Raminhos Fisiológicos

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Sebenta de Fisiologia Aulas Práticas 1º Ano 2º Semestre Elaborado por: Joana Marques 2010/2011

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Sebenta de Fisiologia

Aulas Práticas

1º Ano – 2º Semestre

Elaborado por:

Joana Marques

2010/2011

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Introdução

Olá!! :D

Bom, esta segunda sebenta da colecção “Raminhos” surgiu após 15 minutos de ponderação sobre

por onde iriam todos estudar para um teste de avaliação de Fisiologia que engloba todas as matérias

abordadas nas aulas práticas.

De facto, não existe nenhum manual mais dirigido para a parte prática da coisa e no Guyton está

tudo muito disperso (mesmo que a professora doutora “Guyton saquetas” não concorde).

Assim, e a partir de um relacionamento (que é em tudo de mútuo respeito) entre mim e

apontamentos das aulas práticas, informações sobre os temas existentes no manual aconselhado e sebentas

do norte surgiu a Raminhos Fisiológicos.

Claro que esta sebenta não é substituto de um manual, que explica as coisas de uma forma muito

mais séria e exacta… A sebenta está organizada a partir dos conteúdos das aulas práticas e procurei

escrevê-la utilizando o raciocínio que eu utilizei para compreender as matérias.

Um especial agradecimento ao(s) 15 Minutos e todos os outros que me incentivaram à realização da

sebenta!

Espero que ajude todos. : )

Joana Marques

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AULA 1 – Contracção Muscular, Fadiga, reflexos osteo-tendinosos

O Sistema Motor é a parte do sistema nervoso central que está relacionado com o movimento.

Este divide-se em Somático e Autónomo.

No que diz respeito ao Sistema Motor Somático, este possui como órgão efector as fibras musculares

do músculo-esquelético.

Este primeiro esquema refere-se às respostas voluntárias.

Ainda associado ao Sistema Motor Somático, existem algumas respostas involuntárias ou

automáticas, tais como:

As que chegam, originárias do cérebro, a partir do tracto extrapiramidal, tal como dos gânglios

basais, do cerebelo ou de núcleos do tronco cerebral. São designados por “caminhos” auxiliares.

Sinapsam com o 2º neurónio na medula espinhal levando, da mesma forma, a informação até ao

músculo efector.

As que derivam do arco reflexo. O neurónio sensitivo transmite informação à medula espinhal que

imediatamente devolve a resposta para o músculo efector.

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O Sistema Motor Autónomo está relacionado com o sistema simpático e parassimpático, sendo os

órgãos efectores o músculo liso e as glândulas.

A transmissão da informação através dos neurónios é feita por despolarização. Esta ocorre porque

recebeu um estímulo suficientemente elevado para que lhe fosse permitido ter um potencial de acção.

Unidade motora – conjunto de fibras musculares que

são inervadas pelo mesmo nervo. Essas fibras não têm,

necessariamente, que estar umas ao lado das outras, como se vê

pela imagem. Apenas significa que o estímulo conduzido pelo

neurório vai provocar a contracção das fibras da mesma cor.

Verifica-se que quanto maior a unidade motora, ou seja,

quanto mais fibras forem inervadas pelo mesmo nervo, mais

grosseiro será o movimento. Por outro lado, movimentos finos e

bastante específicos reflectem a existência de uma unidade

motora de dimensões reduzidas (poucas fibras).

A Electromiografia permite o registo da actividade eléctrica muscular.

A partir do registo electromiográfico do músculo plantar registámos:

Foram ainda analisados os reflexos osteo-tendinosos – contracção reflexa (ou seja, através de

arco reflexo) de um músculo ou conjunto de músculos desencadeado pela percussão do respectivo tendão.

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No membro superior pesquisam-se:

Radial (nível C5-C6)

Bicípital – eléctrodo activo no bicípete (nível C5-C6)

Tricipital (nível C7-C8)

No membro inferior pesquisam-se:

Rotuliano (nível L4-L5)

aquiliano – electrodo activo no gémeo (nível S1)

Para avaliar estes reflexos utiliza-se a manobra de Jendrassik – dar as mãos e puxá-las de forma

divergente. Por norma, esta manobra permite facilitar os reflexos, podendo ser muito útil quando há

dificuldade de relaxamento ou quando os reflexos são hipoactivos. Utilizam-se para pesquisar os reflexos no

membro inferior (já para o membro superior pede-se ao paciente que cerre os dentes).

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AULA 2- Movimentos oculares, reflexo simpático cutâneo

O Electrooculograma é um exame

que permite registar os movimentos oculares.

O olho, bipolar, vai permitir o registo

dos seus movimentos. De facto, existe uma

diferença de potencial entre a córnea e a

membrana de Brush (na parte posterior do

olho).

