Quem é o devorador

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    Quem o devorador?O devorador um demnio?

    Este o verdadeiro devorador que devorava as plantaes do campo ,emboraseja feio e tenha chifres, JAMAIS o devorador citado em Malaquias,seria um

    demnio.Se s o dinheiro pode repreender o devorador (suposto diabo ),ento, onde fica a autoridade suprema do nome de Jesus? Seria o dinheiro

    mais poderoso que o nome de Jesus?

    MALAQUIAS 310 Trazei todos os dzimos casa do tesouro , para que hajamantimento na minha casa , e depois fazei prova de mim, diz oSenhor dos exrcitos, se eu no vos abrir as janelas do cu , eno derramar sobre vs tal bno , que dela vos advenha amaior abastana.11 Tambm por amor de vs reprovarei o devorador , e ele nodestruir os frutos da vossa terra; nem a vossa vide no campolanar o seu fruto antes do tempo , diz o Senhor dos exrcitos.

    No versculo temos duas coisas interessantes.10 Trazei todos os dzimos casa do tesouro

    http://malaquias3dez.blogspot.com/2010/09/o-devorador-e-um-demonio.htmlhttp://malaquias3dez.blogspot.com/2010/09/o-devorador-e-um-demonio.html
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    , para que haja mantimento na minha casaO dizimo deveria ser levado a CASA DO TESOURO para ter mantimento na casa do Senhor.Logo a CASA DO TESOURO no a igreja, pois do contrrio omantimento seria para a CASA DO TESOURO e ele no faria menoNA MINHA CASA.Como podemos ver, que, no dicionrio o

    significado da palavra "mantimento" significa: suplementosalimentares .( nada a ver com aluguel de templos ou despesas deum local de reunio )Vamos nos situar ao perodoO texto foi escrito em meados do sculo V a.C. Aps o regresso doexlio babilnico, o povo de Jud estava reconstruindo suas cidades eo Templo de Jerusalm.Por iniciativa popular iniciou-se a reconstruo, e a construo foi terminada, teve ainda dificuldades de se estabelecer como centro dareligiosidade popular.Desde os ltimos sacrifcios feitos no Templo antes do exlio tinham-se passado mais de um sculo, e a gerao sabia muito pouco sobreaquela antiga religiosidade baseada em sacerdotes.O nmero de sacrifcios e peregrinaes no era o esperado, e as

    pessoas que viviam dos ofcios religiosos notaram que nosobreviveriam assim, sem a adeso nacional.

    A CASA DO TESOURO citada era junto ao Templo em Jerusalm.Concluso da primeira parte.

    se eu no vos abrir as janelas do cu , e no derramar sobrevs tal bno , que dela vos advenha a maior abastana.

    AgriculturaDeuteronmio 1113 E h de ser que, se diligentemente obedeceres a meusmandamentos que eu hoje te ordeno, de amar ao Senhor teu Deus, ede o servir de todo o teu corao e de toda a tua alma,14 darei a chuva da tua terra a seu tempo, a tempor e a serdia,

    para que recolhas o teu gro, o teu mosto e o teu azeite;15 e darei erva no teu campo para o teu gado, e comers e fartar-te-s.- que dela vos advenha a maior abastana Dela quem? Da Janela

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    dos Cus.Logo a proposta era enviar chuvas.Termino da primeira analise.

    O devorador.11 Tambm por amor de vs reprovarei o devorador , e ele nodestruir os frutos da vossa terra; nem a vossa vide no campolanar o seu fruto antes do tempo , diz o Senhor dos exrcitos.Notem que uma narrativa a um ser material que come os frutos e avide dos campos e galhos onde esto os frutos.

    A promessa agrcola aqui mencionada no pode ser comparada areceber riqueza porque dizimou.

    At porque o dizimo devolvido e no dado.Sobre o devorador (gafanhoto)Repare que o texto em Joel capitulo 2 faz referencia direta a uma praga que assolava os campos e destrua tudo.O que Deus promete em Malaquias foi no permitir que osgafanhotos comecem tudo.

    Mas eles precisariam plantar, cuidar e colher as frutas e vegetais. Joel 2:2121 No temas, terra; regozija-te e alegra-te, porque o Senhor temfeito grandes coisas.22 No temais, animais do campo; porque os pastos do deserto jreverdecem, porque a rvore d o seu fruto, e a vide e a figueira doa sua fora.23 Alegrai-vos, pois, filhos de Sio, e regozijai-vos no Senhor vossoDeus; porque ele vos d em justa medida a chuva tempor, e faz

    descer abundante chuva, a tempor e a serdia, como dantes.24 E as eiras se enchero de trigo, e os lagares trasbordaro de

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    mosto e de azeite.25 Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador , pelo destruidor e pelo cortador , o meu grandeexrcito que enviei contra vs outros. ( no tem nada a ver comdemnio)26 Comereis abundantemente, e vos fartareis, e louvareis o nome doSENHOR, vosso Deus, que se houve maravilhosamente convosco; e omeu povo jamais ser envergonhado.27 Sabereis que estou no meio de Israel e que eu sou o SENHOR,vosso Deus, e no h outro; e o meu povo jamais serenvergonhado.Em comparao de Joel com Apocalipse

    APOCALIPSE 91 O quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do cucara sobre a terra; e foi-lhe dada a chave do poo do abismo.2 E abriu o poo do abismo, e subiu fumaa do poo, como fumaade uma grande fornalha; e com a fumaa do poo escureceram-se osol e o ar.3 Da fumaa saram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder,como o que tm os escorpies da terra.4 Foi-lhes dito que no fizessem dano erva da terra, nem a verduraalguma, nem a rvore alguma, mas somente aos homens que notm na fronte o selo de Deus.5 Foi-lhes permitido, no que os matassem, mas que por cincomeses os atormentassem. E o seu tormento era semelhante ao

    tormento do escorpio, quando fere o homem.6 Naqueles dias os homens buscaro a morte, e de modo algum aacharo; e desejaro morrer, e a morte fugir deles.(xodo 10,12)Ento o SENHOR disse a Moiss: Estende a mo sobre o Egito, paraque os gafanhotos invadam a terra e devorem toda a vegetao do

    pas, tudo o que o granizo poupou.(xodo 10,19)O SENHOR mudou a direo do vento, que comeou a soprar muitoforte do ocidente, arrastando os gafanhotos e lanando-os no mar

