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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    antologia

    QUANDO TUDO TRANSBORDA

    organizador:

    Anderson C. Sandes

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Antologia: Quando tudo transborda 1ª edição / 2015 Organizador / Capa e projeto gráfico: Anderson C. Sandes Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita dos autores desta obra.

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    ÍNDICE DE AUTORES

    Anderson C. Sandes Sobre 11 O que há? 12 Ouv (indo) a vida 13 Pobres 14 Ocupados 16 Vida em papel 17 Um lugar pra viver 19 Correr como criança 20 Só riso 21 [Po] Ética de jardineiro 22 Cosmos jardim 23

    Andreza Beda Sobre 24 Cata-vento 25 Descompasso 26 Despedida 28 Jornada 29 Crepúsculo 30 Pisando em falso 31 Você 32 Vida vento 33 Tempo 34 Quando tudo transborda 36

    Carolina Prado Sobre 38 Roupa 39 Choro 40

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    Curta 41 Luto 42 Solte 44 Religar 45 Insônia 46 Aceitação 47 Sua 49 Só 50

    Davi Santana Sobre 51 Desafio de Platão 52 Descrição divina 53 Hipocrisia humana 55 Indignação erudita 56 Ode ao professor 58 Paraíso local 60 Pecado capital 61 Relato 62 Ribalta escolar 63 Supremacia cerebral 64

    Elaine Oliveira Sobre 65 Cópia infiel 66 Asas 67 Soneto do pensador 68 Gaiola 69 Palavras 70 Modo de amar 71 Perfume 72 Quase 73

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    Crescente 74 Estranhamente 75

    Gilberto Silva Sobre 76 A liberdade pulsa audaz 77 Alterego 78 Jogo de pensamento 79 Tempo 80 Sonante 81 Conversas poéticas 82 Conversas poéticas II 83 Conversas poéticas III 84 Conversas poéticas do Zé poeta 85 Fim 86

    Igor Ribeiro Sobre 87 O tempo que passa 88 O banquete 89 Esquecimento 90

    Jaqueline Moraes Sobre 91 Asas de um amor 92 Amor meu 93 Sonhos de um amor 94 Eterna amizade 95

    Leonardo Broinizi de Farias Sobre 96 Nossa poesia 97

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    Vida volátil 98 A fúria das palavras 99 Suicídio pós-moderno 100 Antologia do amor 101 Imprevisível homem moderno 102 A descoberta 104 Rosas da vida 105 Nova ordem 106 Minha Flor 107

    Lucas Quintana Renovato Sobre 108 (Me) – tenho 109 Só 111 Acuado 112 Corro risco 113 Quem (me) sou 114 Vencido 115 Riminha – Non sense 117 A garça 118

    Mariluce Calixto Sobre 119 É verdadeiro 120 É o que sinto 121 Poderoso 122 Chuva 123 Um alguém pra admirar 124 Marcas de você 125 Um tal amor 126 Silêncio 127

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    Matheus Frisson Sobre 128 Inverno 129 Brincadeira 130 Decepção 131 Silêncio 132 Mãe 133 Bom moço 135 Mulher 136 Angústia 137 Do Nordeste 138 Amar 139

    Regina Prado Sobre 140 Seu jeito 141 Dia 142 Prismas 143 Janela 144 Que seja 145 Criança 146 Amor... Você! 147 Oração 148

    Wellington Amâncio Sobre 149 O poeta à flor da pele 150 Do contato social 151 Três metáforas a cerca da morte 152 Pó-ética e lágrimas 153 Aquela casa 154 Gaiola 155

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    A porta 156 O homem invisível 157 Língua ferina 158 Somos torneiras de ouro 159

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    Anderson C. Sandes

    É escritor, poeta, pedagogo, designer gráfico. Gosta de tudo que lembre o inverno. Vive de poesia pra não morrer de razão. Tem um site onde publica poesia:

    www.andersonsandes.net

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    O QUE HÁ? Anderson C. Sandes

    O que há entre o terno e o eterno? Nem nó de gravata, nem paraíso! Nem cerimônias, nem juízo. Fartura ou pureza... Vaidade ou nobreza.

    O que há entre a espada e o mausoléu? Nem honras, nem dores! Nem lutas, nem flores. Reinos ou glórias... Derrotas ou vitórias.

    O que há entre o tempo e a distancia? Nem horas, nem saudade! Nem velhice, nem vontade. Gerações ou caminhada... Relógios ou estrada.

    O que há entre eu, e você? Nem o terno, nem o eterno! Nem espada, nem mausoléu. Tempo ou distancia... Ocupação ou circunstancia.

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    OUV(INDO) À VIDA Anderson C. Sandes

    Hoje faz Sol. Ontem fez Dó Como instrumento desafinado Ando de Ré a caminho de Lá Na percussão de meus passos

    A brisa me vem com harmonia E o canto das aves em partitura Pisando em solo, em terra dura Vou ouvindo a sinfonia

    Se dormires, peço que acordes Pois esta canção que ecoa

    É demasiada rara. Notas?

    Em adágio segue o mundo Não obstante ligeiro. O tempo maestro segue a orquestra E eu a aprecio primeiro.

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    POBRES Anderson C. Sandes

    Ali tinha um pobre que nada tinha Acolá, outro pobre, que tudo tinha Semelhanças? Ambos nada tinham Diferenças? O de ali achava que não tinha O de acolá sentia que não tinha

    Nada eram Nem se conheciam Mas se viam Todos os dias

    Dos jornais que o de acolá lia O de ali se cobria Dos ossos... Que era deselegante roer para o de acolá O pobre de ali, não se acanhava e roía Um tinha vaidades, outro, coragens Talvez, tudo o que tinham

    Aconteceu que um dia... Daqueles frios e escuros Veio a morrer o pobre de ali Em seu cortejo: muita gente Gente de rua Que nada tinham

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    Por ventura, há poucos dias Daqueles frios e escuros Veio a falecer o pobre de acolá E anulando o clichê social... Ninguém se deu conta Faz uma semana e dois dias

    Nada eram Nem se conheciam Nunca mais se viram Quem sabe algum dia?

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    OCUPADOS Anderson C. Sandes

    Toda essa gente ocupada demais Pra onde vão? Espero que pra os infernos Ouvem "boa noite" E dizem "boa" Não perdem tempo com conversas do tipo São ocupados demais

    E ouvem "como vai?" Logo dizem "bem" Mentira Estão indo para os infernos Como poderiam estar bem Se estão ocupados demais?

    Sem tempo pra papo Sem tempo pra pipa Sem tempo pra visita Sem tempo pra visitar Sem tempo pra si Sem tempo pra dó

    Lá lá lá...

    - Ei, para de correr! Pra onde vais? - Para os infernos. - Descansa em paz.

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    VIDA EM PAPEL Anderson C. Sandes

    Que mundo de papelão Cheio de seres de machê De vida difícil e de fácil fim

    Ah, este mundo de poeira Cheio de homens de barro Pequenos porrões pisando em betão pintado Pintado por mãos Não por acaso

    Vidas insensíveis, a ponto de ceifar Mais insensíveis ainda, a ponto de Fazer poesia em memória dos ceifados

    Como paredes de areia E colunas de terra Em cidade de vento País das chuvas Há queda. Akedah

    O cosmos conspira em teu favor Oh esfera suspensa entre o pó Mas tu, em tua arrogância Diz às estrelas: eu sei voar E há queda. Akedah

    Vidas insensíveis a ponto de gerar Mais insensíveis ainda, a pondo de Celebrar o nascimento

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    Nascimento de órfãos Órfãos de papel, órfãos de barro

    Oh mundo de papel Cheio de homens de barro Hoje, tua história jaz no papel Outrora foste no barro Lendas de seres de machê De vida difícil e de fácil fim

    Em cidade de vento País das chuvas

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    UM LUGAR PRA VIVER Anderson C. Sandes

    Ah, quem me dera um lar no Pacífico De fronte ao oceano sem memória Eu não sei nadar. Eu não sei nada Quero um lar pacífico, quero uma história.

    Um lugar onde não haja Apolo de mármore Ou nenhum padrão do que deva ser belo Onde o que é de barro aceite sua condição Quero um lar pacífico, quero um lar singelo.

    Quero um lugar, um lar de fronte ao mar Mas que tenha cheiro de mato, de flores Onde as molduras não sejam o limite da arte Quero um lar pacífico, lugar cheio de cores.

    Ah... uma casinha amarela, com telhado de estrelas Que tenha pelos cantos muitas páginas pra ler Que todas as paredes sejam janelas, abertas

    Quero um lar pacífico, quero um lugar pra viver.

    E depois, só me faltará aprender. Aprender a nadar.

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    CORRER COMO CRIANÇA Anderson C. Sandes

    Que saudade de correr Mas correr como criança Correr atrás da bola Correr atrás da abelha Correr para abraçar Correr, só por correr

    A carreira de homem é sem sentido Correr atrás de sonhos Correr atrás de prejuízo Correr atrás de quem foge Correr atrás do vento Correr, só por correr

    Eu quero é correr de tudo De tudo que me cansa Mas me canso de correr Então eu ando. Eu ando Eu ando tão cansado Ah, que saudade de correr Mas correr como criança.

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    SÓ RISO Anderson C. Sandes

    Dentre os dentes há sorriso, só riso. Olha o olhar, uma dose alegre. Uma dó... se alegre! Não se mente para a mente. Mas a mente sempre mente.

    Um dia desabafaremos. Desaba... faremos de novo.

    E quando a verdadeira alegria vier...

    Dentre os dentes haverá sorriso Dentre os dentes verá sorriso. Dentre os dentes era sorriso, só riso.

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    [PO] ÉTICA DE JARDINEIRO Anderson C. Sandes

    Nos tempos em que eu [poes] ia Ver [so] as flores no jardim Me faltava [inspir] ação, ao regar As borbolet[r]as em cima da jasmim.

