QUALIDADE DA CARNE DE CORDEIROS DORPER x SANTA … · A Deus por todo seu amor de Pai e por...
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QUALIDADE DA CARNE DE CORDEIROS DORPER x
SANTA INÊS SUBMETIDOS A DIETAS CONTENDO
ALIMENTOS ALTERNATIVOS
ANDREZZA MIGUEL DA SILVA
2015
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
QUALIDADE DA CARNE DE CORDEIROS DORPER x
SANTA INÊS SUBMETIDOS A DIETAS CONTENDO
ALIMENTOS ALTERNATIVOS
Autor: Andrezza Miguel da Silva
Orientador: Profª. Drª. Cristiane Leal dos Santos-Cruz
ITAPETINGA
BAHIA – BRASIL
Agosto de 2015
ANDREZZA MIGUEL DA SILVA
QUALIDADE DA CARNE DE CORDEIROS DORPER x SANTA
INÊS SUBMETIDOS A DIETAS CONTENDO ALIMENTOS
ALTERNATIVOS
Tese apresentada, como parte das
exigências para obtenção do título de
DOUTOR EM ZOOTECNIA, no
Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia.
Orientador: Profª. Drª. Cristiane Leal dos Santos-Cruz
Co-orientador: Prof. Dr. Márcio dos Santos Pedreira
ITAPETINGA
BAHIA – BRASIL
Agosto de 2015
636.085
S578q
Silva, Andrezza Miguel da.
Qualidade da carne de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas
contendo alimentos alternativos. / Andrezza Miguel da Silva. – Itapetinga-BA:
UESB, 2015.
116f.
Tese apresentada, como parte das exigências para obtenção do título de
DOUTOR EM ZOOTECNIA, no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Sob a orientação da Profª. D.Sc.
Cristiane Leal dos Santos-Cruz e coorientação do Prof. D.Sc. Márcio dos Santos
Pedreira.
1. Ovinos – Alimentação - Coprodutos. 2. Ovinos – Composição centesimal.
3. Ovinos – Cortes - Músculos. I. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia -
Programa de Pós-Graduação de Doutorado em Zootecnia, Campus de Itapetinga.
II. Santos-Cruz, Cristiane Leal dos. III. Pedreira, Márcio dos Santos. IV. Título.
CDD(21): 636.085
Catalogação na Fonte:
Adalice Gustavo da Silva – CRB 535-5ª Região
Bibliotecária – UESB – Campus de Itapetinga-BA
Índice Sistemático para desdobramentos por Assunto:
1. Ovinos – Alimentação - Coprodutos
2. Ovinos – Composição centesimal
3. Ovinos – Cortes - Músculos
ii
“Que grandiosas são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração”
(Salmo 111, versículo 2)
iii
A Deus pai, a melhor definição de amor;
Aos meus pais, Arnaldo e Socorro, e ao meu irmão Aristoteri, razão de tudo!!
DEDICO
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus por todo seu amor de Pai e por permitir a realização de tudo isso.
Aos meus amados pais, Arnaldo e Socorro; e ao meu amado irmão Aristoteri,
pelo incentivo, sustento em cada momento e especialmente pelo amor constante. Isso
foi possível por causa de vocês, muito obrigada!
A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB pela oportunidade de
realização do curso de doutorado.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
bolsa de estudo concedida durante o curso.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pelo auxílio
financeiro à pesquisa.
A minha Orientadora Profª. Drª. Cristiane Leal dos Santos-Cruz, por ter me
recebido e pela oportunidade de ter sua orientação, mesmo sem me conhecer. Obrigada
pela confiança, disponibilidade e todos os ensinamentos!
A Profª. Drª. Elizete Teresinha Santos Cavalcanti e a Profª. Drª. Elisa Cristina
Modesto, pelos ensinamentos e incentivos que contribuíram para a continuidade na Pós-
Graduação.
Ao Prof. Dr. Márcio dos Santos Pedreira, pela co-orientação, sugestões para
melhoria do trabalho, ajuda na elaboração da dieta experimental bem como no
esclarecimento de dúvidas.
A Profª. Drª. Mara Lúcia Albuquerque Pereira pelos ensinamentos transmitidos
no decorrer da disciplina cursada e todas as sugestões para melhoria da tese.
Ao Prof. Dr. Aureliano pela participação como avaliador na banca de defesa de
tese, bem como por suas considerações para a melhoria do trabalho.
v
A amiga Ligia, pela amizade construída durante o curso, ajuda nos diversos
momentos, pelas risadas, alegrias, estresses compartilhados e em especial pela presença,
o que tornou mais leve essa etapa.
A Suely, amiga e companheira de experimento, pela convivência, amizade e
apoio.
A amiga Elielma, pela amizade, atenção e sábios ensinamentos.
Aos amigos Kelly e Daniel, por se tornarem a extensão da minha família em
Itapetinga, obrigado por todos os momentos.
Aos funcionários da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Zé, Dai e
Adelson pelo auxílio na realização das análises laboratoriais e durante o experimento;
Aos estagiários Luke, Deise e Pedro que nos auxiliaram durante todo o período
experimental, pelo comprometimento, dedicação e ajuda constante. E aos demais
colaboradores Larice, Gabriel, Irla, Gabriela, Tiago Cardoso, Tiago Ramos, Brenda e
Joane.
Aos colegas de Pós-Graduação, em especial Milena, Deisiane, Jéssica, Abdias,
Ton, Jobel, Josivânia, Otanael, Jeferson e Beatriz, pelo apoio e momentos de alegria
compartilhados.
As Secretárias do Programa de Pós-Graduação Raquel, Roberta, Joandra e
Jamile por toda a ajuda e atenção.
A Sagra, pela atenção, disponibilidade e por toda a ajuda.
A Professora Débora e a estagiária Lislei pelo apoio na realização das análises
de colesterol.
A todos que contribuíram de alguma forma para que eu chegasse até aqui, a
esses minha eterna gratidão.
vi
BIOGRAFIA
ANDREZZA MIGUEL DA SILVA, filha de Arnaldo Miguel da Silva e Maria do
Socorro da Silva, nasceu em Poço-Branco, Rio Grande do Norte, no dia 1° de junho de
1984.
Em março de 2001 ingressou no curso de Zootecnia, da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte-UFRN, obtendo o título de Zootecnista em fevereiro de 2007.
Iniciou o curso de Mestrado em Zootecnia na Universidade Federal Rural de
Pernambuco-UFRPE em março de 2007, concentrando seus estudos, na área de
Produção de Ruminantes, concluindo-o em fevereiro de 2009.
Em abril de 2012, começou o curso de Doutorado em Zootecnia na Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB, onde deu continuidade aos estudos na área de
Produção de Ruminantes.
No dia 24 de Agosto de 2015, defendeu a presente tese.
vii
SUMÁRIO
Página
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... ix
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... x
RESUMO ........................................................................................................................ xii
ABSTRACT ................................................................................................................... xiv
I – REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 16
1.1 Introdução ............................................................................................................. 16
1.2 Alimentos alternativos na alimentação de ruminantes .......................................... 17
1.2.1 Caroço de algodão .......................................................................................... 19
1.2.2 Farelo de girassol ............................................................................................ 21
1.2.3 Torta de mamona ............................................................................................ 22
1.3 Ovinocultura de corte ............................................................................................ 24
1.4 Avaliação dos cortes comerciais da carcaça ovina ............................................... 26
1.5 Estudo dos músculos ............................................................................................. 28
1.5.1 Longissimus lumborum ................................................................................... 30
1.5.2 Biceps femoris ................................................................................................ 31
1.6 Qualidade da carne ovina ...................................................................................... 32
1.6.1 O post mortem animal .................................................................................... 33
1.6.2 Parâmetros físico-químicos da carne .............................................................. 35
1.6.3 Composição centesimal da carne .................................................................... 37
1.7 Referências bibliográficas ..................................................................................... 40
viii
II – OBJETIVOS GERAIS ............................................................................................. 52
III – MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 53
3.1 Local ...................................................................................................................... 53
3.2 Animais, instalações e delineamento .................................................................... 53
3.3 Dietas experimentais e fornecimento aos animais ................................................ 53
3.4 Período experimental ............................................................................................ 54
3.5 Obtenção das amostras e análises dos alimentos .................................................. 54
3.6 Abate dos cordeiros e avaliações na carcaça ......................................................... 57
3.7 Obtenção das meias carcaças, cortes e músculos .................................................. 58
3.8 Composição química dos cortes e músculos ......................................................... 60
3.9. Determinação dos parâmetros físico-químicos .................................................... 62
3.10 Análise estatística ................................................................................................ 64
IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................ 65
4.1 Consumo de nutrientes e desempenho dos cordeiros ............................................ 65
4.2 Características de carcaça dos cordeiros ............................................................... 70
4.3 Características do post mortem animal ................................................................. 73
4.4 Composição centesimal da porção comestível dos cortes da carcaça ................... 83
4.5 Composição centesimal e parâmetros físico-químicos dos músculos ................... 93
V – CONCLUSÕES ..................................................................................................... 107
VI – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 108
ix
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1. Valores de pH do Longissimus lumborum no início do processo
de rigor mortis e temperatura interna correspondente da carcaça de cordeiros
Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos alternativos.........
76
FIGURA 2. Declínio de pH no músculo Longissimus lumborum de cordeiros
Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos alternativos, em
diferentes horas, durante a instalação do rigor mortis.........................................
78
FIGURA 3. Declínio da temperatura interna da carcaça de cordeiros Dorper x
Santa Inês alimentados com dietas contendo alimentos alternativos, em
diferentes horas, durante a instalação do rigor mortis.........................................
80
x
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1. Composição químico-bromatológica dos ingredientes utilizados
nas dietas experimentais....................................................................................
55
TABELA 2. Proporção dos ingredientes e composição bromatológica das
dietas.................................................................................................................
56
TABELA 3. Consumo de nutrientes e desempenho de cordeiros Dorper x
Santa Inês submetidos a dietas contendo diferentes alimentos
alternativos........................................................................................................
67
TABELA 4. Avaliação da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês
submetidos a dietas contendo diferentes alimentos alternativos......................
71
TABELA 5. Valores de pH mensurados no músculo Longissimus lumborum
de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos
alternativos, em diferentes horas no post mortem animal.................................
75
TABELA 6. Medidas da temperatura interna da carcaça de cordeiros Dorper
x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos alternativos, em
diferentes horas no post mortem animal............................................................
79
TABELA 7. Correlação entre as medidas de pH muscular, temperatura
interna e externa da carcaça, no post mortem de cordeiros Dorper x Santa
Inês submetidos a dietas com diferentes alimentos alternativos, e a
temperatura e umidade da câmara fria..............................................................
82
TABELA 8. Teor de umidade (%) da porção comestível dos cortes da
carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo
alimentos alternativos........................................................................................
85
xi
TABELA 9. Teor de matéria mineral (%) da porção comestível dos cortes da
carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo
alimentos alternativos........................................................................................
86
TABELA 10. Teor de proteína bruta (%) da porção comestível dos cortes da
carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo
alimentos alternativos........................................................................................
87
TABELA 11. Teor de gordura (%) da porção comestível dos cortes da
carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo
alimentos alternativos........................................................................................
89
TABELA 12. Teor da energia (kcal/kg) da porção comestível dos cortes da
carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo
alimentos alternativos........................................................................................
90
TABELA 13. Teor de colesterol (mg/100 g) da porção comestível dos cortes
da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo
alimentos alternativos........................................................................................
91
TABELA 14. Composição centesimal dos músculos Longissimus lumborum
e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas
contendo alimentos alternativos........................................................................
95
TABELA 15. (Cont.) Composição centesimal dos músculos Longissimus
lumborum e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a
dietas contendo alimentos alternativos..............................................................
96
TABELA 16. Parâmetros físico-químicos dos músculos Longissimus
lumborum e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a
dietas contendo alimentos alternativo...............................................................
101
TABELA 17. Coloração (CIE L*a*b*) dos músculos Longissimus
lumborum e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a
dietas contendo alimentos alternativos..............................................................
104
TABELA 18. Coloração (CIE L*c*h*) dos músculos Longissimus
lumborum e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a
dietas contendo alimentos alternativos..............................................................
105
xii
RESUMO
SILVA, Andrezza Miguel da. Qualidade da carne de cordeiros Dorper x Santa Inês
submetidos a dietas contendo alimentos alternativos. Itapetinga, BA: UESB, 2015.
116 p. Tese. (Doutorado em Zootecnia, Área de Concentração em Produção de
Ruminantes).*
Objetivou-se avaliar as características do post mortem animal, composição centesimal
de diferentes cortes comerciais, parâmetros físico-químicos e a composição centesimal
do Longissimus lumborum e do Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês
alimentados com dietas contendo diferentes alimentos alternativos (caroço de algodão,
farelo de girassol e torta de mamona). Foram utilizados 20 cordeiros, machos castrados,
mestiços Dorper x Santa Inês, com idade aproximada de 90 dias e peso médio de 20 kg.
As dietas experimentais foram compostas por milho moído, farelo de soja, suplemento
mineral, uréia e feno de Tifton-85, como volumoso. Além desses ingredientes, foram
utilizados como alimentos alternativos o caroço de algodão, farelo de girassol e torta de
mamona nas proporções de 10, 8 e 8% da (%MS), respectivamente, sendo distribuídos
entre os tratamentos da seguinte forma: Dieta 1 - controle; Dieta 2- caroço de algodão
integral; Dieta 3 - farelo de girassol e Dieta 4 - torta de mamona. O experimento teve
duração de 106 dias, sendo 14 dias referentes ao período de adaptação e 92 dias para
avaliação e coleta de dados. Ao fim do período de confinamento os cordeiros foram
abatidos, as carcaças mantidas em resfriamento por um período de 24 horas e
posteriormente, os cortes (costela/fralda, costeleta, lombo, paleta e perna) e os músculos
Longissimus lumborum e Biceps femoris foram retirados e armazenados até a realização
das análises laboratoriais. O pH muscular foi alterado em função da dieta e alcançou
valor de 5,78 (menor pH) quando os cordeiros receberam a dieta com a torta de
mamona. Houve interação dieta x cortes da carcaça para o teor de umidade, no geral
ambas as dietas proporcionaram maior quantidade de umidade nos cortes com maior
quantidade de tecido muscular em sua composição (lombo, paleta e perna); já em
relação aos cortes (entre as dietas), o fornecimento da dieta formulada com caroço de
xiii
algodão e a dieta controle aos cordeiros, favoreceram o maior percentual de umidade no
lombo, 73,47% e 73,22%. Na costela/fralda foram observados a maiores conteúdo de
gordura (9,43%), conteúdo energético (0,753 kcal/kg) e colesterol (58,25 mg/100 g).
Existiu influência da dieta x tipo de músculo sobre a quantidade centesimal de proteína
bruta, com maior teor encontrado na carne dos cordeiros que receberam dieta contendo
o farelo de girassol (20,96%) e a torta de mamona (21,66%); e entre os distintos
músculos o maior conteúdo proteico foi observado no Longissimus lumborum (20,82%).
