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Rastros - Revista do Núcleo de Estudos de Comunicação
18
Resumo
Uma sociedade mais atenta aos valores
éticos de atuação das empresas exige das mes-
mas uma presença social ativa e eficiente,
concorrendo para seu posicionamento
mercadológico. Do lado das organizações do
Terceiro Setor exige-se maior transparência de
atuação. Neste contexto é enfocada a atividade
de Relações Públicas, como administradora e
intermediadora de relacionamentos, na busca de
equilíbrio de interesses dos diferentes públicos.
Tal importância nos levou a levantar e avaliar a
Responsabilidade Social nos ProjetosExperimentais do curso de RelaçõesPúblicas entre 1999 e 2004 - umaproblematização do trinômio: Empresa -Escola - Sociedade.1
presença da temática Responsabilidade Social
nos Projetos Experimentais do curso de Rela-
ções Públicas da Universidade Metodista de São
Paulo, tendo como parâmetro a situação de es-
tudo das pesquisas de campo realizadas para
estes projetos. Este artigo apresenta, em linhas
gerais, o resultado de levantamento da atuação
comunicacional de organizações do Terceiro
Setor, a partir das descobertas realizadas em
pesquisas dos Projetos Experimentais do curso
de Relações Públicas realizados entre 1999-2004
com foco em organizações sem fins lucrativos.
Marcia Perencin Tondato*
Palavras-chave:
Responsabilidade Social
Projetos Experimentais
Relações Públicas
* Marcia Perencin Tondato é graduada em Comunicação Social, habilitação em Publicidade e Propaganda pela UMESP, Mestre em Comunicação Social pela mesma
instituição e Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo.1 Colaboraram na coleta e organização das informações sobre os projetos os seguintes estagiários do Núcleo de pesquisa da Agência experimental de Relações
Públicas: Beatriz Andrade de Almeida Cesar, Rafael Augusto dos Santos, Regina Birgel Jacobsen e Tatiana Aparecida Gimenes.
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Ano VI - Nº 6 - Outubro 2005
Introdução
Vivemos hoje em uma sociedade multifacetada,
mediada, na qual o cotidiano reflete e refrata uma com-
plexidade originária da diversidade de um indivíduo que
não mais está restrito aos círculos familiares e comuni-
tários, mas que é parte de um ambiente sociocultural-
econômico-político globalizado e que exige participação.
Fruto dos “efeitos modernizadores dos meios de comu-
nicação, e também das novas formas de sociedade ca-
racterizadas por uma estilização especial do cotidiano,
generalização banalizada da forma-espetáculo”, perce-
bemos “o florescimento de uma sensibilidade global” que
gera “ideologias comunitaristas, ecológicas, místicas,
neo-românticas e outras”. Se entendermos ideologia
como a transformação das idéias da classe dominante
em ideais dominantes para a sociedade como um todo,
de modo que a classe que domina no plano material
(econômico, social e político) também domina no plano
espiritual (das idéias), as afirmações de Sodré nos le-
vam a um novo ethos, “que interfere nas formas tradicio-
nais de sociabilidade, mas (também) põe em cena a ques-
tão da permanência do que se tem chamado de valores
essencialmente éticos” (SODRÉ, 2001, p. 89).
Nesse cenário, a atuação social torna-se motivo e
conseqüência de relacionamentos. Os mercados são di-
vididos em simbólico e material. O primeiro atendendo
às idéias e o segundo aos bens. Idéias e bens, entretan-
to, devem estar unificadas, para que a vida em socieda-
de flua em um contexto de crescimento e desenvolvi-
mento, ou o caos. O campo de confluência destes dois
aspectos, idéias e bens, é a “solidariedade social”, ca-
racterizada por Durkheim (apud BOURDIEU, 2001, p. 9)
como o fato de participar de um sistema simbólico. Para
Bourdieu, “os símbolos são os instrumentos por excelên-
cia da ‘integração social’: enquanto instrumentos de co-
nhecimento e de comunicação, eles tornam possível o
consensus acerca do sentido do mundo social que con-
tribui fundamentalmente para a reprodução da ordem
social: a integração ‘lógica’ é a condição da integração
‘moral’”. (BOURDIEU, 2001, p. 10) Assim, entendemos
que o social requer o simbólico.
