Qualidade Habitacao Com Foco Na Pessoa Com Deficienca

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  • IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-Americano Habitao Social: cincia e tecnologia Inovao e Responsabilidade 12 a 15 de novembro de 2012, Florianpolis

    Promoo: Programa de Ps-Graduao em Arquitetura e Urbanismo PsARQ/UFSC e Associao Catarinense de Engenheiros ACE/SC Secretrio Executivo: Ivan Rezende Coelho, fones: (48) 32483553/84077100, FAX: (48) 32483500

    E-mail: [email protected], Site Oficial: cthab.ufsc.br

    QUALIDADE DO PROJETO HABITACIONAL COM FOCO NA PESSOA COM DEFICINCIA.

    QUALITYS HOUSING PROJECT WITH FOCUS ON PEOPLE WITH DISABILITIES

    Gabriela Morais Pereira, Msc. Universidade do Estado de Santa Catarina Carolina Palermo, Dra. Universidade Federal de Santa Catarina

    RESUMO

    O artigo aqui apresentado trada de pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Ps-graduao em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (PosArq/UFSC) intitulado Acessibilidade espacial na habitao popular: um instrumento para avaliao de projetos. Ser apresentada a fundamentao terica da pesquisa e a estrutura do instrumento de avaliao de projeto desenvolvido na citada pesquisa, elencando os requisitos mnimos de acessibilidade espacial.

    Palavras-chave: arquitetura, habitao popular, acessibilidade espacial.

    ABSTRACT

    This paper presents the research of master thesis developed at the Architecture and Urbanism Graduate Programe of the Federal University of Santa Catarina (PosArq/UFSC) entitled Spatial Accessibility in the popular Dwelling: an instrument to evaluation of projects. Will be presented the theoretical framework of research and evaluation tool design developed and listing the minimum requirements of spatial accessibility

    Key words: architecture, dwelling, spatial accessibility.

    1. INTRODUO

    Este artigo trata da fundamentao terica construda para a pesquisa de mestrado, desenvolvida pela autora, onde foi proposto um instrumento para avaliao da acessibilidade espacial na habitao em fase de projeto. A compreenso dos requisitos mnimos de projeto necessrios para que a habitao apresente acessibilidade espacial so expostos sob a forma de critrios a serem verificados na fase de projeto.

    Uma sociedade inclusiva caracterizada pela garantia da equiparao de oportunidades de acesso a moradia, ao trabalho, esportes, lazer, educao, segurana e todas as demais atividades inerentes ao contexto urbano que perpassam o exerccio pleno da cidadania.

    A habitao popular enquanto poltica publica, e desempenhando o papel de elemento promotor de incluso social, difere da viso simplista que considera apenas o nmero absoluto de unidades a serem construdas. Tal compreenso perpassa a relao existente entre a unidade, as redes de infra-estrutura, os servios urbanos coletivos e todo o suporte que permite ao usurio o acesso cidade legal, incluindo os aspectos sociais e culturais da vida humana.

    Somente contribuindo na satisfao da vida humana sob os aspectos econmicos, sociais e culturais a habitao apresentar condies adequadas para a efetiva apropriao por seus usurios, qualidade definida por Palermo (2009) como a capacidade do usurio de modificar a habitao conforme suas necessidades e anseios, exprimindo sua cultura e aspiraes futuras, enfim, quando as relaes do plano fsico e a troca emotiva de seus moradores possam fazer dele um lar (MIGUEL, 2003, p.24).

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    2. O ESPAO DA HABITAO POPULAR

    Habitao Popular definida neste trabalho como aquela destinada a usurios com renda familiar de at 05 salrios mnimos1, provida de forma pblica ou privada. As estratgias utilizadas, geralmente, para facilitar o atendimento desta faixa de renda so a reduo fsico-dimensional e da qualidade do material empregado assim como a padronizao excessiva e rgida das unidades ignorando as caractersticas da regio de implantao e as caractersticas e necessidades dos grupos familiares a que se destinam.

