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Texto para os testes de 1 a 3. Amanhecera um domingo ale- gre no cortiço, um bom dia de abril. Muita luz e pouco calor. As tinas estavam abandona- das; os coradouros despidos. Tabu- leiros de roupa engomada saíam das casinhas, carregados na maior parte pelos filhos das próprias lava- deiras, que se mostravam agora quase todas de fato limpo; os casa- quinhos brancos avultavam por cima das saias de chita de cor. (Aluísio Azevedo, O Cortiço) fato: roupa, peça de vestuário. No trecho acima se destaca(m) a) a presença do narrador. b) a objetividade das imagens. c) o emprego de verbos de ação. d) a adjetivação redundante. e) a expressão de emoções. O trecho é ___________ e apresenta linguagem __________. a) narrativo – denotativa b) descritivo – figurada c) descritivo – denotativa d) narrativo – conotativa e) descritivo – conotativa As palavras que no texto carac- terizam o substantivo, atribuindo- lhe qualidade, condição ou estado, são a) alegre, bom, limpos, brancos. b) cortiço, abandonadas, despidos. c) tabuleiros, casinhas, casaqui- nhos. d) muita, pouco, lavadeiras. e) domingo, luz, calor. A riqueza de um idioma também se revela na possibilidade de atribuir diferentes significações a um mesmo vocábulo, configurando a polissemia, tal como se verifica a seguir no uso da palavra força: I. Não tenho mais força para executar tal trabalho. II. A força de suas palavras levou todos ao delírio. III. Não se sabe exatamente a força que ela tem sobre o marido. IV. Por força do Acordo Ortográ- fico, tivemos de alterar o material. Nas frases de I a IV, podem ser atribuídos à palavra força, respec- tivamente, os seguintes sentidos: a) vigor, veemência, influência e causa. b) saúde física, intensidade, agressividade e consequência. c) desejo, significado, poder e motivo. d) luta, sentimento, prestígio e imposição. e) vontade, altura, domínio e condição. O aviso “Ao toque da campainha, não entre nem saia do trem”, cons- tantemente transmitido pelos alto- falantes do metrô de São Paulo, contém um defeito de construção que seria evitado se a frase fosse: a) Ao ouvir o toque da campainha, não entre nem saia do trem. b) Ao tocar da campainha, não entre nem saia do trem. c) Quando a campainha tocar, não entrar nem sair do trem. d) Ao toque da campainha, não entre ou saia do trem. e) Ao toque da campainha, não entre no trem nem saia dele. O provérbio ou ditado popular que mais se aproxima do sentido de “Suporta-se com paciência a cólica do próximo” (Machado de Assis) é a) Em terra de sapo, de cócoras como ele. b) Quem com ferro fere com ferro será ferido. c) Desgraça pouca é bobagem. d) Pimenta nos olhos dos outros é refresco. e) A corda sempre arrebenta do lado mais fraco. A alternativa em que o segundo falante, em sua resposta, não usa, na conjugação verbal, o padrão culto da língua é a) – Mantenho a minha oferta. – Se você mantiver a sua oferta, eu também manterei a minha. b) – Lá há um desfile de carros antigos. – Se lá houver um desfile de carros antigos, então não irei. c) – Não me convêm essas con- trariedades. – Se essas contrariedades não lhe convierem, também não convirão a mim. d) – Vou ver nossos antigos pro- fessores. – Se você vir nossos antigos professores, diga-lhes que es- tou com saudades deles. e) – Proponho-lhe um pacto. – Se você me propor um pacto, eu também lhe proporei um. Texto para os testes 8 e 9. MEMÓRIA Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não. As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão. (Carlos Drummond de Andrade) olvido: esquecimento tangíveis: que se podem tocar Qual das seguintes expressões não pode ser diretamente associada, pelo sentido que tem no poema, ao título “Memória”? a) “perdido” b) “essas ficarão” c) “olvido” d) “coisas findas” e) “confundido” De acordo com o poema, a) o amor é baseado no esque- cimento. b) a experiência carnal é a única viva e válida. c) toda experiência amorosa é inútil, pois acaba perdida na memória. d) a memória torna o passado mais valioso do que o presente. e) viver obriga-nos a um contato frutífero com as negações existenciais. Textos para o teste 10. Texto I CANÇÃO DO EXÍLIO Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem quʼinda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. (Gonçalves Dias, século XIX) Texto II Migna terra tê parmeras, Che ganta inzima o sabiá. As aves che stô aqui, Tambê tuttos sabi gorgeá. A abóbora celéstia tambê Che tê lá na mia terra Tê moltos millió di strella Che non tê na Ingraterra. (...) (Juó Bananére, século XX) Considere as proposições: I. O texto II não consegue man- ter o tom nacionalista do texto I porque não é escrito em português, mas numa espécie de linguajar que pretende imitar o italiano. II. Bananére, ao afirmar, no texto II, que até as estrelas de sua pátria são diferentes das da Inglaterra, ironiza a ideali- zação romântica contida no texto I. III. O poema de Bananére cons- titui uma paródia porque retoma o de Gonçalves Dias de forma humorística. IV. O poema de Gonçalves Dias é uma descrição realista e minu- ciosa da pátria, da perspectiva de quem está fora dela. Está correto o que afirma em a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Questão 1 1 0 0 Questão 9 9 Questão 8 8 Questão 7 7 Questão 6 6 Questão 5 5 Questão 4 4 Questão 3 3 Questão 2 2 Questão 1 1

