Quando a vida perde a coesão

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Publicação Interna da Rede VITA // Ano XIV // 4º Trimestre 2014 Quando a vida perde a coesão O câncer é cada vez mais comum, mas sabemos cada vez mais sobre como diagnosticá-lo e combatê-lo Mitos e verdades sobre antibióticos Prêmio Diamante VITA homenageia colaboradores

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Publicação Interna da Rede VITA // Ano XIV // 4º Trimestre 2014

Quando a vida

perde a coesãoO câncer é cada vez

mais comum, mas sabemos cada

vez mais sobre como diagnosticá-lo e

combatê-lo

Mitos e verdadessobre antibióticos

Prêmio Diamante VITAhomenageia colaboradores

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Vital é uma publicação interna da Rede VITA.

VITAwww.redevita.com.br

Hospital VITA Batel(41) 3883-8482;[email protected]

Hospital VITA Curitiba(41) 3315-1900;[email protected]

Hospital VITA Volta Redonda(24) 2102-0001;[email protected]

Grupo VITA(11) 3030-5333;[email protected]

Editor: Francisco Balestrin

Conselho Editorial: Ligia Piola, Viviane Linzmeyer, Ygor Rodrigues Salgueiro.

Apoio Curitiba: Bruna de Costa e Central Press

Fotos Curitiba: Rafael Danielewicz

Produção: Headline Publicações eAssessoria 11.3951-4478

Jornalista responsável: João Carlos de Brito Mtb 21.952.

Projeto gráfico: Circulado Design Estratégico.

Diagramação: Comunicação Assertiva

Revisão: Ligia Piola.

Tiragem:10.000 exemplares.

Impressão: Dorte Gráfica 11.3871-1716 / 1723

Grupo VITAAv. Pedroso de Moraes, 1788 São Paulo SP Cep 05420-002Email: [email protected].

Expediente

Capa

A ilustração de capa desta ediçãolembra o quanto a vida é bela e,ao mesmo tempo, frágil.

Mais uma quarta edição. Mais um final de ano.Mas poderemos pensar de outra maneira: que a próxima será mais uma Primeira Edição. E que iniciaremos um Novo Ano. E que tudo poderá Recomeçar como o raiar de um Novo Dia. Um dia ensolarado de Verão, por que não?O importante é o Começar de Novo.

Tem um poema de Fernando Pessoa que diz em uma de suas estrofes:

“Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar.Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.A hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-setodos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesmae é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.”

O Novo Ano chegará assim. Brilhando de maneira igual sobre todos e todos os lugares.

A equipe da VITAL passou por aqui para lembrar que caberá a cada um de nós saber compartilhar a terra, a luz e a sensação de renascimento a cada raiar da manhã.

04Opinião• “Luz”, por Francisco Balestrin

18Ping-Pong• Entrevista com o oncologista Fernando Cotait Maluf , que defende a realização de exames preventivos

42Campanha• Outubro Rosa e Novembro Azul, campanhas de prevenção no Hospital VITA Volta Redonda

40Histórias paraNossa VITA• “Desde ontem a cidade mudou”, a crônica de Ligia Piola

• Sob o signo de câncer Entenda um pouco mais sobre essa tão temida doença, em termos de prevenção, diagnóstico e tratamento

20Capa

16ArtigoMédico-Hospitalar• Myrna Mascarenhas explica o que é gastrite

39Vida Digital

• Videogame ajuda a avaliar risco de Alzheimer; teclados alternativos para celular e tablet; Facebook planeja incluir informações sobre saúde

38Perfil

• Sabrina Yumi, Gerente de Logística, está no perfil desta edição

28Bem-Estar• notas sobre saúde: meditação, carne suína, óculos escuros e mais

26Túnel do Tempo• Como surgiu a Radioterapia

32Acontece no VITA• Serviço de Oncologia no VITA Curitiba • Lideranças se aprimoram com coaching• Prêmio Diamante em Volta Redonda• Desenvolvimento de novos medicamentos• Semana da Qualidade e Segurança Assistencial

08Saúde• A família toda pode emagrecer • Os homens e a cirurgia de nariz • Antibióticos: mitos e verdades • Não subestime seu risco cardíaco• “Dedo em gatilho”, um síndrome comum• Barreiras contra o vírus Ebola

• “Cuidados de Enfermagem e qualidade assistencial”, por Claudimeri Dadas

06QualidadeAssistencial

Publicação Interna da Rede VITA // Ano XIV // 4º Trimestre 2014

Presidente:Edson Santos

Vice-Presidente Executivo:Francisco Balestrin

Diretor de Operações:José Mauro Rezende

Diretora Financeira:Fernanda Terracini

Diretor de Controladoria:Ernesto Fonseca

Superintendente Administrativo e Financeiro dos Hospitais VITA Batel e Curitiba:José Octávio Leme

Superintendente Operacional dos Hospitais VITA Batel e VITA Curitiba:Neidamar Fugaça

Superintendente Hospital VITA Volta Redonda:Deumy Rabelo

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“Quando você pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas

(Luis F. Veríssimo)

“ Luz

Existe um conjunto interessante de temas que estão conectados na frase de um de nossos grandes escritores contemporâneos, Luís Fernando Veríssimo. Em primeiro lugar, demonstra que nem sempre nossas práticas usuais e feitas repetitivas vezes ainda estão corretas. O mundo e, consequentemente, suas teses e práticas estão em constante evolução. E, claro, exigem diferentes ações de nossa parte. O fato de termos acertado no passado, não garante que fazendo a mesma coisa do mesmo jeito hoje ou amanhã também estejamos acertando. Aliás, provavelmente não. Outro aspecto entre muitos que podemos abordar, mas ficando no âmbito das páginas de nossa revista VITAL, tem a ver com nossa saúde. Os hábitos de on-tem, que nos davam a sensação de bem estar e saúde, provavelmente hoje já não nos garantem o mesmo status. Quando procuramos não respeitar nossos limites orgânicos e mentais muitas vezes entramos em “fadiga de material”, o que em si não indica peremptoriamente um resultado objetivo de doença, mas, certamente, amplia em muito esta avenida rumo à perda da saúde.

Repetir fórmulas passadas darão os mesmos resultados passados. Mas será que estes são aqueles que se espera hoje? O Sistema de Saúde sofre mun-dialmente uma grande discussão sobre seus novos modelos de atenção e de remuneração. Quando falamos em modelo de atenção nos referimos princi-palmente aos resultados clínicos que deverão ser apurados nas intervenções de saúde em nossos clientes. Não basta só atender: é necessário atenção com resultado satisfatório, com muita qualidade percebida e checada e num ambiente de segurança. Afinal, ninguém quer ir ao hospital para piorar.

Quando falamos em remuneração também precisamos relacionar os custos de saúde, o quanto pagamos com os resultados obtidos. E neste terreno teremos grandes discussões nos próximos anos. De novo, relacionado ao pagamento há que se ter uma relação de consumo muito clara entre o que se paga e o que se recebe, seja durante o processo de cuidado, seja com os desfechos alcançados.

Nunca vi nestes anos todos de VITAL um exemplar com tantos temas impor-tantes. Não é para menos, pois tratamos desde temas atuais relacionados à promoção de saúde, peso, exercícios, hábitos, até cuidados preventivos com patologias cardiovasculares. Coisas do dia a dia que nos passam desperce-bidas também são, cuidadosamente, abordadas. Leia a matéria sobre o dedo em gatilho e sobre a gastrite.

Falamos ainda sobre o sintoma mais “democrático” da saúde ou a falta dela. As dores nas costas que, em algum momento da vida, todos vamos sentir com mais ou menos intensidade.

Este número da VITAL é particularmente notável, pois temos uma densa discussão sobre uma das enfermidades que mais ocasionam temor do diag-nóstico e exige daqueles que, em algum momento, a contraem, uma maior dedicação e participação na cura. Sim, na cura, pois vamos ver e abordar o tema sobre vários pontos de vista. Peço primeiro que leiam a esclarecedora e informativa seção Ping-Pong com um dos maiores especialistas em oncolo-gia em nosso País: o Dr. Fernando Maluf, que muito nos abrilhanta com seus ensinamentos e conselhos. Nossa matéria principal procura ser didática e trata desde a prevenção, o diagnóstico e principalmente da cura deste mal. Histori-camente também trazemos um tema bem interessante sobre os primórdios da radioterapia (em nosso numero anterior falamos sobre a quimioterapia).

Enfim, há uma luz enorme no fim deste túnel e, nós da VITAL, temos o privilégio de poder compartilhar com nossos leitores este mundo que se abre para novos entendimentos sobre o Câncer. Boa leitura!

Francisco Balestrin - Editor

Op

inião

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Cuidados de

Claudimeri Dadas é Gerente de Enfermagem dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel

Para que se possa desenvolver uma cultura de avaliação da qualidade prestada, é necessário atuar com base em parâmetros alcançáveis e adequados a cada realidade

“ Qualidade AssistencialEnfermagem e

Claudimeri Dadas

A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu qualidade da assistência à saúde em função de um conjunto de elementos que incluem: um alto grau de competência profissional, a eficiência na utilização de recursos, um mínimo de riscos e um elevado grau de satisfação dos pacientes.

A preocupação em estabelecer uma normatização de cuida-dos individualizados e com qualidade vem sendo percebida pela enfermagem há décadas. O enfermeiro, ao planejar a assistência, garante sua responsabilidade junto ao paciente, uma vez que o planejamento “permite diagnosticar as neces-sidades individualizadas, garantindo a prescrição adequada dos cuidados”.

O movimento pela qualidade nos serviços de enfermagem é hoje uma necessidade incorporada à gestão destas áreas a fim de assegurar a assistência livre de riscos ao paciente, fa-mília e comunidade. A sistematização da assistência permite a transferência das informações de forma completa e segura para o paciente, garantindo a continuidade terapêutica. Na enfermagem, onde o cuidado é a essência da profissão, a concentração de esforços em direção aos objetivos propostos leva à melhoria contínua desta assistência. Isso implica na conscientização de toda a equipe quanto à sua importância e ao valor de suas ações. Dessa forma, comprometimento, cooperação, dedicação e aprimoramento têm como finalidade obter os maiores benefícios, juntamente com menores riscos.

Para que se possa desenvolver uma cultura de avaliação da qualidade prestada, é necessário atuar com base em parâme-tros alcançáveis e adequados a cada realidade e a mensura-ção destes parâmetros pode se dar na forma de indicadores. Os indicadores devem ser utilizados como instrumento para os profissionais de enfermagem, visando a melhoria da assis-tência prestada e, ao mesmo tempo, funciona como uma das formas de compreender a qualidade desse cuidado.

Para garantir um alto nível de qualidade, os Hospitais VITA têm investido em ampliação da infraestrutura, tratamento com equipes multidisciplinares, modernização dos equipamentos, humanização no atendimento, qualificação dos profissionais e segurança assistencial, o que possibilita oferecer maior quali-dade nos serviços prestados aos pacientes.

O processo de enfermagem e o gerenciamento de riscos têm seu início a partir da entrada do paciente na Instituição. Gerenciamos os seguintes riscos: úlcera por pressão, queda, flebite, sangramento, broncoaspiração e medicamentoso. Es-tes riscos são avaliados diariamente para todos os pacientes internados, possibilitando uma sistematização mais completa que contribui para a qualidade e segurança assistencial.

A Educação Permanente na enfermagem procura promover o desenvolvimento integral da pessoa, levantando problemas e situações do trabalho como instrumentos que visam propor-cionar aprendizagem.

O enfermeiro desempenha as funções de planejar, dar supor-te e executar os treinamentos técnicos levados aos diversos colaboradores da área, visando a padronização e a melhoria da assistência de enfermagem, além de auxiliar no desenvol-vimento das melhores práticas assistenciais.

Todas as ações realizadas pelo enfermeiro, desde a entrada até a saída do paciente no Hospital, fazem parte de uma sistematização da assistência de enfermagem, para propor-cionar um atendimento com qualidade e segurança. Elas estão implantadas de forma a otimizar o trabalho diário do profissional enfermeiro, com o objetivo final de oferecer uma melhor assistência ao paciente e garantindo segurança ao profissional que a executa.

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Pais e filhosdevem perder peso

Se o filho está gordinho é altamente provável que os pais também estejam acima do peso, por isso é importante que a família inteira participe do esforço para “entrar na linha”

O problema são os hábitos, que a família inteira precisa corrigir“

A obesidade acarreta muitas enfermidades, e os pediatras têm visto crianças com problemas de saúde de adultos devido ao excesso de peso. Uma série de fatores levou ao fenômeno do ganho de peso, em todas as faixas de idade, no mundo inteiro.

Assim, crianças gordinhas são hoje quase a regra, e não a exceção; além disso, é bem provável que os pais estejam acima do peso também. Os médicos são bastan-te claros nisto: dificilmente uma criança engorda sozinha, isto é, se o ambiente familiar em que vive não lhe pro-porcionar as condições para que esse ganho de peso aconteça.