    Tal entendimento corrobora o conceito de habitao estabelecido por Turner (1977), que afirma que as exigncias universais da habitao so acesso s pessoas, instituies e servios dos quais depende sua vida, abrigo do clima e dos vizinhos e permanncia suficientemente prolongada para legitimar o territrio. Turner refora ainda que a casa s pode ser habitao quando proporciona o mnimo de acessibilidade, abrigo e segurana de permanncia.

    Para Martucci (1990) existe uma diferenciao entre casa enquanto invlucro que divide espaos externos e internos, moradia quando ela se identifica com o modo de vida dos seus usurios e habitao como a casa e a moradia integradas ao espao urbano e interagindo como todos os elementos que este espao urbano oferece.

    Assim, podemos estabelecer que o produto construdo casa o abrigo onde se aplicam as inovaes tecnolgicas, construtivas e projetuais. considerada moradia quando, transformada por seu usurio, busca refletir a imagem da famlia e atender suas necessidades especficas e pode ser definida como habitao quando est inserida no contexto urbano, servida por redes de infra-estrutura, permitindo ao morador estabelecer relaes igualitrias de acesso cidade legal.

    A reviso histrica sobre o entendimento da habitao como bem de interesse publico nos mostra que esta foi alvo de discusses envolvendo desde sade publica at controle social, fonte de renda para alguns e de disputa como bem de direito a muitos (BONDUKI, 1998) ou ainda quando Sachs (1999) destaca que o rpido crescimento e a profunda transformao da economia brasileira levaram a uma degradao das condies de habitao para uma parte considervel da populao urbana.

    Assim, pode ser adotado o conceito de Qualidade da Habitao de Pedro (2000) que define ser a adequao da habitao s necessidades imediatas e previsveis dos seus usurios, compatibilizando as necessidades individuais com as do seu meio e os da sociedade e incentivando a introduo ponderada de inovaes que conduzam ao desenvolvimento da mesma.

    Este autor delimita a qualidade da arquitetura em cinco vertentes complementares:

    Qualidade arquitetnica e urbanstica: considerao das caractersticas relacionadas a:

    Dimenso espao-funcional: adequao ao modo de vida dos moradores;

    Dimenso scio-cultural: adequao aos valores e identidade dos moradores;

    Dimenso esttica: adequao s qualidades de significados que, em uma determinada cultura, lhe so habitualmente associadas;

    Qualidade ambiental: adequao em relao ao conforto visual, acstico, higrotrmico, qualidade do ar e outros;

    Qualidade construtiva: adequao dos materiais e acabamentos, elementos e processos construtivos;

    Qualidade social: adequao em relao s necessidades, aspiraes, preferncias, percepes e valores dos moradores;

    1 Salrio Mnimo = 622,00 ou U$ 311,00 (Dados de Julho de 2012).

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    Qualidade do processo: adequao do modo como os moradores ascendem habitao e da gesto do conjunto (participao ou consulta na fase de concepo, modo de obteno do financiamento, assistncia aos moradores na fase que antecede e que sucede a ocupao das moradias, entre outros).

    Este trabalho aborda a qualidade arquitetnica e urbanstica com foco na dimenso espao-funcional e a qualidade social, no tocante s necessidades do usurio com deficincia fsica.

    A busca por uma melhor eficincia no dimensionamento dos espaos habitacionais imposto ao projetista atravs da avaliao do uso destes, o que pressupe a compreenso das atividades ali desenvolvidas.

    A consolidao de um programa de necessidades bsico e a caracterizao das funes primordiais a serem atendidas pela habitao, comparecendo como requisitos mnimos, definidos por Silva (1982, p.23) como o conjunto de condies abaixo das quais o espao da habitao contribuiria com significativa probabilidade para comprometer ou impedir o desenvolvimento pessoal e/ou coletivo dos usurios.

