Ramatís - Elucidações do Além

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  • 1. RAMATSELUCIDAESDO ALM HERCLIO MAES UNIVERSALISMO
  • 2. Minha homenagem fraternaA Edison Guiraud, companheiro estudioso da espiritualidade e liberto de injunes sectaristas, dedico esta obra. Curitiba, agosto de 1964 Herclio Maes
  • 3. NDICE 1. O BRASIL E A SUA MISSO SOCIAL E ESPIRITUAL SOB A GIDE DOESPIRITISMO 2. O ESPIRITISMO E O CARTER DA SUA ASSISTNCIA MATERIAL EESPIRITUAL 3. O SACERDCIO OU APOSTOLADO CRSTICO E O AMBIENTE DOMUNDO PROFANO 4. AS ALMAS ENFERMAS DOS RESPONSVEIS PELAS GUERRAS 5. OS TRABALHOS MEDINICOS E A AMPLITUDE DO INTERCMBIOESPIRITUAL 6. ASPECTOS SINGULARES DAS SESSES MEDINICAS 7. A RESPONSABILIDADE E OS RISCOS DA MEDIUNIDADE 8. CONSIDERAES SOBRE AS SESSES MEDINICAS NO LAR 9. RECURSOS ENERGTICOS DOS GUIAS, JUNTO AOSENCARNADOS10. ELUCIDAES SOBRE O PERISPRITO11. ELUCIDAES SOBRE A PRECE12. RELATO E ANLISE DA PSICOMETRIA13. RELATO E ANLISE DA RADIESTESIA14. OS TRABALHOS DE FENMENOS FSICOS15. O FENMENO DA VOZ DIRETA16. A MSICA NOS TRABALHOS MEDINICOS DE EFEITOS FSICOS17. OS FENMENOS DE EFEITOS FSICOS NO CASO DASASSOMBRAES18. ALGUMAS NOES SOBRE O PRANA
  • 4. 19. O DUPLO ETRICO E SUAS FUNES20. OS CHACRAS21. POSSVEL A MORTE DO ESPRITO? CINCIA COMPROVA PREVISES DE RAMATS
  • 5. 1. O BRASIL E A SUA MISSO SOCIAL E ESPIRITUAL SOB A GIDE DO ESPIRITISMOPERGUNTA: Quase todos os mentores espirituais que falam Terra sounnimes em afirmar que o Brasil, sendo o pas mais esprita do mundo,(1)est fadado a desempenhar, no futuro, uma alta funo moral e espiritual noseio da humanidade. Podereis citar alguns fundamentos objetivos, quejustifiquem semelhante prognstico?(1) Nota do Revisor: Na assemblia dos prelados e reitores catlicos que se realizou em Roma,o secretrio do Conselho Episcopal Latino-Americano afirmou ser o Brasil o pas mais espritado mundo (jornal O Globo de 27-9-1958).RAMATS: Efetivamente, medida que o Povo brasileiro se espiritualizarassimilando conscientemente o racionalismo do processo reencarnacionista, ouseja, a grandeza e a amplitude moral das vidas sucessivas, que transformam ohomem imperfeito, de hoje, no anjo futuro, o Brasil far jus a receber novosacrscimos do Alto, que o habilitaro a ser, no somente o celeiro material domundo, mas tambm um farol moral e espiritual da humanidade.J existe real fundamento para tais prognsticos, pois enquanto nos outrospases o Espiritismo cultuado subordinando-se a um academismo de puraexperimentao cientfica, os brasileiros, pelo seu sentimento fraterno de teorespiritual, acolheram-no de modo efusivo, abrindo-lhe as portas com satisfaoe alegria, de modo que as prprias raas imigradas no se retraem influnciareformadora da doutrina esprita.No Brasil, a prtica e aceitao do Espiritismo est resguardada depreconceitos separatistas, pois apesar de o seu Povo ser constitudo de raasheterogneas as mais diversas, os que se unem sob a bandeira doEspiritualismo mantm entre si uma unidade de afetos crsticos de amplitudeuniversal. que o sublime Evangelho de Jesus tem na sua doutrina o veculomais racional para difundir os seus conceitos divinos por todos os quadrantesdo mundo.Doutrina cimentada nos princpios sadios do espiritualismo oriental, milenrio, ecodificada em linguagem acessvel a todos os cidados da humanidade, umroteiro seguro que ilumina at as criaturas desprovidas de inteligncia ou decultura, libertando-as dos dogmas e preconceitos religiosos sediciosos e
  • 6. supersticiosos. Alm disso, o Espiritismo no exige que os seus adeptos fujamdo mundo profano onde Deus tambm est, pois as mltiplas estradas da vidadas coletividades so abenoadas escolas de educao e reajustamentofraterno entre todas as criaturas.PERGUNTA: Mas existem porventura alguns atributos etognicos ou virtudesrelevantes, no Povo brasileiro, que qualifiquem o Brasil como digno eescolhido para vir a ser o maior lder social e espiritual ante a humanidade?...RAMATS: A vossa pergunta exige uma digresso que focalize algunsaspectos de carter etnolgico do Povo brasileiro e tambm algumasconsideraes a respeito das etapas da sua evoluo mental, levando emconta a sua ndole de boa f e misticismo ainda grampeados a diversascrenas, algumas subordinadas a ritos de padro muito elementar.Comearemos por dizer que o brasileiro ainda conserva desde o bero de suaraa a tendncia fraterna e afetiva das trs raas que cimentam a formao doseu temperamento e constituio psicolgica.Do negro, ele herdou a resignao, a ingenuidade e a pacincia; do silvcola, osenso de independncia, intrepidez e a boa f; do portugus, a simplicidadecomunicativa e alvissareira. Nele imprimiu-se um tipo humano de sanguequente e verstil, no qual circulam tanto as virtudes excepcionais, quanto ospecados extremos, mas, louvavelmente, em curso para a predominncia de umcarter de esprito superior. E esse caldeamento heterogneo ou mistura, quepoderia sacrificar a qualidade dos seus caracteres originais, terminou por avivaro psiquismo do brasileiro, despertando-lhe uma agudeza espiritual incomum eem condio de sintoniz-lo facilmente vida do mundo oculto. Consolida-se,ento, uma raa possuidora de diversos valores tnicos de natureza espiritualbenfeitora e que o Espiritismo, cada vez mais radicado no Brasil, catalisa,pouco a pouco, para os grandes desideratos da Fraternidade entre os povos daTerra.PERGUNTA: Contudo, no conseguimos admitir a ocorrncia de fatos quevenham a credenciar o Brasil, no sentido de ele vir a ser o maior lder espiritualante a humanidade. Podereis referir alguns motivos relevantes e convincentes,que nos induzam a aceitar como lgico e possvel a realizao de semelhanteacontecimento?RAMATS: Estais vivendo uma poca em que os acontecimentos seprecipitam. E so chegados os tempos em que surgiro novos fatosenquadrados na promessa do Enviado Divino quando Ele disse: Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertar!
  • 7. Ora, entre as verdades que vo ser conhecidas ou reveladas ao mundo aindaantes do fim deste sculo, avultam como estrondosas e revolucionrias emseus efeitos morais, sociais e espirituais, a comprovao substantiva dapluralidade dos mundos habitados e a da pluralidade das existncias.Quanto primeira, ser comprovada pelas comunicaes interplanetrias; equanto segunda, simultaneamente, em diversos pases, surgiropsicanalistas experimentados, os quais, mediante experincias conjugadas metapsquica e parapsicologia experimental, provaro que as vidassucessivas ou reencarnao do esprito tambm uma realidade absoluta edemonstrvel. Esta prova decisiva est entrosada num fenmeno de psiquismoque j tem sido levada a efeito entre vs, em exibies pblicas no palco deteatros e cinemas. Referimo-nos ao fenmeno de condicionar o ego ouesprito encarnado (o homem), a uma introspeco psquica, fazendo que eleregrida e viva, de novo, os diversos estgios de sua vida e idade, numdescenso vibratrio que, mediante uma espcie de revelao das chapasfotografadas na tela da sua memria, faculta-lhe expor e retornar a viver, comabsoluto realismo, as emoes de cenas e quadros vividos por ele durante asua vida atual, indo at aos pormenores de sua prpria meninice.Acresce, ainda, que os ditos psicanalistas iro mais alm, pois elesconseguiro que o indivduo (o homem), submergido nesse transeintrospectivo, seja levado a regredir at ao ponto de o esprito encaixar-se napersonalidade que ele foi em uma ou mais das suas existncias pretritas, ouseja: ser conseguida uma translao do esprito idntica que se obtm noplano astral quando um esprito, por efeito de uma aguda e profundarequisio mental, consegue imergir ou mergulhar no seu passado e viver asua personalidade de vidas anteriores, semelhando a lagarta que despe a suaroupagem de crislida e surge metamorfoseada em borboleta.Em consequncia, tal fenmeno trar superfcie certos fatos e detalhes deoutra encarnao de um mesmo esprito, cuja identificao e autenticidade, emdiversos casos, ser possvel comprovar. Por conseguinte, quando estefenmeno for comprovado e tiver a chancela da Cincia oficial ou acadmica tratando-se de um fato ou realidade que demonstra a pluralidade dasexistncias proclamadas pelo Espiritismo este, desde logo, ante o consensoda opinio mundial, se impor como o precursor da nova ordem moral eespiritual fundada no Espiritismo. E como decorrncia desse acontecimentoruidoso, que abalar a conscincia espiritual da humanidade, o Brasil, por ser,de fato, o pas mais esprita do mundo, ser chamado a exercer a funo delder da nova marcha moral e espiritual revelada ao mundo por Allan Kardec,nas obras que constituem a edificao da doutrina esprita.