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    COSMO JARDIM Anderson C. Sandes

    Bem arado foi o céu Enchido com sementes de estrelas Como serão suas flores? Rosadas de luz? Cheias de cores? Quem as colherá? Quem escolherá?

    Há um jardineiro? Um bastaria? Como se podam estrelas? Quem... quem as regaria?

    Sei que são belas as flores As flores das estrelas Não há vaso digno de tê-las

    Olha como brilham As flores das estrelas Não há olho digno de vê-las

    Eu cá, com toda minha indignidade Observo com cuidado, de longe De outra forma não poderia ser Já sou ousado em me atrever a ver Creio que... Não devo levar tão a sério assim... Afinal, elas brilham, também, pra mim

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    Andreza Beda

    Apaixonada pela vida. Cozinhar é seu robe e uma forma de transmitir carinho. Vive na cidade, mas tem o coração no campo. Com as mãos na terra viva se inspira. Estudante de ciências contábeis.

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    CATA-VENTO Andreza Beda

    De voltas e reviravoltas... Cata-vento gira mundo, Mundo gira cata-vento. Eu vi a vida... Através de outros olhares, Entre lápis e papel, Desenho um futuro. De olhares que se encontram, Em janelas pra a vida. Em um novo e último reencontro, Vida vivida em seu olhar. Para nunca mais girar, Cata-vento coração, Girando em harmônica sintonia. E assim fica... Preso em teu olhar.

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    DESCONPASSO Andreza Beda

    Passo cada passo um a um... Descompasso Do levantar ao deitar E aprender... que as melhores coisas da vida são não tem receita. Passo a passo... descobrir o valor de uma vida. Ando... Sigo na corda bamba Vida em um fio... O melhor sempre é de graça E permanece eternizado Em um abraço ... Mil vezes nós dois. Um passo... Outro passo.... E um descompasso. E me vem você... Sem aviso Antes mesmo de eu me preparar. Disfarço... Mil vezes nos dois. Meu passo. Compasso de coração. Que me leva a voar, percorrer a longa distância, sem me importar com a conta, que separar dois pés

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    de caminhar lado a lado. Mil vezes... Descalço, Segue o passo nesse compasso, na batida dos pés. Rumo a um abraço, Eternizado...

    Mil vezes nós dois.

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    DESPEDIDA Andreza Beda

    Uma barreira que separa, Janelas que traçam meu caminho, Sentimento guardado no peito, Uma partida sem o desejo de ir. Ao primeiro movimento Luzes se apagam encobrindo um rosto agora triste que mais uma vez (só) segue seu rumo. A esperança do retorno... não é latente neste ser. Entre idas e vindas... a pior das partidas. Oh janela carrasco... ha tantas coisas belas para mostrar... De tu me vem a cena de um adeus. Entre idas e vindas... a pior das partidas. Um aceno, Despedida... Abraços guardados como pedra preciosa. Um sorriso largo e marteiro, O desejo de faze-lo feliz, e assim tê-lo sempre... A sorrir Coração que chora em despedida. Entre idas e vindas... a pior das partidas.

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    JORNADA Andreza Beda

    Seu Coração é mar onde só ela navegou Todos que vieram depois dela naufragaram Tragados pelo redemoinho que ela deixou... Que infelicidade das demais Nunca, jamais alcançaram o cais. Tragados pelo redemoinho que ela deixou... Cá estou ... A olhar teu imenso mar Indecisão... Na minha pequena embarcação Quase fui tragada por um descuido qualquer Distraída ... a olhar outros barquinhos. Mas lutei... fortemente contra o furacão. E outra vez estou aqui, A deriva... espero que tuas ondas se acalmem, o furacão perca a força, e eu possa em águas límpidas, atravessar. E passando tudo isso, Nunca mas se fez fúria... Erguerei uma ilha, juntos sentiremos o vento balançar nossa rede. Com o céu por testemunha, em cada estrela ... será contada nossa alegria. Uma a uma.

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    CREPÚSCULO Andreza Beda

    Que sons trazem o Crepúsculo? Aonde se vai toda a luz que nos permite enxergar? Mostra-me a música que embala e anuncia a chegada do tempo de paz. Ensina-me a canção o teu sorriso. E entoarei alto e em bom tom, como o mais belo gorjeio de um pássaro. Nossa voz corro ecoará Melodia do viver. Abra os olhos além do que os olhos alcança. Solta os braços que o medo os fez cruzar Ao final do Crepúsculo, a ausência da luz te revelará milhões de estrelas.

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    PISANDO EM FALSO Andreza Beda

    Ela saiu a andar, reflexão de seus caminhos. Com tropeços e desvios, análise de onde deveria passar. Um momento de distração, um tropeço, um passo em falso. Olha o céu Olha o chão. Tudo parece sumir a cada passo. Levitação. Só mais um passo. Coração. Pausa sem previsão. Talvez Nunca retorne ao caminho. E com novos passos segue. Cabeça erguida, O futuro a cada passo.

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    VOCÊ Andreza Beda

    Futuro... Caminho sem saber onde meus passos me levaram. Companhia inevitável a cada passo dado. Escrevo... A única coisa que restará de nós. Nossa história. Como será contada? De um tempo que não volta, esperando consertos. Penso... De aprendiz se faz mestre, de mestre aprendiz. Tempo girassol, faz-se recomeço. Entre o certo e o que traz felicidade, é certo que trazes ao roubares por vezes meus pensamentos. Sonho... Estrada sem fim, dia pós dia, do amanhã que espera o meu encontro. Cato flores do caminho, um só não é jardim. De par em par, polinizando jardim se fez. Olho... Céu imensidão, onde olhos não alcançam, o tempo que espera o encontro.

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    VIDA VENTO Andreza Beda

    Olho o céu todo azul, colorindo os mares com o reflexo da sua imensidão. Vidas passam como as nuvens, levadas pelo vento, sem saber onde vão chegar. Por vezes amontoadas, precipitam-se em choro Chuva Vidas nuvens, colorindo-se com raios de um pôr-do-sol. Levadas pelo vento seguem seu caminho. Criam formas, divertem,

    encantam, os olhos dos que param um minuto para contemplá-las. Vida ventania. Olha!!!! Um gato, Há! Agora um elefante, Parece uma flor, Veja!!! Um Coração. E em sopro tudo se refaz e ganha nova forma e assim recomeça.

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    TEMPO Andreza Beda

    Tempo Que leva o vento Que traz o sonho Que voa alto Que faz correr Que corre sem parar. Tenho Um pouco de tempo Um sonho imenso Um voo preso A pés distantes. Tempo Me leve pra longe Para o lugar distante Onde o tempo não seja variante Só risos são ecoantes No feliz aniversário Bolo e soprar de velas Faz um pedido Leva sempre comigo A eterna criança. Tempo Que é preciso Que dele se aprende A alguém amar Tempo Que seja longo Que seja sempre Que longe vai

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    Que leva a gente Pra outro lugar Onde o tempo nem hora importa Sem depois abraços são dados Só sorrisos são permitidos No feliz aniversário Bolo e soprar de vela Faz um pedido Leva sempre comigo

    Aquela eterna criança.

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    QUANDO TUDO TRANSBORDA Andreza Beda

    Chove lá fora Aqui dentro também De uma lágrima oceano de pensamentos. Transbordo.

    Já é noite E o sol ainda brilha Aqui dentro ilumina Coração que se desatina Um sorriso me vem o sonho. Transbordo.

    Esta frio As folhas das árvores se despedem Desnudos seus galhos suportam a ventania. Venta aqui também Leva os pensamentos Despindo sentimentos Congelando o coração. Transbordo.

    E finalmente é primavera As flores começam a se abrir Seu aroma invade todo meu ser Não mais frio. Das árvores o verde retorna. Borboletas despertam de seu repouso. Transbordo.

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    E a cada estação Se renova a esperança Da espera de um sonho Transbordando em mim

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    Carolina Prado

    Por enquanto sou jovem, por enquanto artista, ainda sonhadora, um dia professora e talvez enquanto leia eu já seja outra pessoa. www.artesdacarolina.com.br

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ROUPA Carolina Prado

    Hoje eu vim de poesia Tirei a armadura primeiramente Depois troquei de vestido E vim vestida assim

    Esqueci que me reprovaria Larguei a bolsa terceiramente E me vesti de poesia Sem desgostar de mim

    Andei sem chão por um tempo Antes de chegar aqui Fiz como lupa, aumento A cada detalhe que vi Me revesti de intento E de poesia, vesti

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    CHORO Carolina Prado

    Faz tempo que não chovia desse jeito O vento não uivava assim, faz tempo Faz tempo que eu faço o tempo Agora ele me desfez

    O tempo que é clima, que é hora A minha vontade ignora Agora me resta esperar Se o tempo me faz tempestade Necessitei precipitar

    Só posso pedir uma coisa Não vejo o tempo que vem depois Se ontem te dei um ponto Sugiro hoje que me dê dois

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    CURTA Carolina Prado

    Tenha paz e segurança Nem tudo é guerra, nem tudo é bonança Caminhe sem medo de ter que lutar Pare na hora de descansar

    Cultive a mania do amar de canto De curtir o encanto Do silêncio parcial

    Faça do silêncio, calma A escuridão nem sempre é limbo Use a pausa, acerte o ritmo

    Tranquilize o sorriso na verdade Como borboleta em frágeis cores Voe elegante E pouse nas flores

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    LUTO Carolina Prado

    Me sinto sensível a tanta imposição Não porque a elas me submeto Mas porque as vejo

    Quanta dor cabe aqui dentro Quando lá fora só há tormento? Não são só as notícias ruins São pessoas escolhendo ser assim

    Sozinhas, preferem só existir Dá trabalho cuidar de alguém Dá trabalho cuidar de si Em nenhum dos trabalhos se detêm Nem ousam simplificar O melhor jeito de zelar por si É ter alguém pra cuidar

