Rafael Kent / Divulgaç MÚSICA Alta Fidelidade é o novo ... · MÚSICA Alta Fidelidade é o novo...

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SALVADOR TERÇA-FEIRA 4/6/2013 6 2 Além de Neilton e Ticka, a Ato 5 atual conta com Alan e Cristiano Ferreira (guitarras) e José Carlos (baixo) Ato 5, banda histórica do punk baiano, faz show com o Camisa de Vênus nesta sexta-feira A Coletânea hoje volta no tem- po, mas retorna já já para o agora. Em 1987, em meio à cena roqueira que se formou cata- lisada pelo estouro do Camisa de Vênus, uma rapaziada punk do bairro de São Caetano re- solveu protestar. Mas protestar mesmo, começando pelo nome da banda que formaram: AI-5. “Ticka (Sinval Carlos, bateris- ta) era amigo de infância de Tinho (baixista), lá na Fazenda Grande do Retiro. Aí, quando Tinho foi morar no São Caetano, a gente se conheceu”, relata Neilton, vocalista. “Tinho e Ticka já tinham uma banda chamada Revolta Subur- bana, que tocou com o Cólera em Salvador, em 1984”, diz. Rapaziada humilde, mas es- clarecida, esses caras circulavam pelos shows da cena local: “Em Arquivo Pessoal banda Ato 5 Punks em 1987: a AI-5 (hoje Ato 5), em um de seus primeiros ensaios Coletânea Chico Castro Jr. Jornalista e repórter do Caderno 2+ Dimazz hoje, no TVV Dimazz segue com sua residên- cia mensal na Vila da Música. Hoje ele recebe Cascadura e o Camará Ensemble - Grupo de Câmara da Ufba. Teatro Vila Ve- lha, 20 horas, R$ 30 e R$ 15. Bons sons vezes 2 Scambo & Sertanília dividem o palco do Portela Café nesta sex- ta-feira. Às 22 horas, R$ 20 (an- tecipado, na Midialouca). Na porta, sobe para R$ 25. São Caetano calling Como se vê na matéria da Ato 5, São Caetano é polo cultural alternativo não é de hoje. Sá- bado, um dos projetos que mo- vimentam o bairro, o Radiola Alternativa, tem primeira edi- ção em casa nova: espaço Gan- gara (defronte Colégio Ramo da Videira). Sábado, com ban- das Latryna, The Lex e Os Caras da Rádio. 17 horas, R$ 3. HELLOWEEN Titã do metal alemão, a banda Helloween honra sua longa trajetória (28 anos) com mais um álbum capaz de entortar o cangote de qualquer headbanger: veloz, pesadão, trampado – mas com o som limpo que é sua marca. Sonzão. STRAIGHT OUT OF HELL / SONY MUSIC / R$ 26,90 CCJR. DAVID BOWIE LP de transição, Alladin Sane (1973) foi composto por Bowie durante turnê pelos EUA. Pode parecer irregular, mas contém pérolas como Watch That Man, Time, Drive-In Saturday e Panic in Detroit. Clássico, sim senhor. ALADDIN SANE - 40TH ANNIVERSARY EDITION / EMI / R$ 31,90 CCJR. SHE AND HIM No terceiro CD, o duo formado pelo guitarrista M. Ward e a cantriz Zooey Deschanel segue a toada dos discos anteriores: country folk adocicado, com toques girl band anos 1960. Delícia. Ouça I’ve Got Your Number Son, Never Wanted Your Love e Sunday Girl. VOLUME 3 / LAB 344 / R$ 34,90 CCJR. WHITNEY HOUSTON Ela passou a vida cantando amor, o maior de todos. O legado da artista ganha coletânea, o the best of de Whitney. Composições consagradas, uma delas título do disco, reúnem o melhor de seus 20 anos de carreira. I ALWAYS LOVE YOU – THE BEST OF WHITNEY HOUSTON /SONY / R$ 29,90REGINA DE SÁ MÚSICA Alta Fidelidade é o novo trabalho autoral do cantor, depois de cinco anos Simoninha lança CD de suingue leve, inspirado no eixo Rio-SP MARCELO ARGÔLO Um suingue leve, manso e co- medido, além de um canto sim- ples, sem gritos ou firulas. Essas são as marcas de Alta Fidelida- de, novo disco do cantor Wilson Simoninha. Foram cinco anos e cerca de 100 shows com o projeto Baile do Simonal, uma homenagem ao seu pai, o falecido cantor Wil- son Simonal. Agora, ele volta a se dedicar à carreira solo. O último trabalho do cantor foi lançado em 2008. No ano passado ele resolveu voltar a focar nas suas produções auto- rais. “Em 2012 pensei que não poderia deixar passar mais tem- po, porque a distância estava muito grande. Queria colocar para fora as ideias que tinha”, disse Simoninha por telefone. No início do processo de cria- ção do disco, os rumos ainda não estavam muito claros para o artista. “Queria fazer algo que não sabia exatamente o que era, mas algumas coisas me nortea- vam. Queria algo distraído, alto astral e que tivesse também cer- ta classe”, disse. Para iluminar os caminhos, resolveu ir para o estúdio e co- meçar a trabalhar. E deu certo. “Resolvi começar a gravar sem ter essas coisas claras e as peças foram se encaixando”, disse. O resultado é um disco com 12 faixas, sendo 10 autorais e a regravação de Falso Amor, de Jair Rodrigues, que aparece também em versão remix. Frescor Outra preocupação que o artista tinha era trazer uma novidade, o que ele chamou de frescor. “Eu tinha o desejo de fazer um disco Rafael Kent / Divulgação O cantor Wilson Simoninha, que volta a se dedicar à carreira solo O álbum oferece uma experiência leve aos ouvidos, sem nenhum tipo de experimentação ou rebuscamento “Eu não posso perder minha essência, ao mesmo tempo acho que é importante ter outros olhares” WILSON SIMONIA, cantor que fluísse e que as pessoas ti- vessem prazer em escutar”, afir- mou o cantor. O objetivo foi cumprido. Alta Fidelidade oferece uma expe- riência leve aos ouvidos. Não há nenhum tipo de experimenta- ção ou rebuscamento nas can- ções. As letras, que traduzem situações cotidianas, a econo- mia nos arranjos e a já referida simplicidade nos vocais contri- buem para esse efeito. Também estava no planeja- mento de Simoninha criar uma energia São Paulo e Rio. Para isso, gravou em estúdios das duas cidades e chamou Alex Mo- reira e Bruno Bona para dividir com ele a produção do álbum. A ideia era que Alex colocasse o olhar carioca em algumas mú- sicas e Bruno o paulista em ou- tras, para Simoninha fechar a unidade do disco. Mas essa diferenciação entre as energias das cidades não é perceptível. Todas as letras giram em tor- no dos mesmos temas: roman- ces, praia, futebol. Musicalmen- te todas as canções também se- guem a linha do suingue leve. Parcerias Alta Fidelidade contou com par- ticipações e colaborações nos di- ferentes momentos da produ- ção. Na composição, ele traz an- tigos parceiros, como Bernardo Vilhena e João Marcelo Bôscoli, e novos, como Carlos Rennó, Mu Chebabi, João Sabiá. Sabiá também canta com Si- moninha a parceria dos dois, o samba-rock Meninas do Leblon, que abre o disco. Outra parti- cipação no CD é do rapper Max B.O em Falso Amor (Remix). Nos arranjos, há a colaboração de nomes como Serginho Trombo- ne e Léo Gandelman. “Eu não posso perder a es- sência do que eu sou, ao mesmo tempo eu acho que é impor- tante ter outros olhares”, afirma o cantor sobre o que o motivou a trabalhar com parceiros. Mesmo com três produtores e diversas colaborações e parti- cipações, Alta Fidelidade é um disco que tem uma unidade de estilo entre canções. Simoninha diz estar satisfeito com o resul- tado do disco. “Chegar nessa unidade foi um desafio. Eu botava muita fé no fato de que 10 das 12 faixas terem melodias minhas traria uma unidade e ainda o jeito de cantar. Eu tinha a intuição que isso poderia ser um caminho, por mais diferente que fossem algumas coisas”, afirma. WILSON SIMONINHA ALTA FIDELIDADE / SDESAMBA / R$ 24,90 / WWW.SDESAMBA.COM.BR 1986, rolavam shows do Cami- sa, Dever de Classe, Prolifera- ção, Via Sacra, Velorium e ou- tras. A AI-5 já estava formada, só não tinha tocado ainda”, diz. O primeiro show foi em 1987, no Clube de Engenharia, um dos espaços que reunia o povo do rock, assim como a loja Not Dead, Teatro Vila Velha, Clube de Engenharia, Solar Boa Vista, bares como o Manga Rosa, Es- paço Bleff e outros. Aí começou a saga da AI-5 (Ato Institucional 5), nome que, como se sabe, carrega um kar- ma pesado ao citar o golpe de- finitivo da famigerada ditadura militar contra a democracia. “Logo no primeiro cartaz que colamos na rua, um senhor des- ceu de um carro e disse: ‘Vocês são malucos, estão fazendo apologia a isso’? Aí responde- mos que era justamente o con- trário, somos contra o milita- rismo e tal. Aí até ele disse que ia ao show”, lembra Neilton. Em outra ocasião, a banda foi entrevistada pelo lendário ra- dialista Baby Santiago em uma emissora local: “Ele disse que ia entrevistar a gente, mas não ia pronunciar o nome da banda. O pessoal ainda tinha muito me- do, mesmo com a ditadura já encerrada”, afirma Neilton. Punk’s not dead O tempo passou e, depois de muitos shows e participações engajadas em protestos orga- nizados por sindicatos e outras entidades, membros começa- ram a sair. Em 2010, Ticka e Neilton, os remanescentes, re- solveram reformar a banda, agora como Ato 5. Lançaram CD em 2011 e, sexta-feira, tocam com o Camisa de Vênus. Assistir às duas bandas é testemunhar a própria história do rock local. ATO 5 E CAMISA DE VÊNUS / SEXTA-FEIRA, 19 HORAS / CINE TEATRO SOLAR BOA VISTA (ENGENHO VELHO DE BROTAS) / R$ 15 YEAH YEAH YEAHS Dez anos após o sucesso do disco Fever to Tell, a banda Yeah Yeah Yeahs volta à cena com um álbum pulsante e cheio de energia. Dentre as faixas, vale prestar especial atenção em Buried Alive, produzida por James Murphy, do LCD Soundsystem. MOSQUITO / UNIVERSAL/ R$ 27,90 MARIANA PAIVA GABY MORENO No terceiro álbum, a cantora guatemalteca apresenta canções que misturam ritmos como blues, jazz, soul e R&B. A maior parte das músicas é lenta e com letras excessivamente românticas que dão um tom de pesar. POSTALES / WARNER MUSIC / PREÇO NÃO INFORMADO VERENA PARANHOS