    Vermelho. No ficou um s gafanhoto em todo o territrio do Egito.(Deuteronmio 28,38)Semears o campo em abundncia mas pouco colhers, pois osgafanhotos ho de comer tudo.(II Crnicas 6,28)Se vier fome sobre a terra, ou peste, ou seca, gafanhotos oulagartas, se os inimigos apertarem teu povo em algumas de suascidades ou se ocorrer qualquer outra praga ou doena,O mesmo gafanhoto em quatro fases de sua vida.1 O cortador (pequeno),2 Migrador,3 Devorador e

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    4 Destruidor (grande).O Cortador mora na lavoura;o Migrador age de surpresa na lavoura;o Devorador Impede que haja colheitae o Destruidor mata o agricultor e a famlia.O Cortador assola/come as folhas;O Migrador destroa os galhos;o Devorador tira-lhe a casacae o Destruidor derruba a planta lana-a por terra.Ele no tem estomago.Vai comendo e defecando. o famoso buraco negro.Onde ele passa deixa sujeira para trs.Observe o contexto, se continuar a leitura, voc ver o que Deus est

    prometendo.campos abundantes e frutferos. Campos precisam ser trabalhados.Deus no promete a ningum riqueza ou dinheiro fcil.Deus no prometeu que enviaria legies de anjos com tratores paratrabalhar o campo por ns. A promessa de que Ele manter a suafonte de renda frutfera.Isto muito diferente de pensar que ficaremos ricos.No demos ouvidos heresia da teologia da prosperidade.Para fechar com chave de ouro.

    Algum j leu na Bblia sobre espritos devoradores que atormentamos no dizimistas ?

    a) Existe o esprito devorador? b) Ele um demnio a servio do Diabo? c) Ele pode ser expulso em o Nome de Jesus? Foi despojado naCruz? Temos essa autoridadeMateus 2323 Ai de vs, escribas e fariseus, hipcritas! porque dais o dzimo dahortel, do endro e do cominho , e tendes omitido o que h demais importante na lei , a saber, a justia, a misericrdia e a f;estas coisas, porm, deveis fazer, sem omitir aquelas.24 Guias cegos! que coais um mosquito, e engulis um camelo.

    Vimos que, esta cantiga de demnio devorador, pura imposio demedo colocado sobre as pessoas para que no parem de dizimar,servindo de ameas em nome de Deus, e um erro dos gravssimos,

    pois, Jesus deixou claro que temos poder para pisar serpentes eescorpies, e NENHUM mal te suceder ! J que os pregadoresinsistem em dizer que s o dzimo que repreende o devorador, ento,esto colocando o dinheiro mais poderoso do que o nome de Jesus !E ainda esto fazendo oraes em vo na hora da coleta dos dimos edas ofertas, pois, oram dizendo: " Deus ! Em nome de JesusCristo,prospera seus filhos que dizimaram e ofertaram nesta noite !

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    Logo, os crentes so abenoados pela orao e no pelo fato de por dinheiro no gazofilcio, pois, se assim fosse, os ricos deste mundoseriam mais milionrios ainda, visto que era s dizimar na igreja quesuas rendas aumentariam .Pois fizeram da igreja,( templo ) umbanco de juros, que retribui conforme a medida que voc deposita.

    DEFINIO DE DZIMOS E OFERTAS.

    A palavra hebraica para dzimo (maaser) significa literalmente a dcima parte.

    (1) Na Lei de Deus, os israelitas tinham a obrigao de entregar a dcima parte das criasdos animais domsticos, dos produtos da terra e de outras rendas como reconhecimentoe gratido pelas bnos divinas (ver Lv 27.30-32; Nm 18.21,26; Dt 14.22-29; ver Lv27.30). O dzimo era usado primariamente para cobrir as despesas do culto e o sustentodos sacerdotes. Deus considerava o seu povo responsvel pelo manejo dos recursos queEle lhes dera na terra prometida (cf. Mt 25.15 nota; Lc 19.13).

    (2) No mago do dzimo, achava-se a idia de que Deus o dono de tudo (x 19.5; Sl24.1; 50.10-12; Ag 2.8). Os seres humanos foram criados por Ele, e a Ele devem oflego de vida (Gn 1.26,27; At 17.28). Sendo assim, ningum possui nada que no hajarecebido originalmente do Senhor (J 1.21; Jo 3.27; 1Co 4.7). Nas leis sobre o dzimo,Deus estava simplesmente ordenando que os seus lhe devolvessem parte daquilo queEle j lhes tinha dado.

    (3) Alm dos dzimos, os israelitas eram instrudos a trazer numerosas oferendas aoSenhor, principalmente na forma de sacrifcios. Levtico descreve vrias oferendas

    rituais: o holocausto (Lv 1; 6.8-13), a oferta de manjares (Lv 2; 6.14-23), a oferta pacfica (Lv 3; 7.11-21), a oferta pelo pecado (Lv 4.15.13; 6.24-30), e a oferta pelaculpa (Lv 5.146.7; 7.1-10).

    (4) Alm das ofertas prescritas, os israelitas podiam apresentar outras ofertasvoluntrias ao Senhor. Algumas destas eram repetidas em tempos determinados (ver Lv22.18-23; Nm 15.3; Dt 12.6,17), ao passo que outras eram ocasionais. Quando, por exemplo, os israelitas empreenderam a construo do Tabernculo no monte Sinai,trouxeram liberalmente suas oferendas para a fabricao da tenda e de seus mveis (x35.20-29). Ficaram to entusiasmados com o empreendimento, que Moiss teve deordenar-lhes que cessassem as oferendas (x 36.3-7). Nos tempos de Jos, o sumosacerdote Joiada fez um cofre para os israelitas lanarem as ofertas voluntrias a fim decustear os consertos do templo, e todos contriburam comgenerosidade(2Rs 12.9,10).Semelhantemente, nos tempos de Ezequias, o povo contribuiu generosamente s obrasda reconstruo do templo (2Cr 31.5-19).