    As atividades identificadas por Silva (1982) e relacionadas s necessidades humanas, ao considerarmos a evoluo no uso do espao domstico, tem acrescidas algumas atividades como a utilizao do computador e a insero do espao produtivo para execuo das atividades de trabalho ou complementao de renda, enquanto outras comparecem com menor freqncia como fazer ginstica, praticar jogos de mesa e costurar, assim como se modificam os equipamentos envolvidos em cada atividade.

    Assim, em uma primeira etapa estas necessidades/atividades foram revistas e classificadas em essenciais, complementares e suplementares, sendo consideradas nesta pesquisa apenas as essenciais e complementares, conforme tabela 01.

    As Atividades Essenciais foram definidas como aquelas diretamente relacionadas s necessidades primeiras de alimentao, higiene pessoal e descanso, vinculadas manuteno da sade humana e que necessitam de espao ou equipamento especfico; Atividades Complementares so aquelas que permitem o usufruto de forma autnoma da habitao, garantindo suficincia no atendimento das atividades cotidianas a serem desempenhadas e Atividades Suplementares so aquelas relacionadas a demandas futuras, reais ou apenas previstas, vinculadas aos espaos internos ou externos da habitao.

    ORD. NECESSIDADE HUMANA ATIVIDADE RELEVNCIA

    01

    Repouso

    Dormir, Repousar Essencial

    02 Descansar, Ler deitado Complementar

    03 Convalescer de enfermidade Complementar

    04 Tratar de enfermo Complementar

    05 Alojar hspede eventual Complementar

    Tabela 01: Seo da tabela Relevncia das atividades desempenhadas no espao domstico

    Fonte: Pereira, 2007. Adaptado de Silva (1982).

    Essa compreenso das atividades e sua relao com os espaos domsticos permitiu caracterizar os ambientes habitacionais partindo de pressupostos estabelecidos por Szucs (1999) e revistos em Palermo (2009), sendo apresentados de acordo com o programa habitacional bsico: sala de estar/TV/jantar; cozinha; rea de servio; banheiro; dormitrios. Nesta caracterizao apresentada a

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    articulao do espao com os demais, suas principais caractersticas, o mobilirio mnimo exigido e observaes especficas ao uso do espao.

    O estabelecimento destas diretrizes iniciais possibilita uma melhor apreenso a respeito da relao entre o usurio e o espao habitacional e as demandas que dela surgem definindo como essencial o atendimento das necessidades mnimas para uma melhor resposta do projeto. No entanto, como considerar um usurio desconhecido visto no ser uma demanda especfica?.

    3. O USURIO DA HABITAO

    O entendimento necessrio a respeito do usurio da habitao envolve conceitos como habitabilidade descrito por Malard (1992) como fenmeno subjetivo relacionado ao processo de habitar e vinculado a aspectos comportamentais da relao entre o morador e a moradia como territorialidade, privacidade, identidade e ambincia que dizem respeito forma como a habitao vivenciada pelo morador.

    O projeto arquitetnico, entendido como instrumento que possibilita a antecipao de conflitos na relao usurio x ambiente, deve agregar flexibilidade ao espao de modo a possibilitar a incorporao de adequaes relacionadas ao modo de vida dos habitantes alm da dinmica familiar, que conduz necessariamente a mudanas. Tal caracterstica apresentada por Digiacomo et al (2003) como a capacidade do edifcio de se adequar a um leque significativo e variado de necessidades.

    Destaca-se que o significado de moradia ir depender da experincia do usurio quanto ao ato de morar, seu contexto e carga cultural, a relao entre as pessoas que ali habitam, entre outros aspectos. No entanto, algumas caractersticas e necessidades, como j visto, so essenciais a todos os usurios alimentao, higiene pessoal e descanso sendo diferentes apenas em sua forma de proviso. Uma vez estas cumpridas, desdobram-se nas demais como trabalhar, recrear e outras. Assim a compreenso das necessidades do usurio passa pelo entendimento da maneira como este utiliza o espao e como as atividades instrumentais e da vida diria so executadas.