Quando falamos em “responsabilidade social” e
“movimentos sociais”, estamos tratando de temas que
vão além dos campos do material e do racional. A opção
de uma empresa/pessoa jurídica pela atuação social pode
ser motivada por fatores que vão do “interesse de negó-
cios pura e simplesmente” aos “casos de solidariedade
pura e simplesmente” (NEVES, 1998, pp. 249-251). Seja
qual for o interesse, estamos falando em aspectos psi-
cológicos, envolvendo tanto a pessoa jurídica, “o benfei-
tor”, como a pessoa física, “o público-alvo”, que também
opta por “uma empresa-cidadã, socialmente responsá-
vel” por fatores tão diversos e de natureza semelhante
às motivações das empresas. Machado Jr., citando
Gurvitch, diz que os símbolos “são indispensáveis à rea-
lização humana”, sendo onipresentes e funcionando como
“cimento fluido social”, muitas vezes até mais importan-
te do que a satisfação das necessidades biológicas mais
básicas (MACHADO JR., 1995, p. 123).
Tal importância nos levou a levantar e avaliar a
presença da temática Responsabilidade social nos Pro-
jetos Experimentais do curso de Relações Públicas da
Universidade Metodista de São Paulo, tendo como
parâmetro a situação de estudo das pesquisas de cam-
po realizadas para estes projetos. A análise é feita con-
siderando-se os projetos experimentais realizados entre
Rastros - Revista do Núcleo de Estudos de Comunicação
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1999-2004 com foco em organizações sem fins lucrati-
vos, lembrando que ações pertinentes à Responsabilida-
de Social foram desenvolvidas também nos projetos ori-
entados para outros tipos de organização e que a esco-
lha foi feita tendo em vista a limitação do artigo. Este
artigo discute a relação Responsabilidade Social e For-
mação Profissional, entendendo que a realização dos
Projetos Experimentais, ao mesmo tempo que reflete já
a compreensão dos estudantes sobre sua atuação pro-
fissional como forma de participação na sociedade, tam-
bém nos permite explorar diversos aspectos pertinentes
à atuação social das empresas e envolvimento de seus
diversos públicos no processo.
Os Projetos Experimentais de Relações
Públicas
Os projetos experimentais em Relações Públicas
foram estabelecidos como requisito para a obtenção do
título de Bacharel em Comunicação Social, com habilita-
ção em Relações Públicas, em 1984, na mesma época
em que entra em vigor o currículo mínimo para o ensino
superior, 2 o que muito contribuiu para o processo ensi-
no-aprendizagem da habilitação. Esta prática nasce do
reconhecimento de deficiências de um currículo composto
principalmente por disciplinas chamadas ‘teóricas’, sem
contribuição direta para a formação de um futuro profis-
sional para o exercício de suas funções na atividade de
relações públicas.
O espaço aberto pela instituição dos projetos ex-
perimentais permite a produção de trabalhos com “ca-
ráter mais prático do que teórico, avaliados por profissio-
nais militantes da área e pelo cliente, objeto do traba-
lho” (FRANÇA e FREITAS, 2002, p. 63). A prática propicia-
da pela realização do projeto experimental dá oportuni-
dade ao aluno de exercer o trabalho científico tanto mais
rico na medida que os dados empíricos são
problematizados e ‘desconstruídos’, utilizando a termi-
nologia de Thiollent no sentido de ajudar a compreender
a articulação entre as definições conceituais e as situa-
ções reais, entendendo que “o cotejo do real com o ideal
não pressupõe uma imagem acabada do que seria o ide-
al” (1997, p. 25).
Na Universidade Metodista de São Paulo, o proje-
to de finalização de curso do curso de Relações Públicas
começa a ser elaborado no sétimo semestre de um cur-
so que é completado em oito semestres. Realizado por
grupos de alunos, tem como finalidade o desenvolvimento
de um planejamento de comunicação e relacionamento
de uma organização real com seus públicos de interesse.
Este projeto congrega os princípios e habilidades desen-
volvidos nas diversas disciplinas no decorrer dos sete
semestres do curso, articulados para dar fundamenta-
ção teórica e orientação prática ao desenvolvimento de
um plano de comunicação e relacionamento da organi-
zação-cliente e seus públicos.
Relações Públicas, públicos e Responsabi-
lidade Social
A comunicação é essencial para o ser humano e
para as organizações, uma vez que por meio dela esta-
belecemos, esclarecemos e captamos mensagens ou
informações sobre os mais diversos assuntos. No con-
texto organizacional, a comunicação deve ser efetuada
de acordo com a realidade da organização, respeitando
2 Para maiores detalhes, ver Kunsch (2003, pp. 50-51).
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Ano VI - Nº 6 - Outubro 2005
sua cultura, mitos, crenças e símbolos, a partir do que
poderão ser identificados os meios mais adequados para
um relacionamento mais eficaz e eficiente, com mensa-
gens claras e significativas para os públicos envolvidos.