A família todaAssim como não engordou sozinha, a criança também dificil-mente emagrecerá sem a participação de toda a família. “O passo mais importante, e também o mais difícil, é conseguir envolver a família inteira”, diz Patrícia Lima, endocrinologis-ta pediátrica do Hospital VITA Volta Redonda. Ela costuma

juntos

receber pai, mãe e filhos, junto, no consultório: “Faço até os pais subirem na balança na frente da criança, para que ela perceba que não está sozinha na questão do excesso de peso”, conta Patrícia.

Para Patrícia, os pais devem deixar de achar que o problema é a criança: “O problema são os hábitos, que a família inteira precisa corrigir”, explica. Felizmente, é muito mais fácil para uma criança perder peso do que para um adulto, e existem muitas coisas que podem ser feitas a respeito, desde mu-dança nos hábitos alimentares até aumentar a atividade física para todos.

Um quadro de pesoNas duas últimas décadas, a obesidade entre crianças de 5 a 9 anos saltou de 4,1% para 16,6% entre os meninos e de 2,4% para 11,8% entre as meninas. É um quadro grave, que sugere um problema de saúde pública - em 2012, o Ministério da Saúde criou uma campanha contra a obesidade voltada para a população jovem.

A endocrinologista Danielle Zaninelli, do Hospital VITA Curiti-ba, é testemunha do aumento da obesidade entre as crian-ças, e lamenta que os pais demorem muito para perceberem que se trata de um problema: “Quando os pais procuram ajuda, é que a criança já chegou ao grau de obesidade”, diz Danielle. Além das diversas enfermidades que o excesso de peso provoca (veja box), também pode causar problemas de autoestima e aprendizado à criança.

Negação e sedentarismoExistem duas dificuldades muito importantes quando se trata de obesidade infantil: a primeira é a dificuldade dos pais em re-conhecerem que o filho está acima do peso ideal, e a segunda é o crescente sedentarismo das crianças, devido principalmen-te ao uso excessivo de computadores e videogames.

Os pediatras recomendam que uma criança de até 3 anos fique no máximo uma hora por dia na frente de uma tela, e as demais, até os 14 anos, no máximo duas horas por dia - esse limite serve para os adultos também.

Os Riscos

A obesidade eleva as chances da ocorrência de diversas doenças. Em geral

é um processo que demora muito tempo para acontecer, mas quanto mais

cedo a pessoa se torna obesa, mais cedo as consequências podem surgir.

Entre as enfermidades (não todas) que podem ser desencadeadas pelo

excesso de peso estão:

• Infarto

• AVC

• Hipertensão

• Trombose

• Dor e desgaste articular

• Apneia

• Esteatose hepática

• Diabetes tipo 2

Atividade para você e suas crianças

Fazer atividades junto com seu filho pode ser ótimo para ele e para você tam-

bém. Pais e mães que acompanham os filhos em atividades ao ar livre e no

esporte também desfrutam, juntamente com eles, dos benefícios da atividade

física, e inclusive prevenir ou combater o excesso de peso. Existem muitas

coisas que podem ser feitas por pais e filhos junto: andar de bicicleta, passear

a pé, jogar futebol, vôlei, basquete, brincar em parques e praças.

Dados da OMS apontam que a prática da atividade física regular reduz o

risco de mortes prematuras, acidente vascular cerebral, doenças do coração,

câncer de cólon e mama, diabetes tipo 2, e outros. Além disso, crianças

sedentárias tendem a se tornar adultos sedentários; por isso é tão importante

incentivar as crianças, desde cedo, à atividade física.

O maior desafio? Sua própria agenda e a dos seus filhos. São muitos compro-

missos? Então avalie as suas prioridades. Deve haver alguma coisa que vocês

possam mudar e abrir espaço para a atividade física junto. Sem falar no prazer

que é estar com seus filhos e poder vê-los crescendo e se desenvolvendo.

O vilão é o sedentarismo

Uma pesquisa publicada este ano mostra que foi o estilo de vida sedentário,

e não uma mudança no consumo de calorias, o responsável pelo aumento

da obesidade nos EUA. O estudo da Universidade de Stanford mostra que

nos últimos 20 anos ocorre um forte declínio no exercício físico acompanhado

de aumento no Índice de Massa Corporal (IMC) médio, mas o consumo de

calorias permaneceu estável. Os pesquisadores supõem que uma queda nas

atividades físicas a que a população se dedica no tempo livre, principalmente

para mulheres jovens, possa ser o principal responsável pelo aumento dos

níveis de obesidade.

Porcentagem de americanos que relatam não praticar atividade física durante o tempo de lazer

Homens Mulheres

1994 11,4% 19,1%

2010 43,5% 51,7%

Fonte: American Journal of Medicine

Saú

de

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Questões“Os homens preocupam-se mais com seus narizes do que você pode, ingenuamente, supor: cirurgia plástica de nariz é a segunda mais procurada, logo depois da lipoaspiração

nasaisMitos sobreUm medicamento eficaz e precioso, o antibiótico é indicado para muitas doenças, mas não deve ser usado sem indicação médica; em geral as pessoas o tomam por conta própria e de maneira errada

antibióticos

Problemas respiratórios

Além de todo o destaque que tem no rosto, o nariz é uma peça do sistema respiratório, que

serve para filtrar, aquecer e umidificar o ar que inalamos. As enfermidades mais frequentes

que podem ser corrigidos com uma cirurgia de nariz são as seguintes:

Desvio de septo: O septo nasal é como uma parede de cartilagem que separa as narinas;

quando essa estrutura está deformada (o que é bastante comum), pode causar dificuldades

para respirar.

Cornetos aumentados: Os cornetos são estruturas internas que modificam a “aerodinâmi-

ca” do nariz, para que o ar tenha mais contato com as mucosas; o aumento exagerado dos

cornetos causa obstrução nasal.

Colapso das válvulas nasais: A válvula nasal é a passagem mais estreita do nariz, e ofere-

ce resistência à passagem do ar. Devido à falta de sustentação das estruturas do nariz, as

válvulas internas podem se fechar quando a pessoa inspira.

São os narizes o segundo principal motivo que leva homens a consultórios de cirurgiões plásticos. Seja um nariz pequeno demais, grande demais, torto ou com-prido, esses pacientes pedem modificações de um traço que define toda a feição. Segundo Mirella Olivei-ra, cirurgiã plástica do Hospital VITA Volta Redonda, a cada ano aumenta a procura por essa cirurgia.

Um nariz masculino é bem diferente de um feminino: em geral homens preferem narizes com dorso retilíneo e com um ângulo nasal mais fechado. No procedimen-to pode-se reduzir ou aumentar o tamanho do nariz, al-terar a forma da ponta e do dorso, diminuir o tamanho das narinas, refinar a ponta e alterar o ângulo entre o nariz e o lábio superior. Também existem cirurgias de nariz para corrigir problemas respiratórios (veja box).

“Não existe um modelo padrão de nariz, a cirurgia deve ser individualizada para cada pessoa, é im-portante não mudar completamente a aparência do paciente”, diz Mirella. Ela busca um resultado que atenda o pedido do paciente e que seja harmônico com seus traços. Também é essencial que o resultado seja funcional, que não interfira na respiração.

Uma rinoplastia dura em média de duas a três horas, e o paciente pode ter alta até no mesmo dia do procedi-mento. Ele em geral passa uma semana com curativo e pontos, que depois desse período são retirados. Com dois a três meses o inchaço diminui e já se pode ter ideia do resultado; mas a aparência definitiva, mes-mo, só se alcança depois de um ano da cirurgia.

Segundo Mirella, em média os homens ficam tão satis-feitos com os resultados de uma rinoplastia quanto as mulheres. Ela adverte que para obter bons resultados, a cirurgia deve ser realizada por um cirurgião plástico especializado, com título de especialista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

“Se curou aquilo, deve curar isto também”: essa é a lógica que faz com que muita gente se automedique com antibió-ticos. Fazer isso é quase certamente inútil, aumenta o risco para o paciente e ainda contribui para que esses medicamen-tos tenham, cada vez mais, sua eficácia comprometida.

Por isso, nunca se deve tomar antibióticos sem prescrição médica, mesmo porque são medicamentos de uso contro-lado, que só se pode comprar com receita. Entrevistamos a médica epidemiologista Marta Fragoso, Gerente de Seguran-ça Assistencial nos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, para explicar os mitos e verdades sobre os antibióticos.

Antibiótico cura gripe? Não, porque a gripe é causada por um vírus. Entretanto, podem surgir outros quadros bacteria-nos (p. ex. pneumonia, otite e sinusite) juntamente com a gripe que, esses sim, podem ser tratados com antibióticos.

Posso parar de tomar o antibiótico quando os sintomas desaparecem? De forma alguma, porque existe um tempo certo de tratamento. Se for interrompido, a doença pode retor-nar e ainda mais forte. Siga a indicação do médico e continue tomando o medicamento durante o tempo prescrito. Existem tratamentos com antibiótico que demoram meses

Os antibióticos estragam os dentes? As tetraciclinas, um tipo de antibiótico, podem causar manchas nos dentes de crianças e adolescente, mas não os estragam. Se usadas por gestantes, podem manchar os dentes da criança. Só o médi-co pode avaliar a necessidade desse tipo de medicamento.

Quem está tomando antibióticos pode consumir bebida alcoólica? Não deve. O álcool é um diurético, ou seja, ele estimula a pessoa a urinar mais, o que faz com que o medi-camento seja eliminado. Além disso, misturado com álcool, o antibiótico pode se tornar mais tóxico para o fígado.

Posso guardar o antibiótico para o caso de ficar doente de novo? Antibióticos têm tempo de validade, então não devem ser guardados. Além disso, dificilmente você terá uma enfermidade igual à que já teve. O ideal é, caso sobrem comprimidos depois do tratamento completo (veja nota aci-ma), devolver na farmácia - algumas recebem medicamentos vencidos ou sem uso.

A cura que veio do mofo

Antibióticos são substâncias utilizadas no tratamento de infecções bacterianas.

Eles agem interferindo na capacidade de desenvolvimento das bactérias, seja

atacando-as diretamente ou impedindo que se multipliquem. São utilizados

em infecções graves, como a meningite, e também leves, como amigdalites,

furúnculos e espinhas. O primeiro antibiótico,

a penicilina, foi descoberto em 1928, pelo

cientista britânico Alexander Fleming. Ele

percebeu que uma cultura de bactérias

havia morrido na presença do mofo

Penicillium notatum (foto), semelhante

ao bolor de pão, e investigou porque

isso acontec

Saú

de

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Saú

de

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Risco cardíacoé maior do que

A chance de sofrer problemas cardiovasculares costuma ser muito mais elevada do que as pessoas imaginam; mesmo confrontadas com o risco, elas resistem a adotar hábitos saudáveis

A maioria de nós costuma ser muito otimista em relação a nosso próprio risco cardíaco, ou seja, a chance de que venhamos a sofrer um evento cardiovascular, como um infarto ou acidente vascular cerebral. É natural e humano não querer se preocupar com essas coisas, mas o melhor a fazer, principalmente se você já passou dos 40 anos, é consultar um cardiologista para saber sua situação real, e o que você pode fazer a respeito.

Segundo Thiago Matsuda, cardiologista do Hospital VITA Volta Redonda, existem tabelas para avaliar o risco cardíaco do paciente, que levam em consideração os fatores mais importantes para que a pessoa apresente problemas cardio-vasculares (veja box). “Quanto maior o número de fatores em que a pessoa se encaixa, maior o seu risco”, diz Matsuda. Ele lembra que ainda assim é impossível prever quem vai ter ou não um infarto, mas que podemos buscar diminuir a chance de que aconteça conosco.

Mudança de hábitosFaz parte da rotina de trabalho dos cardiologistas identificar riscos cardíacos nos pacientes e sugerir mudanças, principal-mente na alimentação e atividade física, para reduzi-los. “Essa é a parte difícil”, diz José Eduardo Marquesini, cardiologista do Hospital VITA Batel e do Hospital do Coração; “fazer com que as pessoas adotem hábitos saudáveis”. Segundo ele, alguns poucos pacientes assimilam bem as recomendações, mas a maioria resiste.

Mesmo confrontadas a um alto risco e à perspectiva de ter problemas cardíacos, a reação dos pacientes varia. “Todos nós temos um estilo de vida, adquirido ao longo de déca-

se imagina

das, e é muito complicado pedir para modificar isso”, diz Marquesini. Ele afirma que às vezes nem mesmo um infarto é suficiente para que a pessoa mude: “Vejo infartados, que sofreram cirurgia cardíaca e continuam fumando”. Também é comum que a pessoa mude os hábitos logo depois de um trauma, como um infarto, mas depois do susto começa a retornar lentamente aos antigos hábitos.