A capacidade de reter água foi alterada pela dieta, onde a carne dos cordeiros
alimentados com a dieta controle (66,78%) e com a que continha torta de mamona
(60,40%), apresentou maior capacidade de retenção de água. Observou-se menor força
de cisalhamento na carne dos cordeiros submetidos à dieta controle (3,79 kgf/cm2) e a
formulada com torta de mamona (3,73 kgf/cm2); e no Longissimus lumborum (3,59
kgf/cm2). A perda de peso em cada músculo, entre as distintas dietas, foi maior no
Longissimus lumborum dos cordeiros submetidos a dieta que continha o caroço de
algodão (5,06 g) e no Biceps femoris, quando os animais receberam a dieta formulada
com caroço de algodão (5,80 g) e com o farelo de girassol (5,74 g); analisando os
músculos em cada tipo de dieta, identificou-se que a dieta contendo a torta de mamona
permitiu similar perda de peso nos músculos, enquanto que a perda de peso na cocção
no Biceps femoris nas dietas controle (4,92 g) e a elaborada com caroço de algodão
(5,80 g) e o farelo de girassol (5,74 g) apresentou-se maior. Os alimentos alternativos
podem ser utilizados como ingredientes na formulação de dietas para cordeiros Dorper
x Santa Inês, por promoverem o desenvolvimento adequado do processo post mortem,
parâmetros físico-químicos e de composição química, característicos de uma carne
ovina de boa qualidade.
Palavras-chave: composição, coprodutos, cortes, músculos, ovinos.
__________________________________ * Orientadora: Cristiane Leal dos Santos-Cruz, Drª. UESB e Coorientador: Márcio dos Santos Pedreira,
Dr. UESB.
xiv
ABSTRACT
SILVA, Andrezza Miguel da. Quality meat of the lamb Dorper x Santa Inês fed diets
containing foods alternative. Itapetinga, BA: UESB, 2015. 116 p. Thesis. (Doctorate
degree in Animal Science, Area of Concentration in Production of Ruminants).*
Objective was to evaluate the characteristics of the post mortem animal, centesimal
composition of different commercial cuts, physicochemical parameters and the
centesimal composition of Longissimus lumborum and Biceps femoris of Dorper x Santa
Inês lambs fed diets containing different alternative food (whole cottonseed, sunflower
meal and castor bean cake). Were used 20 lambs, castrated males, crossbred Dorper x
Santa Inês, aged approximately 90 days and average weight of 20 kg. The experimental
diets were composed of corn, soybean meal, mineral supplement, urea and hay Tifton-
85, as roughage. In addition to these ingredients were used as alternative foods whole
cottonseed, sunflower meal and castor cake in the proportions of 10, 8 and 8% of
(%DM), respectively, and distributed between treatments as follows: Diet 1 - control; 2
diet - whole cottonseed; Diet 3 - sunflower meal and diet 4 - castor bean. The
experiment lasted 106 days, and 14 days for the period of adaptation and 92 days to
assessment and data collection. At the end of the period feedlot lambs were slaughtered,
carcasses kept in cooling for a period of 24 hours and subsequently cuts (rib/diaper,
chop, loin, shoulder and leg) and muscles Longissimus lumborum and Biceps femoris
were removed and stored until the completion of laboratory tests. Muscle pH was
changed depending on the diet and achieved value of 5,78 (lower pH) when the lambs
fed diet with castor bean. There was interaction diet x carcass cuts for the humidity
content, in both diets increased amount of humidity were found in cuts with higher
amount of muscle tissue in its composition (loin, shoulder and leg); already in relation
to the cuts (among diets), the supply of diet containing whole cottonseed and diet
control the lambs, provided higher amount of moisture in the loin, 73,47% and 73,22%.
The rib/belly fat were observed the largest values (9,43%), energy content (0,753
kcal/kg) and cholesterol (58,25 mg/100 g). There was influence of diet x type of muscle
xv
over the amount of crude protein, with higher percentage found in meat from lambs fed
diet containing sunflower meal (20,96%) and castor bean (21,66%); and between the
different muscles the highest protein content was observed in the Longissimus
lumborum (20,82%). The water holding capacity was altered by diet, where meat from
lambs fed the control diet (66,78%) and that containing castor bean (60,40%), showed
higher water holding capacity. There was less shear force in the flesh of lambs subjected
to the control diet (3,79 kgf/cm2) and formulated with castor bean (3,73 kgf/cm2); and
Longissimus lumborum (3,59 kgf/cm2). Weight loss of each muscle (among the
differents diets) was higher in the Longissimus lumborum of lambs fed diets containing
the cotton seed (5,06 g) and Biceps femoris, when the animals received the diets
formulated with whole cottonseed (5,80 g) and sunflower meal (5,74 g); and reviewing
the muscles in each type of diet, it was found that the diet containing the castor bean
allowed similar weight loss in muscle, while losing weight in cooking the Biceps
femoris in the control diet (4,92 g) and made with cotton seed (5,80 g) and sunflower
meal (5,74 g), was higher. The alternatives foods can be used as ingredients in the
formulation of diets for lambs Dorper x Santa Inês, for promoting the proper
development of the process post mortem, physicochemical parameters and chemical
composition, characteristic of a lamb of good quality.
Key-Words: composition, coproducts, cuts, muscles, sheep.
__________________________________ * Adviser: Cristiane Leal dos Santos-Cruz, Drª. UESB and Co-adviser: Márcio dos Santos Pedreira, Dr.
UESB.
16
I – REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Introdução
A produção animal entre outras atividades econômicas busca maneiras para
diminuir os custos de produção e aumentar consequentemente as receitas, como forma
de alcançar ganhos aceitáveis bem como a economicidade do sistema produtivo. Muitos
são os fatores que atuam encarecendo a produção, destaque para a alimentação, a qual é
responsável por grande parte dos custos nos sistemas de criação.
Na alimentação dos ruminantes, a porção concentrada apresenta em sua
composição considerável quantidade de grãos, especialmente a soja e o milho, o que
eleva o custo da ração. Nesse sentido, alternativas alimentares, frente às fontes
tradicionalmente utilizadas na elaboração dos concentrados, que possuam menor custo,
disponibilidade e promovam ganhos produtivos e econômicos condizentes com os
objetivos da criação, devem ser pesquisadas.
O Brasil é um país que se destaca pela grande produção agrícola, gerando
anualmente uma quantidade numerosa de coprodutos agroindustriais. Os alimentos a
exemplo do caroço de algodão integral, o farelo de girassol e a torta de mamona,
quando disponíveis na região, surgem como uma opção para a elaboração da dieta dos
animais e requerem pesquisas sobre sua qualidade nutricional bem como a respeito do
potencial de sua utilização por parte dos animais.
A carne é considerada um alimento nobre, devido aos nutrientes essenciais
presentes em sua composição, em especial as proteínas, vitaminas e minerais, sendo de
grande importância para a nutrição humana. No que diz respeito à carne ovina, nos
últimos anos houve um crescimento significativo no consumo por parte da população,
estando o mercado em processo de ascensão, o que se dá especialmente pela sua
excelente qualidade nutricional.
A avaliação da carcaça permite identificar o efeito de diversos fatores sobre sua
composição, a exemplo da nutrição, e por meio da análise de diferentes cortes que
apresentem valor comercial, de seus aspectos nutricionais é possível verificar a
qualidade da carne que é destinada ao mercado consumidor, podendo dessa forma
contribuir com sua valorização.
Já, o estudo dos músculos a exemplo do Longissimus lumborum é reportado em
diversos trabalhos, sendo referência da qualidade da carne de toda a carcaça. A
17
avaliação de outros músculos que também apresentem grande quantidade de tecido
muscular e esteja presente em cortes considerados nobres, como o Biceps femoris, é
uma forma de identificar as variações qualitativas da carne proveniente de diversos
tipos de músculos.
A respeito da qualidade final da carne ela é a resultante das características
organolépticas, físico-químicas e centesimais, estas que são influenciadas por fatores
intrínsecos e extrínsecos ao animal no decorrer de seu processo produtivo. Identificar
estes fatores e minimizar seus efeitos depreciativos sobre a carne é de grande
importância para toda a cadeia produtiva, uma vez que melhorias qualitativas podem
favorecer ao aumento da demanda de carne ovina. Além disso, é uma forma de atender
as exigências do mercado consumidor, esse que cada vez mais tem se interessado por
alimentos que sejam benéficos à saúde e principalmente devido à discursões que
relacionam a ingestão de determinados alimentos com a manutenção da saúde.
Os consumidores buscam cada vez mais adquirir uma carne que apresente alto
conteúdo nutritivo e por meio da dieta fornecida aos animais é possível à promoção de
ganhos nutricionais para este alimento. Onde, a utilização de alimentos alternativos na
composição da dieta, desde que combinados de forma adequada, poderão favorecer a
melhorias em termos produtivos bem como sob os aspectos qualitativos da carne.
Nesse sentido, o uso de alimentos alternativos na nutrição dos ovinos, na
tentativa de obter uma carne ovina de qualidade, em relação ao desenvolvimento
satisfatório do post mortem animal, parâmetros físico-químicos e composição
centesimal da carne que atendam às exigências do mercado consumidor devem ser
avaliados.
1.2 Alimentos alternativos na alimentação de ruminantes
A população mundial vem apresentando crescimento ao longo dos anos e com
ela temos o aumento da demanda por alimentos. O aumento dos rendimentos nos países
em desenvolvimento e emergentes favorece a diversificação na dieta, com maior
consumo de proteína de origem animal, elevando indiretamente a demanda por grãos
para a produção animal e de forma direta a utilização dessas oleaginosas na alimentação
humana em áreas que apresentam déficit alimentar (OCDE/FAO, 2013), o que
demonstra a existência de competição pelas mesmas fontes alimentares.
18
Na maioria das explorações, os gastos com alimentação animal representam
grande parte dos custos de produção (JOBIM et al., 2007) podendo representar na
criação intensiva de ruminantes de 30 a 70% dos custos, dependendo da atividade e tipo
de exploração (CANDIDO et al., 2008).
Dentre os diversos componentes da dieta, o que gera um maior impacto no custo
final de uma ração é a fonte proteica, sendo a soja o principal grão utilizado. Esta
oleaginosa vem apresentando demandas crescentes no cenário internacional e seus
preços praticamente inviabilizam a sua inclusão na maioria das rações para bovinos e
ovinos (PERIPOLLI et al., 2011).
No Brasil a estacionalidade na produção de forragem aliada à frequente variação
dos preços cobrados pelos grãos de cereais e dos suplementos proteicos comumente
usados para a alimentação animal, vêm sendo responsáveis, entre outros fatores, pela
redução na produtividade dos rebanhos, o que têm despertado o interesse no
aproveitamento de alimentos alternativos (FERREIRA et al., 2009) as fontes
tradicionalmente utilizadas na dieta animal.
Para que os alimentos alternativos possam ser usados com maior embasamento
técnico e nutricional, faz-se necessário maior conhecimento do potencial de utilização
dos nutrientes (ZERVOUDAKIS et al., 2006), sendo essa avaliação fundamental para
minimizar os custos de produção e maximizar a produção de carne (MELLO et al.,
2008), contribuindo para a geração de lucro no sistema de criação.
Uma alternativa aos alimentos tradicionais são os coprodutos agroindustriais,
que segundo Pereira et al. (2008) podem consistir em fontes valiosas de proteína,
energia e fibra. Estes apresentam baixo custo de aquisição, grande produção por parte
das indústrias de processamento de alimento e valor nutritivo potencial para ser
utilizado na alimentação animal (GOES et al., 2008).
Os coprodutos também denominados resíduos ou subprodutos (PEREIRA et al.,
2009a), atualmente são considerados alimentos alternativos tanto por técnicos quanto
por produtores pela sua alta qualidade nutricional e menor custo (GERON, 2007).
A terminologia coproduto é mais utilizada por não denegrir o alimento e não
sugerir algo repugnante ou inútil, em detrimento à nomenclatura de resíduo e
subproduto, porque podem denotar inferioridade ou dar impressão de haver presença de
contaminantes (PEREIRA et al., 2009a).
19
A cada ano no Brasil, a agroindústria gera grandes quantidades de coprodutos
provenientes do processo de industrialização dos grãos de cereais, oleaginosas e outras
plantas de interesses comerciais (GERON et al., 2011). Esses alimentos vêm sendo
utilizados na elaboração de dietas na tentativa de diminuir custos com alimentação
(NUNES et al., 2007).
Como destaque têm-se os seguintes coprodutos agroindustriais: o caroço de
algodão integral, que constitui uma excelente opção para uso em confinamentos, pois
associa alto teor de proteína, fibra e energia (BERTRAND et al., 2005); o farelo de
girassol, possui concentração elevada de proteína bruta e pode ser um potencial
substituto do farelo de soja (VAN CLEEF et al., 2012); e a torta de mamona, um
alimento proteico (FURTADO et al., 2012), que pode substituir o farelo de soja, sendo
uma alternativa alimentar viável na alimentação de ovinos (POMPEU, 2009).
1.2.1 Caroço de algodão
O caroço de algodão é um coproduto da agroindústria, resultante do
descaroçamento do fruto do algodoeiro (TEIXEIRA & BORGES, 2005), uma planta da
família das Malváceas (BELTRÃO & SOUZA, 1999), espécie vegetal entre as mais
antigas do mundo (ICAC, 2011).
No Brasil, em 2012 foram plantados 1.420,173ha de algodão, com produção de
4.969,064 toneladas e rendimento médio de 3.596 kg/ha (IBGE, 2012), onde o Estado
da Bahia foi responsável por 25,3% (1.256,090 t) dessa produção, ocupando a segunda
posição no ranking nacional.
Dessa cultura quase tudo é aproveitado, principalmente a semente que representa
em média 65% do peso da produção e a fibra que representa 35% (ICAC, 2011). Além
do caroço, a cultura do algodão da origem a outros coprodutos entre eles a torta e o
farelo de algodão.
O caroço de algodão possui em sua composição bromatológica cerca de 17,8%
de extrato etéreo, 23,0% de proteína bruta, 95% de nutrientes digestíveis totais, 47,0%
de fibra em detergente neutro e 39,0% de fibra em detergente ácido (NRC, 2007).
Apresentando assim, um alto valor nutritivo, aporte de fibra efetiva e boa qualidade de
proteína e energia (TEIXEIRA & BORGES, 2005). Borges (1997) ressaltou que esse
coproduto é capaz de balancear energeticamente uma dieta sem comprometer o teor
fibroso, contribuindo ainda para a fração proteica final da ração. Além disso, essa
20
proteína apresenta alta degradabilidade ruminal, tanto nos grandes quanto em pequenos
ruminantes (ARIELI, 1998).
O alto teor de energia, atribuído ao óleo presente nas sementes oleaginosas,
constitui uma das limitações ao uso do caroço de algodão, pois o excesso de ácidos
graxos insaturados pode causar alteração na fermentação ruminal, devido à supressão
das atividades de bactérias celulolíticas e metanogênicas (VAN SOEST, 1994), apenas
quando se usa elevada quantidade deste alimento rico em lipídio para compor a dieta
dos animais. Outra limitação do seu uso na composição da ração animal é a presença de
um fator anti-nutricional, o gossipol, composto polifenólico que confere ao caroço de
algodão certo grau de resistência a pragas, bem como contra doenças fúngicas
(CARVALHO, 1996), podendo ocasionar casos de intoxicação nos animais quando está
presente na sua forma livre e pela ingestão de grandes quantidades desse componente.