    De acordo com Neri e Silva (1999) Atividades instrumentais da vida diria se constituem atividades como arrumar e limpar a casa, preparar refeies, fazer compras, etc., enquanto Atividades da vida diria so as atividades fsicas e de autocuidado como caminhar, alimentar-se, tomar banho e outras.

    O respeito diversidade humana nos leva a observar que as pessoas possuem habilidades diferentes e algumas necessitam condies particulares para desempenhar determinadas atividades. Logo, o ambiente ser percebido e apropriado de maneiras diversas de acordo com as capacidades diversas de cada usurio. Considerando a necessidade do espao ser passvel de apropriao por todo e qualquer usurio, independente de sua condio, este aspecto fica prejudicado quando tratamos do usurio com restries.

    3.1 O Usurio com Restries.

    O conceito de restrio corresponde dificuldade ou impedimento que uma pessoa possa apresentar ao realizar determinada atividade, dada sua condio funcional, aliada s caractersticas dos ambientes (ELY, 2004, p.152).

    De acordo com Dischinger et al (2004, p.23) a incapacidade de realizao de alguma dessas atividades no somente resultado de alguma limitao na funo corporal mas tambm da interao entre as funes corporais do individuo e as demandas, costumes, prticas e organizaes do meio em que est inserido. Afirma anda que toda pessoa, em algum momento da vida, ir apresentar uma restrio para a realizao de alguma atividade, como um turista sem conhecimento prvio de mandarim que necessita se orientar em um terminal rodovirio oriental que dispe apenas da linguagem escrita.

    Algumas restries podem ser minimizadas ou prejudicadas de acordo com as condies ambientais apresentadas ou a presena/ausncia de elementos tcnicos de ajuda no espao construdo.

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    Elementos tcnicos so definidos por Brasil (2004) como os produtos, instrumentos e equipamentos ou tecnologias adaptadas ou especialmente projetadas para melhorar a funcionalidade da pessoa com deficincia ou mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida.

    Para esta pesquisa, pessoa com restrio foi considerada toda aquela que possui alguma limitao no livre usufruto da habitao, pressupondo assim que atendidas as necessidades do usurio em condio critica de uso do espao habitacional estariam contemplados os usurios sem restries.

    Assim, as necessidades dos usurios com restrio foram identificadas de acordo com a classificao apresentada por Hunt (apud Ribas, 2001), sendo estas:

    Necessidades fsicas: aquelas que asseguram a manuteno da sade fsica e nveis de conforto Na habitao referem-se aos elementos que facilitam a circulao segura e a realizao das atividades de forma confortvel, assim como aproximao e uso dos equipamentos relacionados;

    Necessidades informativas: esto relacionadas aos aspectos da percepo, ao processo de obteno e recepo da informao fornecida pelo ambiente. Esto ligadas ainda aos aspectos da cognio, relacionada forma pela qual a pessoa organiza e memoriza essa informao. Tais necessidades relacionam-se ao uso criterioso de cores, texturas, sons, luz, cheiros, fluxos de ar e outros elementos que possam despertar a percepo e cognio do usurio;

    Necessidades sociais: definidas pela realizao do desejo de interao social, ou seja, em contraste com a privacidade, o homem necessita interagir com o espao publico e com a sociedade. Inclui o controle do usurio sobre a imagem que a habitao transmite ou ainda a facilidade de transformao da casa para refletir seu modo de vida e cultura.

    Assim, foram abordadas as principais necessidades, em relao ao uso do espao domstico, dos seguintes grupos de usurio: crianas; idosos; usurio com deficincia sensorial, cognitiva e fsico-motora. Este contedo serviu de subsdio para a definio das necessidades espaciais dos usurios com base em dados antropomtricos refletidos na compreenso do uso dos espaos.

