Questao de Genero No Ensino Superior

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  • 1Cadernos da Escola de Negcios

    Cadernos da Escola de Negcios, Curitiba, 05: 1-16, 2007ISSN 1679 - 3765

    Biografia

    QUESTO DE GNERO NO ENSINO SUPERIOR

    Raphaela Hass de Campos*

    *Graduada em Licenciatura em Pedagogia pela Pontif-cia Universidade Catlica do Paran PUC-PR e-mail:[email protected]

    RESUMO

    As mulheres compem hoje mais da metade da populao do pas, fato confirmado nas pesquisas realizadas pelo IBGE, disponveis no site. Em busca de uma melhor colocao profissional e pessoal, ocupam a maioria das matrculas nos Cursos do Ensino Superior. Este artigo tem como objetivo apresentar o espao que o pblico feminino vem adquirindo nas salas de aula, iniciando por um breve histrico desta conquista e seguindo por demonstrar uma pesquisa realizada nas matriculas de vestibulares da UniBrasil, especificamente da Escola de Negcios, tentando demonstrar que o simples crescimento demogrfico populacional vegetativo no justifica o aumento de estudantes do sexo feminino nas universidades, e sim que estas procuram preparao para a entrada no mercado de trabalho.

    Palavraschave: Mulher. Ensino Superior. Qualificao Profissional.

    ABSTRACT

    Women now make up more than half of the countrys population, a fact confirmed in searches conducted by the IBGE, available on the site. In search of better training and placement staff, they occupy the majority of enrolments in Higher Education Courses. This article aims to provide the space that the female is gaining in public classrooms, starting with a brief history of conquest and followed by a survey showing the enrollment of the vestibular UniBrasil, specifically the School of Business, trying to demonstrate that the simple population growth growing population does not justify the increase of female students in universities, but they seek preparation for entry into the labour market.

    Key words: Women. Higher education. Professional qualification.

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    Cadernos da Escola de Negcios, Curitiba, 05: 1-16, 2007ISSN 1679 - 3765

    Questo de Gnero no Ensino Superior

    1. INTRODUO

    Em busca de reconhecimento e melhores condies de vida, o brasileiro tem procurado sua qualificao profissional nos cursos de Ensino Superior, mas notvel que as mulheres ocupem a maioria das carteiras das salas de aula.

    Este artigo foi escrito a partir de uma anlise de dados dos ltimos vestibulares de uma instituio de Ensino Superior privada, as Faculdades Integradas do Brasil - UniBrasil, em Curitiba/PR, e tem como objetivo apresentar o crescimento de matrculas de mulheres nos vestibulares do Ensino Superior. A pesquisa est focalizada nos Cursos da Escola de Negcios: Administrao, Cincias Contbeis, Cincias Econmicas, Secretariado Executivo, Sistema de Informao e Turismo.

    Para a escrita da fundamentao terica, utilizou-se de artigos de outros pesquisadores retirados de fonte indireta de informao, a internet, j que o tema atual e existem poucos escritos impressos. A pesquisa quantitativa e revelada atravs de tabelas e grficos numricos, apresentados por gneros.

    2. DESENVOLVIMENTO

    2.1 MULHERES E A BUSCA PELO ENSINO SUPERIOR

    Feminina, mulher, me e agora tambm estudante universitria. Alm de agregar todas essas funes tradicionais, as mulheres ainda esto dispostas a enfrentar quatro horas ou mais sentadas em uma sala de aula em busca de sua qualificao profissional.

