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1 Qualidade do Conselho de Administração e Internacionalização de Empresas 1 INTRODUÇÃO Na Teoria da Agência Jensen e Meckling (1976) analisaram problemas decorrentes da separação da propriedade e controle e apontaram que administradores e proprietários dos negócios possuem interesses e objetivos diferentes; e que custos de monitoramento decorrentes da separação entre a propriedade do negócio e o controle do capital desencadeiam problemas de assimetrias informacionais e risco moral, conturbando o ambiente de negócios. De acordo com o IBRI - Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (2013) as empresas buscam reduzir desequilíbrios e problemas de assimetria da informação por meio da adoção de boas práticas de Governança Corporativa. O Conselho de Administração como órgão encarregado da tomada de decisão deve agir em conformidade com o planejamento estratégico da empresa (IBGC, 2015) representando uma potencial solução para os problemas de agência das organizações decorrentes de complexidades e imperfeições de contratos (Hermalin and Weisbach, 2003). Treiger (2009) argumenta que as características e atribuições do Conselho de Administração denotam maior credibilidade à gestão e fomentam o desenvolvimento da responsabilidade compartilhada, multiplicando a transparência corporativa. De acordo com o IBGC (2015) o maior comprometimento dos agentes internos e externos, contribui para adoção das melhores práticas de gestão que incrementam a governança corporativa e a constituição do Conselho de Administração contribui para a prosperidade do negócio. Isto sugere que as empresas que possuem Conselhos de Administração com determinadas estruturas, composições e características têm maior potencial para influenciar as ações em busca da internacionalização. Apesar da crescente importância do Conselho de Administração sobre os resultados organizacionais, ainda são escassos estudos que relacionam o Conselho de Administração com a internacionalização das empresas (Barroso, Villegas & Calero, 2011; Rivas, Hamori & Mayo, 2009). Dessa forma, este estudo tem por objetivo analisar a influência da qualidade do conselho de administração na internacionalização das empresas brasileiras que possuem níveis diferenciados de governança corporativa. Busca-se responder a seguinte questão: Qual a influência da qualidade do Conselho de Administração na internacionalização de

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Page 1: Qualidade do Conselho de Administração e ... · Qualidade do Conselho de Administração e Internacionalização de Empresas 1 INTRODUÇÃO Na Teoria da Agência Jensen e Meckling

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Qualidade do Conselho de Administração e Internacionalização de Empresas

1 INTRODUÇÃO

Na Teoria da Agência Jensen e Meckling (1976) analisaram problemas decorrentes da

separação da propriedade e controle e apontaram que administradores e proprietários dos

negócios possuem interesses e objetivos diferentes; e que custos de monitoramento

decorrentes da separação entre a propriedade do negócio e o controle do capital desencadeiam

problemas de assimetrias informacionais e risco moral, conturbando o ambiente de negócios.

De acordo com o IBRI - Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (2013) as

empresas buscam reduzir desequilíbrios e problemas de assimetria da informação por meio da

adoção de boas práticas de Governança Corporativa. O Conselho de Administração como

órgão encarregado da tomada de decisão deve agir em conformidade com o planejamento

estratégico da empresa (IBGC, 2015) representando uma potencial solução para os problemas

de agência das organizações decorrentes de complexidades e imperfeições de contratos

(Hermalin and Weisbach, 2003).

Treiger (2009) argumenta que as características e atribuições do Conselho de

Administração denotam maior credibilidade à gestão e fomentam o desenvolvimento da

responsabilidade compartilhada, multiplicando a transparência corporativa. De acordo com o

IBGC (2015) o maior comprometimento dos agentes internos e externos, contribui para

adoção das melhores práticas de gestão que incrementam a governança corporativa e a

constituição do Conselho de Administração contribui para a prosperidade do negócio. Isto

sugere que as empresas que possuem Conselhos de Administração com determinadas

estruturas, composições e características têm maior potencial para influenciar as ações em

busca da internacionalização.

Apesar da crescente importância do Conselho de Administração sobre os resultados

organizacionais, ainda são escassos estudos que relacionam o Conselho de Administração

com a internacionalização das empresas (Barroso, Villegas & Calero, 2011; Rivas, Hamori &

Mayo, 2009). Dessa forma, este estudo tem por objetivo analisar a influência da qualidade do

conselho de administração na internacionalização das empresas brasileiras que possuem

níveis diferenciados de governança corporativa. Busca-se responder a seguinte questão: Qual

a influência da qualidade do Conselho de Administração na internacionalização de

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companhias brasileiras de capital aberto que apresentam níveis diferenciados de governança

corporativa?

Sanders e Carpenter (1998) explicam que ações de internacionalização e o Conselho

de Administração estão profundamente interligados. Defendem que quanto maior o

entrosamento do Conselho de Administração maior serão as ações de internacionalização,

uma vez que as competências dos conselheiros na compreensão dos mercados interferem

decisivamente nestes aspectos. Para se internacionalizarem, as empresas devem globalizar

suas estratégias de atuação em mercados estrangeiros e, isto decorre do quanto os players

empresariais estão motivados para prosperar no negócio e das orientações profissionais que

recebem dos membros do Conselho de Administração.

A internacionalização da empresa requer maior participação do Conselho de

Administração, pois este desempenha um papel estratégico na internacionalização

desenvolvendo políticas com ênfase competitiva nos mercados globalizados. Assim, com a

internacionalização as empresas são pressionadas a reformular estratégias e a adotar práticas

de governança que sejam refletidas em medidas relacionadas à internacionalização.

2 TEORIA DA AGÊNCIA NO CONTEXTO DA SEPARAÇÃO ENTRE A

PROPRIEDADE E O CONTROLE E INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS

Os primeiros estudos que serviram como alicerce para a Teoria da Agência (Jensen

and Meckling, 1976) foram realizados por Spence e Zeckhauser (1971), Alchian e Demsetz

(1972) e Ross (1973). O foco principal destes estudos foi analisar a estrutura de remuneração

dos gestores, denominados de agentes e o relacionamento de seus interesses com os

proprietários ou acionistas, nominados de principal, relatando que o agente e o principal

compartilham as mesmas crenças e buscam vantagens comparativas. Há então, nesse cenário,

uma tendência de que ambos adotem atitudes idênticas em relação às utilidades esperadas,

frente às restrições impostas por suas escolhas. Por isso, há dificuldade em monitorar as

escolhas que permeiam as relações entre o agente e o principal.