Especificamente falando, é a prática da atividade
das Relações Públicas que vai possibilitar a promoção de
canais eficazes de comunicação, por ser uma atividade
que tem por objetivo harmonizar os interesses entre a
organização e seus diferentes públicos, com o intuito de
administrar estas relações em uma via de mão dupla, na
qual são equilibrados os interesses dos stakeholders e
da organização. As Relações Públicas trabalha, segundo
Kunsch (2003, p.90), “provendo e administrando relacio-
namentos (...) mediando conflitos, valendo-se, para tan-
to, de estratégias e programas de comunicação de acor-
do com diferentes situações reais do ambiente social”.
Para Simões, esta promoção e administração implicam
em uma função política uma vez queobjetiva que, através de filosofia, políticas e normas, a atuação da organização
e do que isso implica, anteriormente em decisões e, posteriormente, em produ-
tos e serviços, ocorra e seja percebida como realizada em benefício dos interes-
ses comuns que possui com seus públicos (1995, p.83) .
Resumindo, o objetivo de relações públicas é ad-
ministrar o relacionamento da organização e seus públi-
cos estratégicos. Mas quem são estes públicos estraté-
gicos? E são estratégicos por quê?
Tradicionalmente, os públicos eram categorizados
a partir do critério geográfico, existindo os internos,
mistos e externos, distribuição essa que não dá conta
da dinâmica das organizações e das pessoas com elas
envolvidas (SIMÕES, 1995 e FRANÇA, 2003), exigindo
uma revisão em que se considerem as variáveis relacio-
nadas ao “poder que possuem de influenciar os objetos
organizacionais, obstacularizando-os ou facilitando-os”
(SIMÕES, 1995, p. 131). Lucien Matrat (apud SIMÕES,
1995, p. 132) esquematiza os públicos quanto ao tipo de
poder e sua influência nas atividades organizacionais,
enquadrando-os nos tipos: decisão, consulta, com-
portamento e opinião. Grunig “concentra-se nos cri-
térios das ligações das empresas com seus públicos e
nas conseqüências nascidas dessas ligações” (apud FRAN-
ÇA, 2003, p. 20). Para este autor, as condições para a
existência de um público são: “a) que enfrente um mes-
mo problema; b) que reconheça a existência do proble-
ma; c) que se organize para fazer alguma coisa sobre o
problema”. Isto posto, seriam quatro os tipos de público:
latente, não latente, consciente e não público.
(GRUNIG apud FRANÇA, 2003)
Avaliando os dados do levantamento sobre a pre-
sença da responsabilidade social nos projetos experi-
mentais aqui apresentados e as características dos pú-
blicos envolvidos nas pesquisas de campo realizadas para
estes projetos, optamos por usar a conceituação de pú-
blicos de Fábio França, que parte do princípio que os
públicos são a razão de ser da empresa, seja qual for o
interesse: institucional, promocional ou mercadológico,
determinando os diferentes modos da interação empre-
sa – público (FRANÇA, 2003). De acordo com o levanta-
mento realizado, percebemos que as organizações sem
fins lucrativos estudadas interagem com sete diferentes
tipos de públicos: os parceiros, os voluntários, os cola-
boradores, os beneficiados, os doadores, a comunidade
e os líderes de opinião (em especial, a imprensa), defi-
nidos a seguir segundo França.
O primeiro tipo, os parceiros, pode ser definido
como essencial e não-constitutivo da organização,
na medida em que são imprescindíveis, porém “não in-
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terferindo diretamente na constituição da empresa, na
sua viabilização, enquanto colaboram para as ativida-
des-fim” (FRANÇA, 2003, p. 26). Nesta mesma catego-
ria estão os colaboradores e beneficiados acrescentan-
do-se a classificação como primários, pois gozam de
maior estabilidade na relação com a empresa por esta-
rem envolvidos com ela de modo legal e permanente
(FRANÇA, 2003, p. 25). Os voluntários e os doadores
são públicos que estão em um nível de dependência
situacional, isto é, que varia de acordo com a natureza e
os interesses de cada organização, sendo também es-
senciais não constitutivos, porém de ordem secun-
dária, uma vez que não estão legalmente envolvidos
nos negócios e têm menor envolvimento e participação,
podendo ser mais facilmente substituídos sem graves
danos. (FRANÇA, 2003, p. 25)
A comunidade é um público não essencial
setorial comunitário nesta classificação. O critério é o
grau de participação nas atividades da organização, con-
siderando-se neste caso os grupos que “não participam
das atividades-fim, e não estão ligados aos fatores pro-
dutivos, mas à prestação de serviços ou à intermediação
política ou social”, atuando nos relacionamentos com
entidades organizadas e com a comunidade. (FRANÇA,
2003, p. 27)
O grupo dos líderes de opinião faz parte também
dos não essenciais; porém se encaixa na categoria de
redes de interferência, especificamente de comuni-
cação de massa, que fazem parte do “cenário externo
às empresas” e que “pelo seu poder operacional ou re-
presentativo podem exercer fortes influências no desem-
penho das organizações e no seu conceito público”.