    Para chegar at a posio em que se encontram hoje, tiveram que passar por muitas lutas e conquista de espao. A autora Miles1 (1989) relata em seus estudos que [...] a situao da mulher no esttica na histria, mas vem sofrendo modificaes ao longo do tempo, ou seja, ela construda. Tm-se registros de que desde o domnio romano algumas funes j eram tidas como femininas, como por exemplo, as de lavadeiras, bibliotecrias, mdicas, parteiras, costureiras e 1 ALVES, Sibele Queiroz da Cunha. A Mulher no Contexto Trabalho/Famlia: Jornada dupla ou desafio? Monografia apresentada ao curso de Psicologia da Universidade Potiguar UNP. Natal/RN, 2002. Disponvel em:www.biblioteca.sebrae.com.br, acesso em 13 mar 2008 apud MILES, Rosalind A histria do mundo pela mulher; Trad. Brbara Heliondora Rio de Janeiro: LTC-Livros Tcnicos e Cientficos Editora Ltda: Casa-Maria Editorial, 1989. p.14.

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    Raphaela Hass de Campos

    cabeleireiras, expem a autora.Na Idade Mdia, comentam Miles 1989 e Bauer 20012, a mulher tinha

    certa importncia na vida social e econmica, executando atividades no campo e manufatura, mas no deixou seu papel de administradora do lar e subordinao figura masculina, fosse marido, pai ou irmo. Ainda nas palavras dos autores, nesta poca foi proibido o acesso da mulher educao profissional, o que a impossibilitava o trabalho formal.

    Conforme Bauer3 (2001):

    Em meados do sculo XIV, devido a uma grave crise econmica, a mulher foi banida do mundo do trabalho e reclusa ao lar. A subordinao feminina era quase total. Elas foram excludas de atividades que desde tempos remotos realizavam, como, por exemplo, a enfermagem. As universidades, instituies criadas no sculo XIII, tambm foram proibidas s mulheres. O poder masculino tornou-se consolidado quando as leis atingiram tambm as mulheres da nobreza que foram proibidas de herdar os feudos.

    A partir da Revoluo Industrial, marco importante do sculo XVIII, menciona Alves4 (2002) que as mulheres comearam a sair de casa para trabalhar nas fbricas, o que era vantajoso, pois o trabalho feminino implicava em barateamento de salrio. Vrios so os registros das longas jornadas de trabalho a que estas eram submetidas, alm das ameaas sexuais.

    Com o desenvolvimento e a urbanizao das cidades, as mulheres foram aos poucos deixando o trabalho domiciliar, migrando para o servio pblico e assumindo uma profisso. A partir da, a mulher vem ganhando espao cada vez maior na sociedade, no somente em reconhecimento, mas tambm em quantidade de tarefas realizadas. Cuidar da famlia e da casa j no a nica tarefa designada a ela. Nos ltimos 50 anos foi crescente sua insero no mercado de trabalho. Em busca de melhores condies de vida, independncia e reconhecimento, a mulher vem conquistando espaos que antes eram exclusivamente dos homens.

    Estima-se que o Brasil tenha hoje cerca de 3 milhes de mulheres a mais

    2 ALVES, op.cit. apud MILES, Rosalind A histria do mundo pela mulher; Trad. Brbara Heliondora Rio de Janeiro: LTC-Livros Tcnicos e Cientficos Editora Ltda: Casa-Maria Editorial, 1989; BAUER, Carlos Breve histria da mulher no mundo ocidental. So Paulo: Xam, Edies Pulsar, 2001. p.15.3 ALVES, op.cit apud.BAUER, Carlos Breve histria da mulher no mundo ocidental. So Paulo: Xam, Edies Pulsar, 2001. p.15.4 ALVES, op.cit. p.10.

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    Questo de Gnero no Ensino Superior

    do que homens. Em quantidade so maioria, e a melhor qualidade est buscando atravs da educao.

    O mundo do trabalho na opo da mulher, comentado por MOREIRA5 (1999), [...] deu-se pela busca por carreiras que se aproximassem das caractersticas femininas ou de atividades compatveis com suas habilidades, ou ainda aquelas para as quais demonstrassem maior aptido, como professora, enfermeira ou secretria. Apesar de hoje a maioria delas ainda ocupar cargos como os citados, e ainda, Cabeleireiras, Manicures, Funcionrias Pblicas, Servios da Sade e servios domsticos, j se notam outros espaos sendo conquistados. Assim, Advogadas, Engenheiras, Juzas, Bombeiras, Motoristas de nibus, Jogadoras de Futebol, Moto-girl e muitas outras profisses so procuradas em busca de sucesso, conseqentemente fazendo crescer as matriculas do gnero feminino nos Cursos de Graduao.

