Sequência Completa

Desfibrilação

DEA – Situações especiais

• Crianças (1-8 anos):

– Use pás pediátricas ou atenuador de carga

– Se houver apenas pás de adulto, use-as! (sobre o esterno e entre as escápulas)

– Pás infantis não devem ser usadas em adultos (choque aplicado será insuficiente)

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SBV: Sequência Completa

Desfibrilação

DEA – Situações especiais

• Lactentes (até 1 ano):

– Desfibrilador manual é preferível; se não houver, use DEA com pá pediátrica e atenuador de carga

– Na falta dos últimos, use pás de adulto, sobre o esterno e entre as escápulas; o prejuízo para o miocárdio é mínimo e há benefícios neurológicos

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Algoritmo do atendimento à PCR pelo profissional de saúde

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Algoritmo do atendimento à PCR pelo leigo

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Considerações Finais

• Reconhecer uma PCR é de extrema importância

• Qualquer retardo por parte do socorrista atrasa o acionamento do SME e o início das compressões, diminuindo a chance da vítima sobreviver

• Para cada minuto sem RCP, a vítima de uma PCR perde de 7-10% de chance de sobreviver

• O DEA aumenta o sucesso da RCP: a maioria das PCR extra-hospitalares é em FV

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Considerações Finais

• A participação de leigos no atendimento à PCR é fundamental: grande parte das PCR ocorre em ambiente extra-hospitalar

• No Brasil, mesmo nas escolas médicas, há déficit no aprendizado de atendimento à PCR

• É necessário dar maior ênfase a este assunto e expandir o SME para todo o território nacional, com orientações aos profissionais de saúde e leigos

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Considerações Finais

• Além disso, o acesso rápido ao DEA deve ser instituído por todo o país, com treinamento da população no uso do equipamento e preparo no atendimento à emergência, assim como orientações para o início precoce da RCP

Fonte: I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol 2013;101(2 Supl. 3):1-221

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Obrigado!