Questões infantil

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1) Compreendemos o texto “Confusão de língua entre os adultos e a criança” de Ferenczi como uma retomada da teoria da sedução freudiana do qual poderíamos tirar um efetivo proveito nas elaborações sobre o trauma, além de trazer inovações como o conceito de identificação com o agressor. Sobre esse texto, é incorreto afirmar que: a) Ao focar os efeitos da sexualidade do adulto sobre a criança, ele acaba dimensionando devidamente a importância conferida ao papel do outro na constituição do psiquismo infantil, oportunidade perdida por Freud ao abandonar sua primeira teoria da sedução. b)A empreitada ferencziana em busca da revalorização da realidade factual do trauma não desconsiderou os desenvolvimentos freudianos sobre a realidade psíquica e o Complexo de Édipo; pelo contrário, foi essencial para delinear os desdobramentos desses elementos cruciais para a constituição psíquica infantil em condições desfavoráveis c)Ferenczi enfatizou como as fantasias edípicas da criança podem preparar o caminho para o adulto perverso ao facilitar sua aproximação, pois a criança quer mesmo seduzir – sentar no colo, acariciar, beijar – mas espera que tudo isso retorne na mesma moeda, na linguagem da ternura; d)Diante da experiência traumática, o mecanismo de defesa utilizado contra a excitação massiva é o recalcamento, que abre o caminho para uma solução neurótica. e)Quando a sexualidade genital adulta impõe uma excitação excessiva ao corpo infantil, as fantasias inconscientes de sedução em relação ao adulto tendem a se confundir com a realidade, provocando a emergência de um forte sentimento de culpa na criança vítima de violência. Resposta : d) .Correção: Quando não é possível as percepções e sensações da experiência traumática entrarem no esquema do recalcamento e da neurose – devido à radicalidade das circunstâncias ou à própria fragilidade infantil – o psiquismo pode ser obrigado a defender-se da excitação massiva através do mecanismo da rejeição e clivagem, solução que abre caminho para o estabelecimento da identificação com o agressor.

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1) Compreendemos o texto “Confusão de língua entre os adultos e a criança” de Ferenczi como uma retomada da teoria da sedução freudiana do qual poderíamos tirar um efetivo proveito nas elaborações sobre o trauma, além de trazer inovações como o conceito de identificação com o agressor. Sobre esse texto, é incorreto afirmar que:

a) Ao focar os efeitos da sexualidade do adulto sobre a criança, ele acaba dimensionando devidamente a importância conferida ao papel do outro na constituição do psiquismo infantil, oportunidade perdida por Freud ao abandonar sua primeira teoria da sedução.

b)A empreitada ferencziana em busca da revalorização da realidade factual do trauma não desconsiderou os desenvolvimentos freudianos sobre a realidade psíquica e o Complexo de Édipo; pelo contrário, foi essencial para delinear os desdobramentos desses elementos cruciais para a constituição psíquica infantil em condições desfavoráveis

c)Ferenczi enfatizou como as fantasias edípicas da criança podem preparar o caminho para o adulto perverso ao facilitar sua aproximação, pois a criança quer mesmo seduzir – sentar no colo, acariciar, beijar – mas espera que tudo isso retorne na mesma moeda, na linguagem da ternura;

d)Diante da experiência traumática, o mecanismo de defesa utilizado contra a excitação massiva é o recalcamento, que abre o caminho para uma solução neurótica.

e)Quando a sexualidade genital adulta impõe uma excitação excessiva ao corpo infantil, as fantasias inconscientes de sedução em relação ao adulto tendem a se confundir com a realidade, provocando a emergência de um forte sentimento de culpa na criança vítima de violência.

Resposta : d) .Correção: Quando não é possível as percepções e sensações da experiência traumática entrarem no esquema do recalcamento e da neurose – devido à radicalidade das circunstâncias ou à própria fragilidade infantil – o psiquismo pode ser obrigado a defender-se da excitação massiva através do mecanismo da rejeição e clivagem, solução que abre caminho para o estabelecimento da identificação com o agressor.