A aproximação do pólo positivo do

olho a um dos eléctrodos vai provocar o

registo de uma deflexão positiva, enquanto

que se for o pólo negativo a aproximar-se

desse eléctrodo registar-se-á uma deflexão

negativa. A amplitude das ondas é tanto maior quanto mais amplo for o movimento ocular.

No electrooculograma do lado, fez-se

um registo semelhante ao realizado na aula.

Inscrevem-se os eléctrodos para registar

movimentos verticais e horizontais do olho.

Há mais ou menos uma regularidade nos

movimentos de tal modo que aquando do

registo numa direcção a perpendicular não

sofre grande alteração.

Quando foi realizada a experiência de

fixar um ponto, verificou-se que o olho não é

capaz de o fazer durante muito tempo. São

registadas movimentos balísticos ou de sacada do olho. Ao repetir o exame não se verifica uma manutenção

ou melhoria da “competência” ao realizar a prova, mas sim um decréscimo da acuidade na sua realização.

Estes movimentos de sacada existem porque o olho não consegue fixar um único ponto, ocorrendo a

fixação sucessiva de vários pontos.

Numa segunda fase, procurou-se analisar a Resposta Simpática Cutânea . Para isso, foram

medidos os níveis de sudorese nas palmas das mãos quando aplicados vários estímulos.

As glândulas sudoríparas existentes na mão (exócrinas) possuem várias funções, nomeadamente:

Termorregulação

Preparação termal, para adaptar o músculo à realização de actividade muscular.

Diminuir a abrasão

Acentuar a acuidade táctil

Etc.

+

+

-

-

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O objectivo deste teste era verificar que ocorria o registo de um potencial após a aplicação de um

estímulo simpático (barulho, suspensão da

respiração, etc.). Este potencial surge porque

as glândulas sudoríparas respondem a

estímulos símpáticos.

Com este teste é possível verificar o

tempo que decorre entre a aplicação do

estímulo e o aparecimento da resposta

simpática. Por outro lado, é ainda possível

verificar o tempo que o organismo demora a

repor o estado de equilíbrio – homeostase.

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AULA 3 e 4 – Função Respiratória, Espirometria

O principal objectivo da respiração é fornecer oxigénio aos tecidos e remover dióxido de carbono.

Para isso, é necessário que sejam cumpridas as funções:

Ventilação pulmonar: a mobilização de ar entre o meio exterior (atmosfera) e interior (alvéolos

pulmonares) do corpo.

Difusão de oxigénio e dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue.

Transporte de oxigénio e dióxido de carbono no sangue e fluidos corporais para e vindo dos

tecidos.

Regulação da ventilação.

Apenas a primeira função foi abordada na aula. A ventilação pulmonar é possível pela inspiração

e expiração o que se traduz pela expansão e contracção

dos pulmões, respectivamente.

A inspiração é o movimento activo, ou seja, é

necessário que ocorra a contracção de músculos para

que o ar entre nos pulmões. A expiração normalmente é

um movimento passivo, podendo ser activo. Estes

movimentos de expansão e contracção são conseguidos à

custa do movimento para cima e para baixo do diafragma

(aumenta ou encurta o diâmetro vertical da caixa

torácica) e também pela elevação ou depressão das

costelas (aumenta ou diminui o diâmetros ântero-posterior da caixa torácica).

Numa respiração calma utiliza-se apenas o movimento de contracção do diafragma para provocar a

inspiração. A expiração surge do relaxamento deste músculo (daí se designar passiva). Numa inspiração

activa são utilizados os músculos inspiradores (intercostais externos, esternocleidomastoideu, dentado

anterior e escalenos) para provocar a subida das costelas e projecção do esterno, possibilitando o aumento

do diâmetro ântero-posterior. Numa expiração activa, a força extra que é utilizada provém da contracção

dos músculos expiradores que são, principalmente os músculos abdominais (principalmente os grandes

rectos anteriores) porque fazem com que os órgãos abdominais sejam empurrados contra o diafragma,

comprimindo os pulmões, e ainda os músculos intercostais internos.

Para que a ventilação pulmonar funcione correctamente é necessário o funcionamento apropriado

dos músculos respiratórios, caixa torácica, pulmões, pleura e sistema nervoso.

A integridade da pleura assume uma especial importância no funcionamento da ventilação pulmonar,

já que é o líquido pleural (que se encontra entre as duas membranas da pleura) que lubrifica o

movimento dos pulmões. Este líquido vai sofrer alterações de pressão durante a inspiração que conduzem à

expansão dos pulmões. [Ao mesmo tempo que ocorre a contracção dos músculos inspiratórios, a pleura que

se encontra presa por algumas pontas à parede da caixa torácica vai expandir. Se a membrana externa da

pleura fica encostada às paredes laterais do tórax, devido à diminuição da pressão no líquido pleural a

membrana interna da pleura também terá que acompanhar o movimento (pela presença do líquido pleural as

duas membranas não se conseguem separar), provocando a expansão dos pulmões.]