    A autora Diniz6 (2002), em seu artigo, faz uma colocao interessante sobre o dilema da mulher na atualidade, dizendo que algumas esto priorizando o profissional e abrindo mo da maternidade. A autora tambm coloca que:

    Para algumas, em primeiro plano, esto os anseios de participao no mercado de trabalho, buscando para isso os cursos de especializao/atualizao, a fim de melhor competir no espao profissional. Nas classes de razovel poder aquisitivo um variado nmero de mulheres chega a realizar os seus projetos atravs de uma carreira estabilizada financeiramente.

    Este dado comprovado em uma pesquisa realizada no ano de 2004 pela Fundao Carlos Chagas7, quando o Brasil possua cerca de 30 milhes de mulheres no mercado de trabalho. Nas instituies educacionais sua presena ficava marcada com 57%, tanto no Ensino Mdio como no Ensino Superior. E essas estimativas s vm aumentando.

    2.2 UMA ANLISE NUMRICA

    5 SPNDOLA, T. Mulher, me e...trabalhadora de enfermagem. Rev.Esc.Enf.USP, v.34, n.4, p. 354-61, dez. 2000. Disponvel em: www.ee.usp.br/reeusp, acesso em 27 mar 2008 apud MOREIRA, M.C.N. Imagens no espelho de Vnus: mulher, enfermagem e modernidade. Rev. Latino Am. Enf., v. 7, n.1, p. 55-65, 1999. p.356.6 ALVES, op.cit. apud DINIZ, Daniela. A escolha de Sofia. Revista Exame: Editora Abril, ano 36, n. 11, edio 767, p. 88-91, 29 de maio de 2002. p.11.7 TEIXEIRA, Zuleide Arajo. Desafios e oportunidades para o futuro das mulheres nas empresas. Artigo disponvel em:www.universia.com.br, acesso em 13 mar 2008.

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    Conforme publicao de artigo pela autora Manfriato8 (2002), [...] em 19 de abril de 1879 um decreto-lei, proposto pelo conselheiro do imperador D. Pedro II, chamado Lencio de Carvalho, abria inscries para mulheres em cursos superiores. At a divulgao deste decreto, outros j existiam, dando acesso somente aos homens ao Ensino Superior. Ainda nas palavras da autora, com o decreto-lei de 79, Rita Lobato Velho Lopes, filha de um casal de estrangeiros, pode ingressar na Faculdade de Medicina da Bahia, como a primeira mulher diplomada no Brasil, em 1887.

    Pesquisas apontam que ainda so necessrias muitas outras conquistas para as mulheres, mas o avano tem sido considervel, e aparentemente a persistncia tem sido exercida neste gnero. A Sntese de Indicadores Sociais de 2007, demonstrada pelo IBGE9, revela a importncia das mulheres na sociedade, que hoje representam mais da metade da populao. De acordo com esses dados, a populao brasileira em 2006 era de 187,2 milhes de habitantes. Desse total, 96 milhes eram mulheres.

    O Inep10 (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) fez uma divulgao no ano de 2006 de que, em 13 anos, [...] o nmero de mulheres matriculadas em instituies de ensino superior cresceu 22% a mais que as matrculas de homens.

    Em nmeros, entre os alunos que concluram um Curso de Graduao no Brasil, nos ltimos 15 anos, esto as mulheres com os maiores ndices. Pelo levantamento realizado pelo Ministrio da Educao (MEC) entre os anos de 1991 e 2005, em 1991 elas representavam 59,9% dos alunos que concluram a graduao 236.410 mulheres. Do total entre os dois sexos, 94.732 eram homens, ou seja, 40,1%11. Em 2005 elas representavam 62,2% dos alunos, sendo 446.724 mulheres, enquanto isso, a proporo de homens a receber diploma era de 271.134.