    Só trabalham no ganhar dinheiro No buscar segurança futura E fico olhando insegura Pensando se alguém segura Aquela história de se importar Com quem está perto ou longe Com um conhecido ou não Só por no outro haver vida O bem irreproduzível Mas parece que é tão invisível Que sou prejudicada por ver

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Quanta dor cabe aqui dentro Quando lá fora só há tormento? Me sinto sensível a tanta imposição Não porque a elas me submeto Mas porque as vejo

    E pra continuar vivendo As pessoas fingem que não Se alienam em submissão Não vêm que estão morrendo E que mata não ter visão

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SOLTE Carolina Prado

    Deixe brincar de por pra nanar Deixe fingir que sabe voar Deixe viver e se encantar Com brincadeira de se sujar Deixe sorrir, deixe chorar Deixe a pequena imaginar Porque tem gente Que a deixa doente De tantas vezes ignorar Aquela criança que existe lá dentro E que um dia te fez sonhar

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    RELIGAR Carolina Prado

    Chega de mantras Freiem as superstições cristãs Resgatem a felicidade da lama Revivam o brilho da realidade

    Que palavra seja o ato final Que certeza tenha a ver com passado Por objetivo que a verdade encontrem Que questionem o que é vaidade

    Tirem Deus da boca oca Desfaçam as armadilhas crentes A cada momento respirem bondade Permitam que vos inspirem Olhem pra fora: Gente

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    INSÔNIA Carolina Prado

    Hoje não durmo sem te ver Hoje não Depois de tantos dias Tantas noites pensando em você Nessa noite Eu não durmo sem te ver

    Parece que quando a gente cresce A gente esquece quando algo grandioso Está para acontecer Ansiedade vira doença Toda a vontade parece demais Que bom que é verdade que você faz O tempo passar diferente Às vezes pra frente Às vezes pra trás

    É estranho como tenho certeza De que você é a melhor companhia Experimentei por só quatro dias Esperei uns duzentos e dez Esperaria por toda a vida Mas meu coração não aguenta mais Ele quer você E sabe que hoje Eu não durmo sem te ter

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ACEITAÇÃO Carolina Prado

    De trajes impróprios E sorrisos falsos Tem andado meu humor

    De flores murchas E noites escuras Tem estado meu amor

    De medo e vento Chuva e sereno Às vezes lamento Tenho visto meu pudor

    Com vontades estreitas Propostas não aceitas E bases que rejeitas Tenho usado como norte Apesar do seu horror

    Se com passos te assusto Se te é trágico eu viver Vou pra longe no meu mundo Me escondo de você

    Mas se gosta desse medo Eu me dispo sem pensar Abro a cela em que me guardo E te deixo me encontrar No escuro, no que é nulo

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    No molhado e no frio No silêncio que perturba No incerto No vazio

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SUA Carolina Prado

    Me faz castiçal das tuas velas ardentes Anseio por ser rigidez sólida e delicada De ornamentar o que brilha em ti

    Sua essência produz claridade quente Seu barulho é suave como música leve No interior de uma casa idosa Que faz parecer qualquer som distante

    Seja eu sua base necessária para o fim que desejas Seja eu sua arte justificada Sua prata, sua cara

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SÓ Carolina Prado

    Expressão pra por pra fora Pra sair de dentro de ti O que de ti transborda O grito revestido de arte Que não se guarde E que ao menos nos sobre Alguns de seus pedaços

    Que os seus passos Sejam letras, sejam traços E não ande no escuro Guardado, não se faça nulo Que, por fim, nos faça ver As suas obras As suas sobras

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    Davi Santana

    Olá! Sou Davi Santana, tenho 17 anos e espírito de 9; Talvez seja porque iniciei a escrever com essa idade (9 anos). Hoje irei te mostrar meus tesouros, que há tanto tempo sem parar, vivo a colecionar.

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    DESAFIO DE PLATÃO Davi Santana

    Platão dizia que todo homem apaixonado é um poeta.

    Discordo!

    O homem apaixonado consegue seu sentimento descrever. Um poeta faz o menor dos sentimentos no papel se estender.

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    DESCRIÇÃO DIVINA Davi Santana

    Incomparável! Onipotente! Leão de Judá! Pai! Conselheiro! Poderia continuar. Mas essa complexidade a bíblia mostrará. É. Vamos lá... Deus. Sei que existe o inexistente para mim. Viver de meio termos não agrada. Generalizando sim. Chegando, porém, a mim. Inventando aventuras. Escrevendo sem ter fim. Minha mãe já me contava e eu ia só brincar. Minha mãe me ensinava e eu ia só brincar. Minha mãe já me levava e eu ia só brincar. Então reconheci. Percebi que era o lugar. Então evolui. Saí logo de lá. Então escolhi. Já podia me alegrar. Mas nem uma mudança foi suficiente para me apegar. Deu-me privilégios. 7 anos a presentear. 8? 9? 10? Chegará? Mais um? Outro prêmio. Hoje posso orar, posso louvar... No entanto, Senhor, para te encontrar, quero desenhar. Desenhar-te em minha mente. Transborda-lo em meu olhar. D-E-U-S Poderia te descrever. Mas tu foi bom comigo. Todos vão reconhecer. Nessa troca de favor. Sinto! Se eu falhasse. Facilmente poderíamos nos reconciliar. Ao contrário. Talvez não teria respostas para lhe dar.

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Se hoje posso sorrir. Se hoje posso chorar. Se hoje posso ver. Se hoje posso respirar. Se hoje posso cantar. Se hoje posso escrever. Se hoje podemos conversar. Posso viver! Mas, Senhor, só quero viver até crer. Crer sem sorrir, chorar, ver, respirar, cantar, comunicar, escrever. Viver. Sim. Viver! Deus é pai! Deus é bom! Deus salva! Deus cura! Deus transforma! Deus pode te livrar! Mas como posso te provar? Isso aí. Provar. Para acreditar, basta provar. Provar e sentir. Sentir e mostrar. Se Deus é bom, vamos partilhar. A vida nesta terra, logo acabará.

    Você quer saber o que falta para se concretizar? VOCÊ PROVAR...

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    HIPOCRISIA HUMANA Davi Santana

    A hipocrisia humana Provoca uma explosão E sua execução Forma uma eclosão Sim! Igual o ovinho de tartaruga Acontece com o coração

    Ele abre, e o que saí de dentro Nem sempre atinge seu objetivo final E quando machuca Faz muito mal Às vezes nem precisa chegar Portanto Siga a estreitar O seu caminho endireitar Sua língua é menor que sua mão Possa segurar Segure-a Peça o que faz adiante E.... Se for prometer Pense um instante

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    INDIGNAÇÃO ERUDITA Davi Santana

    Ô, meu Nordeste! Terra de cabra da peste. A gente entra no agreste. Onde passo com ôce. Fui pro meu sertão Ver o Seu Lampião Cheguei lá vi uma estarta. Na qual nem quiria se mexer. Saí discuncertado . Saí discabriado. Nada eu pude ver. Vôte! Vou votar pru meu agreste Lá no centro do estado. Vou ver Tereza fazer crochê

    E Vou ficar descaximbado

    Numa outra versão vou ver Como costumo escrever Vou mostrar para você Que eu sei desenvolver Meu pai pode não saber, mas foi porque não quis cumprir o seu dever. Vou voltar muito feliz para o agreste Considerando-me um cabra da peste. O maculele, maracatu, forró, dança de roda e boi bumbá, com certeza vou levar. Carrego com muito orgulho O fato de ser bagulho Pouca coisa sou então

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Sou Neto de Lampião Você pode se Meter Mais não sei se voltará, com a mesma opinião, que veio me afrontar. Em Versos e estrofes desenhar Pretendo meu sotaque preservar

    Hoje, posso me orgulhar pelo fato de ser nordestino e saber falar

    57

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ODE AO PROFESSOR Davi Santana

    Criador de histórias Precursor de futuros Mestre de obras orgânicas Demolidor de muros

    Inventor de vidas Poetas sem necessariamente escrever Músicos sem ao menos entender Pacificadores por apenas viver

    Bioindicadores sem ao menos se molhar Educadores por a vida apresentar Mestres! Sem mestrado executar Doutores... Da vida

    Especialistas. Já sabem executar Aprovados No primeiro dia a cursar. Amados. Uma família a formar

    Agradecemos Por vocês compartilhar Entendo se vierem a falhar São seres humanos Mesmo sem aparentar

    Hierarquia decidem quebrar Ao nosso lado estão Abrindo o coração

    58

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Isso vai além de um humano Jamais opressor Isso é um professor

    59

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    PARAÍSO LOCAL Davi Santana

    Tento escrever Calmamente prescrever A sensação Talvez, a emoção De estar em tal lugar Atento aguardar Um grupo se formar O cansaço incomoda E bloqueia a intuição Acredito que existe Uma razão Imagino com precisão Que meu coração Não está a se isolar E se o sol ardente Bloquear a minha mente O meu coração, certamente Estará constantemente Indo me inspirar E ainda a me ajudar Queria relatar Vivencias desbravadas Que pude presenciar Como diz o que tormenta "Se o corpo não aguenta A moral vem e sustenta"

    60

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    PECADO CAPITAL Davi Santana

    Invade O meu pensamento Vaidade Talvez tormento

    61

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    RELATO Davi Santana

    Invento A vida é viver O vento Me ajude a sofrer

    Lento Andar devagar Relento Me ajude a andar

    Aumento Sei que dói Tormento Me constrói

    62

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    RIBALTA ESCOLAR Davi Santana

    Anos se passaram. Anos eu sorri. Anos ilusórios. Anos! Anos que me preparavam. Da pior maneira. Mas, preparou Eu não quis ver. Mas, preparou. Eu não ouvi. Mas, preparou. Deveria ter suavizado o som e ter atentado para o que me diziam. Agora sofro aqui. Mas já? Certeza? Sabia que iria vir. Mas, não queria apressar. Sabia que iria vir. Mas, pensei que iria demorar. E então, quando eu sorrir outra vez. Vou me lembrar desses anos e chorar. Sim. Chorar! Esses anos foram motivos para um dia me alegrar. Hoje! Digo... agora. Já se passam anos, dias... Já se possam horas. Eu sorri há algumas horas. Eu gritei há algumas horas. Eu abracei há algumas horas. Eu me alegrei há algumas horas. Sempre serei um palhaço.

