Quem é a Psicóloga brasileira? Mulher, Psicologia e Trabalho

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“É pelo trabalho que a mulher vem

diminuindo a distância que a

separava do homem, somente o

trabalho poderá garantir-lhe uma

independência concreta.”

BEAUVOIR, Simone

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Ψ A formação complementar e pós graduação;

Ψ Autores de referência;

Ψ Relação com CFP;

Ψ Relacionamentos e filhos;

Ψ O trabalho doméstico;

Ψ O cuidado de si;

Ψ A violência;

MULHER

PSICOLOGIA

TRABALHO

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São diversas as

desigualdades existentes

na sociedade brasileira.

Uma das mais evidentes

refere-se às relações de

gênero, menos

relacionada à questão

econômica e mais ao

ponto de vista cultural e

social, constituindo, a

partir daí, as

representações sociais

sobre a participação da

mulher na vida em

sociedade.

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Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato este explicado pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais.

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A Psicologia brasileira é majoritariamente

feminina, ou seja, nove entre dez pessoas que

exercem a profissão no Brasil são mulheres. Não

apenas a superioridade numérica, mas também a

proporção entre psicólogos e psicólogas não

parece ter sofrido alterações, pelo menos desde

o final da década de 1980.

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26% das psicólogas cursaram nos

últimos dois anos ou estão

cursando atualmente uma

especialização, 3% um mestrado e

1% estão em um programa de

doutorado.

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Quanto à orientação

teórica, o autor mais citado

como principal referência

foi Freud (28%), e outros

dois psicanalistas – Jung e

Lacan – ficaram,

respectivamente, em

segundo e quinto lugares.

No total, quase a metade

(48%) dos citados são

autores da Psicanálise.

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82% das psicólogas afirmaram já ter

acessado o site do CFP. Esse

percentual é muito superior ao

levantado em 2004, quando foi de

apenas 46%.

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No entanto, apenas 49% declararam

lembrar-se de ações praticadas pelo CFP.

No que se refere às publicações do

Conselho Federal de Psicologia, apenas

35% afirmaram lembrar de alguma.

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59% das entrevistadas têm filhos e/ou enteados. A pesquisa

apontou aqui uma diferença importante por sexo, pois apenas

44% dos psicólogos declararam tê-los.

As psicólogas brasileiras tendem a ter filhos após os 30 anos –

apenas 16% são mães antes dessa idade –, uma tendência

observada na população brasileira como um todo no período

2000-2010, em que o padrão de fecundidade das mulheres

brasileiras sofreu alterações importantes.

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53% das entrevistadas moram na

companhia de um parceiro do sexo oposto

– marido, companheiro, noivo ou

namorado – e 41% com filhos, filhas,

enteados ou enteadas. 29% moram com

seus pais ou avós, 10% com outras

pessoas e 7% vivem sós. Menos de 1%

declarou morar com parceira do mesmo

sexo. O percentual de psicólogas que

vivem com parceiro do sexo oposto é

maior na região Sudeste e menor na

Nordeste.

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O cuidado direto com filhos e/ou enteados

ocupa grande parte do tempo de uma

parcela considerável das psicólogas que

exercem a função materna, principalmente

até os 39 anos. 46% das entrevistadas,

sem se levar em consideração a idade de

seus filhos, dedicam quatro ou mais horas

diárias ao cuidado com eles. Como seria

de se esperar, o percentual das que

exercem esse cuidado, assim como o

número de horas dedicadas a essa

atividade, decresce à medida que a idade

avança.

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38% das psicólogas que têm filhos

declararam já ter perdido alguma

oportunidade profissional como

consequência direta de precisar cuidar

deles. Nas regiões Sudeste e Nordeste,

isso ocorreu com mais frequência e nas

regiões Sul e Centro-Oeste menos

frequentemente.

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A presença de filhos, associada ao ciclo de vida das

trabalhadoras, à sua posição no grupo familiar –

como cônjuge, chefe de família, etc. –, à necessidade

de prover ou complementar o sustento do lar, são

fatores sempre presentes nas decisões das mulheres

de ingressar ou permanecer no mercado de trabalho.

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A maioria das psicólogas

(64%) dedica no máximo

duas horas diariamente

aos trabalhos domésticos

em geral (lavar roupa,

lavar louça, limpar a casa,

compras em

supermercado, etc.). 32%

usam três ou mais horas

diárias nessas atividades.

20% têm pouco ou

nenhum envolvimento

com esse tipo de trabalho.