(FRANÇA, 2003, p. 27)
As empresas e seus diversos e diferentes públi-
cos encontram-se hoje em um contexto que é continua-
mente afetado por uma dinâmica de mercado que se
inova a cada dia, exigindo agilidade e flexibilidade, pela
implementação de novas tecnologias de comunicação/
informação, promovendo mudanças na natureza do tra-
balho, na redução da classe trabalhadora e na sua
profissionalização e exigindo novas posturas frente às
questões ecológicas e aos conflitos de toda natureza que
se espalham pelo mundo. (FERRARI, 2003, p. 8). Partin-
do do princípio já apontado de atuação das relações pú-
blicas no contexto de administração de relacionamentos
e considerando-se a função estratégica da comunicação
que deve, conforme FERRARI (2003, p. 9), “ter como
meta o equilíbrio do bem-estar social, mediante a
melhoria da qualidade de vida e do trabalho, a constru-
ção de relações mais democráticas e justas que agre-
guem outros valores como a maximização do retorno,
da competitividade e da eficiência organizacional”, a ati-
vidade de relações públicas nas organizações trabalha
diretamente com as idéias e os bens, conceitos interli-
gados pelo simbólico, anteriormente mencionados, e que
influenciam na atuação social das empresas.
A atividade de Relações Públicas na busca do “es-
tabelecimento do equilíbrio de interesses” tem como pro-
duto “relacionamentos e programas que contemplem a
responsabilidade social” na medida que “os conflitos que
as organizações criam ou que são criados pelos diferen-
tes stakeholders que interagem com a organização” são
administrados dentro dos princípios éticos (FERRARI,
2003, p. 13). Segundo a mesma autora, na sua tarefa
diária, as relações públicas nas empresas “devem tentar
a construção de relacionamentos nas organizações nas
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quais trabalham, com a atenção voltada para a respon-
sabilidade social, atuando dentro das características lo-
cais mas sem perder de vista as necessidades globais
da sociedade”. (FERRARI, 2003, p. 13)
Bueno também discorre sobre a necessidade de
um trabalho diferenciado de relacionamento entre as
organizações e seus públicos. Segundo este autor (2003,
p. 105), “a sociedade, como um todo, requer ética na
condução dos negócios e está disposta, cada vez mais, a
combater a corrupção, os lobbies ilegítimos e os mono-
pólios” e que “embora necessário, o pagamento de im-
postos e de salários é insuficiente para caracterizar uma
empresa cidadã”.
Entendemos que a conscientização sobre o valor
da ética, da transparência e do respeito aos direitos em
geral (humanos, do consumidor, das crianças, dos ido-
sos, de expressão, etc.) cresceu nos últimos anos. Uma
conduta permeada por esta conscientização é exigida
não só do Estado, do Setor Privado, mas também, e em
alguns casos principalmente, do Terceiro Setor, cujo prin-
cípio de existência é justamente o atendimento do Bem
Estar Social. Assim, o levantamento aqui apresentado
busca delinear o comportamento comunicacional das
organizações do Terceiro Setor, em especial ONGs e en-
tidades filantrópicas, do ponto de vista do relacionamen-
to destas organizações e seus públicos.
O Terceiro Setor e Responsabilidade
Social nos Projetos Experimentais
O estabelecimento e desenvolvimento do Tercei-
ro Setor no Brasil dão-se pela pressão da própria socie-
dade e pela nova ordem econômica (Melo Neto apud
BRAGLIA e colab.), delineando assim os aspectos anterior-
mente apontados, que caracterizam a atuação social das
empresas entre a filantropia e os interesses
mercadológicos. Neste contexto, surgem as organizações
humanitárias que, atuado basicamente junto à parcela
menos favorecida da sociedade, “tornam-se cada vez
mais independentes das iniciativas isoladas que as origi-
naram, para converterem-se em organismos autônomos
que, sem almejar lucros, pretendem minimizar as ca-
rências geradas pela desigualdade social” (BRAGLIA,
2001, p. 6).