    (5) Houve ocasies na histria do Antigo Testamento em que o povo de Deus reteveegoisticamente o dinheiro, no repassando os dzimos e ofertas regulares ao Senhor.Durante a reconstruo do segundo templo, os judeus pareciam mais interessados naconstruo de suas propriedades, por causa dos lucros imediatos que lhes trariam, doque nos reparos da Casa de Deus que se achava em runas. Por causa disto, alertou-lhesAgeu, muitos deles estavam sofrendo reveses financeiros (Ag 1.3-6). Coisa semelhanteacontecia nos tempos do profeta Malaquias e, mais uma vez, Deus castigou seu povo por se recusar a trazer-lhe o dzimo (Ml 3.9-12).

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    A ADMINISTRAO DO NOSSO DINHEIRO.

    Os exemplos dos dzimos e ofertas no Antigo Testamento contm princpiosimportantes a respeito da mordomia do dinheiro, que so vlidos para os crentes do Novo Testamento.

    (1) Devemos lembrar-nos que tudo quanto possumos pertence a Deus, de modo queaquilo que temos no nosso: algo que nos confiou aos cuidados. No temos nenhumdomnio sobre as nossas posses.

    (2) Devemos decidir, pois, de todo o corao, servir a Deus, e no ao dinheiro (Mt 6.19-24; 2Co 8.5). A Bblia deixa claro que a cobia uma forma deidolatria (Cl 3.5).

    (3) Nossas contribuies devem ser para a promoo do reino de Deus, especialmente para a obra da igreja local e a disseminao do evangelho pelo mundo (1Co 9.4-14; Fp4.15-18; 1Tm 5.17,18), para ajudar aos necessitados (Pv 19.17; Gl 2.10; 2Co 8.14; 9.2), para acumular tesouros no cu (Mt 6.20; Lc 6.32-35) e para aprender a temer ao Senhor (Dt 14.22,23).

    (4) Nossas contribuies devem ser proporcionais nossa renda. No AntigoTestamento, o dzimo era calculado em uma dcima parte. Dar menos que isto eradesobedincia a Deus. Alis equivalia a roub-lo (Ml 3.8-10). Semelhantemente, o Novo Testamento requer que as nossas contribuies sejam proporcionais quilo queDeus nos tem dado (1Co 16.2; 2Co 8.3,12; ver 2Co 8.2).

    (5) Nossas contribuies devem ser voluntrias e generosas, pois assim ensinado tanto

    no Antigo Testamento (x 25.1,2; 2Cr 24.8-11) quanto no Novo Testamento (ver 2Co8.1-5,11,12). No devemos hesitar em contribuir de modo sacrificial (2Co 8:3), pois foicom tal esprito que o Senhor Jesus entregou-se por ns (ver 2Co 8.9 nota). Para Deus, osacrifcio envolvido muito mais importante do que o valor monetrio da ddiva (ver Lc 21.1-4).

    (6) Nossas contribuies devem ser dadas com alegria (2Co 9.7). Tanto o exemplo dosisraelitas no Antigo Testamento (x 35.21-29; 2Cr 24.10) quanto o dos cristosmacednios do Novo Testamento (2Co 8.1-5) servem-nos de modelos.

    (7) Deus tem prometido recompensar-nos de conformidade com o que lhe temos dado

    (ver Dt 15.4; Ml 3.10-12; Mt 19.21; 1Tm 6.19; ver 2Co 9.6).

    O dzimo, como verdade bblica, por mais que parea hoje um tema comum(debate-se acerca de seu uso e da forma como solicitado pelas diversasdenominaes), j foi alvo de esquecimento e, ainda hoje, objeto de distoresquanto sua validade, finalidade e aplicao.

    No podemos esquecer que: Deus no tem mudado; o dzimo ainda deve serusado para o sustento do ministrio. O comeo da Obra em vrios campos requermais eficcia ministerial do que a que temos agora, e tem que haver fundos natesouraria.

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    Lamentavelmente, como todas as doutrinas da Escritura, o dzimo tambm estsendo atacado, mesmo no seio da igreja, sendo tais ataques ajuntados a umavelada ou explcita resistncia organizao devido a eventuais erros que possamestar sendo cometidos em seu seio ou mesmo por injustificada suspeita de ascoisas no estarem sendo bem dirigidas. Questionam-se os motivos dos que pedempara a obra e muitas vezes alimentam-se sentimentos de que se est sendoenganado ou defraudado, como resultado perde-se a noo de uma sagradareserva, e prejudicado o avano da obra que deve ir at os confins da Terra.

    Pretende-se apenas revisar, aqui, sucintamente, os ensinos bblicos de umaperspectiva adventista. Neste estudo ser abordado, tambm, o assunto dasofertas, uma vez que est ligado ao tema principal deste estudo (Ml 3:8).

    O Antigo Testamento faz referncia ao dzimo 35 vezes e o Novo Testamento dezvezes. Tais passagens sero citadas e examinadas na mediada das possibilidadesdeste artigo, mais frente.Vale a pena lembrar a advertncia aos pastores e igreja:

    Alguns deixam de educar o povo a cumprir com todo o seu dever. Pregam parte denossa f que no cria oposio ou desagrada aos ouvintes, mas no declaram todaa verdade. O povo aprecia-lhes a pregao, mas h falta de espiritualidade porqueos reclamos do Senhor no so atendidos. Seu povo no lhe d em dzimos eofertas o que lhe pertence. Esse roubo a Deus, praticado tanto pelos ricos comopelos pobres, traz trevas s igrejas; e o ministro que com elas trabalha, e no lhesmostra a vontade de Deus claramente revelada, condenado com o povo, pornegligenciar seu dever.

    Tal declarao, a meu ver, um motivo bastante significativo, alm dos textosbblicos, para um contnuo esforo denominacional, que inclua maior compreenso,melhor emprego e, finalmente, mais fidelidade nesta rea.

