Rasto

2
ANDRADE, Jorge (1922/1984) Rasto Atrás Drama urbano-rural/2 atos/26 personagens/11 fem. 15 masc./Alunos, músico e povo/De 1922 à 1965/Antiga aristocracia rural/Conflito de gerações SINOPSE Rasto Atrás é uma peça nitidamente autobiográfica. A ação se estende de 1922, ano em que nasceu Jorge Andrade, até 1965, quando completava 43 anos. É um exercício de introspeção, que mostra a volta de Vicente, autor de teatro, ao interior, ao encontro do pai distante. Com isso, Vicente faz uma dura inquirição a respeito da existência e um doloroso e honesto balanço de toda uma vida, numa busca desesperada pela própria identidade. Ao chegar à cidade natal, Vicente reencontra as tias, que ainda solteiras, conversam sobre os mesmos assuntos e vivem de forma miserável a perda de todos os bens da família. A partir daí, são apresentados outros três Vicentes: aos cinco, quinze e vinte e três anos de idade. Numa simultaneidade de tempo e de espaço, o autor vai desvelando os conflitos do passado entre pai e filho, suas causas e conseqüências na vida dos dois e de toda a família, ao mesmo tempo que apresenta a solução presente para tais conflitos: a aceitação mútua das diferenças de personalidade e objetivos de vida. Quando o pai volta das caçadas para enfim reencontrá-lo no presente, não se faz necessária uma grande discussão entre ambos. Já estão claros os conflitos, pois o tempo e a separação de ambos, as conquistas de Vicente e as dores de consciência de seu pai João José, trazem à tona a devida tolerância. O pai então declara ao filho que veio para morrer, que naquele momento podia morrer. Traz presentes das caçadas, e Vicente, por fim, aceita. Reconciliado com o passado, Vicente pode voltar à sua casa e ao seu trabalho para continuar a escrever a próxima peça de sua vida que será, justamente, O Sumidouro, última obra do ciclo iniciado pelo autor com As Confrarias.

description

Sinopse de texto dramático

Transcript of Rasto

Page 1: Rasto

ANDRADE, Jorge (1922/1984)

Rasto Atrás

Drama urbano-rural/2 atos/26 personagens/11 fem. 15 masc./Alunos, músico e povo/De 1922 à 1965/Antiga aristocracia rural/Conflito de gerações

SINOPSE

Rasto Atrás é uma peça nitidamente autobiográfica. A ação se estende de 1922, ano em que nasceu Jorge Andrade, até 1965, quando completava 43 anos. É um exercício de introspeção, que mostra a volta de Vicente, autor de teatro, ao interior, ao encontro do pai distante. Com isso, Vicente faz uma dura inquirição a respeito da existência e um doloroso e honesto balanço de toda uma vida, numa busca desesperada pela própria identidade.

Ao chegar à cidade natal, Vicente reencontra as tias, que ainda solteiras, conversam sobre os mesmos assuntos e vivem de forma miserável a perda de todos os bens da família.

A partir daí, são apresentados outros três Vicentes: aos cinco, quinze e vinte e três anos de idade. Numa simultaneidade de tempo e de espaço, o autor vai desvelando os conflitos do passado entre pai e filho, suas causas e conseqüências na vida dos dois e de toda a família, ao mesmo tempo que apresenta a solução presente para tais conflitos: a aceitação mútua das diferenças de personalidade e objetivos de vida.

Quando o pai volta das caçadas para enfim reencontrá-lo no presente, não se faz necessária uma grande discussão entre ambos. Já estão claros os conflitos, pois o tempo e a separação de ambos, as conquistas de Vicente e as dores de consciência de seu pai João José, trazem à tona a devida tolerância. O pai então declara ao filho que veio para morrer, que naquele momento podia morrer. Traz presentes das caçadas, e Vicente, por fim, aceita.

Reconciliado com o passado, Vicente pode voltar à sua casa e ao seu trabalho para continuar a escrever a próxima peça de sua vida que será, justamente, O Sumidouro, última obra do ciclo iniciado pelo autor com As Confrarias.

Rasto Atrás é uma das grandes obras do ciclo, onde o autor demonstra não ceder às questões de mercado, colocando em cena diversos personagens numa arquitetura complexa de tempo e de espaço.