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Texto para os testes de 1 a 3.

Amanhecera um domingo ale-gre no cortiço, um bom dia de abril.Muita luz e pouco calor.

As tinas estavam abandona-das; os coradouros despidos. Tabu-leiros de roupa engomada saíamdas casinhas, carregados na maiorparte pelos filhos das próprias lava-deiras, que se mostravam agoraquase todas de fato limpo; os casa-quinhos brancos avultavam porcima das saias de chita de cor.

(Aluísio Azevedo, O Cortiço)

fato: roupa, peça de vestuário.

No trecho acima se destaca(m)

a) a presença do narrador.b) a objetividade das imagens.c) o emprego de verbos de ação.d) a adjetivação redundante.e) a expressão de emoções.

O trecho é ___________ eapresenta linguagem __________.

a) narrativo – denotativab) descritivo – figuradac) descritivo – denotativad) narrativo – conotativae) descritivo – conotativa

As palavras que no texto carac-terizam o substantivo, atribuindo-lhe qualidade, condição ou estado,são

a) alegre, bom, limpos, brancos.b) cortiço, abandonadas, despidos.c) tabuleiros, casinhas, casaqui-

nhos.d) muita, pouco, lavadeiras.e) domingo, luz, calor.

A riqueza de um idioma também serevela na possibilidade de atribuirdiferentes significações a ummesmo vocábulo, configurando apolissemia, tal como se verifica aseguir no uso da palavra força:

I. Não tenho mais força paraexecutar tal trabalho.

II. A força de suas palavras levoutodos ao delírio.

III. Não se sabe exatamente aforça que ela tem sobre omarido.

IV. Por força do Acordo Ortográ-fico, tivemos de alterar omaterial.

Nas frases de I a IV, podem seratribuídos à palavra força, respec-tivamente, os seguintes sentidos:

a) vigor, veemência, influência ecausa.

b) saúde física, intensidade,agressividade e consequência.

c) desejo, significado, poder emotivo.

d) luta, sentimento, prestígio eimposição.

e) vontade, altura, domínio econdição.

O aviso “Ao toque da campainha,não entre nem saia do trem”, cons-tantemente transmitido pelos alto-falantes do metrô de São Paulo,contém um defeito de construçãoque seria evitado se a frase fosse:

a) Ao ouvir o toque da campainha,não entre nem saia do trem.

b) Ao tocar da campainha, nãoentre nem saia do trem.

c) Quando a campainha tocar, nãoentrar nem sair do trem.

d) Ao toque da campainha, nãoentre ou saia do trem.

e) Ao toque da campainha, nãoentre no trem nem saia dele.

