Quebrando o silêncio - disciplina sem violência

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“Não por força, nem por violência...” 2013 Igreja Adventista do Sétimo Dia – Aeroporto Luciana D. Teixeira de Araújo

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“Não por força, nem por violência...”

2013

Igreja Adventista do Sétimo Dia – Aeroporto

Luciana D. Teixeira de Araújo

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Vítimas da violência

Minorias Mulheres Negros Homossexuais Judeus Animais Crianças

Para todos esses grupos há leis ou projetos de leis que os defendem da violência.

No entanto, em apenas um desses grupos, há quem argumente que a violência é necessária e até mesmo bem-vinda... Há quem diga, até mesmo, que as leis que os protegem contra a violência são erradas, e eles precisam ser punidos o mais cedo possível....

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Violência doméstica É extremamente necessário falar sobre EDUCAÇÃO ao se falar de abuso

contra a criança porque a violência doméstica é a forma mais recorrente e massacrante de crueldade contra a infância. Ela é contínua e provocada por quem mais tem poder de deformar a personalidade e vida da criança.

Pesquisa realizada pelo Sipia (Sistema de Informação Para a Infância e Adolescência) aponta: o maior número de casos de violência contra crianças acontece dentro de casa, provocado por membros da família. Segundo o estudo, só as mães e os pais somam mais de 50% das 360 mil denúncias. O estudo levou em conta dados levantados por conselhos tutelares de 12 estados brasileiros.

"Há muitos fatores que levam a esse fenômeno. O principal deles é a cultura instalada há anos, de que a punição física é um meio para garantir a educação dos filhos", afirma Leila Midlej, coordenadora do programa Prêmio Criança da Fundação Abrinq, e atualmente, participante da implementação de pólos de prevenção a violência contra crianças em sete regiões paulistanas. (fonte: http://aprendiz.uol.com.br/content/chewripich.mmp)

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Educação do medo A punição física e/ou humilhação de crianças é um abuso consentido sem

qualquer argumento racional que o justifique. Basta comparar os casos de violência contra bebês e crianças cometidos por babás, quem vêm a público como escândalos e execrados pela sociedade: basta trocar a figura da babá pela mãe, e grande parte da censura será retirada ou abrandada por parte da mesma sociedade.

“Vai doer mais em mim do que em você” – a violência física é uma negação do instinto maternal/paternal de proteção, e uma afirmação do instinto irracional de que o mais forte subjuga o mais fraco. O medo não educa, apenas dá a sensação, para o opressor, de que ele está no domínio.

“Mas é só uma palmada...” – mesmo que os pais consigam se policiar para não se exceder, o que é mito difícil, uma vez que esse tipo de punição é aplicado na hora em que se está dominado pela ira, a questão da intensidade da dor só fará diferença para os pais. Para a criança tanto faz receber uma palmada ou uma surra: ela registra a violência praticada por aquele em quem mais deveria confiar e amar. A dor física passa, a dor emocional se perpetua.

História – A mãe e a vara, o menino e a pedra.

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Educação ou ânsia de poder?

A agressão como forma de punição se perpetua porque o agredido torna-se o agressor. E muitas vezes não tem consciência dos próprios traumas ou sequelas emocionais (o que não quer dizer que eles não existam). Seu discurso é: “Meu pai me criou assim, minha mãe me criou assim, e nem por isso me tornei uma má pessoa, pelo contrário, sou uma pessoa de bem!”

O argumento do “sobrevivente” também é ouvido em casos de bullying: “Sofri bullying na escola e consegui superar, isso me fez uma pessoa mais forte.”

Em ambos os casos, a violência é encarada como uma forma de moldar o caráter, uma ferramenta para “aprender”. Mas impor medo é diferente de impor respeito: a criança não vai temer aos pais, mas a dor que estes podem lhe causar.

O que realmente se aprende com a violência?

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Imagens que circulam no Facebook

Violência gera violência nas famílias, escolas, na sociedade.

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1. ressentimento (“isto é injusto. Não posso confiar nos adultos”)2. desejo de vingança (“eles ganharam agora, mas eu hei-de vingar-me”)3. Rebeldia (farei o contrário para provar que não tenho de fazer as coisas como querem)4. Retirada com dissimulação (da próxima vez não me deixarei apanhar) ou auto-estima reduzida (crianças medrosamente submissa)

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“Ajude a quebrar o ciclo da violência.70% das crianças abusadas se transforma em adultos agressores”, esta é a mensagem desta campanha da ONG mexicana Save The Children.