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Ainda durante a inspiração ocorre o decréscimo da pressão alveolar (pressão de ar dentro dos

alvéolos pulmonares). A passagem da pressão a um pouco negativa é suficiente para provocar a entrada de

ar no interior dos pulmões.

A diferença entre a pressão pleural e a pressão alveolar determina a pressão transpulmonar

(medida das forças elásticas nos pulmões). Estas forças vão, por sua vez, determinar as características de

complacência dos pulmões .

Inspiração:

Explicação do gráfico: quando ocorreu a contracção dos

músculos inspiratórios a pressão intrapleural desceu bastante. O

volume dos pulmões aumentou com o aumento dos diâmetros

da caixa torácica. Ou seja, os pulmões que estavam pequenos

com determinado volume (reduzido) de ar no seu interior viram

o seu tamanho aumentado. Ao expandirem, a pressão no seu

interior será baixa o que leva o ar a entrar para o seu interior

(comportamento semelhante a uma seringa). No final da

inspiração, a pressão que existe no interior e no exterior dos

pulmões é semelhante porque o ar que entrou veio igualar as

pressões. A inspiração é mais curta.

Expiração:

Explicação do gráfico: quando ocorreu a contracção dos músculos expiratórios a pressão intrapleural subiu, o

tamanho dos pulmões diminuiu acompanhando a diminuição da caixa torácica. Ou seja, os pulmões que

estavam cheios de ar no seu interior viram o seu tamanho reduzido. Ao comprimirem, vai aumentar a

pressão no seu interior provocando a saída ar para o exterior dos pulmões. No final da expiração, a pressão

que existe no interior e no exterior dos pulmões é semelhante porque o ar que saiu igualou as pressões. A

expiração é mais longa.

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Tipos de respiração:

“pela barriga” – característica das crianças, devido à conformação da sua caixa torácica, com

costelas oblíquas e também dos idosos, já que ocorre calcificação das articulações costro-

condrais, diminuindo o movimento da caixa torácica.

Costal superior – característico das mulheres que utilizavam o espartilho

Costal inferior

A frequência respiratória é o número de ciclos respiratórios que ocorrem por minuto. Esta vai ser

inversamente proporcional ao tamanho do animal: isto significa que as crianças têm maior frequência

respiratória do que um adulto, e normalmente a frequência é superior nas mulheres comparativamente aos

homens.

Apneia – ausência de frequência respiratória.

Dispneia – alteração de frequência respiratória/dificuldades respiratórias.

Eupneia – frequência respiratória normal.

Taquipneia – aumento da frequência respiratória.

No exercício, o consumo de oxigénio terá que ser maior. Isto traduz-se por um aumento da

frequência respiratória. Para que sejam possíveis mais ciclos respiratórios por unidade de tempo, é

necessário que o tempo destes ciclos também seja diminuído.

Volumes e Capacidades pulmonares

A fim de estudar a ventilação pulmonar, utiliza-se uma técnica de espirometria que permite

registar as variações de volume no interior dos pulmões. Nesta técnica o doente respira contra um êmbolo

que vai registando a saída e entrada de ar dos pulmões num gráfico.

O gráfico perfeito seria deste tipo (para um indivíduo jovem adulto do sexo masculino).

Como se pode ver, é possível registar volumes pulmonares, isto é, a quantidade de ar existente no

pulmão num dado momento, bem como

capacidades pulmonares, ou seja, soma de

volumes pulmonares.

Registam-se 4 volumes

pulmonares que quando somados

correspondem ao volume máximo dos

pulmões.

Volume corrente (tidal vol., VT) –

volume de ar inspirado ou expirado

numa respiração normal.

Volume de Reserva Inspiratória

(Inspiratory Reserve vol., IRV) – volume

extra de ar que é possível ser inspirado a mais do que o volume corrente, quando é feita uma

inspiração forçada.

Respiração normal

Inspiração forçada

Expiração forçada

Volumes pulmonares

Capacidades pulmonares

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Volume de Reserva Expiratória (Expiratory Reserve vol., ERV) – volume máximo de ar que

pode ser expirado numa expiração forçada, após o volume corrente.

Volume Residual (Residual vol., RV) – volume de ar que permanece nos pulmões após a mais

forte expiração forçada. (não pode ser calculada por espirometria)

Registam-se, da mesma forma, 4 capacidades pulmonares :

Capacidade vital* (vital cap., VC) – corresponde à soma do volume de reserva inspiratória,

volume corrente e volume de reserva expiratória. Isto significa que é a máxima quantidade de ar

que uma pessoa consegue expelir, após os ter distendido primeiro até à sua capacidade máxima e

expira o máximo possível também.