    A preocupao com a adequao do espao construdo encontra rebatimento nas definies primeiras de Laville (1977, p.94) quanto ergonomia das construes e da ergonomia do trabalho domstico, tratando especificamente da dimenso dos espaos e locais de arrumao, organizao (...) em funo dos deslocamentos e do isolamento dos diferentes cmodos entre si.

    Enquanto campo especfico da ergonomia, tais conceitos compartilham do principio projetual centrado no usurio, segundo Pheasant (1997 apud Moraes 2000, p.12) que afirma que o design deve se basear nas caractersticas fsicas e mentais do seu usurio.

    A correta aplicao e considerao dos elementos da ergonomia no ambiente construdo resulta em um espao fsico, trmico, sonoro e lumnico adequado. No sendo objetivo da pesquisa uma anlise ergonmica do espao domstico, aspectos relacionados analise de iluminao e cores foram tratados de forma generalizada, sendo valorizada a adaptabilidade e a conformidade da habitao em atender s necessidades do morador, direcionando-se aos aspectos antropomtricos, acessibilidade espacial e disposio do mobilirio.

    Os dados antropomtricos considerados neste trabalho foram aqueles apresentados pela Norma Brasileira 9050/2004 que trata da Acessibilidade a edificaes, mobilirio, espaos e equipamentos urbanos, confrontados com dados publicados em eventos da rea (ABERGO 2004 e 2006; ERGODESIGN 2006) e as pesquisas desenvolvidas por Pedro (2002) e Boueri Filho (1989).

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    4. NECESSIDADES ESPACIAIS DO USURIO COM RESTRIES NO ESPAO HABITACIONAL

    Partindo de caractersticas antropomtricas e do conhecimento a respeito do modo de vida de grupos potenciais de usurio, foi desenvolvido um quadro com as necessidades fsico-espaciais relacionada ao conjunto de equipamentos mnimos arrolados a cada ambiente domstico.

    O dimensionamento do mobilirio apresentado foi verificado junto s principais lojas populares de Florianpolis/SC no ano de 2006, tendo como critrios de seleo o menor valor e na sequncia a menor dimenso absoluta de largura e comprimento. Em seguida foi definida a rea necessria para aproximao, acionamento e uso do mobilirio tendo como parmetro o usurio em cadeira de rodas por entender-se que este apresenta as maiores limitaes dimensionais no uso do espao construdo e tambm que o atendimento s necessidades dimensionais deste pressupe melhor condio de uso para os demais usurios, como visto na figura 01.

    Figura 01: espao de circulao para diferentes usurios com restries.

    Fonte: Pereira, 2007, adaptado de Pedro 2002.

    A definio das necessidades dimensionais partiu da demarcao da rea ocupada por uma pessoa em cadeira de rodas em no mnimo uma condio de uso, como na cama de casal (figura 02), por exemplo, que foi definido o acesso a uma das laterais por uma pessoa em cadeira de rodas como condio mnima e acesso na rea em volta por uma pessoa em p.

    Figura 02: exemplo do dimensionamento de aproximao e uso do equipamento cama (casal e solteiro)

    Fonte: Pereira, 2007.

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    Considerando a definio de Acessibilidade Espacial apresentada por Ely (2001) como a possibilidade de acesso a um lugar e uso de seus equipamentos de forma independente evidencia-se, alm do uso dos equipamentos, a possibilidade de acesso unidade, livre circulao entre os ambientes e o espao interno a estes, aproximao e uso de portas e demais esquadrias, controles, registros e outros dispositivos.

    Observamos que uma habitao dificilmente atender a todos os usurios por conta de suas especificidades inerentes a cada pessoa, no entanto, ao contemplarmos o usurio com restrio, mesmo em condio mnima de acesso, ser possibilitada uma maior possibilidade de apropriao e adequao da casa s necessidades especficas de cada grupo familiar.

    Definidos tais princpios como prerrogativa da pesquisa, a sistematizao dos dados a respeito da condio mnima de acessibilidade espacial para a habitao foi estabelecida sob a forma de uma planilha que comps o mtodo de avaliao de projeto proposto na pesquisa.