Apesar da importância dos trabalhos anteriores, foram Jensen e Meckling (1976) que

formalizaram a Teoria da Agência e a apresentaram de forma mais detalhada. Ressalta-se que

os estudos de Berle e Means (1932) serviram de alicerce para os estudos de Jensen e

Meckling (1976) culminassem na elaboração e divulgação da Teoria da Agência para área de

finanças, contabilidade e gestão. Outra inovação do trabalho desenvolvido por Jensen e

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Meckling (1976) foi a utilização do termo estrutura de propriedade em substituição a estrutura

de capital.

Jensen e Meckling (1976) aprofundaram a Teoria da Agência a partir de problemas

decorrentes da separação da propriedade e controle, apontando que os administradores das

empresas e os proprietários dos negócios possuem interesses e objetivos muito diferentes.

Nesse contexto, a Teoria da Agência (Jensen and Meckling, 1976) analisa os conflitos e os

custos decorrentes da separação entre a propriedade do negócio e o controle do capital, o que

origina assimetrias informacionais e riscos morais que se desenvolvem nesse ambiente de

relação conturbada entre o principal e o agente.

Para Jensen e Meckling (1976) a assimetria da informação ocorre quando uma das

partes não possui toda a informação indispensável para compreender o contrato, e o risco

moral quando os agentes colocam seus interesses acima do interesse do principal, a partir de

atitudes assumidas e diferentes preferências e perspectivas que permeiam as relações entre

agente e principal. Nesse sentido, o risco moral é uma forma oportunista, difícil de prever nos

contratos formais ou informais, e que prolifera devido à dificuldade de se verificar as ações

dos agentes.

Em função de seus desdobramentos, o trabalho de Jensen e Meckling (1976) serviu

como um ponto de ligação para um conjunto de relacionamentos contratuais entre os agentes

econômicos individuais e o mercado. A solução para a complexidade organizacional das

firmas, segundo Fama e Jensen (1983) consistem em intensificar a separação durante o

processo da tomada de decisões, isto é, vincular as decisões de controle ao Conselho de

Administração, que trata da previsão e direcionamento dos negócios e as questões de gestão a

um agente responsável por conduzir os procedimentos gerenciais cotidianos que possibilitem

a sobrevivência do negócio.

Dessa forma, as atribuições do Conselho de Administração não são apenas

formalismos, tampouco obrigações previstas em lei, a serem seguidas exclusivamente pelas

empresas que possuem negócios em Bolsas de Valores. Existe uma série de vantagens às

companhias que optam por negociar em Bolsas de Valores, sejam para a organização,

acionistas, colaboradores, mercado e aos stakeholders.

O alinhamento dos interesses entre os administradores e os acionistas, por meio da

criação de um mecanismo de controle denominado Conselho de Administração são

importantes como parte da solução dos problemas de agência. Dessa forma, delimitar o papel

do Conselho de Administração tem por objetivo estabelecer uma ponte entre os direitos dos

sócios proprietários, dos acionistas e dos administradores responsáveis pela gestão, buscando

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a manutenção e maximização dos interesses dos envolvidos no negócio. O Conselho de

Administração representa uma solução de mercado que ameniza os problemas de agência das

organizações, decorrentes da complexidade e do caráter defeituoso e incompleto dos contratos

(Jensen and Meckling, 1993).

O Conselho de Administração é um órgão que se reúne para refletir e decidir sobre

questões que envolvem a vida da organização. Os integrantes são eleitos pelos acionistas e

deve ser composto tendo em vista a diversidade de conhecimentos, experiência dos membros

e gênero, permitindo que a organização se beneficie da pluralidade de argumentos na tomada

de decisão, sendo o processo de seleção dos conselheiros condizente com os valores da

organização (IBGC, 2015). Assim, a constituição de um Conselho de Administração eficaz, e

que apresenta qualidade de atuação e atributos relacionados aos princípios das melhores

práticas de governança corporativa, contribui para a prosperidade do negócio e ajuda a

garantir o atendimento das necessidades de capital.

Estudos anteriores argumentam que os resultados da empresa podem estar

relacionados à qualidade da atuação do Conselho de Administração. Zahra e Pearce (1990)

argumentam que a qualidade da atuação dos conselhos pode ser mensurada a partir de

atributos relacionados: (1) a estrutura da organização, a divisão do trabalho e a formação de

comitês de assessoramento; (2) a composição que trata do tamanho do conselho, tipos de

conselheiros e representação dos acionistas minoritários; (3) as características que informam

sobre a experiência, formação acadêmica, independência e o desempenho dos conselheiros;

(4) aos processos de tomada de decisões e a formalidade dos procedimentos de

monitoramento das relações entre conselheiros e executivos. Barroso, Villegas e Calero

(2011) defendem que as características do Conselho de Administração, representada pela

experiência dos conselheiros é decisiva para elevar o índice de internacionalização da

organização, e que a forma de controle exercida pelos conselheiros apresenta relação positiva

com o volume de investimentos em outros países.

Outros estudos sobre internacionalização das atividades das empresas têm ocupado

diversos espectros e, especificamente na área de Ciências Contábeis, as pesquisas têm

utilizado a internacionalização como proxy para identificar o seu desempenho econômico e de

mercado das empresas. Nesse sentido, pesquisas utilizaram diferentes medidas de

internacionalização para identificar suas associações com a qualidade do conselho de

administração (Ihlenffeldt, 2018); com a estrutura organizacional das empresas (Honório,

2009), com o perfil exportador (Santos, Vasconcelos & De Luca, 2013; Platchek & Floriani,

2013), com as práticas de governança corporativa (Souza, Murcia & Marcon, 2011; Maia,

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Vasconcelos & De Luca, 2013; Santos, Vasconcelos & De Luca, 2015), e com a autonomia

estratégica e operacional (Fundação Dom Cabral, 2016). Os resultados dessas pesquisas

apresentaram evidências de que a excelência da estrutura de governança viabiliza

investimentos e pode alicerçar a construção de empresas mais propensas a se lançarem à

novos mercados via internacionalização.