2) “O psicanalista, por sua parte, não tem mais o direito de ser, à sua moda, afável e compassivo ou rude e grosseiro, na expectativa de que o psiquismo do paciente se adapte ao caráter do médico. Cumpre-lhe saber dosar a sua simpatia e mesmo interiormente jamais deve abandonar-se a seus afetos, pois o fato de estar dominado por afetos, ou mesmo por paixões, constitui um terreno pouco favorável à recepção e assimilação dos dados analíticos. Mas sendo o médico um ser humano e, como tal, suscetível de humores, simpatias, antipatias e também de ímpetos pulsionais – sem tal sensibilidade não poderia mesmo compreender as lutas psíquicas do paciente –, é obrigado, ao longo da análise, a realizar uma dupla tarefa: deve, por um lado, observar o paciente, examinar suas falas, construir seu inconsciente a partir de suas proposições e de seu comportamento; por outro lado, deve controlar constantemente sua própria atitude a respeito do paciente e, se necessário, retificá-la, ou seja, dominar a contratransferência.” (Ferenczi,1918/2011, p.416-7). Sobre a clínica do trauma em Ferenczi é correto afirmar:

a) É a técnica ativa que está sendo retratada nesse trecho, uma ferramenta que se mostrou bastante útil e jamais criticada no meio psicanalítico

b) o ego, mesmo submetido e maltratado, na identificação com o agressor é preservado em alguma medida,o que facilita a intervenção clínica

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c) Ao usar a técnica psicanalítica para tratar de casos de pacientes que haviam sido molestados sexualmente em sua infância, Ferenczi percebeu que apesar da docilidade e da transferência positiva, não havia um estado de extrema passividade, os pacientes não submetiam à sua autoridade e não sentiam a dor que lhes era infligida pelo tratamento.

d) Ferenczi estava lidando com psiquismos que funcionavam predominantementeatravés do mecanismo de recalque e, apesar da transferência e do empenho no tratamento, esses pacientes sentiam ódio do analista, pois era ele a projeção do agressor adulto.

e) Ferenczi reforçava que a neutralidade deveria ser mantida para um bom trabalho analítico

Resposta: b). Comentários: Ao usar a técnica psicanalítica para tratar de casos de pacientes que haviam sido molestados sexualmente em sua infância, Ferenczi logo compreendeu que por trás da docilidade e da transferência positiva havia um estado de extrema passividade que os obrigava a permanecer submissos à sua autoridade e à dor que lhes era infligida pelo tratamento. A partir dessa observação paradoxal, concluiu que estava lidando com psiquismos que funcionavam predominantemente através do mecanismo de clivagem e, apesar da transferência positiva e do empenho no tratamento, esses pacientes percebiam que cada sessão os conduzia a sofrimentos intensos e, por causa disso, também sentiam ódio do analista. Ferenczi temia que a insensibilidade do analista, camuflada sob a capa da neutralidade, pudesse empurrar o analisando em direção à reprodução do trauma na transferência, pois, ao se deparar com a frieza do analista, a única saída seria a revivescência do momento traumático – no qual a criança, por não ter a quem recorrer, precisou clivar seu psiquismo para suportar o medo –, que se manifesta então como uma forte crise de angústia ou dissociação. Ferenczi insistia na necessidade de que o analista mantivesse um contato emocional genuíno com o paciente regredido. Sua conclusão foi que, com esse manejo técnico, os momentos de maior descontrole tinham sido atenuados e, mesmo que ainda ocorressem, não acarretavam mais aos pacientes um desequilíbrio psíquico tão danosoquanto antes. Não se trata da técnica ativa, que foi amplamente criticada.

Referências bibliográficas para a elaboração das questõe 1 e 2:

FERENCZI, S. (2011). Confusão de Língua entre os Adultos e a Criança (A linguagem da ternura e da paixão). In Obras Completas: Psicanálise IV. São Paulo: Martins Fontes. (Original publicado em 1933[1932]). Ferenczi, S. (2011). Reflexões sobre o trauma. In Obras Completas:Psicanálise IV. São Paulo: Martins Fontes. (Original publicado em 1934[1931-1932]).