    Mas hoje... Sim. Hoje! Não importa a hora. Sou um palhaço. Um palhaço que chora.

    63

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SUPREMACIA CEREBRAL Davi Santana

    A magnificência humana deve-se ao seu...

    Han? Mag... o que?

    A magnificência humana se corrompeu, quando a própria corrupção humana quis acabar com a humanidade. Logo, sua insanidade propôs uma mudança improvável. Desde aí, a capacidade o arrastou. E a ausência de amor em seu coração e no interior de sua alma, propôs que toda humanidade virasse poeta. Alguns renderam-se a incrível força do amor, mas infelizmente foi tão forte a dor que as lágrimas saiam não para os olhos e sim para o papel. Outros não conseguiram sentir. Não tiveram oportunidade de explodir. A explosão de sentimentalismo que eu vivo no cotidiano que assola e explora a minha escola - A minha mente - A minha mente ele explora.

    64

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Elaine Oliveira

    Gosto de escrever poemas sem compromisso com uma forma. Experimento estilos. Minha paixão são metáforas. Ora escrevo sentimentos, ora lapido pensamentos. Creio que a poesia é onde consigo me expressar melhor.

    65

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    CÓPIA INFIEL Elaine Oliveira

    Das obras que me lêem fui criada, nos ocultos da vida me perdi, cópia infiel das loucuras que vivi, traduz os desvios de minha estrada.

    Cada linha que componho inebriada faz parte de histórias que ouvi Nada há de original, só malcriada. Impressões de dores que senti.

    Trovas, rimas, estrofes, versos sobrepõe sentimentos imersos revelam os ora dispersos.

    Barroca, Árcade, Romântica, Moderna Escrevo sentada em uma taberna sempre desejando tornar-me eterna.

    66

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ASAS Elaine Oliveira

    Não busco em seus braços segurança de um porto

    posto que é morno demais pra mim. Antes quero transformá-los em asas com envergaduras que me caibam Que caibam meus sonhos... E que o vento nos ache pelo caminho E voemos, oremos, pelas causas que cremos. Sem anilhas nem identidade, sem presilhas ou santidade. Não busco em seus braços o impuro de um morto posto que é frio demais pra mim. Antes os quero como asas, antes os tenha como brasas, antes os habite como minha casa.

    67

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SONETO DO PENSADOR Elaine Oliveira

    Pingo aos poucos enquanto penso Penso aos poucos enquanto passo Passo aos poucos enquanto ando Tenho andado pela metade.

    Bongo toca e estou tenso Tenso fico e me amasso Amasso um pouco então penso Tenho vivido pela metade

    Pobre vida presa em mente sem sentido vaga solta com um olhar entorpecente

    Com um monstro por escolta pobre vida descontente meio passo, vai e volta.

    68

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    GAIOLA Elaine Oliveira

    Se quiser me prender em sua gaiola perfeita sou pássaro de todo mundo e nunca estou satisfeita. Se quiser me prender em sua gaiola de abraço logo faço um ninho e no seu peito me enlaço. Mas quando quiser voar não me prenda em suas mãos que vou mas eu volto para sua mansidão. Não me cegue, amor meu, para assim eu cantar mais seria triste esse canto fariseu e nem de longe lembraria aqueles cantos frugais. Deixe que eu te procure... só mantenha a porta aberta, me beije devagar e jure

    ser minha melhor descoberta.

    69

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    PALAVRAS Elaine Oliveira

    Palavras que exprimem espremem sentimentos Palavras que falam ou calam momentos. Palavras que partem e voltam ou não Palavras que moram na minha emoção. Palavras que emergem da boca que quero Palavras que dão sentido sincero. Palavras que faltam nas vezes que sumo Palavras que sobram quando me consumo. Palavras são beijos na boca que amo Palavras são sonhos caindo do ramo...

    70

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    MODO DE AMAR Elaine Oliveira

    Quero te amar na terceira pessoa uma forma mais impessoal

    tirar o peso do compromisso e o viés do imortal.

    Quero te amar com beijo na boca criar um vínculo labial marcar minha alma com a sua selar num leve ritual.

    Quero te amar de todas as maneiras ser sua de todo radical sem contudo usar algemas ser profunda e superficial.

    Quero te amar em uma letra de música um suave som natural alcançar a nota mais pura trincar seu nobre cristal.

    71

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    PERFUME Elaine Oliveira

    Ao bailar em notas de suspiros admiro sombras que se abraçam me visto com seu perfume preferido e arrepio. Cada rodopio que traçamos vivifica sonhos em mim eleva meus pés e alma e sorrio. Cambaleante canto notas incompletas esperando tempos sem fim. Leio possibilidades. Gotejo sentimentos. Voo enfim.

    72

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    QUASE Elaine Oliveira

    Sonhei em ser quase feliz quase pensei ter você quase que eu me iludi quase você veio me ver

    Quase acreditei não estar só quase até viajei de mim quase senti dó eu até quase chorei

    Quase não quis mais te amar quase escolhi te esquecer quase cri no efêmero mas de quase quero viver.

    73

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    CRESCENTE Elaine Oliveira

    Quero um pouco mais de mim já é tempo de me cobrar virar gente grande por fim

    dar minhas asas pra aparar.

    Amadurecer é tornar-se é desesverdear é guardar na lembrança o que queria realizar.

    E não depende de idade vai mais é do coração pendurar a felicidade e vestir a razão.

    Minha alma sempre foi criança pelo menos vejo assim mas tudo o tempo amansa

    e faz do princípio, um fim.

    74

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ESTRANHAMENTE Elaine Oliveira

    Quero soltar as amarras que estranhamente criei. Não há motivo para mantê -las nem entendo porque lutei. Com ares de amor sem sequer ser real tomou forma dentro de mim com viés de imortal. Juro, não entendo o que houve nem o porque de existir. São espaços vazios que tenho e não me permitem sorrir. Mas nasci pra liberdade

    ir e vir estão em mim... Talvez seja o que o atraia pois não pode ser meu por fim.

    75

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Gilberto Silva

    Alguém que procura a si mesmo nos olhares dos outros.

    76

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    A LIBERDADE PULSA AUDAZ Gilberto Silva

    A liberdade pulsa audaz No meu interior Acobertada pela máscara de minha face, Encubro a solidão de ser livre Frente ao paradoxo de possuir a mim E só Queria viver uma vida outra Que não esta Ou cumulada a ela Somar experiências Perdi a chance de ser você De viver sua vida e ser tu

    Nesse dilema de ser livre e estando preso a mim Ligo-me a ti, prendendo-me por escolha Estou acorrentado a ti por que prefiro A prisão em sua companhia Á liberdade solitária de mim.

    77

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ALTEREGO Gilberto Silva

    Eu guardaria o mesmo sentimento se fosse outro Desejar ser ardentemente diferente do que sou Preencher a lacuna vigente no espaço que sobra do eu em mim Ser estável na certeza de mudar, perene fluido a correr, Folha de outono migrando ao inverno Copiosa chuva que precede os filetes de sol Se fosse outro sei que continuaria querendo ser outro, Pois a certeza da incompletude me faria jogar-me na mudança

    Como não posso ser outro, aceito o outro, respeito o outro, E vejo na amizade do outro, um eu que não sou eu, Mas que é parte da ausência de quem não sou!

    78

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    JOGO DE PENSAMENTO Gilberto Silva

    Pensamentos confusos Até a língua embaralha Deveras beiro a loucura e a razão me escapa

    Inerte quedo silente A espera do assento da mente Reordenando letrinhas Elevando quem sou

    Novidade é nascimento Quando imerso em pensamento Emerso sou melhor Superando o tormento, Paralisia da ignorância.

    79

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    TEMPO Gilberto Silva

    Arrasa qualquer um Sem toque ou agressão Passa sobre todos Sem nenhuma hesitação Fatalmente irrevogável Senhor da história Impositor de compasso Deletador de memória Materialmente intangível Condicionado a razão Tem um início escondido Mistério da criação Engessador de momentos Oficial de partidas Guardador de lamentos Mensurador da vida.

    80

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SONANTE Gilberto Silva

    Penumbrando os sons Esquivo-me antes de qualquer acento Sem dizer o tom esgueiro-me em todos os alegros Aos adágios reclamo o brado Um novo pranto andante

    Sinfonia em hiato flutuante.

    81

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    CONVERSAS POÉTICAS Gilberto Silva

    - Nasci pra ser escritor, zé! - Como assim? - Sei lá, não consigo deixar de escrever tudo que me passa pela cabeça. - Ser escritor... é isso então? - Acho que é o primeiro passo, por quê? - Não nada, é porque achei que o escritor organizava em palavras o que a gente bagunça por dentro, só isso!

    82

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    CONVERSAS POÉTICAS II Gilberto Silva

    - Zé, o que será que é mais importante para o escritor pensar ou escrever? - Viver! - Hã?! - Explico, para viver é preciso pensar de forma tão profunda que as marcas de seus pensamentos e decisões estarão pela sua memória. - Isso significa que depois disso já terei o que desejo escrever em mim, certo? - Não é bem assim, após viver acumula-se experiência. Após, é necessário coletar o melhor e o pior de sua experiência... - E depois Zé? - Se houvesse uma fórmula completa dessa arte muitos almejariam o privilégio de sofrer desse ofício! O resultado é uma escrita que ultrapassa sua experiência pessoal.