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Como os cristãos se posicionam quanto a isso?

Gary Ezzo Livro “Nana Nenê” – Deixar o bebê chorar para aprender a dormir. Na verdade o bebê dorme

porque seu cérebro possui um mecanismo de defesa: quando submetido a um estresse muito forte, o cérebro “desliga” para que ele não morra de exaustão, o que aconteceria se fosse deixado a chorar sozinho por tempo indeterminado. O abandono emocional é uma grave forma de violência.

Michael Pearl Recomenda a punição física a partir da amamentação. Se diz inspirado nos métodos dos Amish para amansar mulas teimosas. Crianças com menos de um ano devem ser açoitada por uma vara de salgueiro entre 25 a 30

centímetros de comprimento. Incentiva o uso de uma “varinha mágica”, que seria uma mangueira de plástico, que causa dor

mas não deixa marcas. 3 assassinatos promovidos por pais: uma causada por hipotermia e desnutrição, após

espancamento com mangueira. Outra por espancamento contínuo – com pausas para oração. Outra por sufocamento após espancamentos diários. Todos eram adeptos destes métodos orientados por Michael Pearl.

“Como Educar Crianças” já vendeu mais de 670 mil cópias, garantindo ao pastor cerca de US$ 1 milhão (R$ 1,7 milhão) em direitos autorais.

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O castigo físico é defendido pela Bíblia?

"A vara da correção dá sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe."  (Provérbios 29.15).

"O que retém a vara aborrece (detesta) a seu filho, mas o que o ama, cedo disciplina." Provérbios 13:24.

Provérbios 23:13-14: "Não retires a disciplina da criança, porque, se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno."

"A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela." (Provérbios 22:15).

Nem todas as práticas do povo de Deus registradas na Bíblia revelavam a vontade de Deus, mas eram consequência do pecado estabelecido no coração dos homens. Exemplos: Divórcio - Marcos 10:1-12 Uso de alimento cárneo – Gênesis 1:29 Uso da dança como forma de adoração - II Samuel 2:14 Morte dos inimigos como forma de extirpar o mal do meio do povo. – Se, em contraposição à

espada, Jesus pregou o amor pelos nossos inimigos, que dirá com os nossos filhos?

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“A tua vara me consola” Sl 23 A palavra “vara” é tradução da palavra hebraica shévet. Para os hebreus, shévet

significava cajado ou bastão, como o que era usado por pastores. Neste contexto, a vara de autoridade sugere orientação amorosa, não cruel brutalidade. — Salmo 23,4: “A tua vara e o teu cajado me consolam”. A vara do pastor era usada contra animais que queriam atacar a vulnerável ovelha. O cajado era usado para protegê-la quando ela caía num abismo, içando-a com o gancho do mesmo.

João 10:11 – “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”, e não as fustiga. O senso de Justiça divino é bem diferente do nosso: Romanos 5:8 – “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores.”

Disciplina que traz a paz - Provérbios 29.17. "Discipline seu filho, e este lhe dará paz, trará grande prazer a sua alma.“

Shévet muitas vezes é usada simbolicamente na Bíblia, para representar autoridade. (2 Samuel 7,14; Isaías 14,5) Quando diz respeito à autoridade parental, “a vara” não se refere exclusivamente a punição física. Abrange todas as formas de disciplina, que na maioria das vezes não precisa ser física.

Provérbios 22,15 diz que a tolice está “ligada” (“agarrada”, Pontifício Instituto Bíblico; “enraizada”, Bíblia Mensagem de Deus) ao coração da pessoa que recebe disciplina física. Nisto está envolvido mais do que mera frivolidade infantil e reflete uma consequência em um mundo de pecado.

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“Não tenhas medo, . . . pois eu estou contigo.” (Jeremias 46,28)

O amor de Deus se expressa através dos 84 “Não temas” que aparecem na Bíblia. Isso não parece promover uma Educação pelo medo.

O castigo físico não é a melhor opção de disciplina defendida pela Bíblia. "Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!" (Jr 17.5) - Benjamin Edetanlen matou o filho de 5 meses dizendo estar seguindo a Bíblia.

"Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos" (Zc 4.6).

"...mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas..." (At 1.8a). – É desse poder que precisamos, não da sensação de poder humana.

Confiar a Deus, e não a nós mesmos, o poder sobre a Educação dos nosso filhos - "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" (Lc 11.13).