Assim, entende-se que o Conselho de Administração apresenta atribuições que

propiciam maior credibilidade e responsabilidade à gestão corporativa, maior

comprometimento dos agentes envolvidos em adoção de boas práticas de gestão e que o

Conselho de Administração se constitui no pilar estrutural da governança corporativa

interferindo nas ações estratégicas das corporações. Isto sugere que empresas que possuem

Conselhos de Administração constituídos, observando-se determinadas estruturas,

composições, características e processos teriam maior potencial para influenciar no índice de

internacionalização das empresas. Dessa forma, apresenta-se a seguinte hipótese de pesquisa:

Hipótese 1: O índice de qualidade do conselho de administração é positivamente relacionado

com a internacionalização de empresas brasileiras que possuem níveis diferenciados de

governança corporativa.

3 METODOLOGIA

Este estudo investiga empiricamente as relações a Qualidade do Conselho de

Administração (QCA) e medidas de Internacionalização (INTER) sob a lente teórica da

Teoria Agência. Quanto aos objetivos, a pesquisa é descritiva e causal, na medida em que

mapeia e avalia as características de empresas brasileiras que negociam suas ações na [B]3

(Brasil, Bolsa, Balcão) para identificar relações confirmatórias da influência do QCA na

INTER. Nesse sentido, o estudo, ex-post facto, está delimitado às empresas que possuem

alguma política de internacionalização relacionada à destinação de parte de seus ativos em

investimentos no exterior, receitas operacionais derivadas de transações com o mercado

externo ou parte de capital humano exercendo atividades em subsidiárias situadas no exterior.

Para a análise dos resultados emprega-se o software Gretl®, aplicando-se a

metodologia de Regressão Linear com Dados em Painel. Com relação à distribuição das

empresas da amostra por setor econômico, optou-se por seguir a classificação disponibilizada

pela [B]3 que divide as empresas em dez setores econômicos.

A população foi composta por todas as empresas listadas na [B]3 que apresentam

algum índice de internacionalização, incluindo instituições financeiras e fundos de pensão.

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Para a coleta dos dados financeiros utilizou-se o banco de dados do Bloomberg®; e para os

itens relacionados à qualidade do Conselho de Administração, as informações oriundas dos

Formulários de Referências disponibilizados no website da Comissão de Valores Mobiliários

(CVM). Em maio de 2019, o banco de dados reunia 488 empresas brasileiras com registro

ativo.

Na Tabela 1 apresentam-se os critérios adotados para a definição da amostra da

pesquisa.

Tabela 1 - Processo de seleção da amostra

Critério Empresas

População das empresas com registro ativo na [B]3 entre o ano de 2012 a 2018 488

(-) Empresas que não possuem qualquer nível de internacionalização no período -383

Empresas que possuem internacionalização no período (pelo menos um ano) 105

Empresas que não eram internacionalizadas no período 2012 até 2018 -20

Amostra Final 85

Fonte: Dados da pesquisa

Após analisar as 488 empresas ativas na [B]3 encontrou-se 105 empresas que

apresentaram algum índice de internacionalização no período de 2012 a 2018. Na sequência

descartou-se 20 empresas que não apresentavam os dados para a maioria dos anos do período

pesquisado, resultando uma amostra final de 85 empresas, constituindo um painel balanceado

com 595 observações.

Na Tabela 2 apresentam-se os setores econômicos comtemplados pelo estudo, com a

participação percentual das empresas que pertencem a cada setor.

Tabela 2 - Empresas da amostra classificadas por setor econômico

Setor Econômico Número de Empresas %

Bens Industriais 23 27,06

Consumo Cíclico 17 20,00

Consumo não Cíclico 11 12,94

Materiais Básicos 15 17,65

Petróleo, Gás e Biocombustíveis 4 4,70

Saúde 3 3,53

Tecnologia da Informação 3 3,53

Utilidade Pública 1 1,18

Financeiro 6 7,06

Telecomunicações 2 2,35

Total 85 100

Fonte: Dados da pesquisa.

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A literatura aponta atributos que fundamentam a atuação e a função do Conselho de

Administração que podem impactar na continuidade das empresas. Zahra e Pearce (1990)

definem como atributos que afetam o desempenho do Conselho de Administração: a estrutura;

a composição; as características; e os processos.

Este estudo propõe mapear a Qualidade do Conselho de Administração utilizando um

índice que será denominado de Índice de Qualidade do Conselho de Administração (IQCA)

(Ihlenffeldt , 2018) para contemplar os atributos sugeridos por Zahra e Pearce (1990). Estes

atributos estão dispostos no Quadro 1.

