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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
CLÉO DA SILVA LIMACLÉO DA SILVA LIMA
AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DAAUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DA
CIDADE DE SÃO PAULOCIDADE DE SÃO PAULO
São Paulo
2011
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
CLÉO DA SILVA LIMACLÉO DA SILVA LIMA
AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DAAUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DA
CIDADE DE SÃO PAULOCIDADE DE SÃO PAULO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para a conclusão do curso.
Profª Orientadora: Ms. Maria das Graças dos Santos
São Paulo
2011
L697a Lima, Cléo da SilvaAutomação de Bibliotecas Públicas Municipais da Cidade de São
Paulo / Cléo da Silva Lima. – São Paulo, 2011.89f. ; 30 cm.
Monografia (Especialização em Gestão Pública) – Universidade de Mogi das Cruzes, 2011.
1. Bibliotecas públicas – Automação. 2. Bibliotecas públicas – São Paulo. 3. Softwares para bibliotecas I. Título.
CDD 027.4 814 2
Dedico a Deus que está sempre presente na minha vida e aos meus pais, irmãos e irmãs por acreditarem em mim.
AGRADECIMENTOS
À Deus, por ter me dado a chance de ter chegado até aqui;
Aos meus pais: Sebastião Martins de Lima (In memoriam) e Maria Lourdes da Silva Lima, as
pessoas mais importantes da minha vida;
Ao meu irmão, Rildo, por acreditar sempre no meu potencial;
A todos os colegas do curso, em especial a Wanda Moreira e a Maria Aparecida da Silva;
Às bibliotecárias que responderam ao questionário.
A todos, muito obrigado!
“A adoção de ferramentas eletrônicas no desempenho das atividades profissionais requer mais mudanças de comportamento do que aprendizado tecnológico”.
(Roberto Barsotti)
RESUMO
O trabalho tem como objetivo estudar a modernização dos serviços das bibliotecas públicas na cidade de São Paulo em relação à automação. Tendo como objetivos específicos: analisar a política de automação de acervos, avaliar o processo de automação de consulta ao usuário e verificar os benefícios da informatização no Sistema Municipal de Bibliotecas. A metodologia empregada foi à pesquisa baseada em levantamento de dados bibliográficos para fundamentação teórica, e adotou-se um questionário com cinco questões, com perguntas abertas, como instrumento para a coleta de dados. O principal benefício alcançado pelo Sistema Municipal de Bibliotecas com a catalogação automatizada é a informatização da circulação de materiais bibliográficos, onde se criou um banco de dados de usuários do sistema Alexandria On Line, proporcionando a cada leitor cadastrado o acesso ao acervo de todas as bibliotecas públicas do sistema municipal, inclusive dos CEUs e ao controle de reserva e empréstimos on line. A pesquisa à distância ou nos computadores instalados nas bibliotecas através do catálogo eletrônico também é um dos grandes objetivos atingidos pelo SMB, democratizando o acesso à informação possibilitando ao munícipe o direito à leitura e pesquisa, fomentando a cultura, a educação e o lazer, seguindo as diretrizes do Manifesto da Unesco para Bibliotecas Públicas.
Palavras-Chave: Bibliotecas Públicas - Automação. Bibliotecas Públicas - São Paulo. Software para bibliotecas.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 Software Comercial X Software Livre: vantagens e desvantagens 35
Quadro 2 Requisitos relacionados à tecnologia 35
Quadro 3 Requisitos gerais 36
Quadro 4 Requisitos relacionados ao processo de seleção e aquisição 36
Quadro 5 Requisitos relacionados ao processamento técnico dos documentos 37
Quadro 6 Requisitos relacionados ao processo de empréstimo de documentos 38
Quadro 7 Requisitos relacionados ao processo de recuperação de informações 39
Quadro 8 Requisitos relacionados ao processo de divulgação da informação 39
Quadro 9 Requisitos relacionados ao processo gerencial 39
Quadro 10 Sistema FASTCAT: Títulos/Exemplares processados até junho/91 por
departamentos da SMC 50
Quadro 11 Informatização – Recursos humanos da Coordenadoria do Sistema
Municipal de Bibliotecas 64
Quadro 12 Informatização – Terceirização 67
CLÉO DA SILVA LIMACLÉO DA SILVA LIMA
AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DAAUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE SÃO PAULOCIDADE DE SÃO PAULO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para a conclusão do curso.
Aprovado em………………………………...
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Roberto Kanaane
Prof. Ms. Alécio Fiel Filho
Profª. Ms. Maria das Graças dos Santos
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 111 BREVE HISTÓRICO DA BIBLIOTECA PÚBLICA 131.1 PAPEL DA BIBLIOTECA PÚBLICA NO BRASIL 152 BREVE HISTÓRICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 202.1 AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS 232.1.1 Softwares para automação de bibliotecas 272.1.1.1 Software Comercial 302.1.1.2 Software Livre 332.1.2 Critérios de Avaliação e Seleção 353 AUTOMAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS 413.1 HISTÓRICO 413.2 GRUPO DE TRABALHO DE INFORMATIZAÇÃO DE BIBLIOTECAS 433.3 MICROINFORMÁTICA 463.4 SISTEMA FASTCAT 483.5 SISTEMA DOBIS/LIBIS 503.5.1 Avaliação do sistema DOBIS/LIBIS 543.5.2 Do DOBIS/LIBIS ao Alexandria On Line 553.5.3 Problemas na migração do DOBI/LIBIS para o Alexandria On Line 573.6 SISTEMA ALEXANDRIA ON LINE 583.6.1 Execução dos trabalhos para a implantação do Alexandria On Line 603.6.2 Projeto Piloto 623.6.2.1 Seção Circulante da Biblioteca Mário de Andrade 623.6.2.2 Biblioteca Monteiro Lobato 633.6.2.3 Biblioteca Alceu Amoroso Lima 643.6.2.4 Biblioteca Anne Frank 643.6.3 Terceirização da informatização 654 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 694.1 OS SUJEITOS 694.2 DISCUSSÃO 715 CONSIDERAÇÕES FINAIS 73REFERÊNCIAS 74APÊNDICE A – Questionário 79ANEXO A – Manifesto da IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas 1994 81ANEXO B – Questionário das necessidades de automação das Bibliotecas da SMC 85ANEXO C – Listagens que compõem o Relatório Final 88
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INTRODUÇÃO
As bibliotecas públicas, como unidades organizacionais, recebem interferência diária
em seus processos de trabalho, o que torna imprescindível a adequação de suas estruturas
organizacionais e de prestação de serviços à tão propagada sociedade da informação.
No que se refere ao processo de informatização, os avanços tecnológicos relacionados
às novas exigências dos usuários direcionam para a seleção e aquisição de software e
hardware com características funcionalmente variadas, privilegiando a interligação das
funções de uma biblioteca, em uma linguagem que permita a integração usuário/máquina.
Sendo assim, a automação de bibliotecas é uma atividade integrada, participativa e
acima de tudo, cooperativa, e constitui um dos maiores desafios para as bibliotecas públicas e
centros de documentação e informação. Não se trata apenas de avaliar o que está disponível
no mercado, de assistir às demonstrações do funcionamento dos softwares, e começar o
processo de aquisição. Ao contrário, esta tarefa é bastante complicada, haja vista que nem
sempre um software apropriado a uma determinada biblioteca terá o mesmo sucesso quando
instalado em outra.
Aponta-se que uma das sugestões para o êxito na escolha de um sistema adequado
para cada biblioteca depende, normalmente, da instituição. Contudo, é importante que a
biblioteca pública esteja integrada ao moderno conceito de gestão da informação, faça uma
análise real da organização a qual está subordinada, defina e especifique claramente os seus
próprios requisitos sobre automação, bem como em que medida o software a ser selecionado
deverá atendê-los como itens obrigatórios, imprescindíveis e desejáveis.
Conforme Davenport (1998 apud CARVALHO, 2005) a gestão da informação deve
ter um enfoque ecológico no qual o bibliotecário deve definir as estratégias de informação,
levando em conta as necessidade do usuário e a qualidade do serviço, enfatizando o tipo de
informação que deve ser gerida, principalmente com a preocupação de como a informação
será útil ao usuário na busca de seus objetivos, dentro do contexto organizacional,
considerando a cultura da empresa, as políticas, os processos e a arquitetura do ambiente
informacional.
O objetivo geral deste trabalho é estudar a modernização dos serviços das bibliotecas
públicas na cidade de São Paulo em relação à automação. Tendo como objetivos específicos:
Analisar a política de automação de acervos;
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Avaliar o processo de automação de consulta ao usuário; e
Verificar os benefícios da informatização no Sistema Municipal de Bibliotecas.
Sendo assim, a modernização da biblioteca pública representa mais do que escolher
ferramentas tecnológicas para implementar serviços prestados aos usuários. Ela desempenha a
função de introduzir uma nova filosofia de trabalho, agregação de valores informacionais e
novos comportamentos.
Verifica-se que as bibliotecas públicas que estão se informatizando e ao mesmo
tempo revendo a sua organização, buscam se adaptar melhor às novas tecnologias colocadas à
sua disposição no mercado, mas o processo de automação nem sempre é feito de forma
sistemática.
O presente trabalho tem o intuito de auxiliar os profissionais da informação na busca
por melhores serviços prestados aos usuários das bibliotecas públicas da cidade de São Paulo.
Entende-se que este será mais um instrumento de auxílio e que, juntamente com outros,
poderá minimizar as dificuldades da exaustiva tarefa de prestar um serviço de qualidade a
população em geral.
A metodologia empregada foi à pesquisa baseada em levantamento de dados
bibliográficos para fundamentação teórica, e adotou-se um questionário com cinco questões
com perguntas abertas como instrumento para a coleta de dados, que foi enviado por e-mail a
duas bibliotecárias que participaram do Grupo de Trabalho de Informatização de Bibliotecas
(GTI-B).
As perguntas foram formuladas, estabelecendo-se uma orientação das respostas, de
modo a facilitar a interpretação dos resultados. Finalizadas as etapas anteriores, foi efetuada a
sistematização dos dados, que foram comparados com a literatura da área e por fim, a
interpretação desses dados coletados. Esta pesquisa se realizou no primeiro semestre de 2011.
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1 BREVE HISTÓRICO DA BIBLIOTECA PÚBLICA
O significado de biblioteca pública apoia-se na igualdade de acesso a todos, sem limite
de idade, raça, sexo, status social, etc. e na disponibilização à comunidade de todo tipo de
conhecimento. Ela deve apresentar todos os gêneros de obras que sejam do interesse da
comunidade em que está inserida, assim como literatura em geral, além de informações
fundamentais sobre a organização do governo, serviços públicos e publicações oficiais.
A biblioteca pública é uma intermediária entre a necessidade informacional de um
membro da comunidade e a informação que nela se encontra organizada e disponível,
permitindo o acesso a ela. Além disso, uma biblioteca pública deve consistir em um ambiente
público de fato, de convivência prazerosa, em que os cidadãos possam marcar encontros para
dialogar, compartilhar idéias, debater problemas, auto-instruir-se e participar de atividades
culturais e de entretenimento.
Sendo assim, para a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 18) as bibliotecas
públicas se caracterizam por:
Destinar-se a toda a coletividade, ao contrário de outras bibliotecas que tem papeis
mais específicos;
Possuir todo tipo de material bibliográfico;
Ser gerida pelo poder público (federal, estadual ou municipal).
Segundo a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 19) “criada na Inglaterra como
conseqüência da Revolução Industrial, no final do século XIX, até a época atual, a biblioteca
pública passou por profundas mudanças em seu conceito”.
Ainda de acordo com a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 19), destacam-se
como marcos dessas mudanças os seguintes fatos: Revolução Industrial: o conceito inicial era vinculado à classe trabalhadora e às funções educativas e moralizantes; Crise econômica dos anos trinta e a Segunda Guerra Mundial: a imagem da biblioteca pública incorpora o conceito de atuar como instrumento para a paz e a democracia e identifica-se com a classe média e a população estudantil, cada vez mais numerosa; Publicação pela UNESCO, em 1949, da 1ª versão do Manifesto da Biblioteca Pública: destacando sua função em relação ao ensino e caracterizando-a como centro de educação popular; Década de 50: início de questionamentos crescentes por parte da classe bibliotecária, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, sobre o papel da biblioteca pública e sua permanente identificação com os valores da classe média e a cultura de elite; Décadas de 60 e 70: os movimentos culturais contestatórios desencadeiam novos questionamentos sobre o papel da biblioteca pública. Procura-se uma nova
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função - voltada para as classes mais desfavorecidas da sociedade - de caráter mais social; Publicação pela UNESCO, em 1972, da 2ª versão do Manifesto da Biblioteca Pública: sintetizando como suas funções educação, cultura lazer e informação; Década de 80: informação e comunicação são vinculadas ao desenvolvimento das sociedades. Inicia-se o uso generalizado dos computadores e das novas tecnologias de comunicação nas bibliotecas, desencadeando o aparecimento das redes de bibliotecas, o que se reflete em suas funções e conceito; Década de 90: Sociedade da Informação/Conhecimento, a revolução digital afeta o trabalho e a vida cotidiana. Necessidade dos indivíduos e das sociedades de adaptarem-se às rápidas e crescentes mudanças; Publicação pela UNESCO, em 1994, da 3ª versão do Manifesto da Biblioteca Pública: seu texto enfatiza o compromisso da biblioteca pública com a democratização do acesso às novas tecnologias de informação.
Os autores Mueller, Nogueira, Serrai (apud Almeida Júnior, 2003, p. 66) afirmam que:
A biblioteca pública surge na segunda metade do século XIX, nos Estados Unidos e Inglaterra, tendo o ano de 1850 como marco histórico desse fato. As características dessa biblioteca, que a diferenciavam das anteriores, podem ser divididas em três grandes aspectos: mantida integralmente pelo estado; com funções específicas e com a intenção de atender toda a sociedade.
Enquanto isso, Almeida Júnior (1997b, p. 22) defende que:
A origem da biblioteca pública não pode ser entendida, simplificadamente, como oriunda dos reclames das classes populares ou, inversamente, pelas benesses das classes detentoras do poder. Aquele momento histórico (meados do século XIX) leva-nos a reconhecer a influência, a mescla, a intersecção dessas e de outras causas. A biblioteca pública surge, não isoladamente, deslocada dos acontecimentos e da situação da sociedade daquela época. Ao contrário, ela está imersa nas transformações, nas mudanças e alterações daquela época e, assim, deveria continuar participando de cada cenário histórico, cenários não estanques, mas dinâmico e em constante mutação. A biblioteca pública deve ser reflexo e causa das transformações da sociedade; deve receber influências, interferir, ser início, meio e fim das alterações sociais, numa seqüência interminável. Sua origem esteve sustentada por esse quadro.
Já Madalena Wada (1985 apud Almeida Júnior, 2003, p. 66) mostra o contrário e diz que:
A biblioteca pública foi decorrência de uma atitude meramente filantrópica: Os homens da classe dominante viam nas bibliotecas uma forma de atenuar os problemas sociais. Assim, foram impostas ao povo, sem terem sido resultantes de uma demanda popular. O desenvolvimento industrial demandava uma mão-de-obra especializada e a Biblioteca Pública surgiu como meio de aperfeiçoamento dos trabalhadores que já estavam fora do ensino formal.
Diante do exposto, verifica-se que a biblioteca pública surgiu com a função educativa,
e atualmente o seu papel gira em torno de quatro funções fundamentais que são: educativa,
cultural, recreativa e informacional. Entretanto, Melo (apud SOUZA, 1990, p. 94) relata que:
É preciso reconhecer que a biblioteca enquanto instituição, pouco tem feito para democratizar a leitura... Ela tem sido um espaço burocrático, onde se guardam
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livros, e onde trabalham profissionais, hoje de nível elevado, mas que perdem de perspectiva a finalidade educativa a que se destinam.
Compartilhando da mesma visão de Milanesi (1983, p.54), a despeito desse tipo de
biblioteca, verfica-se que,
A apartir de 1971 as bibliotecas públicas foram, praticamente, transformadas em bibliotecas escolares. É nessa data que as pesquisas passaram a se constituir numa obrigação escolar. E como os estabelecimentos de ensino não dispunham de bibliotecas em condições mínimas de uso, as bibliotecas públicas, sempre um pouco melhores, passaram a receber os estudantes. Daí nasce a necessidade de adaptar a velha biblioteca pública a essa nova demanda.
A última versão do Manifesto da Biblioteca Pública publicada pela UNESCO, em
1994 (ver Anexo A), ressalta missões essenciais que tem relação com a informação,
alfabetização, educação e cultura. Nesse sentido, conforme a Fundação Biblioteca Nacional
(2000, p. 20),
Incorporando as novas tecnologias em seu texto, a UNESCO, propõe como missão: facilitar o desenvolvimento da informação e da habilidade no uso do computador. Propõe, ainda, a formação de redes nacionais de bibliotecas, obedecendo a padronização de normas de serviços e criando o relacionamento destas redes entre si e com as outras bibliotecas do país, independente do tipo de biblioteca.
Pode-se dizer, que o Manifesto da UNESCO sobre a biblioteca pública deve ser visto
como um documento que enfatiza o papel e as funções deste tipo de biblioteca no mundo
globalizado, porém cabe aos gestores dessas bibliotecas darem prioridade ao desenvolvimento
de suas funções, levando em consideração a realidade da comunidade local em que estas
bibliotecas estão inseridas.
1.1 PAPEL DA BIBLIOTECA PÚBLICA NO BRASIL
Com o intuito de catequizar os povos indígenas e os colonos, a ordem dos jesuítas
construiu as primeiras bibliotecas brasileiras, estas bibliotecas localizavam-se nas escolas e ao
longo do tempo tornaram-se abundantes.
Um outro fato histórico relevante foi à vinda da Família Real ao Brasil em 1808, que
juntamente com milhares de pessoas e bens de grande valor, trouxe também a bordo a Real
Biblioteca, aberta em 1811, somente para pessoas autorizadas. Em seguida ela foi aberta ao
público em 1814.
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Conforme a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 23), “a primeira biblioteca
pública brasileira foi criada em 1811 na cidade de Salvador, Bahia. A análise dos documentos
de criação desta biblioteca demonstram a preocupação com a função de apoio a educação”.
Neste ano, Pedro Gomes Ferrão de Castello Branco, enviou um projeto ao Conde dos Arcos,
governador da Capitania da Bahia, pedindo a sua aprovação.
Sendo assim, neste contexto, de acordo com os autores (ARAUJO; OLIVEIRA, 2005,
p. 35), Pedro Gomes Ferrão de Castello Branco:
Planejou a biblioteca como uma instituição para promover a instrução do povo. A biblioteca pública da Bahia foi a primeira a ser fundada com essa característica de não contar com recursos do governo. A experiência não deu certo e o governo passou a dar subsídios e outras bibliotecas públicas floresceram em outras capitais e cidades importantes.