Porém, os ruminantes são capazes de desintoxicar o gossipol no ambiente ruminal
através da ligação deste composto com as proteínas solúveis (ROGERS et al., 2002).
Piona et al. (2012) ao estudarem níveis de inclusão do caroço de algodão (10, 20
e 30%) em dietas de cordeiros Santa Inês em confinamento não observaram efeitos dos
níveis sobre o consumo de matéria seca e matéria orgânica, porém com o aumento da
porcentagem de caroço de algodão na dieta ocorreu redução linear no ganho de peso, o
que se dá pelo reflexo da conversão alimentar dos animais, pois nesse caso à medida
que aumentou a inclusão de caroço de algodão maior foi a conversão alimentar. Os
autores destacam que esse efeito se dá pelo aumento no teor de lipídeos das rações,
quando seu teor da dieta total ultrapassa 6%.
Cunha et al. (2008) avaliaram os efeitos de diferentes níveis de caroço de
algodão integral (20, 30 e 40% da matéria seca da dieta) sobre o consumo dos nutrientes
em ovinos Santa Inês em confinamento e verificaram que a inclusão nos diferentes
níveis não alterou o consumo de matéria seca dos animais, porém, nos níveis mais altos
de inclusão há inibição do consumo em função do aumento no teor de lipídeo das
rações, que, no caso dos maiores níveis, ultrapassou 6% de lipídios na dieta total.
Teixeira & Borges (2005) observaram que carneiros adultos sem raça definida
recebendo dieta com nível crescente de caroço de algodão (0, 12, 24, 35 e 49% de
matéria seca da dieta) e feno de Brachiaria decumbens, o consumo e coeficiente de
digestibilidade da fibra em detergente neutro (FDN) não foram afetados, já o coeficiente
21
de digestibilidade da fibra em detergente ácido (FDA) diferiu com a inclusão de 49% de
caroço de algodão a dieta.
1.2.2 Farelo de girassol
O girassol (Helianthus Annuus L.) é uma planta oleaginosa nativa do México
(FERNANDES et al., 2013) cultivada com sucesso nos cinco continentes, responde por
cerca de 13% de todo óleo vegetal produzido no mundo, sendo uma cultura de ampla
adaptabilidade, alta tolerância à seca, alto rendimento de grãos e de óleo (PRADO &
LEAL, 2006).
A produção de grãos de girassol em 2012 no Brasil alcançou a casa de 123.646
toneladas, numa área plantada de 78.405ha, com os Estados de Mato Grosso e Goiás
sendo responsáveis por 84,9% (105.073 t) desse montante (IBGE, 2012). Essa cultura
tem se destacado nos últimos anos com o a produção de biodiesel no país, o que tem
impulsionado o seu cultivo objetivando o fornecimento de óleo vegetal para elaboração
deste tipo de combustível.
O girassol pode ser uma alternativa de rotação e sucessão de culturas nas regiões
brasileiras produtoras de grãos (FERNANDES et al., 2013). Além disso, Prado & Leal
(2006) afirmam que a planta, seus grãos, os restos da cultura e os subprodutos gerados
na extração do óleo podem ser usados na alimentação animal.
Outra característica desta cultura é a produção de óleo de girassol com excelente
qualidade, apresentando ainda considerável rendimento, segundo Daghir et al. (1980),
cerca de 30 a 45% do grão de girassol é constituído por óleo, que se caracteriza pela alta
concentração de ácidos graxos poliinsaturados, sendo o restante constituído pelo farelo,
que é rico em proteína e também em fibra.
Na composição bromatológica do farelo de girassol são apresentados valores de
1% para o extrato etéreo e de 31% para a proteína bruta (GARCIA et al., 2006). Vale
destacar que pelo fato do óleo ser extraído por meio de cozimento e com uso de
solvente, em geral o hexano, o farelo de girassol apresenta baixo teor de extrato etéreo
(OLIVEIRA et al., 2007).
Avaliando a composição do farelo de girassol Van Cleef et al. (2012)
encontraram valores de 90% de matéria seca; 32% de proteína bruta; 56 e 47% de fibra
em detergente neutro e fibra em detergente ácido, respectivamente.
22
Em sementes de girassol foram identificados a arginase e o inibidor de tripsina,
fatores antinutricionais, no entanto, esses componentes são termolábeis sendo
facilmente inativados através de processos térmicos (CARRÃO-PANIZZI &
MANDARINO, 1994).
A respeito da proteína presente no farelo de girassol, ela é extensivamente
degradada no rúmen dos animais (PAVAN & SANTINI, 2002), e quando se objetiva a
maximização da produção de proteína microbiana, é necessário sincronizar a
degradação de energia e proteína no rúmen (MENDES et al., 2005), atentando-se para
as fontes energéticas e proteicas a serem usadas para compor a dieta animal.
Van Cleef et al. (2012) avaliaram o desempenho de novilhos ½Aberdeen Angus
x ½Nelore alimentados com milho ou polpa cítrica associados ao farelo de girassol e
verificaram consumo de matéria seca, proteína bruta e de fibra em detergente neutro dos
animais foram semelhantes para as dietas estudadas.
Em estudo sobre a utilização de dietas contendo diferentes fontes energéticas
associadas ao farelo de girassol ou a ureia para novilhos confinados, Van Cleef et al.
(2011) encontraram maiores ingestões das frações fibrosas nos tratamentos com o farelo
de girassol e relacionaram este comportamento aos maiores teores de fibra presentes
nessas dietas, provenientes do farelo de girassol.
Garcia (2001) e Garcia et al. (2006) observaram que a inclusão do farelo de
girassol em substituição ao farelo de soja para bovinos da raça holandesa, bezerros e
animais em fase de crescimento, respectivamente, pode ser realizada até o nível de 45%
(no concentrado), para que seja usado de maneira eficiente pelos animais, em termos de
digestibilidade da matéria seca e dos nutrientes da dieta.
Ao substituírem o farelo de soja pelo farelo de girassol na alimentação de
cordeiros Santa Inês, Louvandini et al. (2007) verificaram que essa substituição não
proporcionou redução no consumo de matéria seca por peso vivo.
No estudo de Yamamoto et al. (2013) sobre a inclusão de grãos de girassol (0;
7,5 e 15%) na ração de cordeiros, não foram observadas diferenças para peso vivo ao
abate, pesos de carcaça quente e fria, e rendimento verdadeiro da carcaça.
1.2.3 Torta de mamona
De acordo com Severino (2005) a torta de mamona consiste no principal
coproduto da cadeia produtiva da mamoneira (Ricimus comunis L.). Uma planta
23
oleaginosa pertencente à família das euforbiáceas e de hábito arbustivo que produz
sementes ricas em óleo de origem tropical (SILVA et al., 2010). No Brasil a produção
na safra de 2012, foi de 25,989 t colhidas em 84,390ha, com expressiva contribuição
dos estados do Nordeste (88,77%), sendo a Bahia o maior produtor desta cultura com
20,329 t (IBGE, 2012).
Em 100 kg de mamona têm-se 75 kg de semente e 25 kg de casca, e o
processamento da semente através da extração gera um rendimento correspondente a
50% em óleo e 50% a torta, ou seja, 37,5 kg de óleo e outros 37,5 kg de torta
(ALMEIDA et al., 2006).
Em sua composição a torta de mamona possui 90% de matéria seca; 30% de
proteína bruta; 6% de extrato etéreo; 48% de fibra em detergente neutro e 40% de fibra
em detergente ácido, onde os teores dos nutrientes podem variar conforme o percentual
de casca na torta (POMPEU, 2009).
A torta de mamona apresenta uma composição bromatológica possível de ser
usada na dieta animal (SEVERINO, 2005), e por conter os componentes: ricina, ricinina
e o complexo alergênico CB-1A, responsáveis pela toxidez da mamona, seu uso, como
alimento para os animais se dá após a sua detoxificação (SILVA et al., 2010).
Alguns estudos indicam que a detoxicação e desalergenização da torta pode ser
feita por processos de extrusão com a adição de substâncias, como ácidos, bases, sais e
enzimas, ou ainda com o uso de técnicas de cisalhamento e aquecimento da torta, a
temperaturas entre 80ºC e 140ºC, de forma seca, úmida ou a vapor, sob diferentes
tempos de exposição ao calor (BELTRÃO & OLIVEIRA, 2009).
O fornecimento de rações contendo torta de mamona submetida a métodos
alternativos de detoxificação, para ovinos mestiços de raça Morada Nova, foi avaliado
por Furtado et al. (2012) onde verificaram que a detoxificação não ocasionou grandes
melhoras no consumo e na digestibilidade dos nutrientes, já a torta de mamona sem
tratamento pode participar em até 8% da ração total.
Pompeu (2009) estudou a influência de quatro níveis de substituição (0; 33; 67 e
100%) do farelo de soja pela torta de mamona destoxificada na alimentação de ovinos
mestiços de Morada Nova, e concluiu que o uso da torta de mamona detoxificada em
substituição do farelo de soja afetou negativamente o consumo e a digestibilidade de
nutrientes em dietas para ovinos, porém podendo ser substituído em até 67%.
24
Os parâmetros ruminais de ovinos alimentados com rações contendo torta de
mamona detoxificada, em substituição ao farelo de soja, foram estudados por Alencar et
al. (2010), estes observaram que o aumento progressivo da torta de mamona
detoxificada promoveu poucas alterações sob os parâmetros ruminais, podendo então
ser usada como substituta parcial do farelo de soja na alimentação dos ovinos.
Dessa forma, os alimentos alternativos mostram potencial para serem utilizados
na composição da dieta dos ovinos, sendo preciso à realização de estudos que avaliem o
potencial desses alimentos, em termos produtivos e de qualidade de carne.
1.3 Ovinocultura de corte
No Brasil a criação de ovinos se dá praticamente em todos os Estados, atingindo
em 2011 o efetivo de 17,662 milhões de cabeças, o que mostra aumento de 1,6% em
relação ao número registrado em 2010. Estados como Rio Grande do Sul e Bahia,
representam 22% e 17% do rebanho nacional, respectivamente. No caso do Rio Grande
do Sul, o principal objetivo da criação está na produção de lã, já na Região Nordeste é a
produção de carne (IBGE, 2011).
Nos últimos anos, com o aumento do interesse dos ovinocultores em intensificar
a produção, são requeridos cada vez mais informações para auxiliar os produtores que
têm como desafio aumentar a produção de carne para atender um mercado exigente
(BARROS et al., 2009) e manter a qualidade desse alimento.
Apesar de o consumo per capita ser relativamente pequeno no Brasil, observa-se
um aumento da demanda nos últimos anos e junto a isso uma tendência crescente de
importação (SORIO, CARFANTAN & MARQUES, 2010). No entanto, o rebanho
ovino brasileiro, sua produção de carne ainda é insuficiente para abastecer o mercado
interno do país.
Em relação ao baixo consumo de carne ovina ele se dá entre outros aspectos pela
falta de hábito do consumidor, irregularidade da oferta, baixa qualidade do produto
colocado á venda e a sua má apresentação comercial (SEBRAE, 2005).
A produção de cordeiro é uma alternativa quando se busca uma carne de melhor
qualidade, já que consiste no abate de um animal jovem, com a coloração da carne
rosada, boa quantidade de gordura e um alto rendimento de carcaça (ROCHA, DICKEL
& MESSINA, 2007), características desejadas pelo produtor.
25
De acordo com Souza et al. (2006) pode-se ainda incrementar a produção de
carne ovina fazendo uso da diversidade genética existente no país, entre diferentes raças
ou tipos exploradas, através de estratégias de cruzamentos. Destaque para a expansão da
raça Santa Inês e a introdução da Dorper, excelentes opções para a produção de carne.
A utilização de cruzamentos para a produção de carne de qualidade superior vem
crescendo à medida que ocorre a expansão, intensificação e modernização dos sistemas
de produção, buscando a redução da idade de abate, o aumento do ganho de peso e de
musculosidade das carcaças com maior eficiência biológica (PEREIRA et al., 2009b).
A raça Dorper foi desenvolvida na África do Sul, na década de 40, a partir do
cruzamento das raças Dorset Horn e Blackhead Persian (Somális), e no fim da década
de 90 foi introduzida no Nordeste do Brasil (ROSANOVA et al., 2005).
Quanto à origem da raça Santa Inês, tem sido objeto de várias especulações, no
entanto, a mais provável poderia ser traçada a partir de combinações de quatro fontes
genéticas: animais tipo Crioulos, ovinos deslanados oriundos do continente africano, a
raça Bergamácia, e das raças Somalis e Suffolk (SOUSA et al., 2003).
Em estudos realizados no Brasil com animais mestiços Dorper x Santa Inês
mostram que estes possuem bom rendimento produtivo e econômico na fase de
terminação (SILVA, 2011), além de satisfatória tolerância a altas temperaturas (SOUZA
et al., 2014) estas presentes ao longo do ano no Nordeste do país.
Carneiro et al. (2007) compararam o desenvolvimento ponderal de ovinos
cruzados Dorper com raças locais (Morada Nova, Rabo Largo e Santa Inês) e
verificaram que o grupo genético Dorper x Santa Inês apresentou maior velocidade de
crescimento após os 30 dias de idade.
Costa et al. (2012) avaliaram dois genótipos de ovinos, Santa Inês e Dorper x
Santa Inês em pastagem de Panicum maximum cv. Massai, onde os cordeiros Dorper x
Santa Inês apresentaram maior peso ao nascimento, a desmama e maior ganho de peso
total.
As características da carcaça de cordeiros Santa Inês puros e mestiços Dorper x
Santa Inês, manejados em três sistemas (intensivo, semi-intensivo e extensivo) foram
analisadas por Garcia et al. (2010) onde observaram que a utilização da raça Dorper em
cruzamento com a Santa Inês eleva o rendimento das carcaças.
26
Em estudo realizado por Souza (2013), cordeiros ½Dorper x Santa Inês
expressaram maior peso que os cordeiros Santa Inês para os cortes: perna, costela/fralda
e lombo, bem como superior rendimento de lombo.
1.4 Avaliação dos cortes comerciais da carcaça ovina
Posteriormente ao abate do animal inicia-se o estudo da carcaça que de acordo
com Araújo Filho et al. (2010) é uma avaliação de parâmetros relacionados com
medidas objetivas e subjetivas, a qual deve estar ligada aos aspectos e atributos
inerentes à porção comestível.
Para Colomer-Rocher (1988) o valor de rendimento de carcaça é determinado
por vários componentes corporais e depende, entre outros fatores, dos pesos relativos de
cortes, por isso, é necessário o conhecimento dos aspectos relativos à nutrição,
sanidade, manejo, raças e cruzamentos, em relação aos efeitos sobre a composição da
carcaça.