  • 8. O brasileiro criatura muito sensvel e receptiva influncia dos espritosdesencarnados, pois, ingnuo, despreocupado, otimista e resignado, aindapouco afeito ao rigorismo cientfico ou dogmatismo acadmico, livrou-se deenredar a sua mente no labirinto das concepes transcendentais que tantoatrofiam a intuio. certo que ele tambm se desarvora facilmente sob oguante malfazejo dos espritos do astral inferior, quando, rico ou pobre, sbioou ignorante, mas vencido pelo desespero, pelo tdio ou pela doena, se deixaescravizar pelo lcool, pela sensualidade ou pelo jogo vicioso, com gravesdanos para sua vida psquica.Todavia, quando decide meditar e libertar-se de seus equvocos, um tipocapaz de lograr avanados desideratos do esprito, pois entrega-se prticasincera da caridade e aceita humildemente os ensinamentos de Jesus. Emboraseja um pecador renitente, ele assim que resolve empreender a suareabilitao espiritual, marcha para a frente sobrepondo-se e vencendo os seusrecalques inferiores.So ainda raros os pases em que se empreendem campanhas to singularesquanto s que se fazem no Brasil, onde os ricos e mesmo os pobres,antecipando-se s prprias obrigaes dos administradores pblicos, conjugamseus esforos para obter o alimento, o agasalho, o leito, a veste e tambmproporcionar assistncia aos tuberculosos, lzaros, favelados, rfos, scrianas e velhos desamparados e ainda levar a palavra doutrinria deesclarecimento e resignao aos que se encontram presos nas penitencirias.Apesar da corrupo moral, desarticulao social, desleixo administrativo e dosreflexos obscuros projetados na sua mente pelo dogmatismo sectarista doClero Romano, o Brasil uma coletividade das mais promissoras efetivaodo programa de confraternizao espiritual entre os povos.A despeito de suas crises agudas de carter social, poltico e econmico, aNao brasileira encaminha-se para consolidar um padro superior em todosos setores das atividades humanas. Alm do seu equilbrio financeiro eeconmico j previsto pelo Alto, no futuro, o Brasil tambm promover aconfraternizao entre todas as classes de trabalho e a socializao do seuPovo, mas sem as lutas sangrentas que, em geral, provocam o massacre e aseparao no conjunto das naes divididas pelos dios e ideologias polticasde carter inquisitorial e sanguinrio.Nenhum sistema poltico de vosso mundo atual est em condies decorresponder, integral e ideologicamente, s condies morais, aotemperamento psicolgico, ao cosmopolitismo, natureza intuitiva e aossentimentos fraternos e tolerantes do povo brasileiro. Afora as quizliaspartidrias, to comuns em todas as comunidades humanas e afetas aos
  • 9. quistos polticos egocntricos, os governos j se sucedem no Brasil sob umritmo de paz e tolerncia afetiva, de acordo com a prpria ndole e sentimentofraternos dos seus governados. Eles sucedem-se cada vez maiscompreensivos e menos vingativos.Mesmo a pureza partidria poltica, que em algumas outras naes atravessaos sculos sob irredutvel pragmtica e seleo ariana, no Brasil perde o seurigorismo tradicional, pois os partidos polticos brasileiros fundem-se,dissolvem-se e refundem-se mesclando-se os seus elementos nas adeses ouconclaves inesperados, em que os velhos adversrios de ontemconfraternizam-se calorosamente para a elaborao de novos programas elabores. Embora a crtica, por vezes, censure essa instabilidade ou inquietaopoltico-emotiva, pois em muitos casos trata-se realmente de resguardarinteresses pessoais ou adeses partidrias visando apenas cargos ouremuneraes pblicas, o certo que na essncia doutrinria dos seusagrupamentos partidrios, salvo alguns casos isolados, de politiqueirosrefratrios tica da compreenso e decoro, h sempre o mesmo cimentocoesivo, que corresponde ao temperamento fraterno e espiritualmenteacessvel do brasileiro.Desaparecem tambm os estigmas do caudilhismo sangrento das lutasfratricidas e os ensaios do tiranismo no Brasil, para surgirem, pouco a pouco,os espritos benfazejos e regrados, que ingressam no seu comando e passama agir de modo mais humano. Atravs de roteiros pacficos, a vossacomunidade encaminha-se para a socializao benfeitora, mas isso, como j odissemos, vai ser realizado sem a violncia prpria dos povos belicosos.A Nao brasileira h de ajustar-se social, econmica e politicamente,atendendo aos anseios materiais e psicolgicos de todos os povos da Terra,porquanto ela significa um dos mais preciosos laboratrios de experimentaesfraternas do Alto. H de ser um clima sem violncia, sem tiranismo ouextremismos ideolgicos, com um padro tico-poltico distante dos dogmas oudas imposies religiosas, embora intimamente inspirado pelo Evangelho deJesus.PERGUNTA: Contudo, alguns espritas sensatos consideram que o Povobrasileiro no apresenta credenciais polticas, sociais ou morais para se tornarum laboratrio de ensaio de confraternizao universal. H mesmo certa crticae desnimo dos brasileiros mais pessimistas, pois acham que, atualmente, aNao no vai alm de um pas que se impe pelo futebol e pelo carnaval.Que dizeis?RAMATS: A despeito dessa conceituao negativa, estou autorizado ainformar-vos que os socilogos siderais j traaram um roteiro especfico e
  • 10. coerente para essa importante realizao fraterna, moral e social do vossopas; mas isso no quer dizer que sejais um Povo superior ou completamentelivre de quaisquer reparaes crmicas dolorosas do passado. acaracterstica espiritual que cimenta a formao etnolgica brasileira, a suapeculiar ndole fraterna, caritativa e tolerante, aliada ainda a uma naturezaintuitiva incomum, o que justifica tal prognstico. Esses elementosfundamentais afetivos que predizem o xito futuro dos empreendimentosespirituais de confraternizao terrena, os quais seriam difceis e mesmoimpraticveis num povo racista, avaro ou materialista.Sob as caractersticas psicolgicas e temperamentais do tipo brasileiro hmuito ouro aproveitvel, que o Espiritismo, como abenoado garimpeiro doAlto, h de desbastar em contnuo aproveitamento espiritual. No tenhaisdvida e no vacilamos em vos dizer: realmente, o Brasil um dos maisavanados celeiros de almas com inclinaes para subordinarem-se aoEvangelho de Jesus e tornarem sua ptria um smbolo relevante defraternidade crstica.No h, pois, exagero no prognstico aventado por conhecido esprito jdesencarnado, que diz: O Brasil est destinado a ser o Corao do Mundoe a Nova Ptria do Evangelho!
  • 11. 2. O ESPIRITISMO E O CARTER DA SUA ASSISTNCIA MATERIAL E ESPIRITUALPERGUNTA: Aludindo ao servio de caridade do Espiritismo, no Brasil,porventura outros credos tambm no o tm praticado a contento, tais como osprotestantes, que mergulham nas regies mais afastadas do globo a fim desocorrer os selvagem e os famintos de po e de esclarecimento?RAMATS: Reconhecemos que o protestantismo, principalmente,desenvolveu no mundo um bem organizado e louvvel programa de paz eamor, pois os seus adeptos se embrenham pelas matas e regies inspitas,levando o consolo, o socorro e o medicamento aos infelizes prias que seencontram em zonas distantes e sem quaisquer recursos de assistnciaimediata. Nesses labores socorristas e caritativos, eles so disciplinados,metdicos e ordeiros, conseguindo resultados proveitosos em favor dosenfermos e necessitados. Muitos desses protestantes hericos so almas deescol, que deixam suas moradias felizes a fim de servirem ao homem terrenoainda preso s cadeias do raciocnio primrio e inconscientes quanto suahierarquia moral e espiritual na ordem da Criao.No entanto, o programa esprita mais avanado no seu contedo doutrinrio,pois atravs dele o Alto tem como principal finalidade esclarecer o esprito dohomem e libert-lo conscientemente dos ciclos dolorosos das encarnaesterrenas, ajudando-o a compreender e a sentir qual o verdadeiro motivo eobjetivo real da vida, de modo que ele tenha conscincia plena de si mesmocomo esprito eterno ou imortal. E ento, esclarecido de que uma entidadesuperior, ele se esforce por vencer os instintos animais e alcance, o mais brevepossvel, o seu destino glorioso da angelitude, que o libertar dasreencarnaes e lhe facultar ser feliz em todos os recantos do universo aservio de Deus e das humanidades em seus estgios de evoluo.Embora o Protestantismo realize proveitoso trabalho de assistncia junto aosdeserdados da sorte, a sua meta precpua salvar as criaturas, as almas,mediante o cultivo das virtudes santificantes, mas, tambm, ameaando-as deque os pecados as condenaro s chamas do Inferno por toda a eternidade!Ora, o homem precisa aprender a cultivar a virtude, porm, conscientemente,sem ameaas ou temores; e permanecendo no seio da vida comum emexperimentaes educativas com os demais seres. Enquanto na sua tarefa
  • 12. benfeitora os protestantes orientam as criaturas no sentido de vencerem ospecados do mundo, fechando os olhos para no v-los, os espritas asensinam a imunizarem-se contra as tentaes mediante o raciocnio queilumina e edifica a conscincia, fazendo que o homem se torne capaz deenfrentar as sombras do pecado sem contagiar-se. Mesmo porque ningumdeve fugir s lutas de um mundo que Deus criou como escola educativaindispensvel para a Alma.O selvagem, o doente ou o faminto que, depois de amparado materialmentepelo Protestantismo, resolve fugir aos pecados do mundo porque receia que asua alma seja lanada no Inferno, essa fuga no conseguir extinguir osrecalques malignos dos instintos, pois esses desejos recalcados ouadormecidos tornaro a explodir assim que se apresentem circunstnciasfavorveis, capazes de romper as amarras dbeis da sua vontade maldisciplinada.As virtudes, quando impostas, no tm fora para resistir compresso dosinstintos inferiores. S a conscincia espiritual emancipada pela sua prpriaauto-evangelizao est em condies de vencer a tremenda batalha moralentre o homem-esprito e o homem-animal.Em qualquer circunstncia da vida a proibio estimula o desejo e provoca oesprito infrao, pois da natureza humana preferir o que lhe facultavantagens ou prazer imediatos e desinteressar-se por quaisquer benefcios oupromessas futuras e que lhe parecem enigmticas.Embora louvemos os credos religiosos dogmticos no seu trabalho deassistncia ao prximo e no servio do Cristo a favor dos prias do mundo,somos obrigados a salientar o Espiritismo, pois alm de sua tarefa socorrista ede estmulo espiritual, doutrina de esclarecimento consciente. As exortaesdoutrinrias cujo pano de fundo so as fogueiras do Inferno ou o paraso doCu podem fazer compreender quanto s vantagens de ser bom e serpremiado; porm, de modo algum, do ao homem aquele discernimento moral,subsistente, apoiado na meditao que considera, deduz, compara e o habilitaa saber qual o rumo mais certo e seguro que lhe convm seguir na jornada dasua evoluo como esprito imortal.
  • 13. 3. O SACERDCIO OU APOSTOLADO CRSTICO E O AMBIENTE DO MUNDO PROFANOPERGUNTA: Segundo o cdigo secular da Igreja Catlica e tambmconforme a opinio da maior pane de seus proslitos, o isolamento de seussacerdotes nos conventos e mosteiros, abdicando das injunes comuns ecotidianas da vida, tem por objetivo ou finalidade fazer que eles, segregando-sedo crculo do mundo profano, se voltem completamente s tarefas espirituaisem favor da humanidade e melhor servirem s causas de Deus. E justificamessa diretriz austera, sob a alegao de que Jesus, Buda, Francisco de Assis eoutros grandes iluminados que legaram humanidade mensagens sublimes desalvao espiritual, se isolavam do convvio do mundo profano. Que vosparece?RAMATS: Semelhante concepo decorre de uma anlise muito superficial,pois se considerarmos objetivamente a vida e os exemplos de Jesus e dosseus apstolos, certificaremos o contrrio, pois o Mestre, to depressa surgiu ahora da sua misso, ei-lo, justamente, nas praas pblicas, entre o bulcio domundo profano, pregando e exemplificando os mandamentos da sua doutrinaat ser imolado no Calvrio.Igualmente, os seus discpulos ou apstolos, embora em algumas cidades daPalestina eles tivessem as manses onde se reuniam, a sua vida ativaconsistia num sacerdcio levado a efeito nas praas pblicas, ou seja,enfrentando o ambiente vicioso do mundo, porquanto o Mestre advertiu que Eleviera tratar dos doentes (os pecadores) pois os sos no precisam de mdico!Quanto a Buda, este abandonou os seus tesouros e prazeres da corte deKapilavastu e jamais voltou a interessar-se por esses bens do mundo material.E Francisco de Assis tambm no foi um lder religioso pregando a suadoutrina isolada no deserto. Ao contrrio, ele imps-se como umrevolucionrio espiritual, vencedor de todos os desejos da vida fsica, massem fugir do mundo profano onde, alis, Deus tambm est!PERGUNTA: Mas esses inmeros conventos e ordens monsticas, quesurgiram em diversas partes do mundo e que tm subsistido atravs dossculos, abrigando dezenas de milhares de sacerdotes e freiras, noconstituem ncleos de resistncia no sentido de amparar as causas de Deus ede Jesus?