Quadro 1 - Métrica para o Índice de Qualidade do Conselho de Administração

Itens Descrições Fonte

ESTRUTURA DO CONSELHO

1 CEO e presidente do Conselho são pessoas diferentes item 2.10

2 CEO não participa do Conselho de Administração item 2.10

3 Conselheiros independentes representam 50% ou mais do Conselho de Administração item 2.16

4 O Controlador Acionário elege o Presidente do Conselho de Administração item 5.2

5 Renovação dos mandatos dos Conselheiros ocorre a cada 2 anos item 2.7

6 Eleição de todos os membros do Conselho de Administração ocorre na mesma Assembleia item 2.7

7 Conselheiros independentes não possuem vínculo empregatício algum com a companhia item 2.16

8 O Conselho Fiscal está instalado em caráter permanente item 2.34

9 Comitê de Gestão de Riscos Corporativos está estruturado e em funcionamento item 2.3.1

10 Comitê de Divulgação de Fatos Relevantes está estruturado e em funcionamento item 3.3

11 Estão bem definidas as atribuições dos Conselheiros Independentes item 2.16

12 Comitê de Compliance está estruturado e em funcionamento item 3.3

COMPOSIÇÃO DO CONSELHO

13 Conselho de Administração possui entre 5 e 11 membros item 2.14

14 Comitê de Remuneração é composto por Conselheiros Independentes item 2.24

15 Comitê de Auditoria é composto por Conselheiros Independentes item 2.28

16 Existem membros estrangeiros no Conselho de Administração item 2.4

17 Não existem conselheiros internos empregados da empresa item 2.15

18 Não há a figura de Conselheiros Suplentes item 2.13

19 Presidente do Conselho de Administração não possui sobrecarga (máximo 2 empresas) item 2.8.1

20 Membros do Conselho de Administração não possuem sobrecarga (máximo 5 empresas) item 2.8.1

CARACTERÍSTICAS DO CONSELHO

21 A maior parte dos conselheiros possuem especialização Lato Sensu item 2.5

22 A maior parte dos conselheiros possuem especialização Stricto Sensu item 2.5

23 Pelo menos um conselheiro possui experiência profissional em finanças e contabilidade item 2.4

24 Há um especialista no setor do negócio que pertence ao Conselho item 2.4

25 Há Conselheiros com comprovado conhecimento e experiência no mercado internacional item 2.4

26 Conselheiros já foram CEO's de outras empresas item 2.10

27 O Comitê de Auditoria possui pelo menos um membro da área contábil item 2.30

28 Há programa de treinamento de membros do Conselho de Administração item 2.2

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PROCESSO DO CONSELHO

29 O Conselho de Administração segue Código de conduta segundo os valores da empresa item 6.3

30 Existem mecanismos interno/externo de avaliação dos conselheiros item 2.18

31 Existem canais de atendimento aos minoritários para inclusão de propostas na Assembleia item 2.32

32 Há mecanismos para identificação de conflitos de interesse entre os conselheiros item 6.2

33 Há mecanismos para avaliação de projetos com impactos socioambientais item 2.3.2

34 Há alinhamento interno dos pronunciamentos públicos para divulgação aos investidores item 2.3.3

35 Há avaliação dos conselheiros com base no envolvimento ou participação nas reuniões item 2.18

36 Existe Ouvidoria ou Canais de Denúncia item 2.32

37 As reuniões do Conselho de Administração são presenciais item 2.38

38 As Assembleias Gerais Ordinárias são transmitidas por teleconferências item 1.4.2

39 O Conselho de Administração avalia o CEO item 3.8

40 Conselheiros são avaliados anualmente por especialistas externos independentes item 2.18

Fonte: Elaborado pelos autores com base no IBGC (2015)

Para atender aos objetivos do estudo e analisar a influência da qualidade do Conselho

de Administração sobre as medidas de internacionalização, utiliza-se da regressão linear com

a utilização de dados em painel balanceado. São testados como variável dependente o Índice

de Internacionalização (INTER) e como variável independente o Índice de Qualidade do

Conselho de Administração (IQCA). São utilizados como variáveis de controle: o número de

países em que a empresa atua; o tempo de internacionalização; o tamanho da empresa; os

níveis de governança corporativa e a alavancagem. Nesse estudo foi utilizado a regressão

descrita na Equação 2.

INTERi,t = β0 + β1 IQCAi,t + β2 PAISi,t + β3 TEMPi,t + β4 TAMi,t + β5 GOVi,t + β6ALAVi,t + εi,t ( 2 )

Em que,

INTERi,t = índice de Internacionalização obtido por meio da Metodologia UNCTAD que determina os resultados

para empresa i no período t;

IQCAi,t = índice de Qualidade do Conselho de Administração capturada através da métrica;

PAISi,t = Número de países em que a empresa i atua no período t;

TEMPi,t = Tempo de internacionalização da empresa i no período t;

TAMi,t = Tamanho da empresa i no período t;

GOVi,t = Nível de Governança Corporativa, segmentos diferenciados [B]3 (NM, N1 e N2) da empresa i no

período t;

ALAVi,t = Alavancagem da empresa i no período t;

β0 = constante, intercepto do modelo; período t; empresa i;

β1 , β2 , β3 , β4 , β5 , β6 = Coeficientes estimados da regressão;

εi,t = Estimativa de erros aleatórios da regressão.

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Espera-se que o INTERit seja influenciado positivamente pelo IQCAit. Dessa forma, as

quatro categorias que compõem a métrica estão fundamentalmente inspiradas nas

recomendações do Código das melhores práticas de Governança Corporativa do IBGC (2015)

que procuram agrupar, por natureza de interesse, os assuntos que são abordados, servindo

com uma forma de direcionar a busca pelos objetivos da pesquisa.

O Índice de Qualidade do Conselho de Administração (IQCA) foi codificado a partir

das informações disponibilizadas pelas 85 empresas da amostra nos Formulários de

Referência nos anos de 2012 a 2018, disponíveis no site da [B]3. Para codificação do IQCA o

estudo utiliza a metodologia de Ihlenffeldt (2018). Foram atribuídos 2 pontos se a afirmativa

proposta na métrica for “Sim”; 1 ponto se a afirmativa for “Não”; e 0 (zero) pontos quando a

empresa não declarar as informações propostas para cada um dos itens do índice. Em função

desses critérios para codificação, as empresas receberão uma pontuação individual absoluta

que pode variar entre 0 e 80 pontos, que são os 40 itens da métrica vezes a pontuação máxima

de dois pontos. Para o cálculo do IQCA será dividida a pontuação absoluta de cada empresa,

pela pontuação absoluta máxima da métrica, resultando em um índice que varia em uma

escala de 0 a 1. Valores mais próximos de 1 representam melhor Qualidade do Conselho de

Administração.

O Índice de Internacionalização (INTER) foi codificado a partir das informações

disponibilizadas pelas empresas da amostra nos Formulários de Referência nos anos de 2012

a 2018, e mensurado utilizando as três dimensões da internacionalização: mercado (receitas

no exterior); recursos humanos (colaboradores no exterior); e investimentos (ativos no

exterior). Esses dados foram levantados a partir das informações disponíveis nos Formulários

de Referencia: item 7.6 - receitas provenientes do exterior; item 14.1 - colaboradores no

exterior e item 9.1.a – relação dos ativos no exterior, com os valores identificados a partir dos

Relatórios da Administração e Notas Explicativas. As 85 empresas da amostra realizaram

exportações e, portanto, relataram possuir receitas no exterior, sendo essa, a principal forma e

o primeiro contato das empresas com a internacionalização. Além disso, 44 empresas também

apresentam a dimensão recursos humanos caracterizados pela presença de funcionários no

exterior. Para mensurar o INTER o estudo utiliza a metodologia da United Nations

Conference on Trade and Development [UNCTAD] (1996).