O provérbio ou ditado popular quemais se aproxima do sentido de“Suporta-se com paciência a cólicado próximo” (Machado de Assis) é

a) Em terra de sapo, de cócorascomo ele.

b) Quem com ferro fere com ferroserá ferido.

c) Desgraça pouca é bobagem.d) Pimenta nos olhos dos outros é

refresco.e) A corda sempre arrebenta do

lado mais fraco.

A alternativa em que o segundofalante, em sua resposta, não usa,na conjugação verbal, o padrãoculto da língua éa) – Mantenho a minha oferta.

– Se você mantiver a sua oferta,eu também manterei a minha.

b) – Lá há um desfile de carrosantigos.– Se lá houver um desfile decarros antigos, então não irei.

c) – Não me convêm essas con-trariedades.– Se essas contrariedades nãolhe convierem, também nãoconvirão a mim.

d) – Vou ver nossos antigos pro-fessores.– Se você vir nossos antigosprofessores, diga-lhes que es-tou com saudades deles.

e) – Proponho-lhe um pacto.– Se você me propor um pacto,eu também lhe proporei um.

Texto para os testes 8 e 9.MEMÓRIAAmar o perdidodeixa confundidoeste coração.

Nada pode o olvidocontra o sem sentidoapelo do Não.

As coisas tangíveistornam-se insensíveisà palma da mão.

Mas as coisas findas,muito mais que lindas,essas ficarão.

(Carlos Drummond de Andrade)

olvido: esquecimentotangíveis: que se podem tocar

Qual das seguintes expressões nãopode ser diretamente associada,pelo sentido que tem no poema, aotítulo “Memória”?

a) “perdido” b) “essas ficarão”c) “olvido” d) “coisas findas”e) “confundido”

De acordo com o poema,a) o amor é baseado no esque-

cimento.b) a experiência carnal é a única

viva e válida.c) toda experiência amorosa é

inútil, pois acaba perdida namemória.

d) a memória torna o passadomais valioso do que o presente.

e) viver obriga-nos a um contatofrutífero com as negaçõesexistenciais.

Textos para o teste 10.Texto ICANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,Nossas várzeas têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,Que tais não encontro eu cá;Em cismar — sozinho, à noite —Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para lá;Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá;Sem quʼinda aviste as palmeiras,Onde canta o Sabiá.

(Gonçalves Dias, século XIX)

Texto II

Migna terra tê parmeras,Che ganta inzima o sabiá.As aves che stô aqui,Tambê tuttos sabi gorgeá.

A abóbora celéstia tambêChe tê lá na mia terraTê moltos millió di strellaChe non tê na Ingraterra.(...) (Juó Bananére, século XX)

Considere as proposições:I. O texto II não consegue man-

ter o tom nacionalista do textoI porque não é escrito emportuguês, mas numa espéciede linguajar que pretendeimitar o italiano.

II. Bananére, ao afirmar, no textoII, que até as estrelas de suapátria são diferentes das daInglaterra, ironiza a ideali-zação romântica contida notexto I.

III. O poema de Bananére cons-titui uma paródia porqueretoma o de Gonçalves Diasde forma humorística.

IV. O poema de Gonçalves Dias éuma descrição realista e minu-ciosa da pátria, da perspectivade quem está fora dela.

Está correto o que afirma ema) I e II, apenas.b) II e III, apenas.c) III e IV, apenas.d) I e IV, apenas.e) I, II, III e IV.

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Na tirinha acima se representa umasituação em que a comunicaçãonão se dá em razão

a) do conflito entre as diferentescrenças religiosas.

b) do autoritarismo do emissordiante do receptor.

c) da disparidade entre as expec -tativas do emissor e dosreceptores.

d) da diferença entre o que se dize o que se pensa.

e) do choque entre conhecimentoe ignorância.

Texto para o teste 12.

PARÁFRASE* DE RONSARD**

Foi para vós que ontem colhi, senhora,Este ramo de flores que ora envio.Não no houvesse colhido e o vento e o frioTê-las-iam crestado antes da aurora.Meditai nesse exemplo, que se agoraNão sei mais do que o vosso outro macioRosto nem boca de melhor feitio,A tudo a idade altera sem demora.Senhora, o tempo foge... e o tempo foge...Com pouco morreremos e amanhãJá não seremos o que somos hoje...Por que é que o vosso coração hesita?O tempo foge... A vida é breve e é vã...Por isso, amai-me... enquanto sois bonita.

crestado – queimadosei – conheço

(Manuel Bandeira, A Cinza das Horas)

(*) Paráfrase: interpretação ou tradu -ção interpretativa de uma obra.