No Brasil, a comercialização dos ovinos é feita baseada em observações no
animal, sendo o peso vivo o principal parâmetro adotado nesse momento (OLIVEIRA et
al., 2002), além disso, para o produtor o conhecimento da composição da carcaça e de
seus cortes é fundamental para colocar no mercado produtos de qualidade que tragam
maior retorno e melhor valorização dos mesmos (FURUSHO-GARCIA et al., 2003).
Considerando o mercado consumidor, o mais importante é o rendimento das
partes comestíveis e sua composição, expressa em porcentagem de músculo, gordura e
osso (OLIVEIRA et al., 2002). Enquanto que, os consumidores de acordo com Furusho-
Garcia et al. (2003), consideram importante a composição tecidual, devido à
preocupação com a saúde, procuram adquirir um produto que contenha mais músculo
com menor quantidade de gordura e osso.
Santos & Pérez (2000) destacam que a principal meta da ovinocultura é a
obtenção de animais capazes de direcionar grandes quantidades de nutrientes para a
produção de músculos, uma vez que esse tecido reflete a porção comestível da carcaça,
sendo necessária sua observação.
Através da separação da carcaça em cortes (composição regional) comerciais é
possível efetuar uma divisão levando em consideração a preferência do consumidor, que
difere entre países e dentro de um mesmo país ou região, além disso, deve permitir o
melhor aproveitamento possível da carcaça (OSÓRIO, 1992).
27
Os sistemas de cortes, além de proporcionarem obtenção de preços diferenciados
entre as diversas partes da carcaça, permitem o aproveitamento racional, evitando-se
desperdícios (SILVA SOBRINHO & SILVA, 2000) e originam peças de menor
tamanho, proporcionando melhor aproveitamento culinário, portanto, facilitando sua
comercialização (HASHIMOTO et al., 2012).
Para Santos & Pérez (2000) o sistema de corte realizado na carcaça deve
contemplar aspectos como a composição física do produto oferecido (quantidades
relativas de músculo, gordura e osso), versatilidade dos cortes obtidos (facilidade de uso
pelo consumidor) e aplicabilidade (facilidade de realização do corte pelo operador que o
realiza).
Os distintos cortes que compõem a carcaça possuem diferentes valores
econômicos e sua proporção representa um índice importante para avaliação da
qualidade comercial da carcaça (HUIDOBRO & CAÑEQUE, 1993), sendo necessário
seu conhecimento, pois através dos pesos e rendimentos dos principais cortes da carcaça
permite interpretação do desempenho animal (MACEDO, 1998).
Santos (2003) ressalta que as exigências do consumidor moderno estão
relacionadas ao peso mínimo ou máximo dos cortes ou da carcaça, onde a qualidade do
produto (corte), refletida pelas quantidades relativas de músculo, gordura e osso,
apresenta-se de grande importância para atender tais exigências. Já, o cálculo do
rendimento dos cortes é um dos principais fatores que estão diretamente relacionados
com a qualidade da carcaça (SAINZ, 1996).
Martins et al. (2008) avaliaram o efeito do sistema nutricional sobre aspectos
quantitativos da produção de carne ovina, e verificaram que o tipo de sistema de
alimentação (campo natural, pastagem cultivada e confinamento) afetou a composição
regional (peso e percentagem) dos cortes da carcaça, onde os animais submetidos à
pastagem cultivada apresentaram pesos mais elevados para os componentes regionais, e
ainda segundo os autores está relacionado com maior peso ao abate, alcançado pelos
animais nesse sistema.
Considerando que os cortes da carcaça não crescem de forma proporcional, cada
um tem um ritmo maior de crescimento em uma determinada fase da vida do animal
(SOUZA JÚNIOR et al., 2009), enfatizando assim, a importância de estudos dos
diversos cortes de importância comercial.
28
Geralmente os cortes não são bem definidos e nem devidamente embalados, pela
falta de padronização dos cortes realizados nas carcaças ovinas (SANTOS, 2002),
contribuindo para que o consumidor classifique esses cortes como sendo de primeira e
segunda, em função de sua preferência, pagando mais pelos cortes de primeira ou nobre
(SOUZA JÚNIOR et al., 2009).
A composição química e a constituição física dos cortes são características
importantes para determinar o mérito dos métodos de manejo de produção
(SHADNOUSH et al., 2004), bem como, para avaliar a qualidade da carcaça e da carne,
logo são necessárias pesquisas que façam sua determinação.
A respeito da composição química do corpo inteiro do animal ela tem sido
utilizada como critério fundamental para determinar a resposta, por parte dos animais, a
tratamentos nutritivos, além de ser possível conhecer quantitativamente a maneira como
o animal utiliza os elementos nutritivos químicos para construir seu corpo (SANTOS et
al., 2008), sendo influenciada também pela genética, idade e sexo, entres outros
(FRANZOLIN & SILVA, 2001).
Jardim et al. (2007) ressaltaram que a composição química da carne é importante
na qualidade desta como alimento, seja pelo aporte de nutrientes (proteínas, gorduras,
minerais, vitaminas) ou pela influência que apresenta sobre sua qualidade tecnológica,
higiênica, sanitária e sensorial. Além disso, por meio da avaliação da composição
química dos cortes comerciais é possível a determinação do comportamento dos
componentes químicos corporais (água, gordura, proteína e cinza) presentes (SANTOS
et al., 2008).
Estudos sobre a composição centesimal de cortes comerciais considerados
nobres como o lombo e a perna, bem como de outros cortes a exemplo da paleta,
costeleta e da costela/fralda, que apresentam também valor comercial devem ser
realizados.
1.5 Estudo dos músculos
A carne segundo o Codex Alimentarius (2005) consiste de todas as partes de um
animal que se destinam ou tenham sido julgadas como segura e apropriada para o
consumo humano.
Olivo & Olivo (2005) descreve a composição tecidual da carne como sendo dada
pela presença de cinco tipos básicos de tecidos: muscular, epitelial, adiposo, nervoso e
29
conjuntivo. Os músculos refletem a maior parte da porção comestível (SANTOS &
PÉREZ, 2000), representam assim o principal componente da carne.
Em termos percentuais é o tecido muscular do tipo esquelético o grande
responsável pelo peso da carcaça, com valores entre 35 a 65% e constitui mais de 600
músculos no corpo do animal. Com variação percentual em função do conteúdo de
gordura ali presente (OLIVO & OLIVO, 2005).
A unidade de organização estrutural do músculo esquelético é uma célula
altamente especializada, a fibra muscular, que apresenta elementos contrácteis
representados pelas miofibrilas. O volume total do tecido muscular é formado por cerca
de 75 a 92% de fibras musculares, e o restante é a matriz extracelular, tecido conjuntivo,
fibras nervosas e vasos sanguíneos (GOMIDE et al., 2013), onde a quantidade dos
constituintes irá depender do tipo de músculo em questão.
Em relação à qualidade da carne ela é influenciada por inúmeros fatores
intrínsecos (espécie, raça, cruzamento, sexo, idade, peso e músculo) e extrínsecos (dieta,
condições pré/pós abate e a ciências do consumo) (GUERRERO et al., 2013).
O tipo e a localização do músculo podem afetar a qualidade da carne
(SOEPARNO, 1994). A existência de variação na qualidade da carne de diferentes
músculos possui relação com as propriedades da fibra muscular que os constitui, pois
segundo Thornton et al. (2012) diferenças bioquímicas e biofísicas inatas
da fibra muscular contribuem diretamente para o metabolismo post mortem e,
determinam portanto, a qualidade do produto final.
Gomide et al. (2013) enfatizam que qualquer discussão relacionada à carne
dever ser primeiramente direcionada ao músculo, demonstrando dessa forma a
importância de sua avaliação.
A análise do músculo Longissimus lumborum tem sido reportada em diversos
estudos sobre a qualidade da carne de bovinos, caprinos e ovinos. De acordo com
Hashimoto et al. (2012) os músculos de maturidade tardia são indicados para
representar o índice mais confiável do desenvolvimento e tamanho do tecido muscular,
estando o Longissimus lumborum incluído nessa classe, além disso, é de fácil
mensuração.
Grande parte das pesquisas sobre a qualidade da carne se deram pela análise do
músculo Longissimus lumborum, sendo necessária a avaliação de outros músculos de
30
cortes considerados nobres, ou seja, com significativo valor comercial, a exemplo, do
Biceps femoris.
1.5.1 Longissimus lumborum
O músculo Longissimus lumborum consiste em um músculo longo que se
estende, no plano dorso medial do corpo, compreendendo desde a porção posterior da
cabeça do animal até a região anterior do ílio (CEZAR & WANDRICK, 2007).
Diversas medidas para avaliar a qualidade da carcaça e da carne são realizadas
nesse músculo. Previamente sua demarcação é feita entre a última vértebra torácica e a
primeira lombar, mediantes o corte transversal do músculo (HASHIMOTO et al., 2007).
Pela observação visual desse músculo se estuda a coloração da carne, através da
secção transversal entre a 12ª e 13ª costelas (OSÓRIO et al., 1998). Sendo feita ainda a
avaliação da marmorização e textura do referido músculo (OSÓRIO & OSÓRIO, 2005).
A composição física da carcaça em relação à quantidade de músculo, gordura e
osso, pode ser realizada de acordo com a metodologia proposta por Hankins & Howe
(1946), onde é extraída uma peça do músculo Longissimus lumborum (10ª a 12ª
costelas).
A área de olho de lombo de um animal abatido é estimada por meio da área da
seção transversal do músculo Longissimus lumborum na altura da última costela
(COSTA et al., 2012), essa avaliação é considerada excelente indicador do
desenvolvimento muscular do animal.
Os comprimentos maior e menor do Longissimus lumborum servem para
avaliação da quantidade de músculo na carcaça e apresentam alta correlação com a área
de olho de lombo e a conformação (GRANDE et al., 2009). Correlações positivas são
apresentadas entre a área do Longissimus lumborum com o peso de carcaça quente e de
carcaça fria; rendimento de carcaça quente e fria; a porção comestível; e espessura de
gordura subcutânea (MISSIO et al., 2013).
Medidas tomadas entre a 12a e 13a costelas como a espessura de gordura de
cobertura no músculo Longissimus lumborum são feitas, pois, de acordo com Mcintyre
(1994), é nesta localização, para classificação da carcaça, que a espessura de gordura é
mais uniforme. Segundo Almeida Jr. (2002), o percentual de extrato etéreo no músculo
Longissimus lumborum representa um importante indicativo da porcentagem de gordura
intramuscular presente na carcaça.
31
Medidas de pH feitas diretamente no músculo Longissimus lumborum, durante o
período de 24 horas post mortem, é um parâmetro de qualidade utilizado, e Lage (2010)
ressalta que no Brasil, os frigoríficos só exportam carne com pH final em torno de 5,8.
1.5.2 Biceps femoris
Dentre as distintas regiões anatômicas do corpo dos animais domésticos,
podemos destacar a dos membros pélvicos, onde temos a presença da perna, membro
que possui em sua estrutura significativa quantidade de músculos. Entre eles o Biceps
femoris ou biceps femoral, que de acordo com Soeparno (1994) consiste de um músculo
grande, localizado na superfície lateral (externa) da coxa.
Em estudo avaliando o efeito do tipo de músculo (Longissimus lumborum,
Semimembranosus e Biceps femoris) de cabras ½Boer x ½SRD (sem raça definida)
sobre a força de cisalhamento, Borges et al. (2006) observaram que a carne proveniente
dos músculos Longissimus lumborum e Biceps femoris não diferiram em termos de
força de cisalhamento.
Simoes et al. (2005) estudaram a maciez da carne de nove músculos
comercialmente importantes (Biceps femoris, Gastrocnemius, Longissimus thoracis,
Longissimus lumborum, Quadriceps femoris, Semimembranosus, Semitendinosus,
Supraspinatus e Triceps brachii), proveniente de bovinos. Os autores concluíram que o
Biceps femoris e Semimembranosus podem ser usados para indicador da
maciez muscular, preferencialmente o Biceps femoris, pois apresentou maior
estabilidade em termos de coeficiente de variação.
Johnson & Vidyadaran (1981) ao medirem a gordura subcutânea em diferentes
pontos anatômicos, verificaram que a região sobre o terço superior do músculo Biceps
femoris apresenta-se como um bom indicador da gordura total da carcaça, podendo ser
usado com o mesmo grau de confiança que a medida feita entre a 10ª e 12ª costelas.
Em trabalho realizado por Camargo et al. (2010), a espessura de gordura de
cobertura medida no músculo Biceps femoris (EGCBF) apresentou coeficientes de
correlação positivos para os rendimentos de carcaça quente (0,56) e fria (0,54) assim
como para o rendimento de gordura (0,52), o que demonstra sua influência sobre estes
rendimentos.
O estudo do músculo Biceps femoris vem sendo realizado, no entanto percebe-se
certa limitação em relação à possibilidade de comparar os resultados encontrados. Cruz
32
(2013) afirma que as contradições anatômicas e não padronização dos cortes impede
uma comparação real entre trabalhos científicos, uma vez que são atribuídas a esse
músculo diversas nomenclaturas de cortes.
Almeida et al. (2001) denominaram o músculo Biceps femoris de chã de fora, em
bovinos, já Bianchini et al. (2007) descrevem como coxão duro, nome também usado
por Jorge et al. (2006) ao avaliarem a carne de bubalinos. Para a espécie ovina verifica-
se a denominação de patinho (ZEOLA et al., 2010) e pernil (BONAGURIO et al.,
2004). Em caprinos, Borges et al. (2006) e Medeiros (2009) intitulam o Biceps femoris
de perna.
Para que seja possível a comparação entre os diversos trabalhos, é preciso que
seja feita uma descrição precisa, da localização em termos de região anatômica, onde as
amostras de carne foram coletadas. Assim, o entendimento do que é a carne deve estar
fundamentado no fato de que os músculos são desenvolvidos e diferenciados para
propósitos fisiológicos definidos, em resposta a vários estímulos intrínsecos e
extrínsecos (LAWRIE, 2005), que permite a entender a diferenciação qualitativa entre
os diversos músculos do organismo animal.
1.6 Qualidade da carne ovina
O produto carne é a resultante de uma série de alterações bioquímicas e
fisiológicas que o músculo sofre desde o momento do abate animal. Na transformação
de músculo em carne, Olivo & Olivo (2005) destacam a ocorrência dos seguintes
processos: glicólise anaeróbia, abaixamento do pH e a proteólise, fundamentais para sua
qualidade final.
A carne consiste em um alimento de grande importância para a população
mundial, o que se dá especialmente pelo rico conteúdo nutricional, refletindo no seu
expressivo consumo. A existência de diversas informações acerca da qualidade da carne
vermelha e os efeitos resultantes de seu consumo tem levado alguns consumidores a
formarem uma opinião errônea sobre esse alimento, sendo preciso destacar de forma
precisa os aspectos relacionados à sua qualidade, bem como a respeito dos benefícios de
sua utilização na dieta humana.
No que diz respeito à carne ovina, é uma importante fonte de proteína dietética
de alta qualidade para os processos metabólicos humanos, devido a sua constituição em
aminoácidos. É rica em micronutrientes essenciais, como ferro, selênio, zinco, cobre e
33
manganês. E seu conteúdo lipídico, fornece energia e nutrientes essenciais, como ácidos
graxos essenciais e vitaminas lipossolúveis (CABRERA & SAADOUN, 2014).