A metodologia UNCTAD (1996) é empregada para verificar o grau de expansão de

investimentos das empresas no exterior. O INTER resulta da média simples de indicadores

observados em três dimensões: investimentos diretos, observado a partir da análise dos ativos

da empresa no exterior; mercado consumidor, capturado a partir do volume de receitas no

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exterior; e capital humano, resultante da proporção de funcionários no exterior, conforme

apresentado na Equação 1.

𝐼𝑁𝑇𝐸𝑅𝑖𝑡 = (

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠

+𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠+

𝐹𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟𝐹𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠

)

3

(1)

O índice UNCTAD (1996) emprega dimensões que permitem comparações entre

empresas de setores distintos e de países de diversas origens, variando de 0 a 1. Valores mais

próximo de 1 representam melhores índices de internacionalização, decorrente da média

simples dos itens da Equação 1. O índice é adequado para realizar comparações entre

empresas de setores diferentes, tendo em vista que cada setor possui peculiaridades em

relação à conquista do mercado e a permanência no exterior. Assim, a utilização de três

indicadores, é justificada por promover o equilíbrio das diversificadas formas de

internacionalização e valoriza as atuações globais de empresas de todos os setores, o que

viabiliza uma análise multisetorial (Fundação Dom Cabral, 2016).

As variáveis de controle são utilizadas para avaliar de forma mais eficiente, as relações

entre as variáveis independentes e dependentes, aumentando a potência explicativa da

regressão linear. Trata-se de variáveis para amenizar, anular ou neutralizar qualquer efeito

colateral que possa vir aumentar a estimativa de erro e distorcer os resultados obtidos. As

escolhas das variáveis de controle são: número de países em que as empresas atuam; tempo de

internacionalização; tamanho da empresa, níveis de governança corporativa da [B]3; e

alavancagem. No Quadro 2 apresentam-se as variáveis dependente, independente e de

controle empregadas no modelo estatístico.

Quadro 2 - Variáveis da Pesquisa

Variável Código Classificação Definição Operacional Mensuração Relação

Esperada Índice de

Internacionalização INTER Dependente

Grau de relacionamento

da empresa no exterior Índice UNCTAD

Índice de Qualidade

do Conselho de

Administração

IQCA Independente

Melhores práticas do

Conselho de

Administração

Métrica IQCA +

Países onde atua PAIS Controle Países onde a empresa

realiza seus negócios Número de países +

Tempo

Internacionalização TEMP Controle

Experiência da empresa

atuando no exterior

Tempo em número de

meses +

Tamanho TAM Controle Porte da empresa Logaritmo natural (Ln)

do Ativo Total +

Níveis Governança GOV Controle Classificação da [B]3 Níveis Governança

NM, N1, N2 +

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Alavancagem ALAV Controle Captação de recursos em

relação aos investimentos

Razão entre Capital

Terceiros e Ativo Total +

Fonte: Elaborado pelos autores.

O número de países em que a empresa atua (PAÍS) descreve a lógica de estudos

anteriores que afirmam que o maior número de países em que as empresas atuam, propiciam

maior conhecimento do mercado e do comportamento cultural da sociedade do país de destino

(Ietto-Gillies, 2013; Johanson and Vahlne, 1977).

O tempo de internacionalização (TEMP) é compreendido como um conjunto de

relações formadas por players, com maior ou menor inserção internacional e do número de

ligações que a empresa desenvolve com outros países (Johanson and Vahlne, 1977; Ietto-

Gillies, 2013, e esse fator tempo possibilita entender o impacto da internacionalização no

desempenho econômico e financeiro das empresas (Maia, Vasconcelos and De Luca, 2013;

Cazurra, 2012; Andrade and Galina, 2013).

O tamanho (TAM) descreve que as empresas maiores possuem uma tendência mais

elevada a se internacionalizarem, em função do volume de transações que realizam no

mercado interno e com outros países, quando comparadas às de menor porte, e que as

complexas estratégias de internacionalização são influenciadas fortemente pelo tamanho da

firma (Honório, 2009; Maia, Vasconselos and De Luca, 2013).

Os níveis de governança (GOV) examinam se os segmentos diferenciados de

governança corporativa pode influenciar o índice de internacionalização de empresas

brasileiras de capital aberto, se apresentando como importante variável na relação com a

internacionalização (Maia, Vasconcelos e De Luca, 2013; Souza, Murcia and Marcon, 2011;

Correia, Amaral and Louvet, 2011).

A alavancagem (ALAV) é formado pela razão da soma do exigível de curto e longo

prazos ou o total do capital de terceiros pelo valor contábil do ativo total, sugerindo que

organizações com alta alavancagem podem ser pressionadas pelos acionistas e sócios

investidores a conquistar níveis de excelência em governança corporativa (Black, Jang and

Kim, 2006).

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A apresentação e discussão dos resultados foram divididas em dois momentos

distintos. Primeiro, apresenta-se a descrição do INTER (variável dependente), do IQCA

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12

(variável independente) e a descrição das variáveis de controle. Na sequência, demostram-se

as inferências estatísticas cotejadas com a literatura que embasou o estudo.

Na Tabela 1 apresentam-se as estatísticas descritivas do Índice de Qualidade do

Conselho de Administração (IQCA) no período. A média do IQCA no período foi de 0,67658,

sendo o valor mais alto de 0,76765 em 2018 e o menor valor de 0,66765 em 2012, indicando

que um aumento gradativo desse índice ao longo do tempo.