    83

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    CONVERSAS POÉTICAS III Gilberto Silva

    - Zé, quantos anos você tem? - Que pergunta é essa? - Sério, não entendo como você conhece tanta coisa! - Perdi a conta, mas é por volta dos 4853. - Como é que é? Impossível! Não lhe dou nem 32. - Não se espante amigo, você queria saber a fonte do meu conhecimento, né isso? - Era. - Então, lhe dei a idade que provavelmente juntei das leituras que fiz. - Tem como explicar melhor? - Tem sim, me diz: quantos livros você já leu? - Que pergunta estranha é essa, Zé? - Confia em mim, responde! - Acho que uns 7, o que isso tem a ver com a idade? - Chegaremos lá, calma! Observe, se cada escritor das obras lidas viveram uma média de 70 anos temos, no seu caso, aproximadamente 490 anos condensado nessas obras. - Uau, nunca tinha parado pra pensar nisso, faz sentido! - Refiro-me a obras digeridas mesmo, leitura de jornal com sentada instantânea não vale. Descobri que se eu me apoiar unicamente em minha vivência seria um miserável, porém se me valer de vidas que eternizadas foram por meio de livros, viverei mais do que o tempo pode me oferecer. Perdi a conta de quantos anos já fui capaz de juntar nas viagens de leitura iniciadas na infância.

    84

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    CONVERSAS POÉTICAS DO ZÉ POETA! Gilberto Silva

    - Seria demais querer um banho de sabedoria a fim de obliterar a ignorância que jaz sobre mim? Estaria disposto a levar o peso de saber? Doses homeopáticas são suficientes para nos manter humanos... - Donde você tirou isso zé? - Num sei, acho que tô com sono!

    85

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    FIM Gilberto Silva

    Exalou, rompeu sobre mim. Pondo-me a botão Fechou-me, num gesto reverso, D’emoção Senti cair, sem tempestade, Um orvalho de mim Senti saudades, inenarráveis, De meu jasmim.

    86

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Igor Ribeiro

    Igor Ribeiro é militante anarquista, membro da Federação Anarquista dos Palmares (FARPA) e da tendência, Resistência popular, de Alagoas.

    Graduado em Pedagogia pela UNEB- CAMPUS VIII e graduando em Licenciatura em História pela UFAL-CAMPUS SERTÃO. Trabalha como vigilante escolar. Toca em uma banda de Hardcore e Grindcore e, às vezes, rabisca alguns poemas.

    87

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    O TEMPO QUE PASSA Igor Ribeiro

    A cada segundo se apreça o tempo. Aperta o paço na sua andança.

    A cada paço que anda o tempo, Aumenta um paço a nossa distancia.

    O tempo passa tão sorrateiro, Já não recordo a nossa infância.

    Já não me lembro qual foi o tempo. É marca do tempo apagar lembrança.

    88

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    O BANQUETE Igor Ribeiro

    Serás devorado! Após te atenazar Com meu bico de abutre E minhas unhas de chacal, Lambuzar-me-ei em teu sangue coagulado. Rindo como uma hiena No deleite de um banquete putrefato. Degustarei tuas vísceras Removidas pelo teu ânus Com precisão e sutileza cirúrgica. Um urubu em ação! Nadarei no chorume. Emergirei de uma explosão Das tuas entranhas, Onde me alimento como um verme E brotarei da terra. Provando assim Que há vida após a morte.

    89

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ESQUECIMENTO Igor Ribeiro

    A despedida é quase sempre póstuma A senhora do destino de todos os seres, Na sua falta de educação incorrigível, Chega de surpresa inconveniente e desagradável. Arranca-nos dos a fazeres. Ignora toda e qualquer importância Que tal ato venha a ter.

    Nos leva ao desconhecido, No sono sem sonho, No silêncio invencível Ao apagão geral. Deixa pra traz o que construímos, Se tivemos coragem.

    Lança nossa poeira No longínquo lago do esquecimento. Onde nem vento, Violentas rajadas de vento, Subverterá o imposto.

    Nos leva de volta à evidência Do esquecimento. Puro esquecimento!

    90

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Jaqueline Moraes

    Vive cada dia intensamente como se fosse o ultimo.

    91

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ASAS DE UM AMOR Jaqueline Moraes

    Dias cinzentos, um céu sem estrelas, a saudade que machuca...um ate logo sem volta um ir eterno, sem destino, sem tréguas um chegar que não chega nunca.

    Teu corpo teu, cheiro é o meu desejo os sonhos de um grande amor que se desfaz... Crio asas para te proteger, te pintar e nunca te esquecer!

    92

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    AMOR MEU Jaqueline Moraes

    Tanto mar, tanto deserto, mau passado, futuro incerto não me digas que não, amor meu... Bem vindo ao passado pecado, arrependido, queimado quando quiseres pousar da paixão que te rói é um amor que vês nascer, sem prazo, idade de acabar. Não há leis para te prender, aconteça o que acontecer jamais irei te esquecer.

    93

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SONHOS DE UM AMOR Jaqueline Moraes

    Guardei meu amor como um segredo silenciosamente te amei revelá-lo? Não posso... Tenho medo nos sonhos mais lindos me entreguei Foram sonhos que me acolheram onde resolvi fazer morada se aqui não pode ser real...em meu pensamento posso ser sua amada.

    94

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ETERNA AMIZADE Jaqueline Moraes

    Pode ser que um dia deixemos de nos falar... mas em quanto houver amizade, faremos as pazes de novo ...pode ser que um dia o tempo passe... Mas se a amizade permanecer, um de outro se há de lembrar. Pode ser que um dia nos afastemos... Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximará. Pode ser que um dia não mais existamos... mas, se ainda sobrar amizade, nasceremos de novo, um para o outro. Pode ser que um dia tudo acabe... mas, com a amizade... construiremos tudo novamente, cada vez de forma diferente. Sendo único e inesquecível...

    95

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Leonardo Broinizi de Farias

    Olá, me chamo Leonardo Broinizi de Farias, moro em Jacareí SP e tenho 24 anos. Sou um poeta amador. Ponho o que sinto e penso nos poemas, mas espero que encontre neles o que você sente e pensa.

    96

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    NOSSA POESIA Leonardo Broinizi de Farias

    Passeie por entre as linhas Estive voando por aí Fui mais longe dessa vez Novamente me surpreendi

    Dê sentido as minhas letras Será a pura poesia Divagando em mente alheia Aplicação encontraria

    Resignifique as minhas frases Como melhor lhe aprouver Que lhe amolde até caber Na circunstância em que estiver

    Viajo em frases aleatórias Alguns viajam pelas minhas Cantadas ou faladas Elas são mais do que só minhas

    Faça da sua vida uma poesia E a cante a todo instante Seja autor da sua história E tenha por ela eterno romance

    97

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    VIDA VOLÁTIL Leonardo Broinizi de Farias

    Vida vai, vida vem, vendavais e calmaria Tem surpresas, tem tristezas, tem sorriso e euforia

    Vida passa tão depressa Vida querem me prender Quem não vive, quem não sente Quem não sabe o que fazer

    O tempo passa nessa vida, o tempo teima em me dizer: Vive a vida, não desista, Não se perca em não viver

    Quero amar, quero amor, quero andar sem tropeçar

    Quero muito, quero pouco, quero o que puder me dar

    Viverei plenamente sem a mente perecer Sei que um dia nessa vida alguém vai me entender Tão sutil mas tão real, muito fácil perceber O amor que no final com certeza vai vencer

    98

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    A FÚRIA DAS PALAVRAS Leonardo Broinizi de Farias

    A fúria das palavras que arrebentam conceitos Exercitam o intelecto pela causa e o efeito

    Nos transportam em viajem sem nos movimentar Em um livro, em um poema, em casa ou em qualquer lugar

    As palavras verdadeiras ganham os corações Entram na alma, liberam calma e modificam ações Acham o cerne da necessidade e trazem a cura Além de transmitir alegria com imensa fartura

    Eu gosto de ler, gosto de falar Gosto de ouvir e gosto de cantar

    Gosto de profundeza em letras que me fazem meditar Gosto de pensar e de repensar De aprender e de melhorar Gosto de conhecer mais palavras pra melhor me expressar pra você!

    99

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SUICÍDIO PÓS-MODERNO Leonardo Broinizi de Farias

    Matar o tempo é uma forma moderna de se matar Empurrando sua história sem ao menos se importar Deixando seu maior bem que é o seu tempo passar Esquecendo que depois não vai ter chances voltar

    Distrações sem medida como medida de alegria Nunca funcionou assim não é agora que funcionaria Entretenimentos irresponsáveis responsáveis pela indiferença Pouco caso com a nossas escolhas e suas consequências

    O tempo vira memória e memória é nosso cofre O que tem guardado nele é valioso ou é pobre? No final da sua vida vai ser cobrado pela consciência Mas se nem ela te cobrar mesmo em meio as consequências Será cobrado pelo Juiz olvidado em sua existência

    100

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ANTOLOGIA DO AMOR Leonardo Broinizi de Farias

    Com muito ou pouco tempo, no momento eu te conheço Não mais nem menos, só o suficiente pro começo Começo do que pode ser pra sempre, até o fim Eterno pela benção de quem planejou assim

    Assim com novos sonhos vou seguindo com você A vida a dois em um, sendo unidos por querer

    Pra seguir sempre em frente como um trem segue no trilho Feliz por ver pra sempre seu olhar com esse brilho

    Um brilho que eu anelo por no dedo anelar Como símbolo pro mundo ver que eu sempre vou te amar Se bem que nem o ouro com diamantes brilha mais Do que o nosso amor que é mais que ele, muito mais

    Pois não tem preço Não mereço Mas me aqueço no calor Vou sorrindo Vou seguindo Vou sentindo o sabor Se espinhos segurei foi pra chegar nessa flor E cheguei, agora vivo os benefícios do amor

    101

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    IMPREVISÍVEL HOMEM MODERNO Leonardo Broinizi de Farias

    Vejo no centro da cidade Olhares vazios lançados ao nada Dia após dia as pessoas correm Buscando a satisfação nunca alcançada

    Desejos, sonhos e intenções Pulsando firme em corações Mas a forma de buscar não é questionada Como saberemos se não está errada?