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SALVADOR TERÇA-FEIRA 4/6/20136 2

Além de Neilton eTicka, a Ato 5 atualconta com Alan eCristiano Ferreira(guitarras) e JoséCarlos (baixo)

Ato 5, banda histórica do punk baiano, faz show com o Camisa de Vênus nesta sexta-feira

A Coletânea hoje volta no tem-po, mas retorna já já para oagora.Em1987,emmeioà cenaroqueira que se formou cata-lisada pelo estouro do Camisade Vênus, uma rapaziada punkdo bairro de São Caetano re-solveu protestar. Mas protestarmesmo, começando pelo nomeda banda que formaram: AI-5.

“Ticka (Sinval Carlos, bateris-ta) era amigo de infância deTinho (baixista), lá na FazendaGrande do Retiro. Aí, quandoTinho foi morar no São Caetano,a gente se conheceu”, relataNeilton, vocalista.

“Tinho e Ticka já tinham umabanda chamada Revolta Subur-bana, que tocou com o Cóleraem Salvador, em 1984”, diz.

Rapaziada humilde, mas es-clarecida,essescarascirculavampelos shows da cena local: “Em

Arquivo Pessoal banda Ato 5

Punks em 1987: aAI-5 (hoje Ato 5),em um de seusprimeiros ensaiosColetânea

Chico Castro Jr.Jornalista e repórter doCaderno 2+

Dimazz hoje, no TVV

Dimazz segue com sua residên-cia mensal na Vila da Música.Hoje ele recebe Cascadura e oCamará Ensemble - Grupo deCâmara da Ufba. Teatro Vila Ve-lha, 20 horas, R$ 30 e R$ 15.

Bons sons vezes 2

Scambo & Sertanília dividem opalco do Portela Café nesta sex-ta-feira. Às 22 horas, R$ 20 (an-tecipado, na Midialouca). Naporta, sobe para R$ 25.

São Caetano calling

Como se vê na matéria da Ato5, São Caetano é polo culturalalternativo não é de hoje. Sá-bado, um dos projetos que mo-vimentam o bairro, o RadiolaAlternativa, tem primeira edi-ção em casa nova: espaço Gan-gara (defronte Colégio Ramoda Videira). Sábado, com ban-das Latryna, The Lex e Os Carasda Rádio. 17 horas, R$ 3.