    A Teologia do Dzimo nas Escrituras

    Reconhecendo a autoridade do dzimo em relao a lei mosaica (Gn 14:20; 28:22;Hb 7:5-10), pode ser entendido que o sistema independente do sacerdciolevtico, reconhecido e praticado mesmo por Abrao, o maior dos patriarcas, o paida f. Alis, f o elemento chave, para a fidelidade a Deus, especialmente nesteassunto. A fidelidade requer confiana total na promessa de Deus (Ml 3:10-13).

    Foi somente aps a sada dos israelitas do Egito que o dzimo foi regulamentadopara o sistema levtico. Ele era dado ao levita, devido a no ter herana na terra,isto , ele vivia exclusivamente para o servio religioso e isso lhe dava direito a

    todos os dzimos (Lv 27:30-34).Como oferta para o ministrio o dzimo pertence realmente a Deus, no deve sertrocado sob pena de multa de um quinto, ou seja, vinte por cento, e em setratando de dzimos de animais a sua troca implicara na perda do trocado, isto ,multa de cem por cento, para quem tentasse obter lucro trocando um dzimo gordopor uma substituio mais magra. A lei fazia clara proibio, que desestimulava asartimanhas do corao egosta enfatizando: no esquadrinhars entre o bom e oruim. Sua entrega deveria ser feita somente aos levitas, que atuavam comosacerdotes e, que dariam famlia de Aro, o dzimo dos dzimos (Nm 18:20-26;Ne 10:37-38; 12:44; 13:5-12).

    Sendo anterior a Moiss e proclamando o princpio de que Deus o verdadeirodono de tudo, exercendo um convite a liberdade e denunciando o corao egosta eavarento, nutrindo a obra de Deus com ddivas altrustas de um corao convertido

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    e liberal, fazendo sentido as palavras realmente inspiradas: O sistema especial do dzimo baseia-se em um princpio to duradouro como a leide Deus.Reivindicando ter recebido luz direta de Deus, Ellen G. White repudia a ao de umhomem, entre outros, que proclamava a no devoluo do dzimo. Suas palavrasainda definem o assunto como terra santa e apela com sensibilidade:

    Como ousa ento o homem at mesmo pensar em seu corao que uma sugestopara reter o dzimo e ofertas vem do Senhor? Onde, meu irmo, vos desviastes docaminho? Oh, ponde vossos ps de novo no caminho reto!

    O Dzimo no Antigo Testamento

    Antes que teamos maiores comentrios, o esboo a seguir ajudar a compreenderas rendas do Templo e suas finalidades:

    1) Para os sacerdotes (levitas da famlia de Aro), conforme Nmeros 18:9-26 eLevtico 5:15-7:35 destacamos:

    a) Todas as ofertas que no eram queimadas.b) Toda coisa consagrada a Deus por voto.c) Todas as primcias.d) Todos os primognitos dos animais.e) O dzimo dos dzimos dado pelos levitas.

    2) Para os levitas (Nm 18:21-32) Os dzimos de tudo em Israel.

    3) Para os pobres destinava-se um segundo dzimo. Dt 12, 14, 26. Sobre essesegundo dzimo falaremos mais adiante. Havia tambm outras provises mosaicasdestinadas a proteger os desafortunados como a respiga e o ano sabtico (Dt24:19-10; 25:9-10), mas este no o assunto do presente estudo.

    4) Para a construo, reforma e manuteno do Templo.a) O imposto anual.b) O dinheiro do resgate das pessoas.c) Coleta feita pelos sacerdotes.d) Ofertas voluntrias trazidas ao Templo.Mesmo respeitando os limites deste trabalho, nos perguntamos como foramadministrados os dzimos e ofertas em Israel?

    Os exemplos seguintes nos ajudaro a compreender alguns aspectos da questo:

    Sob Jos. A reforma de Jos, (cerca de 835 a 796 a.C.) foi uma reforma do Templo

    e dos seus servios. Essa empreitada de arrecadao de fundos, para usar umalinguagem bem atual, foi encomendada pelo rei aos sacerdotes. Estes deveriam sairpelas cidades de Jud e levantar dinheiro de todo Israel com o objetivo de reparar

    a casa do vosso Deus de ano em ano (2Cr 24:1-14). Tambm cobrou ao doslevitas quanto ao imposto de Moiss que havia sido institudo para esse fim (v.6).Aps haverem conclamado a nao, os levitas receberam esse dinheiro dosisraelitas at que a obra foi concluda (vv. 9-10). Esse imposto anual, foiestabelecido no deserto com o objetivo especfico de manter e reformar o Templo ecorrespondia a metade de um siclo segundo o siclo do santurio (x 30:11-16).

    O dicionrio diz que o siclo era uma moeda dos judeus, de prata pura e que pesavaseis gramas. O shekel ou siclo, era uma moeda de prata pura (meio siclo) que cadaum pagava para os gastos de reparao do Templo e para os sacrifcios, para operdo do povo. O prazo do pagamento era do dia primeiro ao dia quinze do msde Adar. Este costume continua at nossos dias,...

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    Todo judeu adulto era obrigado a recolher anualmente este imposto e,especificamente nesta poca de Jos, estava sendo depositado numa arca deofertas, no Templo (2Cr 24:8).

    Alm do imposto do Templo, Jos usou para as despesas da reforma o dinheiro doresgate das pessoas (Lv 27:1-15), as ofertas voluntrias (2Rs 12:4). E aarrecadao feita pelos sacerdotes (2Rs 12:5). Os dzimos continuavam exclusivospara o sacerdcio.

    Sob Ezequias. Mentor de uma reforma espiritual que chamava todo o povo para umreavivamento, o rei Ezequias (729 a 686 a.C.) tomou medidas financeiras pararestaurar atividade o Santurio (2Cr 31:2-21). O rei custearia as cerimniasdirias da manh e da tarde, dos sbados, luas novas e festas fixas, conforme a leido Senhor (v. 3 e Nm 28:1-29). O povo contribuiria com a parte devida aossacerdotes e levitas, que eram os dzimos e as ofertas (v. 4-6 e Nm 18) e o fez comtal abundncia que foi necessrio preparar novos depsitos (v.11), e ali recolherfielmente as ofertas, os dzimos e as coisas consagradas (v. 12).