Para alcançar uma mudança real, que diminua o risco cardía-co, Marquesini busca explicar aos pacientes os mecanismos de como as mudanças podem trazer benefícios, e também sugere apoio psicológico, por exemplo, para ajudar a aban-donar o tabagismo.

30 minutos por diaUma das formas mais eficientes e fáceis de seguir para reduzir o risco cardíaco é sair do sedentarismo absoluto, explica Matsuda, e para isso basta caminhar 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. “É o mínimo recomenda-do de atividade física, mas já ajuda muito”, afirma. Ele tam-bém alerta que o fator de risco mais importante é a idade, portanto quanto mais idosa a pessoa, maior deve ser seu cuidado com a saúde.

Os médicos admitem que esses pedidos de mudança na alimentação e nos hábitos são complicados, principalmente porque se pede um grande esforço e a recompensa é ... ‘não ter nada’, ou seja, não desenvolver uma doença em potencial. Mas adotar hábitos saudáveis vale a pena, eles vêm acom-panhados do bem estar que a atividade física e a redução de peso trazem, além de preparar a pessoa para aproveitar a terceira idade com mais saúde e independência.

Estudo mostra que pessoas subestimam seu risco cardíaco

Uma pesquisa realizada com 6.544 pacientes da unidade de check-up do Hospital Albert Einstein,

em São Paulo, mostrou que 91% dos pacientes que estavam em uma condição de alto risco cardía-

co no momento da avaliação subestimavam essa situação. O estudo, coordenado pelo cardiologista

Marcelo Katz e publicado no “European Journal of Preventive Cardiology”, buscou quantificar a per-

cepção que as pessoas tinham de seu próprio risco cardíaco e comparar com o risco real de sofrer

eventos cardiovasculares no futuro. Os participantes foram avaliados e classificados de acordo com

padrões estabelecidos em três níveis: baixo, médio e alto risco. 72% das pessoas na faixa média

também subestimaram sua condição.

fonte: Folha de S. Paulo, 29/9/2014

Principais fatores de risco

Veja nesta tabela os principais fatores que podem elevar o seu risco cardíaco;

alguns deles podem ser controlados, como sedentarismo e tabagismo,

enquanto outros não, como a idade e o sexo.

• Idade (quanto mais idoso, maior o risco)

• Sedentarismo

• Obesidade

• Gênero (homens correm maior risco que mulheres)

• Hipertensão

• Diabetes

• Fatores hereditários

• Má alimentação

• Estresse

• Níveis de colesterol (avaliados pelo cardiologista)

Saú

de

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Dedos da mão Ebola, uma ameaçaainda distante

Pelo menos por enquanto, a possibilidade de que a epidemia de Ebola chegue ao Brasil é muito remota, devido ao controle de fronteiras nos países afetados

As notícias sobre a epidemia de Ebola em três países da África deixaram os brasileiros preocupados nos últimos me-ses: e se a doença chegar por aqui? O Ebola é causado por vírus e tem alta letalidade: cerca de 70% das pessoas in-fectadas morrem. Felizmente, as chances de que a doença chegue ao Brasil são pequenas e as autoridades sanitárias estão atentas a qualquer caso suspeito.

Segundo Maria Cristina Pereira dos Santos, médica infecto-logista do Hospital VITA Volta Redonda, o vírus do Ebola não é transmitido pelo ar, mas por qualquer tipo de secreção corporal, como saliva, urina, fezes, sangue e suor. Por isso os profissionais de saúde usam roupa de “envelopamento total”, que os protege, por exemplo, no caso de o paciente tossir. O vírus continua ativo nas se-creções por até dois meses.

Apesar do quadro assus-tador, Maria Cristina tranquiliza os preo-cupados: “É muito difícil que a doença

Saú

de

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chegue ao Brasil, porque existe um controle rígido para saída dos países onde ela está ocorrendo”. Ela também destaca que a epidemia não atinge a África toda, apenas três países (veja box).

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), ligada ao Ministério da Saúde, alertou o País todo sobre a doença, e qualquer caso suspeito deve ser comunicado para a Fundação, que está preparada para diagnosticar e tratar a doença, bem como tomar medidas de isolamento necessárias. Pessoas que tiveram contato com doentes devem ficar em quarente-na por 21 dias.

A Epidemia

No início de novembro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um

total de 13.268 casos, com 4.960 mortes. A atual epidemia começou no final

de 2013 na Guiné (1.760 casos), e atingiu também a Libéria (6.619) e Serra

Leoa (4.862), todos países do oeste africano. A Nigéria teve 20 casos e o

Senegal, um - estes dois países foram retirados da lista de países afetados, o

que ocorre após 42 dias sem novos casos. Os demais casos foram registra-

dos fora da África (4 nos EUA e 1 na Espanha).

A Doença

O vírus Ebola é encontrado em morcegos frutívoros na África, mas

possivelmente também em gorilas, antílopes e porcos; supõe-se que a

contaminação, inicialmente, tenha ocorrido pelo contato de pessoas com

fluidos desses animais. Nos seres humanos, o período de incubação é de

2 a 21 dias. Inicialmente o doente sofre dores de cabeça muito fortes, fra-

queza muscular e calafrios; depois náuseas, vômito e diarreia, entre outros

sintomas; nos casos de óbito, este ocorre por hemorragia interna, entre 6 e

16 dias após os primeiros sintomas.

“engatilhados”“Dedo em gatilho” é uma enfermidade comum que começa com estalidos nos dedos, depois evolui para uma dificuldade em esticá-los

“Dedo em gatilho” é quando sentimos um ou mais dedos da mão “travarem”. É um problema comum, que costu-ma começar com uma crepitação, uns estalidos no dedo, principalmente no anelar, médio e polegar. Depois começa a ficar mais difícil esticar o dedo e finalmente, em casos mais avançados, a pessoa pode precisar usar a outra mão para esticar o dedo afetado. Devido à posição dobrada, o proble-ma ganhou o nome de “dedo em gatilho”.

O ortopedista Carlos Alberto Bidutte Cortez, do Hospital VITA Curitiba, explica que se trata de um problema causado pela inflamação do tendão flexor do dedo, que passa por um túnel nos ossos da mão. Quando o tendão inflama, ele incha e não passa mais pelo orifício, ou passa com dificulda-de. “No início, a pessoa sente como se seu dedo fizesse um ‘cloc’”, diz Cortez.

“As principais queixas são a dor e a dificuldade para pegar objetos”, diz o ortopedista Affonso Luiz Fonseca, do Hospital VITA Volta Redonda e da Ortosider. Segundo ele, o proble-ma afeta principalmente pessoas que fazem movimentos repetitivos de apreensão. “Antigamente acontecia muito às costureiras, devido ao movimento que faziam com a tesoura; hoje é comum nos trabalhadores de construção civil, que usam o alicate para fazer amarração de estruturas”, explica. Embora as causas mais comuns sejam essas, nem sempre se pode determinar um “culpado” para o surgimento do problema, que é bastante frequente: na semana em que foi entrevistado, Fonseca havia atendido três casos.

A maioria dos casos pode ser tratada com fisioterapia e medicação. Para os mais graves, pode-se fazer uma cirurgia que aumenta o diâmetro do túnel no osso e elimina o pro-blema. Uma forma de tentar prevenir o “dedo em gatilho” é evitar o movimento que causou o problema e fazer alonga-mentos nas mãos: estender e contrair completamente os dedos. Fonseca acrescenta que digitação não provoca esse tipo de problema.

Saú

de

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Page 9: Quando a vida perde a coesão

Gastrite

Myrna Mascarenhas

Os cientistas australianos Barry Marshall (esq.) e Robin War-

ren receberam o Prêmio Nobel de Medicina de 2005 pela

descoberta de que gastrites e úlceras de estômago podem

ser causadas por uma infecção bacteriana. Eles demonstra-

ram que a bactéria Helicobacter pylori tem um importante

papel no desenvolvimento de enfermidades de estômago e

intestino. Graças às suas descobertas, o tratamento dessas

infecções mudou radicalmente - até então o tratamento

mais comum era o cirúrgico, e a doença era atribuída

ao estresse e estilo de vida dos pacientes. A bactéria H.

pylori é encontrada em cerca de metade da população. A

contaminação costuma acontecer na infância, mas a maior

parte das pessoas convive com a bactéria sem apresentar

sintomas. Cerca de 10% a 15% das pessoas infectadas desenvolvem úlceras. Para vencer a resistência da comunidade médica a aceitar que uma

bactéria poderia habitar o ambiente ácido do estômago e provocar enfermidades, Marshall tomou ele mesmo água contaminada com H. pylori -

alguns dias depois, fez uma endoscopia que mostrou alterações gástricas. O trabalho de Warren e Marshall desafiou dogmas e provocou uma das

mais importantes mudanças na Medicina ocorridas no século XX. Hoje a maioria das úlceras e gastrites pode ser tratada de forma medicamentosa.

Gastrite tem como definição a inflamação da mucosa do estômago, que pode ser aguda ou crônica.

As gastrites agudas, quaisquer que sejam suas causas, são de apareci-mento súbito, têm curta duração e desaparecem na maioria das vezes sem deixar sequelas. Suas principais causas são estresse, ingestão de álcool, medicamentos (principalmente os anti-inflamatórios) e, menos comumente, agentes infecciosos.

Na gastrite crônica os sintomas são mais prolongados e as causas princi-pais são a infecção pela bactéria Helicobacter pylori, gastrites autoimunes, entre outras.

Os principais sintomas são dor na região superior do abdome, náuseas e sensação de peso após se alimentar.

O diagnóstico, no caso das gastrites agudas, pode ser clínico ou endoscópi-co e, nas gastrites crônicas, endoscópico com biópsia da mucosa gástrica.

O tratamento dever ser, em primeiro lugar, tentar eliminar os fatores causais, como os medicamentos, álcool e erradicação de agentes infecciosos. Em segundo lugar, uma dieta equilibrada, sempre orientada por médico ou nutricionista.

Os medicamentos mais comuns para o seu tratamento são os inibidores de bomba de prótons, sendo os mais conhecidos Omeprazol, Lanzoprazol, Pantoprazol e Esomeprazol, responsáveis pela redução da acidez gástrica e controle de todos os sintomas, principalmente da dor. Outros medicamentos são os denominados procinéticos: Bromoprida, Domperidona e Metoclo-pramida, que atuam na melhora das náuseas e da sensação de peso no estômago.

Myrna Mascarenhas é médica gastroenterologista do Hospital VITA Volta Redonda

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A bactéria da úlcera

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Page 10: Quando a vida perde a coesão

Quem procura acha;

O médico Fernando Cotait Maluf, Diretor do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, em São Paulo, é um dos oncologistas mais prestigiados do País. Nesta entrevista, ele fala sobre diagnóstico precoce e rastreamento, ou seja, a busca de tumores antes mesmo que apareça qualquer sintoma - o que é recomendado para pessoas que têm alto risco de desenvolver a doença. Maluf esteve presente à inauguração do Serviço de Oncologia do Hospital VITA Curitiba, em 28 de outubro. Na ocasião, autografou o livro “Vencer o Câncer” (veja box). No dia 24 de novembro ele participou do Jô na Rede Globo, falando sobre câncer de próstata (disponível no endereço http://goo.gl/iG7s4B).

quem acha cura

O câncer vem aumentando ao redor do mundo por várias causas incluindo maior longevidade da população, maior crescimento populacional, diagnósticos mais precisos, e mudanças no estilo de vida do “homem moderno”

“ VITAL - Você pode explicar por que devemos procurar um câncer que não se manifestou ainda? Diz o ditado, “não se conserta o que não está quebrado”. No caso do câncer, isso é verdade também? Até que ponto é razoável sugerir buscar algo que não deu o menor sinal de existência?

Fernando Cotait Maluf - Isso é parcialmente verdade. Uma regra geral para todos os tumores do nosso corpo é que quanto mais precoce se faz o diagnóstico, maiores as chan-ces de cura às custas de tratamentos menos complexos. Um ditado comum da população, refletindo o medo de se fazer o rastreamento, é de “quem procura, acha”. Eu completo esta frase dizendo “quem acha, cura”. Como exemplo, as taxas de cura de tumores de cabeça e pescoço, de mama, de pulmão, do aparelho digestivo, e do aparelho genitourinário quando diagnosticados precocemente, em geral através do rastrea-mento, podem chegar a até 95%.

VITAL - Os casos de “rastreamento” (buscar algo que não deu sinal) de câncer mais conhecidos pela população são os de mama, colo uterino e próstata. Encontramos no seu site “Ven-cer o câncer” outras recomendações. Já existe uma cultura de rastreamento? Muita gente poderia ser salva se tivesse feito rastreamento?