  • 14. RAMATS: O aspecto desse movimento, bem considerado em suaintimidade, produto de um egocentrismo espiritual. uma fuga ou refgioasctico ditado pelo interesse ntimo ou privado de melhor conquistar-se asalvao. E no como um sacrifcio destinado, essencialmente, a salvar os queesto do lado de fora, perdidos nos labirintos do mundo profano.Nos primeiros sculos do cristianismo, os seguidores de Jesus, em vez de serefugiarem nas muralhas dos conventos ou das igrejas, eles iam ao encontrodo mundo, enfrentando, de peito aberto, grandes lutas, riscos e impedimentosde toda espcie, pois naqueles tempos no havia estradas de ferro, nemautomveis, nem avies. Contudo, l se iam esses peregrinos do sacrifcio,caminhando dia e noite, dispostos a lutarem com os poderosos, mas sem levararmas. Iam enfrentar hipcritas e no levavam astcia; iam conquistarconscincias e no levavam dinheiro.Ora, justamente, o racionalismo sensato da mensagem esprita esclarece que ohomem terreno, para emancipar-se em esprito, no precisa fugir do mundoprofano, nem deixar de constituir um lar ou abster-se das obrigaes e alegriascomuns da vida. O homem que foge dos problemas da sua comunidade,fechando-se, qual caracol, dentro da casca da sua convenincia, no sperde o treino da experincia da vida integral, como ainda se assemelha criatura egosta que foge da estrada dificultosa em que todos labutam,deixando ao abandono os seus companheiros exaustos, enquanto ele vaicuidar exclusivamente de si mesmo, na busca de sua ventura espiritual, queele resolveu colocar e sobrepor acima de tudo e de todos.
  • 15. 4. AS ALMAS ENFERMAS DOS RESPONSVEIS PELAS GUERRASPERGUNTA: Ainda quanto aos aspectos da Alma enferma, agradeceramosvosso empenho em nos esclarecer, quanto culpa das almas desequilibradasou doentes em potencial, que desencadeiam guerras; e, alm do morticniode milhes de criaturas, a sua passagem pela Terra cria entre os povos umambiente que degenera em novos dios e represlias.RAMATS: Sem dvida, todos os filhos de Deus, mesmo os mais perversos,so dignos da magnanimidade divina e dos ensejos reeducativos para a suaredeno espiritual, embora suas provas devam ser disciplinadas pelo mesmoesquema espiritual de que a colheita de acordo com a semeadura! bvio,pois, que as condies, os processos e o tempo empregado nessa retificaoredentora, variam segundo o volume dos equvocos e delitos praticados pelosespritos endividados. Os tiranos, os fazedores de guerras e os exterminadoresde povos, depois da morte fsica enfrentam, por longo tempo, problemasterrficos e cruciantes de acordo com a extenso dos seus crimes e segundo asorna exata de todos os minutos que empregaram nos atos de perversidade,vandalismo e prejuzo humanidade. No entanto, depois de submetidos aosprocessos de retificao espiritual, mediante reencarnaes sucessivas, que seprocessam atravs dos sculos, eles tambm logram a sua melhor graduaopara os ensejos anglicos do futuro.Porm, no julgueis que os tiranos e os dspotas so os nicos culpados pelosmassacres, vandalismos, crueldades e saques praticados pelos seuscomandados em tempo de guerra; a responsabilidade e a culpa sodistribudas proporcionalmente de acordo com as responsabilidades individuaisde todos que, direta ou indiretamente, so unidades do conjunto. Em face daliberdade criminosa ensejada pela guerra, h soldados que deitam fogo acidades indefesas, saqueiam os bens alheios, mutilam combatentes adversos,torturam fugitivos, trucidam jovens, velhos, mulheres e crianas, quer emobedincia a ordens superiores, ou seja pela sua perversidade na desforra.Mas a Lei Crmica, em sua ao justiceira e impessoal pesa criteriosamente aculpa individual de cada criatura, responsabilizando-a por todo estmulobelicoso, ato agressivo ou contribuio direta ou indireta s atividadessangrentas da guerra desumana e fratricida.
  • 16. Nenhum tirano, por mais poderoso e cruel, pode conduzir sozinho uma nao guerra e ensopar de lgrimas o mundo. Ele, para atingir os seus fins bestiais,precisa do apoio incondicional dos prprios compatriotas e sditos.Geralmente, ante a simples perspectiva de uma guerra contra o inimigo, logohomens e mulheres estremecem, apreensivos; porm, ante a possibilidade desua ptria ser vitoriosa contra as naes inimigas, ento, em quase todosdesperta a cupidez, a ganncia e a desforra. Sob o clima beligerante, at asalmas sensveis de artistas, filsofos ou poetas, deixam-se contagiar pelasfalsas glrias colhidas nos morticnios coletivos dos povos adversos; e cantamhosanas ou compem poemas ptria herldica, incentivando o povo a impor-se triunfalmente na face da Terra.A guerra insuflada, igualmente, por interesses escusos, pois alm deoportunidade para o saque, o ganho fcil, a investida desonesta aos degrausmais altos da poltica, tambm um dos melhores ensejos para as promoesdos militares. Enquanto os soldados sonham com divisas de sargento e osoficiais inferiores ambicionam novos gales, os chefes de graduao militarsuperior mostram-se esperanosos de soldos extras e glorificaes pblicas.Alguns professores aproveitam a situao exaltada, para despertarem em seusalunos o sentimento belicoso. Os jornalistas, exaltados por um patriotismofrentico, consomem toneladas de tinta acirrando o nimo do povo para a luta.Os prprios sacerdotes catlicos no se pejam de benzer armas, fazer oraese promover cerimnias religiosas em louvor da vitria de sua ptria, rogando aDeus que o ajude a destruir os seus inimigos odiosos.Os tiranos, os strapas e os opressores da humanidade so pontas de lana,que abrem as comportas das paixes de amplitude coletiva. Eles no criamhomens perversos, cpidos e sanguinrios.A presena desses gnios destruidores, na Terra, um efeito moral da atraomagntica que est em ebulio na mente social, pois a dinmica de ossemelhantes se atraem tambm uma lei psquica. A presena e atuao detais almas em vosso mundo uma espcie de raio deflagrado pelossentimentos inflamados da cobia, domnio e dos recalques de orgulhopatritico, que esto em efervescncia na conscincia das massas queconstituem o Povo.(1)(1) Nota do Mdium: Haja vista o que cidados aparentemente pacficos e honestos fizeram naltima guerra, quando incorporados aos exrcitos nazistas cometeram as atrocidades maisbrbaras, enquanto praticavam os roubos mais cnicos, pelo saque desaforado s bibliotecas,museus e obras de arte, dos povos vencidos.
  • 17. Sob o comando de Anbal, Alexandre ou Napoleo,(2) muitos dos seussoldados e comparsas, diante da oportunidade fcil de satisfazerem seusprprios desejos e paixes abominveis, revelaram-se bem mais perversos esanguinrios do que os seus chefes, pois enquanto estes, sem rancor pessoal,viam, nos seus exrcitos e nas formaes inimigas, somente as peas vivas deum jogo de xadrez de vida ou morte, os seus comandados praticavam as maiscondenveis atrocidades como o desforo pessoal.(2) Nota do Mdium: Vide comunicao medinica de Napoleo, em 13 de novembro de 1906,pelo famoso mdium portugus Fernando de Lacerda, pgina nmero 26, da obra Do Pasda Luz, livro primeiro, a qual serve de contribuio ao pensamento de Ramats a respeito doassunto em foco. Obra editada pela Livraria da Federao Esprita Brasileira.Porm, na balana fiel da Justia Divina, a culpa coletiva das atividadesguerreiras divide-se, proporcionalmente, a cada um dos seus participantes,tendo em conta as imposies a que o indivduo est obrigado perante a leihumana e as exorbitncias das atitudes pessoais, que so uma decorrncia doseu prprio livre-arbtrio. A desonestidade, a violncia, a traio ou o sadismo,tanto no setor das atividades morais quanto no campo das incumbnciasmateriais, so de responsabilidade individual. Nenhum tirano ou dspotapagar pelo crime do seu soldado ou subalterno que, exorbitando do seudever, deita fogo na casa pacfica, mutila o prisioneiro fujo, profana a moaindefesa ou trucida velhos, crianas e mulheres inofensivos.PERGUNTA: Afim de melhor compreendermos a questo da alma neurticados conquistadores sangrentos, podereis dizer-nos algo de um Hitler, porexemplo, que foi um tirano e dspota em nossa poca?RAMATS: Embora Hitler tenha sido um homem atrabilirio, cruel e vingativo,julgado pela histria moderna como o responsvel exclusivo pela ltimahecatombe guerreira, nem por isso, julgueis que ele seja realmente o nicoculpado de todos os atos abominveis e brbaros cometidos pelos seuscomparsas militarizados. Na verdade, ele deu forma concreta e objetiva aosanseios e sentimentos belicosos do seu prprio povo, o qual, hipnotizado pelasperspectivas de dominar o mundo, cobrir-se de glorolas tolas e aumentar oslucros no saque ao inimigo, animou e estimulou tal indivduo empreitadahomicida e cruel da guerra. Embora considerando-se, com justia, que certaparte do povo alemo realmente pacfica, construtiva e avessa tradicionalbelicosidade germnica, a sua maioria ficou responsvel por endeusar ecolocar no cimo do seu governo o tipo demente, ambicioso, violento e cruel quefoi Hitler.A imprudncia, o orgulho, a ambio e o esprito de desforra tambmencontraram nos moos, velhos e mesmo nas mulheres e crianas alems o