Diante desse cenário histórico de grande relevância a respeito do surgimento de
bibliotecas públicas no Brasil, ressalta-se que,
Além da Biblioteca Pública da Bahia (1811) e da Biblioteca Imperial e Pública do Rio de Janeiro (Biblioteca Nacional), incorporada ao patrimônio do Estado em 1825, novas foram criadas: em 1829, foi criada a Biblioteca Pública do Estado do Maranhão. Em 1837, fundo-se uma outra biblioteca pública no Rio de Janeiro: a do Real Gabinete Português de Leitura. Progressivamente, outras foram criadas, ampliando as possibilidades de acesso ao livro. (MILANESI, 1983, p. 30-31).
Não se pode deixar de mencionar também o Instituto Nacional do Livro, que foi
fundado em 1937, por iniciativa do ministro Gustavo Capanema. Foi o primeiro programa
brasileiro de incentivo a leitura e fortalecimento das bibliotecas públicas.
Embora tivesse boas intenções, não houve um planejamento estratégico eficiente,
sendo alvo de diversas críticas, e uma dessas críticas foi feita pelo (MILANESI, 2003, p.
120), onde ele afirma que o Instituto Nacional do Livro:
Como programa de incentivo à leitura nasceu velho, e continuou assim, impávido, por décadas. Com poucas variações, as tarefas básicas e de rotina constituíam-se em doar livros para as bibliotecas e presentear as cidades com bibliotecas, numa ação mais gratificante para algumas editoras do que para os leitores de um modo geral.
Ainda seguindo neste sentido, o autor corrobora que a razão de ser da biblioteca é o
seu público, e revela que:
Depois da experiência inovadora da Mário de Andrade na Prefeitura paulistana. Essa política esteve sempre centrada na idéia do acúmulo de livros e da organização, sem maiores preocupações com o público como se as bibliotecas existissem independentemente deles. O acervo sempre foi um falso problema. A eficiência não
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se mede, unicamente, pelos números de volumes que estão nas estantes, mas pelas relações que se estabelecem entre o público e eles. (MILANESI, 2003, p. 120).
Um dos muitos problemas também enfrentados por este tipo de biblioteca, se refere à
falta de um preparo pedagógico dos profissionais e de uma política clara nesse sentido.
Então, Almeida Júnior (1997b, p. 28) destaca um ponto importante e relata que,
[...] a biblioteca pública não possui uma proposta pedagógica clara, tornando-se, por isso, mera executora e simples repassadora de materiais que contribuem, de alguma maneira, com as diretrizes provenientes da política pedagógica elaborada e colocada em funcionamento nos burocráticos escritórios dos órgãos decisórios do Estado. Sem essa proposta claramente delimitada, a atuação da biblioteca pública junto aos alunos contribui muito pouco – normalmente na dependência de posturas isoladas de alguns profissionais – para o aprendizado desse usuário.
O percurso da biblioteca pública brasileira ao longo do tempo esteve voltado ao ensino
e a educação, porém o público ainda tem pouca participação nas escolhas das obras que
deveriam estar nos acervos das bibliotecas. Umas das poucas contribuições que os leitores
podem dar é referente à sugestão de livros para compra, sendo que nem sempre os pedidos são
atendidos de maneira satisfatória.
Atualmente, no Brasil, o apoio à educação é uma das ações essenciais da biblioteca
pública, não só em relação à educação formal, mas também, no processo de educação
continuada.
Almeida Junior (2003, p. 70), diz que:
A biblioteca pública deveria nortear sua função educacional para a educação informal, para a educação continuada. Mas, por ser obrigada a fazer às vezes da biblioteca escolar, não sobra tempo e interesse para ações no âmbito da educação continuada.
Ainda, de acordo com o mesmo autor citado anteriormente,
A biblioteca pública, por não considerar como sua função primordial atender a alunos, não está preocupada com a formação de um acervo que possa atender aos interesses desses usuários. A sua coleção é desenvolvida, considerando o atendimento de um público que, quase sempre, não freqüenta o espaço da biblioteca. Poucos são os materiais, normalmente doados, que estão voltados para os alunos. Por esse motivo, entre, outros, as obras de referência, em especial as enciclopédias e almanaques, acabam por se converter no principal material utilizado pelos estudantes. (ALMEIDA JUNIOR, 2003, p. 70-71).
Para exercer esse papel educacional, é fundamental que a biblioteca trabalhe em
conjunto com outras instituições parceiras da comunidade, isto é, escolas, creches, fundações,
Organizações Não Governamentais (ONGs), entre outras, buscando desta maneira unir
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esforços para erradicar o analfabetismo e impulsionar a inclusão social dos cidadãos por meio
da leitura. Deste modo, a educação e o acesso à leitura não podem ser responsabilidade apenas
da escola e da família, principalmente quando direcionadas às classes sociais menos
favorecidas da população.
Com o intenso papel exercido pelos atuais meios de comunicação de massa na
sociedade brasileira contemporânea, a leitura passa a ser considerada condição fundamental
para que o cidadão tenha acesso à informação. Seguindo essa linha de raciocínio, a Fundação
Biblioteca Nacional (2000, p. 23), diz que a “leitura – considerada não apenas como a
decodificação de signos gráficos, mas a capacidade de percepção crítica e interpretativa da
informação – é instrumento essencial para transformar a informação em conhecimento”.
Destacam-se também outras funções essenciais que devem ser desenvolvidas pelas
bibliotecas públicas, enquanto espaço democrático de acesso à informação, que segundo o
ponto de vista de Almeida Junior (2003, p. 72), são:
A função recreacional ou de lazer entende a biblioteca pública como um espaço que deve oferecer entretenimento através da leitura, promovendo-a e intensificando o empréstimo de livros. Ao lado do atendimento a alunos, essa é a função mais conhecida da biblioteca pública. A cultural sempre foi entendida como sinônimo de erudição. A biblioteca deveria propiciar à população meios para que as pessoas pudessem ampliar sua “inteligência” através de materiais, em especial o livro, considerados de “lastro”. A preocupação era, e ainda é, levar as pessoas à leitura dos “bons” livros, entendidos esses a partir de conceitos dos próprios bibliotecários e de análises mais ou menos sedimentadas e consensuais de críticos da literatura.
Ainda de acordo com o mesmo autor, não pode se esquecer de uma função
importantíssima que,
Já no final dos anos 60 e início dos 70 deste século, acrescenta-se às outras funções a informacional. Tal função na verdade, é fruto não de um estudo de usuário que tenha detectado a necessidade da população por informações para atender e fazer face a problemas cotidianos, mas de um interesse da própria biblioteca: lutar por uma fatia maior do orçamento destinado aos equipamentos culturais. (ALMEIDA JUNIOR, 2003, p. 74).
Ainda seguindo nesse sentido, ressalta-se que:
O novo conceito de biblioteca pública deve ser implementado, promovendo amplamente as facilidades oferecidas pelas novas tecnologias da informação (registros eletrônicos, comunicação e transferência de arquivos) e disponibilizando esses modernos meios de comunicação e informação, através do treinamento e orientação dos usuários para o seu uso cotidiano. A biblioteca pública deve, ainda, atuar como um centro de informação de cultura popular promovendo a melhor integração comunidade/biblioteca, visando a coleta, preservação e disseminação da documentação representativa dos valores culturais que expressam as raízes, jeito de
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ser e identidade de nosso povo. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2000, p. 23).
Nesse contexto, é de suma importância o surgimento de novas e modernas bibliotecas
públicas no país, além de um investimento pesado na formação de recursos humanos
capacitados, tornando possível à ação dessas bibliotecas como agentes de transformação e
desenvolvimento das comunidades locais.
Diante do novo conceito de biblioteca pública expresso no Manifesto da UNESCO
(ver Anexo A), torna-se necessário destacar o importante papel da biblioteca pública no Brasil
hoje, que segundo a Fundação Biblioteca Nacional (2000, p. 18) deve atuar como a mais
democrática organização de cunho educacional e cultural, a qual tem capacidade suficiente
para desempenhar a sua função social, que é de suma importância na inclusão da sociedade
brasileira na sociedade da informação.
O que se espera da biblioteca pública, é que ela desenvolva de forma efetiva o seu
relevante papel social de centro de leitura e informação, ressaltando que ao desempenhar esta
função, a biblioteca estará agindo nas comunidades buscando mitigar um das problemáticas
mais constantes desta nova sociedade, que é tentar diminuir a disparidade informacional, entre
ricos e pobres.
Destacam-se também, algumas atribuições da biblioteca pública em decorrência da
presença de novas tecnologias no campo da informação e que se repercutem na vida cotidiana,
tais como: Agente essencial na promoção e salvaguarda da democracia, através do livre acesso a todo tipo de informação proporcionando, desta forma, matéria de reflexão para a geração do verdadeiro conhecimento; Instituição de apóio à educação e formação do cidadão em todos os níveis, através da promoção e incentivo à leitura e à formação do leitor crítico e seletivo capaz de usar a informação como instrumento de crescimento pessoal e transformação social; Centro local de tecnologia da informação, através do acesso às novas tecnologias da informação e da comunicação, familiarizando os cidadãos com o seu uso; Instituição cultural, através da promoção do acesso à cultura e do fortalecimento da identidade cultural da comunidade local e nacional. (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 2000, p. 18-19).
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2 BREVE HISTÓRICO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
A Tecnologia da Informação está transformando o mundo em que vivemos,
constantemente. Hoje, as pessoas são capazes de realizar tarefas impensáveis há alguns anos
atrás, como navegar na Internet, mandar e receber um e-mail, participar de grupos de
discussão e de relacionamento e, dessa maneira, trocar idéias com outras pessoas ao redor do
mundo em poucos segundos.
Diante do exposto acima, Marcondes (1999, p. 62) ressalta que:
As novas tecnologias transformaram de maneira fundamental as práticas informacionais, na medida em que operaram a separação entre suporte e informação. A partir daí, toda uma prática informacional baseada nos suportes esta tendo que ser repensada, trazendo novos problemas conceituais e, consequentemente, didáticos.
Conforme relata (GUIMARÃES; SANTOS, 2003), a história dessa tecnologia passa
por dois momentos marcantes:
Em 1942, com a invenção do primeiro computador, o ENIAC, que pesava algumas
toneladas, e era composto por válvulas, com custo de fabricação em torno de alguns milhões
de dólares, cujas primeiras aplicações eram militares, restrito apenas ao governo norte-
americano.
O segundo momento foi com o surgimento do primeiro computador pessoal do tipo
IBM-PC, padrão projetado pela IBM, no início da década de 80. Com o surgimento do
microcomputador surge a oportunidade da popularização dos computadores, pois com as
constantes evoluções tecnológicas, os PCs foram ficando menores em tamanho, mais velozes
no desempenho e com um preço mais acessível ao consumidor, ocasionando assim a sua
democratização.
Já de acordo com (SANTIAGO, 2003), as fases de utilização da Tecnologia da
Informação são as seguintes:
1ª Fase - Processamento de Dados (Era do Papel)
Nessa época o único meio de comunicação com o computador era por meio de papel,
utilizando-se cartão perfurado, fita perfurada e listagens (formulários contínuos);
2ª Fase - Sistemas de Informação (Era do Suporte Eletrônico)
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Nessa época surgiram os discos magnéticos, os disquetes de “8”e os terminais que
começaram a substituir o papel na comunicação com o computador;
3ª Fase - Informações Estratégicas (Era do Ambiente Virtual)
Essa época foi extremamente curta, embora muito importante, pois serviu de transição
entre os mainframes e as novas tecnologias de informação.
4ª Fase – Tecnologia da Informação (Era da Globalização)
É a que nós vivemos hoje. Tem como símbolo a idéia do mundo sem fronteiras, a
Internet.
A internet é o emblema da chamada “revolução informacional”. Ela exerce uma
função essencial no processo da economia global, como propulsora de um novo campo
econômico unificado, alcançando todo o mundo consumidor, tornando viáveis as operações
comerciais em escala mundial. Estas operações são tanto de conteúdos informacionais como
mercadorias em si, quanto de informações que possibilitam e aumentam o fluxo comercial das
mercadorias materiais.
A internet é hoje uma ferramenta poderosa para os bibliotecários, ampliando de forma
significativa o seu ambiente de trabalho, no intuito de aproximar o mundo global de seus
usuários. É também esta interação que possibilita que as bibliotecas, principalmente as
públicas, produzam informação e conhecimento, permitindo também que seus usuários
possam contribuir da mesma forma.
Conforme Rowley (1994, p. 3) “a introdução dos computadores nas bibliotecas
resultou em padronização, aumento da eficiência, cooperação e melhores serviços”. Sendo
assim, é fundamental observar que o uso das tecnologias da informação é o meio para
otimizar processos e não o fim. Por isso, o armazenamento, recuperação e disseminação de
informações resultam de uma sistemática voltada para a democratização do acesso à
informação, tendo a Internet como principal aliada.
O impacto da tecnologia da informação, e da internet em particular, tem ocasionado
mudanças nas bibliotecas e centros de informação, criando tanto ameaças como oportunidades
para o desenvolvimento dessas instituições. (LANCASTER, 1994 apud MARCONDES;
GOMES, 1997).
Neste contexto, pode-se destacar três fases do uso das tecnologias da informação em
bibliotecas:
22
Tradicionalmente e até a primeira década do século passado não se dissociava
conceitualmente a informação de sua base documental. Uma biblioteca consistia em
estocar documentos, mecanismos, metodologias e tecnologias para pesquisar esta
massa documental e recuperar a localização física de itens importantes que poderiam
ser acessados.
A partir da segunda metade do século passado, especificamente nos Estados Unidos,
surge o conceito de informação, dissociada de sua base tradicional, originando assim,
a chamada Ciência da Informação (PINHEIRO, 1995 apud MARCONDES; GOMES,
1997), que evolui da documentação tradicional e começa a ganhar um corpo teórico
que pode explicar o fenômeno da “explosão informacional”.
Paralelo a este processo teórico, e como resposta à demanda de encarar a chamada
explosão bibliográfica, torna-se fundamental o surgimento e o aporte de tecnologias que
transformassem esta massa documental e conseguissem obter formas de identificar a
informação relevante. É desse período o início do uso acentuado da tecnologia da informação
em bibliotecas e centros de documentação.
Nesta segunda fase a tecnologia da informação é utilizada para identificar e
localizar, em bases de dados ou catálogos de bibliotecas, documentos relevantes e
proporcionar formas de acessar, obter e gerenciar sistemas de provisão de cópias de
documentos em papel. Um exemplo de sistema de informação desta fase é a indústria de bases
de dados em linha ou em CD-ROM, acrescida de recursos para obtenção de cópias do
documento final, como o Programa de Comutação Bibliográfica – COMUT no Brasil
(MIRANDA, 1995 apud MARCONDES; GOMES, 1997).
Por fim, com a chegada da Internet e do seu crescente uso como mídia para
publicações eletrônicas, a partir do começo da década de 1990, o acesso ao documento
final, em formato eletrônico, torna-se simples.
Com isso, os impactos para a informação científica e tecnológica passam a ser
inúmeros, tais como: multiplicidade de recursos informacionais à disposição na rede, em
contraste com os disponíveis no acervo das bibliotecas; acesso imediato a estes recursos;
velocidade da comunicação científica proporcionada pela publicação na rede, ultrapassando
os meios tradicionais de garantia e controle de qualidade da pesquisa, que assentavam sobre o
periódico científico com o seu corpo de “referees” (STIK, 1995 apud MARCONDES;
GOMES, 1997); e na indústria editorial, concorrência das publicações editadas direto na rede,
com custos menores e sua conseqüente multiplicação, com o periódico científico editado em
papel (CATENAZZI, 1996; MULLER, 1994 apud MARCONDES; GOMES, 1997).
23
Weibel; Godby; Miller (apud MARCONDES, 1999, p. 62) reforçam ainda mais a
importância das redes de computadores nas rotinas das bibliotecas e comentam:
A partir do advento da Internet, na década de 90, a quantidade de informação disponível em meio eletrônico passa a crescer exponencialmente. As políticas de acervo de todas as bibliotecas têm que ser repensadas à luz dessa nova realidade. Todo o ciclo informacional que incluía etapas como identificação, localização, acesso ao documento, manipulação e uso deve ser repensado. O foco do trabalho informacional se desloca do tratamento para a facilitação do acesso; “a explosão informacional” torna mandatório que sejam desenvolvidas novas propostas de “catalogação na fonte” de documentos eletrônicos como por exemplo o Dublin Core.
2.1 AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS
A automação de bibliotecas não é nenhuma novidade na sociedade atual. Os
computadores já eram utilizados no auxílio do gerenciamento dos serviços nestes ambientes.
Durante as décadas de 60 e 70, nos Estados Unidos da América do Norte e no Reino Unido,
sistemas haviam sido criados com este propósito, e a partir daí, surgem os sistemas
domésticos, assim chamados devido ao fato de serem desenvolvidos pelo próprio local que
necessitavam deles, ou seja, as universidades norte-americanas. Carvalho et al (2005 apud
PONTES 2006, p. 29) relata que a partir da década de 60 os computadores ainda eram:
Visíveis aos usuários apenas na tarefa de circulação; nesta década nestes países, deu-se inicio ao processo de automação nos quais o compartilhamento e distribuição da catalogação e seus grandes avanços na área de telecomunicação se apresentaram como facilitadores.
Dos sistemas que surgiram, uma pequena parcela conseguiu resistir até a década de 80.
Isto ocorreu por causa do nível de tecnologia disponível na época, dos elevados custos dessa
mesma tecnologia e da dificuldade no compartilhamento de recursos dos diferentes sistemas
entre bibliotecas.
A partir deste momento, aparecem os softwares desenvolvidos pelas empresas
comerciais para atender à demanda do mercado. Entretanto, o mercado brasileiro só passou a
utilizar estes softwares fabricados no exterior em 1993, após o término da lei de reserva de
mercado na área de informática. Anteriormente, havia a automação das bibliotecas, porém,
usando sistemas domésticos. Hoje em dia, já há softwares nacionais de qualidade disponíveis
no Brasil.
24
Conforme a observação de Marcondes (1999, p. 61) especificamente em relação à
automação de bibliotecas, a abertura do mercado brasileiro a partir dos anos 90, o ingresso de
produtos internacionais, colocam para o profissional da informação uma realidade não mais
do desenvolvimento de softwares, mas sim da avaliação, seleção e aquisição de produtos. A
tecnologia da informação, então, passa a estar mais presente em todas as etapas do trabalho
informacional. Por isso, automatizar o acervo de uma biblioteca é hoje só um dos propósitos
da tecnologia da informação nas práticas informacionais.
Neste sentido, com a abertura do mercado e o crescente desenvolvimento de softwares
nacionais, a sua avaliação, seleção e posterior aquisição de licença para uso passaram a ser
vistas com maior interesse dentro do processo de automação de bibliotecas, principalmente
nas públicas, haja vista que a realização eficaz dessas etapas evita maiores problemas futuros,
caso eles não atendam às reais necessidades destas bibliotecas.