FCM - O rastreamento é estabelecido para alguns tumores cujos estudos demonstraram que, nesses casos, com exames regulares poder-se-iam diagnosticar precocemente tumores e salvar mais vidas.

Para as mulheres, os tumores no qual o rastreamento mos-trou benefício foram os de mama, colo de útero, cólon e de pulmão (caso tabagista de longa data). Segue abaixo a idade de início do rastreamento para cada um dos tumores a serem investigados e os respectivos exames a serem solicitados.

•Mama: avaliação anual a partir dos 35-40 anos – exame

físico e mamografia/USG•Colo de Útero: avaliação anual a partir dos 18 anos – exa-me físico e papanicolau•Cólon: avaliação a cada 3-5 anos partir dos 50 anos – exame físico e colonoscopia•Pulmão: avaliação a partir dos 60 anos – exame físico e tomografia de tórax

Para os homens, os tumores no qual o rastreamento mostrou benefício foram os de próstata, cólon e de pulmão (caso tabagista de longa data). Segue abaixo a idade de início do rastreamento para cada um dos tumores a serem investigados e os respectivos exames a serem solicitados.

•Próstata: avaliação a partir dos 50 anos – toque retal e PSA•Cólon: avaliação a cada 3-5 anos partir dos 50 anos – exame físico e colonoscopia•Pulmão: avaliação a partir dos 60 anos – exame físico e tomografia de tórax

VITAL - Em termos de saúde populacional, é razoável suge-rir isso? O governo economizaria recursos oferecendo mais diagnóstico precoce?

FCM - Estima-se que a redução da mortalidade dentre estes tumores poderia ser da ordem de pelo menos 50%. Baseados nestes números, vários países da Europa e os Estados Unidos adotaram o rastreamento destes tumores como parte dos programas populacionais de saúde por salvar mais vidas, à custa de menos gastos.

VITAL - É comum ouvir as pessoas dizerem coisas como: “Meu avô morreu com 120 anos de idade e fumava todos os dias”. Como você responde a esse tipo de argumento?

FCM - Fatores de risco ambientais são responsáveis por apro-ximadamente 90% dos tumores e alterações genéticas graves

somente por 10%. No entanto, a presença de fatores de risco aumentam as chances de se desenvolver um tumor, e ausên-cia deles conferem chances menores de isso ocorrer. Porém, não existe uma garantia absoluta de que pessoas que tenham fatores de risco vão desenvolver o câncer, e que aquelas que não tenham fatores de risco estejam 100% seguras. Isso se explica em parte porque, além do fator de agressor, no caso o fator de risco, existe uma resposta diferente de organismo para organismo às injúrias causadas por ele. Como exemplo, sempre cito tabagismo, um dos maiores males da humanidade. Alguns fumantes de longa data podem desenvolver um câncer de pulmão, outros enfisema pulmonar, outros infarto agudo do miocárdio, outros AVC. Ou seja, o mesmo fator agressor, porém respostas diferentes dos organismos das pessoas a esta injúria, manifestando-se pelo aparecimento de doenças diferentes.

VITAL - Vemos muitas pessoas dizendo que o câncer está au-mentando. Isso não seria apenas uma ilusão provocada pelo aumento dos diagnósticos e da longevidade?

FCM - O câncer vem aumentando ao redor do mundo por vá-rias causas incluindo maior longevidade da população, maior crescimento populacional, diagnósticos mais precisos, e mudanças no estilo de vida do “homem moderno”. Os dados mais atuais mostram que:

• O câncer teve um aumento de sua incidência em 20% nos últimos 5 anos• Em 2020 o câncer será a maior causa de morte de mun-do (ultrapassando doenças cardiovasculares)• 14.100.000 novos casos são diagnosticados por ano ao redor do mundo• 32.600.000 pessoas convivendo com o câncer ao redor do mundo

Um dos principais motivos deste aumento significativo dos ca-sos mundiais de câncer deve-se aos fatores ambientais, que em grande parte, poderiam ser controlados por nós mesmos em benefício próprio.

VITAL - Quais são os principais fatores de risco e como pode-mos controlá-los a nosso favor?

FCM• Dieta: cuidado com carnes vermelhas, gordura, açúcar, condimentos e implementar dieta com carnes magras (particularmente peixe), verduras, legumes e frutas• Falta de Exercícios Físicos: fazê-los de forma regular• Obesidade: combate agressivo ao sobrepeso (dieta, exercício físico)• Tabagismo: combate agressivo (medicações específi-cas, acompanhamento psiquiátrico)• Álcool: consumo leve (vinho)• Exposição ao sol: uso de protetor solar em particular quando pele mais clara e em horários de pico (entre 10hs e 16hs)

• Reposição hormonal: uso cauteloso em mulheres com fatores de risco para câncer de mama e ginecológicos• Falta de vacinação: vacinação para hepatite B (homens e mulheres) e HPV (mulheres)

VITAL - Que diferença faz a experiência acumulada de um centro no tratamento de câncer? O tratamento de câncer tende a se concentrar em centros especializados?

FCM - Como regra geral o melhor momento para curar um câncer é o primeiro momento. Neste sentido, vários estudos sugerem que, para diferentes tipos de tumores, o tratamento em um centro especializado pode oferecer chances de cura de até 30% a mais em relação a hospitais gerais. O mesmo vale para as menores taxas de complicações decorrentes dos tratamentos cirúrgicos, radioterápicos e medicamentosos. Por outro lado, procurar um grande centro após a falha aos primei-ros tratamentos ainda é válido. No entanto devemos estar cientes de que o impacto em termos de cura oferecido por um centro especializado é bem menor quando ocorre a recidiva de um tumor, quando comparado ao potencial benefício que poder-se-ia observar se o tratamento desde o início fosse realizado em um grande centro oncológico.

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Page 11: Quando a vida perde a coesão

Segunda doença que mais mata no mundo, em breve o câncer deverá se tornar a primeira; informações de fontes seguras, mudanças no modo de vida e exames preventivos aumentam nossas chances de nos protegermos contra ela

Sob o signo de câncer

Cap

a

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Page 12: Quando a vida perde a coesão

Vários indicadores têm apontado que a incidência de di-versos tipos de câncer vem aumentando no mundo todo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou no início de 2014 uma pesquisa em que prevê que os casos de câncer devem aumentar em aproximadamente 50% até 2030, isto é, para 22 milhões de casos diagnosticados, em comparação com os 14 milhões de 2012.

E a quem ou a que se deve esse aumento? Em primeiro lugar, o aumento da expectativa de vida das pessoas: quanto mais vivemos, maior a chan ce de que venhamos a desenvolver um tumor. Outros fatores são hábitos de alimentação pouco saudáveis: tabagismo, sedentarismo, obesidade (sim, o ex-cesso de peso também é um fator de risco para câncer) entre outras coisas. Esses fatores, separados ou reunidos, podem ser o “gatilho” que desencadeia um crescimento desordena-do de células, que é o câncer (veja box).

Mas tem uma porção de coisas que podemos fazer para tentar diminuir essas estatísticas, que se resumiriam em duas dicas: adote hábitos saudáveis e faça exames preventivos

Incidência de câncer por gênero

Pesquisa da OMS divulgada em 2014 aponta as diferenças de incidência dos

diferentes tipos de câncer segundo o sexo do paciente.

Homens Mulheres

casos diagnosticados 53% 47%

mortes 57% 43%

Tipos de câncer mais comuns em homens

Pulmões 16,7%

Próstata 15%

Colorretal 10%

Estômago 8,5%

Fígado 7,5%

Tipos de câncer mais comuns em mulheres

Mama 25,2%

Colorretal 9,2%

Pulmões 8,7%

Útero 7,9%

Estômago 4,8%

Enfim, o que é o câncer?

O câncer pode ser definido como uma proliferação anormal e descontrolada

de células oriundas de uma célula previamente normal, que sofreu uma ou

mais mutações, e que tem a capacidade de se espalhar pelo organismo.

Quando a mutação ocorre em geral ou ela é reparada ou a célula morre. Entre-

tanto, a célula que se torna maligna não morre. Na maioria das vezes, acumula

várias mutações que resultam em proliferação descontrolada e capacidade de

se espalhar pelo corpo.

Fonte: site Vencer o Câncer (www.vencerocancer.com.br)

para fazer um diagnóstico definitivo. Wiermann explica que nos últimos anos os tratamentos cirúrgicos e por radioterapia do câncer de próstata evoluíram muito e se tornaram bem mais seguros, com menos efeitos colaterais adversos.

DiagnósticoUma das maiores dificuldades no tratamento do câncer é que cada caso é diferente do outro: por ter origem em alterações do DNA, os tumores de dois pacientes nunca serão idên-ticos, mesmo que ocorram no mesmo órgão, em pessoas do mesmo sexo e idade. “O câncer tem uma biologia muito diferenciada”, diz Wiermann; “é uma proliferação atípica de células, e com comportamentos diferentes em cada caso”. Felizmente, o aumento do conhecimento biológico disponível no mundo, que inclui um Projeto Atlas Genômico do Câncer (TCGA), permite classificar tumores segundo seu material genético, o que possibilita tratamentos mais específicos e menos agressivos. “É esse o momento da terapia do câncer hoje”, diz Wiermann: “buscar diagnósticos precisos que nos permitam escolher a melhor resposta terapêutica para cada pessoa”. A doença varia conforme localização, célula de origem e alterações genômicas que promovem a oncogênese — alterações cromossômicas, celulares e ou genéticas que culminam no desenvolvimento de um câncer.

Para uma doença que se apresenta de tantas formas, o diagnóstico também acontece utilizando variadas ferramen-tas. Exames preventivos são feitos de forma pouco invasiva, por inspeção visual, palpação, raios-X (inclusive mamografia), ecografias e testes laboratoriais. Quando esses exames indi-cam a suspeita de existência de um tumor, então se podem usar outras versões dessas mesmas ferramentas, e também

regularmente. Pronto. Com isso você já estará fazendo a sua parte. Além disso, os diagnósticos evoluíram, os tratamentos também, e a reabilitação das pessoas que curaram ou contro-laram tumores é cada vez melhor.

Prevenção As mulheres ganham de goleada dos homens no quesito amor-próprio, porque elas se preocupam muito mais que eles com a própria saúde, e agem de acordo: vão periodi-camente ao médico, fazem exames preventivos e com isso acabam detectando mais cedo qualquer sinal de um tumor. O resultado é que a expectativa de vida da mulher sempre foi e continua sendo mais elevada, 78,6 anos; para os homens é de 71,3 (IBGE 2014). Veja nesta matéria uma tabela que reco-menda com que frequência e a partir de que idade devemos fazer exames preventivos.

O oncologista Evanius Wiermann, do Hospital VITA Curitiba e Presidente Nacional da Sociedade Brasileira de Oncologia, lamenta que o diagnóstico do câncer de próstata no Brasil (cerca de 70.000 caso por ano) aconteça tão tardiamente. Se-gundo ele, a chance de cura do câncer de próstata nos EUA é o dobro da que ocorre no Brasil. “A doença é a mesma, a diferença é que os brasileiros não fazem exames preventivos e por isso chegam ao tratamento com a doença já avançada”, diz Wiermann. É o segundo tipo de câncer mais perigoso para o homem, depois do câncer de pulmão.

Ele alerta que, para a prevenção do câncer de próstata, os exames de toque e PSA são complementares, embora o de toque seja o mais importante. Caso os resultados indiquem uma suspeita de tumor, o médico pode solicitar uma biópsia

Livros que trazem informações confiáveis

O oncologista Fernando Cotait

Maluf (veja entrevista nesta edição)

lançou neste ano dois livros de

informação sobre o câncer volta-

dos para a população em geral:

o primeiro, “Vencer o Câncer”, foi

escrito em parceria com os tam-

bém oncologistas Antonio Carlos

Buzaid e Drauzio Varella. Lançado

em maio, tem o objetivo de orientar

e levar à população brasileira

informação de qualidade sobre

o câncer, fatores de risco para o

seu desenvolvimento, prevenção,

diagnóstico, tratamento, além de

outros assuntos relacionado à doença, como medicina integrativa, dieta, direi-

tos do paciente com câncer e atitudes que podem ajudar na recuperação do

paciente. Para consultar parte do conteúdo do livro e notícias sobre o assunto,

acesse o site oficial: http://vencerocancer.com.br/

O segundo livro é mais específico:

“Vencer o Câncer de Próstata – Evi-

tar, Tratar, Curar”. Com linguagem

dinâmica e clara, o livro descreve

as características da doença, que

é o segundo tumor mais frequente

no Brasil entre os homens, as

formas de tratamento, diagnóstico

e esclarece dúvidas no formato de

perguntas e respostas. Foi lançado

em novembro, para coincidir com o

“Novembro Azul”. Para Maluf, lançar

livros sobre câncer em parceria com

colegas oncologistas é uma forma

de levar informações sobre câncer confiáveis e fáceis de entender para a po-

pulação em geral - tentar pesquisar sobre a doença na Internet pode deixar as

pessoas confusas e inseguras, diante de uma enorme quantidade de dados

desconexos e, muitos, de qualidade duvidosa.