Segundo Bueno, na prática, o Terceiro Setor é
mais do que ONGs ou entidades filantrópicas, incorpo-
rando também “empresas, institutos e fundações que
são responsáveis pelo chamado ‘investimento social pri-
vado’” (2003, p. 133). Sem fins lucrativos, as organiza-
ções do terceiro setor tornam-se um campo de trabalho
para os profissionais de relações públicas na medida que
estes têm como função criar ambientes de interação e
unidade entre a organização e seus diferentes públicos
(BRAGLIA, 2001) e aquelas necessitam ser vistas, co-
nhecidas e reconhecidas pela sociedade para que pos-
sam atingir seus objetivos. Em nosso estudo estão pre-
sentes diversas categorias do setor: institutos, funda-
ções, mas principalmente ONGs e entidades filantrópi-
cas, as primeiras associadas à conscientização e
mobilização da sociedade em relações aos mais diver-
sos grupos e assuntos, e as segundas com trabalho mais
direcionado à assistência social4 e o atendimento às
carências da sociedade e oposição às organizações com
fins lucrativos, ou seja, as empresas, cuja finalidade maior
é a obtenção de lucro a ser distribuído aos sócios ou acio-
nistas. O surgimento das ONGs permite que as pessoas
4 A discussão sobre outras posições a respeito desta categorização não é objeto deste estudo. Para maiores detalhes sobre Terceiro Setor e ONGs, indicamos Bueno
(2003, pp. 131-150)
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sejam requalificadas ao deixarem “uma posição passiva
de ‘esperar que algo seja feito’ para a posição atuante,
dos que ‘trabalham’ para que seus direitos sejam respei-
tados e para que a sociedade em que vivem seja melho-
rada pela ação conjunta” (BRAGLIA, 2001, p. 7).
Ao longo do período aqui discutido, primeiro se-
mestre de 1999 ao segundo semestre de 2004, perce-
bemos uma diversidade de categorias trabalhadas pelos
grupos de alunos, que entendemos refletem as novas
frentes de atuação levantadas por Kunsch, que vão des-
de o ambiente interno das organizações, tradicionalmente
foco de atenção da atividade e que hoje é mais trabalha-
do a partir da valorização do conceito de comunicação
interna, até “a comunicação intercultural, no âmbito das
esferas públicas, intergovernamental e das organizações
multinacionais e transnacionais”. A isto se acrescenta o
“Terceiro Setor, cujo crescimento em torno de projetos
de ações sociais em parceria com o poder público e pri-
vado abre um leque de possibilidades para atuação do
profissional de relações públicas” e a área cultural, de
lazer e de turismo e nas indústrias de entretenimento,
que também se delineia como campo de atividades que
demandam o uso de técnicas de relações públicas.
(KUNSCH, 2003, p. 60)
Em um total de 67 projetos realizados de 1999 a
2004, temos duas áreas de concentração: Terceiro Se-
tor (18 projetos) e Indústria (14 projetos), salientando
que a presença do Terceiro Setor é mais marcante em
2001, com 8 grupos trabalhando nesta área. Atribuímos
este perfil à carência de sistematização da comunicação
por parte das ONGs (organizações não-governamentais),
que representam uma parcela do segmento, por ques-
tões inerentes ao custo, humano e material, o que torna
estas instituições mais motivadas à colaboração com os
grupos experimentais, acrescentando-se o fato de 2001
ter sido o Ano Internacional do Voluntariado. Entretanto,
em oposição a este cenário, como em um acesso de
diversificação, em 2002, a presença maior é de indústrias,
diminuindo o número de ONGs, observando que o
primeiro semestre de 2004 é o único período em que
nenhuma ONG é atendida. A presença de indústrias, ainda
que não majoritariamente, analisamos como reflexo da
localização da Universidade, na região do ABCD Paulista,
fortemente caracterizada pela industrialização.
Apesar das dificuldades muitas vezes enfrenta-
das pelos grupos de alunos para o atendimento de ONGs,
as experiências do período analisado têm resultado em
colaborações efetivas para o desenvolvimento acadêmi-
co, que passa a ter a seu dispor pesquisas abordando
conceitos atuais em uma área que carece de produção
científica específica. Como exemplo, temos os casos de
pesquisas junto às empresas privadas, conduzidas pela
abordagem qualitativa, com exploração intensa das
motivações e expectativas das empresas privadas em
relação à atuação no setor social, cujas descobertas tor-
nam-se contribuições sobre o desenvolvimento e com-
preensão do conceito de responsabilidade social e das
expectativas do setor privado quanto ao seu relaciona-
mento com o Terceiro Setor.