Muitos são os fatores que fazem com que as bibliotecas, de menor ou maior porte,
passem a automatizar os seus serviços. Dentre tais fatores, ressaltam-se: a explosão da
informação, verificada através do grande fluxo de informações em meio eletrônico; a
economia de tempo e espaço propiciada pelo uso dos computadores; e a eficácia nos custos
proporcionada pela automação. Seguindo a mesma linha de raciocínio anterior, Tedd (1993,
apud CARDOSO, 2002, p. 156) lista razões para a automação de bibliotecas, tais como:
Provisão de melhores serviços com baixos custos; adição de benefícios adicionais, também a custos acessíveis; aumento da recuperação de recursos; adoção de novo nível de gerenciamento; melhoria nos serviços existentes e introdução de outros; redução de duplicação de trabalhos; utilização dos recursos pessoais existentes eficazmente, e ainda, facilidade no compartilhamento de recursos.
Logo, não faltam motivos para a utilização de um sistema informatizado no âmbito das
bibliotecas, principalmente das públicas.
Contudo, para se realizar a automação de qualquer sistema de gerenciamento de
bibliotecas, alguns aspectos são considerados fundamentais, como os recursos técnicos e
financeiros disponíveis, além do interesse do público a que se destina. Em se tratando das
bibliotecas, segundo Rowley (1994, p. 231) o processo de automação pode ocorrer de duas
formas:
Gradativa – é adotado comumente, devido à limitação de recursos. A implementação gradativa é também mais fácil e tem a vantagem de que os esforços serão concentrados nas áreas onde há mais urgências.
Integrada – é aquele em que os arquivos são interligados, de modo que cancelamentos, acréscimos e outras alterações feitas num arquivo ativem automaticamente as mudanças pertinentes nos arquivos respectivos.
25
Enquanto isso, Modesto (2003 apud PONTES, 2006, p. 33) identifica que os processos
de automação não são tão simples de serem realizados e mostra uma realidade diferente a
depender do tipo de biblioteca que está sendo informatizada, apontando que,
[...] Enquanto inúmeras bibliotecas (universitárias e especializadas) e algumas poucas bibliotecas públicas e escolares adotam complexos sistemas integrados de gestão de seus processos, muitas outras se encontram na idade da ficha lascada, ou, quando muito utilizando sucateados recursos computacionais.
Segundo Ohira (1992, p. 234 apud PONTES, 2006, p. 31-32) nos anos 80, a
automação começou a sair do nível embrionário e experimental para se aproximar do
operacional, onde alguns fatores contribuíram fortemente para que isso acontecesse, tais
como:
O estabelecimento de redes informacionais computadorizadas, como a Rede Bibliodata/CALCO, da FGV; a introdução de tecnologias da informação [...]: telecomunicações e processamento de dados; [...] utilização do computador no ensino de Biblioteconomia e Ciência da Informação [...]; educação continuada dos profissionais que atuam na área de informação [...]; Formação de grupos de trabalhos na área jurídica, tecnológica e agrícola, e de usuários de MicroISIS.
Somente a partir da segunda metade da década de 90, a área de automação de
bibliotecas passou a atuar com o gerenciamento bibliográfico de documentos, permitindo a
confirmação de diversos projetos de automação de bibliotecas segundo Gusmão (2001, p. 36
apud PONTES, 2006, p. 32), a saber:
Desenvolvimento e comercialização dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas são progressivamente realizados por empresas privadas; Os softwares tornam-se mais sofisticados, superando os problemas detectados em versões anteriores; Os softwares deixam o mainframe e passam a operar em redes de computadores numa estrutura cliente/servidor; As interfaces gráficas conquistam o mercado e revolucionam a interatividade homem/máquina; A Internet consolida-se como rede de comunicação, informação e entretenimento, possibilitando a massificação dos catálogos em linha de acesso público (OPAC – On line Public Acess Catalog).
Na década de 90, surgiram dados importantes em relação aos sistemas integrados de
gerenciamento de bibliotecas no Brasil, ressaltados por Balby (2002, p. 9 apud PONTES,
2006, p. 32-33):
1992 – 1998: substituição de sistemas domésticos por sistemas comerciais em IES públicas paulistas, que tiveram grande influencia sobre o mercado (USP, que adotou o sistema ALEPH e inaugurou seu OPAC Web em outubro de 1997, e a UNICAMP, que adotou o sistema VTLS e fez o mesmo em dezembro de 1999);
26
1993: entrada de duas grandes empresas internacionais no mercado brasileiro (de Israel: empresa Ex Libris-sistema ALEPH; dos Estados unidos: empresa VTLS-sistema VTLS); desenvolvimento do primeiro sistema comercial brasileiro com interface gráfica e compatibilidade MARC (sistema OrtoDocs-empresa Potiron);
1994: grande expansão da presença de fornecedores estrangeiros no mercado local, em face da quase paridade entre o dólar norte-americano e o real;
1999: substituição de alguns sistemas domésticos de grande porte por sistemas comerciais, em função do bug do milênio (UFRGS e PRODASEN são exemplos de adoção do sistema ALEPH);
Últimos anos da década: surgimento de mais empresas, algumas originarias de outros segmentos, (a exemplo da empresa Prima-sistema Sophia), outras já nascendo dedicadas ao segmento (a exemplo da empresa Datacoop-sistema Argonauta). As empresas de nível nacional continuam sendo pequenas ou médias.
Já Gusmão (2001, p. 93 apud PONTES, 2006, p. 33-34) relata três fases aplicadas ao
processo de automação de bibliotecas no Brasil:
1ª fase – Automação independente, ou seja, em que os módulos de um programa não se comunicam entre si para compartilhar dados. Podem ser sistemas desenvolvidos localmente ou vendidos por empresas comerciais, utilizando computadores de grande ou médio porte geralmente adotados por bibliotecas universitárias ou microcomputadores adotados geralmente por centros de documentação e bibliotecas de pequeno porte;
2ª fase - Automação integrada, em que os módulos de programa comunicam-se entre si para compartilhar dados, geralmente instalados em rede local, para automação de funções administrativas e técnicas das bibliotecas, com sistemas vendidos por empresas comerciais ou desenvolvidos localmente;
3ª fase – Conexão interinstitucional em rede, das bibliotecas e sistemas de informação, para compartilhar processos, serviços e recursos, remotamente.
Assim, neste contexto, à medida que a informação digital se dissemina, as bibliotecas
públicas encaram os novos desafios de fornecer acesso fácil aos materiais informacionais para
seus usuários. Hoje, além do CD-ROM, é importante também o uso não só de texto completo
de periódicos no formato eletrônico, mas também a utilização de imagens digitais, dados
numéricos e multimídia. Com isso, o setor de processamento técnico dessas bibliotecas tem o
papel de desenvolver novas formas de descrever o registro e o conteúdo de documentos com
estruturas de informação e manipulação distintas daquelas realizadas pelo controle
bibliográfico.
Entretanto, há softwares específicos para o gerenciamento de publicações eletrônicas
que estão dissociados dos sistemas que gerenciam as bibliotecas públicas. Sendo assim, a
tecnologia da informação tem um desafio, que é permitir a interoperabilidade entre estes
softwares, isto é, os que estão executando o gerenciamento das publicações eletrônicas e os
que gerenciam os serviços da biblioteca.
27
Além disso, há algumas bibliotecas públicas brasileiras que estão envolvidas em
projetos de digitalização dos seus acervos. Neste sentindo, são demandados computadores e
terminais melhores e mais potentes, tanto pelos funcionários das bibliotecas quanto pelos
usuários. Com estes projetos de acervos digitais, estas instituições precisarão de mais recursos
financeiros para adquirir ferramentas mais sofisticadas e modernas, mas essa demanda de
software e hardware pode levar algum tempo para ser adquirida, pois os investimentos nessa
área são muito pequenos.
2.1.1 Softwares para automação de bibliotecas
A partir da literatura nacional sobre softwares aplicados à biblioteconomia pode-se
observar relatos de experiências na utilização do MicroISIS na automação de bibliotecas, que
foi desenvolvido pela UNESCO e distribuído pelo IBICT desde 1986. Outra parte
significativa dos artigos relata aplicações de softwares comerciais. Há também o uso de
sistemas proprietários, ou seja, programas in house e atualmente a utilização de softwares
livres, também conhecidos como softwares livres de código-fonte aberto ou fonte aberta, que
estão buscando o seu espaço no contexto das tecnologias da informação.
Por acreditar na necessidade de softwares sob medida, muitas bibliotecas tentaram
desenvolver, de forma isolada, seus próprios programas. Porém essa tendência tende a
diminuir devido a problemas de interoperabilidade, isto é, dificuldade dos sistemas
domésticos se comunicarem com outros formatos padronizados ou participarem de redes de
intercâmbio e, também, devido à sua desvantagem em relação à flexibilidade e praticidade
proporcionada pelos softwares comerciais.
Para corroborar esta observação, Marasco e Mattes, (1995, p. 45 apud SILVA, 2000)
dizem que:
(...) O desenvolvimento próprio de sistemas automatizados (...) tem acarretado grandes problemas às nossas bibliotecas. O desenvolvimento próprio nem sempre é o caminho mais acertado e/ou mais barato para a automação de bibliotecas. A complexidade de tal empreitada exige uma equipe com grande capacidade técnica, formada por analistas e/ou engenheiros de sistemas com um profundo conhecimento na área de biblioteconomia e bibliotecários, também com sólido conhecimento na área de sistemas e processamento de dados (...) A preparação desta equipe é de custo elevado e não compensa financeiramente. Outro fator relevante é o enorme tempo gasto para o desenvolvimento.
28
Heemann (1994 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 11), em seu trabalho sobre
mudança de hábito ocasionada pela automação, diz que, na sociedade da informação, a
informação passa a fluir de maneira livre, fugindo do controle dos catálogos e acervos, para
dentro dos arquivos dos computadores, circulando de forma global de usuário para usuário,
sem que possa ser coletada, armazenada e disseminada. Altera-se, assim, o processo de
transferência da informação, desde o ciclo emissor, os suportes, até o receptor.
Este cenário reflete-se também no gerenciamento de acervos bibliográficos e de
produtos e serviços de informação, ou seja, no processo de gestão da informação que, segundo
Davenport (1998 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 11), constitui-se de um conjunto
estruturado de atividades que incluem a forma como as bibliotecas, produzem, armazenam
disseminam e utilizam à informação e o conhecimento, tendo nos recursos tecnológicos o
instrumento facilitador deste processo.
Já Costa (1995 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 11) alerta que as bibliotecas
contemporâneas convivem com graves conflitos organizacionais, orçamentos limitados e
pessoal insuficiente para a realização de suas atividades atuais, e têm enfrentado os desafios
originados das transformações socioculturais, incorporando a nova função que lhes cabe na
transferência de informações e conhecimentos.
Diante do que foi colocado acima (CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 12) fazem uma
observação importante a partir do que foi exposto:
O cenário indica que, se as bibliotecas e centros de documentação quiserem oferecer melhor serviço aos usuários e cumprir a sua missão, necessário se torna acompanhar, passo a passo, o desenvolvimento da sociedade, entender com melhor precisão os hábitos e os costumes dos usuários, adaptar as tecnologias às necessidades e quantidades de informação de que dispõem, e utilizar um sistema informatizado que privilegie todas as etapas do ciclo documental, onde a escolha recaia sobre uma ferramenta que contemple os recursos hoje disponíveis, sem se tornar obsoleto a médio e longo prazo.
Entretanto, determinar esse sistema não é tão simples, até porque, houve avanços na
área de desenvolvimento de sistemas, especialmente de software para automação de
bibliotecas. Fatores decisivos deste processo foram à quebra da reserva de mercado e a
introdução da microinformática conforme dito anteriormente.
Diante desta situação, Martinelli (1998 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 12) analisa
que o processo de informatização das bibliotecas no país passou a vivenciar um novo
momento, caracterizado pela disponibilidade de recursos avançados, ou seja, hardwares e
softwares de nova geração que chegaram ao Brasil nos últimos anos, mostrando como causa,
tanto da defasagem como do novo impulso do desenvolvimento, as mudanças da política de
29
informática no país em 1993, que propiciaram o acesso a uma nova geração de máquinas e
softwares.
Ainda, de acordo com Davenport (1998 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 12), a
informação não pode ser considerada de forma isolada nas bibliotecas públicas. Às bibliotecas
está reservada a função de repensar suas tarefas e funções, adaptando-se aos novos
paradigmas organizacionais e explorando das tecnologias disponíveis a essência para a
melhoria na prestação de serviços e na utilização eficiente e eficaz de informações e
conhecimentos.
Figueiredo (1998 apud CÔRTE; ALMEIDA, 2000, p. 88), ao observar a situação da
automação nas bibliotecas públicas, verificou que o maior benefício, entre outros aspectos
analisados, com a implantação do processo de informatização é a rapidez, agilidade e
eficiência no atendimento e prestação de serviços, ou seja, a otimização das atividades não só
em relação aos usuários, como também no que se refere ao controle e formação do acervo,
levantamentos bibliográficos, catalogação, empréstimos, comutação, reclamação de obras em
atraso e processamento técnico.
Epstein (apud KRZYZANOWSKI; IMPERATRIZ; ROSETTO, 1996), chama à
atenção para o fato de que não há um sistema ideal e, mesmo que a escolha seja a mais
adequada, poderá não atender plenamente aos requisitos funcionais (quais atividades serão
realizadas) e de desempenho (quantas atividades serão atendidas e com que rapidez), além de
executar o back up desejado e as operações de proteção, a custo compatível com o orçamento
disponível.
Diante do exposto, fica evidente que a modernização das bibliotecas está estritamente
ligada à automação de rotinas e serviços, com a intenção de implantar uma infra-estrutura de
comunicação para agilizar e ampliar o acesso à informação pelo usuário, tornando-se
necessário haver uma visão global da tecnologia da informação e sua aplicação nas
instituições.
Por isso, é fundamental que as bibliotecas estabeleçam os seus próprios critérios
obrigatórios e solicitem as operações desejáveis somente depois de ter certeza de que as
funções básicas e primordiais estejam completamente atendidas.
Para que um sistema de automação de bibliotecas seja considerado adequado para o
gerenciamento de um acervo bibliográfico é fundamental que ele possua três itens
imprescindíveis:
A norma ISO 2709 – Dcumentation Format for Bibliographic Interchange on Magnetic Tape foi desenvolvida pelo Comitê ISO/TC 46, Informação e
30
Documentação, Subcomitê SC 4 – Aplicativos de computador na informação e documentação, da International Organization for Standadization (ISO). Esta norma especifica os requisitos para o formato de intercâmbio de registros bibliográficos que descrevem todas as formas de documentos sujeitos à descrição bibliográfica. (CÔRTE et al., 1999, p. 247);
Protocolo Z3950 – Protocolo originalmente proposto em 1984 para ser utilizado com informações bibliográficas pela National Information Standard Organization (NISO) [...] É o protocolo próprio para recuperação de informações bibliográfica de computador para computador, possibilitando ao usuário de um sistema pesquisar e recuperar informações de outro sistema, ambos implementados neste padrão. [...] O padrão Z39.50 é um padrão de “midleware” cliente servidor.[...] O cliente é o computador pessoal ou a estação de trabalho do usuário que executa parte ou todo o processamento do aplicativo. O servidor é o computador central que mantém os bancos de dados e atende a solicitações dos clientes. (CÔRTE et al., 1999, p. 247);
Formato MARC – Machine Readable Catalog Format, desenvolvido e mantida pela US Library of Congress (Biblioteca do Congresso Americano), padroniza a representação descritiva automatizada dos acervos bibliográficos, e tem sido considerado um padrão de nível internacional (MARC 21, 2000).
Já de acordo com Lima (1999, p. 311) há três tipos de sistemas de automação
utilizados nas bibliotecas, a saber:
Sistemas de gerenciamento de bibliotecas – São sistemas de bases de dados com uma finalidade especifica, projetados para controlar as atividades essenciais de uma biblioteca. Ex. Virginia Tech Library Center (VTLS), ALEPH (Automated Library Expandable Program), Sysbibli, Informa;
Sistemas de gerenciamento de bases de dados bibliográficos – São softwares que rodam em microcomputadores, destinados a uma clientela que inclui não apenas bibliotecários, mas também usuários pessoais, principalmente professores e pesquisadores acadêmicos. Ex. Endnote, Papirus, PRÓ-CITE, Acervum, Reference Mananger, MicroISIS, Lightbase;
Sistemas de gerenciamento de bancos de dados – São softwares de espectro comercial mais amplo, que suportam o armazenamento de grandes quantidades de informação. Possuem habilidades de recuperação segundo diferentes critérios de cruzamento, o que é uma característica importante para a maior parte das funções bibliotecárias. Ex. Oracle, MySQL, DB2, etc.
2.1.1.1 Software Comercial
Independentemente da maneira como foi desenvolvido e dos motivos que levaram
uma biblioteca pública a adquirir um software de automação comercial, todos os requisitos
básicos do sistema devem suprir a necessidade de tornar a informação disponível de forma
rápida, precisa e atualizada.
31
Vale salientar, que existem no mercado inúmeras e diferentes alternativas de softwares
disponíveis para aquisição. Estes sistemas possuem diversos recursos tecnológicos para a
automação de bibliotecas, ressaltando que eles têm um aspecto em comum, que é o manuseio
de bases de dados bibliográficas, as quais detêm várias especificidades, diferenciando-se entre
si por características, segundo Cardoso (1994, p. 158), como estas:
Existência de um grande número de campos, mas muitos não são preenchidos, de tal forma que existem mais campos vazios do que devidamente preenchidos;
Significativa variação no tamanho dos campos de registros para registro;
Alguns elementos de dados são tratados como campos simples, enquanto outros, na hora da indexação, compreendem subcampos. Por exemplo, o campo autor subdivide-se em: primeiro nome, último nome, ano, etc.;
Cada um dos elementos bibliográficos é representado por etiquetas (tags) definidas de acordo com os padrões vigentes na área da biblioteconomia.
Segundo Rowley (1994, p. 237), um software comercial para atender às principais
necessidades básicas das bibliotecas, em particular das públicas, deve possuir as seguintes
funções:
Realização de encomendas e aquisições:
Este serviço faz parte do processo de aquisição de materiais bibliográficos e é um
processo administrativo simples que tem como objetivo suprir as necessidades e demandas da
biblioteca. As principais atividades são: encomendas; recebimentos; reclamações (por parte da
biblioteca, quanto ao não recebimento das encomendas realizadas); contabilidade de custos;
consulta (sobre a situação das encomendas); relatórios e estatísticas (sobre as encomendas).
Catalogação:
O objetivo de um sistema automatizado de catalogação é gerar catálogos. É nesta etapa
que a informação é tratada e processada tecnicamente, para que seja posteriormente
recuperada no sistema por meio de seus pontos de acesso. As principais atividades são:
entrada de dados; controle de autoridade; importação (de registro de outras bases de dados).