    Neste artigo sero apresentados apenas os critrios de avaliao adotados.

    5. CRITRIOS PARA AVALIAO DA ACESSIBILIDADE ESPACIAL NA HABITAO

    O objetivo primordial do mtodo desenvolvido na pesquisa aqui apresentada ser instrumento de auxilio concepo de alternativas de projeto que atendam aos atributos de acessibilidade espacial, fornecendo subsdios para o projetista ter domnio sobre o projeto, identificando suas possibilidades de uso e procurando minimizar as possveis restries que o espao possa oferecer ao livre usufruto deste por usurios com restries.

    Em geral, tal requisito de projeto abordado apenas em avaliaes em fase de uso, o que pode acarretar prejuzo ao usurio limitando, algumas vezes, at a ocupao do imvel. Considerou-se essencial que tal condio seja verificada ainda na fase de projeto devido s diversas dificuldades de retro-alimentao dos projetos.

    O mtodo de avaliao proposto consiste em uma leitura inicial do projeto, onde possvel uma analise previa a respeito de alguns dados como definio de leiaute, circulao entre ambiente e no espao interno a estes e articulao. Na sequncia realizada a verificao das condies de acessibilidade baseada em uma planilha de requisitos a serem avaliados para posterior elaborao de laudo tcnico onde ficam expressos os principais pontos a serem revisados e elencados aspectos que o avaliador julgar relevantes.

    A delimitao dos requisitos a serem verificados envolveu um posicionamento critico quanto acessibilidade espacial no momento do projeto, em sua esfera privada.

    Em um primeiro momento foram retomados os ambientes domsticos e as atividades a serem atendidas por cada um deles essenciais e complementares confrontados com os equipamentos mnimos e as necessidades espaciais do usurio com restries, exigidos para a possvel utilizao destes ambientes. Assim os requisitos verificados consideram:

    a. Aspectos antropomtricos: como elemento norteador, ao considerar as principais necessidades espaciais dos usurios com restrio, adotando as medidas que atendem ao maior numero possvel de usurios com conforto, segurana e autonomia;

    b. Aspectos da apropriao: elencados como a forma esperada pela qual o usurio ir ocupar o espao e representado pelo arranjo do mobilirio, induzido pelo profissional de projeto;

    c. Aspectos da acessibilidade espacial: contemplando os requisitos relacionados ao acesso fsico, circulao entre os ambientes e o espao interno destes, uso (do mobilirio, dos equipamentos e dispositivos de controle da casa), orientao e comunicao (materiais de acabamento, cores e texturas utilizadas e pontos de iluminao).

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    Aqui cabe uma observao a respeito da compreenso sobre ocupao do espao. No momento do projeto, o profissional tem uma viso global de seus objetivos e das diversas variveis envolvidas na definio do projeto tais como a melhor insolao, ventilao, entre outros, cabendo a este profissional induzir o usurio melhor ocupao de forma a melhor aproveitar as condicionantes de projeto. Tal induo acontece pela disposio das aberturas portas e janelas , das tomadas e interruptores e pela geometria dos espaos. Estes elementos iro facilitar a visualizao e o aproveitamento do espao til, assim como a possvel flexibilidade da ocupao. A disposio do mobilirio envolve ainda a facilidade no acesso ao mobilirio com maior freqncia de uso e s esquadrias.

    Foram verificados os seguintes elementos:

    a. Circulao interna possibilitando aproximao e uso dos equipamentos;

    b. reas de manobra;

    c. Estabilidade do piso;

    d. Orientao espacial envolvendo mudana de cor ou acabamento entre os planos piso/paredes;

    e. Condio de disposio, aproximao e uso dos equipamentos mnimos;

    f. Disponibilidade de pontos de iluminao em situaes criticas de segurana e orientao;

    g. Possibilidade de uso de dispositivos complementares no uso do espao como torneiras e comandos e outros quesitos particulares a cada ambiente.