    Havia dois grupos encarregados de administrar as entradas, em separado:

    (1) Um intendente e sua equipe para os dzimos e pores dos sacerdotesnominalmente. Recebiam o pagamento apenas os que estavam oficialmenteregistrados como ministros de Deus (vv. 17-19). Eles no recebiam os dzimosdiretamente dos adoradores, mas da tesouraria centralizada que coordenava toda adistribuio das pores dos dzimos e rendas dos que, no tendo outra atividade,viviam somente para o servio religioso da obra do Senhor (vv. 14, 15 e 19). Aspores eram para todos os levitas, sem discriminao.

    (2) Outro intendente levita, Cor, e a sua equipe controlava as ofertas e sua

    distribuio aos que serviam no Templo em seus turnos (vv. 14-16).A reforma de Ezequias obedeceu s diretrizes que se encontravam nas leis emandamentos de Deus (v.21). No eram idias de organizao originais do rei, masum retorno ao modelo divino abandonado durante a apostasia. Deus as aprovou eabenoou, uma vez que foram declaradas boas, retas e verdadeiras (vv. 20 e 21).Os dzimos continuavam exclusivos para o sacerdcio.Sob Josias. A reforma posterior, do rei Josias (640 a 609 a.C.), seguiu o mesmopadro de Jos e Ezequias. As ofertas voluntrias e o imposto do Templocontinuavam ainda a serem depositadas na caixa porta do Santurio (2Rs 22:1-7;2Cr 24:8-10; 31:14).

    Sob Neemias. Depois de recolhidos, em produtos diversos, os dzimos e as ofertas,eram levados a depsitos prprios para cada ddiva, como menciona Neemias(12:44). Esse procedimento chama a ateno, uma vez que tratava-se de umareforma espiritual que ocorria aps o retorno do cativeiro (ca. 444 a.C.). Talreforma foi seguida de um apelo devoluo das pores prescritas na lei eenvolviam ofertas, primcias, dzimos e outras de acordo com a Torah. Tendodeterminado depsitos especficos para cada oferta, afim de no misturar entradasque tinham finalidades diferentes, Neemias tambm elegeu tesoureiros, centralizoua entrega dos recursos no Santurio de onde se distribuam as pores aos levitas esacerdotes, cada um em sua funo. sintomtica a preferncia por um centrorecebedor e uma fiel equipe de sacerdotes que fizesse a distribuio a seusirmos ficando uma equipe em Jerusalm para os sacerdotes e outras nas cidadesdos levitas (Ne 12:44-47; 13:10-13).

    O ministrio de Malaquias. Em Malaquias 3:8-10 (ca. 400 a.C.), o profeta refere-se

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    a essa Casa do Tesouro do Templo, com a sua administrao e organizao, naqual os dzimos no eram misturados com as ofertas e coisas consagradas, mastinham seu controle por um corpo de levitas nomeado especialmente para recebere dar as pores aos sacerdotes. A nfase de Malaquias a falta de bnos emvirtude de no devolverem os dzimos fielmente, pois deveriam traz-lo aJerusalm sob a superviso dos sacerdotes (dzimo dos dzimos e ofertas especiais)e manter a poro dos levitas em suas cidades para que os tesoureiros, tambmlevitas, fizessem a distribuio conforme fosse necessrio.

    Segundo McConville, mencionado por E. E Carpenter, j citado acima, Neemiasrepresenta a mais antiga tradio acerca do uso do dzimo e deriva deDeuteronmio e Nmeros.

    No podemos esclarecer, evidentemente, todos os detalhes referentes ao uso dodzimo levtico em Israel, mas podemos, com razovel segurana entender que essedzimo era a dcima parte das rendas do adorador, obrigatria, que no podia sertrocada ou resgatada, no todo ou em parte, era consagrada ao ministrio, nopodendo ser utilizada para nenhuma outra finalidade ou servio, mesmo do

    Santurio, e que sua administrao no era feita pelos sacerdotes individualmentee nem pelo adorador, mas por uma equipe designada dentre os prprios levitas;alm do mais, dito pertencer a Deus e por isso deve ser devolvida (Lv 27; Ml 3:8-10). Por outro lado, quanto s ofertas, elas pertencem ao homem (Dt 16:10), ocritrio de quanto dar do homem (Dt 16:17), podem ser usadas para vriasfinalidades (x 30:12, 13; 2Cr 31:14; 24:6, 9; Ne 10:32), por isso damos. Foi aliberalidade e obedincia dos israelitas ao princpio desses usos adequados nasdiversas ofertas que possibilitou toda a construo, manuteno e reformas doTemplo em vrias pocas sem lanar mos do dzimo, conforme Deus prescrevera.

    O Dzimo no Novo Testamento

    A palavra dzimo no usada de forma direta nas instrues igreja sobre oassunto, no entanto bom lembrar que a omisso no invalida a doutrina e nem oNovo Testamento se destinava a ser o instrumento nico que vai estabelecer asdoutrinas vlidas da igreja. Uma doutrina no precisa ser repetida nos escritosneotestamentrios para ser validada. Alis, o Antigo Testamento eram as Escriturasusadas pelos apstolos e na qual respaldavam seus ensinos. Encontramos, porm,no Novo Testamento, o ensino do dzimo abordado de outra forma, nos argumentosem favor de uma viso mais exaltada do ministrio cristo e seu direito justaremunerao. Como o dzimo subsistia, anteriormente, sem a lei levtica, como jfoi visto, persevera aps ela.