Catálogos em linha de acesso público e outras formas de catálogo:
A maioria dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas possibilitam acesso em linha à
base de dados bibliográficos ou catalográficos. Este módulo que também é conhecido como
OPAC (On–line Public Acess Catalog), visa habilitar os usuários a identificar se a biblioteca
tem o material informacional de seu interesse, sua localização e disponibilidade. As principais
atividades são: acesso em linha; interface de acesso público; outras formas de catálogos.
Controle de circulação:
32
É o módulo onde acontece todo o processo de registro dos dados referentes ao material
circulante que é destinado à comunidade usuária. As principais atividades são: definição de
parâmetros (que reflitam as políticas de empréstimo, horários de funcionamento, etc.);
empréstimo; devolução; renovação; multas; reservas; empréstimos por períodos curtos;
manutenção de arquivos de leitores; consultas (relativas aos leitores ou à situação dos
documentos); notificações; relatórios e estatísticas (sobre a utilização do acervo).
Controle de publicações seriadas:
Refere-se às publicações que possuem o aspecto peculiar de serem impressas de forma
periódica como: os jornais, revistas, boletins, relatórios, anuários etc. de instituições, assim
como séries monográficas. As principais atividades são: encomendas (efetivação e renovação
de assinaturas); recebimento (de cada fascículo); reclamações (por parte da biblioteca, quanto
ao não recebimento dos fascículos); encadernação (controle de volumes que estejam sendo
encadernados); contabilidade de custos; catalogação (de itens novos); controle de circulação
(se os itens forem emprestados ou circularem); consultas (relativas às publicações seriadas);
relatórios e estatísticas.
Informações gerenciais:
Trata de todas as informações referentes à parte administrativa do sistema de
gerenciamento de bibliotecas. As principais atividades são: diversos relatórios e estatísticas;
instrumentos de análise das informações estatísticas.
Empréstimos entre bibliotecas:
Os sistemas de empréstimos entre bibliotecas tratam do intercâmbio de material
bibliográfico entre acervos diferentes. Este foi o módulo mais recente a ser implementado em
alguns sistemas de gerenciamento de bibliotecas. As principais atividades são: igual ao
controle de circulação, mas comumente com menos opções, isto é: entrada de dados;
empréstimo ao leitor; devolução; multas; manutenção do arquivo de leitores (pode ser o
arquivo principal do controle de circulação); consultas; relatórios e estatísticas.
Informação comunitária:
Busca de registros de informações, porém ocorre por meio de intercâmbios,
utilizando-se de formatos específicos para tais intercâmbios. As principais atividades são:
entrada de dados; acesso em linha; interface de acesso público.
2.1.1.2 Software Livre
33
As bibliotecas que desempenham a sua função com o propósito de estabelecer
estratégias para atingir melhores resultados na prestação de seus serviços por intermédio de
inovações tecnológicas, buscam uma alternativa para conseguir alcançar esse objetivo que
pode ser o uso de software livre.
Com o surgimento do software livre atrelado às novas tecnologias da informação,
algumas opções desse sistema têm sido colocadas na Web. Ribeiro e Damásio (2006, p. 70
apud CIPRIANO; MARCONDES; MACIEL, 2007),
Ressaltam que atualmente, a filosofia dos softwares livres tem sido muito disseminada e refere-se a softwares sem custos para a aquisição, com desenvolvimento cooperativo e com códigos abertos, ou seja, passíveis de adaptações e mudanças.
Diante do exposto acima, serão definidos alguns conceitos sobre software livre
encontrados na literatura, para esclarecer dúvidas sobre esse assunto polêmico, que é matéria
de discussão no momento de aquisição de um sistema de automação para bibliotecas, já que
eles se opõem aos softwares comerciais. Nesse sentido, Modesto (2003 apud CIPRIANO;
MARCONDES; MACIEL, 2007) explica que:
O termo software livre não é sinônimo de gratuidade, mas de liberdade. Liberdade para os usuários copiarem, executarem, estudarem e modificarem os programas num espiral ascendente de inovações tecnológicas, baseadas na cooperação e na livre circulação de conhecimento técnico.
Neste contexto, o software livre é alicerçado no princípio do compartilhamento e na
colaboração humana criando uma inteligência coletiva ligada pelas redes eletrônicas. Um
sistema é considerado livre quando o usuário possui quatro liberdades fundamentais, que são
cópia, uso, modificação e distribuição.
Ainda a respeito de software livre, Evangelista (2003, p. 10 apud CIPRIANO;
MARCONDES; MACIEL, 2007) contextualiza que:
O software livre não é visto só como um objeto técnico, o que define um software como livre ou proprietário não está dado em sua arquitetura, mas pela sua forma de licenciamento, ou seja, na forma como é regulamentado juridicamente que configura determinadas relações na sociedade, e não em outras.
Assim sendo, de acordo com Vicentini, (2003 apud CIPRIANO; MARCONDES;
MACIEL, 2007) o software livre pode ser definido a partir de duas características básicas:
34
Não existe custo de licenciamento. O software livre pode ser utilizado, copiado e redistribuído livremente.
Código fonte é distribuído livremente com o software. Código fonte são as instruções de programação que formam a funcionalidade do software. De posse desse código fonte, qualquer programador competente pode visualizar o funcionamento interno do sistema, bem como alterá-lo para introduzir melhorias, corrigir problemas ou ampliar sua funcionalidade. Usando uma analogia, é como se o usuário recebesse o bolo e a receita do bolo.
Como complemento ao conceito de liberdade no uso e melhoria de um programa
Sttalman (2000 apud CIPRIANO; MARCONDES; MACIEL) relata que:
A liberdade de utilizar um programa significa a liberdade para qualquer tipo de pessoa física ou jurídica utilizar o software em qualquer tipo de sistema computacional, para qualquer tipo de trabalho ou atividade, sem que seja necessário comunicar ao desenvolvedor ou qualquer outra entidade especial. A liberdade de melhorar o programa e de tornar as modificações públicas de modo que a comunidade inteira se beneficie da melhoria.
Essas características de ferramenta livre, relatadas anteriormente, usam uma licença
pública, chamada copyleft, que conforme Nogueira (2004, p. 18 apud CIPRIANO;
MARCONDES; MACIEL) “é uma maneira de se recorrer a termos jurídicos no intuito de
manter a funcionalidade do software como livre”. Seguindo a mesma linha de raciocínio,
Valois, (2003 apud SILVA, 2004) ressalta que:
Os termos do copyleft garantem o reconhecimento do autor, mas permite que qualquer outra pessoa possa interferir, alterando, reproduzindo, redistribuindo e, por fim, revendo esse produto. A única restrição é que ninguém pode dizer-se dono daquele produto, independente de quanto tenha influído na sua geração [...].
Apesar de todas essas vantagens oferecidas pelo software livre, os gestores das
bibliotecas, principalmente as públicas, devem estar conscientes de que a escolha de um
software livre pode não resolver os seus problemas, pois um pacote comercial ocupa menos
tempo em termos de testes e avaliações, bastando somente adequar-se às necessidades da
biblioteca.
A escolha do software livre a ser adotado pela instituição não deixa de ser um
desafio, pois além dos benefícios oferecidos pelo sistema, há também riscos de problemas de
compatibilidade, usabilidade e até mesmo de legalidade.
SOFTWARE COMERCIAL
Vantagens Desvantagens
Um pacote comercial ocupa menos tempo de avaliação e teste, bastando ajustar à biblioteca.
Alto custo do sistema
Suporte dos produtos garantindo infra-estrutura de auxílio aos clientes (instalação, manutenção, operação,
Código-fonte fechado, impedindo acesso às informações de segurança e qualidade do produto.
35
treinamento etc.) na solução de problemas.Os sistemas são integrados Aprisionamento tecnológico, manifesta na dependência
do fornecedor realizar melhorias, caso estejam nos seus planos para o produto.
Emissão de relatórios, listagens e estatísticas.SOFTWARE LIVRE
Vantagens DesvantagensBaixo custo Ausência de suporte profissional na maioria dos
pacotes distribuídos.Código aberto, com benefício do acesso e revisão da programação e na incidência de erros (bugs).
Baixa longevidade dos programas, em especial se não mantido por organizações.
Arquitetura de desenvolvimento aberta, com projetos desenvolvidos colaborativamente.
Volatilidade do produto, sempre em constante mudança. Aspecto que obriga o usuário a estar preparado para acompanhar e implementar as atualizações e alterações rápidas nos programas.
Qualidade decorrente da forma de desenvolvimento, requerendo que os projetos sejam bem gerenciados para resultar em produtos bons e estáveis.
Imaturidade dos projetos, geralmente desenvolvidos pelo esforço individual dos programadores (hobby ou entusiasmo) interessados em criar algo, mas cujo interesse ou objetivo pode mudar deixando órfão o sistema.
Quadro 1 - Software Comercial X Software Livre: vantagens e desvantagens
Fonte: adaptado do texto de Silva, 2007.
2.1.2 Critérios de Avaliação e Seleção
Requisitos relacionados à tecnologia
Identifica a capacidade do sistema de trabalhar com modernos recursos
tecnológicos, possibilitando segurança e intercâmbio de dados.
Imprescindíveis Desejáveis
Acesso simultâneo de usuários às bases de dados. O acesso à base de dados via browser INTERNET/INTRANET.
Armazenamento, recuperação e classificação correta dos caracteres da língua portuguesa (Português Brasil): maiúsculas, minúsculas, cedilha e caracteres especiais.Arquitetura de rede cliente/servidor.Auditoria no sistema.Capacidade de atualização dos dados em tempo real.Capacidade de elaboração de estatística com geração automática de gráficos.Capacidade de suportar acima de 16 (dezesseis) milhões de registros bibliográficos.Compatibilidade com os softwares de rede Novell Netware, Microsoft Windows NT ou OS/400.Compatibilidade com software de banco de dados relacional e/ou textual.Disponibilidade de help on line sensível ao conteúdo em língua portuguesa.Garantia de manutenção e disponibilização de novas
36
versões.Gestão de bases de dados com diferentes tipos de documentos.Interface gráfica.Leitura de código de barras.Níveis diferenciados de acesso aos documentos.Padrão ISO2709.Protocolo de comunicação Z39.50.Recuperação de base de dados textuais.Segurança na forma de registro e de gerenciamento dos dados.Senha para as funções que atualizam dados.Tabela de parâmetros para personalizar o funcionamento do sistema.Tratamento de textos e imagens.Uso de data no formato dia/mês/ano, sendo o ano, com quatro dígitos de uso corrente, na língua portuguesa.Quadro 2 - Requisitos relacionados à tecnologia
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos gerais
Representa as características gerais do sistema que facilitam o processo gerencial.
ImprescindíveisGerenciamento integrado dos dados e funções da biblioteca.Gerenciamento dos tipos de material bibliográfico e informacionais utilizados em bibliotecas.Quadro 3 - Requisitos gerais
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processo de seleção e aquisição
Módulo gerenciador do processo de aquisição de materiais bibliográficos, por
meio de doação, permuta e compra, privilegiando os seguintes procedimentos:
Imprescindíveis DesejáveisControle de todo o processo de aquisição. Controle de datas de recebimento do material adquirido.Controle de listas de sugestão, seleção, aquisição, reclamações e recebimento.
Controle contábil e financeiro dos recursos orçamentários para aquisição de material bibliográfico.
Controle de assinatura de periódicos: início, vencimento, renovação e datas previstas para recebimento dos fascículos.
Controle de fornecedores por compra, doação e permuta.
Controle de recebimento de fascículos de periódicos e seriados.
Emissão de cartas de cobrança, reclamações e agradecimento de doações.
Identificação de dados do processo de aquisição (número de processo, número de empenho, preço, número da nota fiscal ou fatura, outros).
Elaboração de lista de duplicatas.
Identificação da modalidade de aquisição (doação, compra, permuta depósito legal).
Elaboração de lista de desideratas.
Estatística mensal e acumulada de documentos recebidos.Cadastro de entidades com as quais mantém intercâmbio de publicações.
37
Controle da situação (status) do documento bibliográfico (encomendado, aguardando autorização, aguardando nota fiscal, encaminhado para pagamento e outros).Identificação do usuário que sugeriu o título para aquisição.
Quadro 4 - Requisitos relacionados ao processo de seleção e aquisição
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processamento técnico dos documentos
Módulo gerenciador do registro das informações bibliográficas, segundo padrões
internacionais, catalogação segundo padrões AACR2, de livros, mapas, jornais, periódicos,
capítulos de livros, artigos de revistas, materiais especiais (disquetes, CD-ROM, fitas de
vídeo, microfilmes, etc.) e outros, com os seguintes requisitos:
Imprescindíveis
Atualização em tempo real do banco de dados, nos registros de autoridade e demais índices, após o envio de novo registro ao servidor.Campos e códigos de catalogação de qualquer tipo de documento, inclusive artigos de periódicos, de acordo com o AACR2.Capacidade de armazenar informação legislativa.Código de barras para cada documento.Construção automática de lista de autoridades a partir dos registros incluídos.Construção de remissivas para autores/assuntos.Consulta ao tesauro, lista de autoridades e lista de editoras, durante o cadastramento de um registro.Correção de todos os registros associados a um autor ou assunto mediante alteração na lista de autoridade ou
tesauro.
Exportação de dados para alimentação de bases de dados de catalogação cooperativa.Formato MARC dos registros bibliográficos.Geração de etiquetas para bolso e lombada dos documentos.Importação de dados de centros de catalogação cooperativa on line e CD-ROM.Inclusão de referências, de alterações, revogações e republicações para atos normativos/legislação.Incorporação de textos digitados – sistema de gerenciamento de texto, imagem e som para inclusão de inteiro teor de atos normativos e resumos de periódicos.Possibilidade de duplicação de um registro para inclusão de novas edições.Possibilidade de validação dos registros e campos.Processamento de materiais especiais, obras raras e outros.Sistema de gerenciamento para construção de tesauro.Quadro 5 - Requisitos relacionados ao processamento técnico dos documentos
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processo de empréstimo de documentos
Módulo que gerencia o uso e circulação dos documentos da Biblioteca, cumprindo
os seguintes procedimentos:
Imprescindíveis
Aplicação de multas e suspensões.
38
Bloqueio automático de empréstimo sempre que o usuário estiver em atraso ou com dados cadastrais
desatualizados.
Cadastro de usuários, com inclusão, exclusão e alteração de nomes e endereços, com categorização de usuários.
Categorização de empréstimo: empréstimo domiciliar, especial e empréstimo entre bibliotecas.
Categorizarão de usuários e de materiais para fins de definição automática de prazos e condições de empréstimos
e uso.
Cobrança personalizada; com prazos diferenciados por tipos de materiais e usuários.
Código de barras para cada leitor.
Controle de devoluções, renovações, atrasos.
Controle de usuários pessoais e institucionais.
Controle dos leitores em atraso.
Definição de parâmetro para a reserva de livros, com senhas de segurança.
Emissão de cartas cobrança automática para usuários em atraso.
Emissão de relação de obras que estão em poder dos leitores.
Emissão de relatórios referentes ao processo de empréstimo: assuntos mais consultados no período, usuário que
maior número de empréstimo realizou; incidência de atrasos em relação aos períodos anteriores, unidade
organizacional que mais consultou a biblioteca.
Emissão de senhas para os empréstimos.
Possibilidade de pesquisar a situação em que se encontra o exemplar: disponível, emprestado, encadernado, etc.
Realização de empréstimo, devolução, renovação e reserva, on line.
Registro de solicitação de fotocópias.
Relatórios do cadastro de usuários, por ordem alfabética, formação, unidade de trabalho.
Reserva de documentos, com prazos diferenciados por tipos de materiais e usuários.
Rotina completa de empréstimo para qualquer tipo de documento.
Senha para os empréstimos.
Quadro 6 - Requisitos relacionados ao processo de empréstimo de documentos
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processo de recuperação de informações
Constituem-se em recursos especiais de pesquisa para localizar documentos em
múltiplas bases de dados, com filtragem de resultados e combinações de conjuntos, agregando
as seguintes características:
Imprescindíveis
Capacidade de ordenar e classificar os documentos pesquisados.
Capacidade de permitir que os resultados de pesquisas sejam gravados em disquetes ou arquivos.
Consulta à Internet.
Elaboração de estatísticas.
Estratégia de pesquisa on line nas bases de dados por qualquer palavra, campo ou subcampo.
39
Indicação do status do documento pesquisado, se emprestado, em encadernação ou disponível.
Possibilidade de envio do resultado da pesquisa por e-mail, ao usuário.
Possibilidade de salvar estratégias de buscas para utilização posterior.
Recuperação por truncamento à esquerda, à direita e ao meio, operadores booleanos, proximidade e distância
entre termos.
Visualização do resultado da pesquisa em forma de referência bibliográfica breve e completa, de acordo com a
ABNT.
Quadro 7 - Requisitos relacionados ao processo de recuperação de informações
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processo de divulgação da informação
Módulo gerenciador das atividades de divulgação, contribuindo para o processo
de disseminação de informações, com os seguintes atributos:
Imprescindíveis
Emissão de listas de publicações por assuntos e autores.
Geração de catálogo coletivo.
Diferentes formatos de visualização de registros on line e em relatórios tipo ABNT e AACR2.
Elaboração e impressão de bibliografias em formato ABNT.
Definição de instrumentos de alerta e disseminação seletiva de informações, conforme perfil dos usuários.
Pesquisa por conceitos com utilização de tesauro ativo.
Quadro 8 - Requisitos relacionados ao processo de divulgação da informação
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
Requisitos relacionados ao processo gerencial
Módulo que permite o acompanhamento e avaliação das atividades da biblioteca
do ponto de vista gerencial.
Imprescindíveis
Contabiliza estatísticas de circulação, processamento técnico, seleção, aquisição e intercâmbio, atualização de
tesauro e listas de autoridades, por período.
Emite relatórios de circulação por assuntos mais consultados.
Emite relatórios de circulação por tipo de documentos, por período e acumulado.
Emite relatórios de empréstimos, por períodos.
Emite relatórios de entrada e recebimento de documentos, por período.
Inventário com utilização do coletor de dados inteligente.
Listas de usuários, por categorias.
40
Quadro 9 - Requisitos relacionados ao processo gerencial
Fonte: Côrte; Almeida (2000, p. 79-85).
41
3 AUTOMAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS
3.1 HISTÓRICO
Em 1926, a partir da liberação do acesso ao público da Biblioteca da Câmara
Municipal um ano antes, instalou-se na Rua 7 de Abril, nº 37 a Primeira Biblioteca Pública de
São Paulo.
Sob a inspiração de Paulo Duarte e comando de Mario de Andrade elaborou-se um
projeto para estruturar as atividades culturais na cidade através da criação de um
Departamento de Cultura. Pelo ato nº 861 de 30 de maio de 1935 consolidou-se a idéia
viabilizada pelo grupo de intelectuais de que faziam parte também Antonio Alcântara
Machado e Sergio Milliet, entre outros.
A partir de 1936, Rubens Borba de Moraes assumiu a Divisão de Bibliotecas do
Departamento. Neste mesmo ano inaugurou-se a Primeira Biblioteca Infantil sob a direção de
Lenyra Fraccaroli. Em 1955 passou a denominar-se Monteiro Lobato (BML).