, mas por norma o RV não é conhecido.

Capacidade inspiratória (Inspiratory cap., IC) – corresponde à soma do volume corrente com o

volume de reserva inspiratória. Equivale à quantidade de ar que uma pessoa consegue inspirar (a

inspiração é máxima e inicia-se após uma expiração normal).

Capacidade residual funcional

(Functional residual capacity, FRC) – é igual à

soma do volume de reserva expiratória com o

volume residual. Corresponde à quantidade

de ar que permanece nos pulmões após uma

expiração normal.

Capacidade pulmonar total (total lung

cap., TLC) – corresponde à soma da

capacidade vital com o volume residual.

Assim, equivale ao volume máximo que se encontra nos pulmões quando estes se encontram

expandidos ao máximo.

A determinação do volume residual não é possível de obter pela técnica de espirometria, já que esta

só é passível de registar ar que entra e que sai. Assim, e uma vez que alterações deste volume podem ser

características de doenças pulmonares, poderá ser necessário calculá-lo. Como calcular este volume? Através

da técnica de diluição . Esta técnica consiste em fazer o paciente respirar uma atmosfera de um gás (que

possui uma concentração conhecida) após realizar uma expiração forçada máxima. O gás é diluído no ar que

ainda se encontra nos pulmões, obtendo-se uma concentração final. A partir daí e aplicando conhecimentos

de diluições, é possível determinar o volume residual.

Cap

acid

ade

Vit

al

Cap

acid

ade

Insp

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óri

a

Cap

acid

ade

resi

du

al

fun

cio

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Vol. Reserva Inspiratória

Vol. Corrente

Vol. Reserva Expiratória

Vol. Residual C

apac

idad

e

Tota

l

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A capacidade vital (litros) * pode ser prevista pelas fórmulas:

Homem: 0,052 x altura (cm) – 0,022 x idade (anos) – 3,60

Mulher: 0,041 x altura (cm) – 0,018 x idade (anos) – 2,69

O Teste de Tiffeneau é utilizado para calcular a quantidade de ar que sai dos pulmões durante o 1º

segundo de expiração. Utiliza a fórmula . A expiração terá que durar no mínimo três

segundos e decorre após uma inspiração máxima. Na normalidade, este valor é superior a 75%.

Nos doentes asmáticos e outros que possuam doenças que se reflictam ao nível da obstrução dos

brônquios são verificadas alteração quando se aplica este teste, já que o doente tem capacidade pulmonar,

mas não consegue expirar correctamente. Em doenças que modificam anatomia dos pulmões não se verifica

uma anomalia no resultado do teste, já que se os doentes não têm grande capacidade pulmonar.

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Aula 5 e 6– Electrocardiograma

O electrocardiograma é um exame muito utilizado porque tem custos relativamente baixos e

permite uma avaliação rápida, dando informação sobre as várias propriedades do coração, tais como:

Automatismo

Condutividade

Excitabilidade

Anatomia Cardíaca

Eixo do coração

Espessura anormal das paredes

O que é que o ECG regista?

O coração, relaxado, como qualquer tecido excitável possui uma diferença de potencial entre o

interior e o exterior da célula. Se imaginarmos que o coração vai ser despolarizado por uma onda, podemos

dizer que a frente da onda é constituída por um dipolo (um pequeno vector que avança no sentido da

despolarização, deixando para trás o que foi despolarizado). Vai ser o movimento deste dipolo que o ECG vai

registar.

E como é que é feito este registo? Como é que é feita a tradução em ondas?

Para compreender o registo é preciso ter em conta apenas um local de registo, para ser fácil

compreender. Regras para ler as ondas:

Quando o dipolo se aproxima do ponto de registo → deflexão positiva

Quando o dipolo se afasta do ponto de registo → deflexão negativa

Quando primeiro se aproxima e depois se afasta → deflexão difásica

Se deflexão negativa = deflexão positiva significa que o ponto de registo é perpendicular ao

movimento do dipolo → deflexão equifásica

Amplitude da onda varia com:

A distância ao ponto de registo na relação inversa – quanto mais longe, menor a amplitude.

A dimensão do coração na relação directa – quanto maior o coração, maior a amplitude.

Há que ter em conta as características do indivíduo que está a ser analisado: gordos e magros

vão ter ECG diferentes, sem que tenham alguma anomalia.

Analisemos o ECG standard (o trajecto do dipolo visto de determinado ponto de registo).

Onda P

Corresponde à despolarização das aurículas.

Inicia-se na parede da aurícula direita, no nódulo sinusal

Onda P corresponde ao somatório das duas ondas de despolarização das aurículas

Complexo QRS

Correctamente designado qRs (porque a onda que se destaca é a de deflexão positiva)

Corresponde à repolarização das aurículas e à despolarização dos ventrículos.