Tabela 1 – Estatística descritiva do Índice de Qualidade do Conselho de Administração

Medidas Estatísticas Período

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2012-2018

Média 0,66765 0,68426 0,71588 0,72412 0,75265 0,76397 0,76765 0,67658

Desvio Padrão 0,12175 0,09742 0,06188 0,10105 0,10403 0,09999 0,80308 0,19846

Coeficiente de Variação 0,18235 0,14237 0,08644 0,13955 0,13822 0,13088 0,13203 0,13598

Mediana 0,68750 0,68750 0,72500 0,73750 0,77500 0,77500 0,78750 0,73929

Mínimo 0,00000 0,00000 0,53750 0,00000 0,00000 0,00000 0,00000 0,07679

Máximo 0,82500 0,82500 0,82500 0,83750 0,86250 0,88750 0,90000 0,85179

Fonte: Dados da pesquisa.

O coeficiente de variação do IQCA apresentou média de 0,13598 no período, sendo o

valor mais alto de 0,18235 em 2012 e o menor valor de 0,08644 em 2014. O menor desvio

padrão foi de 0,06188 em 2014, verificando que para todos os anos analisados essa tendência

de proximidade da série estatística se manteve com a média. Nota-se uma tendência de

manutenção dos índices em torno de um valor médio, sem grandes alterações bruscas, e é

possível visualizar o crescimento do índice com a passar dos anos, sendo que o valor máximo

de 0,900 ocorreu no ano de 2018.

No início da série em 2012 os valores dos índices são inferiores e com o passar do

tempo, vão sofrendo representativo aumento, na medida em que as curvas que definem a

tendência vão se distanciando em relação ao centro, evidenciando o aumento da qualidade do

Conselho de Administração ao longo do período. Verifica-se no ano de 2018 valores mais

elevados da série, tendo em vista que as empresas tendem a buscar melhorias contínuas em

seus padrões administrativos para atender as crescentes demandas do mercado.

Na Tabela 2 apresentam-se as estatísticas descritivas da variável dependente INTER.

A média do INTER é 0,19925 no período, sendo o valor mais alto de 0,42754 em 2018 e o

menor valor de 0,11724 em 2012, evidenciam uma tendência de crescimento do INTER ao

longo do período.

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13

Tabela 2 – Estatística descritiva do Índice de Internacionalização

Medidas Estatísticas Período

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2012-2018

Média 0,11724 0,13035 0,13825 0,14891 0,14780 0,28466 0,42754 0,19925

Desvio Padrão 0,13081 0,14296 0,14709 0,15082 0,14800 0,45849 0,80308 0,28304

Coeficiente de Variação 1,11570 1,09670 1,06390 1,01280 1,00140 1,61060 1,87840 1,25421

Mediana 0,08165 0,08550 0,07627 0,10278 0,09407 0,10467 0,10067 0,09223

Mínimo 0,00000 0,00194 0,00167 0,00100 0,00000 0,00000 0,00000 0,00066

Máximo 0,58900 0,54700 0,56000 0,57800 0,60700 1,60700 2,60700 1,01357

Fonte: Dados da pesquisa.

O coeficiente de variação da variável INTER representa a dispersão homogênea dos

dados, mensurado pelo quociente entre o desvio padrão da amostra e a média dos dados,

sendo que quanto menor melhor, representando assim maior precisão dos dados. Para o

período de 2012 a 2018 o coeficiente de variação apresentou o valor mais alto próximo a

1,8784 em 2018 e menor de 1,06390 em 2014.

O valor mínimo para o INTER (zero) foi verificado em alguns períodos e esse fato é

em função de que as empresas deixaram de atuar ou não eram internacionalizadas naquele

período. Nota-se uma tendência de manutenção dos índices em torno de um valor médio, na

medida em que as empresas buscam por novos mercados. Na Tabela 3 apresentam-se os

valores para a matriz de correlação de Pearson entre as variáveis do estudo.

Tabela 3 - Matriz de correlação para as variáveis do estudo

Variáveis INTER IQCA PAIS TEMP TAM ALAV GOV

INTER Coef.

1

Sig.

IQCA Coef. 0,241**

1

Sig. 0,000

PAIS Coef. 0,244** 0,095*

1

Sig. 0,000 0,021

TEMP Coef. 0,086* -0,013 0,336**

1

Sig. 0,018 0,756 0,000

TAM Coef. 0,236** 0,481** 0,166** 0,013

1

Sig. 0,000 0,000 0,000 0,749

ALAV Coef. -0,001 0,075 0,111** -0,127** 0,139**

1

Sig. 0,978 0,068 0,007 0,002 0,001

GOV Coef. 0,210** 0,329** 0,016 -0,162** 0,162** -0,144**

1 Sig. 0,000 0,000 0,692 0,000 0,000 0,000

Nota. Fonte: Elaborado pelos autores. As significâncias entre as variáveis são representadas da seguinte forma:

* e ** indicam significância de 5% e 1%, respectivamente. Salienta-se que os dados desta tabela permitem a

aferição sobre o nível de significância para todos os resultados apresentados. Variáveis da Matriz de Correlação:

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14

INTER – Índice de Internacionalização; IQCA – Índice de Qualidade do Conselho de Administração; TAM é o

tamanho da empresa medido pelo Logaritmo natural (Ln) do ativo total da empresa; PAIS é o número de países

com os quais a empresa se relaciona; TEMP é a quantidade de anos em que a empresa desenvolve atividades no

exterior; GOV são os segmentos de listagem da empresa na [B]3; e ALAV é a alavancagem financeira da

empresa. Número de observações por variável: 595 no período compreendido entre 2012-2018.

Fonte: Dados da pesquisa.

Destaca-se a relação entre IQCA e GOV que é positiva e significativa ao nível de 1%,

confirmando os estudos que enfatizam que empresas onde é evidenciada a maior qualidade da

governança corporativa, atraem mais investimentos, sinalizando que a governança

corporativa, por meio de seus princípios e instrumentos, exerce um importante papel no

processo de internacionalização de empresas. Assim, maiores índices de internacionalização

exigem maiores índices de qualidade de governança corporativa (Correia, Amaral and Louvet,

2011). Esses resultados confirmam os estudos que analisaram e identificaram a relação

positiva existente entre o percentual de capital social estrangeiro proxy para

internacionalização, e sua associação com o ao alto índice de governança, capturada através

da listagem das empresas nos níveis diferenciados de governança corporativa da

BM&FBovespa (Souza, Murcia and Marcon 2011).