  • 18. seu prolongamento vivo e natural, quando, reunidos em praas pblicas, elesaderiram s cerimnias festivas e s homenagens pags, com que apoiaramfanaticamente o Fhrer, para ele acender a fogueira da guerra. Esse dio evingana atingiram os prprios vizinhos sem culpa direta no caso, enquanto afria nazista destrutiva caiu sobre o adversrio mais prximo e mais dbil,apontado como um dos culpados pela humilhao do passado, ou seja, ojudeu. Ento as mulheres, os velhos, os moos e as crianas hebraicasserviram de causa preliminar para o futuro massacre perverso considerandoinimigos da ptria todos os homens que no fossem alemes.(3)(3) Nota do Mdium: Convm o leitor ler o artigo As Expiaes Coletivas, de autoria deRodolfo Galligaris, inserto no Reformador, de outubro de 1962, pgina 221, quando eleaborda o passado dos judeus destruindo cidades e populaes indefesas, segundo os relatosdo prprio Velho Testamento, e depois sofrendo as provaes coletivas pelos flagcios efuzilamentos em campos de concentraes nazistas, no cumprimento doloroso do seu carmapregresso.No entanto, malgrado Hitler ter sido estigmatizado como o Sat da histria e onico responsvel por acender afoitamente a fogueira da guerra, outras naesvestidas de donzelas, tambm contriburam com o seu feixe de lenha cortadosob o machado da opresso econmica, imposio ideolgica ou poltica,competio comercial ciumenta ou orgulho de raa, impondo sua prepotnciamal disfarada e apressando solues egostas para o futuro.Os adversrios de Hitler apressaram o passo para salvar a humanidade mastambm escreveram pginas sombrias de vingana, de dio e dedesonestidade, as quais, embora ignoradas pela histria do mundo, o Senhormarcou no Livro da Vida para o resgate porvindouro dos responsveis.Ambos os lados beligerantes, esquecidos do Amor pregado pelo Cristo,perpetraram crimes odiosos, fuzilamentos desnecessrios e deram vazo spaixes de raa; cometeram pilhagens e barbarismos protegidos pelo pavilhosimblico da ptria, justificando os seus atos ignbeis por um cdigo imoral deguerra.As naes terrenas ainda so constitudas por ncleos de homensapaixonados e belicosos, sejam quais forem as raas de que eles descendam.Elas so pacficas e suportam-se mutuamente, enquanto encontram-seincapacitadas para apoderarem-se dos bens do vizinho, pois a cultura, aeducao e os valores intelectuais que lhes atenuam a irracionalidade,esboroam-se fugazmente diante da primeira oportunidade blica fratricida. Emverdade, os povos pacficos de hoje foram os conquistadores e invasoresimpiedosos do passado, que saqueavam populaes indefesas e anexavam osseus territrios. Assim que lhes for dada nova oportunidade de poderioguerreiro, no h dvida de que tais povos inofensivos tornar-se-o
  • 19. novamente piratas sanguinrios, semeando a morte e furtando os despojos doprximo, pois a rapinagem ainda o trao fundamental do terrcola.Alis, os povos ou naes movem-se conforme os seus interesses imediatos eno segundo algum cdigo de honra ou moral crist. E desde que seconjuguem interesses recprocos no mesmo jogo de benefcios, os inimigos dehoje podero ser os aliados de amanh, embora sacrificando-se os amigos deontem. Da mesma forma, os vencedores justificam a sua contribuio para aguerra sangrenta, defendendo-se pelo slogan de salvadores da humanidade eprotetores da civilizao em perigo, enquanto atribuem aos vencidos a culpados piores crimes e atrocidades, acoimando-os de brbaros responsveispela mesma hecatombe que, ocultamente, interessa a todos.No seio de um mesmo povo, os revoltosos tambm se transformam emlibertadores, enquanto, depois de assaltarem o poder constitudo edesalojarem os adversrios que defendiam a legalidade, mais tarde osencostam no paredo de fuzilamento, fazendo-os pagar pelos crimes decorrupo, embora, em breve, esses mesmos libertadores de hoje tambm setransformem nos tiranos de amanh.Mas, em obedincia ao ciclo crmico da Justia Espiritual, os novosidealistas, que trucidam seus adversrios, tambm resgataro suas culpas sobo muro de fuzilamento em que sacrificaram os seus antecessores. E caso issono lhes acontea na mesma existncia, h sempre um peloto executivoesperando-os nas vidas futuras, a fim de retificar-lhes o esprito de desforra sobo conceito de quem com ferro fere, com ferro ser ferido, e pelo desprezo dosensinamentos de Jesus, que recomendou ao homem: No vos digo queperdoeis at sete vezes, mas at setenta vezes sete. (Mateus, 18:21,22).PERGUNTA: E qual a situao dessas almas opressoras, no Alm-tmulo?RAMATS: As almas enfermias e tirnicas, que semeiam a dor, a fome e aorfandade mediante suas tropelias sangrentas, frutos de sua excessivaambio e orgulho, transitam no Alm, acompanhadas pelo mesmo cortejo dosseus velhos comparsas, que as insultam, as perseguem, as ameaam eresponsabilizam por todas as suas desditas, amarguras e desprezos.Algemadas s vtimas impiedosas e vingadoras, aoitadas pelas tempestadesdas regies inferiores e mergulhadas nos pntanos mais repugnantes, sofrendoos sarcasmos dos prprios espritos satnicos que as incentivaram aogenocdio, na Terra, elas vagueiam em bandos, torturadas at o dia em quepossam renascer na matria sob a bno do esquecimento do passado.Alucinadas e acometidas pela incessante superexcitao e angstia, doremorso, sem pouso e sem alvio, s lhes resta o recurso de encerrarem o seu
  • 20. inferno ntimo no biombo da carne terrena, a fim de amortecerem aslembranas cruis do passado durante a fase sedativa de inconscincia entre obero e o tmulo fsico.PERGUNTA: Como se processa ou em que consiste a reparao de taisalmas ou espritos tirnicos e doentes, a fim de recuperarem a sade moralque, no futuro, tambm lhes facultar a cidadania anglica, que Deus destina atodos os seus filhos?RAMATS: As almas dos dspotas sanguinrios, vtimas da loucura, doegosmo, da cobia e autores do morticnio de milhares de criaturassacrificadas para garantir-lhes a prepotncia e a ambio, so como o cavaloselvagem que arremessa o seu cavaleiro ao solo, produzindo-lhe ferimentosnas quedas dolorosas. Infelizmente, pela vibrao violenta das energiasmalficas que ainda excitam-lhe o perisprito, o tirano, o conquistadorsanguinrio e os seus comparsas perversos, ao encarnarem na Terra, o traumapsquico que os perturba violenta-lhes o trabalho harmnico das clulas fsicas,fazendo-os nascer idiotas e anormais.(4)(4) Nota do Mdium: Vide o artigo Idiotia, de Emmanuel, pgina 226 do Reformador, deoutubro de 1962, rgo da Federao Esprita Brasileira, em que o autor espiritual tececonsideraes sobre a encarnao sacrificial dos tiranos e dspotas do mundo, quandojungidos imbecilidade.Sob o violento e desordenado abalo do perisprito, alteram-se as linhas deforas na composio dos genes e no ajuste dos cromossomas do corpo fsico.Ento o dspota surge luz da vida terrena, parvo, alienado do crebro e dosnervos, vivendo sob a chacota e sarcasmo da mesma humanidade que tantosubestimou e prejudicou no passado. Assim, o corpo do idiota reflete ascondies enfermias do esprito brutal ali encarnado, funcionando guisa deum crcere que reprime os impulsos desordenados e perigosos do seuocupante, tal qual o freio domina o cavalo fogoso e desatinado. As paixesviolentas como a crueldade, a ambio e o orgulho que desatam as foras doinstinto animal selvtico, impossibilitadas de sua ao destruidora, vo sedebilitando pouco a pouco, de modo a no voltarem a manifestar-se sob osmesmos impulsos indominveis. A glndula pineal, delicadssima antena dosistema psiconervoso, central eltrica ou usina piloto do organismo humano,funciona, nesse caso, oprimida na sua atuao, tomando-se incapaz detransmitir, com clareza, a mensagem racional dirigida pelos neurnios, queconstituem o aparelho receptor e transmissor do esprito para a matria. Nesseretardamento obrigatrio, de um corpo fsico tardo no seu metabolismo motor enervoso, o perisprito enfermio readquire, gradualmente, a sua vibraonormal e a alma, o seu domnio salutar.
  • 21. Represando na carne o seu excesso perturbador, ela submete-se teraputicaobrigatria do repouso vibratrio, pois disciplina a sua emotividade, reprime asforas instintivas que fervilham na intimidade perispiritual, assim como o cavaloindcil, atado a pesado veculo, tambm fica impedido dos desatinosprejudiciais a si mesmo.Pouco a pouco, a alma enferma, que, pelos seus impulsos animalizados,praticou crimes, distrbios e atrocidades coletivas no mundo fsico, termina porcorrigir-se dos excessos danosos sob o domnio das grades de um corpofsico deformado. Ela exaure-se e cansa, ante as tentativas inteis de dominar,a seu talante, um sistema nervoso rgido e retardado, que lhe anula acoordenao dos raciocnios e a impede de usar suas foras malficas.As paixes to comuns dos dspotas e guerrilheiros, como o orgulho, aambio, a prepotncia e a impiedade, que eles manifestam quando portadoresde corpos sadios e crebros normais, terminam arrasadas e impedidas dequalquer ao sob o organismo carnal atrofiado. As suas idias perigosas e asemoes atrabilirias nem chegam a ultrapassar-lhes o campo subjetivo, poisextinguem-se ou cessam por falta de um sistema cerebral nervoso, correto esensvel capaz de dar-lhes forma e ao no mundo exterior.Contudo, no h punio deliberada para tais espritos doentes, mas apenas areparao espiritual no sentido de se ajustarem ao padro de vida superior. Ocorpo imbecilizado a subjugar-lhes os impulsos homicidas, sufocando-lhes aecloso violenta das paixes animais, constitui-se no abenoado estgio paraa sua evoluo espiritual no futuro.
  • 22. 5. OS TRABALHOS MEDINICOS E A AMPLITUDE DO INTERCMBIO ESPIRITUALPERGUNTA: Que nos dizeis quanto convenincia dos trabalhosmedinicos no seio do Espiritismo?RAMATS: As reunies espritas de intercmbio espiritual prestam o valiososervio de possibilitar o equilbrio psicofsico de certas criaturas que, pela suafaculdade medinica de alta sensibilidade psquica, sofrem assdio constantepor parte dos espritos desencarnados que desejam comunicar-se paraexpandirem os seus males ou queixas e serem esclarecidos das dvidas econfuses em que ainda se encontram.PERGUNTA: Ento, eles no podem ser esclarecidos pelos assistentes doprprio setor em que vivem, ou seja, pelos seus guias?RAMATS: Esses espritos desencarnados encontram-se na mesma situaoconfusa do indivduo que, na Terra, seja transferido, de repente, para um pasestrangeiro, cujo idioma, hbitos, costumes e ambientes so completamentediversos daquele onde ele viveu durante toda a vida. Ou seja: embora nosendo cego, nem surdo ou mudo, ele encontra-se impossibilitado de manifestaras suas emoes e entender o que lhes dizem os habitantes desse outro pas.Faz-se, pois, mister serem esclarecidos ainda mediante a palavra humana e noambiente do prprio mundo onde viveram.PERGUNTA: Ento os trabalhos das sesses espritas devem ser ampliadoscada vez mais, pois alm de constiturem o veculo de socorro eficaz aosespritos que se encontram perturbados, tambm a nica forma dedesenvolver a mediunidade dos assistentes ou participantes que possuem essafaculdade?RAMATS: Assim . Porm, quanto ao objetivo moral de esclarecer osespritos que se encontram perturbados, torna-se oportuno lembrar-vos, almdas vossas sesses espritas programadas sob dias e horrios certos, h umaoutra verdadeira sesso esprita, alis, de grande amplitude e mrito em seusobjetivos redentores e que no deve ser relegada ao esquecimento.