E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar ... Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade (2 Timóteo 2:24-25)

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“E o fruto do Espírito é... Domínio próprio.” (Gálatas 5:22)

Disciplina preventiva: Palavras e exemplo - Deuteronómio 6:6-7 “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.”

Compaixão e empatia - Colossenses 3:21 “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados.”

Efésios 6:4 “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor.”

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Uma alternativa: Disciplina Positiva

Disciplina positiva é um modelo educacional que alia firmeza, respeito e cooperação. A criança é levada a compreender as próprias emoções ( assim se auto controlar),

compreender a necessidade de cooperar para o bem estar coletivo, compreender os limites e as conseqüências, e ser capaz de julgar com sabedoria.

Não há lugar para o autoritarismo nem para a permissividade, mas para a liberdade com ordem: “Podes escolher, dentro de limites que demonstrem respeito para com todos.” São feitas reuniões em família para decidir as regras.

Atitude básica: “Decidiremos as regras em conjunto, para benefício de ambos. Também decidiremos junto as soluções que serão úteis para todas as partes envolvidas quando surgirem problemas. Quando eu decidir sem a tua opinião, usarei firmeza com bondade, dignidade e respeito”.

Três Rs da Reparação de Erros: Reconhecimento, Reconciliação, Resolução em conjunto. Três Rs das consequências dos erros: 1. Relacionada - a consequência deve ter a ver com o comportamento;2. Respeitosa – não deve provocar vergonha, culpa ou sofrimento e deve ser aplicada de forma

atenciosa;3. Razoável – não deve incluir soluções que piorem a situação e deve ser aceitável pela criança e

pelo adulto.

Mais informações: http://www.verbumdei.org/index.php?option=com_content&view=article&id=981:disciplina-positiva&catid=36:namorados-e-familias-verbum-dei&Itemid=77

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Instruções de Ellen G. White Precisais aprender métodos corretos e adquirir tato para ensinar vossos

pequeninos para que possam observar o caminho do Senhor. Precisais buscar constantemente a cultura mais elevada da mente e da alma, para poderdes comunicar à educação e preparo de vossos filhos um espírito calmo, um coração amável; para que possais imbuí-los de aspirações puras e neles cultivar o amor às coisas honestas, puras e santas. Como humilde filha de Deus, aprendei na escola de Cristo; procurai constantemente melhorar vossas faculdades para que possais realizar, por preceito e por exemplo, o trabalho mais perfeito e completo no lar. Review and Herald, 15 de setembro de 1891. 

Poucos são os que reconhecem o efeito de maneiras calmas e firmes, mesmo no cuidado de um bebê. A mãe ou a pajem irritadiças e impacientes criam impertinência na criança que têm ao colo, ao passo que maneiras gentis tendem a acalmar os nervos do bebê. (Orientação da Criança p. 32)

Pais e mães, tendes uma solene obra a fazer; a salvação eterna de vossos filhos depende de vosso procedimento. Como educareis com êxito vossos filhos? Não xingando, pois isso nenhum bem fará. Falai a vossos filhos como se tivésseis confiança em sua inteligência. Lidai com eles com bondade, ternura e amor. Dizei-lhes o que Deus quer que façam. Dizei-lhes que Deus quer que se eduquem e se preparem para ser colaboradores Seus. Quando fazeis vossa parte, podeis confiar em que o Senhor fará a sua. (Orientação da Criança p. 33)

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Instruções de Ellen G. White

Toda mãe deve tomar tempo para raciocinar com seus filhos, para corrigir-lhes os erros e ensinar-lhes pacientemente o caminho direito. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 140. 

Pais, na educação de vossos filhos, estudai cuidadosamente as lições dadas por Deus na Natureza. Se quisésseis ajeitar um cravo, uma rosa ou um lírio, de que maneira o havíeis de fazer? Perguntai ao jardineiro por que processo ele faz com que cada ramo e folha floresça tão belamente, e se desenvolva em simetria e beleza. Dir-vos-á que não foi absolutamente por um trato rude, nenhum esforço violento; pois isso não faria senão partir as delicadas hastes. Foi mediante pequeninas atenções, freqüentemente repetidas. Umedecia o solo e protegia as plantas em desenvolvimento, dos ventos ásperos e do ardente Sol, e Deus as fez crescer e florescer, com delicada beleza. Segui, no trato com vossos filhos, os métodos do jardineiro. Por meio de toques suaves, de serviço amorável, procurai amoldar-lhes o caráter segundo o modelo de Cristo. O Desejado de Todas as Nações, pág. 516. 