A relação entre INTER e PAIS é positiva e significativa ao nível de 1%, confirmando

os estudos que defenderam que existem variáveis relacionadas aos países de destino, para os

quais a empresa direciona seus esforços exportadores, que podem explicar o sucesso das

empresas nas operações que levam a internacionalização, e ainda, o próprio número de países

com os quais a empresa desenvolve suas redes de relacionamento, os aspectos culturais e as

estratégias de entrada nos mercados desses países (Carneiro, 2007).

A relação entre IQCA e TAM é positiva e significativa ao nível de 1%, argumentando-

se, assim, que empresas maiores possuem mais recursos disponíveis e maiores possibilidades

de entrar em mercados internacionais mais distantes que exigem esforços adicionais, e podem

dispender e comprometer recursos para fins de se posicionarem em outros países,

estabelecendo relacionamentos profundos com um número cada vez maior de parceiros

internacionais (Cazurra, 2012).

4.1 ANÁLISE INFERENCIAL

A verificação da relação entre os dados coletados são analisados a partir da regressão

linear múltipla descrito na equação 2 com a utilização de dados em painel balanceado. A

partir da geração dos dados em painel no modelo MQO agrupado executam-se os

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diagnósticos do painel que permite identificar, a partir dos testes de Chow, Breusch-Pagan e

Hausman, qual o modelo é mais adequado para o estudo, o MQO agrupado para dados em

painel empilhados, os efeitos fixos ou efeitos aleatórios, em função das características dos

dados coletados. Na Tabela 4 apresentam-se os resultados dos testes de diagnóstico do painel.

Tabela 4 - Diagnóstico do Painel

Teste Coeficiente p-valor

Teste de Chow 4,33883 0,0001

Teste de Breusch-Pagan 152,47 0,0000

Teste de Hausman 50,7978 ,0,0000

Fonte: Dados da pesquisa.

O Teste de Chow define se o modelo mais adequado é o MQO agrupado ou efeitos

fixos. Com base nas informações da Tabela 4, infere-se que se o nível de significância do

Teste de Chow for menor que 0,05 se aceita a hipótese alternativa da existência de efeitos

fixos. A significância conjunta da diferenciação das médias de grupo foi de F(7, 581) =

4,33883 com p-valor 0,0001. Nesse caso, o p-valor 0,0001 descartou a utilização do MQO

agrupado e apontou a utilização do modelo de Efeitos Fixos.

O Teste de Breusch-Pagan aponta se o modelo mais eficiente é o MQO agrupado ou

efeitos aleatórios. O teste apresentou a estatística de Breusch-Pagan LM = 152,47 com p-valor

0,0000, sendo que um p-valor menor que 0,05 contraria a hipótese nula de que o modelo

MQO agrupado (pooled) é o mais adequado, validando a hipótese alternativa da existência de

efeitos aleatórios. Nesse caso, o p-valor 0,0000 descartou a utilização do modelo MQO

agrupado apontando os efeitos aleatórios como o modelo mais apropriado.

O Teste de Hausman decide entre efeitos fixos ou efeitos aleatórios, nos casos em que

os testes de Chow e Breusch-Pagan apontaram cada um para um tipo de efeito. O teste

apresentou a estatística do teste de Hausman H = 50,7978 com p-valor 0,0000, sendo que um

p-valor menor que 0,05 contraria a hipótese nula de que o modelo de efeitos aleatórios é mais

consistente, dessa forma, valida-se a hipótese alternativa da existência de efeitos fixos. Assim,

em função de que os testes de Chow e Haunsman confirmaram a consistência da utilização do

modelo de efeitos fixos, utiliza-se esse modelo no estudo.

O teste de normalidade dos resíduos apresentou um p-valor 0,000, assim, se aceita a

hipótese nula de que o erro tem distribuição normal. O teste de Durbin Watson com valor de

0,334233 e p-valor de 0,0000 insere a amostra em uma zona de ausência de autocorrelação. O

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Teste de White para heterocedasticidade apresentou coeficiente 80,353892 e p-valor 0,00000

aceitando a hipótese nula da não existência de heterocedasticidade.

Em função de que os testes apontaram que os dados da pesquisa não são

heterocedásticos, aliada a confirmação de que o modelo de efeitos fixos é a forma mais

adequada para se analisar as variáveis da regressão, apresenta-se na Tabela 5, os resultados da

regressão utilizando dados em painel no modelo de efeitos fixos, contendo 595 observações

distribuídas em 85 unidades de corte transversal e com comprimento de série temporal igual a

7 períodos (anos), relacionando as variáveis (dependente, independente e de controle)

totalizando 4.165 observações.

Tabela 5 – Análise da regressão em painel de dados no modelo de efeitos fixos

Variável Coeficiente Erro-padrão razão -t p-valor

Constante -0,620538 0,123773 -5,014, 0,000000708***

IQCA 0,411752 0,166087 2,479 0,0134**

PAIS 0,00191370 0,000402757 4,751 0,000000260***

TEMP 0,0000704998 0,0000728953 0,9671 0,3339

TAM 0,0230192 0,00806682 2,854 0,0045***

GOV 0,0437473 0,0120750 3,623 0,0003***

ALAV -0,0226616 0,0461658 -0,4909 0,6237

Nota. Fonte: Elaborado pelos autores. As significâncias entre as variáveis são representadas da seguinte forma:

** e *** indicam significância de 5% e 1%, respectivamente. Variável dependente Índice de

Internacionalização (INTER); Variável Independente Índice de Qualidade do Conselho de Administração

(IQCA). Variáveis de Controle: TAM mede o porte da empresa medido pelo Logaritmo natural (Ln) do ativo

total da empresa; PAIS avalia o número de países com os quais a empresa se relaciona; TEMP, mensura a

quantidade de anos que a empresa desenvolve atividades no exterior; GOV indica o segmento de listagem da

empresa na B3; ALAV é a alavancagem financeira da empresa.