HELLOWEEN

Titã do metal alemão, a bandaHelloween honra sua longatrajetória (28 anos) com maisum álbum capaz de entortar ocangote de qualquerheadbanger: veloz, pesadão,trampado – mas com o somlimpo que é sua marca.Sonzão. STRAIGHT OUT OF HELL / SONY

MUSIC / R$ 26,90 CCJR.

DAVID BOWIE

LP de transição, Alladin Sane(1973) foi composto porBowie durante turnê pelosEUA. Pode parecer irregular,mas contém pérolas comoWatch That Man, Time,Drive-In Saturday e Panic inDetroit. Clássico, sim senhor.ALADDIN SANE - 40TH ANNIVERSARY

EDITION / EMI / R$ 31,90 CCJR.

SHE AND HIM

No terceiro CD, o duo formadopelo guitarrista M. Ward e acantriz Zooey Deschanel seguea toada dos discos anteriores:country folk adocicado, comtoques girl band anos 1960.Delícia. Ouça I’ve Got YourNumber Son, Never WantedYour Love e Sunday Girl. VOLUME

3 / LAB 344 / R$ 34,90 CCJR.

WHITNEY HOUSTON

Ela passou a vida cantandoamor, o maior de todos. Olegado da artista ganhacoletânea, o the best of deWhitney. Composiçõesconsagradas, uma delas títulodo disco, reúnem o melhor deseus 20 anos de carreira. I

ALWAYS LOVE YOU – THE BEST OF WHITNEY

HOUSTON /SONY / R$ 29,90REGINA DE SÁ

MÚSICA Alta Fidelidade é o novo trabalhoautoral do cantor, depois de cinco anos

Simoninha lançaCD de suingueleve, inspiradono eixo Rio-SPMARCELO ARGÔLO

Um suingue leve, manso e co-medido, além de um canto sim-ples, sem gritos ou firulas. Essassão as marcas de Alta Fidelida-de, novo disco do cantor WilsonSimoninha.

Foram cinco anos e cerca de100 shows com o projeto Bailedo Simonal, uma homenagemao seu pai, o falecido cantor Wil-son Simonal. Agora, ele volta ase dedicar à carreira solo.

O último trabalho do cantorfoi lançado em 2008. No anopassado ele resolveu voltar afocar nas suas produções auto-rais. “Em 2012 pensei que nãopoderia deixar passar mais tem-po, porque a distância estavamuito grande. Queria colocarpara fora as ideias que tinha”,disse Simoninha por telefone.

No início do processo de cria-ção do disco, os rumos aindanão estavam muito claros parao artista.

“Queria fazer algo que nãosabia exatamente o que era,mas algumas coisas me nortea-vam. Queria algo distraído, altoastral e que tivesse também cer-ta classe”, disse.

Para iluminar os caminhos,resolveu ir para o estúdio e co-meçar a trabalhar. E deu certo.“Resolvi começar a gravar semter essas coisas claras e as peçasforam se encaixando”, disse.

O resultado é um disco com12 faixas, sendo 10 autorais e aregravação de Falso Amor, deJair Rodrigues, que aparecetambém em versão remix.

FrescorOutra preocupação que o artistatinha era trazer uma novidade,o que ele chamou de frescor. “Eutinha o desejo de fazer um disco

Rafael Kent / Divulgação

O cantor WilsonSimoninha, quevolta a sededicar àcarreira solo

O álbum ofereceuma experiêncialeve aos ouvidos,sem nenhum tipode experimentaçãoou rebuscamento

“Eu não possoperder minhaessência, aomesmo tempo achoque é importanteter outros olhares”WILSON SIMONIA, cantor

que fluísse e que as pessoas ti-vessem prazer em escutar”, afir-mou o cantor.

O objetivo foi cumprido. AltaFidelidade oferece uma expe-riência leve aos ouvidos. Não hánenhum tipo de experimenta-ção ou rebuscamento nas can-ções. As letras, que traduzemsituações cotidianas, a econo-mia nos arranjos e a já referida

simplicidade nos vocais contri-buem para esse efeito.

Também estava no planeja-mento de Simoninha criar umaenergia São Paulo e Rio. Paraisso, gravou em estúdios dasduascidadesechamouAlexMo-reira e Bruno Bona para dividircom ele a produção do álbum.

A ideia era que Alex colocasseo olhar carioca em algumas mú-

sicas e Bruno o paulista em ou-tras, para Simoninha fechar aunidade do disco.