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Onda T

Corresponde à repolarização dos ventrículos. (o pericárido repolariza 1º que o endocárdio e,

por causa disso, é que a onda é

positiva)

Intervalo P-R

Corresponde ao tempo que o

nódulo A-V atrasa o sinal a passar

das aurículas para os ventrículos.

Intervalo Q-T

Corresponde ao final da

despolarização ventricular mais

início da repolarização.

Depende da frequência cardíaca,

porque normalmente, quando a

f.c. aumenta o que varia é o tempo de diástole (este tempo diminui).

Segmento S-T

Tempo entre o final da despolarização e o início da repolarização

A posição deste segmento no ECG é o importante. Deve estar na linha isoeléctrica: uma

supradesnivelação surge, tipicamente na fase inicial de enfarte; uma infradesnivelação está

relacionada com isquémias.

O que são as derivações?

É simples, a progressão deste dipolo é registado de vários pontos do corpo, como se fosse uma foto

tirada de vários ângulos diferentes.

Existem no total 12 derivações, que vão corresponder a 12 registos diferentes do ECG.

3 derivações clássicas

Bipolares, ou seja, o electrocardiograma é registado a partir de dois eléctrodos localizados em

dois locais opostos do coração.

I: braço direito (-) → braço esquerdo (+)

II: braço direito (-) → perna esquerda (+)

III: braço esquerdo (-) → perna esquerda (+)

Formam o triângulo de Einthoven.

Como se pode ver (em baixo), o mesmo vector vai ter projecções diferentes em todas as

derivações, obtendo-se três curvas do ECG diferentes. Na última imagem dá para

compreender exactamente a que vector se associa a cada pedaço da onda.

As três curvas têm em comum: terem ondas P e T positivas, bem como a porção maior do

complexo QRS.

?
?
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3 derivações unipolares

AVF, AVL e AVF

Considera-se o (-) no centro do coração, dos quais o

dipolo se afasta para cada um dos três membros.

6 derivações precordiais

V1: 4º espaço intercostal à direita do esterno

V2: 4º espaço intercostal à esquerda do esterno

V3: entre V2 e V4

V4: 5º espaço intercostal na linha médio-

clavicular

V5: 5º espaço intercostal na linha axilar anterior

V6: 5º espaço intercostal na linha médio-axilar

É feita uma análise no plano horizontal

Por norma, V4 é a derivação de transição de

precoce a tardio, ou seja, é quando a onda passa a ser qRs.

AVR*
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O que é que se pode calcular a partir do ECG?

Primeiro é preciso saber o que se lê no ECG, ou melhor, como se lê o ECG?

O gráfico é registado num papel milimétrico em que:

Na vertical é registado milivolts

1mm de = 0,1mV

10mm = 1mV

Na horizontal é registado o tempo

1mm = 0,04s

5mm = 0,2s

A velocidade do papel é 25mm/s

Frequência

É o número de batimentos cardíacos por minuto.

Calculado a partir das fórmulas:

(ter em atenção as unidades do tempo) ou

(formula simplificada)

O ritmo normal encontra-se entre os 60 e os 100 b.p.m.

Brandicárdia <60 bpm

Taquicárdia >100 bpm

Ritmo

Forma como os batimentos se sucedem.

Arritmia é uma ausência de ritmo.

A mais frequente é a fibrilhação auricular, ou seja, o nódulo sinusal, perde a capacidade de

automatismo, não ocorrendo a contracção auricular (reflecte-se ao nível de uma diminuição

do volume ejectado e consequentemente ao nível do débito cardíaco). É uma arritmia muito

frequente nos idosos.

A ausência de automatismo neste nódulo reflecte-se no ECG na ausência de onda P (e se

existisse onda P teria uma deflexão contrária ao normal, porque o vector, como provém do

nódulo A-V, é contrário ao habitual)

A fibrilhação ventricular é a arritmia mais séria. Os impulsos cardíacos apresentam-se

frenéticos e há pequenas porções do ventrículo com períodos de contracção e de repouso

totalmente descoordenados.

Ocorre devido:

Choque eléctrico do coração

Isquémia

A ausência total de ritmo, ou seja, a perda de automatismo pelo sistema cardionector

conduz à necessidade de colocação de um pacemaker. Vai produzir os estímulos que o

cardionector deveria produzir.

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Extra-sistoles – arritmias que resultam de perturbações distintas das do automatismo. Neste

caso, verifica-se que surge uma sistole antes do tempo previsto (é sucedido por uma pausa

compensatória).

Pode ser provocada por:

Áreas que sofreram isquémia

Irritação tóxica do nódulo A-V ou rede de Purkinje.

Eixo

Vector final resultante da actividade eléctrica de todas as células.

O cálculo do eixo pode ser feito por três métodos:

1º: utilizam-se duas derivações do mesmo tipo, neste caso, bipolares. Verifica-se a diferença

entre valores negativos e positivos no complexo QRS, como se mostra.