(**) Ronsard: poeta francês.

O poema acima apresenta umarazão para que a mulher amadanão hesite em entregar seu amor.Nessa razão, mais do que abrevidade da vida, leva-se emconsideração

a) a fuga do tempo.b) a certeza da morte.c) a perda da beleza.d) o fim do amor com a morte.e) a mudança que sofremos pelo

vento e frio.

A charge acima ilustra uma dascarac terísticas do momento histó -rico pelo qual a China está pas -sando. Trata-se do (a)

a) desrespeito aos ideais ligados àliberdade, democracia e direitoshumanos.

b) conciliação entre a doutrinapolítica socialista e a economiacapitalista.

c) incoerência entre as diretrizesdo partido comunista e asrelações estabelecidas com oTibete.

d) oposição entre a política prati -cada para o Ocidente e a parao Oriente.

e) neutralidade diante dos proble -mas que afetam o contextopolítico-econômico mundial.

Texto para o teste 14.

Nossos velhos companheirosde evolução, os animais, tambémnos fazem falta. Tanto que estamoscriando inúmeros jeitos de trazê-lospara a cidade, na forma de animaisde estimação. (...) Mais do que umprazer, esse convívio seria umanecessidade biológica, que ficariaprovocando nosso subconscienteconstantemente e que nos encheriade satisfação quando atendida.

É isso que propôs o biólogoamericano Edward Wilson, ao lan -çar seu livro A Hipótese da Biofilia,em 1984. O termo biofilia significa“amor pelo que é vivo”. O interessepor outras espécies seria pré-programado no cérebro de diversosanimais, principalmente nos ma -míferos. O principal exemplo dissosão as vedetes do mundo natural:os filhotes. Quase todo mundo sederrete por esses bichinhos peque -

nos, de rosto arredondado e olhosgrandes, carac terísticas que ins -piram fragilidade e vontade deproteger. (...) Todos os mamíferos –e principalmente os humanos – jávêm pré-programados para reco -nhecer esses traços dos filhotes,mesmo que não sejam de suaespécie. Dessa forma, todos osfilhotes de mamíferos acabamtendo melhores chances desobrevivência. Mesmo depois decrescidos, essa necessidade decontato com os outros animaiscontinuaria existindo.

(Carlos Chernij, “Instinto natural”,Superinteressante – Emoção &

Inteligência, 2007 – texto editado ecorrigido)

Considere as seguintes propo -sições a respeito do texto.

I. Os filhotes de mamíferos, porcausa de sua fragilidade, nãoseriam capazes de sobreviverse não fossem protegidos pormamíferos de outras espécies.

II. O fato de o ser humano teranimais de estimação indica -ria, segundo A Hipótese daBiofilia, que o interesse poroutras espécies seria umanecessidade biológica.

III. Em “Quase todo mundo sederrete por esses bichinhospequenos”, o verbo derreter foiusado em sentido conotativo,ou seja, figurado.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.b) II , apenas.c) III , apenas.d) I e II, apenas.e) II e III, apenas.

Texto para o teste 15.

Olho o ovo com um só olhar.Imediatamente percebo que não sepode estar vendo um ovo apenas:ver o ovo é sempre hoje; mal vejo oovo e já se torna ter visto um ovo, omesmo, há três milênios. No próprioinstante de se ver o ovo ele é alembrança de um ovo. Só vê o ovoquem já o tiver visto... ver realmenteo ovo é impossível: o ovo é super -visível como há sons supersônicosque o ouvido já não ouve. Ninguémé capaz de ver o ovo... o ovo é umacoisa suspensa. Nunca pousou, foiuma superfície que veio ficarembaixo do ovo... o ovo é umaexteriorização: ter uma casca é dar-se... o ovo expõe tudo.