Mas essa diferenciação entreas energias das cidades não éperceptível.

Todas as letras giram em tor-no dos mesmos temas: roman-ces, praia, futebol. Musicalmen-te todas as canções também se-guem a linha do suingue leve.

ParceriasAlta Fidelidade contou com par-ticipações e colaborações nos di-ferentes momentos da produ-ção. Na composição, ele traz an-tigos parceiros, como BernardoVilhena e João Marcelo Bôscoli,enovos,comoCarlosRennó,MuChebabi, João Sabiá.

Sabiá também canta com Si-moninha a parceria dos dois, osamba-rock Meninas do Leblon,que abre o disco. Outra parti-cipação no CD é do rapper MaxB.O em Falso Amor (Remix). Nosarranjos, há a colaboração denomes como Serginho Trombo-ne e Léo Gandelman.

“Eu não posso perder a es-sência do que eu sou, ao mesmotempo eu acho que é impor-tante ter outros olhares”, afirmao cantor sobre o que o motivoua trabalhar com parceiros.

Mesmo com três produtores ediversas colaborações e parti-cipações, Alta Fidelidade é umdisco que tem uma unidade deestilo entre canções. Simoninhadiz estar satisfeito com o resul-tado do disco.

“Chegarnessaunidadefoiumdesafio. Eu botava muita fé nofato de que 10 das 12 faixasterem melodias minhas trariauma unidade e ainda o jeito decantar. Eu tinha a intuição queisso poderia ser um caminho,por mais diferente que fossemalgumas coisas”, afirma.

WILSON SIMONINHA

ALTA FIDELIDADE / SDESAMBA / R$ 24,90 /

WWW.SDESAMBA.COM.BR

1986, rolavam shows do Cami-sa, Dever de Classe, Prolifera-ção, Via Sacra, Velorium e ou-tras.AAI-5 jáestavaformada,sónão tinha tocado ainda”, diz.

O primeiro show foi em 1987,no Clube de Engenharia, um dosespaços que reunia o povo dorock, assim como a loja NotDead, Teatro Vila Velha, Clubede Engenharia, Solar Boa Vista,bares como o Manga Rosa, Es-paço Bleff e outros.

Aí começou a saga da AI-5(Ato Institucional 5), nome que,como se sabe, carrega um kar-ma pesado ao citar o golpe de-finitivo da famigerada ditaduramilitar contra a democracia.

“Logo no primeiro cartaz quecolamos na rua, um senhor des-ceu de um carro e disse: ‘Vocêssão malucos, estão fazendoapologia a isso’? Aí responde-mos que era justamente o con-trário, somos contra o milita-rismo e tal. Aí até ele disse queia ao show”, lembra Neilton.

Em outra ocasião, a banda foientrevistada pelo lendário ra-dialista Baby Santiago em umaemissora local: “Ele disse que iaentrevistar a gente, mas não iapronunciar o nome da banda. O

pessoal ainda tinha muito me-do, mesmo com a ditadura jáencerrada”, afirma Neilton.

Punk’s not deadO tempo passou e, depois demuitos shows e participaçõesengajadas em protestos orga-nizados por sindicatos e outrasentidades, membros começa-ram a sair. Em 2010, Ticka e

Neilton, os remanescentes, re-solveram reformar a banda,agora como Ato 5. Lançaram CDem 2011 e, sexta-feira, tocamcom o Camisa de Vênus. Assistiràs duas bandas é testemunhar aprópria história do rock local.

ATO 5 E CAMISA DE VÊNUS / SEXTA-FEIRA, 19

HORAS / CINE TEATRO SOLAR BOA VISTA

(ENGENHO VELHO DE BROTAS) / R$ 15

YEAH YEAH YEAHS

Dez anos após o sucesso dodisco Fever to Tell, a bandaYeah Yeah Yeahs volta à cenacom um álbum pulsante echeio de energia. Dentre asfaixas, vale prestar especialatenção em Buried Alive,produzida por James Murphy,do LCD Soundsystem. MOSQUITO

/ UNIVERSAL/ R$ 27,90 MARIANA PAIVA

GABY MORENO

No terceiro álbum, a cantoraguatemalteca apresentacanções que misturam ritmoscomo blues, jazz, soul e R&B.A maior parte das músicas élenta e com letrasexcessivamente românticasque dão um tom de pesar.POSTALES / WARNER MUSIC / PREÇO NÃO

INFORMADO VERENA PARANHOS