    Na epstola aos Hebreus, captulo sete, menciona-se a exclusividade dos levtas

    para recolher o dzimo dentro do sistema Mosico. O autor de Hebreus aproveita aoportunidade para chamar a ateno de que em Abrao (antepassado dos levtas)Levi, havia dado os dzimos para um sacerdcio superior, institudo por Deus.Mequizedeque representante do sacerdcio de Cristo, superior ao aarnico elevita. Aqui, mais uma vez, o dzimo mencionado em sua anterioridade aosistema levtico e declarada a sua natureza sagrada e exclusiva para o ministrio,servindo inclusive, para identificar a importncia do ministrio no levtico deMequizedeque, pois que esse recebeu dzimos do prprio Abrao. Embora no sejao propsito direto da passagem em questo, somos levados a pensar, se, osdzimos dados a Mequizedeque, no apontam para o princpio da manutenosacerdotal que passa por Moiss, chega ao NT e permanece at os dias atuais,lembrando que o atual ministrio uma extenso, na Terra, daquele que estsendo desenvolvido pelo Salvador no Santurio do Cu. No o ministrio daigreja, por meio dos que vivem do evangelho, uma extenso do ministriosalvador de Cristo?

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    O fariseu, estrito cumpridor da Lei, no esquecia de devolver seu dzimo fiel,mesmo que fosse do endro e do cominho (Lc 18:12). Embora sua negligncia da

    justia, misericrdia e f merecesse a reprovao de Jesus, o Salvador no deixoupassar a oportunidade para reiterar o princpio da fidelidade nos dzimos: fazeiestas coisas sem omitir aquelas. Ou seja, no use o dzimo para negligenciar amisericrdia, no use a misericrdia para negligenciar o dzimo (Lc 11:42; Mt23:23). Uma advertncia do prprio Salvador contra a religio unilateral.

    Interessante notar que, os fariseus acusavam Jesus de muitas coisas, porm jamaisde no ser dizimista ou pregar contra esse sistema. Esse aspecto se torna maisrelevante quando lembrado que o Salvador condenava a avareza dos fariseus (Mt23:14, 16, 17; Lc 16:14), descritos nos Evangelhos como uma elite cultural ereligiosa da poca (Mt 23:2). Alm disso, suas disputas pelos cargos sacerdotais eas corrupes decorrentes no foram suficientes para impedir de Jesus de fazer oapelo pela lealdade do dzimo: fazei estas coisas.

    A defesa de Paulo para a remunerao dos ministros do evangelho, tem sua base

    argumentativa nos textos do AT que se referem s entradas que mantinham ossacerdotes (1Co 9:6-14). Segundo ele:

    1) Havia apstolos que no trabalhavam secularmente (v. 6).

    2) Pagar ministros era uma prescrio da lei (v. 8 e 9), e esta o fazia pelo sistemade dzimos (Nm 18).

    3) O verso 13, diga-se, uma referncia direta do dzimo. Pois baseia seu apelopara o pagamento de ministros da igreja no direito dos sacerdotes e levitas quetinham seu sustento garantido pelo dzimo, a principal de suas entradas. Afinal noeram os sacerdotes e levitas os nicos que se podiam achegar ao altar e prestar o

    servio sagrado no Templo (Nm 18:20-26)?4) Essa parte, devida aos sacerdotes, um direito do qual j estavam fazendo uso(vv. 10 e 12).

    5) O mesmo sistema deve ser usado para os ministros do evangelho (v. 14).

    6) Um direito do qual Paulo abriu mo (1 Co 9:12, 15), entre os corntios (2Co11:7), mas por causa da contestao do seu apostolado (2Co 11:5, 6) e para nodar ocasio aos falsos apstolos (2Co 11:8 a 13), no entanto usou desse direitoaceitando salrio de outras igrejas (2Co 11:8).

    7) Esse um direito to natural, segundo o apstolo, como de algum que plantauma vinha (1Co 9:7; Dt 20:6) e dela cuida (Pv 27:18).

    Alm disso, pagar os pastores justo, especialmente aos que servem na pregaoe no ensino (1Tm 5:17-18). Deve ser feito de tal maneira que no desperteganncia (1Pe 5:2). Afinal, o objetivo que o pastor, pago pela igreja, no seembarace com as coisas desta vida e assim, sirva bem causa de Deus (2Tm 2:4).

    V-se pois, que, mesmo antes de Moiss, o sistema de manuteno dos ministrosde Deus era basicamente pelo dzimo; assim foi durante a teocracia em Israel paraa manuteno dos levitas e sacerdotes do Templo de Jerusalm; foi sancionado porJesus; a manuteno dos ministros do evangelho foi defendida por Paulo usando alinguagem e as idias do sacerdcio levtico do AT; e, uma vez que a Bblia noapresenta nenhum outro sistema, parece lgico concluir que esse o plano quedeve ser usado hoje em dia na igreja. Qualquer outro sistema assume a condio

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    de uma criao meramente humana tentando substituir o plano de Deus.

    O Segundo Dzimo

    Alm do (a) dzimo levtico (Nm 18; Lv 27), as hipteses de estudiosos defendemora (b) dois dzimos (um para a adorao em famlia e os pobres e o outro para oslevitas e sacerdotes), ora (c) trs dzimos (levitas, pobres e para a famlia,elevando os donativos dos israelitas a um montante fixo de 30% de suas rendassem contar as doaes especiais j mencionadas neste trabalho).

    H referncia tambm ao dzimo do rei, um sistema de impostos, que no serdiscutido aqui visto no envolver o tema deste estudo.

    As passagens em contraste com Nmeros e Levtico acima mencionadas soDeuteronmio 12:6-18; 14:22-28; 26:12-14. Vejamos:

    1) Deuteronmio 12:5-18. Promovendo a adorao em famlia. A nfase est nouso de uma dcima parte das rendas para a adorao em famlia. Os servos e olevita estariam presentes como participantes. O lugar mencionado nesta passagem uma referncia ao local onde estivesse o tabernculo, Templo israelita. O levitano recebia esse dzimo pois era apenas um convidado ao banquete religioso dafamlia.