(Clarice Lispector, “Atualidade doovo e da galinha”)

Apesar de ser um texto literário, es -se excerto demonstra uma das ati -tudes básicas da Filosofia, que é aa) busca do que vai além do

familiar e aparente.b) valorização das questões

banais do cotidiano.c) aceitação de que a realidade é

incompreensível.d) rejeição às preocupações de

cunho social.e) expressão do maravilhamento

diante do mundo.

Texto para o teste 16.

Cessem do sábio Grego e do TroianoAs navegações grandes que fizeram;Cale-se de Alexandre e de TrajanoA fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano,A quem Netuno e Marte obedeceram;Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta.

Vocabulário:Alexandre: filho do rei Filipe II daMacedônia e conquistador de um vastoimpério. Trajano: imperador romano que realizougrandes conquistas na Ásia.Musa antiga: literatura clássica, greco-latina.

O texto acima é a terceira estrofe deOs Lusíadas, publicado por Luís deCamões em 1572. Nele, o poetaexpressa

a) a crença de que o século XVIteria superado a herança greco-latina.

b) o ideal renascentista de fusãoentre o cristianismo e o paga -nismo de origem greco-romana.

c) a ideia de que a técnica é su -perior ao conhecimento livres -co.

d) a concepção segundo a qual osaber prático equivale ao saberteórico.

e) o ideal do politeísmo comoúnica manifestação religiosaverdadeira.

Texto para os testes 17 e 18.

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães

[choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador* Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo [deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

* Cabo no norte da África. “O desapa -recimento de embarcações que ante -riormente o tinham tentado contornarlevou ao mito da existência de monstrosmarinhos e da intransponibilidade doBojador.” (Wikipédia)

O poema acima faz parte deMensagem, de Fernando Pessoa.De acordo com ele,a) o perigo diminui o valor do que

é adquirido com dificuldade.b) as questões espirituais são mais

importantes do que as patrió -ticas.

c) a religiosidade determinou odesejo de conquista marítima.

d) a expansão marítima se deve aoesquecimento da dor portu gue -sa.

e) grandes conquistas implicamgrandes sacrifícios.

Sobre o texto, só não se podeafirmar quea) os perigos do mar são apre -

sentados como reflexo dosperigos do céu.

b) há um pleonasmo expressivo noprimeiro verso (“mar salgado”).

c) o eu lírico representado nopoema é coletivo (“nós” = osportugueses).

d) o emissor do poema se dirige aum receptor personificado (omar).

e) é metafórica a associação entreo sal do mar e as “lágrimas dePortugal”.

Texto para os testes 19 e 20.

COMO A ENERGIA SOLAR FUNCIONA?

(...)Em uma célula convencional

de cristal de silício os átomos docristal estão ligados por elétronscompartilhados. Quando a luz éabsorvida, alguns elétrons dessasligações são excitados para níveisde energia mais altos. Nessascondições os elétrons podem entãose mover mais livremente pelocristal que quando estavam presosaos átomos, permitindo que umacorrente elétrica se forme.

Imagine que você pega umabola e a lança numa estante presaa uma parede. Ela pode cair emqualquer prateleira, dependendo daforça com que você a jogou. Épraticamente da mesma forma queum elétron é levado a um nível deenergia mais alto. Um fóton — umpacote de energia luminosa indivi -sível — penetra no cristal de silícioe “atira” o elétron para a prateleiramais alta, ou o nível mais alto deenergia. Lá ele permanece até que

Questão 11118888

Questão 11117777

Questão 11116666

Questão 11115555

Questão 11114444

Questão 11113333

Questão 11112222

Questão 11111111

(Allan Sieber, “Preto no Branco”,http://www1.folha.uol.com.br/fsp/quadrin/f30802200905.htm)

Texto para o teste 11.Considere a tirinha abaixo:

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sua energia seja coletada e trans -formada em eletricidade.

(...) A eficiência da potênciadas células de cristais de silício seencontra na faixa de 22% a 23%, oque significa que as células conver -tem a energia luminosa incidenteem eletricidade com essa eficiên -cia. As células disponíveis comer -cialmente para serem colocadas notelhado das casas têm uma eficiên -cia ainda menor, cerca de 15% a18%. As células solares de melhordesempenho, como as usadas emsatélites, têm eficiência que chegaa 50%.