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A pesquisa perguntou às entrevistadas

de quantas horas diárias dispõem

diariamente para cuidar de si próprias,

esclarecendo: “ou seja, para descansar,

praticar atividades físicas, lazer,

cuidados corporais, etc.”.

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A maioria (69%) dedica entre uma e

três horas. Isso é pouco, muito ou

suficiente? Não é possível afirmar

nada nesse sentido, pois o que

ficou evidente, segundo o

depoimento dos entrevistadores, foi

a grande disparidade das

entrevistadas na interpretação do

que é “cuidar de si”. Para algumas,

o tempo que passam com os filhos

é incluído nessa conta. Para outras,

conta apenas o tempo em que se

dedicam a cuidados com seu corpo

(academia, massagem, etc.), sua

saúde (hidroterapia, RPG, yoga,

etc.) ou similares (psicoterapia, por

exemplo). O que chama mais

atenção nesse quadro são os 13%

que afirmaram não ter tempo para

cuidar de si.

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27% das psicólogas afirmaram ter sofrido uma violência em algum momento de suas vidas. Em geral, situam o ocorrido na adolescência ou na vida adulta.

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Entre os tipos de violência

sofridos por psicólogas, os

predominantes foram a

agressão verbal, agressão física

e assédio moral. 11% das

psicólogas já sofreram violência

sexual.

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A população de psicólogas no Brasil

tem um viés de raça/cor bastante

acentuado em relação aos dados da

população geral, ou seja, as mulheres

que se declararam pardas e negras

estão sub-representadas na profissão,

o que reflete a desigualdade de

oportunidades de acesso ao ensino

superior.

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98% dessas mulheres estão conectadas com o mundo, ao

menos em tese, por meio da Internet. Consequentemente, não

importa onde estejam no vasto território do país, não estão

inacessíveis à informação e ao debate. Além disso, é uma

população em que muitas se especializam e buscam outros

cursos, embora poucas vão atrás de um título acadêmico –

mestrado ou doutorado.

CONCLUSÃO

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Quase a metade não vive em

companhia de um parceiro e apenas

um pouco mais da metade têm filhos.

Mas a pesquisa mostra, ainda, que,

entre as que dividem um teto com um

parceiro, são minoria as que contam

com eles para as tarefas domésticas.

Além disso, entre aquelas que são

mães, apenas 53% contam com seu

parceiro no cuidado com os filhos.

Muitas têm a ajuda de outra mulher –

ajudante remunerada ou familiar – para

essas tarefas.

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A pesquisa retrata, portanto, a princípio, que as

psicólogas brasileiras formam uma população

que enfrenta problemas muito semelhantes aos

relatados na literatura que trata da desigualdade

entre os sexos quanto às questões relacionadas

ao trabalho e à sua remuneração, à distribuição

do cuidado com os filhos e do trabalho

doméstico, ao suporte de outras mulheres para

fazer frente a esse tipo de demanda e à

violência. Nesse sentido, não se distinguem

significativamente das mulheres com as quais,

como profissionais da psicologia, atendem,

interagem ou, de alguma forma, têm contato.

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Os dados sugerem, também, um cenário em que cerca de ¼

dessa população não está diretamente implicado nas questões

próprias ao exercício da profissão, postas pela prática em

seus desafios cotidianos, na medida em que não a estão

exercendo ou a têm como uma atividade secundária.

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Essas e outras questões suscitadas pela pesquisa quantitativa

estimularam a realização de outras análises e de uma pesquisa

qualitativa, ora em andamento, que poderá dar ainda maior

visibilidade à questão da predominância feminina no exercício

da Psicologia no Brasil e seus possíveis efeitos sobre a

definição de sua prática, de sua produção teórica e sobre suas

repercussões nos planos da sociedade e da cultura.

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REFERÊNCIAS

CAMARGO, Orson. A MULHER E O MERCADO DE TRABALHO. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/sociologia/a-mulher-mercado-trabalho.htm>. Acesso em: 11 maio 2015. LHULLIER, Louise Amaral (Org.). A formação complementar e pós graduação, Relação com CFP, Relacionamentos e filhos, O trabalho doméstico, O cuidado de si. In: LHULLIER, Louise Amaral (Org.). Quem é a Psicóloga brasileira?: Mulher, Psicologia e Trabalho. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2013. p. 33-47.