    Os dados do IBGE (2007)12 ainda revelam:

    As mulheres tambm esto frente quando o assunto ensino superior e a tendncia ao aumento da qualificao da parcela feminina da populao brasileira. Em 1996, do

    8 MANFRINATO, Samira. Mulheres se multiplicam No Ensino Superior. Ouro Preto: 2002. Artigo disponvel em:http://jornalismo.com.via6.com, acesso em 27 mar 2008.9 IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA, Sntese de Indicadores Sociais 2007. Mulheres Hoje! IBGE. Disponvel em:www.ibge.gov.br/ibgeteen, acesso em 27 mar 2008.10 WILL, Jeanine. Matrculas de mulheres no ensino superior cresce 22% frente a dos homens. Folha Online, 02 mar 2006. Disponvel em:www.observatoriosocial.org.br, acesso em 27 mar 2008.11 Id.12 Id.

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    conjunto das pessoas que freqentavam estabelecimentos de ensino superior, a proporo de mulheres era de 55,3%, passando para 57,5%, em 2006. Isto mostra que os homens esto perdendo espao no processo de escolarizao, pelo menos, no que tange a taxa de escolarizao superior.

    Hoje muita coisa mudou, e as mulheres ocupam a maioria das vagas disponveis no Ensino Superior. As instituies confirmam esta colocao.

    Uma pesquisa realizada na UniBrasil Faculdades Integradas do Brasil13, instituio privada de ensino superior em Curitiba, revela que no ano de 2000, as mulheres matriculadas ocupavam 36% das vagas disponveis, para 64% de homens matriculados. J em incio de 2008, elas se apresentam em 61% e os homens em 39%. Observa-se um crescimento em torno de 25% das mulheres matriculadas entre o primeiro semestre de 2001 e o primeiro semestre de 2008 (ver tabela 1, em anexo). Um aumento bastante significativo para a Educao Superior.

    J os dados de outra instituio de Ensino Superior, pblica, tambm na cidade de Curitiba, revelam que ainda h mais homens que mulheres, mas elas marcam presena significativa. No ano de 2003 ingressaram na instituio 1873 mulheres e 2255 homens, e no ano de 2007 foram 1975 mulheres e 2156 homens, segundo dados fornecidos pela sua Comisso de Processo Seletivo (ver tabela 2, em anexo).

    De acordo com Grosz (2006)14, gerente de projetos da Secretaria Especial de Polticas para as Mulheres, no h pesquisas que comprovem essas crescentes matriculas femininas no Ensino Superior, somente algumas possveis suposies e explicaes para tal fenmeno. Nas palavras da autora:

    H uma proporo maior de mulheres na populao, principalmente a partir dos 20 anos de idade. Tem mais mulheres terminando o ensino mdio do que homens. E, ao mesmo tempo, a mulher est buscando se aperfeioar para conseguir uma melhor colocao no mercado e no mundo do trabalho.Ela est despertando para a procura dos seus direitos e de seu espao. Est comeando a questionar os papis que, at ento, a sociedade colocava para ela, que era o cuidado da famlia.

    O crescimento demogrfico de mulheres no Brasil evidente. A cada nova pesquisa realizada, demonstra-se que estes ndices crescem cada vez mais em relao

    13 Dados dos vestibulares fornecidos pela Professora Wanda Cristina Mendes Camargo, vice-diretora da UniBrasil, presidente da Comisso Central do Processo Seletivo e mestre em Cincias Geodsicas pela Universidade Federal do Paran. Fevereiro, 2008.14 WILL, op.cit.