-1+9-2=+6 (marcam-se 6 unidades positivas na derivação I)

0+7-1=+6 ( marcam-se 6 unidades positivas na derivação II)

Depois somam-se os vectores obtidos pelas duas derivações,

sendo que o vector final vai corresponder ao eixo do coração.

2ª: procede-se exactamente da mesma forma, mas

utilizam-se duas derivações perpendiculares. Como não

são do mesmo tipo, não é tão fiável, apesar de o cálculo

ser mais rápido (já que a soma é mais fácil).

3ª: procura-se nas 6 derivações do plano frontal uma

curva equifásica, ou seja, uma derivação que seja perpendicular ao eixo do coração.

A normalidade do eixo encontra-se entre os -30º e os 120º. Por isso, a posição anatómica do

coração poderá modificar o eixo do coração. No caso do situs inversus, o coração possui o

eixo para o lado precisamente oposto.

Uma alteração do eixo do coração pode ocorrer devido:

Hipertrofia de um ventrículo: se a massa muscular de um ventrículo se encontrar

muito aumentada isso vai provocar o aumento do potencial eléctrico nesse mesmo

lado. Para além disso, é necessário mais tempo para despolarizar essa massa

muscular. Forma-se então um eixo, desviado para o ventrículo hipertrofiado.

Razões para a hipertrofia ventricular esquerda: hipertensão, já que é necessário que

o ventrículo hipertrofie para que tenha a força necessária a bombear o sangue contra

+9

-1 -2

-1 0

+7

-1

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a pressão arterial sistémica alta (característica da doença); regurgitação valvular

aórtica, que desenvolve um mecanismo semelhante ao anterior.

Razões para hipertrofia ventricular direita: estenose congénita da válvula pulmonar,

defeito do septo interventricular, etc.

Ondas e Intervalos

Há que conferir todas as ondas, intervalos e segmentos descritos anteriormente e verificar a sua

normalidade.

Alteração da onda P:

Se esta onda apresentar a distinção entre as ondas que correspondem a cada aurícula

significa que existe uma hipertrofia direita ou esquerda, dependendo de qual a onda maior

em primeiro lugar (despolariza 1º a aurícula direita, se a onda aumentada for no início

significa hipertrofia direita).

Alteração do complexo QRS

A voltagem da soma das 3 derivações principais deve ser menor que 4mV. Um valor superior

equivale a um ECG de alta-voltagem. Pode ser causado por hipertrofia muscular. Um valor

muito baixo poderá decorrer da existência de massa muscular diminuída, o que pode ter

sido provocado por um enfarte do miocárdio ou por modificações no líquido pericárdico.

QRS prolongado pode decorrer de: enfarte do miocárdio (as várias cicatrizes no coração

provocam a existência de “obstáculos” à despolarização do miocárdio, aumentando o

tempo necessário à despolarização); bloqueios pontuais das fibras de purkinje (obrigam a

uma difusão do estímulo apenas através das células musculares)

Ondas Q patológicas

O tempo de duração é superior a 0,04s ou a sua amplitude ser superior a 1/3 do complexo

QRS são características de enfarte.

Alteração da onda T:

Acontece quando a sequência de repolarização não ocorre na sequência correcta.

Característica de isquémias.

Intervalo Q-T

Um tempo demasiado longo (>0,40) pode provocar morte súbita.

Segmento S-T

Um supranivelamento do segmento corresponde à existência de uma lesão (cicatriz) no

coração.

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Aula 7 – Sons Cardíacos

Os sons cardíacos permitem obter algumas informações sobre o que se passa no interior do coração.

Para isso é utilizado um aparelho designado (correctamente e de forma completa) estetofonendoscópio. Este

tem duas zonas utilizadas para ouvir: o diafragma (para sons de alta frequência) e a campânula (para sons de

baixa frequência).

A auscultação deve ser feita nos focos auscultatórios. Estes são:

Foco aórtico, no 2º espaço intercostal, do lado

direito do esterno.

Foco pulmonar, no 2º espaço intercostal, do

lado esquerdo do esterno.

Foco tricúspide, no 5º espaço intercostal, do

lado esquedo do esterno.

Foco mitral, coincide com o ápice do coração,

no 5º espaço intercostal (aproximadamente

por baixo do mamilo, no homem).

Como encontrar os espaços intercostais?

1º encontrar a fúrcula esternal. 2º descer até ao ângulo de Louis (género de uma covinha no esterno).

3º para o lado encontra-se o 1º espaço intercostal. 4º contar os espaços a partir daí.

Sons Cardíacos

Quando se faz a auscultação ouve-se sons diferentes, que corresponde à vibração das válvulas (que

se encontram tensas logo após o seu fecho), das paredes que as seguem no coração e a maioria dos vasos à

volta do coração:

Primeiro som cardíaco, S1 :

Som de alta frequência.