Em 1942, o Prefeito Prestes Maia entregou à população o prédio da Biblioteca Pública
Municipal, que em 1960 recebeu o nome de Mario de Andrade (BMA).
Nas Décadas de 1950/60 formou-se a rede de bibliotecas de bairro, com ênfase em
acervos voltados para o público infanto-juvenil. Essa expansão incorporou ao município
dezenas de novas bibliotecas existentes até hoje.
Nos anos 70 estruturou-se a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e criaram-se os
Departamentos de Bibliotecas Públicas e Infanto-Juvenis.
Na década de 1980 foi inaugurado o Centro Cultural São Paulo (CCSP) que mantém
expressivos acervos da cidade e um conjunto de Bibliotecas.
Em 2003 foram criados os Centros Educacionais Unificados (CEUs) com Bibliotecas
que atendem o público em geral.
Em 2005, instituiu-se o Sistema Municipal de Bibliotecas que visa integrar todas as
bibliotecas públicas municipais para melhor desenvolverem suas políticas, seus serviços e sua
estrutura informacional.
O Sistema Municipal de Bibliotecas (SMB) é composto por 107 bibliotecas, sendo 54
bibliotecas públicas nos bairros; duas bibliotecas centrais (Biblioteca Monteiro Lobato e
42
Biblioteca Mário de Andrade); quatro bibliotecas do Centro Cultural São Paulo; 45
bibliotecas dos CEUs; uma biblioteca do Centro Cultural da Juventude e uma biblioteca do
Arquivo Histórico Municipal. Abertas ao público em geral, recebem cerca de quatro milhões
de consultas ao ano. Nas bibliotecas municipais o público pode ler, pesquisar, levar livros
emprestados e outros materiais, acessar a Internet e também usufruir de uma ampla
programação cultural. Atualmente os acervos somam mais de cinco milhões de documentos,
incluindo livros, CDs, CD-ROMs, DVDs, jornais, revistas, entre outros itens.
O Sistema Municipal de Bibliotecas conta também com um Sistema Móvel de
Informação composto de caixas-estantes e Ônibus-Biblioteca com roteiros fixos nas regiões
periféricas da cidade, seis Bosques da Leitura e onze Pontos de Leitura.
A informatização da Rede Municipal de Bibliotecas da Cidade de São Paulo iniciou-se
em 1982, com a instalação na Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação
(PRODAM) de um sistema denominado DOBI/LIBIS na versão 1.2, para automação do CCSP
e da Biblioteca Mário de Andrade. O sistema, adquirido em 1981 por compra, foi instalado
parcialmente. Durante esse período foi adquirida uma nova versão do sistema e no final da
década de 80 duas versões concorrentes do sistema eram utilizadas parcialmente. A pesquisa
do acervo acessível ao público era realizada na versão 1.2, disponível apenas localmente no
CCSP e na BMA. A catalogação era realizada na versão 1.4, apenas na Divisão de Processos
Técnicos do Departamento de Bibliotecas Públicas.
Em 1992, a rede de Bibliotecas Infanto-Juvenis e o Departamento de Patrimônio
Histórico iniciaram o processamento técnico do DOBI/LIBIS. No final de 1999 foi instalada a
versão 3.2 em função do “Bug do Milênio”. Além da disponibilização do software às
unidades da SMC, até o início de 2004, a PRODAM também era responsável pelo
fornecimento de serviços de hardware, análise de sistemas e pela emissão dos produtos
impressos.
No âmbito da SMC foi criado um grupo formado por bibliotecários – Grupo de Apoio
Técnico – GAT, que atuou no período de 1999-2001. Este grupo era formado por
representantes dos diversos departamentos que possuíam acervos inseridos no sistema. O
GAT institui grupos de trabalho que eram responsáveis pelo DOBI/LIBIS. Apesar do grupo
não ter recebido respaldo político, principalmente no que se referia às prioridades na área de
informática e, portanto, poder influir no gerenciamento do sistema DOBI/LIBIS pela
PRODAM, realizaram um trabalho de qualidade que incluiu: implementação da catalogação
retrospectiva a partir das bibliotecas de bairro; estabelecimento de regras únicas de
catalogação para as duas divisões de Processos Técnicos dos Departamentos de Bibliotecas
43
Públicas – BP e Bibliotecas Infanto-Juvenis - BIJ; fortalecimento do princípio de catálogo on
line. O contrato de manutenção não foi renovado desde 2001, mas a inserção de dados no
sistema continuou normalmente até janeiro de 2004 quando o software foi desativado
definitivamente.
3.2 GRUPO DE TRABALHO DE INFORMATIZAÇÃO DE BIBLIOTECAS
O Grupo de Trabalho de informatização de Bibliotecas (GTI-B) foi criado por
iniciativa da Secretaria de Cultura, Marilena Chauí, juntamente com a Comissão Especial de
Bibliotecas em 20/04/89, sendo constituído por representantes do Departamento de
Bibliotecas Infanto-Juvenis, Departamento de Bibliotecas Públicas e Divisão de Bibliotecas
do Centro Cultural São Paulo, tendo como objetivos:
Elaborar um estudo das necessidades de automação das Bibliotecas Públicas da
Secretaria Municipal de Cultura;
Apresentar proposta para implantação deste projeto (curto, médio e longo prazo),
contendo alternativas viáveis face aos recursos existentes;
Apresentar propostas para ampliação de novos recursos nesta área à Comissão de
Captação de Recursos/SMC;
Relacionar-se com outros projetos em andamento, no aspecto referente à
informatização;
Atuar como intermediador entre a área de bibliotecas da SMC e a PRODAM.
A formação deste Grupo de Trabalho teve os seguintes critérios:
As diretorias indicaram dois profissionais já envolvidos nos sistemas existentes
DOBIS e Micro (Bibliotecas Públicas e Centro Cultural São Paulo). No caso das
Bibliotecas Infanto-Juvenis, onde estes sistemas ainda não haviam sido desenvolvidos,
se a respectiva diretoria julgasse necessário, poderia indicar dois profissionais para
este projeto; e
Aberto aos profissionais que já tinham envolvimento e/ou experiência na área.
Poderiam participar três por Departamento (Bibliotecas Infanto-Juvenis, Bibliotecas
Públicas e Centro Cultural São Paulo).
44
A constituição deste grupo de trabalho, pela sua própria natureza, ou seja, sendo uma
equipe trabalhando sobre uma área especifica e com urgências na operacionalização de suas
atividades, exigia limitação do número de membros.
Os profissionais integrantes deste grupo tiveram como responsabilidade principal,
pensar o aspecto da informatização para o conjunto da área de bibliotecas da SMC.
O GTI-B se reunia semanalmente em sessões ordinárias e também extraordinárias,
quando necessário, no período de maio a novembro de 1989. Inicialmente, vários estudos
foram feitos para a escolha do método de trabalho, decidindo-se pela aplicação de
questionários (ver ANEXO B) em cada unidade para levantamento dos dados, o que envolveu
várias etapas:
Planejamento;
Impressão e distribuição dos questionários;
Análise, correção e padronização dos dados;
Inserção no micro de 788 registros; e
Testes e emissão de relatórios e gráficos.
Neste período, os trabalhos não puderam ter um dinamismo maior previsto no
cronograma inicial devido a:
Os membros do grupo tiveram dificuldades em conciliar as atribuições normais nos
seus postos de trabalho com as atribuições do Grupo de Trabalho de informatização de
Bibliotecas, o que exigia dedicação, estudos e trabalhos intensos; e
Os membros do grupo gostariam de ter tido mais disponibilidade para participação nas
reuniões e trabalhos extras, mas foram impedidos, muitas vezes, pela falta de pessoal
nas unidades, principalmente os que atuavam diretamente no atendimento ao público.
Apesar das dificuldades apresentadas, o GTI-B continuou desenvolvendo os trabalhos
para conclusão da primeira etapa.
Os primeiros relatórios emitidos foram revistos para a compatibilização e
padronização dos dados e correção nos registros, visando uma análise e estudo comparativo
dos questionários (ver ANEXO B). Esta análise tinha por objetivo dar subsídios para o
diagnóstico final das necessidades de automação das Bibliotecas Públicas
Sendo assim, o Grupo havia se reunido e trabalhado, inicialmente para levantar os
recursos existentes e as necessidades mais imediatas. Após reuniões com bibliotecários e
analistas do sistema de grande porte DOBIS/LIBIS, implantado na Divisão de Processos
Técnicos das Bibliotecas Públicas e bibliotecários e analistas de microcomputadores,
implantados na Biblioteca do Centro Cultural, levou-se ao conhecimento dos profissionais de
45
toda rede de bibliotecas da SMC o que já existia de automação para que, além do
conhecimento, cada biblioteca pudesse fornecer, através do questionário (ver ANEXO B), as
informações necessárias para que o Grupo pudesse concluir os trabalhos dos itens 1 e 2 dos
objetivos.
O relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho de Informatização de Bibliotecas (GTI-
B), que foi composto por 17 membros, analisou os dados apresentados no relatório preliminar,
de novembro/89, que tabulou dados de questionários (ver ANEXO B) sobre as necessidades
de automação das unidades de biblioteca de SMC, aplicados em julho e agosto do mesmo ano.
Os objetivos deste relatório, sugeridos pelo Grupo de Supervisão de Informática (GSI)
da Secretaria Municipal de Cultura no documento Roteiro para elaboração do Plano Bianual
(1990-1991) de Informatização de SMC, foram os seguintes:
Estabelecer e quantificar quais as tarefas e projetos dos Departamentos que deveriam
ser automatizados, dividindo-os em serviços-meio e serviços-fim, e justificando as
prioridades atribuídas;
Estimar os equipamentos e software necessários à operacionalização das propostas;
Definir as necessidades de treinamento de pessoal; e
Estabelecer um plano de instalação.
A execução do relatório final ficou a cargo de 6 membros do grupo, sendo feita em
reuniões de 12 a 23 de dezembro de 1989.
Foram elaboradas novas listagens contendo informações sintéticas, com o objetivo de
facilitar a interpretação dos dados tabulados anteriormente. As listagens foram numeradas de
1 a 16 (ver ANEXO C).
A tabela abaixo indica a correspondência das listagens aos objetivos mencionados:
Tabela 1 - Listagens que compõem o Relatório Final
Objetivos Listagens
1. Tarefas a automatizar, etc. 6, 7, 8, 9
2. Equipamentos e software 10, 11
3. Treinamento 13, 14
4. Instalação
Dados complementares
12
1, 2, 3, 4
5, 15, 16
Fonte: Comissão Especial de Bibliotecas (1989).
É necessário ressaltar que não foram modificadas as indicações de prioridades
assinaladas nos questionários. Considerações políticas, financeiras e administrativas podem
46
ter alterado essa ordem, cuja forma final só podia ser dada pelas instâncias decisórias dos
departamentos.
Não obstante, chamou à atenção a grande incidência de pedidos de automação do que
se chamaram serviços gerenciais de controle (bens patrimoniais, funcionários, etc.),
superando muitas vezes os serviços-fim de biblioteca, relacionados diretamente ao
atendimento do público. Esse fato pareceu indicar uma inversão nas atribuições das unidades,
pois a automação de tais serviços contribuiria para que fossem desempenhados com maior
rapidez. Ao que tudo indica, reformas estruturais mais profundas seriam necessárias para
diminuir a complexidade das exigências de controle.
Tendo em vista a política atual da PRODAM nesse período e o incremento da
utilização de microcomputadores, conforme comunicado pelo Assessor de Informática de
SMC em reunião com este grupo, impediu-se que fosse proposta uma utilização maior do
DOBI/LIBIS, por desconhecer se existia disposição e condições por parte da empresa de
melhorar a qualidade de seus serviços, especialmente no que concerne a:
Diminuição do tempo de espera de acesso ao sistema, constantemente alto;
Melhoria das saídas impressas, visto que a PRODAM não emite todas as saídas
necessárias, permitidas pelo DOBI/LIBIS; e
Aumento do número de terminais disponíveis para inserção de dados e acesso a eles.
3.3 MICROINFORMÁTICA
A microinformática vinha se desenvolvendo a cada dia em todo mundo. São
equipamentos de baixo custo e de fácil operacionalização se comparado aos de grande porte e
com possibilidades de aplicações em todas as áreas.
As principais vantagens são:
É um equipamento inteligente se comparado a um terminal;
Versatilidade de aplicação (número de softwares já existentes no mercado);
Agilidade de execução;
Total gerenciamento da unidade (não dependendo de linha nem computador central on
line)
Rede de micros permitindo uma integração e intercâmbio de serviços e dados; e
Possibilita o desenvolvimento de programas para uso específico.
47
As principais desvantagens são:
É mais lento que um computador de grande porte; e
Há limite de memória e espaço nos meios físicos de gravação dos arquivos (disquetes,
winchesters ou CDs).
Basicamente com três softwares tinha-se todas as possibilidades de aplicações que se
permite uma utilização total do equipamento.
O Banco de Dados (DBASE III PLUS OU IV) cria qualquer arquivo e sua indexação.
A recuperação poderá ser realizada por todos os campos existentes nos arquivos e suas
combinações. Exemplos: Cadastro de endereços; Livros em restauro e/ou encadernação;
Desdobramento de fichas catalográficas (sem acentuação), etc.
O Editor de texto (WORD 2.0 ou 4.0 e EDITOR TOTAL) faz a edição de qualquer
tipo de texto e também o desdobramento de fichas catalográficas (com acentuação). O Word
na versão 2.0 não faz indexação, porém, o Editor Total o faz, além de possuir calendário,
controle de correspondência (ofícios, memorandos), entre outras aplicações.
A Planilha eletrônica (SUPERCALC 4) faz o controle de dados numéricos. Exemplo:
Estatísticas/gráficos; Controle de estoques; Contabilidade, etc. O número de softwares
existentes no mercado era imenso, mas a PRODAM adotou os programas acima citados e
estruturou todo seu treinamento dado aos funcionários das diversas Secretarias e a assessoria
dos analistas nestes softwares, salvo novas diretrizes para o futuro.
Esses softwares foram aplicados na Divisão de Bibliotecas do Centro Cultual São
Paulo (CCSP), realizando as seguintes tarefas:
Controle de sugestões de compra encaminhadas à Biblioteca Pública do CCSP;
Listagens de discos com acesso, por exemplo, por título, compositor e intérprete,
incluindo gênero (música erudita, popular e jazz);
Listagens de livros de música não processados (NP) com acesso por autor, título, etc.;
Listagens do acervo de catálogos de artes com acesso pelo nome do artista, título,
tema da exposição e data;
Controle de obras retiradas para restauro e encadernação;
Cadastro das entidades e pessoas físicas ligadas à cultura e afins;
Serviços administrativos, os mais diversos;
Impressão (desdobramento) das fichas catalográficas do processamento técnico
realizado na Divisão; e
Projeto Estrela D´alva que visava facilitar o uso do microcomputador pelos deficientes
visuais, com uma impressora específica para Braille e outra em tinta.
48
A Biblioteca do CCSP fez a opção por trabalhar preferencialmente com listagens para
os usuários. Sendo que, os prazos para implantação foram os seguintes:
A curto prazo: até 1 ano
A médio prazo: até 2 anos
A longo prazo: mais de 2 anos.
3.4 SISTEMA FASTCAT
O sistema FASTCAT é um software que foi desenvolvido e escrito em linguagem
Clipper 5.0 para agilizar a pré-catalogação de 300.000 exemplares relativos à aquisição de
1990 pela Secretaria Municipal de Cultura para a rede de 64 bibliotecas públicas e infanto-
juvenis da cidade de São Paulo.
Tinha como objetivo selecionar, orçar, montar requisições para compra ou doação,
tombar e emitir produtos (etiquetas de tombo e de lombada, fichas catalográficas de autor e
título e listagens). O equipamento utilizado na época era um XT marca Prológica SP16 (16
bits) com um drive de 360 KB (5 ¼”), 640 KB de memória RAM e um winchester de 20 MB,
o que comportaria no máximo uma média de 2.100 títulos com 117.000 exemplares somente
com o sistema operacional (DOS 4.01 e DBASEIII PLUS) e o sistema FASTCAT instalados.
Em meados de 1995 BIJ.1 recebeu do gabinete de BIJ por orientação do Sr. Pedro
Luiz Ribeiro dos Santos, um micro 486 monocromático SXS mhz com 2MB de Ram,
Winchester ou HD de 250 MB e dois drives, sendo um de 1.2 MB (5 ¼”) e outro de 1.44 MB
(3 ½”) para uso do sistema FASTCAT, cujo maior objetivo era diminuir sensivelmente o
tempo de indexação dos arquivos do sistema de mais de 2 horas para aproximadamente 10
minutos. Infelizmente, isto não ocorreu naquele período, sendo que o equipamento somente
foi utilizado para este fim a partir de maio de 1997.
Com o decorrer dos anos foram feitas correções e/ou modificações no sistema a fim de
suprir e/ou atender as novas necessidades geradas pelos novos padrões de aquisição e pelo uso
do mesmo. Fazia parte da rotina à manutenção do sistema através de “backups” que geravam
cópias diárias em disquetes dos arquivos principais para eventual consulta, que deveriam ser
arquivados e separados pelos anos de trabalho, porém não houve padrão para esse
procedimento.
49
A partir de maio de 1997, Sônia R. C. Bertonazzi juntamente com a Bibliotecária
Clara A. de Aguiar Poli que estava assumindo a chefia de BIJ.124, compreenderam depois de
analisar a rotina de trabalho e o sistema, que era o momento para restaurar o FASTCAT
(contendo na época seis diretórios diferentes em micro) com os dados anteriores ao ano de
1996 que não estavam disponíveis no micro de uso.
Em julho de 1998 em reunião junto a Assessoria de Informática de SMC foi solicitado
a PRODAM a consolidação do sistema FASTCAT e o novo padrão de distribuição de
exemplares para as bibliotecas ramais, decidido em reunião com as mesmas entre
maio/junho/97 e mantido pelas Supervisoras em fev./março/98. Como não foram atendidas
pela PRODAM após dois meses de espera, sugeriu-se a Assessoria de Informática da SMC se
este trabalho poderia ser feito pelo analista Terry Esko Micael Murto.
Em agosto de 98 ficou estabelecido que a Bibliotecária Clara A. de Aguiar Poli em
conjunto com a Bibliotecária Sônia R. C. Bertonazzi estariam trabalhando com os analistas
junto a Assessoria de Informática de SMC a fim de gerar a consistência do programa
FASTCAT.
Nessa ocasião foram restaurados os backups desde o ano de 1988 (77 disquetes ao
todo). Este trabalho foi executado pelas Bibliotecárias Clara Poli e Sônia Bertonazzi,
incluindo os dados de compra referentes aos anos de 1988 e 1989, os quais não foram
tombados conforme decisão da Diretoria de BIJ.1 daquela época, e os exemplares
correspondentes encaminhados às ramais sem nenhum tratamento técnico a não ser referente a
seleção e aquisição. O universo obtido desta restauração foi de 91.109 títulos e 2.795.268
exemplares.