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The gender disparity in psychology is part of a larger

academic trend: Women are increasingly outnumbering

men throughout higher education, including doctoral

programs. According to a September report from the

Council of Graduate Schools, women earned more

doctoral degrees than men for the first time in 2009. But

the gender imbalance is especially pronounced in

psychology. In developmental and child psychology, for

example, female PhD recipients outnumber men by more

than five to one.

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WILLYARD,

Cassandra. Men: A

growing

minority? 2011.

Disponível em:

<http://www.apa.org/grad

psych/2011/01/cover-

men.aspx>. Acesso em:

11 maio 2015.

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Actualmente las mujeres hemos

logrado avances importantes en los

campos de la educación, el trabajo y

la salud, aún cuando falte mucho por

hacerse (CEPAL, 1994; Pautassi,

Faur & Gherardi, 2004). Sin embargo,

el entorno familiar parece una

trinchera que se resiste, de manera

persistente, a dejarse penetrar por

las ideas y aspiraciones de equidad

entre hombres y mujeres.

VEGA-ROBLES, Isabel. Relaciones de equidad entre hombres y mujeres: Análisis crítico del entorno familiar. Actual. psicol., San

José, v. 21, n. 108, 2007. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0258-

64442007000100003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 11 maio 2015.

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L'expression «plafond

de verre» a été

inventée à la fin des

années quatre-vingt à

la suite d'études ayant

été menées pour

examiner les obstacles

qui se dressaient

devant les femmes

aspirant à des postes

de direction.

http://www.collectionscanada.gc.ca/eppp-archive/100/201/301/tbs-sct/tb_manual-ef/Pubs_pol/hrpubs/TB_852/LF19-27F.html

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La incorporación de la mujer

al mundo del trabajo y a la

vida pública, en general, se

presenta como uno de los

rasgos distintivos de las

últimas décadas, provocando

modificaciones en la vida

social y en sus instituciones;

al tiempo que se transforman

las representaciones acerca

de la división sexual del

trabajo.

RUBIO, Ana María Pérez; BUTTTICÉ, Carolina. Género y relaciones sociales: un estudio de psicología social en contextos laborales. Disponível em: <http://www.fpsico.unr.edu.ar/congreso/mesas/Mesa_22/perez_rubio.pdf>. Acesso em: 11 maio 2015.

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Mineira. Psicóloga e mestre em Psicologia pela

Universidade de Brasília. Foi professora

universitária, pesquisadora, diretora e

coordenadora. Membro de diversas comissões.

Possui publicações na área de aprendizagem,

avaliação institucional e de cursos, formação de

professores de Psicologia, formação de

psicólogos(as) e história da Psicologia. Foi também

presidente do Conselho Regional de Psicologia.

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Mineira de Itanhandu e residente em Brasília desde agosto de 1961. Psicóloga (1972 e Mestre em Psicologia (1982) pela Universidade de Brasília-UnB. Foi professora do Centro Universitário de Brasília – CEUB e da União Pioneira de Integração Social – Faculdades Integradas – UPIS, nos anos de 1970. Professora da UnB (1979-2002). Na UnB, além do ensino, pesquisa e extensão em Psicologia, foi pesquisadora do Centro de Avaliação Institucional da UnB (1988–1993) e ocupou vários cargos na administração acadêmica: diretora do Instituto de Psicologia (1994-1998); chefe do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento (1999-2000) e Coordenadora do Curso de Graduação em Psicologia (1988– 1991). Além disso, foi membro da primeira Comissão de Especialistas de Ensino de Psicologia da SESu/MEC (1994-1996), consultora da UNESCO junto ao INEP durante a implantação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior –SINAES (2004 – 2005) e, posteriormente, junto à CONAES, na análise do Exame Nacional de Curso-ENADE (2006-2007). Parecerista ad-hoc da SBP e da revista Psicologia: Teoria e Pesquisa. Possui publicações na área de aprendizagem, avaliação institucional e de cursos, formação de professores de Psicologia, formação de psicólogos(as) e história da Psicologia. Foi vice-presidente da ADUnB (2000-2002 e 2010-2012), vice-presidente da ABEP (2003-2005) e presidente do CRP-01(2005- 2010).

http://site.cfp.org.br/cfp/conheca-o-cfp/gestoes/2013-2016/

Mariza Monteiro Borges Presidente

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"O amor pela mulher rompe os laços

coletivos criados pela raça, ergue-se

acima das diferenças nacionais e

das hierarquias sociais, e, fazendo-o,

contribui em grande medida para os

progressos da cultura."

FREUD, Sigmund

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CURSO:

PSICOLOGIA

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DISCIPLINA:

PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO

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