FRANÇA, Cassandra P; Mendes, Anna. P. N..Violência sexual em Ferenczi.Psicologia em Estudo, Maringá, v. 17, n. 1, p. 121-130, jan./mar. 2012

3) No artigo "Psicanálise com crianças. A legitimidade de um campo. Os pais, o recalque e a circulação de significantes enigmáticos na condução da cura.", Ana Maria Sigal de Rosenberg aborda questões que dizem respeito à polêmica possibilidade de analisar crianças. Retrata, com isso, a sexualidade infantil como um dos paradigmas da psicanálise no que diz respeito ao constitutivo na fundação do inconsciente. Assim, destaca elementos que questionam a prática, como também reflexões que propõem problemas a serem trabalhados. Uma abordagem que vai da metapsicologia a decorrências desta em um espaço analítico. Podemos encontrar nesse texto alguns elementos, exceto:

a) Destaca os fundamentos que Jean Laplanche trata para resolver problemas teóricos referentes à formação do sujeito psíquico num 'movimento que vai da autoconservação à sexualidade;

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b) a autora propõe uma abordagem mais detalhada no que se refere à particularidade do campo, mais especificamente ao caráter múltiplo da transferência, destacando os freqüentes encaminhamentos que médicos e professores fazem ao analista, apresentando também uma demanda educativa;

c)Os pais aparecem como 'figuras fronteiriças entre a realidade e o fantasma' e sua inclusão permite que as mensagens enigmáticas circulem em uma nova roupagem;

d) A autora retoma a importância dos pais no tratamento analítico afirmando que esses são objetos de transferência (a exemplo do caso Hans) e, a partir de suas falas, gestos, apresentam e oferecem-se como ‘restos diurnos’, abrindo possibilidades para a criança fazer novas construções próprias;

e) Ela conclui que a transferência pouco influencia na possibilidade do resgate do arcaico. A dimensão da sexualidade dificilmente pode vir a circular trazendo a re-edição das relações primeiras. Segundo a autora ,o trabalho com o inconsciente delineia-se na afirmação da singularidade do sujeito, onde os pais pouco fizeram diferença, portanto dispensáveis do processo analítico;

Resposta: e). Correção: A transferência possibilita o resgate do arcaico, no qual a dimensão da sexualidade pode vir a circular, por exemplo, na fala dos pais, fazendo uma re-edição das relações primeiras. A autora também propõe um trabalho com o inconsciente, com a singularidade do sujeito que se fundou e se funda a partir do que o outro lhe apresentou, ou seja, seus pais são importantes no processo analítico.

4) Melanie Klein vai desenvolver um novo método de Psicanálise infantil através do jogo, do brinquedo, do desenho, do recorte, procurando preservar todos os princípios da Psicanálise de adultos com “a única diferença que os meios técnicos empregados se adaptam às mentes das crianças.” (1970, p. 191). Critica qualquer intervenção educativa do analista e afirma que “... uma verdadeira situação analítica só pode ser produzida por meios analíticos.” (1970, p. 198). Trabalha principalmente com o inconsciente, confere uma importância quase que exclusiva aos processos internos e dedica-se à exploração da fantasmática infantil. É a análise infantil seguindo estritamente os princípios da análise de adultos. Entre as principais críticas que encontramos podemos ressaltar com excessão:

a) A contribuição de Dolto que lança as bases de um método psicanalítico para o tratamento de crianças centrado na escuta do inconsciente, e inclui a posição parental no tratamento, apesar de não pensar o campo da análise infantil associado a medidas educativas. Dolto, na sua obra, sublinha o valor revelador dos fantasmas e do estudo das projeções fantasmáticas dos pais, remontando a até três gerações (linhagem);

b)O pensamento de Anna Freud que não acreditava poder estabelecer com a criança uma relação puramente analítica, propondo um período de preparação ou de treinamento antes do início do trabalho analítico propriamente dito, e recomenda manter um serviço permanente de informações acerca da criança, na medida em que considera que ela continua a exteriorizar suas reações anormais no ambiente doméstico e não na cena analítica. Porém, como Klein, atribui importância primordial à situação externa e valoriza o nível da realidade e acredita no caráter pedagógico do analista;

c) O entendimento de Mannoni sobre o campo em que o analista opera que é o da linguagem. O discurso que se processa no espaço analítico englobaria os pais, a criança, o analista, pois é um discurso coletivo que se constitui em torno do sintoma apresentado pela criança. Considera, então, imprescindível escutar os pais na medida em que eles estão implicados nos sintomas do filho, o que não significa fazer o tratamento psicanalítico deles, mas ajudá-los a se situarem em relação à sua própria história;