Essa taxa de conversão émedida importante, mas os pesqui -sadores da comunidade solartambém estão preocupados com ocusto de construção de células ecom a escala de produção. Emminha opinião, a tecnologia de silí -cio não atinge as necessidades domercado de massa porque amatéria-prima e os processos demanufatura são caros. Se os pes -quisadores conseguirem produziruma tecnologia que possa adequar-se ao mercado, mesmo que sejamenos eficiente na conversão deenergia que o silício cristalino,poderemos cobrir milhões de hecta -res com esse material e gerar umagrande quantidade de energia.Muitas empresas e universidadesestão fazendo testes com outrosmateriais, como plásticos e nano -partículas, com essa finalidade.

(Scientific American Brasil, seção“Pergunte ao especialista”,

fevereiro, 2009, com adaptações)

A revista Scientific American Brasilpublicou em fevereiro de 2009 umaexplicação sobre o funcionamentoda energia solar. A explanação foifeita por A. Paul Alivisatos, diretor-chefe do Lawrence BerkeleyNational Laboratory, líder do projetode energia solar Hélios do mesmolaboratório. Observe o texto e asseguintes afirmações para respon -der ao que se pede.I. Embora o entrevistado seja

um expoente nas pesquisassobre energia solar, asinformações do texto sãoconsideradas e avaliadas deum ponto de vista pessoal.

II. A fim de ser claro, Paul Alivisa -tos compara elementos daFísica Atômica com objetos defácil identificação para leigos,como uma bola e uma estantecom prateleiras.

III. Baixar custos é condiçãonecessária para a utilizaçãoem massa da energia solar.Como a tecnologia de silício éde alto custo, alguns cientistasbuscam a substituição dessamatéria-prima.

IV. Alivisatos afirma que os cien -tis tas devam buscar materiaiscujas taxas de conversãotenham maior eficiência queas dos cristais de silício nageração de eletricidade a partirda luminosidade incidente.

É correto apenas o que se afirmaem

a) I. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, II e IV.

Assinale a alternativa incorreta.a) Quando o cristal de silício

absorve a luz, alguns elétronssão lançados para níveis deenergia mais altos.

b) Em níveis mais altos de energia,os elétrons têm maior liberdadede movimento, o que geraenergia elétrica.

c) Ao ser absorvido pelo cristal desilício, o fóton quebra-se e geraenergia elétrica por liberarelétrons.

d) O elétron permanece no nívelde maior movimentação até quea eletricidade produzida sejacoletada.

e) As células desenvolvidas paraconverter diretamente a energiada luz do sol em energia elétricatêm desempenho máximo de50%.

Considere I e II para responder aostestes de 21 a 24.

I

As rosas amo dos jardins de Adônis,Essas volucres amo, Lídia, rosas,

voadoras, velozes

Que em o dia em que nascemEm esse dia morrem.

A luz para elas é eterna, porqueNascem nascido já o sol, e acabam

Antes que Apolo deixeO seu curso visível.

Assim façamos nossa vida um dia,Inscientes, Lídia, voluntariamente,

Que há noite antes e apósO pouco que duramos.

(Ricardo Reis*)Adônis: belo jovem amado por AfroditeApolo: deus grego que dirigia o carro do

Sol

* Heterônimo de Fernando Pessoa, teria“nascido” em 1912.

II1Em Naishapur ou Babilônia, algumataça, ou amarga ou doce, sempre espuma,verte o Vinho da Vida, gota a gota,vão-se as Folhas da Vida, uma a uma.2Ah, vem, vivamos mais que a Vida, vem, antes que em pó nos deponham também,pó sobre pó, e sob o pó, pousados,sem Cor, sem Sol, sem Som, sem Sonho

[– sem.3Inferno ou Céu, do beco sem saídauma só coisa é certa: voa a Vida,e, sem a Vida, tudo o mais é Nada.A Flor que for logo se vai, flor ida.