Cap

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Page 13: Quando a vida perde a coesão

Rosa e Azul

No mundo todo, o “Outubro Rosa” marca a realização de campanhas de

prevenção de câncer de mama. Esse movimento começou nos EUA em 13 de

outubro de 1991, quando a Fundação Susan G. Komen de Câncer de Mama

distribuiu laços cor de rosa para os participantes da primeira “Corrida de Nova

York para a Cura”, um evento que tem o objetivo de levantar fundos para

a instituição. Um impulso extra que reforçou o símbolo do laço cor de rosa

ocorreu em 1992, quando a fabricante de cosméticos americana Estée Lauder

distribuiu 1,5 milhão de laços cor de rosa, acompanhados por um cartão que

descrevia um autoexame de mama.

A ideia de relacionar campanhas de prevenção do câncer de mama ao mês

de outubro e à cor rosa era realmente poderosa e disseminou-se inicialmente

nos EUA e depois em outros países. No dia 2 de outubro de 2002, o obelisco

do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado de rosa, e desde então o “Outubro

Rosa” ganhou força em todo o País. Vários monumentos são iluminados de

rosa para marcar o mês em todo o país.

O “Novembro Azul” é uma campanha criada na esteira do “Outubro Rosa”,

para conscientizar os homens da importância de fazer exames preventivos de

câncer de próstata. O movimento teria surgido na Austrália, em 2003, aprovei-

tando as comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata,

realizado em 17 de novembro. No exterior, a campanha é conhecida como

“Movember”, e o símbolo é um bigode azul.

outras, mais sofisticadas, como endoscopia, colonoscopia, broncoscopia, mamografia digital, raios-X, ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, cinti-lografia, densitometria, radiologia intervencionista e medicina nuclear. Finalmente, pode ser necessária a biópsia, que é o exame do tecido retirado do paciente, para assegurar, por exames laboratoriais, o tipo de tumor.

É justamente no início desta “maratona” de exames que as mulheres levam vantagem: “Elas vão oito vezes mais ao médico do que os homens”, resume Wiermann. “E por isso têm muito mais chance de conseguir encontrar um tumor no início do desenvolvimento, quando as chances de recupera-ção são maiores”.

TratamentoAo contrário do que possamos supor, o oncologista raramente é o primeiro médico a tratar o paciente de câncer. Em geral, ele é chamado quando o diagnóstico já está estabelecido e já se tem uma biópsia que confirma a doença. O oncologista é o especialista que vai escolher qual tratamento utilizar e de que forma, sempre trocando informações com outros médicos e profissionais de saúde que acompanham o caso. Os Hospi-tais VITA Curitiba e VITA Volta Redonda dispõem de Serviços

Câncer infantil

Menos comum, o câncer infantil já representa a segunda causa de mortalida-

de entre crianças e adolescentes, de 1 a 19 anos, para todas as regiões do

País. Como a primeira causa são as relacionadas aos acidentes e à violência,

podemos afirmar que o câncer é a primeira causa de mortes por doença, após

um ano de idade, até o final da adolescência.

É importante que os pais estejam sempre atentos, pois nem sempre a criança

inventa sintomas. Ao sinal de alguma anormalidade, devem levar seus filhos

ao pediatra para uma avaliação. Esses sintomas podem estar relacionados a

doenças comuns na infância, o que não é motivo para que a visita ao médico

seja descartada. Os principais sintomas são: surgimento de nódulos e caroços;

palidez e falta de energia sem motivo aparente; surgimento de hematomas sem

motivo aparente; sangramentos frequentes (nariz, ânus, vias urinárias); dor loca-

lizada e persistente; mancar sem razão aparente; febres sem motivo aparente;

aumento do volume abdominal; dor abdominal prolongada; dores de cabeça

frequentes, muitas vezes acompanhadas por vômitos; mudanças nos olhos ou

na visão; perda de peso rápida; virilização em meninas ou puberdade precoce.

Os tipos de câncer mais comuns na infância/adolescência são:

• leucemia: câncer mais comum, torna a criança mais sujeita a infecções. Palidez, sangramentos e dores ósseas são sintomas;• retinoblastoma: surge como embranquecimento da pupila quando expos-ta à luz. Pode se manifestar através de fotofobia ou estrabismo, geralmente antes dos três anos de idade;• tumor de Wilms: aumento do volume ou uma massa no abdome, pode afetar um rim ou ambos, é mais comum na faixa dos dois a três anos de idade. Representa de 5 a 10% dos tumores infantis;• osteossarcoma: tumor no osso em crescimento, mais comum em ado-lescentes, são raros os casos;• tumor de sistema nervoso central: dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, de comportamento e paralisia de nervos são os sintomas. São os tumores malignos sólidos mais comuns em crianças, ficando atrás das leucemias e linfomas;• neuroblastoma: tumor sólido extracraniano, isto é, fora do cérebro, mais comum nas crianças durante os dois primeiros anos de vida;• linfomas: de Hodgkin ou não-Hodgkin, câncer do sistema linfático. É raro antes dos cinco anos de idade, mas entre 10 e 15% dos casos ocorrem em adolescentes e crianças com menos de dezesseis anos.

um diagnóstico de câncer nem sempre significa a mesma tragédia que costumava significar décadas atrás. Sim, é uma doença terrível, mas que podemos prevenir, diagnosti-car e tratar. Eventualmente é possível até conviver com ela: Wiermann explica ser comum, ao diagnosticar um câncer de próstata de crescimento lento, decidir por não operá-lo, mas sim acompanhar e controlar seu desenvolvimento, principal-mente em pacientes bastante idosos.

Muitas mulheres acabam tirando uma vantagem estética de um tratamento de câncer de mama: pode-se na mesma in-tervenção em que se extrai o tumor, reconstruir a mama. No caso de mastectomia, ou seja, uma intervenção mais radical, o cirurgião plástico pode utilizar tecido do abdômen da paciente para a reconstrução da mama e, nesse caso, ela acaba passando por uma cirurgia de barriga também. Com isso, a resistência das mulheres ao tratamento do câncer de mama tem diminuído. Exames preventivos

Exames recomendados para prevenir o câncer, segundo faixa de idade.

Mulheres

•Mama: avaliação anual a partir dos 35-40 anos

•Colo de Útero: avaliação anual a partir dos 18 anos

Homens

•Próstata: avaliação a partir dos 50 anos – toque retal e PSA

Ambos os sexos

•Cólon: avaliação a cada 3-5 anos a partir dos 50 anos

•Pulmão: avaliação a partir dos 60 anos

•Pele: autoavaliação constante

O inimigo continua aceso

Caso você não se lembre, o maior aliado do câncer continua sendo o cigarro.

O tabagismo é um fator de risco para câncer de pulmão, boca, laringe, bexiga,

rins, estômago e pâncreas - pessoas que fumam têm um risco 10 vezes maior

de desenvolver a doença do que as que não fumam. Como se não bastasse,

eleva o risco para câncer de mama também: um estudo do Centro para Pes-

quisa em Câncer Fred Hutchinson em Seattle (EUA) mostrou que mulheres que

consomem mais de um maço de cigarros por dia há pelo menos dez anos têm

uma chance 60% maior que as outras de desenvolver câncer de mama.

de Oncologia Clínica que oferecem justamente esse tipo de terapia (veja matéria na pág. 32).

Rodrigo Leijoto, oncologista do Hospital VITA Volta Redonda, explica que muitas vezes o paciente até mesmo já passou por um tratamento cirúrgico do tu-mor: “A oncologia faz o tratamento que a cirurgia não faz”, diz Leijoto. “Por exemplo: quimioterapia, hormonioterapia e imunoterapia”. Ele menciona a radioterapia também, que é realizada por outro especialista.

A quimioterapia utiliza compos-tos químicos chamados quimio-terápicos. No caso do câncer, a quimioterapia é chamada de antineoplásica ou antiblásti-ca. Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células normais como as neoplásicas, porém causam maior dano às células malignas do que às dos tecidos normais.

EsperançaOs tempos mudaram, os trata-mentos melhoraram e assim

Cap

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Page 14: Quando a vida perde a coesão

Raios que salvam

A potência e precisão dos raios-X obtidos a partir de fontes naturais e das tecnologias da primeira metade do século XX impunham limites à radioterapia.

Em 1895, o físico alemão Wilhelm Röntgen estudava a pas-sagem de corrente elétrica por tubos com gases rarefeitos. No dia 8 de novembro, ele cobriu o tubo com um cartão preto que bloqueava a passagem de luz, mas percebeu que uma placa recoberta de bário brilhava no escuro, mesmo a dois metros do tubo. Continuando suas experiências, ele notou que objetos de diferentes espessuras apresentavam diferentes transparências para os raios misteriosos. Final-mente, ele manteve a mão de sua esposa Anna Bertha imó-vel por alguns momentos no trajeto dos raios e obteve uma imagem fotográfica que mostrava os ossos - era a primeira radiografia. Pouco tempo depois, a cientista Marie Curie (nascida na Polônia) isolou os primeiros elementos radioati-vos, que batizou de Polônio e Rádio.

No ano seguinte à descoberta de Röntgen, o estudante de Medicina americano Emil Grubbé já utilizou radiação para tratar câncer. Após notar a descamação de suas mãos depois de expostas aos raios-X, Grubbé conven-ceu um de seus professores a irradiar uma paciente com câncer de mama, Rose Lee. O tratamento teve resultados positivos, demonstrando o potencial dos raios-X no trata-mento de tumores.

Também em 1896, o médico austríaco Leopold Freund tratou com sucesso um paciente de cinco anos sofrendo de Nevo Melanocítico, que cobria todas as costas. O caso foi tratado com sucesso.

BraquiterapiaEm 1901, o físico Pierre Curie sugeriu ao médico francês Henri-Alexandre Danlos a possibilidade de tratar um tumor inserindo nele uma fonte de radiação. Danlos testou a ideia e descobriu que a radiação fazia tumores diminuírem. Isso deu origem à braquiterapia, nome que vem do prefixo grego “braqui”, que significa próximo, devido ao fato de serem colocadas fontes de radiação próximas ao tumor. Entre os pioneiros da braquiterapia está a americana Margareta Clea-ves, que a utilizou no tratamento de câncer cervical.

Desde que a radiação foi descoberta, tentou-se utilizá-la no tratamento de tumores; as primeiras experiências foram bastante rudimentares, mas o método mostrou-se eficaz e evoluiu

Radioterapia fracionadaNo início, a radioterapia consistia apenas de uma dose maciça de radiação, com duração de aproximadamente uma hora, o que causava fortes efeitos colaterais. Em 1922, o médico Claudius Regaud demonstrou que o tratamento fracionado era tão eficiente quanto a dose única, e causava menos efeitos colaterais

AceleradorA potência e precisão dos raios-X obtidos a partir de fontes naturais e das tecnologias da primeira metade do século XX impunham limites à radioterapia. Nos anos 1950, o médico Henry Kaplan construiu um acelerador de partículas para fins terapêuticos, uma máquina de 6 Megavolts que produ-zia um feixe mais potente e preciso de radiação. O primeiro paciente foi o menino Gordon Isaacs, em 1957, que aos dois anos de idade já havia perdido um dos olhos devido a um retinoblastoma, que ameaçava o outro olho também. O tratamento com o acelerador de partículas de Kaplan salvou a outra visão de Isaacs.

Imagem da mão da esposa de Röntgen, Bertha, com um anel, é considerada a primeira radiografia

Marie Curie identificou elementos radioativos e foi a primeira mulher a receber o

Prêmio Nobel

O médico francês Claudius Regaud diminuiu os

danos da radioterapia ao fracionar o tratamento

O menino Gordon Isaacs foi a primeira pessoa a receber radioterapia com acelerador

linear, em 1957

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Page 15: Quando a vida perde a coesão

Bem

-Estar

28

Muito mais que umacessório

Suínosaudável

Sim, um belo par de óculos escuros valorizam o visual: dão aquele ar viril para os homens, e aquele charme extra para as mulheres. Mas sabia que, além de bonitos, óculos escuros de boa qualidade são uma proteção para os seus olhos? É por isso que é importante, ao comprar um par, prestar atenção não só à cor e ao modelo, mas principalmente à presença do indispensável filtro ultra-violeta (UV). Assim, cuidado com modelos muito baratos, de origem duvidosa, que podem não dispor dessa prote-ção - modelos falsificados nunca têm proteção UV.