    Ninguém mais para pra ouvir Já nem adianta gritar Tem que pensar num jeito bom Pra ser entendido ao se expressar

    O dom de achar brechas nas vidas E sempre despertar a confiança É uma arte que poucos possuem E podem assim levar esperança

    Quebrar arrogância é nosso desafio Falar do que nos tem sido tão bom Prestar ao mundo algum auxílio Levar a todos uma solução

    Imprevisível homem moderno Seus sonhos cheios de ambições Querem garantir felicidade Mas se escravizam em frustrações

    102

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Não admitem, são orgulhosos Irresolutos, irredutíveis Juntam dinheiro, gastam esforços Mostram suas máscaras insensíveis

    Tantas pessoas, tantos destroços Multidões de povos invisíveis

    Esgotam os músculos, quebram os ossos Mas não acham razões que lhes sejam plausíveis

    Nessa confusão meu Deus se preocupa Pois ama todos que andam perdidos Se Deus é um pai que olha por nós Quer dar novos rumos, criar como filhos

    Se há um culpado e com sangue nas mãos Por quê não curar e falar de perdão? Se você acredita na salvação Começar a pregar pode ser solução

    103

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    A DESCOBERTA Leonardo Broinizi de Farias

    Um feixe de luz rasgou todo aquele quarto escuro Que era meu casulo Que era o meu mundo E me lembrou que havia mais, além Além daquelas paredes Daqueles muros verdes Daquela rua de terra Daquela vila velha Daquela visão cinza e amarela Uma fresta foi a minha janela Enxerguei a poeira que me rodeava invisível Eu fui tão insensível Não via mais sentia e nunca achei incrível Nunca achei nocivo Nunca achei Nunca ao menos questionei O que será que existe além do que eu vejo? Se conheço tão pouco, qual é o tamanho do meu desejo? Desejo um menos do pouco que eu conheço E desejo como se fosse tanto, e passa o tempo e nem percebo Mas agora entendo que não conheço o infinito E nem vou conhecê-lo pela força ou pelo grito Então me ponho a observar a luz mais atentamente É difícil e demorado, eu estou abrindo a mente

    104

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ROSAS DA VIDA Leonardo Broinizi de Farias

    Por um mundo com menos rosas despedaçadas Por um lugar onde as mulheres sejam mais valorizadas Que suas lutas sejam vistas e sejam recompensadas Que suas pétalas continuem firmes e coradas

    Rosas, violetas, margaridas... Com suas cores colorindo e alegrando nossas vidas Mães, esucadoras, amigas e esposas Reconhecer sua importância é a nossa melhor escolha

    Mulheres guerreiras que não foram registradas na história Construíram o mundo mesmo apagadas da memória Hoje as mulheres continuam dando seu toque em tudo O mundo também é cor-de-rosa, é mais sensível e profundo

    Mulheres que dão vida a seus filhos e a tantos mais Mulheres que dão sua vida e se privam da própria paz Meninas dos olhos de Deus que são vistas pelo Pai Se aqui foram esquecidas, no céu não serão jamais

    105

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    NOVA ÓRDEM? Leonardo Broinizi de Farias

    Pessoas gritando furiosas como nunca em suas vidas Barcos furados afundando num mar de ideologias Esquerda, direita, ninguém quer ir pra frente? Você sabe mesmo o que significa a bandeira que suspende?

    Nova ordem está confusa, quem poderá interpretar? Querem melhoras e melhoras mas não sabem melhorar Gritar é muito fácil mas como quer conquistar? Sem saber será fácil alguém esperto te enganar

    O jogo é sujo e muitos inseridos não entendem Outros por pouco se calam, por menos se vendem

    Alguns manipulam com palavras, para as massas mentem E poucos sinceros pensantes se levantam e surpreendem

    Quero ter acesso, mas quero fazer por merecer Nova ordem e progresso pra quem tem bom proceder

    Depois de lutar é claro que eu vou requisitar Nossa guerra é de idéias então de conhecimento vamos nos armar Estamos atrasados mas correndo vamos alcançar

    Podemos encontrar problemas, mas eu prefiro arriscar

    Vou pensar na melhor forma de cumprir minha missão E fazer valer o meu direito de cidadão Vou falar contra o que prejudicar minha nação É

    melhor morrer lutando que viver em omissão

    106

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    MINHA FLOR Leonardo Broinizi de Farias

    Você é uma flor cultivada desde o nascimento Uma linda garota por fora e por dentro Uma pessoa que envolve com seu jeito suave Um mundo a ser desbravado com alegria e coragem

    Não sei o que pode dar errado se eu tentar Mas não tentar não é opção pra quem teima em sonhar Você é tão abençoada e eu amo tudo isso Se você me aceitar não vou parar desde o início

    Tenho planos para nós, tão sublimes e elevados São de amor e de paixão, são bons de todos os lados São sonhos por enquanto, mas anseio sua resposta Um futuro com você é a minha maior aposta

    107

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Lucas Renovato

    Sou de Poá – SP, 31 anos, (pretensamente) artista desde o primeiro lápis: desenhei, pintei e escrevi... Tenho a insegurança característica de (alguns) artistas que ficam por de trás das suas obras, sem o julgamento rápido e fácil daqueles que estão nos palcos; e a segurança – providencial – de deixar a obra chegar na minha frente, primeiro, sem (necessariamente) precisar dar a cara e nem me expor. Então sem corpo, forma e nem sexo; posso ser muitos (as)... Tudo! Exponho-me (nestas linhas) como que me jogando de cima de um abismo, num voo suicida; deixando para o leitor somente, e já é muito, e já é tudo: a minha alma.

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    (ME) – TENHO Lucas Renovato

    Tenho corpo de menino e jeito de homem; Tenho jeito de menino e corpo de homem.

    Tenho peso de menino e pesares de homem;

    Tenho pesares de menino e coragem de homem.

    Tenho medos de menino e coragem de homem; Tenho coragem de menino e medos de homem.

    Tenho desajeito de menino e desassossego de homem; Tenho desassossego de menino e desajeito de homem.

    Tenho sofreres de menino e sossegos de homem; Tenho sossegos de menino e sofreres de homem.

    Tenho dores de menino e amores de homem; Tenho amores de menino e dores de homem.

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Tenho flores de menino e cores de homem; Tenho cores de menino e flores de homem.

    Porque o homem que sou habita no menino que fui; E o menino que sou habita no homem que fui.

    Somos dois, que não se dividem e nem se separam; Coexistem ambos, formam apenas um: Somos Uno!

    110

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SÓ Lucas Renovato

    Tô só; tão só. Então só olha pra mim. O Sol lá fora, quase quente; nós dois a sós, aqui dentro, quase quentes. Sempre atento

    111

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ACUADO Lucas Renovato

    A contento, Sigo meu intento. Feito bicho do mato, Se não morro eu mato !

    112

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    CORRO RISCO Lucas Renovato

    Cidade de cimento de nada tô isento.

    Paro por um momento e escrevo meu sentimento.

    Pequeno como cisco; Sempre arisco, Corro risco quando risco e rascunho (lápis e papel em punho) fria poesia singela, pra ela.

    Corro risco quando risco, rabisco e crio um desenho; me empenho. Sinto e pinto Finjo que amo e minto.

    113

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    QUEM (ME) SOU Lucas Renovato

    Este não sou eu; Talvez, nem aquilo Nem isto. Sou o que compro, Uso e visto Só consumo enquanto assisto, Nunca reflito E nada além avisto Não leio; me Constituo apenas Do que tenho visto. Torno-me assim Sem forma; Um misto, Nem aquilo E nem isto

    Não penso; logo, Nem existo. Um pouco de tudo, Mas sem conteúdo.

    114

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    VENCIDO Lucas Renovato

    Tua mão tão frágil de espantar mosca, mais parece me expulsar também. Eu, feito mariposa, de voo soturno, pesado e desengonçado; me esquivo e me debato entre janelas e vidraças; rodopio contra a luz e em torno da lâmpada que insiste em falhar, parece que querendo a claridade me negar na qual eu possa te ver e me abrigar, mesmo que de relance entre as sombras lânguidas e silhuetas mórbidas . Então...

    Sem mais esforço e nem insistência ou sobressaltos saio vencido e resignado pela fresta da porta dos

    115

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    fundos; quando você, já cansada e ofegante; desiste, no último esforço, de me fazer ir embora.

    116

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    RIMINHA - NON SENSE Lucas Renovato

    Nado a largo, De lado, no lago. Do fardo, não largo. Te canto um fado e Te trago colado; Arfado...

    117

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    A GARÇA Lucas Renovato

    A garça graciosa Se esgarça E faz graça Na praça De graça.

    118

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Mariluce Calixto

    Já me perguntaram como consigo escrever poesias. Mas na verdade, fui impulsionada por ela. O meu primeiro poema o fiz em 2013: "O amor transforma". Tenho 17 anos. Além disso, sou cristã.

    A poesia e eu nos encaixamos. É como uma amiga. Ela me deixa desabafar, demonstrar minhas alegrias, meus afetos, minhas contentas da maneira que eu achar melhor e conversar com Deus. Não há regras exatas. A amo por ela ter me escolhido para ser sua amiga íntima. Com ela pretendo atingir as pessoas de uma forma diferente, doce, que possa transmitir paz.

    119

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    É VERDADEIRO Mariluce Calixto

    Vem sorri aqui Tocar o céu comigo, sentir o sol arder no berço do nosso amor Chamo de meu o que não me pertence E repouso nas sombras do seu olhar Tarda mas não apaga As nostalgias inacabadas do sonho irreal Quem dera você ser mel Abelhas disputariam assim, o seu amor Passa céu, fica mar Adentrando sozinha em seu relâmpago azul Via surgir sons arrepiantes da suja ilusão que brotou em ti Porém, Mesmo doendo, mesmo em prantos Sempre o amarei.