    2) Deuteronmio 14:22-28. Lembrando dos pobres, vivas e rfos. Basicamente omesmo contedo da passagem anterior com algumas informaes adicionais. Obanquete seria realizado a cada terceiro ano, evidentemente dentro do crculosabtico, isto , ao terceiro e sexto anos. Caso o adorador morasse longe e fossedificultoso transport-lo , esse dzimo poderia ser vendido, se fosse de produtosagro-pecurios, e trocado por dinheiro (o que no era permitido fazer com o dzimodos sacerdotes), e levado ao local do templo e no lugar determinado ele faria a

    festa. Nos outros anos o banquete deveria ser realizado em casa e a lista deconvidados, desta vez, seria aumentada estendendo-se aos pobres, vivas erfos. Mais uma vez o adorador quem faz uso desse dzimo ao seu bel-prazer e olevita no o recebe, ele , novamente apenas mais um convidado, como os demais,visto no ter herana na terra.

    Ser visto em seguida alguns comentaristas sobre Dt 14:22-28:

    Diz Adam Clark:

    Trata-se do segundo dzimo que eles deviam comer, v. 23. Havia um primeirodzimo que era dado aos levitas do qual pagavam a dcima parte aos sacerdotes.

    Nm 18:24 a 28; Ne 10:37 a 38.Ento, do restante, o proprietrio separava um segundo dzimo, que ele comiaperante o Senhor no primeiro e no segundo ano; e no terceiro ano era usado paraos levitas e os pobres, Dt 14:28 a 29. No quarto e quinto anos ele era comidonovamente pelos proprietrios, e no sexto era dado aos pobres. O stimo ano eraum Sbado, para a terra, e ento todas as coisas eram comuns.Diz o The New Bible Commentary:

    Assim para ser entendido do segundo dzimo, que parece ser o mesmo dzimo doterceiro ano mencionado logo abaixo, v. 28 e Dt 26:12, o qual pode ser visto acimano captulo 12:17 (...) deste dzimo dito ser um ato do povo, Dt 26:12, e oslevitas no so mencionados em ambos os lugares como recebedores, mas apenascomo participantes juntamente com os proprietrios...

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    Matthew Poole:

    Quando Moiss falou estas palavras o princpio do dzimo j era bem aceito emIsrael. (...) Para assinalar a sacralidade do todo, um percentual definitivo eracolocado de lado e dedicado no Santurio. Este o chamado segundo dzimo, emcontraste com o dzimo dos produtos dados para manter os levitas (ver Nm 18:26 a28)...

    3) Deuteronmio 26:12-14.

    Nesta passagem tem-se a ltima referncia sobre este dzimo especial ou segundodzimo, sendo que a nfase recai no seu uso a cada terceiro ano. Mais uma vez oadorador usa e administra este dzimo como quer, sendo o pobre e o levita apenasconvidados para a festa. Mais uma vez o levita no o recebe, apenas dele participa.

    Pode-se concluir, pois, com razovel segurana, que as trs passagens doscaptulos 12, 14 e 26 de Deuteronmio se completam. A concluso, que pode sertirada por uma atenta leitura, claramente compartilhada por Ellen G. White:

    A fim de promover a reunio do povo para o servio religioso, bem como para sefazerem provises para os pobres, exigia-se um segundo dzimo de todo o lucro.Com relao ao primeiro dzimo, declarou o Senhor: Aos filhos de Levi tenho dadotodos os dzimos em Israel. Nm 18:21.

    Mas em relao ao segundo ele ordenou: Perante ao Senhor teu Deus, no lugarque escolher para fazer ali habitar o seu nome, comereis os dzimos do teu gro, doteu mosto, e do teu azeite, e o primognito das tuas vacas e das tuas ovelhas: paraque aprendam a temer o Senhor teu Deus todos os dias. Deuteronmio 14:23 e 29;16:11 a 14. Esse dzimo, ou o seu equivalente em dinheiro, deviam por dois anostrazer ao lugar em que estava estabelecido o Santurio.

    Depois de apresentarem uma oferta de agradecimento a Deus, e uma especificadaporo ao sacerdote, os ofertantes deviam fazer uso do que restava para uma festareligiosa, da qual deviam participar os levitas, os estrangeiros, os rfos e asvivas. Assim tomavam-se providncias para as aes de graas e festas, nassolenidades anuais, e o povo era trazido associao com os sacerdotes e levitas,para que pudessem receber instruo e animao no servio de Deus.

    A cada terceiro ano, entretanto, este segundo dzimo devia ser usado em casa,hospedando os levitas e os pobres, conforme Moiss dissera: Para que comamdentro das tuas portas, e se fartem. Dt 26:12. Este dzimo proveria um fundo parafins de caridade e hospitalidade.

    Apesar de haver comentaristas que defendem a existncia de duas legislaes:uma para o povo quando vagueava no deserto, em Nm 18, e outra para o povo jestabelecido em Cana, em Dt 12, 14, e 26, conforme j mencionadoanteriormente, a Enciclopdia judaica comunga com o pensamento de um segundodzimo, com aplicaes diferentes, nos termos apresentados, basicamente por EllenG. White:

    Maaser Sheni, heb., 2. Dzimo. Oitavo tratado (7 em alguns cdigos) na ordemmishnaica de Zeraim, contendo cinco captulos. (...) Trata, principalmente, dosdzimos comidos em Jerusalm (Dt 14:22 a 27) e a maneira de resgat-los emdinheiro.

    Declara ainda:

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    Maaserot ou Maaser Rishon (em heb., dzimo ou 1. dzimo (...). Trata do dzimodado ao levita (Nm. 18:21).

    Maaser (dzimo). Uma dcima parte da produo. Esta costumava ser separadacomo oferenda religiosa. Esse costume tem origem antiga, como por exemplo,Abrao dando o dzimo um dcimo de tudo a Melquizedeque (Gn 14:18 a 20). A lei

    judaica relaciona vrios dzimos obrigatrios. (1) Primeiro dzimo (Nm 18:24) dadoaos levitas, depois da separao da terumah (oferenda retirada) para ossacerdotes; no tempo do segundo Templo este dzimo tambm era dado aossacerdotes.

    A Mishnah em seu tratado Maaserot trata desse dzimo.