O oftalmologista Roberto Bermudez, do Hospital VITA Batel, esclarece: “Assim como passamos protetor solar na pele, também precisamos proteger nossos olhos dos raios ultravioleta, que podem levar ao aparecimen-to precoce da catarata, lesões de retina e até mesmo cegueira”. Bermudez cita o caso dos pescadores, que costumam ter catarata mais cedo que as outras pessoas, devido à exposição constante e sem proteção à luz solar.

Ele alerta que o mais importante ao comprar seus óculos escuros é tentar garantir a qualidade do que se está comprando. “É impossível saber, só de olhar, se um óculos tem realmente proteção UV; então temos de confiar no estabelecimento onde estamos comprando”, comenta. Bermudez sugere que usemos óculos escuros sempre que estivermos ao ar livre, para preservar nossa visão; isso se aplica principalmente às pessoas que trabalham expostas diretamente à luz solar.

A carne de porco enfrenta certa resistência por parte dos consumidores brasileiros. O Brasil é o quinto maior produtor de carne suína do mundo, mas o consumo por pessoa não está nem entre os dez maiores. Esse quadro vem mudando lenta-mente: de 2010 para 2013, a quantidade de carne suína que cada brasileiro come, em média, subiu de 13 kg/ano para 15,6 kg/ano.

O médico nutrólogo Rafael Iazzetti, do Hospital VITA Volta Re-donda, defende esse alimento. Ele afirma que não há nenhum fator nutricional que desabone a carne de porco, pelo contrário, há vários que a recomendam: “É uma carne saborosa, saudável e de baixo custo”, defende Iazzetti.

Segundo ele, nos últimos anos a carne de porco ficou mais magra, e chega a apresentar menos gordura que o próprio frango, desde que o consumidor tenha o cuidado de separar a capa de gordura. “O lombo de porco tem 3% a 5% de gordura, o mesmo que o peito de frango; o pernil, menos que a coxa de galinha”, diz Iazzetti.

Contanto que o alimento tenha origem controlada (certifique-se de que o produto tem o selo do SIF - Serviço de Inspeção Federal), não há risco de contrair parasitas e, portanto, não é necessário “esturricar” a carne suína. “É comum as pessoas cozinharem excessivamente, o que faz a carne de porco perder o sabor e a textura”, afirma. Ele próprio é fã de um belo lombo acompanhado de purê de maçã.

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As democráticas

Sim, democráticas porque quase todo mundo tem. Dados de 2008, levantados pela pesquisa “Dor no Brasil”, realizada pelo Ibope com patrocínio do laboratório Pfizer, mostram a dor nas costas como a segunda mais comum, atrás apenas da dor de cabe-ça; mas ela é considerada a mais incômoda e a mais prejudicial ao trabalho. A pesquisa estimou que 80% dos brasileiros afirmam conviver com alguma dor crônica.

De acordo com o ortopedista e traumatolo-gista Marco Antonio Maximo Jones, do Hos-pital VITA Volta Redonda, são as pessoas que trabalham longos períodos na mesma posição, seja em pé ou sentadas, as mais propensas a sofrerem de dores nas costas. Uma forma de tentar prevenir o incômodo é sair da imobilidade e caminhar alguns mi-nutos a cada hora, para diminuir a pressão sobre os discos da coluna.

“A dor nas coisas pode ter várias origens, tanto mecânicas quanto patológicas, que só um diagnóstico será capaz de determi-nar”, diz Jones. Ele sugere que as pessoas procurem logo o médico quando a dor se estender por mais que alguns dias: “Quanto mais cedo iniciarmos o tratamen-to, melhor”, recomenda. E acrescenta que mais de 80% das hérnias de disco são tratadas sem cirurgia.

Jones alerta ainda que não se deve “mas-carar” a dor nas costas com uso continuado de analgésicos, que pode levar, em pouquís-simo tempo, a problemas gástricos graves. “Algumas pessoas podem não ter nada, mas já vi casos de hemorragia digestiva por uso de analgésicos”, afirma.

“Meditação? Deve ser bom... para os budistas”.

Sim, certamente é bom para eles, mas pode ser bom para você também, não importa qual seja a sua religião.

Ousemos afirmar que todas as religiões incluem algum tipo de meditação, ainda que não com esse nome - o terço, por exemplo, tem orações sequenciadas e repetitivas que podem ser consideradas um tipo de meditação do catolicismo. Mas muitos benefícios podem ser obtidos ao praticar meditação de uma forma desvinculada da religiosidade.

De maneira muito simples, podemos dizer que a meditação é uma prática que nos treina para, voluntariamente, concentrar-mos o foco de nossa atenção e assim reduzir o ruído que car-regamos dentro de nossas mentes. O resultado é alcançar um estado de serenidade que nos ajuda a recuperar as energias, efeito que perdura ao longo do dia e nos permite enfrentar o caos do cotidiano com mais tranquilidade.

Nos exercícios de meditação, em suas formas mais simples, alcança-se isso usando algo externo como ponto de con-centração, seja uma imagem (a luz de uma vela), um som (o famoso ‘oooooommmmmmmmmm’ é muito eficaz), contar a própria respiração, um movimento (andar lentamente, pres-tando atenção a cada mínima etapa de um passo) ou alguma outra coisa.

Em uma sociedade cada vez mais ansiosa e desconectada, a meditação pode ser um hábito que lhe trará muitos benefícios. E não precisa ser no Tibete, nem precisa de guru, nem de manto ou posição de lótus. Esses poderão vir mais tarde, caso você queira.

Uma receitinha de meditação, bem simples: 1. Separe cinco a dez minutos e vá para um lugar tranqui-lo, onde ninguém irá incomodar;2. Sente-se em uma posição confortável, em uma poltrona

dores nascostas

Seja zen você também

ou no chão; a posição de lótus, se você for capaz de fazer, pode ajudar a entrar no clima, mas não é indispensável;3. Preste atenção somente à sua respiração. Sem tentar controlar o ritmo da respiração, conte a cada expiração: inspira, expira, 1; inspira, expira, 2... Até 4 e depois reco-mece;4. Procure prestar atenção apenas à respiração e à con-tagem; para você é a coisa mais importante do universo naquele momento; 5. Se você perceber que perdeu o foco, não se aflija nem se culpe; simplesmente reinicie a contagem, sem julga-mentos;6. Repita a contagem durante três a dez minutos, já é meditação mais que suficiente para um iniciante.

Pronto, você meditou. Costuma-se recomendar que a medita-ção seja feita diariamente sempre no mesmo lugar e horário, mas fora isso você pode escolher outras técnicas, outros fo-cos além da contagem da respiração, variar a forma de contar (de 1 a 10, até perder a conta, 2 inspirações e 3 expirações, etc.) e até mesmo meditar entre uma reunião e outra.

Exames preventivos

Formas Simples de Meditar (Estado Zen)

http://estadozen.com/artigos/formas-simples-meditar-diariamente-ter-vida-

-mais-zen

Mitos e Verdades Sobre a Meditação (Natural Vibe)

http://naturalvibe.com.br/mitos-e-verdades-sobre-a-meditacao/

Aprenda alguns exercícios simples de meditação e alcance equilíbrio

emocional (UOL)

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/07/21/exerci-

cios-simples-de-meditacao-contribuem-para-o-equilibrio-emocional.htm

ou http://goo.gl/k77IRu

Abaixo, alguns links para você saber mais:

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VITA Curitibainaugura serviço

O Hospital oferece, desde outubro, o atendimento multidisciplinar de que os pacientes oncológicos necessitam; instalações para quimioterapia têm acesso independente

Oncologia em Volta Redonda

O serviço de oncologia do Hospital VITA Volta Redonda está em pleno

funcionamento desde março. Para o oncologista clínico Rodrigo Leijoto,

do Hospital VITA Volta Redonda, existem grandes benefícios para o

paciente por fazer a quimioterapia dentro do Hospital VITA Volta Re-

donda: trata-se de uma instituição em conformidade com as normas da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Acreditação. Dessa

forma, o paciente tem mais segurança, já que recebe seu tratamento

em um Hospital que dispõe de uma moderna estrutura de diagnóstico e

atendimento, e ela é atendida por pessoal qualificado e treinado.

O tratamento do câncer é essencialmente multidisciplinar. Em virtude disso, a tendência mundial é que o atendimento de oncologia clínica migre para os hospitais.

O Hospital VITA Curitiba está ampliando os serviços presta-dos à população. No final de outubro inaugurou o Serviço de Oncologia. O setor é chefiado pelo médico Evanius Garcia Wiermann, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Consultórios e instalações para aplicação de quimioterapia têm entrada e estacionamento independentes, para preservar a privacidade dos pacientes.

“Hoje o câncer é a segunda maior causa de mortes no Brasil e no mundo, depois das doenças cardiovasculares, então estamos ampliando nossa capacidade de atendimento para essa enfermidade”, diz Evanius. Ele destaca o conforto e a segurança que a estrutura de um hospital com certificação de qualidade (Acreditação) oferece para os pacientes, que têm à sua disposição desde diagnósticos até uma equipe de médicos de plantão para qualquer emergência.

Estiveram presentes à inauguração os médicos Antonio Carlos Buzaid, chefe geral do Centro de Oncologia Antônio Ermírio de Moraes, e Fernando Cotait Maluf, chefe do Serviço de Oncologia Clínica, ambos do Hospital São José da Bene-ficência Portuguesa, em São Paulo. Além de realizar palestra sobre o tema para os convidados, os especialistas participa-ram de uma sessão de autógrafos do livro “Vencer o Câncer”, escrito pelos dois, juntamente com Drauzio Varella, também oncologista (mais informações sobre o livro na pág.25).

de Oncologia

O Serviço de Oncologia do VITA Curitiba é composto por uma equipe multidisciplinar com corpo clínico, enferma-gem, nutricionistas e psicólogos. Todas as especialidades são envolvidas para oferecer ao paciente um tratamento de suporte integral, desde a prevenção da doença até a cirurgia e o tratamento. O Serviço também conta com instalações para preparar as infusões destinadas a cada paciente.

DiferenciaisLuiz Fernando Kubrusly, Diretor Clínico dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, explica que o tratamento do câncer é essencialmente multidisciplinar, ou seja, envolve médicos de várias especialidades, além de outros profissionais de saúde. “Em virtude disso, a tendência mundial é que o atendimento de oncologia clínica migre para os hospitais, como nós esta-mos fazendo”, diz Kubrusly.

No Hospital VITA Curitiba, o paciente oncológico conta com uma equipe médica diversificada, serviços de diagnóstico, uma equipe de enfermagem altamente treinada, apartamen-tos para internação e, na eventualidade de uma emergência, pronto-socorro 24 horas por dia. “Isso dá muito mais seguran-ça para o paciente”, diz Kubrusly, “porque ele sabe que, se precisar, no Hospital haverá médicos de plantão, com acesso às informações de seu histórico clínico”.

Serviço de Oncologia do VITA Curitiba foi inaugurado no final de outubro

Espaço oferece conforto e privacidade para os pacientes oncológicos

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Os Hospitais VITA vêm investindo no desenvolvimento técnico e pessoal de suas equipes, e um dos principais pontos para isso é o desenvolvimento de competências emocionais e comportamentais de seus líderes, cuja atuação é determi-nante para o sucesso das equipes e para a qualidade do ambiente de trabalho.

Há um ano aproximadamente acontece um trabalho de “co-aching” (veja box) com os líderes de equipes dos Hospitais VITA Batel e VITA Curitiba, sob a supervisão da psicóloga clínica Raquel Pusch, Coordenadora do Serviço de Psicologia dos Hospitais. Segundo ela, a iniciativa partiu da Superinten-dência do Grupo VITA, que identificou uma necessidade de ajudar os gestores a aprimorarem suas habilidades. “Foi um investimento em amabilidade e gentileza, e os resultados já são visíveis, conforme podemos perceber pelo retorno que as pessoas dão quanto às nossas atividades”, diz Raquel.

A psicóloga observa que a assistência à saúde é uma área onde conflitos fazem parte da rotina; então é preciso dar aos profissionais de Saúde recursos, não só técnicos, mas também emocionais e comportamentais para lidar com os problemas. Isso vale não só para o trabalho em equipe, como também para o atendimento de pacientes e familiares. “É comum termos de lidar com famílias inconsoláveis, com múlti-plas queixas, e precisamos estar preparados emocionalmente para isso”, diz Raquel.

Raquel Pusch também trabalha para a Associação de Medici-na Intensiva Brasileira (AMIB), onde foi Presidente do Depar-tamento de Psicologia e hoje integra o Comitê de Cuidados Paliativos. Segundo ela, a AMIB busca levar aos médicos intensivistas um preparo que lhes permita lidar melhor com as

“Coaching” para Diamantessão eternoslíderes de equipe

O desenvolvimento de lideranças nos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel inclui encontros quinzenais para simular situações de conflito

O que é coaching

“Coach” vem do inglês “treinador”, mas tem um significado bem mais amplo

que apenas o de treinamento: trata-se de usar acontecimentos do dia a dia

dos colaboradores para identificar soluções melhores nas adversidades.