De um modo geral, as ONGs apresentam limita-
ções de atuação condicionadas à visibilidade que têm na
sociedade, limitações decorrentes, em alguns casos, de
fatores financeiros, mas em muitos casos de falhas no
processo de comunicação entre a organização e seus
públicos de interesse. Nesse sentido, o trabalho do pro-
fissional de relações públicas deve criar condições de
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Ano VI - Nº 6 - Outubro 2005
mostrar como é vital para a sociedade como um todo
que estas entidades tenham sua importância conhecida
e legitimada (apud BRAGLIA, 2001, p. 8). Conforme
Ferrari (apud BRAGLIA, 2001, pp. 9-11), as organiza-
ções não governamentais têm peculiaridades que de-
mandam uma atuação específica do profissional de rela-
ções públicas. Segundo a mesma referência, “cabe às
relações públicas planejar uma comunicação efetiva que
seja capaz de identificar a organização como responsá-
vel pela manutenção do bem-estar social, para obter
resultados positivos e manter uma adequada gestão de
custos e serviços”.
As organizações sem fins lucrativos não raro con-
tam com incentivos gerados por órgãos públicos, e/ou
dependem destes para sua sobrevivência e manuten-
ção; nesse sentido, a comunicação deve ser planejada
para evitar que a organização sofra interferência direta
ou indireta e perca autonomia. No planejamento de co-
municação, é preciso lembrar que o fator financeiro não
raro é limitador da atuação destas organizações, impli-
cando nisso não apenas maior precaução orçamentária,
mas até mesmo ações específicas para responder a esta
demanda, visando à geração de recursos que as tornem
capazes de manter sua independência. Para que isto se
realize, é preciso que se identifiquem com clareza os
públicos de relacionamento, suas necessidades, suas
atitudes e suas expectativas para que a organização possa
adaptar seus objetivos, orçamentos e serviços.
O conhecimento dos públicos de relacionamento
das organizações é em parte feito por meio de pesqui-
sas que permitem que estas organizações sem fins lu-
crativos cumpram demandas que vão além de aspectos
tangíveis e racionais, abrangendo prioritariamente as-
pectos emocionais e psicológicos. O trabalho nas ONGs
e entidades filantrópicas é realizado, em sua maioria,
por voluntários, definidos como:atores sociais e agentes de transformação, que prestam serviços não remune-
rados em benefício da comunidade. Doando seu tempo e conhecimentos,
realizam um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, e atendem
não só às necessidades do próximo, como também aos imperativos de uma
causa. Os voluntários atendem suas próprias motivações pessoais, sejam elas
de caráter religioso, filosófico ou emocional (Domeneghetti, 2001, p. 78).
Essa característica demanda uma atenção espe-
cífica ao corpo de colaboradores que, como em toda or-
ganização, devem ser treinados, capacitados e organi-
zados para o exercício adequado de suas funções.
Nos 18 projetos experimentais elaborados para
ONGs e entidades filantrópicas entre 2000 e 2004 (em
1999 não foi atendida nenhuma organização sem fins
lucrativos) os públicos pesquisados foram: parceiros
potenciais ou reais (6), voluntários (4), beneficiados (2),
doadores (4), comunidade (2), líderes de opinião (im-
prensa) (3). As problemáticas levantadas buscavam en-
tender as motivações para empresas colaborarem com
as organizações, a motivação para a realização de tra-
balhos voluntários, as demandas e a satisfação com os
serviços prestados, com foco nos aspectos referentes à
comunicação e ao relacionamento, conhecimento sobre
a organização e motivação para doação e voluntariado,
avaliação de fatores de influência no relacionamento com
a imprensa.
A avaliação das problemáticas das pesquisas rea-
lizadas e seus resultados deixam claro que um dos as-
pectos que prejudicam as organizações do Terceiro Se-
tor é a comunicação deficiente ou até inexistente. Modo
geral, todos os públicos de relacionamento destas orga-
nizações carecem de informações básicas sobre as mes-
mas. Os parceiros e mantenedores reclamam uma mai-
Rastros - Revista do Núcleo de Estudos de Comunicação
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or constância na troca de comunicação. Muitos se res-
sentem de serem procurados apenas como provedores
de recursos financeiros, enquanto gostariam de ser tra-
tados, como diz sua denominação “parceiros”. Voluntários
e colaboradores permanentes mostram-se muitas vezes
insatisfeitos com a falta de planejamento e centraliza-
ção das tomadas de decisão. Devido ao caráter do tra-
balho, que requer um envolvimento emocional e psicoló-
gico diferenciado, as pessoas que atuam nestas organi-
zações querem se sentir co-responsáveis pelos servi-
ços, o que é dificultado quando não têm esclarecido o
que se espera delas ou quando não são ouvidas nas suas
sugestões.