  • 23. A sesso esprita a que nos referimos, deveis inici-la logo que vos levantaisdo leito, pela manh, encerrando-a noite quando vos deitais para o sonoreparador.Consiste a mesma nos mltiplos ensejos que, durante o dia, proporcionam aospresidentes das vossas sesses habituais, aos mdiuns e a todos os adeptos,doutrinarem e esclarecerem alguns dos irmos vivos (pois tambm soespritos), que surjam no seu caminho, igualmente perturbados, seja pelasdeficincias da sua ignorncia ou pelos recalques deprimentes do seu carter.Embora acheis que o intercmbio medinico praticado nas vossas sessesprogramadas seja um alto relevo do Espiritismo, esses irmos encarnadosmerecem tanta assistncia doutrinria como os que se encontram, sem corpofsico, no plano invisvel. E quantas vezes um conselho sensato e oportunoconsegue mudar o rumo de uma vida e at, em certos casos, salvar ou evitarque uma famlia inteira seja precipitada no abismo de uma desgraa?Alis, vs sabeis que a assistncia direta dos vossos guias ou mentoresespirituais, ao vosso lado, no est limitada exclusivamente s vossas sessesprogramadas. Essas entidades tambm se comunicam convosco por viainspirativa ou intuio todas as vezes que, em vossa vida social, vos dispondesa ser teis aos vossos irmos. E mais: Alm dos guias invisveis que vosassistem, inspirando-vos gestos de caridade, abnegao e sacrifcio, inmerosespritos benfeitores tambm existem entre vs, desempenhando, igualmente,uma funo de verdadeiros guias. Quem so eles? So os que tm a missode pais, professores, patres, cientistas, sbios ou filsofos, que vos orientamno mundo, traam novos rumos ao progresso e vos proporcionam salrio paraa manuteno do vosso lar.Aqui so mdicos, dentistas, advogados ou engenheiros, que restabelecem avossa sade, defendem os vossos direitos ou edificam a vossa moradiaprotetora. Mais alm, outros vos beneficiam mediante o seu mister desacerdote, pastores evanglicos ou doutrinadores espritas. H ainda, naestrada da vossa vida, outros assistentes meritrios, os quais, emboraclassificados como de nvel social um tanto inferior, eles merecem, igualmente,o diploma de missionrios pois servem coletividade enfrentando tarefas queos intelectuais, os sbios e os ricos no so capazes de desempenhar. Taismissionrios annimos so os que atendem aos servios rudes de abrir valas edesobstruir esgotos, so os que varrem as ruas e os que, sem mscarasprotetoras a resguardar-lhes os pulmes, recolhem o lixo e os detritos imundosque jogais fora todos os dias.Que seria de vossa vida sem a abnegao desses irmos humildes que, sejaem dias de primavera ou debaixo de um inverno tormentoso, ei-los, como
  • 24. soldados vigilantes, desincumbindo-se de tarefas que a maioria recusariadesempenhar?Por conseguinte, no vosso prprio mundo tambm h espritos-guias idnticosaos que existem do lado de c. Assim, conjugando vossas idias com eles,no sentido de esclarecer e orientar os espritos (encarnados), que seencontram perturbados, estais, na realidade, realizando um intercmbio deassistncia moral idntico ao que se processa nas vossas sesses espritas.PERGUNTA: Embora concordemos com vossas consideraes, h, em ns,uma ansiedade irreprimvel de nos pormos em contato direto com os nossosguias e protetores do plano invisvel, razo do nosso interesse pelas sessesmedinicas. Que dizeis?RAMATS: Respeitamos esse vosso anseio, mas lembramos no deveisrelegar a um plano secundrio o dever de dispensardes uma assistncia ativaaos espritos vivos, que surgem no vosso caminho, dominados por distrbiospsquicos que os transformam em vagabundos, alcolatras, bomios,prostitutas, doidos e aleijados que suplicam a vossa ajuda. Mais alm, naspenitencirias, ser-vos- fcil doutrinar o malfeitor, o ladro, o assassino, todoseles, necessitados de orientao e exemplos redentores. Esses transviados,embora distantes das venturas do Bem, tambm so vossos irmos e precisamque os ajudeis a integrarem-se na vida humana sem terem de ser segregadosda coletividade.Os delinquentes, por mais criminosos que tenham sido, no podem ficarenjeitados do vosso auxlio e caridade, pois os vossos guias e protetoresespirituais tambm vos toleram e amam apesar dos desatinos e dos pecadosque cometestes em existncias anteriores e tambm na que viveis atualmente.O amor verdadeiro e desinteressado no requer lugares nem horas especiaispara ser praticado a contento, pois o vosso mundo, com o sofrimento da suahumanidade torturada, , igualmente, um vasto campo de servio redentor paravs prprios.
  • 25. 6. ASPECTOS SINGULARES DAS SESSES MEDINICASPERGUNTA: As sesses espritas que realizamos na Terra so sempreassistidas pelos espritos bons?RAMATS: Indubitavelmente a presena e a assistncia dos bons espritosnas sesses espritas dependem muitssimo das intenes e dos objetivos daspessoas que se propem ao intercmbio com o mundo invisvel. Mas, tambm, certo que todas as criaturas j vivem acompanhadas pelas almas que lhesso afins a todos os seus atos e pensamentos. Assim, os homens regrados egenerosos tambm simpatizam e atraem as boas companhias do lado de c,cujas almas, quando em vida fsica, j viviam afastadas das paixesdegradantes e dos vcios perniciosos. No entanto, os maldosos, corruptos ouviciados, transformam-se em focos de atrao dos espritos gozadores,maquiavlicos e mal-intencionados.Deste modo, quando as pessoas renem-se em torno da mesa esprita oumesmo no terreiro para o intercmbio com o mundo oculto, elas j definem, deantemo, quais sero as entidades ou os companheiros espirituais que lhesfaro companhias nos labores medinicos. Em verdade, durante a sessomedinica os encarnados ouvem diretamente as opinies, sugestes e roteirosque, em geral, j recebem pela via intuitiva e so inspirados atravs da menteou do corao durante a vida cotidiana.Em consequncia, no a mesa nem o terreiro que fundamentam o tipo dapresena espiritual ou da comunicao das almas desencarnadas, mas sim aprpria conduta e os hbitos dos seus componentes que asseguram aqualidade dos espritos presentes.PERGUNTA: verdade que nas sesses espritas, as cadeiras que ficamvazias costumam ser ocupadas por espritos desencarnados, como assistentesinteressados nos trabalhos?RAMATS: Nas ditas sesses, o pblico invisvel, s vezes numeroso,comparecendo, especialmente, os espritos que buscam lenitivo e consolomoral para seus sofrimentos. Porm, quando o ambiente no corresponde aobjetivos superiores, tambm se apresentam entidades turbulentas einteressadas em perturbar os trabalhos.
  • 26. PERGUNTA: A sesso esprita benfeitora, destinada a assistncia edoutrinao dos sofredores, realmente protegida por uma equipe ou guardade segurana espiritual, conforme asseveram os entendidos?RAMATS: A sesso de boa envergadura moral protegida contra a invasode espritos desordeiros e proibida mesmo queles que no foram indicadospara assistirem ao trabalho da noite. Nas vias de acesso ao recinto onde ela seefetua, os mentores distribuem guardas que impedem o ingresso a qualqueresprito de ms intenes. Essa guarda tambm pode ser constituda pelosnossos irmos silvcolas, obedientes e serviais, que a servio do Bem, formamcordes de isolamento em torno do local. Deste modo, as entidades de m-fou agressivas, postam-se a distncia, evitando-se, assim, a projeo dos seuspensamentos maldosos ou fluidos magnticos que perturbem a harmonia dasesso.PERGUNTA: Por que os doutrinadores, nessas sesses, costumamrecomendar aos presentes que se concentrem bem, a fim de fortalecer acorrente? Que devemos entender por essa to propalada corrente?RAMATS: porque a segurana e eficincia dos trabalhos medinicosdependem essencialmente da harmonia e firmeza espiritual dos assistentes. Ohomem irradia foras benfeitoras ou nocivas segundo o grau do seu carter e anatureza da sua pose mental. Assim, qualquer debilidade na faixa vibratria,devida ao mau pensar ou mau sentir, de alguns, bastante para afetar oambiente espiritual da reunio. Alm disso, assim como h pessoas cujapresena influencia beneficamente o ambiente, h outras que lhe so nocivas.Isto depende da aura magntica de cada um.Enquanto a crueldade, os instintos agressivos e a sensualidade de Nero,Calgula, Gengis-Khan ou Torquemada deprimiam e intoxicavam o recinto ondeeles estivessem, j, em sentido oposto, os que se aproximavam do amorosoJesus sentiam-se contagiados por elevadas e sublimes emoes de alegria,bondade e encantamento espiritual.(1)(1) Nota do Revisor: Vide a excelente obra Estudando a Mediunidade, de Martins Peralva,captulo III, Problemas Mentais, pg. 22, edio da Livraria da Federao Esprita Brasileira.Em tais condies, a concentrao espiritista deve ser uma convergncia depensamentos lcidos e sadios focalizados num objetivo superior, alimentadapelo otimismo, tolerncia, perdo e ternura. Nas sesses brancas dosesoteristas, o mentor recomenda que os seus adeptos faam incidir ospensamentos vigorosamente sobre motivos agradveis, como seja umapaisagem encantadora, numa flor colorida e orvalhada, ou nas figurassantificadas do Mestre Jesus.