O coaching é um processo criativo, que provoca reflexão nos participantes e

os inspira a maximizar seu potencial pessoal e profissional. Segundo Raquel, a

evolução na resolução de conflitos passa por quatro etapas:

1 - Liderado e líder devem chegar a uma concordância mútua da existência do

problema, ou seja, ambos devem reconhecer que aquela adversidade existe;

2 - A pessoa que trouxe a problemática precisa ela própria sugerir possíveis

soluç ões para a questão; não basta reclamar, é preciso sugerir saídas;

3 - O líder busca alinhar as possíveis soluções e torná-las factíveis, além de

criar um comprometimento de todos os envolvidos com a solução, que foi

escolhida em conjunto;

4 - Finalmente, é preciso acompanhar se o que foi combinado está sendo

realizado e qual o resultado obtido.

Este processo ajuda os envolvidos a melhorarem significativamente suas

perspectivas na vida e no trabalho, ao mesmo tempo de aperfeiçoam as

habilidades de liderança e desbloqueiam potenciais represados.

situações que ocorrem nas UTIs e também para o trato com familiares. A pós-graduação em Cuidados Intensivos que a Associação oferece já inclui um curso sobre cuidados palia-tivos, do qual Raquel foi uma das fundadoras, e estuda-se a inclusão de um módulo sobre Crew Relationship Management (Gerenciamento de Relacionamento de Equipe).

Prêmio Diamante VITA homenageou os colaboradores do Hospital VITA Volta Redonda com dez anos ou mais de casa

Eles são a prata da casa, o que temos de mais belo e mais precioso: são os colaboradores que trabalham no Hospital VITA Volta Redonda há mais de dez anos. Por isso, para mos-trar o valor de termos pessoas que seguem conosco há mais de uma década, o Hospital criou o Prêmio Diamante VITA para homenageá-los.

A entrega do Prêmio Diamante VITA aconteceu no dia 29 de outubro de 2014, com uma festa para 200 pessoas no Villa Vetri, em Volta Redonda. 75 colaboradores foram homenagea-dos, e também quatro membros da Diretoria do Hospital: José Mauro Rezende, Diretor de Operações; Deumy Rabelo, Supe-rintendente; Rônel Mascarenhas, Diretor Clínico; e Francisco Balestrin, Vice-Presidente Executivo.

Para Rosimare Cruz, do Setor de Faturamento e uma das homenageadas, foi uma premiação muito emocionante, que valoriza pessoas que dedicam a maior parte de suas vidas ao Hospital. Alberton Araújo Telles, da Gerência Financeira, destaca que trabalhar no Hospital VITA Volta Redonda foi seu primeiro emprego com carteira assinada, e que ele teve a oportunidade de crescer profissionalmente dentro da institui-ção.

Elisaine Aurora da Silva, do Setor de Internações, trabalha há 21 anos no Hospital, desde que era da CSN: “Isto hoje é uma família”, diz Elisaine; “já tive outras ofertas e emprego, mas gosto muito de trabalhar aqui”. Para ela, os clientes percebem o clima positivo da instituição, que se reflete na qualidade do atendimento.

Palco da premiação

Homenageados e colegasprestigiaram a entrega do Prêmio

Festa para 200 pessoas marcou a entrega do Prêmio Diamante VITA

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Semana da Qualidadee Segurança Assistencial lota

auditórios

A “Semana da Gestão da Qualidade e Segurança Assisten-cial 2014” dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel foi um sucesso, com grande participação não só dos colaborado-res, mas também de médicos e de prestadores de serviço terceirizados. Foi a segunda edição da Semana em que foram reunidos os temas Qualidade e Segurança Assistencial, que anteriormente eram tratados separadamente. No total, foram 539 participantes no VITA Curitiba e 362 no VITA Batel.

O evento aconteceu entre os dias 6 e 10 de outubro. A aber-tura foi no auditório do VITA Batel, com palestras de Neidamar Fugaça, Superintendente Operacional de ambos os Hospitais, e palestra de Marta Fragoso, Coordenadora do NGSA, que falou sobre profilaxia e antibióticos. O encerramento foi no au-ditório do VITA Curitiba, com palestra do infectologista Felipe Tuon, sobre bactérias gran positivas e infecção hospitalar. Em algumas palestras foi preciso até colocar cadeiras extras no auditório.Houve sorteio de prêmios, inclusive tablets digitais e uma bicicleta.

A enfermeira Vanusa Lucas, Chefe do Controle de Infecção Hospitalar do Hospital VITA Curitiba, destaca que a partici-pação das equipes assistencial e operacional juntas permite que os colaboradores compreendam melhor as necessidades

e os processos de todos.

“A Semana é um evento multiprofissional, em que discutimos as políticas de segurança do paciente que norteiam todas as nossas ações durante o ano todo”, diz Alexandre Raicherth, Coordenador do Escritório da Qualidade dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel.

A programação teve palestras pela manhã e tarde todos os dias em ambos os hospitais, e também dinâmicas “in loco”, no local de trabalho, para os colaboradores que não podiam deixar seus postos para participar. “Uma das dinâmicas buscou refor-çar os conceitos de lixo infectante e lixo reciclável”, diz Aline Paula, enfermeira do Núcleo de Epide-miologia Hospitalar; “e com isso já conseguimos diminuir o volume de lixo infectante”.

Com muita informação e um ambiente descontraído, a Se-mana permitiu que os colaboradores trouxessem sugestões, propusessem melhorias e tivessem a oportunidade de conhe-cer melhor as práticas da instituição. Um dos destaques foi a apresentação dos trabalhos de conclusão de curso (TCCs) de cinco formandos em Administração Hospitalar.

A organização da Semana foi resultado de muito esforço conjunto, que envolveu as equipes do Núcleo de Gestão de Segurança Assistencial (Marta Fragoso, Vanusa Lucas, Ane Guenca, Aline Paula e Solange Matsumoto) e do Escritório da Qualidade (Alexandre Raicherth, Rosana Cruz, Daniel Rodri-gues e Emilene Piasecki).

Com uma programação intensa e clima descontraído, a edição de 2014 conseguiu motivar e envolver os colaboradores

Encerramento com palestra do infectologista Felipe Tuon

O Hospital VITA Curitiba sediou no dia 26 de setembro a edição 2014 da Reunião Científica da Associação Paranaense de Controle de Infecção Hospitalar - APARCIH. No encontro o infectologista Jaime Rocha, do Hospital VITA Curitiba, deu uma palestra sobre “Novos Antibióticos”, na qual descreveu o estágio de desenvolvimento de medicamentos para combater as principais infecções hospitalares. Participaram do evento médicos infectologistas, enfermeiros e farmacêuticos dos Hospitais VITA e de outras instituições.

Novos medicamentosRocha explica que o desenvolvimento de um novo antibiótico pode demorar uma década, desde o descobrimento de uma proteína com potencial para ser base de um medicamento até que este esteja disponível para uso. São necessários milhões de dólares de investimento por parte dos laboratórios farmacêuticos, em um processo que começa com testes de centenas de proteínas em laboratório, que posteriormente são experimentadas em cobaias, depois, conforme seus resultados e segurança, em um número restrito de voluntários, até que fi-nalmente seja comprovada sua eficácia para uso em geral - só então o novo medicamento passa a ser comercializado.

Segundo Rocha, essa “pipeline” (ou linha de desenvolvimen-to) pode ser acelerada no caso de haver a iminência de uma epidemia. Foi o caso, nos anos 1980, do AZT (zidovudine) para tratamento da AIDS, uma droga criada originalmente para tratar câncer - os testes e a aprovação para uso nos EUA ocorreram em apenas 20 meses. Atualmente as drogas para cura do vírus Ebola também estão sendo desenvolvidas e testadas pela via rápida.

Rocha alerta que vivemos uma situação preocupante, já que o uso inadequado e irracional de antibióticos tem proporcio-nado condições para que bactérias ganhem resistência aos medicamentos existentes. “A necessidade de novas opções é enorme, porém, para um futuro breve, não há muitas novida-des; por isso, é necessário utilizarmos e aperfeiçoarmos os antibióticos que já estão no mercado”, diz Rocha.

VITA sedia reunião da APARCIHA Associação Paranaense de Controle de Infecção Hospitalar - APARCIH - realizou sua reunião científica no Hospital VITA Curitiba; no evento foram discutidos os desafios do setor e as perspectivas de desenvolvimento de novos medicamentos

Eventos IVEP

O Grupo VITA coordena suas atividades acadêmicas através do Instituto VITA

de Ensino e Pesquisa (IVEP). Um dos destaques do IVEP no próximo ano será

o Curso de Planejamento Pré-Operatório em Correção de Deformidades e

Alongamento Ósseo - Sulbrafix 2015. Trata-se de um evento científico conce-

bido para o treinamento intensivo de cirurgiões interessados em técnicas de

correção de deformidades e alongamento ósseo. Desde sua primeira edição

em 2007, mais de 800 pessoas já foram treinadas. O curso é coordenado pelo

médico ortopedista Richard Luzzi, do Hospital VITA Curitiba.

O IVEP também é responsável pelo treinamento, capacitação e implan-

tação do Método 5s nos Hospitais VITA Curitiba e Batel. Trata-se de

uma filosofia de trabalho que busca promover a disciplina na organização

através da consciência e responsabilidade de todos, de forma a tornar o

ambiente de trabalho agradável, seguro e produtivo. Tem como objetivo

melhorar a qualidade de vida das pessoas, a partir da promoção de um

ambiente saudável e acolhedor.

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Perfil

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A empresa americana Akili Interactive Labs fez um acordo com a Pfizer Inc. para testar seu jogo Project EVO na detec-ção de diferenças cognitivas em pessoas idosas saudáveis, mas que têm risco significativo de desenvolver a doença de Alzheimer.É a primeira vez que uma grande companhia farma-cêutica está testando o uso de um videogame como ferramen-ta clínica para determinar os sinais iniciais de uma patologia neurodegenerativa. O jogo roda em tablets. Para jogar, o usuário controla um alie-nígena amarelo, que desliza por um rio, e deve tocar na tela para reagir a objetos que vêm em sua direção. Quanto mais avança no percurso, mais difícil o jogo se torna. A Akili pretende determinar se a performance no jogo pode dar alguma indica-ção de desenvolvimento da doença.

Videogame e Alzheimer

QWERTY não deve ir embora

Swype

Voz

8pen

Facebook quer saber como vai a sua saúde

MessagEase

Minuum

Conhece essas letrinhas? No teclado do seu computador ou do seu telefone são as seis primeiras letras do lado esquerdo: QWERTY. Por serem vagamente legíveis, dão o nome que descreve o formato de teclado mais popular do mundo.Ocorre que essa organização das teclas, maciçamente utilizada, tem uma origem mecânica que não faz mais sentido: quando as máquinas de escrever foram inventadas, por volta de 1860, seus criadores colocaram as teclas mais usadas o mais longe possível umas das outras, para evitar que os tipos enroscassem uns nos outros com muita frequência. Assim, a letra “A”, uma das mais frequentes, é acionada, vejam só, com o mindinho, em vez do forte e ágil dedo indicador. O teclado QWERTY é uma tradição que se autoperpetua, porque diariamente mais pessoas aprendem a usá-lo e, por isso, mais equipamentos são fabricados seguindo esse padrão. Com a chegada dos tablets e dos smartphones, entretanto, existe uma grande chance de que isso mude. Conheça algumas formas alternativas para digitar, com QWERTY e sem:

Familiar para os usuários de celulares Android, Swype é um teclado QWERTY onde não se ergue o dedo da tela, em vez disso desliza-se para a letra até formar a palavra. Software de previsão de palavras ajuda a completá-las.

Os programas de reconheci-mento de voz evoluíram muito e hoje é possível usá-los em qualquer smartphone.

Esse teclado apresenta uma for-ma bastante diferente de digitar: as letras estão organizadas em quadrantes, com as mais usadas próximas do centro. Para digitar, coloque o dedo no centro dos quadrantes e desenhe um anel até alcançar a letra desejada.

O teclado MessagEase muda a forma como você digita. As letras mais usa-das são estrategicamente posiciona-das em nove teclas grandes, as outras são acionadas deslizando. Um jogo acompanha o teclado para você treinar.

Além de saber quase tudo sobre a sua vida social, o Face-book agora também pretende incluir informações sobre sua saúde. A rede social estaria desenvolvendo, segundo a agên-cia Reuters, a criação de comunidades de apoio online, que reuniriam usuários com os mesmos tipos de enfermidades e tratamentos. Isso seria desenvolvido com o apoio de grandes empresas do setor médico e farmacêutico. A iniciativa, contu-do, depende de extensas avaliações quanto às questões de privacidade que envolvam a saúde dos usuários.