Uma significativa contribuição da carne vermelha está relacionada às vitaminas
que possui, onde é possível atender as necessidades dietéticas para este nutriente em
todas as faixas etárias (BOURRE, 2006).
A escolha pela carne de ovinos apresenta aspectos comuns, como a busca por
carne macia, presença de pouca gordura, muito músculo e com preço acessível (SILVA
SOBRINHO, 2001). Logo, grande parte dessa preferência por parte do consumidor é
baseada nos aspectos de qualidade da carne, que é afetada por inúmeros fatores
intrínsecos e extrínsecos ao animal durante seu processo produtivo.
Esses fatores incluem desde a dieta animal, considerado o fator mais facilmente
controlado e o que gera os efeitos mais profundos sobre a sua composição, no pré e pós
abate; tecnologia e os fatores relacionados às ciências de consumo, tais como
aceitabilidade, economia e marketing (GUERRERO et al., 2013).
Pinheiro et al. (2010) ressaltaram que a qualidade da carne pode ser avaliada
pelo seu pH, cor, capacidade de retenção de água, sensibilidade e perdas no cozimento,
e por aspectos sanitários e nutricionais. Santos-Cruz et al. (2013) afirmaram que estas
características podem mostrar claramente se a carne é de maior ou menor de qualidade,
e os resultados podem ser utilizados para determinar o preço dos produtos com
diferentes qualidades, para sua distribuição em diferentes tipos de mercado.
Dessa forma, busca-se cada vez mais a produção de uma carne de qualidade,
para tanto é necessário o estudo das características que conferem essa qualidade, bem
como os fatores que a influência, destaque para a dieta animal, o que é fundamental para
ganhos em toda a cadeia produtiva de carne ovina.
1.6.1 O post mortem animal
No post mortem animal mudanças de ordem fisiológica ocorrem no organismo,
todas necessárias ao desenvolvimento do rigor mortis. Dentre as quais, a alteração que
ocorre no pH muscular, é considerada o principal evento envolvido na transformação do
músculo em carne e o que contribui com os aspectos qualitativos da carne e de seus
subprodutos, sendo um importante parâmetro de qualidade.
O conjunto de reações fisiológica e bioquímicas que ocorre logo antes e após o
abate do animal, na tentativa de manter a homeostase, leva ao abaixamento do pH,
34
principal fenômeno da transformação de músculo em carne, onde a velocidade de
redução e o valor final de pH, serão determinantes para a qualidade final da carne
(OLIVO & OLIVO, 2005). Seu controle é importante, pois está relacionado à cor, à
maciez, à textura e à capacidade de retenção de água da carcaça (BIANCHINI et al.,
2007), consideráveis características qualitativas da carne.
Nesse período post mortem, a produção de ATP se dá pela degradação de
glicogênio através do mecanismo aeróbio, quando se esgota as reservas de oxigênio, a
ressíntese muscular de ATP se dá pela via anaeróbia, resultando na produção de ácido
lático, que irá se acumular provocando o declínio do pH muscular (GOMIDE et al.,
2013).
A queda do pH no post mortem atinge níveis tão baixos que inativa as enzimas
envolvidas no processo de glicólise, cessando a refosforilação de ATP e pela ausência
desta molécula energética ocorre a formação da cadeia rígida actomiosina, responsável
pela rigidez e inextensibilidade do músculo em rigor (RAMOS & GOMIDE, 2007). Em
condições normais, o pH após o abate decresce de 7,0 a valores entre 5,3 a 5,8 após o
resfriamento da carcaça, processo que ocorre em torno de 6 e 12 horas e se completa até
18 a 40 horas após o abate (SAVELL et al., 2005).
Em diversas pesquisas realizaram-se as medições de pH no músculo
Longissimus lumborum, o que de acordo com Monte et al. (2012) se dá por ele ser
relativamente uniforme quanto à profundidade de inserção, pelo seu diâmetro, além
disso é um músculo longo, recomendado portanto para medidas padronizadas de pH.
Cruz et al. (2008) observaram o decaimento do pH post mortem de cordeiros da
raça Santa Inês alimentados com silagem de capim elefante sob diferentes níveis de
casca de maracujá desidratada, onde o pH final do músculo Longissimus lumborum
variou de 5,60 a 5,30; indicando um rápido processo de glicólise, o que caracteriza o
rigor mortis.
Bonacina et al. (2011) ao estudarem o declínio do pH de cordeiros machos e
fêmeas Texel x Corriedale terminados em diferentes sistemas, verificaram uma rápida
queda de pH nas primeiras horas post mortem com valor de 6,7 (0 hora), atingindo 5,4
após 24 horas.
Tanto a velocidade quanto a extensão de redução do pH são influenciados pela
temperatura, onde as taxas de glicólise tendem a ser mais altas nos músculos com
resfriamento tardio (LAWRIE, 2005).
35
Geesink et al. (2000) estudando a temperatura do músculo Longissimus de
cordeiros durante o rigor mortis verificaram que uma temperatura no início do rigor em
torno de 15°C parece ideal para maximizar a maciez, sem afetar de maneira negativa a
proteólise, a capacidade de retenção de água e a cor. Já, a presença de baixos valores de
pH, quando a temperatura corporal ainda está elevada, provocam desnaturação proteica,
redução na capacidade de retenção de água, menor rendimento dos subprodutos, além
de perdas econômicas (YU et al., 2005). Evidenciando, portanto a existência de
interação entre o pH muscular e a temperatura no desenvolvimento do rigor mortis,
considerando essa interação entre o pH e a temperatura, o monitoramento adicional da
temperatura da carcaça e do ambiente é um fator relevante para os estudos de avaliação
da qualidade de carne.
1.6.2 Parâmetros físico-químicos da carne
Diversos são os componentes que podem conferir qualidade à carne, entre eles
os nutricionais e sensoriais, os quais podem ser podem ser avaliados por três diferentes
técnicas: subjetivas (análise sensorial), objetivas (análises físico-químicas) e pelo uso de
ambas (RAMOS & GOMIDE, 2007).
A importância da avaliação dos parâmetros físico-químicos da carne consiste no
fato de poder predizer o grau de satisfação e aceitabilidade do produto no mercado,
favorecendo o processo de comercialização (SANTOS, 2009).
Na indústria de processamento de carnes, assim como a de alimentos em geral, é
altamente dependente de métodos objetivos para avaliar a qualidade, visto que estes são
mais rápidos do que as análises sensoriais (RAMOS & GOMIDE, 2007), sendo
vantajosa sua utilização pela necessidade de obtenção de resultados em menor período
de tempo.
As características físico-químicas são aquelas propriedades mensuráveis
(FELÍCIO, 1999), como a força de cisalhamento, perda por cocção, parâmetros de cor,
capacidade de retenção de água e pH (PINHEIRO et al., 2010). Elas são consideradas
importantes tanto para os varejistas como para os consumidores (ROTA et al., 2006),
por conferir qualidade a carne e assim influenciar a aceitação por parte do consumidor
na hora da compra.
A maciez da carne é um atributo da textura, carnes macias são aquelas que
apresentam textura macia e, ou de pouca resistência ao corte, sendo essa característica
36
uma das mais importantes na determinação da aceitação e satisfação do consumidor ao
degustá-la (RAMOS & GOMIDE, 2007). Quando analisada por meio do texturômetro,
equipamento que mede a força requerida para o cisalhamento de uma seção transversal de
carne e, quanto maior a força dispensada, menor é a maciez apresentada pelo corte cárneo
(ALVES et al., 2005).
Cruz (2013) encontrou nos músculos Longissimus lumborum e Biceps femoris de
cordeiros Dorper x Santa Inês alimentados com silagens contendo diferentes
componentes da algaroba, valores de força de cisalhamento 1,8 e 2,0 kgf/cm2,
respectivamente.
Santos (2009) ao avaliar a carne de cordeiros Santa Inês, Dorper x Santa Inês e
Sem Padrão Racial Definido, alimentados com duas relações volumoso:concentrado
observou a força de cisalhamento entre 4,9 a 5,4 kgf/cm2, onde classificou a carne como
macia.
A capacidade de retenção de água é a capacidade da carne de reter água
mediante a aplicação de forças externas, como as decorrentes do aumento da
temperatura na cocção, do corte, prensagem e centrifugação (GOMIDE et al., 2013).
Sabe-se que a água é o principal constituinte da carne, sua habilidade em retê-la
é bastante importante para manter suas propriedades funcionais. Ao perder água
aspectos como o rendimento, maciez, textura, sabor e teor nutritivo são afetados de
forma negativa, confirmando assim a relevância da capacidade de retenção de água para
a qualidade da carne (OLIVO & OLIVO, 2005).
Pesquisas sobre a análise da capacidade de retenção de água em carne ovina
reportam valores de 0,60% (PINHEIRO et al., 2010); 0,52% (SANTOS-CRUZ et al.,
2013); e 0,57% (CRUZ, 2013).
Através da cocção dos alimentos ocorrem trocas físicas, químicas e estruturais
de seus componentes pelo efeito do calor, podendo modificar a composição química e o
valor nutricional destes (MONTE et al., 2012). Pelo cozimento a liberação de água
juntamente com importantes nutrientes é possível, o que representa perdas durante esse
processo.
Em estudo realizado por Santos-Cruz et al. (2013) com cordeiros Santa Inês, não
castrados, alimentados com diferentes dietas contendo casca desidratada de maracujá, a
perda de peso no cozimento verificada no músculo Longissimus lumborum foi de 1,5g.
37
Pinheiro et al. (2010) observaram que a perda de peso no cozimento do músculo
Longissimus lumborum de ovelhas a raça Santa Inês abatidas em diferentes estágio
fisiológicos, variou de 32 a 36%. Os autores enfatizam que durante a cocção da carne,
ocorrem perdas quantitativas e qualitativas, e são desejáveis menores perdas durante o
preparo da carne. Logo, menor valor de perda de peso na cocção é desejável, para que
sejam mantidas, em especial, as características de qualidade da carne em questão.
A cor consiste no atributo de qualidade, responsável pelo primeiro impacto sobre
o consumidor, despertando neste o desejo ou não de consumir o produto (RAMOS &
GOMIDE, 2007). É comum que o consumidor relacione a cor presente com o frescor da
carne no momento da compra.
Um atributo físico também importante é o pH da carne, que exerce influência
sobre vários outros aspectos de qualidade da carne, por exemplo, capacidade de
retenção de água, perda de peso por cozimento e força de cisalhamento (BOUTON et
al., 1971). Atuando também sobre as propriedades organolépticas, entre elas a maciez,
suculência, flavour, aroma e cor (DEVINE et al., 1983).
1.6.3 Composição centesimal da carne
A carne é resultado de alterações bioquímicas e biofísicas que ocorrem a nível
muscular e são iniciadas por ocasião da morte do animal (LAWRIE, 2005). Apresenta
em sua constituição grande quantidade de tecido muscular, sofrendo variação em função
do teor de gordura presente (OLIVO & OLIVO, 2005).
Santos et al. (2008) ressaltaram que através do avanço da idade, ocorre um
incremento na proporção de gordura, bem como uma diminuição no teor de água e
proteína no corpo do animal. Bonagurio et al. (2004) também destacam esse
comportamento, onde a maturidade do animal influencia a composição centesimal da
carne, graças ao crescimento do tecido adiposo.
Em termos centesimais, em geral uma carne magra é formada por cerca de 70%
de umidade, 20% de proteína, 9% de gordura, 1% de minerais e menos de 1% de
carboidratos. Traços de vitaminas são encontrados, especialmente as do complexo B
(OLIVO & OLIVO, 2005).
Os componentes centesimais da carne reflete a variação na composição da
carcaça e, assim, é influenciada por fatores genéticos, sexo, idade, condições de manejo,
tipo e função do músculo analisado (GOMIDE et al., 2013). Além disso, as
38
características centesimais estão intrinsecamente relacionadas com seus aspectos
sensoriais (FREIRE et al., 2010).
Diversos estudos (BONAGURIO et al., 2004; SANTOS, 2009; FREIRE et al.,
2010; CRUZ, 2013) demonstraram valores de composição centesimal da carne ovina,
entre 72 a 75% de umidade; 21 a 25% de proteína bruta; 1% de matéria mineral; e 2 a
6% de lipídios totais.
Santos-Cruz et al. (2013) ao avaliarem a composição centesimal da carne
cordeiros Santa Inês, não castrados, alimentados com dietas contendo diferentes níveis
de casca desidratada de maracujá, observaram teores de umidade de 73,19 a 74,41%;
proteína bruta de 18,30 a 21,00%; matéria mineral de 0,91 a 1,04%; e lipídios totais de
0,12 a 0,20%. Os autores destacaram que o teor de lipídio aumentou em função da
adição da casca de maracujá, onde o valor encontrado foi reduzido, porém sem
comprometer a qualidade da carne.
A respeito dos constituintes lipídicos, destaque para a classe dos esteróis, os
quais são lipídios estruturais presentes nas membranas da maioria das células
eucarióticas, sendo o colesterol o principal representante nos tecidos animais. Além de
serem constituintes da membrana, os esteróis atuam como precursores de hormônios
esteroides e de sais biliares (NELSON & COX, 2002), desempenhando assim
importantes funções no organismo.
O colesterol é sintetizado pelo fígado (forma endógena) e obtido também via
dieta (forma exógena) pela ingestão de certos alimentos, e quando na corrente sanguínea
requer a ligação com lipoproteínas para seu transporte. A ingestão de alimentos com
grande quantidade desse lipídio tem sido relacionada com a ocorrência de doenças
cardiovasculares, o que tem levado algumas pessoas a não consumirem esses alimentos,
a exemplo da carne vermelha, mesmo apresentando excelente valor nutricional.
Vale destacar que a concentração de colesterol na gordura da carne não consiste
no principal atenuante dos casos de doenças cardiovasculares, mas também o tipo de
ácido graxo que está presente no alimento que aliado a outros fatores inerentes ao
indivíduo irão determinar o desencadeamento dessas doenças.
Alguns ácidos graxos saturados, aqueles quantidade de carbono na cadeia menor
que 18, elevam os níveis sanguíneos da lipoproteína de baixa densidade (LDL), o que
aumenta o risco de doenças cardiovasculares no homem (WILLIAMSON et al., 2005).
Já, os ácidos monoinsaturados e os poliinsaturados reduzem os níveis sanguíneos de
39
LDL-colesterol (WOOD et al., 2008), sendo importante esclarecer para os
consumidores essa relação.
Em estudo realizado por Madruga et al. (2005) os valores percentuais de
colesterol sofreram influência da alimentação, com médias variando entre 44 a 58
mg/100 g na carne de ovinos Santa Inês. Os autores concluíram que a dieta atua
influenciando essa característica, podendo melhorar a qualidade da carne.
Costa et al. (2009) ao avaliarem a influência do genótipo (Morada Nova, Santa
Inês e mestiço ½Dorper x ½Santa Inês) e de dietas com diferentes níveis energéticos
sobre o perfil lipídico da carne ovina, verificaram que o teor do colesterol não foi
afetado pelo genótipo e dieta, onde valores médios de 66 a 68 mg/100 g foram
encontrados.