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    populao masculina. Vendo por este ngulo, salienta a professora Wanda Cristina Mendes Camargo (2008) em entrevista disponvel no site15 sobre a Questo de Gnero na UniBrasil, com base em todos os dados, conclumos que o aumento da populao feminina, no s nos vestibulares da UniBrasil mas em todos os vestibulares, tem sido significativamente maior do que o crescimento vegetativo dessa populao.

    2.3 QUESTO DE GNERO NA ESCOLA DE NEGCIOS DA UNIBRASIL: UMA ANLISE CURSO A CURSO

    A UniBrasil conta hoje com 27 cursos de Graduao, cursos de Ps-Graduao e Mestrado. Os cursos de Graduao so divididos em 5 escolas: Escola de Sade, Escola de Comunicao, Escola de Educao e Humanidades, Escola de Direito e Relaes Internacionais e Escola de Negcios, alvo desta pesquisa.

    Na Escola de Negcios so ofertados seis cursos: Administrao, Cincias Contbeis, Cincias Econmicas, Secretariado Executivo, Sistema de Informao e Turismo. A anlise foi realizada somente entre as matrculas para o vestibular desses cursos do primeiro semestre do ano de 2008, com o objetivo de verificar a questo de gnero, ou seja, a presena feminina nestes cursos.

    O resultado da anlise da avaliao institucional interna da faculdade, no ano de 2007, j demonstrou a predominncia de alunas na instituio. A pesquisa revelou que 62% dos estudantes de graduao so mulheres e 38% so homens, caracterizando, neste ano, uma forte presena feminina na instituio.

    Apesar de ainda existir os Cursos designados como femininos, (Pedagogia, Secretariado Executivo, Nutrio, Enfermagem), a mulher demonstra sua presena em todos os demais cursos, em pequena quantidade que seja.

    Comenta Manfrinato16 (2002) que [...] ainda existe uma identificao por sexo em muitos cursos. Estatsticas mostram que os Cursos de Direito, Administrao e Cincias Contbeis possuem um nmero aproximado de homens e mulheres, j em Letras, Pedagogia e Enfermagem elas representam a maior parte dos estudantes. Em Computao e Engenharias, so eles que constituem maioria.

    Com os dados numricos fornecidos17, foi possvel a montagem de grficos

    15 Entrevista disponvel no site:www.unibrasil.com.br, acesso em 28 mar 2008.16 MANFRINATO, op.cit.17 Dados fornecidos pela professora Wanda Cristina Mendes Camargo, Vice-diretora da

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    para melhor visualizao da porcentagem feminina e masculina de estudantes matriculados em cada curso da Escola de Negcios (ver tabela 3, em anexo).

    O Curso de Administrao conta hoje com 53% de estudantes do sexo feminino e 47% de estudantes do sexo masculino, (ver figura 1, em anexo). Curso formador de administradores habilitados a atuar em empresas de todos os tipos, portes e segmentos. O Curso de Administrao de Empresas da UniBrasil ir prepar-los para a nobre arte de liderar pessoas e gerenciar recursos com a viso de alcanar melhores resultados para as organizaes, no esquecendo das pessoas, da sociedade e dos ambientes que compem estas organizaes18.

    A anlise apresentada pela autora Teixeira19 (2004) com dados fornecidos pelo INEP/MEC revela que no Curso de Administrao no Brasil, do ano de 1991 ao ano de 2002, sofreu um alto crescimento da participao feminina. A porcentagem passou de 41,1% de estudantes mulheres para 47,4%.(ver figura 2, em anexo).

    O Curso de Cincias Contbeis forma profissionais habilitados a controlar e informar a movimentao da origem e aplicao dos recursos sociais20, pois o mercado de trabalho est exigindo cada vez mais um perfil de coordenadores de operaes.

    As mulheres tm buscado esta qualificao, como vemos abaixo, pois 55% de estudantes deste curso so do sexo feminino e 45% do sexo masculino (ver figura 3, em anexo). Uma diferena numericamente pequena, mas ao mesmo tempo grande quando comparada ao crescimento que a mulher vem adquirindo no mercado de trabalho.