Para os beneficiados, as instituições são, na mai-
or parte das vezes, a única esperança de uma vida com
mais qualidade, ou pelo menos, com menos sofrimento.
Isso os torna gratos, fazendo com que muitas vezes não
sejam capazes de expressar eventuais necessidades não
satisfeitas pela instituição. Porém, quando indagados
sobre aspectos que envolvam conhecimento mais espe-
cífico e detalhado sobre aspectos de interesse deles na
prestação de serviços da instituição, percebem-se lacu-
nas de informações e equívocos decorrentes de uma
comunicação quase sempre deficiente.
Uma das dificuldades mais presentes no dia-a-dia
das ONGs e entidades filantrópicas é a inconstância
das doações de pessoas físicas. Ainda que não seja a
principal fonte de recursos financeiros para muitas, é
através deste canal que as instituições adquirem visibili-
dade, torna-se uma via de mão dupla, ao proporcionar
uma oportunidade de atuação social para muitas pesso-
as que desconhecem ou não têm outra opção. Neste caso,
a manutenção de um cadastro atualizado é imprescindí-
vel, o que, infelizmente, não ocorre na grande maioria
das vezes. A não-obrigatoriedade do pagamento e a fal-
ta de um canal informativo sobre as atividades da insti-
tuição promovem atrasos e interrupções nas colabora-
ções. Em alguns casos, a necessidade de pagamento de
taxas a instituições financeiras para emissão de boletos
e recolhimento de cobranças inviabiliza o pagamento
bancário, dificultando ainda mais os procedimentos.
Para quem ainda não conhece a instituição ou ain-
da não tem um relacionamento de colaboração, o des-
conhecimento da existência da instituição, a visibilidade
proporcionada pelos meios de comunicação de massa a
determinadas instituições, a incerteza sobre o destino e
gerenciamento das doações são as principais caracte-
rísticas apontadas. Para a comunidade em geral, muitas
vezes não está claro o trabalho de determinadas institui-
ções, nem as formas de relacionamento, seja como co-
laborador, seja como potencial beneficiado.
Da parte dos líderes de opinião, nas pesquisas
analisadas, representados por membros da grande im-
prensa, a divulgação das entidades só depende da reali-
zação de um trabalho de relacionamento. Antes de tudo
é preciso que este público saiba da existência da institui-
ção e a partir disso devem ser efetuadas ações de rela-
cionamento que motivem eventuais divulgações, seja com
origem em fatos de interesse, seja a partir de solicita-
ções específicas que são atendidas na medida que pos-
sam ser de interesse dos meios. Este cenário, em con-
formidade com as características do trabalho e interes-
se jornalístico, mostra-nos uma situação que demanda
uma atuação comunicadora profissional por parte das
entidades e organizações, o que sabemos não aconte-
cer na maioria das vezes, uma vez que todos os recur-
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sos disponíveis, humanos e materiais são direcionados
ao cumprimento das atividades-fim, acrescentando-se
as limitações financeiras, normalmente uma caracterís-
tica destas organizações.
Essas descobertas sintetizadas nos apontam indi-
cadores de aspectos a serem considerados no planeja-
mento de comunicação entre Organizações Não-gover-
namentais e seus diversos públicos:
• Parceiros: ter informações sobre a aplicação de
recursos e desenvolvimento dos serviços.
• Voluntários e colaboradores: receber orienta-
ção clara e objetiva sobre o que deve ser feito, ser trata-
do com respeito, ter oportunidade de participação ativa/
decisória, na medida do possível.
• Beneficiados: estarem informados das possibili-
dades de serviços.
• Doadores: ter disponível um canal de comunica-
ção, ser informado sobre aplicação de recursos e possi-
bilidades de ajuda. Ter as dúvidas respondidas.
• Comunidade: mostra desconhecimento geral so-
bre instituições menos visíveis na mídia, certa desconfi-
ança em relação à aplicação dos recursos. Desconhece
as formas de colaboração.