Em seguida Terry Murto gerou programas de consolidação que foram instalados em
BIJ.1 no micro 486 monocromático num diretório chamado FASTNOVO, onde foram
restaurados e descompactados os arquivos com todos os dados de compra/doação de BIJ
referentes a dez anos de trabalho, somando 18.432 títulos e 723.325 tombos com padrão de
erro de 13 títulos e 1.300 exemplares, do universo total de 91.109 títulos e 2.795.268
exemplares.
No dia 10/09 foram feitos testes com o novo padrão de distribuição solicitado pela
Seção de Aquisição. No dia 11/09 os arquivos de consistência foram instalados no micro de
BIJ.124, sendo posteriormente testados e corrigidos. A partir de outubro de 98 os arquivos do
FASTCAT se encontravam consolidados e prontos para utilização.
50
O programa FASTNOVO foi de grande utilidade para a Seção de Aquisição enquanto
pesquisa e procedimentos de seleção e para as demais seções na recuperação de dados
anteriores ao ano corrente de trabalho.
O treinamento dado aos bibliotecários que utilizavam o FASTCAT foi mínimo,
voltado mais para ambientação dos profissionais com o sistema e equipamento. Após a
ambientação inicial que ocorreu durante o mês de outubro/90, o sistema passou a gerar
produtos ao final do mesmo mês. Os livros foram encaminhados às bibliotecas ramais já
prontos para serem armazenados nas estantes e as fichas inseridas nos catálogos. Em oitos
meses a produção atingiu plenamente os objetivos pré-estabelecidos.
Departamento Total de Títulos Total de Exemplares
BIJ 3.531 177.049
BP 8.143 109.358
Total 11.674 286.407
Quadro 10 – Sistema FASTCAT: Títulos/Exemplares processados até junho/91 por departamentos da SMC
Fonte: BP & BIJ.
3.5 SISTEMA DOBIS/LIBIS
O DOBIS/LIBIS é um software belga-alemão desenvolvido pela IBM para o
gerenciamento de rede de bibliotecas em geral, com possibilidade de trabalhar além do
material convencional, todo tipo de material: cartográfico, visual, discos, partituras, etc.
Ele é constituído de três módulos básicos:
DOBIS – Dortmund Library System é um grupo de programas desenvolvidos pela
Universidade de Dortmund, no oeste da Alemanha. Ele controla as atividades de
Catalogação e Pesquisa de uma única biblioteca ou de uma rede de bibliotecas;
LIBIS – (On line e Batch) é um grupo de programas desenvolvidos pela Universidade
Católica de Leuven, na Bélgica. Ele controla as atividades de Circulação, Aquisição,
Controle de Periódicos e Mensagens; e
Periodical Control System.
Já as vantagens que o Sistema DOBI/LIBIS possui são as seguintes:
Integração das funções (outros sistemas existentes são modulares);
51
On line (entrada e saída de dados diretamente do computador em tempo real através de
terminal de vídeo);
Conversacional (é possível realizar uma pesquisa rápida e informativa com um grande
número de questões e índices);
Permite ao usuário saber em qualquer ponto da cidade, através do terminal de vídeo,
se a rede de bibliotecas possui uma determinada obra, qual a biblioteca que possui a
obra, se está emprestada, reservada ou foi encomendada;
Permite a pesquisa booleana (cruzamento de pesquisa combinando e limitando
assuntos, datas, tipos de materiais e bibliotecas);
Permite até 27 línguas de comunicação;
Permite a comunicação entre bibliotecas e público/biblioteca através da função
Mensagem;
Permite a aquisição racional, isto é, nem todas as bibliotecas precisam ou podem ter as
mesmas obras. Através dos terminais de vídeo é possível suprir a ausência de um título
pela informação de onde ele está disponível;
Reduz o tempo de catalogação eliminando a duplicidade de trabalho, integrando os
procedimentos junto aos catálogos da biblioteca. Os dados são inseridos somente uma
vez, e alterações afetam todos os registros inseridos anteriormente;
Permite catalogar livros, periódicos, mapas, manuscritos, filmes, partituras e discos; e
Permite o intercâmbio internacional de dados bibliográficos através do Formato
MARC (Catalogação Legível por Máquina).
A implantação do software DOBI/LIBIS no Departamento de Bibliotecas Públicas
ocorreu sem os cuidados e critérios técnicos necessários (inexistência de suporte, treinamento
aos usuários, organização e métodos de fluxos, levantamento das necessidades dos usuários,
etc.). Como resultado dessa semi-implantação em duas versões 1.2 e 1.4, apenas 10 terminais
foram disponibilizados para consulta dos usuários em dois locais: a Biblioteca Mário de
Andrade e o CCSP.
O acervo inserido na versão 1.2 com 33.000 títulos e aproximadamente 105.000
exemplares e na versão 1.4 foram alimentados 2.000 títulos e 20.000 exemplares, sendo
acessada somente pelos processos técnicos de BP de um acervo com aproximadamente 2,3
milhões de exemplares, ou seja, catalogação morosa tratando em média apenas 15 títulos/dia.
A avaliação do sistema DOBI/LIBIS e pesquisa em outras redes, tais como:
UNICAMP, USP e FGV - Rio, Biblioteca Nacional, Banco do Brasil e Petrobras, mostrou que
52
os problemas existentes deviam-se principalmente ao tratamento inadequado dado a sua
implantação, suporte e manutenção pela IBM/PRODAM/SMC.
Dentre todos os sistemas pesquisados era o que melhor gerenciava uma rede de
bibliotecas com um grande acervo através da informatização on line e/ou batch das funções:
Aquisição, Catalogação, Consulta, Empréstimo, Controle de Periódicos e Correio Eletrônico.
Acrescenta-se também que o DOBI/LIBIS permitia o tratamento de outros suportes tais como:
discos, partituras, desenhos, documentos históricos, plantas, slides, enfim o restante do acervo
de SMC e de outros órgãos da Prefeitura da Cidade de São Paulo, determinando assim, a
decisão de sua reimplantação. O objetivo desta reimplantação era facilitar ao munícipe o
acesso à informação em qualquer ponto da cidade onde houvesse um terminal ligado a
PRODAM.
O projeto DOBI/LIBIS se constituiu da reimplantação do sistema computadorizado de
administração de bibliotecas Dortmund Library Sistem - DOBIS e Leuven Library Sistem -
LIBIS, que se encontravam instalados em SMC com uso limitado, capacitando os quadros
funcionais da Secretaria e da PRODAM na sua utilização ampliando o número de funções
implantadas, além de incluir outros acervos, sem concorrer com os documentos
bibliográficos.
Então, as medidas para o biênio 91/92 foram as seguintes:
Reimplantação do sistema DOBI/LIBIS garantindo o funcionamento das funções:
Catalogação, Aquisição e Circulação;
Através de estudos de Organização e Método adequar os fluxos de Processos Técnicos
ao sistema;
Treinamento para bibliotecários, auxiliares de biblioteca, estagiários e usuários;
Organizar Catálogo Coletivo, cadastrando aproximadamente 200.000 títulos no
sistema até dez./92;
Usar o sistema para o acervo musical e documental, incluindo a Discoteca e a Casa da
Memória Paulistana;
Colocar em rede on line para acesso ao público (consulta e empréstimo) em 10
bibliotecas, a Discoteca e a Casa da Memória Paulistana;
Integrar as demais Bibliotecas Públicas da Rede Municipal que não possuem terminais
com o registro do seu acervo e fornecer listagens, etiquetas e fichas catalográficas para
controle do mesmo;
Desenvolver uma sistemática de pesquisa bibliográfica e catalogação cooperativa em
mainframe-micro-mainframe;
53
Colocar em pleno uso as funções Aquisição, Catalogação, Circulação, automatizando-
as; e
Unificar as divisões de Processos Técnicos (BIJ e BP) através de estudo de
Organização e Método adequado ao sistema.
Como primeira medida decidiu-se por um convênio entre SMC/PRODAM/IBM que
tornasse possível o uso de todos os recursos disponíveis (suporte técnico ao hardware,
software, e capacitação de pessoal) para garantir o êxito do projeto.
Decidiu-se também, pela formação do Grupo Gerenciador de Projeto, constituído de
dois analistas e sete bibliotecárias. Este grupo recebeu um treinamento especial visando à
uniformização de linguagem; integração de conhecimentos entre as áreas de biblioteconomia
e informática; técnicas para trabalho em grupo e de gerenciamento. O trabalho de
reimplantação do software foi realizado a partir da proposta de consultores contratados pela
IBM que executaram os serviços em conjunto com o Grupo Gerenciador capacitando-os para
a manutenção e continuação do projeto.
A implantação deste projeto deveria ser realizada em quatro fases, sendo que após
cada uma delas haveria inspeções e revisões de modo a subsidiar a implantação da fase
seguinte.
Primeira Fase: reimplantação do sistema DOBI/LIBIS – colocar a função Catalogação
em pleno uso.
Correção da trilha/inconsistência;
Treinamento da equipe PRODAM;
Treinamento da equipe da SMC.
Recompilar programas, mapas, codes, tables, listagens de tabelas, compilação de
Tabelas;
Tradução e adaptação de telas;
Conversão da versão 1.2 para 1.4;
Conversão dos dados inseridos no sistema FASTCAT como pré-catalogação do
DOBI/LIBIS;
Estudo e análise de fluxo;
Dimensionamento de hardware;
Treinamento para novos fluxos de catalogação;
Treinamento para alimentação de novos itens;
Treinamento – correção 1.2 (correção dos dados do AACR1 para AACR2); e
Entrada de dados para micro (planilha para Arquivo de Negativos e Discoteca).
54
Segunda fase: possibilitar o tratamento de outros acervos.
Treinamento para alimentação de discos e partituras
Especificação de estrutura para entrada de micro;
Elaboração de Programa de Conversão;
Levantamento de tipos x volumes dos documentos do Patrimônio Histórico (PH);
Definições de padrões para o PH;
Estrutura para elaboração de programa para micro (monografia) / iconografia; e
Elaboração de Programa de Conversão.
Terceira Fase: implantação do Acesso ao Público (em 10 bibliotecas da rede,
Discoteca e PH).
Levantamento e análise de volume e consultas em cada ponto;
Dimensionamento da Rede; e
Treinamento da função Pesquisa para usuário.
Quarta Fase: Controle de Periódicos e Circulação.
Implantação das funções Controle de Periódicos e Circulação / Empréstimo;
Treinamento dos funcionários; e
Estudo da versão 2.0.
3.5.1 Avaliação do sistema DOBI/LIBIS
A versão 3.2 instalada corrigiu muitos problemas existentes nas versões anteriores,
entretanto, na década de 90 ocorreu um inigualável avanço tecnológico e a versão do
DOBI/LIBIS, que estava em funcionamento, não incorporava todos os avanços ocorridos.
Seria necessária a compra de uma nova versão, mais moderna, que contemplasse essas novas
exigências tecnológicas.
Destacam-se abaixo alguns fatores que foram determinantes para substituição do
DOBI/LIBIS:
Um sistema que roda em computadores do tipo “grande porte”, com processamento
centralizado e alto custo. Existiam estudos para a desativação desses equipamentos no
âmbito geral da Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP), o que acabou por
acontecer;
55
Problemas técnicos de troca de plataforma na PRODAM;
Falta de recursos humanos, técnicos e financeiros para manter o DOBI/LIBIS no ar;
Consultoria e manutenção cara, pois a sede da empresa se encontra na Bélgica;
Impossibilidade de abertura no sistema das novas bibliotecas dos Centros
Educacionais Unificados em tempo hábil, devido à ausência de profissionais na
PRODAM com conhecimento técnico para a sua execução;
O ambiente de linhas de comando. O ambiente Windows é mais adequado para a
visualização e entrada de dados, o que significa otimizar essas operações e gerar uma
grande economia de mão de obra;
A dependência de uma rede exclusiva de telecomunicações e linhas privadas de dados;
A utilização de código-fontes em linguagens PL1 e ASSEMBLER, de difícil
manutenção e custo alto;
A existência de duas versões no ar: on line e batch (para emissão de fichas
catalográficas e dos demais produtos), sendo que desta última não se possuía o código-
fonte;
Interfaces não amigáveis;
Documentação incompleta;
Necessidade de constantes reorganizações de arquivos por meio de rotinas semanais
estabelecidas pela PRODAM, de backup e verificação de falha no sistema; e
Impossibilidade financeira de se adquirir novas versões mais modernas do software.
3.5.2 Do DOBI/LIBIS ao Alexandria On Line
A análise da situação da informatização da rede de bibliotecas realizada no início de
2001 identificou grandes problemas. Desde o estrangulamento nas operações até ausência
completa de serviços baseados em TI (Tecnologia da Informação). Entre esses problemas
destacava-se a necessidade da atualização ou substituição do sistema DOBI/LIBIS. A solução
encontrada foi elaborar um plano de ação emergencial, onde constava como último item o
processo de aquisição de um novo sistema para o gerenciamento automatizado das
bibliotecas.
No final de 2002 a Prefeitura do Município de São Paulo iniciou um projeto de grande
amplitude com a construção de 21 Centros Educacionais Unificados. Em cada um deles foi
56
implantada 1 biblioteca, com um acervo inicial de aproximadamente 10.000 itens (livros,
vídeos e periódicos) cada uma. Quando foi iniciado o planejamento da instalação dessas
bibliotecas, os problemas da informatização das bibliotecas de SMC vieram mais uma vez à
tona. Na situação em que se encontrava a gerência do DOBI/LIBIS e os problemas
tecnológicos da versão 3.2 do mesmo, não havia condições de empreender e concluir tal
empreitada, sendo imprescindível à troca de sistema.
Os estudos iniciais para a escolha do novo sistema definiram os seguintes princípios
norteadores dos trabalhos:
Atender o modelo de organização e funcionamento da rede que estava sendo
implantada com as subprefeituras;
Ser compatível com os padrões internacionais da biblioteconomia (AACR2) e os de
automação de biblioteca (MARC21 / ISO 35.9); e
Utilizar as atuais ferramentas de TI e suas tendências.
A partir dessas definições foram consideradas duas possibilidades: a aquisição de um
software no mercado ou o desenvolvimento “in house”. Para essa tomada de decisão foram
considerados os seguintes aspectos:
As restrições orçamentárias, agravadas pela queda de arrecadação no segundo
semestre daquele ano;
A experiência que a equipe interna de funcionários já havia adquirido com a
elaboração do Catálogo on line (exportação dos registros do DOBI/LIBIS para
USMARC, modelagem de banco de dados e aplicativo em linguagem ASP para
consulta); e
A disponibilidade de ferramentas eficientes e do conhecimento disponível na literatura
internacional o que significava uma abreviação no tempo de desenvolvimento e
implantação de um projeto dessa envergadura.
A V&M Comércio e Serviços de Informática Ltda acreditando no desenvolvimento de
parcerias entre o poder público e instituições privadas, decidiu apoiar e participar dessa
empreitada doando em fevereiro de 2003 um sistema para a informatização das bibliotecas
públicas da Prefeitura da Cidade de São Paulo, denominado Alexandria On Line, um sistema
de gerenciamento de bibliotecas e arquivos.
3.5.3 Problemas na migração do DOBI/LIBIS para o Alexandria On Line
57
Na análise dos registros do sistema DOBI/LIBIS foram verificados os seguintes
problemas:
O DOBI/LIBIS exportava apenas registros bibliográficos, sendo que não era possível
determinar uma forma para a exportação dos arquivos de autoridade e assunto. Este
fato resultou na perda de todos os dados de autores (datas, remissivas e notas) e de
assunto (remissivas e notas); e
A existência de dados no DOBI/LIBIS que resultavam em registros com informações
conflitantes;
A primeira migração ocorreu em outubro de 2001, onde se constatou a perda de 20%
de dados. Além da perda completa de alguns registros, verificou-se que nem todos os dados
de um registro foram migrados para o Alexandria On Line. A última e definitiva migração do
sistema DOBI/LIBIS para o Alexandria On Line ocorreu em janeiro de 2004, por
determinação da PRODAM que necessitava desativar o mainframe no qual o sistema
DOBI/LIBIS estava instalado.
A análise dos dados e documentos migrados para o Alexandria On Line mostrou
outros problemas, além da perda de registros (documentos completos) e das informações dos
catálogos de autoridade de autor e assunto, sendo que os mais significativos foram os listados
abaixo:
Títulos que possuíam exemplares com números de chamada diferentes, foram
migrados com uma mistura dos números de chamada;
Não foram migradas as notas (conteúdo, bibliografia e gerais) dos títulos;
Não foram migradas as datas de publicação (Ano) dos títulos que possuíam datas
diferentes de data única (data de copyright ou data questionável);
Não foram migradas as entradas secundárias de título;
Não foram migrados os complementos do número de chamada;
Problemas na migração das séries; e
Os assuntos migrados (catálogo de autoridade) eram pré-coordenados, e o Alexandria
On Line trabalha com pós-coordenação dos assuntos.
Foi elencada uma série de tarefas que foram realizadas para a correção desses
registros, entre as quais se destacam: a definição de entrada principal; a definição da função
dos autores; a inclusão das notas e títulos secundários; a definição de nível intelectual e
gênero; a inclusão das datas indefinidas e de copyright, e informação sobre país, língua da
obra; a verificação, alteração e complementação do número de chamada; e a verificação e
58
correção ortográfica (principalmente da acentuação, que não era possível ser feita no
DOBI/LIBIS).
As principais ações envolveram a revisão e consistência dos registros exportados do
DOBIS/LIBIS e migrados para o Alexandria On Line; testar, analisar, acompanhar e
homologar o Alexandria On Line, durante e após o processo de customização; inserir dados
não migrados; e definir sistemática e elaborar um plano de implantação do aplicativo na rede.
Tabela 2: Dados da migração final do DOBIS/LIBIS para o Alexandria On Line
DOBIS/LIBIS Alexandria On Line Diferença % de Perda
Títulos 142.456 104.699 37.757 26,54
Exemplares 1.357.802 963.643 394.159 29,02
Fonte: Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas.
3.6 SISTEMA ALEXANDRIA ON LINE
O Alexandria On Line foi projetado para gerenciar catálogos bibliográficos e
arquivísticos, integrando e automatizando todas as funções básicas inerentes a eles:
Aquisição, Catalogação, Pesquisa, Circulação e Gerenciamento. Esse sistema é uma aplicação
de arquitetura cliente-servidor e conta também com uma interface WEB.
As características deste software são as seguintes: desenvolvido para ambiente
Windows; funções totalmente integradas; compatível com os padrões internacionais de
Intercâmbio de Registros Bibliográficos (MARC); e administra todo tipo de material,
incluindo periódicos, fotos, vídeos e documentos.