Cruz (2013) verificou que o teor de colesterol dos músculos Longissimus
lumborum e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês não foi influenciado pela
dieta usada, e apresentaram valores de 58 mg/100 g a 63 mg/100 g. De acordo com o
autor, esses valores são considerados baixos, sendo importante para a saúde dos
consumidores.
40
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52
II – OBJETIVOS GERAIS
Objetivou-se avaliar dietas contendo alimentos alternativos (caroço de algodão integral,
farelo de girassol e torta de mamona) para cordeiros Dorper x Santa Inês, por meio da
análise da qualidade da carne, em termos das características do post mortem animal;
composição química de diferentes cortes comerciais; parâmetros físico-químicos e
composição química dos músculos Longissimus lumborum e Biceps femoris; e
utilização dos músculos Longissimus lumborum e Biceps femoris na avaliação da
qualidade de carne.
53
III – MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local
O experimento foi aceito pelo Conselho de Ética do Uso de Animais-CEUA da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Protocolo Nº 24/2013 e
desenvolvido no setor de Ensaios Nutricionais de Ovinos e Caprinos - ENOC, na
Unidade Experimental de Caprinos e Ovinos - UECO, no Laboratório de Forragicultura
e Pastagens, e no Centro de Análises Cromatográficas - CEACROM, da referida
Universidade, no Campus Juvino Oliveira, município de Itapetinga - BA.
3.2 Animais, instalações e delineamento
Foram utilizados 20 cordeiros Dorper x Santa Inês castrados, com idade
aproximada de 90 dias e peso médio de 20 kg. Os cordeiros foram mantidos em baias
individuais de 1,5 m x 1,0 m, equipadas com cocho e bebedouro, localizadas em
estábulo coberto. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado
(DIC) com 4 tratamentos (dietas) e 5 repetições (cordeiros).
3.3 Dietas experimentais e fornecimento aos animais
Utilizaram-se quatro dietas experimentais, sendo todas constituídas de uma
mistura concentrada à base de milho moído, farelo de soja, ureia e mistura mineral,
sendo distintas por apresentarem diferentes subprodutos agroindustriais (Caroço de
algodão, Farelo de girassol e a Torta de mamona) como alimentos alternativos nas
proporções de 10, 8 e 8% da matéria seca da dieta, respectivamente, para balancear a
proteína e energia da ração. Sendo representadas, portanto da seguinte maneira: Dieta 1
- controle; Dieta 2 - caroço de algodão integral (CA); Dieta 3 - farelo de girassol (FG) e
Dieta 4 - torta de mamona (TM) e como volumoso foi utilizado o feno de capim Tifton-
85 (Cynodon spp).
A composição químico-bromatológica dos ingredientes utilizados na elaboração
das dietas experimentais encontra-se na Tabela 1. Os coprodutos foram adquiridos na
empresa Proleite Comercial de Produtos Agropecuários, localizada na cidade de Vitória
da Conquista - BA.
As dietas foram calculadas considerando as exigências estabelecidas pelo NRC
(2007), visando um ganho médio diário de 200 g/dia, fornecidas, ad libitum, numa
54
quantidade de 4,5% do peso vivo, previamente, pesadas em mistura completa, na
proporção 50:50 (volumoso:concentrado). A proporção dos ingredientes bem como a
composição químico-bromatológica das dietas encontram-se na Tabela 2.
Em relação à torta de mamona, realizou-se a sua detoxificação, por meio do uso
da solução de Ca(OH)2 (1 kg para cada 10 litros de água), na quantidade de 60 g de
Ca(OH)2/kg de torta, na base da matéria natural, conforme recomendado por Oliveira et
al. (2007), para então ser utilizada na ração dos cordeiros.
Os cordeiros tinham a disposição nas baias água fresca e foram alimentados duas
vezes ao dia, às 7h e às 15h, admitindo 20% de sobras e o total fornecido ajustado
diariamente, em função da quantidade das sobras do dia anterior, a fim de proporcionar
um consumo voluntário.
3.4 Período experimental
O período experimental teve duração de 106 dias, sendo 14 dias destinados a
adaptação dos animais às condições experimentais; com 92 dias de avaliação e coleta de
dados. No período de adaptação os animais foram identificados e submetidos à
vermifugação. Os ovinos foram pesados no início e final do período de adaptação e a
cada 15 dias de experimento, onde passaram por um jejum sólido de 16h no primeiro e
no último dia do período experimental para a avaliação do ganho de peso total (GPT) e
ganho médio diário (GMD).
3.5 Obtenção das amostras e análises dos alimentos
Amostras dos ingredientes, das dietas fornecidas e das sobras (formando uma
mistura composta por animal) foram coletadas, acondicionada em freezer a -10ºC e,
posteriormente, a cada 15 dias foram homogeneizadas e uma alíquota foi retirada para
posteriores análises de composição químico-bromatológica (Tabelas 1 e 2), e para
determinação do consumo de matéria seca (MS), e dos nutrientes: matéria orgânica
(MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN), Fibra
em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro corrigida para a cinza e proteína
(FDNcp), fibra em detergente neutro indigestível (FDNi), carboidratos totais (CT),
carboidratos não fibrosos e nutrientes digestíveis totais (NDT).
55
Após serem retiradas do freezer as amostras foram pré-secas em estufa de
ventilação forçada a 55ºC, durante 72 horas. Em seguida moídas em moinho tipo
Willey, utilizando-se peneira de 1 mm e acondicionadas em recipientes previamente
identificados e determinado os teores de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO),
proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE) e fibra em detergente ácido (FDA) de acordo
com a Association of Official Agricultural Chemists (AOAC, 2010).
Tabela 1. Composição químico-bromatológica dos ingredientes utilizados nas dietas
experimentais.
Item
Ingredientes
Feno de
Tifton - 85
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Farelo de
soja
Milho
Torta de
mamona
Matéria seca (%) 83,3 91,1 90,1 86,6 88,1 88,2
Matéria orgânica1 92,1 96,4 93,5 92,7 97,8 87,1
Matéria mineral1 7,9 3,6 6,4 7,2 2,1 13,0
Proteína bruta1 11,9 26,9 25,4 47,1 7,8 30,8
Extrato etéreo1 1,6 12,4 2,1 2,6 3,4 6,5
Lignina1 5,8 8,5 7,4 1,1 0,6 5,7
FDN1 75,9 49,2 57,6 18,8 39,1 66,3
FDNcp1 58,1 37,9 42,5 10,9 35,7 43,0
FDA 51,0 32,7 40,3 11,7 7,2 49,5
NIDN2 14,5 7,6 12,5 3,1 4,7 13,5
NIDA2 5,7 3,8 6,6 1,4 1,3 8,3
CT1 78,6 56,9 66,0 43,0 86,7 49,7
CNF1 20,5 19,0 23,5 32,1 58,7 6,7
FDN: fibra em detergente neutro; FDA: fibra em detergente ácido; NIDN: nitrogênio insolúvel em
detergente neutro; NIDA: nitrogênio insolúvel em detergente ácido; FDNcp: fibra em detergente neutro
corrigida para cinzas e proteína; CT: carboidratos totais; CNF: carboidratos não fibrosos. 1Valores em
porcentagem da matéria seca. 2 Valores em porcentagem do Nitrogênio total.
56
Tabela 2. Proporção dos ingredientes e composição bromatológica das dietas.
Dietas
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Ingredientes (% MS)
Feno de Tifton 50,0 50,0 50,0 50,0
Milho moído 36,5 30,5 34,5 34,5
Farelo de soja 12,0 8,0 6,0 6,0
Caroço de algodão - 10,0 - -
Farelo de girassol - - 8,0 -
Torta de mamona - - - 8,0
Ureia 1,0 1,0 1,0 1,0
Suplemento mineral1 0,5 0,5 0,5 0,5
Composição bromatológica
Matéria seca (%) 86,2 86,6 87,4 85,8
Matéria orgânica2 94,4 94,3 94,3 93,7
Matéria mineral2 5,6 5,7 5,7 6,3
Proteína bruta2 16,7 16,7 16,5 16,7
Extrato etéreo2 2,8 2,3 2,0 2,2
FDN2 59,1 59,5 57,1 57,9
FDA2 31,4 33,1 31,8 32,4
FDNcp2 43,1 43,5 41,7 40,6
FDNi2 15,1 17,0 16,9 18,0
Lignina2 3,8 5,7 4,4 6,1
NIDN3 12,1 12,8 12,3 12,7
NIDA3 3,4 4,7 4,7 4,6
Carboidratos totais2 75,0 75,3 78,1 74,8
Carboidratos não fibrosos2 31,8 47,9 36,3 34,1
1Composição do suplemento mineral (Quantidade/ kg do suplemento): Cálcio - 155 g; Fósforo - 65 g;
Sódio - 155 g; Enxofre - 12 g; Magnésio - 6 g; Cobre - 100 mg; Cobalto - 175 mg; Ferro - 1.000 mg; Iodo
- 175 mg; Manganês - 1.400 mg; Selênio - 27; mg; Zinco - 6.000 mg; Níquel - 42 mg; Flúor - 650 mg.
FDN: fibra em detergente neutro; FDA: fibra em detergente ácido; NIDN: nitrogênio insolúvel em
detergente neutro; NIDA: nitrogênio insolúvel em detergente ácido; FDNi: fibra em detergente neutro
indigestível; FDNcp: fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína. 2Valores em
porcentagem da matéria seca. 3Valores em porcentagem do Nitrogênio total (%NT).
57
Para as análises de fibra em detergente neutro (FDN), as amostras foram tratadas
com alfa-amilase termoestável, sem o uso de sulfito de sódio e corrigidas para cinzas
residuais (MERTENS, 2002). A FDN e FDA foram corrigidas para os compostos
nitrogenados e estimativa dos conteúdos de compostos nitrogenados insolúveis nos
detergentes neutro (NIDN) e ácido (NIDA) (LICITRA et al., 1996). O teor de fibra em
detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp) foi obtido segundo Licitra et
al. (1996) e Mertens (2002). A lignina foi obtida de acordo com Detmann et al. (2012),
com o resíduo do FDA tratado com ácido sulfúrico a 72%.
O teor de carboidratos totais (CT) foi calculado segundo as equações propostas
por Sniffen et al. (1992), em que CT = 100 - (%PB + %EE + %Cinzas) e os
carboidratos não fibrosos (CNF) pela fórmula CNF = CT - FDNcp.
O teor de carboidrato não fibroso corrigido para cinza e proteína (CNFcp) foi
calculado em adaptação ao proposto por Hall (2003), sendo: CNFcp = (100 - %FDNcp -
%PB - %EE - %cinza).
O teor de nutrientes digestíveis totais (NDT) foi determinado segundo o sistema
desenvolvido pela Universidade de Cornell (SNIFFEN et al., 1992) onde, NDT (%) =
(PBDigestível) + FDNcpDigestível) + 2,25 x (EEDigestível) + (CNFDigestível), em
que PBD, EED, FDNcp e CNFD significam, respectivamente, proteína bruta digestível,
extrato etéreo digestível, fibra em detergente neutro (isenta de cinzas e proteína)
digestível e carboidratos não-fibrosos digestíveis.
O consumo de nutrientes foi calculado pela diferença entre a quantidade de
nutriente presente nos alimentos fornecidos e a quantidade do nutriente nas sobras, de
acordo com a seguinte fórmula: Consumo (kg) = nutriente ingerido - nutriente nas
sobras. Determinou - se a conversão alimentar (CA) por meio da relação entre o
consumo médio de matéria seca (CMS) e o ganho médio diário (GMD).
3.6 Abate dos cordeiros e avaliações na carcaça
Ao final do período de confinamento os cordeiros foram pesados para obtenção
do peso corporal final (kg) e mantidos em jejum de alimento sólido e dieta hídrica por
16h, antes dos procedimentos de abate, onde uma nova pesagem foi realizada.
O abate foi realizado de acordo com as normas do Regulamento da Inspeção
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal-RIISPOA (BRASIL, 2008) na
58
UECO-Unidade Experimental de Caprinos e Ovinos, Campus Juvino Oliveira, UESB,
Itapetinga-BA.
Os animais foram submetidos ao abate pelo método de insensibilização por
concussão cerebral e corte da veia jugular e artéria carótida, com o sangue recolhido em
recipiente e procedeu-se sua pesagem. Seguido do abate, os animais foram esfolados e
eviscerados com posterior retirada das patas, cabeça e testículos, onde foi obtido o peso
da carcaça quente (PCQ) em quilograma. As carcaças foram conduzidas à câmara de
resfriamento, à temperatura de 4ºC, onde permaneceram por 24h, e ao fim desse período
obteve-se o peso da carcaça fria (PCF) em quilograma.
Na meia carcaça esquerda, no músculo Longissimus lomborum na altura das 11ª
e 13ª vertebras torácicas foram realizadas as medidas de pH (potencial hidrogeniônico)
com o auxílio de um peagâmetro digital portátil (DM20, Digimed), dotado de eletrodo
de inserção e de resolução de 0,01 unidades de pH, o qual foi previamente calibrado
com soluções padrão de pH 4,0 e 7,0. Para a verificação das medidas de pH realizou-se
uma pequena incisão muscular para facilitar a introdução do eletrodo de vidro. A
tomada do valor de pH foi feita por cerca de 30 segundos, até alcançar a estabilização
do valor, sendo realizada três leituras por carcaça, nos seguintes horários: 0, 1, 2, 3, 4, 6,
8, 10, 13, 16, 20 e 24 horas post mortem. Nos mesmos intervalos de tempo a
temperatura da carcaça (interna e externa), temperatura e umidade relativa do ar da
câmara fria foram mensuradas. A verificação da temperatura interna da carcaça foi
realizada por meio de um termômetro de inserção digital e para a mensuração da
temperatura externa da carcaça usou-se um termômetro de superfície. A temperatura e a
umidade relativa do ar da câmara fria foram medidas por meio de um termo-higrômetro
digital. Calculou-se também o pH onset, ou seja, o pH no momento do início do rigor
mortis, de acordo com Bate-Smith & Bendall (1949) seguindo a equação: pHonset = 0,76
(pHfinal + 2,2).
3.7 Obtenção das meias carcaças, cortes e músculos
Após a saída das carcaças da câmara fria, onde permaneceram pelo período de
24 h, retirou-se o pescoço, a cauda com um corte entre a última vértebra sacral e a
primeira vértebra coccígena. Então, mediante corte longitudinal na carcaça, obtiveram-
se metades aproximadamente simétricas, o peso da ½ carcaça direita (PMCD) e o peso
da ½ carcaça esquerda (PMCE).