• Líderes de opinião (imprensa): necessitam de
canal de comunicação com as organizações e pessoa
capacitada para prestar informações claras e precisas.
Mostram-se dispostos à divulgação, porém desconhe-
cem as instituições.
Conclusão
O título deste artigo sugere “uma problematização
do trinômio: empresa-escola-sociedade”. Para desenvol-
ver esta temática utilizamos um levantamento dos obje-
tos de pesquisa dos Projetos Experimentais do curso de
Relações Públicas da UMESP entre 1999 e 2004. Esta
escolha justificamos no contexto de uma sociedade ca-
racterizada pelo individualismo e consumismo, mas que
exige participação para que possa se desenvolver em
um clima de equilíbrio, na busca da diminuição das desi-
gualdades e melhoramento do bem-estar social. A pas-
sagem pela universidade significa o desenvolvimento de
habilidades profissionais, objetivo de caráter prático, que
deve ser cumprido sem que se perca a busca do conhe-
cimento e o desenvolvimento intelectual reflexivo.
Nesse contexto, a realização dos projetos experi-
mentais é o momento em que é dada ao aluno a oportu-
nidade de aplicar, junto às organizações reais, os conhe-
cimentos teóricos e práticos adquiridos ao longo de qua-
tro anos. Do ponto de vista acadêmico, é exigido do alu-
no a problematização de situações reais e sua análise
conceitual. Do ponto de vista ‘do mercado’, ele precisa
buscar soluções e apresentar sugestões para melhorar
o relacionamento das organizações e seus públicos, de-
lineando desta forma o trinômio: empresa-escola-socie-
dade.
Nos últimos anos notamos que muitos grupos de
alunos optam por ‘atender’ organizações do Terceiro
Setor, o que consideramos não só reflexo do momento
mundial, mas também uma opção profissional-social na
medida que viram nestas organizações a oportunidade
de aplicar seus conhecimentos e habilidades em um se-
tor em crescimento. Ao mesmo tempo, os grupos aten-
dendo a estas organizações sentiam-se participando da
construção de uma sociedade mais igualitária e demo-
crática.
O levantamento das situações-problema de pes-
Rastros - Revista do Núcleo de Estudos de Comunicação
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quisa exigiram reflexão sobre as condições das organi-
zações e seu relacionamento com os diversos públicos,
ampliando a percepção dos alunos sobre os reais pro-
blemas das organizações e as implicações destes pro-
blemas em um setor de características tão diferenciadas
como o Terceiro Setor. A aplicação das pesquisas pro-
porcionou a vivência de situações de relacionamento,
ainda que rápido e transitório, em contextos tão diferen-
tes quanto o escritório de um alto executivo ou a fila de
atendimento de uma organização, possibilitando aos alu-
nos a visão prática dos conceitos vistos em sala de aula
e sua posterior aplicação na análise dos resultados das
pesquisas. Cumprida a etapa de coleta de dados, mais
do nunca os alunos entenderam por que a comunicação
deve ser efetuada de acordo com a realidade da organi-
zação, respeitando sua cultura, mitos, crença e símbo-
los.
Do lado prático, a atuação dos grupos de alunos
junto às organizações do Terceiro Setor tem possibilita-
do o acesso a um trabalho de comunicação sistematiza-
do e planejado, o que, conforme os resultados de nosso
levantamento, é uma das grandes carências do setor. Os
grupos de alunos são orientados no sentido de abrirem
espaço para a continuidade dos trabalhos a longo prazo,
seja pelo estabelecimento de um departamento interno
de assessoria, seja pela terceirização dos serviços de
comunicação. Essa disponibilidade tem aberto espaço de
atuação profissional para os recém-formados, tanto no
formato voluntário como no remunerado.
A prática dos projetos experimentais em relações
públicas tem, deste modo, propiciado a inter-relação
empresa-escola-sociedade em um ambiente de ganhos
mútuos: ganha a empresa, que passa a contar com um
plano de comunicação; ganha a escola, que tem espaço
para que seus alunos apliquem os conhecimentos teóri-
cos e práticos; e ganha a sociedade, que passa a contar
com empresas mais conscientes de seu papel e profissio-
nais de comunicação melhor preparados para enfrenta-
rem situações de mudança, crescimento e transforma-
ção.
Nota biográfica da autora:
Marcia Perencin Tondato é graduada em Comunicação
Social, habilitação em Publicidade e Propaganda pela
UMESP, Mestre em Comunicação Social pela mesma
instituição e Doutora em Ciências da Comunicação pela
Universidade de São Paulo.
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