  • 27. Da, o motivo por que o homem evangelizado um timo cooperador nostrabalhos espritas, pois a sua vida voltada ao Bem em todos os seus aspectos,faz que ele seja uma criatura em permanente sintonia com os espritos bons.PERGUNTA: Podereis elucidar melhor quanto aos efeitos dessa sintonia?RAMATS: evidente que se vos puserdes a pensar (em torno da mesaesprita), na caa, na pesca, em palhoas ou cocares em breve atraireis parajunto de vs os espritos sintonizados a tal faixa vibratria, ou seja, os ndios,caboclos, caadores primitivos e infantis. Sintonizando-vos aos temas vulgares,em breve vos ligais mentalmente s criaturas dessa mesma predileo, damesma forma que a especulao filosfica de natureza superior terminaconvocando os pensamentos dos sbios, dos filsofos e dos cientistaselevados. A evocao das cenas lbricas ateia desejos torpes e vos afina mesma faixa vibratria em que vivem as pessoas acostumadas a esses hbitoslascivos. Nestes casos, distanciais-vos imediatamente dos vossos guiasespirituais, pois vivendo em diapaso muito elevado, eles no podem interferira vosso favor, assim como o raio do Sol no consegue penetrar no vaso debarro.PERGUNTA: A maioria dos espritas assegura que h grande interesse dosespritos malfeitores desencarnados em acabarem com as sesses espritasmedinicas, a fim de enfraquecer a obra do Espiritismo. Isso verdade?RAMATS: Os centros espritas podem falir ou ser desmanchados pelosseus prprios componentes vivos, sem mesmo haver interferncia dosmortos, pois a vaidade, a obstinao, o amor-prprio, a ignorncia, o cimeou a rivalidade entre os dirigentes e mdiuns tambm liquidam as agremiaesinvigilantes. Nos centros espritas ou terreiros desavisados da realidadeespiritual muito comum o conflito personalstico e a competio entre os seusprprios componentes, onde os nefitos tentam superar os velhos, ou estespetrificam-se de maneira teimosa em suas idias e empreendimentosconservadores.Os candidatos a mdiuns, em geral, procuram suplantar em suascomunicaes tbias a conceituao lisonjeira dos veteranos tarimbados nointercmbio com o Alm. Assim, alguns dos novos, em sua pressa e afoitezade sobrepujar os demais, carreiam as maiores tolices e incongruncias para aseara esprita, guisa de importantes revelaes do Alm-tmulo, sob o nomede algum falecido de alto gabarito no mundo terreno. Essa preocupaoingnua de impressionar o pblico e o rebuscamento de um palavreadoaltiloquente, coisa muito comum entre os mdiuns nefitos, s vezes, dmargem para que os espritos mistificadores aproveitem-se para comunicar
  • 28. futilidades e distores doutrinrias, no sentido de confundir e abastardar aprpria filosofia esprita.Alis, os mdiuns fascinados pelos maus espritos so sempre os ltimos aidentificarem sua situao ridcula e as circunstncias censurveis com que seexpem aos demais companheiros.Doutra feita, o centro esprita petrifica-se num clima lgubre ou severo emextremo, porque o doutrinador ou demais responsveis so criaturas irascveisou excessivamente puritanas. Escovados pela prpria experincia, identificama malcia no mais sadio humorismo e apontam o pecado no menor descuidodo prximo.Sentenciosos e pessimistas anatematizam todo o bulcio do jovem, a msicamoderna trepidante, o futebol e os excessos emotivos, os bailes da juventude eirritam-se ante a algazarra das crianas sadias.(2) Em sua implicncia,predispem no centro esprita o ambiente de constrangimento, preocupaes etemor entre os seus componentes, cerceando-lhes todas as iniciativas elabores que ajustam a doutrina s novas descobertas e aos esforosespiritualistas dos demais.(2) Nota do Revisor: A propsito dessa necessidade da criatura humana expandir o excesso desua vitalidade moa, e, tambm, da atitude excessivamente severa dos velhosconservadores, recomendamos a obra Missionrios da Luz captulo II, A Epfise, pgina 23,quando o autor inicia a alnea, dizendo: Segregando unidades de foras...Eis por que no muito difcil para os espritos falaciosos e maquiavlicossemearem a discrdia, o descontentamento ou o fracasso nosempreendimentos espiritistas improdutivos, onde a mesa-redonda da boavontade substituda pela vontade discricionria e teimosa dos dirigentesobtusos, teimosos e egostas, adversos a qualquer movimento que modifique orano conservador. Deste modo prestam um desservio doutrinaesclarecedora de Kardec, produzindo um antifraternismo que alm de cercear oprogresso frutifica o desnimo, afasta os entusiastas e os idealistas.PERGUNTA: Mas no verdade que certos espritos desencarnadospretendem liquidar com as reunies medinicas e os centros espritas porqueisso lhes enfraquece suas empreitadas diablicas?RAMATS: Realmente, as falanges das sombras envidam todos os esforospara destrurem as atividades benfeitoras que tentam esclarecer o homemquanto sua verdadeira responsabilidade espiritual. bvio que a criaturaterrena esclarece-se medida que se desprende das faixas vibratrias dosespritos viciosos e afeitos a toda sorte de paixes degradantes.
  • 29. Assim que o homem assume a conscincia de seus atos, controlando suasemoes e pensamentos, indubitvel que ele tambm se liberta da condiode um repasto vivo das entidades desencarnadas afeitas a todas as torpezase aberraes. Em consequncia, as falanges das sombras realmentecombatem com fria as atividades espirticas, na Terra, porque o Espiritismofirma suas bases libertadoras no prprio Evangelho do Cristo, isto , no maisavanado conjunto de leis siderais de salvao do homem encarnado. Osadeptos ou crentes nas religies dogmticas do mundo, em geral, buscam nosseus templos ortodoxos os sedativos que lhes afrouxam a musculaturaespiritual. Atentos s palavras do pastor, do sacerdote ou lder evanglico,hipnotizados s rezas e aos cnticos coletivos, tais fiis retornam aos seuslares vivendo a sensao eufrica de que se libertaram de suas mazelas epecados da vida cotidiana.O altar, pela tradio, desde o velho Egito, o ponto de convergncia eateno de todos os presentes cerimnia religiosa; ali se congregam oseflvios magnticos indesejveis. Por isso, na antiguidade, os altares eramconstrudos do melhor cedro, rvore conhecida como um dos melhores camposvegetais condutores de eletricidade, servia proveitosamente para o melhorxito da magia religiosa da poca.A suntuosidade, o exotismo ou a disciplina exigida nas reunies e cerimniasdas igrejas catlicas, templos protestantes e casas reformistas ajudam osadeptos a retornarem para seus lares, certos da limpeza dos seus pecados.No importa se outros novos pecados sero cometidos na prxima semana,pois o refgio de suas mazelas e dos seus equvocos estender-lhes- osbraos, no domingo vindouro, mediante a prdica do pastor sentencioso ou dosacerdote que os absolve novamente.No entanto, os espritas aprendem, j de incio, que nenhuma cerimnia,sacerdote ou compostura religiosa os salvar dos pecados cometidos; e que sa reforma ntima, a modificao da conduta e o esprito regrado lhesproporcionar melhor futuro. Os seus pecados so os efeitos de suas mazelas,sandices e crueldades do passado; a sua redeno no se far dentro de umtemplo luxuoso, aos ps de um sacerdote, mas pela libertao decisiva daspaixes e dos vcios humanos, ou seja, destruindo em si mesmos o terrenomrbido pecaminoso, que os liga s esferas ocultas das entidades malfeitoras.Em consequncia, o movimento esprita mais perseguido e odiado pelosmentores das Trevas porque os seus adeptos no sublimam seus pecadossemana aps semana, sob a agradvel impresso de transferirem-nos para osacerdote ou pastor, que depois h de acertar-se com Jesus ou com Deus.
  • 30. Um centro esprita funcionando base do Evangelho do Cristo um redutosalvacionista, onde os seus frequentadores imunizam-se contra as investidasdos planos inferiores. Ali, os seus participantes recebem estmulos energticospara ajustarem-se vida superior e porem-se a salvo das investidas dasSombras. O ensinamento no feito base de obrigaes religiosas, masprincipalmente sob o esquema do dever e da responsabilidade pessoal.Enquanto as religies dogmticas frenam as paixes dos seus fiis,confundindo a soluo do problema pecaminoso com o seu temporrioimpedimento, o Espiritismo ensina e requer uma libertao consciente, lenta edemorada, se for preciso, mas definitiva. A vida atual a revelao positivado negativo da existncia finda; o sofrimento humano a retificao do desvioantianglico. No h injustia nem privilgio; a cada um, segundo suas obras! resoluo pessoal, individual e intransfervel a qualquer sacerdote ou pastor.Deste modo, a doutrina esprita realmente um estorvo para as intenesmaquiavlicas dos maus espritos; interessa-lhes minar as bases sadias queensinam o homem a libertar-se das paixes e dos vcios num esforo particulare definitivo. No entanto, um centro esprita s se desmancha, realmente,quando os destruidores do Alm-tmulo podem infiltrar-se no seu seio atravsdas paixes e das impertinncias dos seus prprios componentes. Eles entoexploram a vaidade, o cime, a rivalidade e o amor-prprio de todos, at lev-los ao atrito, separao e ao estagnamento doutrinrio.PERGUNTA: H fundamento na explicao de que certos centros espritasou terreiros so protegidos pelos espritos trevosos?RAMATS: Pois se os espritos das sombras perseguem e tentam aniquilaros centros espritas onde prevalece o Evangelho do Cristo, bvio que elesprestam seu apoio e incentivam todos os esforos, reunies e agremiaesespirticas ou de Umbanda, onde os conceitos possam ser deformados eridicularizados. Deste modo, os mentores do astral inferior recomendam aosseus tutelados que assistam os trabalhos medinicos de baixo nvel moral,onde a tolice, o ridculo, a vaidade e o interesse mercenrio constituem umverdadeiro desservio linhagem inicitica do Espiritismo.Acresce, ainda, que muitas criaturas adulteram as funes da mediunidade,entregando-se a trabalhos anmicos de Umbanda, semeando sandices etruncando a realidade espiritual, guisa de um servio medinico superior. Ascomunidades do astral inferior fazem o seu estacionamento nos centrosespritas e terreiros nos quais s domine a ansiedade do fenmenoespetacular, em vez da auto-redeno. Ali estiola-se o esprito de iniciativa,desvirtua-se o discernimento espiritual e cresce o descuido para com aresponsabilidade espiritual do ser.(3)
  • 31. (3) Nota do Revisor: Vide a obra Nos Domnios da Mediunidade, captulo XXVII, intituladoMediunidade Transviada, pgina 226, em que o autor focaliza muito bem esse assunto daproteo dos legados das sombras nos trabalhos espritas de natureza inferior.PERGUNTA: Em geral os espritas atribuem aos sacerdotes catlicosdesencarnados a primazia de desmanchar os centros ou reunies espirticas.Isso tem fundamento?RAMATS: No h dvida de que existe do lado de c um grandemovimento sustentado pelo Clero Romano, no sentido de tolher as atividadesdo Espiritismo; e trata-se de iniciativa comandada pelos maus sacerdotes, isto, por aqueles que, na Terra, j viveram vida corrupta e censurvel no seio dosprprios templos. Foram homens que, em vez de cumprir com dignidade ospropsitos assumidos para com a Igreja Catlica, s buscaram no mundo osgozos e os benefcios ilcitos protegendo-se pela santidade das vestessacerdotais. Quando encarnados, foram prejuzos vivos contra a prpriacomunidade a que pertenceram, porquanto desmentiam o trabalho santificadoe til das almas excelsas que cumpriam seus votos religiosos sob a inspiraodo Cristo. A Igreja Catlica no responsvel por esses trnsfugas, que noAlm-tmulo continuam a macular suas vestes sacerdotais em perseguio aoEspiritismo, pois dessa mesma Igreja que surgiram as figuras sublimes de umFrancisco de Assis, Vicente de Paulo, Terezinha de Jesus, Dom Bosco,Antnio de Pdua, Padre Damio e outros, cuja vida foi um hino de beleza eamor ao prximo.Como o rtulo no modifica o vinho azedo e o hbito no faz o monge, essesmaus padres seriam perversos, ambiciosos ou imorais, em qualquer setor deatividade humana a que se devotassem. Deste modo, eles sempre estariamoperando no lado de c, no somente contra o Espiritismo, mas tambmcontra qualquer instituio espiritualista que se devote a melhorar o padroespiritual do homem.Em verdade, a classe sacerdotal indigna do prprio templo religioso em queconviveram na Terra, possui, no Espao, vasta agremiao e movimentosdestinados a destruir na Crosta qualquer esforo de carter espiritual superior.Dirigem-nos os gnios maus das Trevas e atacam qualquer reunio oucentro esprita que lhes facilite o ensejo demolidor; infiltram-se no seio dostrabalhadores descuidados e solapam as bases sadias das atividadesconstrutivas, procurando incentivar a vaidade e promover a confuso entre osseus participantes. Quando logram comandar algum organismo medinicomenos vigilante, destacam-se pelas comunicaes pomposas e pelaverborragia oca, apresentando-se com o nome de homens famosos ou decriaturas j santificadas.