59
As meias carcaças esquerdas foram subdivididas em cinco regiões anatômicas
ou cortes comerciais: perna, paleta, lombo, costeleta e costela/fralda, de acordo com
Santos et al. (2001), compreendendo as seguintes bases anatômicas:
Perna: compreendeu a região sacral e os seguintes seguimentos anatômicos do
membro pélvico: cíngulo pélvico e perna. Seccionou-se ao nível da articulação
da última vértebra lombar e primeira sacral e ao nível da posição mediana dos
ossos do tarso. Obteve-se por um corte transversal, que passou entre a
articulação da última vértebra lombar e a primeira sacral, seccionando o
ligamento superespinhoso lombo sacro, ligamento interespinhoso e ligamento
longitudinal ventral e dorsal, terminando aproximadamente na aponeurose, que
une o músculo recto do abdômen (M. rectus abdominis) com a porção carnosa
do obliquo interno do abdômen (M. obliquus internus);
Paleta: as regiões anatômicas que compreenderam este corte foram o cíngulo
escapular e braço antebraço. A base óssea foi formada pela escápula, úmero,
rádio e ossos do carpo. O corte foi obtido mediante secção da região axilar, dos
músculos que unem a escápula e o úmero na parte ventral do tórax. Depois,
contornou-se a escápula, seccionando os músculos braquiocefálico, omo
transversal, trapézio cervical e serrato cervical, pela parte superior, e trapézio
torácico e romboides, pela parte posterior do tronco;
Lombo: fez-se um corte entre a última vértebra torácica e a primeira lombar e
outro entre a última lombar e a primeira sacral;
Costeleta: compreendeu a região localizada entre a 1ª a 13ª vértebra torácica,
junto com aproximadamente 1/3 dorsal do corpo das costelas correspondentes;
Costela/Fralda: compreende a região anatômica da parede abdominal e metade
ventral da torácica. Sua base óssea foi metade correspondente do esterno cortado
sagitalmente, a 2/3 ventral das oito primeiras costelas e 2/3 ventral das cinco
restantes. Esse corte foi obtido através de um corte aproximadamente paralelo à
coluna vertebral, partindo desde a prega inguinal e acabando no cordão
testicular. Termina no vértice da cartilagem do manúbrio esternal ou na
articulação da primeira costela com a primeira esternébra.
60
Os cortes comerciais foram pesados, acondicionados em sacos plásticos,
identificados e mantidos em freezer, a uma temperatura de -10ºC, para posterior
dissecação e obtenção da porção comestível (músculo e gorduras) de cada corte.
Da meia carcaça direita o músculo Longissimus lumborum foi retirado das
vértebras lombares e torácicas; e da perna retirou-se o Biceps femoris. Em seguida fez-
se a pesagem, identificação, embalagem (uma camada de papel filme e outra de papel
alumínio), armazenagem em sacos plásticos e acondicionados em freezer (temperatura
de -10°C), para posterior realização das análises.
3.8 Composição química dos cortes e músculos
Os cortes e músculos das carcaças foram retirados do freezer e mantidos sob
refrigeração por 12 horas antes de ser iniciada sua manipulação para realização das
distintas análises. A dissecação dos cortes foi realizada após o descongelamento dos
mesmos, com auxílio de bisturi, pinça e faca onde separou-se o tecido adiposo,
muscular (total de músculos dissecados, após a remoção completa de toda a gordura
subcutânea e intermuscular aderida), ósseo (dissecados após a remoção completa de
todo o músculo e gordura subcutânea e intermuscular aderida) e outros tecidos. A
porção comestível (músculo e gordura) dos cortes da carcaça foi moída, amostrada,
colocada em recipientes plásticos, identificadas e congeladas a temperatura de -10ºC e
posteriormente realizou-se a determinação da composição centesimal.
A análise dos componentes químicos (umidade, matéria mineral, proteína bruta e
gordura) foi realizada no Laboratório de Análise da Unidade Experimental de Caprinos
e Ovinos da UESB.
Para a determinação da umidade pesou-se aproximadamente 2 g de carne,
adicionados em cadinhos e levados a estufa sem circulação de ar a uma temperatura de
100 a 105°C por 2 h. Posteriormente, foram retirados, colocados em dessecador e
submetidos a uma nova pesagem. As amostras foram levadas a estufa por períodos de
30 minutos até obtenção de peso constante, onde se calculou o teor de umidade nas
amostras (AOAC, 2010).
De acordo com o método gravimétrico 923.03 da AOAC (2010) com calcinação
a 550ºC, pelo tempo de 6 h, em forno mufla (MA 102, Marconi), determinou-se a
matéria mineral. Cerca de 2 g de amostra da carne foram colocadas em cadinhos,
61
levados ao forno mufla, para sua queima e em seguida, colocados no dessecador até
peso constante, seguidos por uma nova pesagem.
A proteína bruta foi analisada segundo o método Micro-Kjeldahl (procedimento
920.87) da AOAC (2010), que se baseia na quantificação do nitrogênio total e pelo fator
de conversão de 6,25 determina-se o valor da proteína bruta.
O extrato etéreo foi determinado por meio da extração com o aparelho Soxhlet,
onde foram utilizadas de 1,0 a 2,0 g de amostra na matéria natural de acordo com Silva
& Queiroz (2002).
Através do valor energético dos compostos orgânicos, que de acordo com
Nelson & Cox (2002) cerca de 1 g de gordura fornece 9 kcal de energia, obteve-se o
valor de energia, que foi calculado considerando a quantidade de gordura (extrato
etéreo) multiplicada pela quantidade de calorias presente em 1 g de gordura, onde
determinou-se assim a energia presente nos cortes.
Em relação aos músculos a determinação da composição química (umidade,
proteína bruta e matéria mineral) foi realizada de acordo com a AOAC (2010), como
descrito anteriormente.
A análise de lipídio total nos músculos foi feita de acordo com a metodologia de
Folch, Lees & Stanley (1957), onde inicialmente descongelou-se a carne e pesou-se
uma amostra de 10 g. Essa foi colocada em um béquer de 250 mL, adicionou-se 25 mL
de metanol em seguida agitou-se por um tempo de 5 minutos. Ao fim desse tempo 50
mL de clorofórmio foram adicionadas e procedeu-se uma nova agitação (10 minutos).
Filtrou-se essa mistura em um funil de Buchner, reservando-se o resíduo líquido
presente no kitassato e o resíduo sólido (presente sobre o papel filtro) foi levado ao
béquer e adicionado 30 mL da mistura de clorofórmio e metanol (proporção de 2:1),
sendo agitado por 5 minutos. Ao final desse tempo adicionou-se 45 mL de água
destilada e realizou-se uma nova agitação (5 minutos) e em seguida a filtração da
mistura. O filtrado resultante (composto por clorofórmio: metanol: água - 2: 1: 0,75) foi
colocado em funil de separação (250 mL) até a separação completa das fases, onde
transferiu-se a fase CHCL3 + gordura para um balão de fundo chato (250 mL), o qual
foi pesado anteriormente. O balão seguiu para o evaporador rotativo para a evaporação
completa do clorofórmio a uma temperatura de 33-34°C. Após a evaporação do
clorofórmio removeu-se o balão e ao atingir a temperatura próxima a do ambiente fez-se
sua pesagem. Por diferença determinou-se a quantidade de lipídios totais.
62
Adicionalmente, determinou-se o valor energético presente nos músculos com
base na quantidade de lipídio total (NELSON & COX, 2002).
A quantificação do colesterol foi realizada nos cortes (costela/fralda, costeleta,
lombo, paleta e perna) e músculos (Longissimus lumborum e Biceps femoris) dos
cordeiros. Essa análise é composta pelas etapas de extração e leitura da quantidade de
colesterol e óxidos presentes, e foi realizada por meio da saponificação (direta) com
posterior extração utilizando o hexano, de acordo com Saldanha et al. (2004), com
modificações no tipo e tempo da saponificação baseadas em Saldanha et al. (2006). Para
tanto foram pesadas 2,0 g da amostra processada e colocada em tubo com tampa
rosqueável, onde foram adicionas 4,0 mL de solução aquosa a 50% (p/v) de hidróxido
de potássio (KOH) e 6,0 mL de álcool etílico P.A., agitando-o em vortex por 1 minuto,
colocado em repouso, num ambiente sem incidência de luz (local escuro) e a
temperatura ambiente, por um período de 22 h, para que a reação de saponificação se
completasse. Após esse período adicionou-se 5,0 mL de água destilada e 10 mL de
hexano P.A., seguido por agitação em vortex por 5 minutos. Aguardou-se a completa
separação das fases onde se coletou a fase hexânica. A fase hexânica foi transferida para
um balão e levada para o evaporador rotativo, para a evaporação em temperatura
ambiente e o resíduo contido no balão foi diluído em 2,5 mL de fase móvel (uma
mistura dos solventes acetonitrila:isopropanol, na proporção de 85:15; grau de pureza
cromatográfico) e filtrado com o auxílio de filtro e seringa. O filtrado foi armazenado
em tubo tipo Eppendorf e mantido em congelação até sua respectiva análise por
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). Foram injetados 20 μL no
cromatógrafo líquido com injetor automático (SIL-10AF-Shimadzu Auto Sampler),
acoplado a um detector de arranjo de fotodiodos a 202 nm, com uma coluna de fase
reversa C18 (250 x 4,6 mm), com tamanho de partículas de 5 µm. A fase móvel
utilizada foi acetonitrila /isopropanol (85:15 v/v), em modo isocrático, com vazão
constante de 2,0 mL/min. A coluna foi mantida a uma temperatura de 35ºC e os
cromatogramas analisados por meio de “software” específico, pertencente ao Centro de
Análises Cromatográficas (CEACROM) da UESB, campus de Itapetinga-BA.
3.9. Determinação dos parâmetros físico-químicos
Os músculos coletados foram descongelados sob refrigeração (5°C), por cerca de
12 h, e expostos à luz natural e a mistura de gases atmosféricos por um período prévio
63
de 30 minutos, objetivando que estes retornassem a sua cor natural, mantidos sob uma
placa de polietileno e em ambiente com baixa luminosidade (INSTITUTO ADOLFO
LUTZ, 1985), onde em seguida realizou-se a determinação da cor por meio da
colorimetria, utilizando o colorímetro (Miniscan EZ-4500, Hunterlab). Os valores da
cor foram expressos por meio do sistema CIE (Comissão Internacional de Iluminação)
L*a*b*, que possui escala uniforme, em que L* mede luminosidade que varia de 0
(preto puro) a 100 (branco puro); a* (tonalidade), mede a variação de vermelho para
verde; e b* (saturação) mede a variação de amarelo ao azul; e pelo sistema CIE L*c*h*
que numericamente descreve a cor tridimensional em luminosidade (L*), saturação (c*)
e tonalidade (h*) (RAMOS & GOMIDE, 2007). Para tanto o colorímetro foi
posicionado perpendicularmente sobre a superfície muscular e feita três leituras em cada
unidade amostral. Calculou-se o teor de mioglobina através da razão a*/b* (OLIVO,
1999).
Após a determinação da cor, retirou-se uma subamostra dos músculos, as quais
foram trituradas em processador e mantidas congeladas até a realização das análises
físico-químicas, como forma de evitar os danos causados pelo descongelamento e
recongelamento das amostras.
Através do uso de uma centrífuga procedeu-se a análise de capacidade de
retenção de água (CRA), onde 1,0 g de amostra moída da carne foi pesada em papel
filtro, esta foi colocada em tubo de polietileno com tampa rosqueável, levada para
centrifugação por um período de 4 minutos a 1500 rpm, e em seguida colocada para
secar em estufa a 70ºC durante 12 h. Após este período as amostras foram retiradas da
estufa e em seguida foram pesadas. A capacidade de retenção de água foi determinada
pela diferença entre o peso da amostra centrifugada e o peso da amostra seca, dividida
pelo peso inicial (antes da centrifugação) com o valor sendo expresso em porcentagem,
segundo Nakamura & Katoh (1985).
A determinação do pH foi realizada pelo uso de um peagâmetro de bancada
(0400MT, Quimis), onde uma amostra de cerca de 50 g de carne moída juntamente com
10 mL de água destilada foi colocada em becker e sua homogeneização em Turrax (MA
385/3, Marconi) e em seguida fez-se a leitura com a inserção do eletrodo (três leituras
por amostra). Previamente a análise calibrou-se o peagâmetro em solução tampão de pH
7,00. Entre as leituras de cada amostra o eletrodo foi limpo com solução de cloreto de
64
potássio e em seguida lavado com água destilada (INSTITUTO ADOLFO LUTZ,
1985).
Para a perda de peso por cocção (PPC) seguiu-se a metodologia descrita por
Johnson et al. (1989), onde cortaram-se duas amostras do músculo, com espessura
aproximada de 2,5 cm, estas que foram pesadas em balança semi-analítica (B-TEC-
2109, Tecnal), envoltas em papel alumínio e colocadas sob cocção em uma chapa
aquecedora (0313F21, Quimis) a uma temperatura de 150°C. Foram viradas ao
atingirem 35ºC e mantidas na chapa, até atingirem a temperatura interna de 72ºC. O
monitoramento da temperatura interna foi realizado com auxílio de um termômetro
digital (Termopar). Na sequência, amostras foram mantidas em temperatura ambiente
para seu resfriamento, seguido pela sua pesagem. Através da diferença entre o peso
inicial e peso final de cada amostra calculou-se a perda de peso por cocção (AMSA,
1978).
A textura objetiva (força de cisalhamento) dos músculos foi determinada através
do uso de um texturômetro (CT3 Texture Analyser Brookfield, Braseq) com lâmina
Warner Bratzler, considerando a escala de 0 a 10 kgf/segundo e velocidade entre 5 a 10
milímetros/segundo (JOHNSON et al., 1989). Para tanto as amostras oriundas da
determinação da perda de peso por cocção foram utilizadas.
3.10 Análise estatística
O consumo de nutrientes, desempenho, características de carcaça, componentes
químicos dos cortes (costela/frauda, costeleta, lombo, paleta e perna), parâmetros físico-
químicos e a composição química do Longissimus lumborum e do Biceps femoris dos
cordeiros Dorper x Santa Inês, foram analisados por meio de parcela subdividida no
espaço. Para a análise dos distintos cortes as parcelas foram constituídas pelos cortes e o
espaço, a carcaça. Enquanto que no estudo dos músculos a parcela consistia dos
músculos e o espaço, a carcaça. O declínio de pH e da temperatura da carcaça foi
avaliado através de parcela subdividida no tempo. Procedeu-se a comparação entre as
médias através do Teste de Tukey, adotando-se o nível de significância de 5%.
Realizou-se o estudo de correlação de Pearson entre o pH, temperatura (interna e
externa da carcaça; da câmara fria) e umidade relativa da câmara fria.
Os procedimentos estatísticos utilizados foram o PROC GLM e PROC CORR
do programa Statistical Analyses System (SAS, 2001).
65
IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Consumo de nutrientes e desempenho dos cordeiros
As dietas contendo em sua composição os alimentos alternativos (caroço de
algodão, farelo de girassol e torta de mamona) e fornecidas aos cordeiros Dorper x
Santa Inês não influenciaram o consumo de matéria seca, matéria orgânica, fibra em
detergente neutro, fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína, fibra em
detergente ácido, carboidratos não fibrosos e de nutrientes digestíveis; porém
modificaram o consumo de proteína bruta (p<0,0001) e de extrato etéreo (p=0,0093)
expresso em quilograma por dia. A ingestão de matéria seca (p=0,0009), matéria
orgânica (p=0,0011), proteína bruta (p=0,0028), extrato etéreo (p<0,0001) em função do
peso corporal metabólico (g/kg0,75) foram alterados pelas distintas dietas (Tabela 3). Já o
consumo de matéria seca (p=0,0017) e de fibra em detergente neutro (p=0,0040) em
função do peso corporal dos cordeiros foi influenciado pelo tipo de dieta (Tabela 3).