Esse teclado comprime o QWERTY em uma barra com três letras sobrepostas, e completa as palavras automaticamente.

A intensidade empessoa

Ela é superocupada, mas adora conversar; é superprática, mas adora se maquiar; é superdedicada ao trabalho mas adora se divertir; ah, e é superprotetora também. Conheça a Sabrina Yumi, uma mulher intensa que acredita que tudo é possível quando se quer de verdade

Sabrina Yumi Matumoto

Mania: Maquiagem

Qualidade: bom humor

Defeito: superprotetora

Estilo: casual, mas elegante

Time: o Coxa, mas não é torcedora fanática

Esporte: está escolhendo, mas adora dançar

Viagem predileta: praias do nordeste

Todos os dias, antes de sair para o trabalho, Sabrina tem de cumprir um ritual: ela escova os cabelos e, principalmente, passa a maquiagem. Depois escolhe uma roupa bonita e, aí sim, Sabrina Yumi Matumoto está pronta para o expediente. Ela é Gerente de Logística dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, e vai enfrentar um dia recheado de pedidos e con-flitos com o apoio de sua equipe. Além de ter muitas (e põe muitas nisso) responsabilidades, a Sabrina adora gente e adora conversar, e assim cada minutinho do seu expediente fica ocupado, porque ela está sempre resolvendo coisas ou conversando com os colegas.

Sabrina nasceu em Curitiba, no bairro Cristo Rei. Seu pai, Artur, é mineiro e descendente de japoneses, e a mãe, Dilvete, é curitibana, descendente de poloneses. Ela tem três irmãos: o mais velho é o Rhil-ton e os mais novos, gêmeos, são o Fernando e a Fernanda.

Começou a trabalhar cedo: aos 14 anos já vendia bijuterias, cuidava de crianças, dava aulas particulares de matemática. Seu primeiro emprego, aos 18 anos, foi na área de suprimentos de um hospital; depois passou por outros cargos, sempre na área administrativa de hospitais. Ela é formada em Ciências Contábeis e tem pós-graduação em Administração em Saúde.

Sabrina entrou no Grupo VITA em outubro de 2008, como Coorde-nadora do Pronto Socorro do Hospital VITA Batel. Em março do ano seguinte, uma surpresa: ela descobriu que estava grávida da Júlia, que nasceu em outubro. Depois da licença-maternidade, Sabrina retornou para ser Executiva de Contas da área comercial do Hospital. Depois passou a Coordenadora de Contas dos dois Hospitais. Atua como Gerente de Logística desde julho de 2013.

Toda a área de apoio dos Hospitais está sob responsabilidade de Sabri-na, o que inclui hotelaria, manutenção e nutrição, ou seja, toda atividade não ligada diretamente à assistência de saúde. Ela também é respon-sável pelos contratos. Sabrina não economiza elogios para sua equipe: “São profissionais maravilhosos, e é graças a eles que consigo dar conta de tanta coisa”. Em pouco tempo a equipe conseguiu implementar obras e mudanças importantes, que significaram desafios administrativos.

Para Sabrina, a melhor forma de manter o equilíbrio emocional diante da carga de responsabilidades é conseguir separar claramente as esferas

da vida, principalmente o trabalho e a família: “Quando saio do Hospital, eu me desligo completamente das preocupações profissionais, para poder dar atenção completa a minha família, meus amigos e divertir-me”.

Gostar de gente é uma característica que Sabrina acabou incorporando ao trabalho: “Gosto muito de escutar as pessoas, e quando surgem problemas procuro ouvir atentamente os argumentos e as sugestões de cada um, para encontrar a melhor solução”, diz Sabrina. Ela incentiva sua equipe a fazer o mesmo, escutarem o cliente, se colocarem no lugar dele. “Para mim é gratificante quando conseguimos envolver todos para resolver um desa-fio”. Costuma dizer à equipe que é preciso entender o que se está fazendo, para poder fazer direito e enxergar possíveis problemas e soluções.

Fora do trabalho Sabrina é absolutamente festeira: adora happy hour com os amigos, festas e sair para dançar: “Não paro em casa”, garante. Como contamos no início do texto, ela adora se maquiar, e as colegas insistem para que ela dê um curso de “Introdução ao Makeup”. Além disso, curte escolher e comprar roupas e sapatos novos. Em qualquer lugar que frequente, Sabrina logo cria um grupo de amigos: na escola da filha, no trabalho, na faculdade. “Adoro falar”, confessa.

Sabrina acredita que nada é impossível de se realizar, contanto que a pessoa tenha energia: “Quando a gente quer, a gente faz”, diz Sabrina, e acrescenta: “Mas se você quiser realmente, vai ter de arregaçar as mangas e se jogar de corpo e alma”.

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Desde ontem a cidade mudou...Por Lígia Piola

Era uma vez, em Tomazina, Paraná: um casal, sendo ele, Salim, filho de imigrantes libaneses, ela, Aurelia. Tiveram quatro filhos, o mais velho Paulo, seguido de Carlos, Zelia e por fim Maria José.

Paulo nasceu em novembro de 1928 e em Tomazina viveu os primeiros anos da infância. Mudou-se para Penápolis, São Paulo, mas era na cidade natal que passava suas férias. Ci-dade privilegiada pela natureza, permitia que Paulo nadasse diariamente por mais de uma hora ‘sem colocar os pés no chão’, com liberdade no Rio das Cinzas, hábito que o acom-panhou pela vida afora. No rio de Tomazina pescar, remar até a Ilha da Saudade e no silêncio ler livros. Adulto, tornou-se um leitor contumaz, lia livros com grande capacidade de crítica. Indicava muitos, emprestava outros com a maior satisfação. Foi definido por uma das filhas como ‘circulador de livros’.

Plantou muitas árvores – pinheiros e frutíferas. Mantinha o hábito de acordar muito cedo e não aguardar o sol nascer para entrar na água. Este amor pelo campo, pela vida ele transmitiu anos mais tarde para filhos e netos.

Aos treze anos ficou órfão de pai e viu-se filho mais velho da família que aguardava o nascimento da irmã caçula.

Vieram as dificuldades e Paulo precocemente foi morar sozinho na capital São Paulo para continuar os estudos. Poucos anos mais tarde mudou-se para Curitiba, Paraná,

onde ingressou na faculdade de medicina. Seu irmão Carlos o considerava seu herói. Quando ingressou no curso de engenharia, também já estava em Curitiba, moravam juntos, com simplicidade, privações, utilizando algumas economias da família e fazendo ‘bicos’, como descarregar caminhões. Mais tarde vieram para junto deles sua mãe e suas irmãs.

Sua irmã Zelia tinha uma colega de escola vinda de Floria-nópolis, capital de Santa Catarina, chamada Lea. Certa vez, Paulo foi buscar a irmã na escola, deparou-se com Lea e afirmou: ‘vou me casar com esta moça’. Dito e feito.

Com ela foi aos Estados Unidos cursar cardiologia pediá-trica e adulta, com ela teve quatro filhos: Bruno, Geraldine, Juliana e Augusto. Geraldine lhe deu os netos Fernando e Laura, e Augusto lhe brindou com Paula e Lucas.

Paulo sempre foi um homem carinhoso, generoso, sentindo--se realizado por ajudar as pessoas. Formou-se médico em 1954. Tornou-se professor de cardiologia da Universidade Federal do Paraná. Amado e sempre lembrado pelos alunos até os dias que correm, foi inúmeras vezes paraninfo, patro-no e orientador dos estudantes. A carreira acadêmica lhe proporcionou a coordenação do curso de medicina e a dire-ção do HC-UFPR, onde também foi chefe de departamento de clínica médica, da cardiologia e da pós-graduação em cardiologia. Deu aulas de 1955 a 1994. Uma vida literalmen-te dedicada ao coração.

Na década de 70, percebendo a necessidade de um serviço de atendimento cardiológico de urgência, Paulo começou a idealizar um projeto que em 1974 tornou-se realidade: a fundação do Hospital do Coração, primeiro serviço especia-lizado em cardiologia com atendimento de emergências, em Curitiba. O Hospital, que completou 40 anos em novembro último, fazia atendimentos em domicílios, inclusive em outras cidades como Paranaguá, Ponta Grossa, Joinville, Guarapu-ava, Mafra, ao som das ambulâncias que ‘zunindo’ cruza-vam o município. Certa vez Paulo estava em uma feira, viu a ambulância passando e a seguiu. Chegou junto com ela ao hospital, onde fez o atendimento ao paciente infartado.

A partir de junho de 2009, o Hospital do Coração de Curitiba passou a ser responsável por todo atendimento cardioló-gico dos pacientes do Hospital VITA Batel, desde o Pronto Atendimento Cardiológico 24 horas, execução de todos os exames complementares em cardiologia, atendimento dos pacientes da Unidade Coronariana e pacientes em consultó-rios de cardiologistas anexos ao Hospital.

Paulo fez o primeiro cateterismo do sul do País (1957), o paciente era um menino e voltou a encontrar o mesmo paciente em 1997, também para um cateterismo. Trabalhou com Euryclides de Jesus Zerbini, responsável pelo primeiro transplante de coração no Brasil.

Quando completou 50 anos no exercício da medicina, em 2004, recebeu o Diploma de Mérito Ético-Profissional, uma homenagem do CRM-PR por todo esse tempo sem cometer uma falha ética, pelas atividades cumpridas de forma exem-plar, do que muito se orgulhava. Seu número de registro no Conselho: 5790.

Em 2005 Paulo foi homenageado na Câmara de Curitiba, em sessão solene. A honraria foi concedida em reconhecimento aos bons serviços prestados pelo Hospital do Coração à comunidade curitibana e paranaense em geral, incluindo pesquisas e procedimentos que destacam o atendimento à especialidade.

Sempre dedicado aos pacientes, tornava-se amigo e deles recebia verdadeira devoção.

Sempre disciplinado, aperfeiçoou essa característica quan-do serviu o exército, época que lhe trouxe muitas histórias curiosas para contar.

E eu também continuaria contando muitas mais histórias curiosas sobre Paulo caso a vida, que tanto exaltava, não o tivesse deixado de visitar. Grande mestre da cardiologia paranaense, o Professor Doutor Paulo Franco de Oliveira faleceu no último dia 10 de novembro, no Hospital VITA Batel, aos 86 anos.

Sabem, existem pessoas que vão, mas permanecem. A qualquer hora, em qualquer palavra pronunciada, em qual-quer lugar por onde deixaram sua marca, permanecem.

E eu me lembrei de um poema de Alvaro de Campos cha-mado Cruz na Porta da Tabacaria. Dizem mais ou menos assim os cinco versos que chamam a atenção de maneira especial, em meio a tanta beleza e um mar de significa-dos e leituras:

“(...) Desde ontem a cidade mudou.Ele era o dono da tabacaria.Um ponto de referência de quem sou.Eu passava ali de noite e de dia.Desde ontem a cidade mudou. (...)”

E como diz Augusto, filho de Paulo: “já estamos com muitas saudades; mas quando olhamos para cada coisa destas que fizeram parte da vida dele, e quando ouvimos cada depoi-mento das pessoas, nos sentimos felizes por termos convivi-do com uma pessoa assim.”

E a tristeza não ocupará um lugar entre nós. Contardo Calligaris diz em seu texto Como Viver um Luto:“fazer o luto não significa esquecer. Ao contrário, fazer o luto significa se lembrar do que perdemos”.

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Rosa e Azulem Volta Redonda

Distribuição de material, lembranças e até iluminação colorida marcaram o Outubro Rosa e o Novembro Azulno Hospital VITA e no VITA Medical Center

O Hospital Vita Volta Redonda e o VITA Medical Center abraçaram a causa da prevenção do câncer de mama e de próstata. Nos meses de outubro e novembro de 2014, várias ações foram feitas para lembrar a comunidade e os colabora-dores da importância de fazer os exames preventivos contra esses dois tipos de tumor. O Outubro Rosa e o Novembro Azul são campanhas que podem salvar milhares de vidas, ao conscientizar a população de como é importante conseguir identificar essas doenças logo no início, quando as chances de cura são maiores e os tratamentos, menos agressivos.

No Outubro Rosa do VITA Volta Redonda foram distribuí-das as fitinhas cor de rosa que simbolizam a campanha de prevenção do câncer de mama. Além disso, houve distribui-ção de material informativos e adesivação dos crachás dos colaboradores. Os funcionários da recepção e os enfermeiros das áreas assistenciais usaram camiseta rosa da campanha. O Novembro azul repetiu essas ações (exceto a distribuição de fitinhas), com foco na prevenção do câncer de próstata.

Tanto o Hospital VITA Volta Redonda quanto o VITA Medical Center foram iluminados de rosa e azul durante os meses cor-respondentes, uma ação de marketing que levou à população de Volta Redonda uma mensagem de prevenção e cuidado com a saúde.

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VITA nosso

compromisso é com a vida