    J o Curso de Cincias Econmicas apresenta-se masculino, mas com participao de 39% do sexo feminino (ver figura 4, em anexo).

    O Curso de Economia da UniBrasil:

    No se preocupa apenas em formar tcnicos em Economia, mas, sobretudo, oferecer-lhe o instrumental para que suas aes e respostas enquanto profissional sejam suficientemente seguras sem cair no reducionismo de uma cincia meramente discursiva, desarticulada, inconsciente, ou de uma outra cincia que j no diz respeito ao homem real, porque reduzida a abstraes numricas dispostas em elegantes frmulas matemticas e em

    UniBrasil, presidente da Comisso Central do Processo Seletivo e mestre em Cincias Geodsicas pela UFPR. Fevereiro de 2008.18 Dados disponveis no site www.unibrasil.com.br, acesso em 20 mar. 2008.19 TEIXEIRA, Zuleide Arajo. Cresce a participao das mulheres nos cursos de Engenharia. Artigo publicado em 08 mar 2004. disponvel em:www.universia.com.br, acesso em 13 mar 2008.20 Dados disponveis no site www.unibrasil.com.br, acesso em 20 mar. 2008.

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    modelos computadorizveis21.

    O Curso de Secretariado Executivo apresenta-se como um curso feminino, 100% de mulheres matriculadas, no tendo nenhuma participao masculina (ver figura 5, em anexo).

    Este curso j vem caracterizado como feminino h muito tempo, desde a urbanizao das cidades, em que [...] predominava um falso moralismo, pois o trabalho da mulher como professora e secretria era tido como fazendo parte de uma emancipao feminina22.

    Hoje este profissional estar qualificado a assessorar o executivo em todos os servios necessrios profisso, [...] precisando ser extremamente qualificado, excelente comunicador e hbil nas relaes interpessoais23.

    O Curso de Sistema de Informao o curso com maior predominncia masculina na instituio, tendo 89% de homens, mas mesmo assim elas ainda marcam presena e compem 11%, (ver figura 6, em anexo).

    Este curso tem como [...] objetivo formar profissionais capacitados para a soluo de problemas do mundo real, atravs da construo de modelos computacionais e de sua implementao24.

    Mais um curso com predominncia feminina, o Turismo, com 75% de alunos do sexo feminino e 25% do sexo masculino (ver figura 7, em anexo), tendo como objetivo [...] habilitar o aluno a exercer as atividades referentes ao planejamento, organizao e execuo de aes no turismo com esprito crtico e tico de modo a contribuir para a sociedade25.

    Com esses dados, nota-se o espao que a mulher vem adquirindo nos Cursos de Graduao, antes considerados de atuao masculina, excluindo o Secretariado Executivo, que sempre foi um curso mais destacado pela atuao feminina. As mulheres j visualizam a sua participao em qualquer rea de atuao. Administradoras, Contadoras, Economistas, Secretrias Executivas, Informatas ou Administradoras de Sistemas e Turismlogas, nada constitui territrio impossvel para elas.

    21 Id.22 ALVES, op.cit. p.22.23 Dados disponveis no site www.unibrasil.com.br, acesso em 20 mar. 2008.24 Id.25 Id.

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    3. CONSIDERAES FINAIS

    Crescendo em nmero de matrculas, com tendncia de vir a dominar algumas reas do ensino superior brasileiro, assim que as mulheres esto se apresentando. Desigualdades sociais, raciais e de gnero ainda existem, mas dessas, as aparentemente mais justificveis so aquelas de gnero, porque somos todos diferentes, homens e mulheres, e ainda exercemos preferncias por algumas reas cuja tradio incentivada como pertencente a um ou outro gnero. No entanto, pesquisas demonstram que j esto quase em igualdade no mercado de trabalho. Deixando a tarefa do lar, mulheres esto em busca de melhor qualificao e preparao profissional.