Fonte: Dados da pesquisa.

Os resultados permitem afirmar que estatisticamente a relação entre o Índice de

Qualidade do Conselho de Administração (IQCA) e o Índice de Internacionalização (INTER)

das empresas da amostra é significativa ao nível de 1%, apresentando p-valor 0,000000708.

Como complemento do nível de significância, o nível de confiança dessa relação é da ordem

de 99%, indicando os intervalos de confiança que construídos de forma aleatória contêm o

resultado do teste de hipótese do estudo, ou seja, o INTER pode ser explicado pelo IQCA.

Esse resultado ratifica os estudos que afirmam que a qualidade do Conselho de Administração

fundamentada nas melhores práticas de governança corporativa tem importância no processo

de internacionalização, à medida que contribui para reduzir a percepção do risco por parte dos

investidores externos (Souza, Murcia and Marcon, 2011).

A variável de controle PAÍS é medida com base no número de países onde a empresa

realiza seus negócios, apresentando um p-valor de 0,000000260, positivo e estatisticamente

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significativo ao nível de 1%, reforçando que o processo de internacionalização está

relacionado não apenas com a capacidade da empresa de atuar no mercado interno, mas da

sua inserção e posição no mercado global; e que empresas internacionalizadas encontram

facilidades para conquistar fatias em novos mercados consumidores de outros países

(Andrade and Galina, 2013). A variável TEMP verificou o tempo de experiência da empresa

atuando no exterior, apresentando um p-valor de 0,3339, assim, não é estatisticamente

significativa e não contribui para o entendimento de que o tempo de experiência e

conhecimento auxilia a empresa a fomentar o aumento da rede de relacionamentos externos

no mercado internacional. A variável TAM mede o porte da empresa, apresentando um p-

valor de 0,0045, positivo e estatisticamente significativo ao nível de 1%, verificando que

existe uma relação que determina que empresas de grande porte apresentam INTER mais

elevados em relação às pequenas empresas. A variável ALAV com p-value de 0,6237 não é

estatisticamente significativa e não contribui para explicar o INTER.

A variável de controle GOV analisou o nível diferenciado de governança corporativa

utilizando a listagem da [B]3, apresentando um p-valor de 0,0003, positivo e estatisticamente

significativo ao nível de 1%, contribuindo para explicar a relação do INTER das empresas

estudadas. Esse resultado confirma estudos que sinalizam que a governança corporativa, por

meio de seus princípios e instrumentos, exerce importante papel no processo de

internacionalização de empresas; e que maiores INTER exigem maior qualidade de

governança corporativa (Correia, Amaral and Louvet, 2011; Maia, Vasconcelos and De Luca

2013; Domingues and Muritiba, 2016).

5 CONCLUSÕES

Este estudo teve por objetivo analisar a influência da qualidade do conselho de

administração na internacionalização das empresas brasileiras que possuem níveis

diferenciados de governança corporativa.

Utilizando o Índice de Internacionalização (INTER) e o Índice da Qualidade do

Conselho de Administração (IQCA) para mapear a qualidade do Conselho de Administração

verificou-se que: (1) os dados coletados do IQCA no período analisado de 2012 a 2018

indicam que há consistência interna do instrumento de pesquisa; (2) as inferências estatísticas

confirmam a hipótese do estudo de que o INTER pode ser explicado pelo IQCA, com

significância de 5% e nível de confiança da ordem de 95%; (3) a variável PAÍS e TAM

possuem força estatística para explicar o índice de internacionalização; e a variável ALAV e

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TEMP não é estatisticamente significativa e não contribui para explicar o índice de

internacionalização; (4) a variável de controle GOV é positivo e estatisticamente significativo

ao nível de 1%, contribuindo para explicar a relação do INTER das empresas estudadas,

sinalizando que a governança corporativa, por meio de seus princípios e instrumentos, exerce

importante papel no processo de internacionalização de empresas; (5) o crescimento do IQCA

no período analisado permite identificar a crescente preocupação das empresas no caminho de

adotar as melhores práticas de governança; (6) a relação entre IQCA e GOV é positiva e

significativa ao nível de 1%, evidenciando que empresas com maior IQCA tem potencial para

influenciar nos INTER das empresas brasileiras internacionalizadas que apresentam níveis

diferenciados de governança corporativa.

O estudo contribui para a discussão dos mecanismos internos de Governança

Corporativa, representados pela busca da excelência na atuação dos Conselhos de

Administração, que colaboram para a amplitude das discussões dessa temática. Em função da

crescente participação no mercado, o investidor tem exigido maior segurança para o capital,

na medida em que incorpora novos aportes de investimentos internos e externos que abrem

novos caminhos para internacionalização das empresas.

Os resultados alcançados ratificam os estudos anteriores que utilizaram diferentes

medidas de internacionalização para identificar suas associações com a estrutura

organizacional e as melhores práticas de governança corporativa e que apresentaram

evidências de que a excelência da estrutura de governança viabiliza investimentos e pode

alicerçar a construção de empresas mais propensas a se lançarem à novos mercados via

internacionalização. Em termos perceptivos, os resultados alcançados evidenciam que

empresas que apresentam melhores índices de Qualidade do Conselho de Administração estão

mais aptas a atuarem em outros países, em função da influência positiva que as ações de

melhores práticas de governança corporativa, aqui representadas pelo IQCA.

Como limitação da pesquisa ressalta-se que o estudo considerou apenas empresas que

possuem certo índice de internacionalização, não sendo levados em consideração empresas

que ainda estão desenvolvendo atividades com a finalidade de se tornarem

internacionalizadas. Outra limitação é a subjetividade na seleção dos itens da métrica para

qualidade do conselho de administração, com base nas melhores práticas de Governança

Corporativa do IBGC (2015).

Para pesquisas futuras sugere-se a ponderação do índice de internacionalização com a

adoção de pesos para as dimensões: mercado, recursos humanos e investimentos, viabilizando

a construção de um índice que atenda às peculiaridades das empresas brasileiras. O Índice de

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Qualidade do Conselho de Administração pode ser ampliado e avaliado com a identificação

de pesos para cada categoria da métrica.

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