Coincide com a sístole

Mais intenso.

A contracção dos ventrículos provoca que subitamente o refluxo de sangue bata contra as

válvulas A-V, estas fecham e são empurradas no sentido do interior da aurícula. Neste

momento, as cordas tendinosas fazem o seu papel e impedem que as válvulas deixem o

sangue voltar às aurículas. O sangue é forçado a ir novamente contra o respectivo

ventrículo. Este movimento de turbulência do sangue vai levar as válvulas e as paredes

ventriculares a vibrar. As vibrações passam para os tecidos adjacentes, permitindo a sua

audição à superfície do corpo.

Segundo som cardíaco, S2 :

Som de alta frequência.

Coincide com o final da sístole/ início da diástole.

Menos intenso, já que a tensão das válvulas sigmoideias é menor.

Quando as válvulas semilunares fecham, as forças que exercem no sangue que lhes embate

provoca a sua projecção de volta às artérias. O sangue reverbera nas paredes dos vasos e

provoca a vibração ao longo dos vasos.

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Pode notar-se o desdobramento de S2 entre as artérias pulmonar e aórtica, sendo que a

pulmonar precede a aórtica (a ejecção ventricular direita é mais prolongada).

Terceiro som cardíaco, S3 :

Som de baixa frequência.

Surge no 2º terço da diástole.

É fisiológico em crianças e adultos jovens (até aos 40 anos).

A intensidade é muito baixa.

É provocado pela oscilação do sangue entre as paredes do ventrículo.

Quarto som cardíaco, S4 :

Som de baixa frequência.

Corresponde ao final da diástole.

Deve-se ao impacto do ventrículo contra a parede torácica causado pelo enchimento e

consequente desaceleração do sangue causado pelo aumento da rigidez ventricular.

Entre os dois sons cardíacos principais S1 e S2 existem dois silêncios:

Grande Silêncio

Pequeno Silêncio

Características do Ruído

Intensidade

Número (há desdobramento?)

Timbre

Ritmo

Sopros

Decorrem devido à existência de anormalidades valvulares:

Sopro sistólico da estenose aórtica:

Ocorre durante a sístole (a seguir ao S1).

O sangue é expulso do ventrículo por um orifício de pequenas dimensões existente na válvula

aórtica.

A resistência à passagem do sangue é enorme. Causa grande turbulência na aorta, logo

grande vibração e um sopro alto e bastante audível.

Sopro diastólico da regurgitação aórtica:

Ocorre durante a diástole (a seguir a S2).

Resulta da turbulência provocada pela reentrada do sangue para o ventrículo.

Sopro sistólico da regurgitação mitral:

Ocorre durante a sístole (a seguir ao S1).

É causado pela passagem do sangue de volta às aurículas e reverberação que esta

passagem provoca.

Sopro diastólico da estenose mitral:

Ocorre durante a diástole (a seguir a S2).

O sangue passa com dificuldade das aurículas para os ventrículos. Verifica-se um som

anormal no foco mitral, apesar de ser relativamente baixo e de baixa frequência.

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Aula 8- Pressão arterial

A pressão arterial é a força exercida pelo sangue nos vasos arteriais. A esta força, o vaso responde

com uma força de igual amplitude, designada tensão.

E porque pressão arterial? Porque as artérias vão possuir características que lhes permitem, registar

uma diferença de pressão entre o estado de sistole e diástole do coração. As paredes das artérias são mais

fortes e por isso dificilmente distensíveis (não é função delas acumular sangue) e consequentemente a uma

variação de pressão está associada uma variação de sangue. O que realmente importa é que para um

aumento de pressão x numa artéria equivale um aumento y de sangue, enquanto numa veia é necessário um

aumento 8y de sangue para que a pressão suba x. Isto está relacionado com a capacidade que cada um

destes vasos tem em se distender , mas principalmente na complacência ou capacitância , que traduz a

variação do volume em resposta a determinada alteração na pressão transmural (obtida pela diferença entre

as pressões interna e externa do vaso).

A pressão arterial é dada pela fórmula:

Assim, são estes factores que influenciam a pressão arterial:

Frequência cardíaca

Volume sistólico ou ejectado (o sangue que sai do ventrículo esquerdo durante a sístole):

Aumento deste volume irá provocar o aumento da pressão arterial, já que, se sai muito

sangue do coração, há um maior volume que tem que ser acomodado pelas artérias.

No exercício, este factor deverá aumentar, já que há uma tentativa de aumentar a

quantidade de sangue que existe em circulação. Por outro lado, o aumento da frequência

cardíaca impede que o tempo de diástole seja muito grande, prejudicando o enchimento

eficaz do ventrículo; também a desidratação provocada pelo exercício faz com que este

volume desça.