  • 32. Inescrupulosos, sarcsticos e por vezes inteligentes, de longo tirocnio nocampo da astcia, eles conseguem infiltrar-se entre os espritas nefitos, queainda se entusiasmam pelo fenmeno, muito antes de buscarem suamodificao espiritual. Quando logram estabelecer a discrdia, a desconfianae o choque personalstico entre os membros de uma agremiao esprita,ento, eles a destroem depois de rompida a segurana espiritual mantida pelosprotetores do Alto.PERGUNTA: Qual a forma que os espritos benfeitores comprovam a boaou m concentrao dos espritas nas suas reunies medinicas? Porventuraos pensamentos se fotografam, no ar, em torno dos mesmos?RAMATS: As criaturas humanas emitem raios de luzes to intensos oudbeis conforme lhes seja a natureza dos pensamentos e dos sentimentos.Durante as palestras cujo assunto inferior, fescenino ou agressivo, as aurasdos homens tingem-se de cores escuras, que vo desde o vermelho-sanguneo, o verde-ardsia, o cinzento-oleoso at o preto depressivo. Noentanto, se o assunto em foco de ordem elevada, no qual se conjugam osprincpios elevados do esprito, ento fulguram as cintilaes luminosas dosseus autores e atraem para junto deles entidades que procuram o contatohumano no sentido de ampliar o servio do Cristo no orbe terrqueo.Em consequncia, as pessoas que se renem em torno de uma mesa espritacom o objetivo de efetuar um trabalho medinico, espargem suas luzesconforme seja o seu carter espiritual, porquanto o volume de sualuminosidade corresponde exatamente ao grau de sua natureza psquica. Aconexo de luzes que se faz entre as irradiaes das auras de todos osparticipantes tambm compem uma aura de fora ou de seguranaespiritual, baseada no grau e na capacidade espiritual de concentrao.Enquanto se estabelece uma corrente de fora impregnada de elementosvitais e magnticos dos presentes, que em seguida casam-se aos fluidos dosespritos desencarnados, produz-se a emanao teraputica, que beneficia,suaviza e mitiga o sofrimento dos prprios espritos sofredores, ali presentes. evidente que as pessoas corruptas, de mau viver e vtimas das paixesescabrosas no conseguem manter o tnus vital necessrio para sustentaruma concentrao de boa estabilidade medinica. Em tal caso, ascomunicaes dos espritos no se efetuam com a devida exatido, masdeixam dvidas e desconfianas, tanto pelo excesso de animismo dosmdiuns, como em face do nvel espiritual de quem as efetua.PERGUNTA: Os mdiuns que trabalham em reunies espritas de bomquilate espiritual so atendidos ou fortalecidos antes das mesmas, pelos seusprotetores, a fim de cumprirem um servio til e proveitoso? Ou no h
  • 33. necessidade de qualquer assistncia espiritual para as suas tarefasmedinicas?RAMATS: evidente que o mdium no apenas uma pea viva mecnica,que deve funcionar inconscientemente durante o seu trabalho de intercmbioconosco; acima de tudo ele esprito imortal e senhor da bagagem pregressaque incorporou em vidas anteriores. Tratando-se de criatura deresponsabilidade pessoal definida na existncia cotidiana, ele tambm obrigado a manter o seu lar e cumprir os deveres sociais para com as demaiscriaturas do mundo fsico. Por isso, ele socorrido e examinado antes dequalquer trabalho medi nico, de modo a no comprometer a tarefa coletiva noinstante de sua maior necessidade psquica. No dia do seu trabalho medinico,as entidades benfeitoras procuram afast-lo dos ambientes nocivos, eliminar-lhes os pensamentos grosseiros e aproxim-lo das criaturas benfeitoras,estimulando-lhe os sentimentos e propsitos espirituais superiores.Quando se trata de um mdium de bons propsitos e objetivos louvveis, ostcnicos do lado de c assistem-lhe tanto ao metabolismo fsico como aoequilbrio da sua natureza psquica. O seu sistema nervoso recebe o controlemdico do Espao, a fim de funcionar a contento durante a comunicao com oAlm; o sistema glandular examinado e estimulado na produo dehormnios capazes de compensarem o gasto de energias psicofsicas durantea tarefa medinica. Alis, cada clula do homem um organismo parte, queexige certo combustvel para funcionar a contento; no campo fsico pode issoser compensado com o magnetismo, mas no campo espiritual s o Amor oalimento eletivo das clulas da alma.PERGUNTA: Como que o guia executa a sua tarefa no momento decomunicar os seus pensamentos? Ele interpenetra a organizao fsica domdium ou s lhe movimenta os centros nervosos no sentido de cumprir a suamisso espiritual junto aos encarnados?RAMATS: Em geral, o esprito comunicante senta-se junto ao mdium,enlaa-o com o brao esquerdo e, com o direito, cobre-lhe o crebroacionando-lhe o campo da memria perispiritual, a fim de lograr maior acervo erecursos na traduo dos seus pensamentos. Sem dvida, ele tudo faz paraevitar as imerses do subconsciente do mdium, pois deste modo, a suamensagem ficaria algo truncada ou perturbada nos momentos de maiorressalte espiritual. Alis, o esprito comunicante procura sintonizar a sua luzmental irradiada da epfise perispiritual, com a luz mental que tambm aflora daepfise fsica do mdium. Ele procura efetuar uma combinao, a mais lcidapossvel ou homognea, a fim de facilitar ao mdium transmitir com suasprprias palavras as idias que ventila no contato perispiritual.
  • 34. No caso da psicografia o plexo braquial do mdium o ponto visado peloesprito comunicante, pois quanto mais ele puder agir livremente por essecentro nervoso, mais lcida e ntida tambm a sua mensagem espiritualpsicografada.PERGUNTA: H muitos espritos que desejam comunicar-se em cadasesso medinica, ou os mdiuns podem ficar inativos por falta decomunicantes desencarnados?RAMATS: O resultado dos trabalhos medinicos dependefundamentalmente da quantidade e da capacidade dos mdiuns participantes,pois do lado de c muito comum existir maior quantidade de espritos paracomunicarem-se com os vivos, do que o ensejo de mdiuns disponveis. Noentanto, nos trabalhos sensatos e protegidos, as oportunidades sodistribudas de modo a favorecer mais o bem coletivo do que atender assolicitaes pessoais. Quando h mdiuns em quantidade razovel, osespritos tambm podem tratar de assuntos de natureza mais particular, ou lhes possvel dirigirem-se direta e familiarmente aos presentes nas suasmensagens medinicas. No entanto, quando apenas existe um s mdium emcondies favorveis para a comunicao do Alm, os mentores do trabalhoorientam o comunicante para s cuidar de assunto de interesse coletivo e evitaras particularidades.Eis o motivo por que as sesses medinicas de mesa, em geral, no oferecemensejos de comprovaes pessoais, enquanto as comunicaes costumeirassituam-se na craveira comum de todos os dias ou, quando muito, no passamde exortaes e assuntos de ordem geral. O mdium fica obrigado a estender-se em consideraes de mbito coletivo e evitar a preferncia pessoal, poisisso implicaria em desservio aos demais frequentadores.PERGUNTA: certo que os alcolicos, o fumo e a carne prejudicam odesenvolvimento medinico?RAMATS: Alguns mdiuns crem que a funo medinica nada tem a vercom a sua maneira de viver fisicamente. Por isso, abusam da carne nas mesaslautas, escravizam-se completamente ao fumo e encharcam-se ingerindocorrosivos alcolicos. No importa se a bebida carssima do rico ou acachaa tradicional do pobre; o seu fundamento sempre o lcool perigoso ecorrosivo contextura sensvel do ser. quase impossvel a criatura lograr odomnio de faculdades incomuns, quando ainda permanece jungida aos liamesdos vcios e das paixes mais atrofiantes. No pode produzir resultadossatisfatrios aquele que vai para a mesa esprita com o ventre excessivamenteempanturrado de vsceras animais, vertendo alcolicos guisa de umalambique vivo ou exsudando fortemente o cheiro acre do charuto ou do
  • 35. palhinha babado de saliva. Acontece que o ato de intercambiar com asentidades superiores ou de fornecer fluidos teraputicos aos enfermos ummomento incomum na vida do ser, o qual merece um pouco de ateno,disciplina e renncia de quem o efetua. A tal caso tambm se ajusta o conceitoevanglico de que no se acende uma vela a Deus e outra ao Diabo.Se no fora a assistncia benfeitora dos espritos encarregados de dissolveremos fluidos que se geram em tais imprudncias, ento seriam de poucoresultado as reunies de intercmbio medinico com o mundo astral. Oscandidatos a mdiuns procuram as revelaes de alto gabarito e o domnio defaculdades incomuns, mas quase sempre continuam cultivando as aberraesde suas vidas, que lhes embotam a sensibilidade psquica.PERGUNTA: verdade que, durante as sesses de sofredores oudoutrinaes de espritos perturbados, deve-se evitar a presena do pblico?RAMATS: J dissemos que a mente a base de todas as atividades doesprito na matria, e tanto cria os quadros mrbidos que afligem o homem,como as cenas agradveis que despertam o jbilo no prximo. Durante ostrabalhos de esclarecimento de espritos infelizes e habitantes do astral inferior,os circunstantes se prendem aos quadros que esto sendo descritos peloscomunicantes, e assim cada um interfere conforme sua ndole, seutemperamento ou condies psquicas, seu otimismo ou pessimismo. Aentidade que ali se encontra vivendo momentos de aflio, sente agravar-se oseu sofrimento ante os fluidos perturbados e animalizados do mdium e daspessoas presentes. Isso a desajusta no ritmo consolador a que o doutrinador aconduz, uma vez que ela sente-se mais materializada num campo de forasde natureza inferior.Acresce, ainda, que a exposio de acontecimentos dolorosos do infelizcomunicante desencarnado desperta toda sorte de sentimentos heterogneosno pblico indisciplinado, e por esse motivo o trabalho medinico decai em suafrequncia vibratria, enfraquece na segurana psquica e, assim, facilita ainterferncia de outras entidades maldosas. Considerai que a prpria confissodos pecados do homem ao sacerdote feita de modo sigiloso, noconfessionrio, ao abrigo das indiscries alheias, na forma de umacontemporizao piedosa para com os equvocos da vida fsica.PERGUNTA: H importncia na questo de horrios para se iniciar outerminar os trabalhos medinicos ou reunies espritas?RAMATS: bvio que nas reunies medinicas nos centros espritas debom teor espiritual a assistncia do lado de c tambm de naturezasuperior. Em consequncia, os espritos que desempenham as tarefas de