    (2) Segundo dzimo (Lv 27:30 a 31; Dt 14:22 a 26), isto um dcimo adicionaltomado depois do 1. dzimo. Este era consumido pelo prprio dono em Jerusalm.Usava-se apenas durante os 1., 2., 4., e 5. ano do ciclo sabtico. Ospormenores esto no tratado do Maaser Sheni.

    (3) Dzimo dos pobres (Dt 14:28 a 29 e 26:12) dado aos pobres e substituindo osegundo dzimo no 3. e 6. ano do ciclo sabtico.

    (4) Dzimo dos animais (Lv 27:32) escolhidos na contagem feita trs vezes no anoe oferecidos em sacrifcio pelo dono (Veja tratado Bekhorot). Os levitas tinham quepagar um dzimo que eles prprios recebiam (Nm. 18:26).

    O sistema do primeiro dzimo subsiste nas Escrituras como parte do plano divinopara a manuteno do ministrio. Como j foi visto, tal prtica antecede a Moiss esubsistia antes do Santurio e do prprio Israel. No acontece o mesmo com osegundo dzimo. Ele est intimamente ligado (conforme Dt 12, 14, 26) ao sabticoque ocorria de sete em sete anos.A tabela abaixo ilustrativa das diferenas entre os diversos dzimos (foramincludos aqui os impostos reais, chamados de dzimos):

    TABELA SUMRIA DOS DZIMOS

    O DZIMO DE DEUS O DZIMO DOS POBRES O DZIMO DO REI

    Dado aos sacerdotes elevitas. Nm 18:20-26e Lv 27:30-31.

    Para a famlia no 1, 2, 4 e5 e para os pobres no 3 e6 anos do ciclo de sete anosDt 12, 14 e 26; PP, 565.

    Um imposto qualquera ttulo de dzimo. 1Sm 8:11 a 17.

    1. Dado somente etotalmente aos levitas.

    1. Levita apenas convidado. 1. Imposto real.

    2. Armazenado noTemplo Ml 3:8-10.

    2. No armazenado no Templonem dado ao levita.

    2. Levado ao tesourodo rei.

    3. No usado peloadorador. 3. Era usado pelo adorador. 3. Usado pelo rei.

    4. No trocado ouvendido.

    4. Podia ser trocado evendido. 4. O rei administrava.

    5. O levita recebia edizimava.

    O levita no dizimava pois norecebia. 5. O rei devia dizimar.

    6. Visava sustentar osministros religiosos deIsrael.

    6. Visava sustentar os pobres. 6. Visava sustento dorei.

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    7. Manter o servioministerial. 7. Visava festas familiares.

    7. Visava sustento dorei.

    8. Um ato de f: fazeiprova de mim... 8. Ato de caridade. 8. Ato compulsrio.

    9. Pr-Mosico,sancionado por Jesus.Gn 14:28; Mt 23:23. 9. Apenas Mosaico, ligado aoTemplo. 9. Monrquico apenas.

    10. Permanece com opastor, atual ministrodo altar. I Cor.9:13,14

    10. Findou com o fim dosservios do Templo.

    10. Findou com o fimda monarquia.

    Concluso

    Nessa questo preciso lembrar que toda uma comunidade, um verdadeiroexrcito, deveria ser mantido pelo sistema de dzimo, sob pena de abandono do seu

    ministrio para cuidar da sobrevivncia. A dedicao exclusiva era indispensvel eprecisaria ser mantida com um sistema consistente e esse sistema o de umdzimo exclusivo para os levitas e sacerdotes, da a necessidade de um constantereavivamento nessa rea. Basta calcular que a condio financeira dos levitas seria,aproximadamente, nesse sistema, a mdia da situao de todas as demais tribos,sem implicar necessariamente, em enriquecimento.

    A idia do dzimo, como interpretada a partir de Deuteronmio, sendo usada paraos levitas, pobres e outros carentes, misturadamente, encontra-se isolada naEscritura, que postula antes e depois, um dzimo exclusivo para os levitas esacerdotes, e outro para a adorao em famlia e para os pobres (um segundodzimo). Alm disso, parece que a conseqncia natural dessa interpretao (um

    nico dzimo no exclusivo para os levitas) leva a tribo de Levi ao empobrecimento,deixando-a ao nvel dos pobres mendicantes. Tambm no teria sentido apelar paratrazer os dzimos casa do Tesouro (Ml 3:8-10), ao Templo em Jerusalm, comsua tesouraria especfica (Ne 12:44), se os dzimos devessem ser usados pelosadoradores, desde a poca deuteronmica, como querem alguns. Como explicar oconflito em Nmeros 18 versus Deuteronmio 12, 14 e 26? As solues, dequalquer modo, frente histria posterior de Israel, resultam na final permannciade um nico dzimo exclusivo para os sacerdotes. Como dizer que deveriam oslevitas receber da tesouraria do Templo, os dzimos arrecadados das cidades,conforme a lei prescrevia (2Cr 31:2-21)? Ento, no eram entregues diretamenteaos levitas e nem usados pelo adorador. Se j houvessem (os levtas) recebidodiretamente do adorador, ou se estes os usasse como bem quisesse, para que,ento, tesouraria de dzimos no Templo? Ou o pensamento deuteronmico trata deum segundo dzimo, conforme vimos, ou ento, esta uma questo irreconcilivel,perdida no mundo das hipteses.

    Conclui-se, portanto, pela idia de que na Bblia aparecem dois dzimos diferentes eseparados. Um destinado, anteriormente, aos levitas e sacerdotes e, hoje, aopagamento de ministros do evangelho, e o outro destinado adorao em famlia eatendimento aos necessitados. Este segundo dzimo, entre outras doaes dosistema mosaico, apresenta-se como um referencial bsico para as ofertas que,segundo Paulo, devem ser dadas no com tristeza nem por necessidade mas com

    alegria (2Co 9:6 a 12), lembrando a alegria que, segundo Deuteronmio deveriaacompanhar a sua entrega (Dt 12:6, 7, 12, 18; 14:26; 26:14), a qual, enfatiza,no deveria ser feita com tristeza (Dt 26:14).

    Um reavivamento e retorno ao modelo bblico de liberalidade e administrao fiel

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