    A anlise realizada nas matrculas da Escola de Negcios apresenta as reas que elas esto conquistando, e visvel ao caminhar pelos corredores das vrias instituies de ensino superior presena de rostos femininos. o que confirma Tania Montoro26, pesquisadora de Ncleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher. Em sua opinio, a participao das mulheres nas universidades sempre ser maior, mas sempre existiro reas de maior interesse masculino e feminino, uma questo de aptido e habilidade. Alm dos cursos de Graduao, as mulheres esto chegando mais as cadeiras de cursos de Mestrado e Doutorado. Um processo que ainda no terminou [...], comenta a pesquisadora.

    26 BORGES, Priscila. Mulheres na Universidade. Artigo online publicado 31 julh 2006. Disponvel em www.universia.com.br, acesso em 13 mar 2008.

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    REFERNCIAS

    ALVES, Sibele Queiroz da Cunha. A Mulher no Contexto Trabalho/Famlia: Jornada dupla ou desafio? Monografia apresentada ao curso de Psicologia da Universidade Potiguar UNP. Natal/RN, 2002. Disponvel em:www.biblioteca.sebrae.com.br. Acesso em: 13 mar 2008.

    BORGES, Priscila. Mulheres na Universidade. Artigo online publicado 31 julh 2006. Disponvel em www.universia.com.br. acesso em: 13 mar 2008.

    IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA, Sntese de Indicadores Sociais 2007. Mulheres Hoje! IBGE. Disponvel em:www.ibge.gov.br/ibgeteen . acesso em: 27 mar 2008.

    MANFRINATO, Samira. Mulheres se multiplicam No Ensino Superior. Ouro Preto: 2002. Artigo disponvel em:http://jornalismo.com.via6.com. Acesso em: 27 mar 2008.

    SPNDOLA, Thelma. Mulher, me e...trabalhadora de enfermagem. Rev.Esc.Enf.USP, v.34, n.4, p. 354-61, dez. 2000. Disponvel em:www.ee.usp.br/reeusp . Acesso em: 27 mar 2008.

    TEIXEIRA, Zuleide Arajo. Cresce a participao das mulheres nos cursos de Engenharia. Artigo publicado em 8 mar 2004. disponvel em:www.universia.com.br.. Acesso: em 13 mar 2008.

    TEIXEIRA, Zuleide Arajo. Desafios e oportunidades para o futuro das mulheres nas empresas. Artigo disponvel em:www.universia.com.br. Acesso em 13 mar 2008.

    WILL, Jeanine. Matrculas de mulheres no ensino superior cresce 22% frente a dos homens. Folha Online, 02 mar 2006. Disponvel em:ww.observatoriosocial.org.br, acesso em 27 mar 2008.

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    ANEXOS

    Tabela 1 - Total de alunos matriculados na UniBrasil nos anos de 2000 e 2008, primeiro semestre em nmeros.

    Fonte: Dados fornecidos pela professora Wanda Cristina Mendes Camargo, presidente da Comisso Central do Processo Seletivo das Faculdades Integradas do Brasil. Fevereiro de 2008.

    Tabela 2 - Total de alunos matriculados na instituio pblica de Ensino Superior, entre os anos de 2003 a 2007 em nmeros

    Fonte: Dados fornecidos pela Comisso de Processo Seletivo da instituio de Ensino Superior pblica, da cidade de Curitiba.

    Ano Semestre Sexo Quantidade2000 1 F 72 2000 1 M 129 2008 1 F 1.146 2008 1 M 721

    Ano de ingresso Sexo Total Total geral2003 feminino 1873

    masculino 2255 41282004 feminino 1919

    masculino 2314 42332005 feminino 1902

    masculino 2208 41102006 feminino 1972

    masculino 2080 40522007 feminino 1975

    masculino 2156 4131

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    Raphaela Hass de Campos

    Tabela 3- Total de alunos matriculados nos Cursos da Escola de Negcios da UniBrasil em nmeros

    Fonte: Dados fornecidos pela professora Wanda Cristina Mendes Camargo, presidente da Comisso Central do Processo Seletivo das Faculdades Integradas do Brasil. Fevereiro de 2008.