Resistência Vascular Periférica (corresponde à resistência oferecida pelos vasos à passagem

do sangue)

Em condições normais, traduz-se pela vasodilatação ou vasoconstrição.

Em condições patológicas traduz-se por obstrução das artérias (muito associado ao aumento

da idade - aterosclerose)

O aumento da RVP (vasocontrição) vai provocar o aumento da pressão arterial.

Em situação de exercício físico, deverá diminuir (vasodilatação) principalmente nos músculos

e pele.

Complacência

Quanto menor a complacência, maior será o aumento da pressão arterial para um dado

volume sistólico que é bombeado.

Numa análise da pressão arterial são importantes os valores de:

Pressão arterial sistólica : corresponde à pressão mais alta a que a artéria aorta é sujeita. O

ponto mais alto do pulso.

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O valor standard é 120 mm Hg.

Pressão arterial diastólica : corresponde à pressão mais baixa sentida na artéria aorta. O

ponto mais baixo do pulso.

O valor standard é 80 mm Hg. Apesar disso, considera-se que não há exactamente um valor

mínimo ideal: a p.a. deverá ser o mais baixa possível que assegure a perfusão dos órgãos.

Pressão arterial de pulso corresponde à diferença entre a Pressão Sistólica e a Pressão

Diastólica.

Pressão arterial média corresponde à área por baixo da curva de pressão arterial. Traduzindo

em fórmula, corresponde a pressão diastólica + 1/3.pressão de pulso.

A hipertensão corresponde a valores de pressão superiores a 140 mm Hg de PAS ou maiores

que 90 mm Hg de PAD. A existência de altas pressões poderá provocar lesões nos vasos,

especialmente a nível endotelial.

A hipotensão corresponde a pressões baixas que provocam a ineficácia da distribuição do

sangue pelos tecidos e órgãos.

Medição da pressão arterial

A pressão arterial pode ser medida por um método invasivo, que implica a aplicação de um cateter

arterial. Devido aos seus inconvenientes, esta técnica só é utilizada quando são necessários estudos mais

aprofundados.

Habitualmente, utiliza-se um método não invasivo, o esfingomanómetro (mercúrio, anaeróide ou

digital). Neste método utiliza-se uma manga que possui uma bolsa insuflável e permite aumentar a pressão

existente na artéria. Esta manga deverá ter dimensões adequadas ao paciente: a altura da manga medirá

cerca de 40% da altura do braço e o comprimento da bolsa deverá ter aproximadamente 80% da

circunferência do braço. O facto de a manga ser estreita ou curta poderá influenciar o resultado da pressão

arterial (resultado mais alto que o real).

Porque é que a utilização deste método permite determinar a pressão arterial? Com uma pressão

muito elevada (maior que a de pressão sistólica) a artéria colapsa (fica fechada), o que impede o sangue de

circular. Se descermos esta pressão (entre a PAS e a PAD) é possível ouvir os sons de Korotckoff , devido à

situação intermédia da artéria (está meia fechada, mas permite que o sangue vá passando), que provoca uma

situação de fluxo de turbulência . Quando se atinge o valor da PAD, deixa de se ouvir qualquer som, isto

porque o sangue flui num fluxo laminar , sem interferências.

Este método não invasivo pode ser aplicado de duas formas:

Método palpatório : apenas permite determinar a pressão sistólica.

Método auscultatório : permite determinar a pressão sistólica e a pressão diastólica.

As condições para a realização desta medição devem ser:

Sala confortável, com temperatura agradável (calor ou frio provocam alteração da resistência

vascular periférica);

Doente em repouso;

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Braço apoiado, ao nível do coração, sem roupa, semi-flexão do antebraço sobre o braço;

Deverá proceder-se 1º a uma medição bilateral para verificar qual o braço com a pressão mais

elevada (normalmente é o braço direito)

A existência de grandes diferenças poderá traduzir a existência de uma estenose numa

artéria anterior à umeral.

Como medir a pressão arterial? Devem utilizar-se os dois métodos de forma conjugada. Eis os passos

a seguir:

1. Palpação da artéria umeral.

2. Colocação da manga sobre a artéria, cerca de 2-3 cm acima da prega do cotovelo.

3. Aumentar a pressão da manga e em simultâneo palpar o pulso da artéria radial. Quando se deixar

de sentir parar e descer até voltar a sentir (determinação do valor de referência para a PAS pelo

método palpatório).

4. Esvaziar a manga.

5. Voltar a encher até um pouco mais que a PAS.

6. Colocar o estetoscópio acima da prega do cotovelo, utilizando a campânula para ouvir (sons de

baixa frequência).

7. Descer devagar a pressão e verificar o valor para o qual se começa a ouvir os sons de Karotkoff

(PAS) e a partir do qual se deixam de ouvir (PAD). (método auscultatório)