    No espao dos dormitrios, para o dormitrio principal ou nico, sero verificadas as demandas de um casal, sendo os demais verificados como quarto de solteiro ou dos filhos.

    Como elemento principal do mtodo, a planilha foi organizada da seguinte maneira:

    - Cabealho para identificao do projeto a ser avaliado e do avaliador. No corpo principal, so apresentadas seis colunas, atendendo quatro grupos de contedos: ordem, item a ser verificado e resposta (sim, no, no se aplica ou inexistente) e observaes.

    - itens a serem verificados: separados em dois grupos:

    -Requisitos essenciais: que definem condio mnima de acessibilidade;

    -Requisitos complementares: definindo condio melhor do projeto quanto acessibilidade.

    Estes dois grupos so itemizados em outros dois grupos:

    1. Acesso e circulao:

    a. Acesso externo;

    b. Equipamentos de controle de acesso;

    c. Portas;

    d. Circulao interna.

    2. Uso da unidade:

    a. Janelas;

    b. Dispositivos de controle;

    c. Sala de estar/TV/jantar;

    d. Cozinha;

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    e. Banheiro;

    f. rea de servio;

    g. Quarto de casal;

    h. Quarto dos filhos.

    Ao final, a planilha possui um campo para elaborao de um laudo com a descrio da condio geral da acessibilidade espacial, sendo explicitados os principais itens que no atendem condio mnima de acessibilidade e alguma informao adicional a critrio do avaliador.

    Tendo como objetivo a apresentao dos requisitos de acessibilidade de forma clara com perguntas que apresentem respostas objetivas com sim ou no. Os itens no se aplica/inexistente devem ser tratados de forma critica, observando se aquele requisito no foi considerado no projeto, se foi atendido de forma alternativa ou se possui elementos que lhe sejam equivalentes. Por exemplo, o acesso unidade pode ser atendido de diferentes formas: sem apresentar desnvel ou com desnvel vencido por escada ou rampa; ou a dimenso do boxe de banho que pode permitir a entrada de uma cadeira de rodas adaptada para banho ou possuir rea adjacente para transferncia do usurio para banco de apoio.

    Como tal instrumento considerou a acessibilidade espacial mnima, o no atendimento de qualquer dos requisitos essenciais prejudica tal condio, pois a adequao da unidade habitacional para atendimento posterior do item verificado como no contemplado ir acarretar nus ao morador ou, ainda, a no adequao poder impedir ou dificultar a ocupao da mesma, dependendo do nvel de restrio do usurio.

    6. ANLISE DO MTODO

    A aplicao do mtodo em trs estudos de caso projetos propostos pela COHAB/SC evidenciou que a questo da acessibilidade espacial tratada apenas em relao rea nominal dos espaos e no custo da edificao, visto um dos projetos ser proposto para atender, em especifico, s pessoas com deficincia fsico-motora.

    Foi verificado que a simulao de ocupao do espao ponto fundamental para a compreenso e consequente melhoria na qualidade do projeto. Atravs desta simulao possvel verificar o uso potencial do ambiente por usurios com restries e, por conseguinte, o atendimento de suas necessidades.

    O mtodo proposto permitiu verificar a condio da acessibilidade espacial do espao em relao a:

    Orientao espacial

    A orientao, sendo um processo de interpretao depende da capacidade individual de perceber e tratar as informaes recebidas. Na habitao representada por uma boa legibilidade do espao, que permitir a boa compreenso dos seus ambientes e funes. Esta componente do projeto pode ser evidenciada com a utilizao de cores ou revestimentos diferentes para identificar funes diferentes como zona de estar x zona de dormir.

    Deslocamento

    O estudo de circulao e uso dos ambientes permite ao avaliador compreender a facilidade de acesso aos ambientes e aproximao aos equipamentos, identificando suas rotas e principais eixos de circulao e a possibilidade da condio de circulao pela disposio do mobilirio estudo de conflitos arquitetnicos.

  • IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-Americano Habitao Social: cincia e tecnologia Inovao e Responsabilidade 12 a 15 de novembro de 2012, Florianpolis

    Promoo: Programa de Ps-Graduao em Arquitetura e Urbanismo PsARQ/UFSC e Associao Catarinense de Engenheiros ACE/SC Secretrio Executivo: Ivan Rezende Coelho, fones: (48) 32483553/84077100, FAX: (48) 32483500

    E-mail: [email protected], Site Oficial: cthab.ufsc.br

    Uso

    A efetiva usabilidade dos ambientes e seus componentes verificada no estudo de uso e os possveis pontos de entrave quando da superposio entre as reas de uso do ambiente circulao e manobra e uso dos equipamentos e peas do mobilirio dentes. Aqui tambm verificada no apenas a possibilidade de insero do mobilirio mnimo de cada ambiente mas tambm a possibilidade efetiva de aproximao, acionamento e uso destes equipamentos.

    Comunicao

    A condio de atendimento da comunicao verificada quando se trata da possibilidade de contato visual entre o espao interior e o exterior da unidade e da instalao de um interfone ou videofone, por exemplo, como forma de facilitar o controle de acesso e interao entre o morador e uma pessoa externa ao lote. Pode ser verificada ainda a insero de pontos adicionais de tomada nos ambientes que oferecer melhores condies de visualizao de expresses faciais/corporais, utilizao de sinais luminosos incorporados campainha ou outros equipamentos de tecnologia assistiva.

    O instrumento proposto, adotado como ferramenta projetual, subsidia os elementos a serem considerados em um projeto e sua forma de insero na definio de uma habitao espacialmente acessvel.

    7. CONCLUSO

    O conhecimento acerca da habitao permitiu a compreenso das atividades essenciais a serem contempladas no espao domstico, a partir das quais foram definidos os requisitos mnimos de projeto no que tange a realizao das atividades que lhes so inerentes.

    A compreenso da relao do usurio com o espao domstico, assim como dos condicionantes projetuais derivados desta relao, permitiu a identificao das necessidades espaciais do usurio com ou sem restries e as reais possibilidades de apropriao da moradia.

    A qualidade do projeto de habitao tema de diversos discursos, crticas, estudos, avaliaes e proposies, em diferentes panoramas e momentos, no entanto, este discurso trata, na maioria das vezes, do objeto casa sem atender o principal interessado o usurio morador.

    No universo da habitao, o morador esquecido como medida real do projeto. Suas necessidades, aspiraes e desejos sempre so relegados a um segundo momento e, frente precariedade do prprio edifcio, quase nunca so satisfeitos. Propor a habitao considerando apenas ndices e parmetros normativos desvinculados do contexto de implantao do projeto e tendo como alvo uma metragem dimensional definida pelo custo global da obra, esquecer o objetivo primordial do objeto proposto o habitar.

    Considerar o usurio do espao como ser nico e singular e tratar a casa como elemento a contribuir na qualidade de vida deste, trar nova dimenso habitao enquanto estratgia de incluso social. Pressupondo que os projetos avaliados na pesquisa atendem legislao urbanstica, podemos concluir que o Cdigo de Obras no contempla critrios que atinjam uma maior diversidade de usurio e que um longo caminho necessrio percorrer para que se alcance tal qualidade esperada.

    8. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS

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  • IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-Americano Habitao Social: cincia e tecnologia Inovao e Responsabilidade 12 a 15 de novembro de 2012, Florianpolis

    Promoo: Programa de Ps-Graduao em Arquitetura e Urbanismo PsARQ/UFSC e Associao Catarinense de Engenheiros ACE/SC Secretrio Executivo: Ivan Rezende Coelho, fones: (48) 32483553/84077100, FAX: (48) 32483500

    E-mail: [email protected], Site Oficial: cthab.ufsc.br

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