    120

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    É O QUE SINTO... Mariluce Calixto

    Como em um buraco posso cair, também no chão posso ficar de pé. Meu lado amoroso, meu lado mentiroso Acordo desacordada, cedo na madrugada Beijo meu céu somente respirando... Luto no vazio da alma, que me assombra toda hora. Passo noites em claro, fico a esperar o meu querido! Logo não persisto por alguém que não me quer bem. Bebo dia e noite, fico a embriagar o meu lar. Juro que não há, bebidas que me façam transbordar Pulo a noite, temo morrer antes do meu querer. Percebo que estou só... longe de mim mesma Estou num barco, balançando sem oxigênio Quero sossego perto do peito que me sinto segura Montando em meu coração acho uma saída Corro até não poder mais sentir minhas pernas Acho minha casa, grande e arejada, onde os pássaros buscam morada.

    121

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    PODEROSO Mariluce Calixto

    Não existe amor maior. Não existe um colo maior. Não existe conforto maior. Não existe o poder de perdoar maior. Não existe a possibilidade dEle amar por incompleto, muito menos condicional. Simplesmente, o amor dEle é maior do que podemos imaginar, do que podemos querer, do que podemos sonhar, do que podemos realizar. É amor demais comparado ao um ser tão minucioso e egoísta. É amor demais... na qual os grãos de areia não seriam capazes de medir. É amor demais quando se fala em Jesus. E o melhor de tudo: não precisa ser recíproco para existe. Simplesmente existe! Não precisa suceder nada em troca. Não precisa ser egoísta. Não precisa olhar a aparência, em razão de não vermos a face do Cristo, não ainda. Mas àqueles que buscam o real sentido do amor, O verão. E só o fato dEle nos amar primeiro, é o suficiente para acreditar sempre no amor. O Amor sublime.

    122

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    CHUVA Mariluce Calixto

    Traga-me momentos bons. Sonhos de criança, grandes, com frequência e sem mentiras. Noites tranquilas, mas queria que nevasse a semana inteira Junto a lareira, no fundo do quintal ainda restam saudades. Querido dia, ó que belo dia. Não se vá pequena gota, quero que você me encha De bênçãos matinais, sonhos irreais, melancolias temperamentais. Beijo, me faça sentir sem medidas, as leves batidas, nessa chuva sem igual. Tantas coisas se passam, tantos que ficam, poucos que realizam... a serena sensação de ser amado. Vem coração, chega junto ao meu corpo, aquece, pois estou fria Realiza hoje, o que não pude presenciar em meu leve e harmônico lar. Lá, lá, lá... canta querida, canta inverno, canta alto para que as pessoas amem Vem chuva de simpatia, calórica entre mil ventanias

    123

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    UM ALGUÉM PARA ADMIRAR Mariluce Calixto

    Desde o princípio Se fez presente No deserto jejuou Seu inimigo se aproveitou Foram dias difíceis Orai e se cumpria; Servia dia a dia Pobres, coxos, cegos, até quem não sabia Ilusão? Sim, passou! Mas já sabia. Traído? Sim, Ele foi. Como assim? Ele era Rei. Nada o vencia; porém Houve cruz O luto se fez Pranto, medo, felicidade O fim não se findou; porém Era hora da eternidade

    124

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    MARCAS DE VOCÊ Mariluce Calixto

    Já foram dias Já foram horas Mas dentro de mim Vi correr um pouco do seu show Pouco, pouquinho, suficiente... Transparece em você Traços invisíveis Cheios de interrogações Quem dera eu fazer sua vida rimar Não posso te segurar para sempre Tenho que o deixar Deixar se levar pelo vida que a pretende usar Intensificam novamente os dias, as horas Mas, novamente dentro de mim Já havia feito parte do seu show, desde que o conheci

    125

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    UM TAL AMOR Mariluce Calixto

    Já foi de alguém O vermelho que todos querem bem Entre sombra e razão Resta somente um Junto, perto, quase próximo Começa a hora de surtar Separado, parado, de lado Encerra o sonho idealizado Semente, colhe sem pressa O amor não encolhe, desenvolve Merece cuidado E note o tempo não findar É assim que começou Foi de alguém Somente de um E assim acabou

    126

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SILÊNCIO Mariluce Calixto

    Houve um silêncio na infância Silêncio de criança Não ouvia canções de ninar Tão pouco a chance de brincar. Foi mergulhando para achar

    A consoladora mãe Sinhá Não tinha mantimento, apenas pó e vento. Mas depois de tanto procurar, tapou com cimento alguns ferimentos. Já era a hora Silêncio,

    ir embora Na direção da aurora Oh, quanto silêncio A surdez não aguenta

    127

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Matheus Frisson

    Me chamo Matheus, tenho 19 anos, moro em Sergipe. Sigo o amor, é essa minha religião. Minha felicidade está em fazer o bem, esse é meu ideal de vida. Meus poemas e poesias são meus desabafos, pois através deles expresso parte dos meus momentos, pensamentos e sentimentos.

    128

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    INVERNO Matheus Frisson

    Chove lá fora O frio adentrou O tempo fechou E os olhos também Onde está o amor? Preciso me aquecer O tempo fechou E os olhos também Onde está o amor? A chama sessou O tempo fechou E os olhos também O amor acabou A chama apagou O tempo mudou E os olhos também

    129

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    BRINCADEIRA Matheus Frisson

    A inocência é uma criança que brinca com brinquedos. A paixão é um jovem que brinca com sentimentos. A ambição é um adulto que não tem tempo para brincadeiras. A culpa é uma velha que percebeu que já é tarde para brincar. E o amor? Há! O amor ... não permitiram que ele entrasse na brincadeira.

    130

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    DECEPÇÃO Matheus Frisson

    Estou numa mistura de raiva e compaixão Estou em silêncio pra não me magoar mais Meu coração ainda acredita, mas minha confiança foi mutilada. Minha mente não assimilou o que aconteceu. Meu coração aperta quando lembro.

    Minha alma está combalida. Não desisti de lutar, estou cuidando das feridas.

    131

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SILÊNCIO Matheus Frisson

    Vou ate a madrugada Tomar uma dose de silêncio Me embriagar com águas passadas Vomitar tudo o que penso A chuva toca uma canção Canção triste de amor Canção que toca o coração Que me faz recordar a dor O silêncio transborda vazio E derrama meus tormentos Não quero mais sentir frio Quero me aquecer em sentimentos O mundo está girando Não sei mais o que vejo Não quero dormir chorando Quero dormir com um beijo

    132

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    MÃE Matheus Frisson

    Eu a amo sem proporção A mulher que me fez crescer Me ama de todo coração

    É a grande razão do meu viver Apostou tudo em alguém Que nada tinha a oferecer Com sua fé me levou além Com amor me fez prevalecer Abriu mão do seu futuro Para se dedicar a mim Para me manter seguro Para me proteger até o fim Quando em seus braços Ela não pode me dar abrigo Com Deus, ela cria um laço E me mantém protegido Sempre se manteve fiel Uma mulher exemplar Nunca me prometeu o céu Mas me ensinou como alcançar Com seu jeito discreto Sempre disse que me amava Sempre esteve por perto Quando eu mais precisava Com amor, carinho e confiança Nunca perdeu a esperança Sempre acreditou em mim Nunca desistiu da nossa aliança Na alegria e na tristeza

    133

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Na saúde e na doença Na força e na fraqueza Na fé e na descrença No bom e no ruim No prazer e na dor No começo e no fim No ódio e no amor Na humildade e na arrogância Na modéstia e na ganância Na sanidade e na loucura Na convivência e na distância Na coragem e no medo Na ousadia e na obediência No exposto e no segredo Na ansiedade e na paciência Até que a morte nos separe E a dor dure a saudade Que nossa fé nos ampare E nosso amor viva a eternidade

    134

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    BOM MOÇO Matheus Frisson

    Tenho a melhor das intenções Causar as melhores emoções Unir nossos corpos e corações Provocar as melhores sensações Nutrir com amor nossos peitos Deixar de lado nossos defeitos Rir dos nossos bobos desajeitos Colecionar momentos perfeitos Viajar, te levar a novos lugares Entre nuvens, suspirar, novos ares Entre rios, arrepios, outros mares Em segundos, profundos, entre olhares Você só precisa dizer sim Te farei única rosa, em meu jardim Minha bela história sem fim Irei eternizar teu amor dentro de mim

    135

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    MULHER Matheus Frisson

    Minha mais pura inspiração Cada uma é um verso Brilhando no universo São estrelas, sublime constelação Obra de arte divina Com simetrias primordiais Cada uma é uma menina Cheias de sonhos e ideais Perfumadas com amor Cada uma é uma flor São rosas, são lindas Independente da cor Mães por natureza Cada uma é uma surpresa Diversa em beleza Semelhantes no interior

    136

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ANGÚSTIA Matheus Frisson

    O que se passa em meu coração Não sei controlar essa sensação Sou tomado por uma forte emoção Que me tira o verdadeiro foco, a atenção Como conseguir curar o que eu contamino Como controlar o que nem mesmo domino Será que já sou homem e morreu aquele menino Que sonhava em fazer o bem, tornar isso seu destino Será que sigo corretamente meus princípios Ou será preciso recomeçar tudo do início A alma pesa, sorrir se torna um sacrifício Tenho que ser forte, mesmo sendo difícil

    137

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    DO NORDESTE Matheus Frisson

    Assumo que não sou perfeito Sou nordestino e bato no peito! Ignorância não é meu defeito Ignorância é esse preconceito! Juntos, podemos nos unir Juntos, podemos evoluir Um futuro melhor, garantir E o preconceito, extinguir Chega dessa ignorância De críticas, de arrogância Toda essa intolerância Sem nenhuma importância Não existe nenhuma diferença Independente de classe, cor ou crença Diferente é o modo que cada um pensa Inferior e pobre é a própria consciência Vamos clamar ao Senhor Acabar com esse rancor Esquecer as diferenças Pois a solução é o amor

    138

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    AMAR Matheus Frisson

    Amar é uma virtude Sentimento cobiçado O que nos falta é atitude Em dar sem esperar ser dado Amar por amor Doar-se por inteiro Sem trocas de favor Mostrar-se verdadeiro Feliz daquele que ama alguém E lhe é correspondido Infeliz, quem não ama ninguém E morre sem ter vivido Temos que amar sem medo Amar sem temer o fim Amar enquanto ainda é cedo Amar, simples assim

    139

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Regina Prado

    Uma alma que sonha, que espera e acredita. Acredita no amor, espera a paz e sonha com felicidade. Uma alma que olha para o ser humano com interesse, para Deus com gratidão.