(Omar Khayyam*)* Poeta, filósofo e matemático persa,Omar Khayyam viveu entre 1047 e 1122.Sua poesia, contida na coletâneaRubaiat (quadras), foi revelada ao Oci -den te pelo poeta inglês EdwardFitzgerald, em 1859. Essa tradução éconsiderada uma das obras clássicas daliteratura inglesa. A tradução em línguaportuguesa das três quadras transcritasé de Augusto de Campos (nascido em1931) e foi feita a partir da versãoinglesa.

Apesar da distância que separa ostextos de Ricardo Reis e OmarKhayyam no tempo e no espaço,eles guardam semelhanças entresi. Aponte a alternativa que conte -nha característica que não sejacomum a ambos.a) Consciência da fugacidade do

tempo e da transitoriedade davida, expressa em imagens deciclos.

b) Tom predominantemente refle -xivo e sentido universalizantedas considerações sobre aexistência.

c) Presença de elementos mito -lógicos (da cultura grega, no

caso de Ricardo Reis, e dapersa, no caso de OmarKhayyam).

d) Sugestão de que devemosdesfrutar a vida, porque eladura pouco e é só o que temos.

e) Convite ao prazer, justificadopela precariedade da vida epela perspectiva da morte.

A tradução de poesia oferece tantodificuldades intransponíveis quantopossibilidades expressivas nãocontidas no original. Mesmo semconhecermos o texto persa, ou suaversão inglesa, é possível afirmarque o tradutor brasileiro de OmarKhayyam, Augusto de Campos,valeu-se claramente de uma dessaspossibilidades, em língua portugue -sa, quandoa) formulou o paradoxo “tudo o

mais é Nada”.b) utilizou um lugar-comum: “beco

sem saída”.c) se valeu de um jogo de palavras

(trocadilho), em “flor ida”.d) se afastou da rima regular.e) construiu a personificação “voa

a Vida”.

O transitório, o efêmero, no poemade Ricardo Reis, é simbolizado pora) dia b) rosas c) sold) luz e) noite

Lídia, nas duas ocorrências, equi -vale sintaticamente ao termodestacado ema) “Tu, só tu, puro amor, com

força crua, / Que os coraçõeshumanos tanto obriga...”(Camões)

b) “O velho Andira, irmão doPajé, a deixou tombar e calcouno chão, com o pé ágil ainda efirme.” (José de Alencar)

c) “Ele era o famoso Ricardão, ohomem das beiras doVerde Pequeno”. (GuimarãesRosa)

d) “Casara-se com um bacharel daParaíba, o dr. Moreira Lima,juiz em Pilar”. (José Lins doRego)

e) “Somente a Ingratidão, / estapantera, / foi tua companheirainseparável” (Augusto dosAnjos)

Texto para o teste 25.

Faltou sempre um elementotransmissor, o mediador plástico dopensamento nacional, um povosuficientemente culto (...) Naconstituição de uma literatura opovo tem simultaneamente umpapel passivo e ativo: é dele queparte e é a ele que volta a inspi -ração do poeta ou do pensador.

(Antonio Candido, Formação daLiteratura Brasileira)

Sobre o texto acima, é corretoafirmar:a) Segundo o autor, o desen -

volvimento de uma literaturadepende da mediação exercidapelo público, que é origem e fimda criação literária. Nessa pers -pectiva, a literatura brasileiracarece de um público culto.

b) O “povo” a quem se refere oautor é o conjunto de escritoresnacionais, que são conside -rados “menores” se compa -rados aos escritores dali te ra tura clássica europeia.

c) Há três aspectos principais aserem observados no processode constituição de umaliteratura: o poeta (transmissor),o pensador (mediador), o povo(receptor).

d) Segundo o autor, faltam trêselementos no processo deformação da literatura brasileira:o transmissor, o mediador e umpovo culto.

e) Para Candido, se o povo fosseculto, a literatura brasileira seriamais bem vista pelos inte lec -tuais, uma vez que a inspiraçãodos leitores motivaria a ins -piração do escritor.

Questão 22225555

Questão 22224444

Questão 22223333

Questão 22222222

Questão 22221111

Questão 22220000

Questão 11119999