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d)As entrevistas de orientação de pais colocam o analista também como educador e é impossível analisar e educar ao mesmo tempo, Klein tinha razão; mas as entrevistas não precisam ser de orientação, podem ter o objetivo de ajudar os pais a se re-situarem diante das dificuldades do filho e da própria vida;

e)O pressuposto de que pais e filho estão implicados entre si leva, necessariamente, a admitir que na cena analítica os pais estão sempre presentes através do discurso da criança (é só saber reconhecer). Lacan assinalava que o que constitui o fundo de todo drama humano é o fato de haver liames, nós, pactos estabelecidos. Os seres humanos já estão ligados entre si por compromissos que determinaram o lugar deles, o nome deles, a essência deles.;

Resposta: b). Comentário: A contradição pode ser apreendida de imediato já na leitura do enunciado em relação à alternativa. Klein não atribui importância primordial à situação externa, valoriza o nível da fantasia e também não assumia o caráter pedagógico do analista.

Referência bibliográficas para as questões 3 e 4:

ROSENBERG, A. M. S. A constituição do sujeito e o lugar dos pais na análise de crianças. In: O lugar dos pais na análise de crianças. São Paulo: Editora Escuta, 2002.

_________________. Psicanálise de crianças: a legitimidade de um campo. Os pais, o recalque e a circulação de significantes enigmáticos na condução da cura. In: ROSENBERG, A. M. S. O lugar dos pais na análise de crianças. São Paulo: Editora Escuta, 2002.

PRISZKULNIK, Léia. A criança e a Psicanálise: o lugar dos pais no atendimento infantil.Psicologia USP, São Paulo, v. 6, n. 2, p.95-102, 1995

5) Abraham assim como Freud, considera as fases oral ou canibalesca, e a fase sádico-anal, durante a organização da libido. A primeira tem como base operacional o processo de incorporação (protótipo da identificação) e a segunda, sob a égide da pulsão de dominação, se expressa com o predomínio da atividade, através da musculatura, e da passividade, pela sensibilidade da membrana anal. Essas duas atividades pulsionais parciais agem concomitantemente, mantendo, porém, diferentes finalidades com relação aos objetos. Abraham complementa a teoria de Freud, tendo a abordagem da melancolia e da neurose obsessiva como ponto de partida a partir da presença da ambivalência em ambas. Sobre o pensamento de Abraham, podemos destacar que, exceto:

a) Ele foca a relação que os dois quadros psicopatológicos estabelecem com os objetos. Assim, chega à conclusão de que o neurótico obsessivo, possuído pela ambivalência, estabelece um conflito entre as duas tendências da libido;

b) No caso do melancólico, o desejo inconsciente é destruir seu objeto amoroso, fazendo com que se dirija ao objeto com o desejo de incorporá-lo, e assim, devorá-lo e destruí-lo, escapando do conflito ambivalente. Desta forma, o melancólico regride à fase oral canibalesca;

c) A melancolia e a neurose obsessiva se distinguem, pois somente uma delas envolve regressão a uma fase pré-genital da libido;

d) Enquanto a ambivalência fica insolúvel na neurose obsessiva, a corrente hostil da libido se torna predominante na melancolia, fazendo com que a parte amorosa seja expressa pela

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incorporação do objeto, numa tentativa de mantê-lo destruído em vida, resolvendo o conflito ambivalente de forma regressiva;

e) Diz que na fase sádico-anal, devido à importância do objeto de amor, devem ser convocadas todas as forças das fixações libidinais positivas para lutar contra a livre fruição dos sentimentos hostis contra o objeto, para que eles não se tornem fortes demais. Se as tendências conservadoras de reter e controlar sentimentos prevalecerem, este conflito dá lugar a fenômenos compulsivos, como os encontrados na neurose obsessiva. Se prevalecerem as tendências sádico-anais opostas, aquelas que visam a destruir e expelir o objeto, ocorre uma depressão melancólica;

Resposta: c). Correção: O que é importante na aproximação e na distinção da melancolia com a neurose obsessiva é justamente o fato de que ambas têm uma referência comum: a regressão a uma fase pré-genital da libido. A diferença se acentua pelo ponto de fixação que ocorre nas duas patologias, que resulta em suas características clínicas.