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Instruções de Ellen G. White O ensino das crianças deve ser dirigido num princípio diferente do que governa o ensino de

animais irracionais. Os animais devem apenas ser acostumados a se submeter a seu dono, mas a criança deve ser ensinada a se dominar. A vontade precisa ser ensinada a obedecer aos ditames da razão e da consciência. Pode a criança ser tão disciplinada que, como o animal, não tenha vontade própria, perdendo-se a sua individualidade na do mestre. Tal ensino é insensato e desastrosos os seus efeitos. As crianças educadas assim serão deficientes na firmeza e decisão. Não são ensinadas a agir por princípio; a faculdade do raciocínio não é fortalecida pelo exercício. Tanto quanto possível, deve cada criança ser ensinada a ter confiança em si mesma. Pondo em exercício as várias faculdades, aprenderá onde é mais forte e em que é deficiente. O instrutor sábio dará especial atenção ao desenvolvimento dos traços mais fracos, para que a criança possa formar um caráter bem equilibrado e harmonioso. Fundamentos da Educação Cristã. 

A mãe deve conservar a mente fresca e cheia das promessas e bênçãos da Palavra de Deus, e também das coisas proibidas, para que, quando os filhos cometerem o mal, possa apresentar as palavras de Deus como reprovação, e mostrar-lhes como estão entristecendo o Espírito de Deus. Ensinai-lhes que a aprovação e o sorriso de Jesus têm mais valor que o louvor e a lisonja, ou a aprovação dos mais abastados, dos mais exaltados, dos mais sábios da Terra. Guiai-os dia a dia a Jesus Cristo, amável, terna e ardorosamente. (Orientação da Criança – Página 41)

Antes de ocasionar dor física a vosso filho, revelai, se sois pai ou mãe cristãos, o amor que tendes por vossos pequenos, que são sujeitos a errar. Prostrando-vos perante Deus com vosso filho, apresentareis diante do Redentor, que é cheio de simpatia, as Suas próprias palavras: "Deixai vir os pequeninos a Mim e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus." Mar. 10:14. Esta oração trará anjos ao vosso lado. Vosso filho não se esquecerá dessas experiências, e a bênção de Deus repousará sobre tal instrução, levando-o a Cristo. Quando as crianças compreendem que seus pais estão procurando ajudá-las, elas aplicam suas energias na devida direção. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, págs. 117 e 118. 

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Instruções de Ellen G. White Sobre o uso “da vara” (castigo físico), que era comum em seu tempo, Ellen White diz que

eles não deveriam fazer uso dela se for possível evitá-la, e que se os pais ensinassem seus filhos a raciocinar, não precisariam açoitá-los: “Nunca levanteis a mão para lhes dar um tapa, a não ser que possais, com clara consciência, curvar-vos diante de Deus e pedir Sua bênção sobre a correção que estais prestes a dar. Incentivai o amor no coração de vossos filhos. “ (p. 252). Ela diz que, antes de usar a vara o pai deve perguntar-se se tem, ele mesmo, se submetido à vontade de Deus. E quem esse tipo de disciplina, em muitíssimos casos, torna o comportamento da criança muito pior.

“Nunca levantei a mão para meus filhos, antes de falar com eles; e se cediam, e se viam o seu erro (sempre o fizeram, quando eu lhes apresentava isso e com eles orava), e se eram submissos (e sempre eram quando eu assim fazia), então eu os tinha sob o meu controle. Nunca os encontrei de outra forma. Quando eu orava com eles, acalmavam-se todos e lançavam os braços ao redor do meu pescoço e choravam. ...  Ao corrigir meus filhos, nunca deixei que nem mesmo minha voz se mudasse de qualquer forma. Quando via alguma coisa errada, esperava até que o "calor" passasse, e então os pegava, depois de terem tido uma oportunidade para reflexão e estarem envergonhados. Ficavam envergonhados se eu lhes dava uma hora ou duas para pensarem sobre essas coisas. Eu sempre saía e orava. Não lhes falava então. Depois de terem sido deixadas consigo mesmas por um pouco, vinham a mim por causa disso. "Bem", dizia eu, "esperaremos até à noite." Nessa ocasião tínhamos um período de oração e então eu lhes dizia que eles prejudicaram sua própria alma, e entristeceram o Espírito de Deus com a sua má atitude.

(Orientação da Criança – p. 254)