No final de 2005 e início de 2006, foi proposta a mudança de plataforma do software
gerenciador de bibliotecas utilizado pelo Sistema Municipal de Bibliotecas. O software foi
doado à Prefeitura em sistema de parceria no ano de 2003, resultado de acordo entre a gestão
municipal na época e a empresa desenvolvedora do software conhecido como Alexandria On
Line.
Embora o software esteja sendo utilizado desde o ano de 2003 nas Bibliotecas dos
Centros Educacionais Unificados, a doação foi efetivada somente em julho de 2006.
A equipe da divisão de processos técnicos propôs melhorias e adequações no software
para atender a necessidades específicas que foram implementadas ao longo de três anos.
59
Em 2006 foi proposto pela empresa, um “upgrade”, constituindo-se em uma nova
versão visando à atualização tecnológica do software. A nova versão foi desenvolvida em
arquitetura Java, que permite a execução do programa independente de plataforma. Os
módulos do programa foram implementados em ambiente web, o que não ocorria com a
versão anterior.
Na Rede de Bibliotecas Públicas da SMC é instalada nos computadores a parte
“cliente” – uma aplicação desenvolvida em Visual Basic que faz a interface entre o usuário e
o Banco de Dados, pesquisando ou armazenando informações sobre o acervo geral ou local. A
parte “servidor”, composta por um banco de dados em SQL Server, está armazenada na
PRODAM, sendo esta responsável pela manutenção e cópia de segurança. Para utilizar o
Alexandria On Line, nessa arquitetura de sistemas é necessário estar conectado a Intranet
(rede corporativa) da PRODAM. Esta conexão pode ser efetuada de duas formas: direta – para
as unidades que possuem uma linha privada de dados (frame relay); VPN (Virtual Private
Network) – rede virtual privada utilizada para transferir dados entre redes corporativas ou
usuários por meio da rede pública Internet.
O Alexandria On Line na WEB, disponível na web page da Prefeitura da Cidade de
São Paulo, possui duas áreas: uma pública e uma de acesso restrita. A pesquisa ao acervo das
bibliotecas está disponível a qualquer usuário da Internet (pública). Na área restrita
encontram-se as tarefas relacionadas com a função circulação (gerenciamento de usuários e
empréstimo/devolução).
60
3.6.1 Execução dos trabalhos para a implantação do Alexandria On Line
Para a análise do sistema Alexandria On Line, a fim de adaptá-lo às necessidades da
SMC, foi constituído um grupo de trabalho formado por bibliotecários da SMC e uma
assistente da diretoria do Departamento de Bibliotecas Públicas. Esse grupo de automação
teve como atribuições fornecer informações, validar os processos, módulos e rotinas do
aplicativo, além de coordenar os testes nas bibliotecas e servir como interlocutores técnicos
junto ao grupo de analistas da PRODAM, responsável pela customização do sistema.
A exportação dos registros bibliográficos contidos no DOBI/LIBIS é realizada por uma
função interna do próprio aplicativo e gera um arquivo único com os registros em formato
MARC. A exportação é possível em sua totalidade ou por faixa de registros.
As etapas necessárias foram as seguintes: exportação dos registros bibliográficos para
formato internacional de intercâmbio; modelagem e construção de um banco de dados
relacional que se utilize a MS-SQL para abrigar os registros bibliográficos (foi criado um
banco denominado Biblioteca_publica); escrever um programa de importação de registros
USMARC; e projetar e escrever páginas ASP e HTML para possibilitar o acesso ao banco de
dados com os registros bibliográficos.
Foram realizadas duas exportações e, em ambos os casos, verificou-se que alguns
registros não foram exportados, e em outros casos o registro exportado apresentou problemas.
A taxa estimada de registros perdidos foi em torno de 30%. Um grupo de trabalho da área de
desenvolvimento de programas da PRODAM criou um aplicativo em Visual Basic para ler o
arquivo gerado pelo DOBI/LIBIS com a finalidade de "quebrá-lo" em registros MARC e
exportá-los para um banco de dados.
A análise inicial realizada pelo grupo de bibliotecários de SMC se restringiu à função
catalogação, por essa ser a mais abrangente e considerada fundamental para o início dos
trabalhos com o sistema. Portanto, havia necessidade de se repetir os procedimentos em
relação às funções de circulação e gerenciamento, que abrange a emissão de produtos
(etiquetas e relatórios). A função pesquisa já havia sido analisada em 2001/2002 para a
elaboração da pesquisa WEB.
A instalação inicial do Alexandria On line foi realizada no segundo semestre de 2003
nas bibliotecas dos 6 primeiros CEUs que foram inaugurados. Estes já possuíam acervo
inserido no DOBI/LIBIS que foram migrados para o Alexandria On Line. A capacitação foi
61
feita no local, com os funcionários presentes. No final de 2003, o software Alexandria foi
instalado na Divisão de Processos Técnicos da SMC e no CCSP para testes, tendo o grupo de
trabalho realizado um relatório preliminar de análise do software para a PRODAM. Foram
então definidas quais modificação e adequações do software eram imprescindíveis para a sua
instalação e início dos trabalhos de inserção de dados no novo sistema. Entre os meses de
maio e junho de 2004 o sistema foi realmente instalado e liberado para produção no CCSP,
Divisão de Processos Técnicos (BP/BIJ) e BMA. Em julho foi realizada a instalação do
sistema nas bibliotecas dos 21 CEUs. O passo seguinte foi definir um cronograma para a
instalação do sistema nas demais bibliotecas da rede.
As principais dificuldades encontradas foram: apenas 32 bibliotecas da rede estavam
com os seus computadores funcionando, e destas apenas 1/3 possuíam bibliotecárias que já
haviam sido capacitadas pela Divisão de Processos Técnicos para a inserção dos dados.
Mesmo nas bibliotecas equipadas, com a VPN funcionando adequadamente e que possuíam
ao menos uma bibliotecária capacitada, ainda deparou-se com problemas como o número
reduzidíssimo de funcionários, o que impossibilitaria naquele momento a dedicação integral
para a inserção de dados no sistema. Finalmente optou-se por 3 bibliotecas que, além de
possuírem as condições mínimas para a instalação do sistema e início dos trabalhos, também
eram as mais antigas da rede, com um acervo considerado representativo. Essas bibliotecas
funcionaram como “pilotos” e nortearam os trabalhos de instalação no restante da rede.
Apesar de sua importância, a instalação e início dos trabalhos na Biblioteca Infanto-
Juvenil Monteiro Lobato só foi possível no início de 2005. A principal dificuldade estava na
instabilidade da conexão VPN no local.
Atualmente todas as unidades que compõem a rede de catalogação cooperativa em um
único banco de dados da SMC (Processos Técnicos, Biblioteca Mário de Andrade, Biblioteca
Monteiro Lobato, Centro Cultural São Paulo, Bibliotecas Públicas, Bibliotecas dos CEUs e
Biblioteca do Departamento de Patrimônio Histórico) utilizam o sistema Alexandria On Line
modelo Cliente/Servidor para a realização das tarefas internas das bibliotecas – catalogação e
emissão de produtos (listagens, relatórios e etiquetas); e o Alexandria WEB – para as tarefas
com os usuários das bibliotecas (pesquisa e circulação). As bibliotecas que tem acesso à
Internet podem utilizar os módulos: Pesquisa e Circulação (cadastro de usuários da biblioteca
e empréstimo).
O Sistema Alexandria On Line ainda está em fase de implementação e adequação às
necessidades das bibliotecas. Para uma melhor análise do software foi criada uma comissão
de avaliação do sistema composta por 4 grupos de estudos: WEB, Catalogação, Circulação e
62
Aquisição, sendo que os módulos de pesquisa e gerenciamento serão avaliados por todos os
grupos. Após a avaliação do sistema, a comissão apresentou um relatório com as
modificações e implementações necessárias ao sistema, que foi encaminhado para a
PRODAM, que é responsável pela efetuação destas.
3.6.2 Projeto Piloto
3.6.2.1 Seção Circulante da Biblioteca Mário de Andrade
Com os recursos humanos disponíveis na Biblioteca Mário de Andrade, montou-se
uma força-tarefa para informatizar o acervo da Seção Circulante da Biblioteca Mário de
Andrade. Os procedimentos utilizados envolviam tanto a equipe da Seção Circulante, quanto
à equipe da força-tarefa criada com o fim específico de informatizar o acervo.
Durante a execução dos trabalhos, vários procedimentos que haviam sido pré-
determinados foram alterados e adequados à realidade. A maior preocupação dos gestores e
equipe era não privar os usuários dos serviços da biblioteca, mesmo porque não se tinha idéia
do tempo de duração, tendo em vista ser a primeira biblioteca a passar por esse processo.
Determinou-se então, que o trabalho seria executado com a biblioteca aberta, tirando da
consulta e circulação apenas o acervo a ser inserido durante aquela semana. Nas sextas-feiras,
o acervo separado tinha que estar inserido, etiquetado e armazenado. Na segunda-feira
seguinte, outras estantes eram separadas de acordo com a produção semanal. Os trabalhos
foram iniciados em novembro de 2005 pela classe 800, seguindo depois pela ordem das
demais classes.
No decorrer dos trabalhos, foram enfrentados vários entraves que causaram muitas
paralisações e conseqüente atraso no cronograma. Dentre eles, os mais comuns foram:
software - várias interrupções para adequação do executável; conexão instável e demora no
restabelecimento da conexão; rede de energia elétrica instável; e obsolescência dos
equipamentos, provocando morosidade na inserção e atualização dos dados.
Em relação ao projeto de informatização, o piloto trouxe experiências e resultados
para a Seção Circulante da Biblioteca Mário de Andrade e, também, para todo o sistema, pois
63
cada título, revisado e com a classificação atualizada, constituía-se em um registro pronto para
inserção de exemplares para as demais bibliotecas que, futuramente, receberiam o mesmo
processo.
Os principais resultados alcançados foram:
Inventário do acervo;
Seleção e atualização do acervo quanto ao estado físico das obras;
Melhoria da qualidade dos dados do catálogo eletrônico disponível na Internet para
pesquisa;
Padrões únicos para a classificação e catalogação;
Utilização do módulo Circulação;
– empréstimo on line
– cadastro único de usuários do sistema.
3.6.2.2 Biblioteca Monteiro Lobato
Como o acervo da Seção Circulante da Biblioteca Mário de Andrade é característico
de biblioteca pública de leitor adulto, fez-se necessário incluir no projeto piloto uma
biblioteca com acervo característico para público infanto-juvenil. Dessa forma, estaríamos
corrigindo os títulos e atualizando o registro de grande parte do banco de dados também para
as bibliotecas infanto-juvenis. Por isso, foi escolhida a Biblioteca Monteiro Lobato, a primeira
e maior biblioteca infanto-juvenil do sistema.
O trabalho foi executado com recursos humanos da própria biblioteca que, pelo seu
histórico e tamanho, conta com uma equipe de bibliotecários especializados em
processamento técnico, a qual constitui um dos núcleos de catalogação e classificação do
Sistema Municipal de Bibliotecas.
Na Biblioteca Monteiro Lobato, o trabalho iniciou-se pelos acervos circulantes e de
pesquisa. A biblioteca possui também acervos específicos, ainda em processo de execução,
tais como: acervo da Seção de Bibliografia e Documentação - que consiste na preservação e
memória das obras infanto-juvenis publicadas no Brasil; Acervo Histórico do Livro Escolar -
é constituído pelo conjunto de livros resguardados pelas antigas Bibliotecas Infantis, reunindo
64
várias fases da história da educação no país desde 1895 até meados dos anos 70; e a Gibiteca
– que reúne aproximadamente 3.500 exemplares de álbuns, gibis, mangás e RPG.
3.6.2.3 Biblioteca Alceu Amoroso Lima
No início do segundo semestre de 2006 estava em andamento o projeto de
informatização da Seção Circulante da Biblioteca Mário de Andrade e da Biblioteca Monteiro
Lobato. Então, decidiu-se ampliar o piloto para mais duas bibliotecas: a Biblioteca Pública
Alceu Amoroso Lima e a Biblioteca Infanto-Juvenil Anne Frank. Como essas bibliotecas
contavam com um número ínfimo de bibliotecários, a equipe foi formada pelos bibliotecários
da área de Tratamento da Informação.
A Biblioteca Alceu Amoroso Lima que estava em reforma e passou a ser uma
biblioteca temática em poesia, foi reinaugurada totalmente informatizada, tornando-se a
primeira biblioteca a utilizar o módulo Circulação do software Alexandria On Line.
3.6.2.4 Biblioteca Anne Frank
Sendo uma das mais antigas biblioteca do sistema, a Biblioteca Anne Frank foi praticamente
informatizada no mesmo período que o acervo circulante da Biblioteca Monteiro Lobato. Os
acervos são muito semelhantes e a inserção de exemplares do acervo de Ficção infantil (I) e
Ficção Juvenil (F) foi feita em pouco tempo, uma vez que os títulos já haviam sido corrigidos
na BML.
Biblioteca Período Nº. de pessoas
envolvidas
Exemplares Inseridos
Mário de Andrade - Seção Circulante
Novembro/05 a Dezembro/07
5 38.245
Monteiro Lobato Fevereiro/06 - em
execução
7 34.672
Alceu Amoroso Lima Agosto/06 a
Fevereiro/07
6 32.512
Anne Frank Março/07 a
Agosto/07
4 37.753
Total 22 143.182
Quadro 11 - Informatização – Recursos humanos da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas
Fonte: Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas.
65
3.6.3 Terceirização da informatização
Com o término da informatização nas bibliotecas do Projeto Piloto, os bibliotecários
da área de Tratamento da Informação que participaram do projeto retornaram aos seus lugares
de origem para dar prosseguimento aos trabalhos de correção e atualização dos títulos do
banco de dados, bem como a catalogação corrente para 73 unidades do sistema.
Com 4 bibliotecas prontas, foi possível elaborar um manual de procedimentos baseado
nas experiências adquiridas. Quanto ao tempo, foi bastante desanimador. Se a informatização
de 4 bibliotecas foi executada em 2 anos, o restante das bibliotecas do sistema levaria mais 25
anos para serem feitas. Então, conclui-se que esse projeto seria viável com a inserção em
massa dos exemplares através da terceirização do serviço.
Entretanto, foi possível concluir que a inserção de exemplares nos títulos já corrigidos
poderia ser executada por mão-de-obra não especializada, bastando apenas dar treinamento a
estagiários de curso de nível superior, especialmente de Biblioteconomia.
Bibliotecários da área de Tratamento da Informação fariam o treinamento, o
acompanhamento e as correções dos títulos de cada biblioteca que ainda necessitassem de
correção. Com isso conseguiu-se baixar os custos do projeto viabilizando a contratação de
empresa especializada para a inserção apenas de exemplares, sendo a catalogação restrita aos
bibliotecários da área de Tratamento da Informação da Coordenadoria do Sistema Municipal
de Bibliotecas (CSMB).
Desta forma, foi contratada através de pregão, uma empresa de consultoria que
forneceu a mão-de-obra (não especializada), a conexão e os equipamentos para execução das
tarefas. No primeiro contrato, foi firmado o valor de R$ 1,50 para cada exemplar inserido e
etiquetado. A equipe era formada por estagiários e um coordenador contratados pela empresa
e por bibliotecários da área de Tratamento da Informação da Coordenadoria do Sistema
Municipal de Bibliotecas.
A responsabilidade administrativa ficava por conta da empresa e a responsabilidade
técnica por parte da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas. Para tanto, foram
confeccionados manuais de procedimentos com roteiros de digitação de campos e
acompanhamento local e ininterrupto de profissionais da área de Tratamento da Informação.
Os títulos prontos foram sinalizados para que os estagiários pudessem inserir os exemplares,
66
incluindo o preenchimento de um campo local que permite que o Alexandria On Line crie o
número de chamada padrão.
As tarefas foram divididas em:
Validação de exemplar (estagiários) - Quando, além do título, é encontrado no sistema
o exemplar da Biblioteca, ou seja, ele já havia sido inserido e na migração perdeu
dados. Então, os dados são corrigidos e completados e o programa atribui o número de
tombo;
Inserção de exemplar (estagiários) - Livros novos ou antigos, mas nunca inseridos no
catálogo informatizado;
Duplicação de título (bibliotecário) e posterior inserção de exemplar pelo estagiário. O
bibliotecário aproveita os dados de um registro já existente daquele título, mas com
edição, data ou editora diferentes, duplicando-o para um novo registro e alterando e
complementando os dados diferentes;
Correção de título (bibliotecário) e posterior inserção de exemplar pelo estagiário. Os
títulos são revisados, acentuados, complementados e com a classificação atualizada.
Através de um campo local determina-se o número de chamada;
Catalogação de título (bibliotecário) e posterior inserção de exemplar pelo estagiário.
É a catalogação de um título que não é encontrado no banco de dados. Isso ocorre
muito no acervo anterior a 1990 quando do início da informatização das bibliotecas do
sistema ou na coleção de doações locais;
Etiquetagem (estagiários). Os estagiários utilizavam o tempo de intervalo da digitação
para fazer a etiquetagem; e
Controle de qualidade (bibliotecário, auxiliar e apoio). O pessoal da Biblioteca onde o
acervo estava sendo inserido ordenava os livros topograficamente e, ao mesmo tempo,
verificava se o número de chamada impresso na etiqueta estava de acordo com os
dados do livro.
No período de dezembro de 2007 a fevereiro de 2011 foram informatizadas, pela
terceirização, 31 bibliotecas, a saber: Adelpha Figueiredo, Álvares de Azevedo, Amadeu
Amaral, Belmonte, Cassiano Ricardo, Castro Alves, Chácara do Castelo, Cora Coralina, Érico
Veríssimo, Hans Christian Andersen, Helena Silveira, Jamil Almansur Haddad, José Mauro
de Vasconcelos, Jovina Rocha Álvares Pessoa, Lenira Fraccarolli, Malba Tahan, Marcos Rey,
Mario Schenberg, Milton Santos, Paulo Duarte, Paulo Setúbal, Prefeito Prestes Maia,
Raimundo de Menezes, Raul Bopp, Roberto Santos, Rubens Borba de Moraes, Sergio
67
Buarque de Holanda, Vicente de Carvalho, Vicente Paulo Guimarães, Vinicius de Morais e
Viriato Correa.
Além da melhoria da qualidade dos dados do catálogo eletrônico disponível na
Internet para pesquisa, esse trabalho possibilitou a utilização total do módulo Circulação do
software de gerenciamento, permitindo o empréstimo e a reserva on line e o cadastro único de
usuários do sistema.