    Figura 1 Grfico da diferena de gnero no Curso de Administrao da UniBrasil em porcentagem

    Curso de Administrao

    53%47% Feminino

    Mas c ulino

    Fonte: Grfico feito com base nos dados numricos fornecidos pela professora Wanda Cristina Mendes Camargo, presidente da Comisso Central do Processo Seletivo da UniBrasil. Fevereiro 2008.

    Figura 2 Curso de Administrao no Brasil, do ano de 1991 ao ano de 2002 1991 2002 ADMINISTRAO

    Total 177.838 454.438 Mulheres 73.157 215.926 % de mulheres 41,1 47,5

    Fonte: Inep/MEC. Participao das mulheres na matrcula da graduao Brasil.

    CURSO Feminino Masculino TotalAdministrao 352 317 669Cincias Contbeis 168 140 308Cincias Econmicas 42 66 108Secretariado Executivo 102 0 102Sistemas de Informao 24 198 222Turismo 44 15 59

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    Cadernos da Escola de Negcios

    Cadernos da Escola de Negcios, Curitiba, 05: 1-16, 2007ISSN 1679 - 3765

    Questo de Gnero no Ensino Superior

    Figura 3 Grfico da diferena de gnero no Curso de Cincias Contbeis da UniBrasil em porcentagem

    Cincias Contbeis

    55%

    45% Fem ininoM as c ulino

    Fonte: Grfico feito com base nos dados numricos fornecidos pela professora Wanda Cristina Mendes Camargo, presidente da Comisso Central do Processo Seletivo da UniBrasil. Fevereiro 2008.

    Figura 4 Grfico da diferena de gnero no Curso de Cincias Econmicas da UniBrasil em porcentagem

    Cincias Econmicas

    39%

    61%

    Fem ininoM as c ulino

    Fonte: Grfico feito com base nos dados numricos fornecidos pela professora Wanda Cristina Mendes Camargo, presidente da Comisso Central do Processo Seletivo da UniBrasil. Fevereiro 2008.

  • 15Cadernos da Escola de Negcios, Curitiba, 05: 1-16, 2007ISSN 1679 - 3765

    Raphaela Hass de Campos

    Figura 5 Grfico da diferena de gnero no Curso de Secretariado Executivo da UniBrasil em porcentagem

    Secretariado Executivo

    100%

    0%

    Fem ininoM as c ulino

    Fonte: Grfico feito com base nos dados numricos fornecidos pela professora Wanda Cristina Mendes Camargo, presidente da Comisso Central do Processo Seletivo da UniBrasil. Fevereiro 2008.

    Figura 6 Grfico da diferena de gnero no Curso de Sistema de Informao da Unibrasil em porcentagem

    Sistema de Informao

    11%

    89%

    Fem ininoM as c ulino

    Fonte: Grfico feito com base nos dados numricos fornecidos pela professora Wanda Cristina Mendes Camargo, presidente da Comisso Central do Processo Seletivo da UniBrasil. Fevereiro 2008.

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    Cadernos da Escola de Negcios

    Cadernos da Escola de Negcios, Curitiba, 05: 1-16, 2007ISSN 1679 - 3765

    Questo de Gnero no Ensino Superior

    Figura 7 Grfico da diferena de gnero no Curso de Turismo da UniBrasil em porcentagem

    Turismo

    75%

    25%

    Fem ininoM as c ulino

    Fonte: Grfico feito com base nos dados numricos fornecidos pela professora Wanda Cristina Mendes Camargo, presidente da Comisso Central do Processo Seletivo da UniBrasil. Fevereiro 2008.