    140

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SEU JEITO Regina Prado

    Nada aqui, nada ali... em nada e em ninguém... só o céu e sua luz então... desculpe o atrevimento, mas eu tenho algumas questões... poderia levar comigo, mas a dor é implacável. Qual a melhor maneira? Quais as palavras? Qualquer lugar? Sempre? Confiar em quem? Levantar de todas as quedas? Cativar o amor? Tem algum segredo? Pedir perdão? Não esperar nada? Só há silêncio... posso entender... Do Seu jeito, não do meu. Mas quando for preciso, me faça transcender... para que meu coração se torne um lugar melhor.

    141

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    DIA Regina Prado

    Um dia de sol e toda alma renasce

    Um dia de sol e as janelas do coração se abrem

    Um dia de sol e um lindo sorriso se mostra

    Um dia de sol e o amor se renova

    Um dia de sol!

    142

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    PRISMAS Regina Prado

    Bom é viver o verão Mas como saberia sem os desafios do inverno tão frio, tão cinza, tão duro

    Bonita é a primavera Mas como saberia sem o contraste do outono cheio de cheiros, cheio de mudanças, cheio de ventos

    De tudo um pouco Um pouco de tudo Dá essência a voz A voz da essência

    Bom é ser completo, bonita é a alma plena Que se farta de novas cores, novos perfumes, novas paisagens, novas sensações, novos amores

    Desde que eu tenha você

    143

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    JANELA Regina Prado

    Tem coisa que acontece porque tem que acontecer É agente de mudança que transforma e faz crescer!

    Uma nova janela se abre traz novidades e traz luz Em toda fase da vida e idade a sabedoria encanta e seduz!

    144

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    QUE SEJA Regina Prado

    Que seu dia seja bom Que a esperança se renove Que a alegria venha pra ficar Que o amor te atraia irresistivelmente Que você esteja em paz

    145

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    CRIANÇA Regina Prado

    Ahhh criança... todas as que são de pouca idade as que gostam de amizade

    Ahhh criança... todas que ja´ viveram bastante que tem amigo distante

    Ahhh criança... todas aquele moleque zoando em casa aquela moleca fantasiada

    Ahhh criança todas feliz como vovô e a vovó feliz por si só

    Ahhh criança... todas invenção de Deus

    presente que nos deu

    Ahhh criança... todas e essa que mora em mim é essa que não tem fim

    146

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    AMOR... VOCÊ! Regina Prado

    A primavera já chegou amor... entre aromas e cores eu sonho com você! Eu me sinto mais leve amor... mas a magia não acontece sem você! Te espero amor...

    147

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    ORAÇÃO Regina Prado

    Rogo por proteção, mas também coragem. Proteção para meus filhos, que são teus também, Senhor. Coragem para viver cada dia mostrando fé e esperança.

    Rogo por sabedoria, mas também tolerância. Sabedoria para cada escolha, pensamentos, palavras e atitudes. Tolerância para aceitar o que diverge de minha crença e minha opinião.

    Rogo por amor, mas também perdão. Amor para compartilhar tua essência,

    perdão para receber a tua salvação!

    148

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    Wellington Amâncio

    Wellington Amâncio nasceu em 28 de Março de 1975, no Município de Delmiro Gouveia; escreve com intuito poético desde 1997; é pedagogo e graduado em Filosofia, pós-graduado em Filosofia, mestre em Ecologia Humana. Tem poemas publicados em revistas especializadas, no Brasil e em Portugal, tais como a REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS, a Germina - Revista de Literatura e Arte, e a Revista Literária Sítio da Académico de Torres Vedras. Do autor, publicou-se também "Ulisses" (poemas) em 2014 e "Diálogos com Sebastos" (teatro filosófico) em 2015.

    149

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    O POETA À FLOR DA PELE Wellington Amâncio

    Como uma ferida recente É toda a pele Que por mais leve O toque fere E abala a sua alcova O falar é mais ouvir O tocar é mais sentir O querer além deseja Além se busca e além peleja Algum bálsamo ou panacéia Alguma dormência Algum antídoto À dor que dói depois da escrita Quando me derramo Sobre a folha branca do papel.

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    DO CONTATO SOCIAL Wellington Amâncio

    A pele finíssima que me compõe É percutida dia e noite Pelos sons alheios Em ondas concretas E abstratas Os maus olhados

    Minha pele Desafina e rompe Ao menor guinchar Ao elogio descabido

    Às indiferenças ensurdecedoras

    Flacidez Engelhas Cânceres enigmáticos Fico velho Desiludido Faleço

    151

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    TRÊS METÁFORAS ACERCA DA MORTE Wellington Amâncio

    Primeiro: Os urubus bicam os olhos Por serem sacros.

    Segundo: Fustigam a tripa do reto O registro quilométrico De homens e macacos.

    Terceiro: É a gravidade que anula sonho E no primeiro céu tudo é medonho E urubu não paina sobre o vácuo.

    152

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    PÓ-ÉTICA E LÁGRIMAS Wellington Amâncio

    O Instante é agora Como pedra calcária Na História repetindo A invalidez do Ato

    Fato: não existe Há sementes de pretérito Para ser colhidas Aquém e num futuro

    Mesmo o ar da voz da fala Nem remove um grão de areia - Essa constante nos olhos - Quanto mais aqui Montanha de Desesperança

    153

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    AQUELA CASA Wellington Amâncio

    Era uma “casa” Desanimada Que o sorriso Não valia nada Aquela essa casa Não era bela Era mais uma Numa favela Não tinha água Não tinha luz Mas na portinha Tinha uma cruz De paus e latas E papelão Grande família Único vão Sofria à balas Sofria enchente No morro o barro Engolindo gente Aquela casa Não quis cair Isso por não Ter aonde ir Não tinha teto Não tinha chão Era um vazio No coração

    154

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    GAIOLA Wellington Amâncio

    Uma gaiola retém um mundo Tudo que girava lá fora. Assim contém a densidade De seres acumulados, objetos E águas de longas inércias Gaiola com hastes maculadas Pelas horas das horas e além, Semana inteira e outra semana Nos interstícios medonhos dos anos. Derredor, cotidianos centrado Na quadrada forma-gaiola. E o bicho roda pelas bordas E rumina e boceja e repete até O último instante do tempo-gaiola. Às estruturas cúbicas das normas Estes que se vêem tão rentes De passos curtos e pouco fôlego Em goteiras constantes de apatia É dentro e fora uma gente gaiola. E tão furtivos tais sãos os bichos Todas as gentes dentro do crivo Aí nasce o bicho e se faz gaiola, E vive satisfeito a quadrada orla No grilhão do aqui e de lá fora.

    155

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    A PORTA Wellington Amâncio

    Aquela porta fechada que você sabe Tem trinco travado, fácil não abre As portas se fecham, mas nessa não cabe Muro de concreto não possui chave

    Dura, fria e morta, sempre fechada Se não há outra passagem Ela não pouco se importa Firme e insone em uma fachada Porque é assaz cruel Quem está atrás da porta Olhar sem fechadura numa cara torta De um voyeur que está atrás da porta

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    O HOMEM INVISÍVEL Wellington Amâncio

    Sim! Amar-te eu queria Mas, realmente era distante Nem em sonho se daria Para ser feliz por um instante Eu queria que me olhasses Percebesses que passo aí Queria que me acenasses E em tua vida pudesse existir Mas o meu quere é nada Assim é minha esperança Como texto de voz calada Meu desejar não te alcanças Sou um homem invisível Que passeias ao teu lado Minha voz tão inaudível Eis meu coração calado Vão-se meus dias passando Igual comédia esquecida Tem sentido quando te olhando Imagino-te em minha vida

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    LÍNGUA FERINA Wellington Amâncio

    Pense antes de falar Três-oitão verbal Língua disparando Bala não é festim Chumbo, fogo, fumo, fere

    A palavra dói A palavra rói O verbo destrói Alfabeto-estilhaço De aço, de aço, de aço

    Silabas constrói Munição feroz Sua frase é Saraiva desvairada Irada, irada, irada

    Está perfurado Está arranhado Danificado Todo sentimento Ferimento, ferimento, ferimento

    158

  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    SOMOS TORNEIRAS DE OURO Wellington Amâncio

    O que fizeram dos poetas? O que fizeram dos contistas e romancistas Que viriam depois de Graciliano de Jorge de Lima? Dos artistas, onde estão? O que foi feito dos seus sonhos? O que foi feito das suas possibilidades? O que foi feito da sua criatividade? Não germinou sequer um? - Ah... duas gerações apagadas Somente em duzentas serão avivadas – Pondera tristemente Marajó - (nem esse que vos escreve escapara!) Dos contos dos contistas Dos romances dos romancistas Da poesia dos poetas Dos livros publicados Das críticas e aclamados Das coleções e do legado Da nova geração de artistas Da sua obra física Em estética espiritual Tudo isso fora cruelmente transformado Em torneiras de ouro nos bainheiros fétidos e Anti-literários daqueles dois governadores, Sobretudo, começando naquela década de Oitenta.

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  • QUANDO TUDO TRANSBORDA

    antologia

    QUANDO TUDO TRANSBORDA

    organizador:

    Anderson C. Sandes

    160