  • 36. socorro espiritual so entidades serviais, benfeitoras e laboriosas, cujo tempolhes precioso, em face dos seus outros compromissos no ambiente do planoastral.Eles vivem onerados por tarefas espirituais de vulto e dividem os seus minutosnum programa de ao proveitosa a desencarnados e encarnados. Destemodo, se iniciais os vossos trabalhos medinicos a esmo e sem cumprir ohorrio programado, evidente que estareis desperdiando o valioso tempodesses vossos amigos do Alto, por faz-los esperarem inutilmente e retardar-lhes tarefas preciosas.Da a necessidade de se cumprir o horrio programado para iniciar e terminaras sesses medinicas, a fim de que os vossos protetores desencarnadospossam dar cumprimento a suas tarefas espirituais programadas para outroslocais e atender outras obrigaes. Alis, o problema de pontualidade noEspao levado a srio, pois quanto mais responsvel o esprito, maissevero e correto ele em seus compromissos.PERGUNTA: Que se deve fazer com as pessoas que se apresentam todosos dias nos centros espritas, rogando a oportunidade de desenvolvimentomedinico?RAMATS: Nem todas as pessoas que se apresentam s reunies espritascom o fito de desenvolver sua mediunidade a conselho de outros, sorealmente mdiuns ou requerem esse desenvolvimento imediato. J dissemosque muitos confundem manifestaes fisiolgicas com faculdades medinicas;doutra feita trata-se de enfermos; precisam mais de assistncia espiritual, domedicamento, do passe e do conselho, do que mesmo de sentar-se mesaesprita para fenomenologia medinica. de pouca valia o desenvolvimento medinico na criatura que ainda noexercitou a pacincia, no desenvolveu a bondade, nem perdoou os seusadversrios; e ainda intrigante, caprichosa ou ociosa. Sem dvida, talmdium h de ser um tropeo entre aqueles que levam a srio suaresponsabilidade medinica e desejam aproveitar todos os momentosdisponveis para o seu engrandecimento espiritual. Algumas vezes oscandidatos a mdiuns confundem hipersensibilidade medinica com a suaprpria irascibilidade, descontentamento, amor-prprio, ressentimentos ou maugnio, atribuindo aos espritos desencarnados a culpa de suas prpriasmazelas espirituais.Deste modo, aqueles que se apresentam nos centros ou nas reunies espritasbuscando o desenvolvimento medinico, em primeiro lugar devem avaliar o seugrau de pacincia, tolerncia, renncia e perseverana em assistir os trabalhos
  • 37. medinicos, para ento auferir os conhecimentos ali divulgados, corrigir suaconduta moral e afeioar-se aos demais conhecimentos do Espiritismo. indubitvel que o mdium no poder beneficiar o prximo, se antes de tudorecusa-se ao burilamento interior, leitura espiritista e afasta-se do contatobenfeitor com os espritos bons.Os passes magnticos, as vibraes amorosas dos espritos guias e asrelaes incessantes com os componentes dos grupos espiritistas sempreajudam o candidato a mdium a recuperar-se das perturbaes espirituais eassim sentar-se mesa esprita para o devido desenvolvimento medinico.Da, pois, a convenincia do mesmo fazer um pequeno estgio dereconhecimento e afinidade para com o grupo de pessoas a que vai submeter-se num servio de intimidade espiritual, onde suas qualidades e seus defeitosviro superfcie atrados pelas condies hipersensveis do meio esprita. Amediunidade como o fio dgua avanando lentamente por entre osescolhos da superfcie do mundo, mas encorpando-se e tornando-se cada vezmais til e generoso, tanto quanto exercita-se no esforo de se desenvolverat o curso do rio benfeitor.PERGUNTA: Quais seriam as virtudes mnimas para um bom mdium e umbom desenvolvimento medinico?RAMATS: Desnecessrio vos dizer que a bondade, a tolerncia e a ternuraso as principais virtudes que aproximam do mdium os espritos benfeitores eamorosos; no entanto, o mandato medinico ainda exige para o seu bom xitooutras qualidades que burilam e engrandecem a criatura no servio cristo emfavor do prximo. O mdium deve ser sigiloso, discreto e perseverante, a fimde resguardar aquilo que por vezes lhe transmitido de modo confidencial eque, por piedade, no deve ser divulgado. Sem dvida, o estudo incessantedas obras espiritistas formar a base segura do discernimento do mdium,facultando o ensejo dele receber mensagens de entidades elevadas econdutoras de homens.Quanto ao desenvolvimento medinico favorvel, ele pede cuidados desde aalimentao at a higiene psquica, porquanto a sade psicofsica do candidato fator preponderante na composio dos fluidos magnticos e vitais que lhealiceram o intercmbio medinico. Cumpre-lhe afastar-se dos ambientesviciosos, infestados de entidades malfeitoras e de baixos apetites do astralinferior; evitar os excessos alcolicos e do fumo, assim como abster-se dealimentao carnvora. Os fluidos exsudados pela carne do animal sacrificadoso de natureza mrbida, impregnados da angstia e do sofrimento. Misturam-se s vibraes sensveis do esprito do mdium e assim lhe obscurecem ocampo magntico do contato perispiritual com os desencarnados de boandole. Sob tal condio predomina o animismo do candidato em
  • 38. desenvolvimento, ou faculta a ao medinica dos espritos zombeteiros outurbulentos, que tudo fazem para impedir o crescimento dos ensejos quelibertam a humanidade dos grilhes inferiores.E, finalmente, o bom filho, bom irmo, bom esposo e bom cidado, sempre hde ser um bom mdium.
  • 39. 7. A RESPONSABILIDADE E OS RISCOS DA MEDIUNIDADE(1)(1) Allan Kardec j tratou o assunto deste captulo com bastante clareza e sensatez no captuloXVIII, denominado Inconvenientes e Perigos da Mediunidade, do Livro dos Mdiuns, assimcomo Ramats tambm ventilou rpidos apontamentos na sua obra Mediunismo. No entanto,desejando maiores esclarecimentos desse assunto, efetuamos a Ramats mais estasperguntas, seguindo o mesmo roteiro adotado por Allan Kardec.PERGUNTA: O mdium pode ser considerado uma criatura anormal?RAMATS: Anormal no propriamente o termo, mas trata-se de umindivduo incomum. criatura inquieta, receptiva e algo aflita, que vive, porantecipao, certos acontecimentos. Sua hipersensibilidade perispiritual atuacom veemncia na fisiologia do sistema nervoso e endocrnico. Alguns sopacatos e sem qualquer caracterstica excepcional, mas isso resulta de que asua mediunidade menos sensvel no campo psquico. Esto neste caso osmdiuns sonmbulos ou de efeitos fsicos, cuja mediunidade de carterfenomnico, s identificada durante o transe.PERGUNTA: Por que nem todos so saudveis, apesar de cumprirem seusdeveres medinicos?RAMATS: Geralmente, o mdium tambm um esprito em dbito com oseu passado e a faculdade medinica ajuda-o a redimir-se o mais cedopossvel, no servio espiritual em favor do prximo. A sua situao lembra aspessoas que, depois de arrependidas dos seus desbaratos, empreendematividades benfeitoras, a fim de compensarem o seu passado turbulento. Ento,alm de suas obrigaes cotidianas, sacrificam o seu repouso habitual ecooperam nas iniciativas filantrpicas, nos movimentos fraternos, atendendo aparentela pobre, aos amigos em dificuldades, aos presidirios e aosdeserdados da sorte. Sob tal disposio, fundam instituies socorristas,participam de agremiaes educativas e auxiliam sociedades de proteo aosanimais.Mas bvio que, apesar dessas atividades filantrpicas, os mdiuns no selivram dos imperativos biolgicos do seu corpo fsico. Malgrado o seu esforosocorrista elogivel, e as atividades religiosas ou caritativas, tambm esto
  • 40. submetidos ao trabalho comum e sujeitos igualmente ao instinto animal e stendncias ancestrais da famlia terrena.A sua faculdade medinica no privilgio, nem os isenta das vicissitudes edas exigncias educativas da vida humana. Em consequncia, a sade ou adoena no dependem especificamente do fato do homem ser ou no sermdium.O esprito que j renasce na Terra comprometido com o servio medinico, queo ajudar a reduzir o fardo crmico do seu passado delituoso, deve cumprir oprograma que ele mesmo aceitou no Espao. Deste modo, o esprito que emvida anterior zelou pelo seu corpo fsico e viveu existncia sadia, sem vcios depaixes deprimentes, obviamente h de merecer na vida atual um organismosadio e de boa estirpe biolgica hereditria, que lhe permita gozar boa sade.Mas aqueles que, no passado, esfrangalharam o seu equipo carnal e omassacraram na turbulncia viciosa, gastando-o na consecuo dos apetitesinferiores, esses tero um corpo fsico cujas funes orgnicas so precrias.O mdium, portanto, em face de sua sensibilidade psquica enfrenta umaexistncia mais gravosa do que o homem comum, cumprindo-lhe cuidar desdea alimentao, assim como sofre mais facilmente os efeitos das alteraesclimticas. Alm de sua sade fsica ser frgil, ele sofre mais intensamente osdissabores e as preocupaes da vida humana, pois o seu psiquismo demasiadamente excitvel.PERGUNTA: O mdium um missionrio?RAMATS: Ele no um missionrio, na acepo exata da palavra. Salvoraras excees, o mdium um esprito devedor comprometido com o seupassado. Assim, a sua faculdade medinica um ensejo de reabilitaoconcedido pelo Alto, no sentido de acelerar a sua evoluo espiritual. Portanto,alm de se dar cumprimento aos deveres inerentes dita faculdade, ter deenfrentar tambm as contingncias que a vida impe a todos, pois osproblemas que lhe dizem respeito s podem ser solucionados e vencidosmediante a luta e no pela indiferena ou preguia, nem pela ajuda dos seusguias, pois estes somente ajudam os seus pupilos quando eles fazem jus peloesforo prprio.Quando o mdium se empenha em dar fiel cumprimento sua tarefa medinicae enfrenta as adversidades da vida com estoicismo e resignao, neste caso,do lado de c, h sempre uma equipe de espritos benemritos que oamparam a fim de lhe tornar mais fcil vencer os obstculos da sua jornada.
  • 41. Porm, quanto sua funo de ponte viva entre o setor invisvel e o vossomundo, grande a sua responsabilidade, pois alm de tratar-se de um encargoque ele mesmo aceitou antes de reencarnar, a mediunidade um ministrio oucontribuio de esclarecimento destinada a esclarecer as conscincias, sendo,pois, um servio a favor da prpria humanidade.A funo do mdium assemelha-se do carteiro, o qual, embora seja a peade menor destaque na correspondncia entre os homens, caso ele se recuse acumprir a funo de entregar as mensagens aos destinatrios, semelhantenegligncia constitui uma falta bastante grave. Em tais condies, desde quese rebele contra a sua obrigao ou se escravize a vcios e paixes queprejudiquem e inutilizem a sua tarefa medinica, ento ser vtima dos espritosdas