BIBLIOTECA EXEMPLARESINSERIDOS
ANO DE INFORMATIZAÇÃO
Adelpha Figueiredo 35.257 2008
Álvares de Azevedo 44.763 2008
Belmonte 49.221 2008
Cassiano Ricardo 40.571 2008
Castro Alves 32.929 2008
Cora Coralina 36.796 2008
Érico Veríssimo 30.777 2008
Hans Christian Andersen 30.979 2008
Jose Mauro de Vasconcelos
26.302 2008
Mario Schenberg 60.673 2008
Prefeito Prestes Maia 51.088 2008
Raul Bopp 34.050 2008
Roberto Santos 37.362 2008
Viriato Correa 39.479 2008
Helena Silveira 29.992 2009
Lenyra Fraccarolli 31.032 2009
Amadeu Amaral 19.193 2010
Chácara do Castelo 30.297 2010
Jamil Almansur Haddad 18.223 2010
Jovina Rocha Álvares 36.525 2010
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Pessoa
Marcos Rey 16.079 2010
Milton Santos 30.930 2010
Paulo Duarte 48.642 2010
Paulo Setúbal 37.715 2010
Raimundo de Menezes 19.666 2010
Rubens Borba de Moraes 19.818 2010
Sergio Buarque de Holanda 19.640 2010
Vicente de Carvalho 11.847 2010
Vicente Paulo Guimarães 26.790 2010
Vinicius de Moraes 15.867 2010
Malba Tahan 35.379 2011
Total 997.882
Quadro 12 - Informatização – Terceirização
Fonte: Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas.
69
4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 OS SUJEITOS
A metodologia empregada foi à pesquisa baseada em levantamento de dados
bibliográficos para fundamentação teórica, e adotou-se um questionário com cinco questões,
com perguntas abertas como instrumento para a coleta de dados, que foi enviado por e-mail a
duas bibliotecárias que participaram do Grupo de Trabalho de Informatização de Bibliotecas
(GTI-B).
As perguntas foram formuladas, estabelecendo-se uma orientação das respostas, de
modo a facilitar a interpretação dos resultados. Finalizadas as etapas anteriores, foi efetuada a
sistematização dos dados, que foram comparados com a literatura da área e por fim, a
interpretação desses dados coletados.
1. Quando e Por que participou do grupo de informatização das Bibliotecas Públicas?
Indivíduo 1: Participei de 2003 a 2007, porque era diretora da Divisão de Processos
Técnicos do Departamento de Bibliotecas Públicas e também por ter participado do Grupo de
Gerenciamento do sistema DOBIS/LIBIS.
Indivíduo 2: Divido o processo de informatização em duas etapas: 1. Análise, estudo
e decisões 2. Execução.
Participei de alguns grupos de estudos por ocasião da primeira fase da informatização
das bibliotecas públicas da cidade de São Paulo, quando foi escolhido e implantado o
mainframe DOBIS/LIBIS em 1982. Também participei em 2001, nos estudos e análises
quando houve a troca do DOBIS/LIBIS pelo Alexandria On Line.
A partir de 2005, montei um projeto para conversão retrospectiva do acervo de toda
rede de bibliotecas públicas inserindo exemplar por exemplar e catalogando todos os títulos
encontrados nas bibliotecas e não encontrados no banco de dados. Esse projeto continua em
execução.
2. Qual foi sua função na época da automação das Bibliotecas Públicas? Relate.
Indivíduo 1: Diretora da Divisão de Processos Técnicos. Coordenar as atividades de
pesquisa bibliográfica, classificação, catalogo coletivo, revisão, emissão de produtos e
expedição de material bibliográfico.
70
Indivíduo 2: Na parte de execução, fui a coordenadora do projeto e dos trabalhos.
Implantei o projeto em duas bibliotecas, uma com acervo infanto-juvenil e outra para adultos,
como piloto. A partir daí, montei um roteiro de procedimentos e, através da contratação de
terceiros, estabelecemos as fases dos trabalhos e as funções de cada um, uma vez que o
trabalho seria executado em parcerias, envolvendo: mão-de-obra local, ou seja, da biblioteca,
empresa de prestação de serviços na área e a equipe de bibliotecários do Processamento
Técnico do Sistema Municipal de Bibliotecas Públicas, com a nossa coordenação.
3. Detalhar as ações realizadas no Grupo de Trabalho de Informatização das
Bibliotecas (GTI-B).
Indivíduo 1: Avaliação do software Alexandria On Line; fornecer informações;
validar os processos, módulos e rotinas do aplicativo; coordenar os testes nas bibliotecas;
servir como interlocutores técnicos junto ao grupo de analistas da PRODAM; e dar
treinamento aos usuários.
Indivíduo 2: Minhas ações se resumem em: estabelecer critérios para inserção de
exemplares em um banco de dados com cerca de 200.000 títulos catalogados; manter os
padrões de catalogação da rede; catalogar os títulos encontrados nas bibliotecas que não são
encontrados no banco de dados; e fazer a mediação entre a empresa contratada e a direção da
biblioteca.
4. Quais foram os principais resultados alcançados pelo GTI-B?
Indivíduo 1: Ter um banco de dados das bibliotecas de SMC e dos CEUs e estar on
line
Indivíduo 2: Até o momento já inserimos todo o acervo de 35 bibliotecas públicas do
SMB, da Biblioteca Circulante da Mário de Andrade, da Biblioteca Monteiro Lobato, do
Centro Cultural da Juventude “Ruth Cardoso” e do Centro Cultural São Paulo. Faltam ainda
19 bibliotecas públicas.
5. Questão Livre – Sugestões, Críticas, Elogios, etc.
Indivíduo 1: É necessário dar continuidade à informatização da rede de biblioteca
públicas, melhorando os equipamentos, capacitando os usuários, inclusive solicitando
melhorias no software.
Indivíduo 2: Além de informatizar todo o catálogo do acervo das bibliotecas da
Secretaria Municipal de Cultura, é importante salientar que utilizando o mesmo banco de
dados, foi possível manter o mesmo padrão e criar um banco único de usuários de toda rede.
71
O trabalho ainda em execução tem a preocupação de manter a qualidade dos dados
tanto de catalogação como de inserção de exemplares. O projeto está previsto para terminar
em dezembro de 2011.
O principal objetivo do projeto é oferecer à população da Cidade de São Paulo e de
outras cidades, o acesso à informação à distância utilizando a tecnologia disponível, e a
circulação on line.
4.2 DISCUSSÃO
Verifica-se que o Indivíduo 1 em questão, trabalhou na coordenação das ações
voltadas às questões de processos técnicos relatadas anteriormente e na gestão do
DOBIS/LIBIS. Além disso, ela também avaliou a funcionabilidade do sistema Alexandria On
Line no que se refere aos módulos e aplicativos utilizados, realizando testes práticos para
validar a sua aplicabilidade nas bibliotecas públicas, além de capacitar as equipe de trabalho
que utilizavam o sistema.
Já o Indivíduo 2 teve uma participação maior na primeira fase da informatização, pois
ajudou efetivamente nas tomadas de decisão sobre a escolha do software DOBIS/LIBIS, além
de fazer parte do grupo de informatização das bibliotecas quando houve a migração do
sistema DOBIS/LIBIS para Alexandria On Line. Sendo que a conversão retrospectiva do
acervo bibliográfico da rede de bibliotecas públicas da cidade de São Paulo ainda está em
andamento, com previsão de término em dezembro de 2011.
No momento atual, o Indivíduo 2 está executando o projeto piloto desenvolvido por
ela. Esse projeto está sendo implantando em todas as unidades que compõem o Sistema
Municipal de Bibliotecas, e tem como requisitos: a criação de uma metodologia de trabalho
para a unificação de procedimentos técnicos; o estabelecimento de critérios claros para a
inserção de exemplares no banco de dados do sistema Alexandria On Line; a manutenção dos
padrões de catalogação de toda a rede de bibliotecas; e a proposta e execução da terceirização
do processo de automação, com um trabalho executado em parceria, com a participação dos
funcionários das bibliotecas públicas, a empresa prestadora de serviços e o grupo de
bibliotecários da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas.
72
Os principais resultados atingidos até então, foram os seguintes: a automação de mais
da metade das bibliotecas públicas do Sistema Municipal, ou seja, 35 unidades, incluindo a
Seção Circulante da Biblioteca Mário de Andrade e a Monteiro Lobato; a utilização de um
único banco de dados de acesso aos usuários que pertencem tanto às bibliotecas dos CEUs
quanto da SMC; a circulação on line, isto é, empréstimos e matrículas feitas pelo sistema; e o
acesso ao catálogo on line tanto nas bibliotecas públicas quanto pela internet.
73
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A automação do acervo das bibliotecas públicas do sistema municipal tem como
principal objetivo melhorar e ampliar os serviços que colocam à disposição da cidade o
acervo cultural existente na Prefeitura da Cidade de São Paulo.
Sendo assim, a política de automação de acervos das bibliotecas públicas visa: dar
condições ao usuário de recuperação e localização das informações existentes facilitando seu
acesso; ampliar os pontos de consulta com terminais facilitando o acesso para utilização do
acervo; otimizar as condições de pesquisa de documentos, ampliando os pontos de
recuperação além dos tradicionais, autor, título, assunto e editora; divulgar o acervo existente
à comunidade; e proporcionar a catalogação cooperativa agilizando os procedimentos.
O principal benefício alcançado pelo Sistema Municipal de Bibliotecas com a
catalogação automatizada é a informatização da circulação de materiais bibliográficos, onde
se criou um banco de dados de usuários do sistema Alexandria On Line, proporcionando a
cada leitor cadastrado o acesso ao acervo de todas as bibliotecas públicas do sistema
municipal, inclusive dos CEUs e ao controle de reserva e empréstimos on line.
A pesquisa à distância ou nos computadores instalados nas bibliotecas através do
catálogo eletrônico também é um dos benefícios atingidos pelo SMB, democratizando o
acesso à informação possibilitando ao munícipe o direito à leitura e pesquisa, fomentando a
cultura, a educação e o lazer, seguindo as diretrizes do Manifesto da Unesco para Bibliotecas
Públicas.
Sabe-se que muito trabalho ainda precisa ser realizado, mas a total informatização dos
acervos das bibliotecas públicas não é apenas imprescindível, mas também é fundamental
para agilizar os processos das rotinas de trabalho nas bibliotecas públicas, gerar a melhoria na
qualidade do atendimento aos usuários das comunidades em que essas bibliotecas estão
inseridas e possibilitar a inserção dessas bibliotecas na sociedade da informação trabalhando
em rede.
Portanto, o comprometimento dos bibliotecários e dos servidores que estão envolvidos
nesse processo de automação do Sistema Municipal de Bibliotecas é a “mola propulsora” para
dar continuidade a essa empreitada, apesar dos problemas de falta de estrutura física,
financeira e de pessoal.
74
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79
APÊNDICE A
80
Questionário
1. Quando e Por que participou do grupo de informatização das Bibliotecas Públicas?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2. Qual foi sua função na época da automação das Bibliotecas Públicas? Relate.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3. Detalhar as ações realizadas no Grupo de Trabalho de Informatização das Bibliotecas
(GTI-B).
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4. Quais foram os principais resultados alcançados pelo GTI-B?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5. Questão Livre – Sugestões, Críticas, Elogios, etc.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
81
ANEXO A
82
Manifesto da IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas 1994
Liberdade, prosperidade e desenvolvimento da sociedade e dos indivíduos são valores
humanos fundamentais. Eles serão alcançados somente através da capacidade de cidadãos,
bem informados, para exercerem seus direitos democráticos e terem papel ativo na sociedade.
Participação construtiva e o desenvolvimento da democracia dependem tanto de uma
educação adequada, como do livre e irrestrito acesso ao conhecimento, pensamento, cultura e
informação.
A biblioteca pública, porta de entrada para o conhecimento, proporciona condições
básicas para a aprendizagem permanente, autonomia de decisão e o desenvolvimento cultural
dos indivíduos e grupos sociais.
Este Manifesto proclama a crença da UNESCO na biblioteca pública, como força viva
para a educação, cultura e informação, e como agente essencial para a promoção da paz e bem
estar espiritual da humanidade.
Em decorrência, a UNESCO estimula governos nacionais e locais a apoiar e
comprometerem-se ativamente no desenvolvimento das bibliotecas públicas.
A Biblioteca Pública
A biblioteca pública é o centro local de informação, disponibilizando prontamente
para os usuários todo tipo de conhecimento.
Os serviços fornecidos pela biblioteca pública baseiam-se na igualdade de acesso para
todos, independente de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou status social.
Serviços e materiais específicos devem ser fornecidos para usuários inaptos, por alguma
razão, a usar os serviços e os materiais regulares, por exemplo, minorias lingüísticas, pessoas
deficientes ou pessoas em hospitais ou prisões.
Todas as faixas etárias devem encontrar material adequado às suas necessidades.
Coleções e serviços devem incluir todos os tipos de suporte apropriados e tecnologia moderna
bem como materiais convencionais. Alta qualidade e adequação às necessidades e condições
locais são fundamentais.
83
O acervo deve refletir as tendências atuais e a evolução da sociedade, assim como a
memória das conquistas e imaginação da humanidade. Coleções e serviços não podem ser
objetos de nenhuma forma de censura ideológica, política ou religiosa nem de pressões
comerciais.
Missões da Biblioteca Pública
As seguintes missões básicas relacionadas com a informação, a alfabetização, a
educação e a cultura devem estar na essência dos serviços da biblioteca pública:
1. Criar e fortalecer os hábitos de leitura nas crianças desde a mais tenra idade;
2. Apoiar tanto a educação individual e a autodidata como a educação formal em todos
os níveis;
3. Proporcionar oportunidades para o desenvolvimento criativo pessoal;
4. Estimular a imaginação e criatividade da criança e dos jovens;
5. Promover o conhecimento da herança cultural, apreciação das artes, realizações e
inovações científicas;
6. Propiciar acesso às expressões culturais das artes em geral;
7. Fomentar o diálogo intercultural e favorecer a diversidade cultural;
8. Apoiar a tradição oral;
9. Garantir acesso aos cidadãos a todo tipo de informação comunitária;
10. Proporcionar serviços de informação adequados a empresas locais, associações e
grupos de interesse;
11. Facilitar o desenvolvimento da informação e da habilidade no uso do computador;
12. Apoiar e participar de atividades e programas de alfabetização para todos os grupos de
idade e implantar tais atividades se necessário.
Recursos, Legislação e Redes
A biblioteca pública deve por princípio ser gratuita.
A biblioteca pública é de responsabilidade das autoridades locais e nacionais. Deve ser
apoiada por uma legislação específica e financiada pelo governo nacional e local. Deve ser
componente essencial de uma estratégia a longo prazo para a cultura, informação,
alfabetização e educação.
Para assegurar a coordenação e cooperação das bibliotecas por todo país, a legislação e
planos estratégicos devem também definir e promover uma rede nacional de bibliotecas
baseada em normas de serviço.
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A rede de bibliotecas públicas deve ser concebida tendo em vista sua relação com as
bibliotecas nacionais, regionais, especializadas tanto quanto, as bibliotecas escolares e
universitárias.
Operação e Administração
Deve ser formulada uma política clara definindo objetivos, prioridades e serviços
relacionados com as necessidades da comunidade local. A biblioteca pública deve ser
efetivamente organizada e respeitar padrões profissionais de operação.
Deve ser assegurada a cooperação com parceiros adequados, por exemplo, grupos de
usuários e outros profissionais em âmbito municipal, regional, nacional e internacional.
Os serviços devem de ser fisicamente acessíveis a todos os membros da comunidade.
Isto requer que o prédio da biblioteca esteja bem localizado, com instalações corretas para
leitura e estudo, assim como tecnologias adequadas e horários de funcionamento convenientes
aos usuários. Isto implica também na extensão dos serviços aos usuários impossibilitados de
freqüentar a biblioteca.
Os serviços da biblioteca devem ser adaptados às diferentes necessidades das
comunidades das áreas rurais e urbanas.
O bibliotecário é um intermediário ativo entre usuários e recursos. A educação
profissional contínua do bibliotecário é indispensável para assegurar serviços adequados.
Programas de extensão e educação do usuário devem ser promovidos visando ajuda-lo
a beneficiar-se de todos os recursos disponíveis.
Implantação do Manifesto
Os administradores em âmbito nacional e regional e o universo da comunidade
bibliotecária, em nível mundial, estão desta forma convocados a implantar os princípios
expressos neste Manifesto.
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ANEXO B
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Questionário das necessidades de automação das Bibliotecas da SMC
1. Sua unidade pertence a:
BIJ ( ) BP ( ) CCSP ( ) Outras ( )
2. Tipo de sua unidade:
Processos Técnicos ( ) Administrativo ( ) Ramal ( ) Outros ( )
Especifique_______________________________________________________
3. Assinale e quantifique seu acervo:
( ) Livros ______títulos____________ exemplares
( ) Periódicos ______títulos____________ exemplares
( ) Hemeroteca ______assuntos/pastas_____ artigos
( ) Folhetos ______títulos____________ exemplares
( ) Apostilas ______títulos____________ exemplares
( ) Revistas em Quadrinhos ______
( ) Mapas ______
( ) Atlas ______
( ) Plantas ______
( ) Lâminas ______
( ) Catálogos de Arte ______
( ) Calendários ______
( ) Audiovisual ______
( ) Diapositivos ______
( ) Filmes ______
( ) Microformas ______
( ) Fotografias ______
( ) Discos ______
( ) Fitas k-7 ______
( ) Partituras ______
( ) Obras Raras ______
( ) Material em Braille ______
( ) Outros (Especifique) _________________________________________
4. Assinale os serviços que tem necessidade de automação na sua unidade:
( ) Sugestões de Compra de Acervo
( ) Circulação/Empréstimos
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( ) Encadernação
( ) Programação/Atividades
( ) Bens Patrimoniais
( ) Gráficos/Estatísticas
( ) Relatórios (texto)
( )Material de Consumo
( ) Funcionários
( ) Caracterização do bairro/cadastro de entidades de utilidade pública
( ) Doações
( ) Jogos
5. Indique suas prioridades de automação
Processamento do acervo:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Serviços administrativos:
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
6. Sua unidade dispõe de uma área de cerca de 4 m² (em boas condições) para
instalação de equipamentos?
( ) Sim ( ) Não
Em caso positivo, descreva-a
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
7. Funcionários da Unidade interessados em informática ou com alguns
conhecimentos: (indique nomes)
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
8. Cite alguma informação ou comentário que queira fazer a respeito do assunto ou
deste questionário:
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ANEXO C
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Listagens que compõem o Relatório Final
Listagens Título
1 Identificação das Seções dos deptos. BP, BIJ e CCSP-DB
2 Unidades de atendimento
3 Código de identificação das unidades
4 Acervo das bibliotecas públicas de SMC (3 partes)
5 Acervo por tipo de material e departamento
6 Serviços técnicos e administrativos solicitados por unidades
7 Listagem por serviços em ordem alfabética geral
8 Serviços internos e de atendimento por zona e tipo de unidade
9 Relatório de análise por departamento e tipo de serviço
10 Proposta de equipamento e software (serviços de bibliotecas: meio e fim)
11 Proposta de equipamento e software (serviços gerenciais: apoio e controle)
12 Área destinada à implantação de equipamentos
13 Relação dos nomes de funcionários com experiência ou interesse em
informática
14 Número de funcionários com conhecimento e/ou experiência em
informática
15 Comentários apresentados nos questionários
16 Estatísticas das bibliotecas publicas de SMC – Exercício de 1988