6)Abraham postula que “o inconsciente encara a perda de um objeto como um processo anal e sua introjeção como um processo oral”. Complementa sua afirmação escrevendo que o melancólico está sempre tentando fugir de seus impulsos sádico-anais. Segundo ele, quais seriam os procedimentos da fase oral?

a) um de sugar, pré-ambivalente, e outro de morder, já ambivalente;

b) um de sugar e outro de prender, tambem chamado de sádico-genital;

c) uma de devorar e outra de expelir;

d) um de sugar pós ambivalente e outro de expelir;

e) um de morder, e outro de destruir;

Resposta: a). A apresentação do desenvolvimento da libido é enunciada da seguinte forma, segundo Abraham: a fase oral primitiva, caracterizada pela sucção, auto-erótica, sem objeto externo e pré-ambivalente;a fase oral posterior, canibalesca, narcísica, com incorporação total do objeto e ambivalente; a fase sádico-anal primitiva, com amor parcial pelo objeto, com incorporação, ambivalente; a fase sádico-anal posterior, com amor parcial pelo objeto, sem incorporação e ambivalente; a fase genital inicial (fálica), com amor objetal não genitalizado, ambivalente; a fase genital final, caracterizada pelo amor objetal, livre do conflito ambivalente.

7) Sobre a psicogênese da melancolia, Abraham disse: “Quando as pessoas melancólicas sofrem uma decepção insuportável por parte de seu objeto de amor, elas tendem a expelir esse objeto como se fossem fezes, e a destruí-lo. Logo após, realizam o ato de introjetá-lo, e devorá-lo, ato que é uma forma especificamente melancólica de identificação narcísica. Sua sede de vingança encontra então satisfação atormentando o ego, atividade que, em parte, dá prazer. Temos a razão de supor que este período de autotormento dura até que o decorrer do tempo e o apaziguamento gradual dos desejos sádicos tenham afastado o objeto amado do perigo de ser destruído. Quando isto acontece, o objeto amado pode, por assim dizer, sair do seu esconderijo no ego e o melancólico restaurá-lo em seu lugar no mundo exterior” (Abraham, 1970, p.123). É incorreto afirmar que:

a)As finalidades de destruir, eliminar, controlar, morder, despedaçar, por exemplo, são modos de expressão do sadismo, tanto de forma oral como anal;

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b) A melancolia não pode ser descrita como o resultado de um conflito de tendências pulsionais predominantes, mas uma tentativa de escapar deste conflito;

c) O sintoma, como forma de expressar o sofrimento psíquico, é conseqüência do impulso e da defesa contra o impulso de conservar o objeto. A expulsão e a projeção do objeto são formas de manter vivo o objeto amado contra o qual o impulso de destruição se dirige;

d) O sujeito introduz em si, destrutivamente, o objeto, mas para usufruir dele e para, de certo modo, o conservar;

e) A ligação com o objeto que o melancólico estabelece é marcada pela ameaça de que o objeto seja para sempre perdido, posto que, por senti-lo perdido, o sujeito não tem qualquer dúvida. a melancolia é muito mais uma forma de expressar regressivamente a tentativa de manter o objeto perdido, como vivo, do que o resultado do procedimento regressivo em si. Não é a perda que faz regredir, mas é para não assimilar a perda que se regride;

Resposta: c). Correção: O sintoma, como forma de expressar o sofrimento psíquico, éconseqüência do impulso e da defesa contra o impulso de destruir o objeto. Aincorporação e a introjeção do objeto são formas de manter vivo o objeto amadocontra o qual o impulso de destruição se dirige.

Referências bibliográficas para as questões 5, 6 e 7:

ABRAHAM, K. Teoria psicanalítica da libido: sobre o caráter e desenvolvimento da libido. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1970.

MEZAN, Renato. (2002) O inconsciente segundo Karl Abraham. In: Mezan, R. Interfaces da Psicanálise. São Paulo: Companhia das letras.