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Teste não verbal de Inteligência para Crianças (R-2)
Autor: Rynaldo de Oliveira
Objetivo: avaliação não verbal da inteligência infantil, em especial, do fator G da
inteligência.
População: 5 a 11 anos
Vantagens: fácil aplicação; pode ser utilizado em diversas áreas.
Materiais:
Conjunto de 30 pranchas
Folha de respostas
Manual
Crivo de correção
Lápis ou caneta para anotação das respostas pelo examinador
Derivado do R-1 (1973), criado pelo mesmo autor e tem como base o Teste das
Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (1951).
Conceito de Inteligência
Não há consenso sobre o conceito de inteligência. Entretanto, atualmente
consideram-se os aspectos emocionais, afetivos, e também os cognitivos, bem
como a adaptação social da pessoa (MATARAZZO, 1976, apud ROSA; ALVES,
2000).
1ª Escala de Binet-Simon (1905)
Objetivo: estudar, identificar e propor processos de educação para crianças subnormais do
sistema educacional da França.
Idade: 3 a 11 anos e algumas crianças deficientes mentais
Testes perceptuais e sensoriais, com o acréscimo de conteúdo verbal, dando ênfase às
seguintes variáveis: julgamento, compreensão e raciocínio.
Para Binet:
Inteligência = função complexa que envolvia a compreensão, a memória, a comparação, o
raciocínio e o julgamento.
1908: 2ª Escala Binet-Simon
Surge o conceito de idade mental (“idade de crianças normais, cuja realização ela atingia”):
no nível da criança de 3 anos eram colocados problemas que essa idade era capaz de responder,
e assim por diante.
Idade: 3 a 13 anos
1911: 3ª Escala Binet-Simon
Escala foi ampliada para o nível de adultos.
Escala Stanford-Binet:
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1916: Sob a direção de Lewis Terman (Universidade de Stanford) foram preparadas várias
revisões diferentes, sendo essa a mais conhecida. Conceito de QI (quociente de inteligência)
usado pela primeira vez.
QI = IM/IC X 100
Testes Army Alpha e Army Beta (Arthur Otis)
Objetivo: selecionar recrutas para o exercito dos EUA durante a 1ª Guerra.
1917: 1ª Guerra – 1º teste coletivo de inteligência atendendo à necessidade de rápida
classificação quanto ao nível intelectual de recrutas.
Army Alpha: para aplicação geral e rotineira do teste
Army Beta: escala não-verbal, empregada com analfabetos e com recrutas estrangeiros,
incapazes de responder a um teste em inglês.
O uso desse tipo de teste foi estendido às escolas e às universidades.
Tanto as escalas de Binet e suas revisões como o Army eram testes compostos e
diversos tipos de provas com as quais se obtinha um único resultado geral.
Testes de Inteligência Testes de Aptidões múltiplas Análise fatorial
Com a avaliação crítica realizada sobre os testes de inteligência, observou-se outro fator:
“a realização de um indivíduo, em diferentes partes de tais testes, mostrava, frequentemente,
marcante variação”. Ex: o mesmo sujeito, ao ser examinado, poderia ter um bom resultado em um
sub-teste verbal e um resultado inferior em um sub-teste numérico.
Os psicólogos clínicos, principalmente, utilizavam essas diferenças para obter maior
compreensão da constituição psicológica do sujeito. Em um estudo de caso os sub-testes eram
examinados e não apenas o QI ou o resultado geral. Entretanto, isso não era (é) recomendável
visto que “os testes de inteligência não foram planejados para a análise diferencial de aptidões”.
Charles Spearman: psicólogo inglês; pioneiro na análise fatorial.
Análise fatorial: Obtida por meio da avaliação das diferentes funções cognitivas em uma
amostra de sujeitos. Descoberta da presença de certo número de fatores ou traços
independentes. Alguns desses traços estavam representados nos testes tradicionais de
inteligência. (Ex: compreensão verbal e raciocínio numérico).
1945 – Baterias de várias aptidões: resultado da análise fatorial. Indicam a posição do
sujeito em cada um dos diferentes traços. Em lugar do QI geral, obtém-se um resultado separado
para traços.
A partir da Análise fatorial desenvolveram-se diferentes teorias acerca da
Inteligência. Ex: Baterias de várias aptidões/ Inteligência: conjunto de capacidades
integradas por fatores (processo de dedução lógica).
Teoria dos Dois Fatores ou Bi-fatorial ou do Fator Geral (G) – Spearman que
fundamenta o Teste de Raven (Matrizes) e outros testes.
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Fator = baseia-se no pressuposto lógico de que se duas capacidades estão
correlacionadas em alguma medida, ambas devem estar na dependência de um fator comum
(que determina a correlação entre elas) e de um fator específico de cada uma (que determina a
diferenciação entre elas).
“Todas as habilidades humanas têm um fator comum, um fator geral a todas elas (Fator G),
e um fator específico a cada uma delas (Fator E). Em toda habilidade estão presentes os dois
fatores, porém nem sempre estes desempenham o mesmo papel: enquanto para algumas
habilidades G é o fator principal, para outras é o fator E que predomina”. (ROSA; ALVES, 2000,
p.14).
Fator G = quantitativo, comum e presente em todas as funções cognitivas do homem.
Fator E = quantitativo, variável entre uma e outra habilidade e de um sujeito para o outro,
próprio de cada habilidade particular e que não se correlaciona com G ou com os outros E.
Inteligência (Spearman): “a atividade intelectual seria em essência uma apreensão de
relações”. “Toda situação se dá na percepção ou no pensamento em relação a determinadas
ordenações recíprocas que são captadas de um modo imediato e intuitivo pelo sujeito”.
Portanto, a inteligência opera com dois grandes tipos de relações: a edução de relações e
a edução de correlatos. Essas relações são as Leis Noegenéticas, postuladas por Spearman e
descritas dessa forma por Bernstein (apud ROSA; ALVES,2000, p.15):
1. Edução de relações: “ante dois ou mais itens toda pessoa tende a estabelecer relações
entre eles”;
2. Edução de correlatos: “ante um item e uma relação, toda pessoa tende a conceber o
item correlativo”;
3. Auto-consciência ou introspecção: “toda pessoa tende a conhecer de um modo imediato
a si mesmo e aos itens da sua própria existência”.
Fator G = implicado na edução de relações e na edução de correlatos, ou seja, estabelecer
relações entre diferentes itens e, dada uma relação e um item, deduzir outro item.
Aferir o fator G não daria, por si só, a medida da inteligência como um todo, mas
permitiria avaliar a presença deste fator.
Raven – desenvolveu seu teste (que mede a capacidade do sujeito de eduzir
relações) avaliando os dois componentes de G, conforme sua definição:
Atividade mental edutiva: capacidade de extrair um significado de uma situação confusa;
desenvolver novas compreensões, ir além do que é dado para perceber o que não é
imediatamente óbvio.
Atividade mental reprodutiva: envolve o domínio, a lembrança e a reprodução de materiais
(em grande parte verbal) que formam uma fonte cultural de conhecimentos explícitos
verbalizados.
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Spearman: testes que medem melhor o fator G envolvem “raciocínio matemático ou
gramatical (de sinônimos, de oposição), ou de percepção de relações complexas
com material visual, com problemas de edução de relações”.
Raven construiu seu teste a partir dessas idéias: teste não-verbal, de percepção e
de edução de correlatos.
R-2: avalia o fator G da inteligência, o que Raven chamou basicamente de
capacidade edutiva, empregando o mesmo tipo de itens utilizado por Raven.