O consumo de matéria seca apresentado pelos cordeiros foi de 1,12 kg/dia (valor
médio) próximo ao recomendado pelo NRC (2007) para esta categoria animal, que deve
ser em torno de 1,05 kg/dia. O fornecimento da dieta controle e as que continham os
alimentos alternativos proporcionaram aos cordeiros consumo de matéria seca adequado
e sem prejuízos à ingestão em função da participação desses alimentos na elaboração
das dietas. Esta característica é determinante no aporte de nutrientes necessários para o
atendimento das exigências de mantença e ganho de peso dos animais, com efeito sobre
o desempenho dos ovinos (SNIFFEN et al., 1993).
Cunha et al. (2008) avaliaram a utilização de dietas contendo níveis crescentes
de caroço de algodão integral foram formuladas com a inclusão de níveis crescentes de
caroço de algodão (0; 20; 30 e 40% da matéria seca) sobre o consumo dos nutrientes de
ovinos Santa Inês e verificaram que os cordeiros consumiram 1,23 kg de matéria seca,
quando a dieta continha 20% de caroço de algodão integral.
Medeiros et al. (2003) estudaram durante a fase de recria e terminação, a
substituição do farelo de soja por farelo de girassol para cordeiros Santa Inês
confinados, utilizando como o feno de capim elefante como alimento volumoso e
verificaram que estes consumiram 1,20 e 1,18 kg/dia de matéria seca, quando essa
substituição foi de 33% e 66%, respectivamente. Já, Menezes et al. (2009) em pesquisa
avaliando a substituição do farelo de soja pela torta de mamona, para carneiros,
66
castrados, sem raça definida, observaram que os animais consumiram o valor médio de
0,94 kg/dia de matéria seca, para o nível de substituição de 45%.
O consumo de matéria seca quando expresso em função do peso corporal (%PC)
e do peso metabólico (g/kg0,75) apresentou-se maior, com valores de 4,50%PC e 102,47
g/kg0,75, respectivamente, para os cordeiros que receberam a dieta contendo torta de
mamona. O aumento no consumo de matéria seca pode ter sido favorecido pelo maior
peso e capacidade gastrointestinal desses animais, em virtude do maior requerimento
energético para sua mantença; e pela composição nutricional da dieta, neste caso a
menor quantidade de FDNcp. A concentração de fibra em detergente neutro na dieta
está negativamente correlacionada com o consumo de matéria seca em razão da
fermentação mais lenta e de maior tempo de permanência no rúmen (MACEDO
JÚNIOR et al., 2007).
Pompeu (2009) ao avaliar o efeito de diferentes níveis de substituição do farelo
de soja pela torta de mamona detoxificada em rações, sobre o consumo de nutrientes de
ovinos mestiços de Morada Nova encontrou valores de consumo de matéria seca
correspondentes a 86,84 e 85,05 g/kg0,75, ao substituir em 33 e 67% o farelo de soja por
torta de mamona.
Cunha et al. (2008) avaliaram a influência de dietas contendo níveis de caroço
de algodão (0; 20; 30 e 40%), com base na matéria seca, sobre o consumo de matéria
seca de ovinos Santa Inês e verificaram valor médio de 100,00 g/kg0,75. Enquanto que
Silva (2012) pesquisando o uso de farelo de girassol em substituição ao milho e ao
farelo de soja no concentrado da dieta de cordeiros sem padrão racial definido
encontrou consumo de matéria seca equivalente a 78,27 e 81,89 g/kg0,75, quando a
participação deste ingrediente no concentrado foi de 30 e 45%, respectivamente.
A respeito da matéria orgânica em função do peso metabólico, o maior consumo
apresentado pelos cordeiros foi proporcionado pela dieta com a torta de mamona (96,30
g/kg0,75) o que foi possível devido ao maior consumo de matéria seca apresentado por
estes animais.
O consumo de proteína bruta foi menor quando os cordeiros receberam à dieta
formulada com farelo de girassol (0,23 kg/dia e 18,71 g/kg0,75) onde a seleção para este
nutriente por parte dos cordeiros foi menor (20,90 %CMS) (Tabela 3).
67
Tabela 3. Consumo de nutrientes e desempenho de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a
dietas contendo diferentes alimentos alternativos.
Variáveis
Dieta
Média geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
CMS(kg/dia) 1,08 1,07 1,10 1,26 1,12 0,0384 0,2562
CMS(%PC) 3,93b 3,65b 3,90b 4,50a 4,00 0,0872 0,0017
CMS(g/kg0,75
) 89,61b 84,74b 89,50b 102,47a 91,58 1,8963 0,0009
CMO(kg/dia) 1,02 1,01 1,04 1,19 1,06 0,0359 0,2840
CMO(g/kg0,75
) 84,90b 80,13b 84,83b 96,30a 86,54 1,7328 0,0011
CPB(kg/dia) 0,28a 0,27a 0,23b 0,29a 0,27 0,0058 <0,0001
CPB(g/kg0,75
) 23,60a 21,97ab 18,71b 23,76a 22,01 0,6137 0,0028
CPB(%CMS) 25,92a 25,23a 20,90b 23,01ab 23,77 0,0737 0,0132
CEE(kg/dia) 0,03a 0,02ab 0,02b 0,03ab 0,03 0,0014 0,0093
CEE(g/kg0,75
) 2,80a 1,97c 1,83c 2,40b 2,25 0,0930 <0,0001
CEE(%CMS) 2,78a 1,87b 1,82c 2,38b 2,21 0,0931 <0,0001
CFDN(kg/dia) 0,60 0,60 0,58 0,68 0,61 0,0204 0,3193
CFDN(%PC) 2,16ab 2,02b 2,04b 2,40a 2,15 0,0455 0,0040
CFDA(kg/dia) 0,30 0,32 0,31 0,37 0,33 0,0116 0,1055
CFDNcp(kg/dia) 0,42 0,42 0,42 0,46 0,43 0,0135 0,6495
CCNF(kg/dia) 0,36 0,37 0,43 0,46 0,40 0,0155 0,0563
NDT(kg/dia) 0,62 0,71 0,67 0,81 0,70 0,0296 0,0934
PVI(kg) 19,60 19,60 21,92 19,20 20,08 0,5540 0,3002
PVF(kg) 34,26b 35,67ab 35,90ab 38,51a 36,08 0,5686 0,0473
GPT(kg) 14,85ab 16,08ab 13,97b 19,31a 16,05 0,6939 0,0206
GMD(g) 161,60ab 174,60ab 151,80b 209,80a 174,45 0,0075 0,0206
CA 6,53 6,27 7,26 6,09 6,54 0,2397 0,3519
CMS - consumo de matéria seca; CMO - consumo de matéria orgânica; CPB - consumo de proteína bruta; CEE -
consumo de extrato etéreo; CFDN - consumo de fibra em detergente neutro; CFDNcp - consumo de fibra em
detergente neutro corrigida para cinzas e proteínas; CFDA - consumo de fibra em detergente ácido; CCT -
consumo de carboidratos totais; CCNFcp - consumo de carboidrato não fibroso corrigido para cinzas e proteínas;
CNDT - consumo de nutrientes digestíveis totais; PVF - peso vivo final; GPT - ganho de peso total; GMD -
ganho médio diário; CA - conversão alimentar.
Média, na linha, seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey.
Epm - erro padrão da média; Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20.
68
Segundo o NRC (2007) cordeiros de 20 a 30 kg de peso corporal exigem cerca
de 0,167 kg/dia de proteína bruta, para ganho de peso médio diário de 200 g, logo as
dietas fornecidas supriram esta exigência.
O valor verificado para o consumo de proteína bruta dos animais ao receberem a
dieta formulada com farelo de girassol está de acordo com Castro (2012) que observou
a ingestão de 0,22 a 0,29 kg de proteína por dia quando utilizou farelo de girassol na
dieta para cordeiros em terminação.
As dietas contendo caroço de algodão e a torta de mamona proporcionaram
ingestão superior à verificada por Cunha et al. (2008) ao avaliaram o efeito de dietas
com caroço de algodão integral (Gossypium hirsutum L.) sobre o consumo dos
nutrientes de ovinos Santa Inês, que ingeriram 0,18 kg de proteína bruta, quando a dieta
continha 20% de caroço de algodão integral na matéria seca da dieta; e por Costa (2010)
que em seu estudo, os ovinos tiveram a ingestão de proteína bruta modificada em
função do nível de substituição parcial do farelo de soja pela torta de mamona, e ao
nível de substituição de 45% o consumo de proteína bruta dos cordeiros foi de 0,15
kg/dia.
Os ovinos ao receberem a dieta controle apresentaram maior ingestão de extrato
etéreo (0,03 kg/dia e 2,80 g/kg0,75) em função da maior seleção para este nutriente
apresentada pelos animais (1,82 %CMS) (Tabela 3).
O consumo de fibra em detergente neutro expresso em função do peso corporal
(percentual) apresentou-se superior para os cordeiros alimentados com a dieta
formulada com a torta de mamona, com valor de 2,40%, seguindo o comportamento do
consumo da matéria seca (%PC), que também foi maior.
A utilização de diferentes alimentos alternativos na composição das dietas dos
cordeiros proporcionaram modificações em seu peso vivo final (p=0,0473), ganho de
peso total (p=0,0206) e ganho médio diário (p=0,0206) (Tabela 3). Os animais
submetidos à dieta contendo torta de mamona apresentaram maior peso vivo final
(38,51 kg), ganho de peso total (19,31 kg) e ganho médio diário (209,80 g), essa dieta
foi a que favoreceu ao maior consumo de matéria seca expresso em função do peso
corporal e metabólico, bem como em quilograma por dia (valor absoluto). Considerando
que o desempenho animal em parte se dá em função da ingestão de matéria seca, o
maior consumo permitiu superior peso corporal e ganho de peso, estando relacionado
69
com o teor de nutrientes disponível, e, portanto com o atendimento das exigências para
mantença e ganho.
A dieta contendo a torta de mamona atendeu as exigências nutricionais dos
cordeiros para ganho de peso de 200 g/dia, valor inicialmente considerado na
elaboração das dietas estudadas. Caso fosse estabelecido um peso para abate, esses
animais o alcançariam em menor tempo e o abate seria em momento anterior ao dos
animais que receberam as dietas controle e as formuladas com o caroço de algodão e o
farelo de girassol, diminuindo dessa forma o tempo de confinamento e com possível
efeito positivo sobre o custo de produção.
Pesquisas avaliando o desempenho de ovinos ao serem alimentados com torta de
mamona mostram ganhos de peso diário de 130 a 160 g para cordeiros Morada Nova x
Sem padrão racial definido (POMPEU et al., 2012) e entre 161 a 212 g para ovinos
mestiços de Morada Nova (GOMES et al., 2012).
Nas condições apresentadas, os alimentos alternativos usados na composição das
dietas para cordeiros Dorper x Santa Inês podem ser usados nos sistemas de produção
sem a ocorrência de prejuízos a ingestão de nutrientes. Destaque para a dieta contendo a
torta de mamona que proporcionou aos cordeiros maior desempenho em termos de peso
vivo final, ganho de peso total e médio diário.
70
4.2 Características de carcaça dos cordeiros
Na avaliação da carcaça dos cordeiros verificou-se que as dietas contendo
diferentes alimentos alternativos influenciaram o peso da carcaça quente (p=0,0286),
porém sem modificar o peso da carcaça fria e da meia carcaça dos animais (Tabela 4).
Os cordeiros alimentados com a dieta contendo a torta de mamona
apresentaram maior peso da carcaça quente (19,36 kg), seguindo o mesmo
comportamento do peso vivo final, o que se dá em função da relação direta que há entre
essas características.
Xavier (2012) verificou o efeito da utilização de fontes alternativas de
proteína ao farelo de soja sobre o peso de carcaça quente de ovinos Sem Padrão Racial
Definido. Estes ao consumirem dieta com a torta de mamona apresentaram peso da
carcaça quente de 13,59 kg, porém foi inferior ao dos animais alimentados com a dieta
contendo o farelo de soja.
Pompeu et al. (2012) observaram que o uso de rações contendo torta de
mamona detoxificada em substituição ao farelo de soja não afetaram o peso da carcaça
quente de ovinos mestiços de Morada Nova, e alcançou valor médio de 13,40 kg. Os
autores atribuíram esse resultado ao critério de peso estabelecido para abate (cerca de 30
kg) e também a lei da harmonia anatômica. Esse comportamento também foi encontrado
por Bernardes et al. (2009) onde o peso da carcaça quente de ovinos mestiços Morada
Nova x Sem Padrão Racial Definido foi de 13,38 kg; e por Gomes et al. (2012), que
verificaram em ovinos Morada Nova peso de carcaça quente de 13,57 kg.
Entre os cortes avaliados o peso (kg) da perna (p=0,0271) foi modificado em
função da dieta consumida pelos ovinos, sem nenhum efeito sobre o peso da
costela/fralda, costeleta, lombo e paleta (Tabela 4). Ademais, a diferença verificada para
o peso da carcaça quente proporcionada pelas dietas foi impressa apenas no peso da
perna. De acordo com Menezes et al. (2008) o peso da carcaça quente é altamente
correlacionado com o peso do corte pernil.
O fornecimento da dieta contendo a torta de mamona aos cordeiros permitiu a
expressão de maior peso de perna (2,47 kg), corte que representa grande parte do peso
da meia carcaça. Esse corte é caracterizado como nobre devido à quantidade de tecido
muscular presente (SANTOS et al., 2008) compondo grande parte da porção comestível
da carne, o que mostra a importância econômica desse corte para o ovinocultor.
71
Tabela 4. Avaliação da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo diferentes alimentos alternativos.
Variáveis
Dieta
Média geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Peso da carcaça quente(kg) 16,61b 16,90ab 17,27ab 19,36a 17,53 0,381 0,0286
Peso da carcaça fria(kg) 16,01 16,40 16,72 18,20 16,83 0,319 0,0648
Peso da meia carcaça(kg) 7,20 7,57 7,55 8,16 7,62 0,139 0,0908
Costela/fralda(kg) 1,57 1,67 1,71 2,10 1,76 0,076 0,0523
Costeleta(kg) 1,30 1,37 1,25 1,37 1,32 0,037 0,6349
Lombo(kg) 0,50 0,58 0,57 0,70 0,59 0,034 0,2625
Paleta(kg) 1,11 1,06 1,12 1,23 1,13 0,028 0,2225
Perna (kg) 2,01b 2,20ab 2,10ab 2,47a 2,19 0,060 0,0271
Longissimus lumborum(kg) 0,45 0,40 0,45 0,50 0,45 0,013 0,0662
Biceps femoris(kg) 0,37ab 0,36ab 0,35ab 0,42a 0,37 0,011 0,0447
Média, na linha, seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20.
72
O peso do músculo Longissimus lumborum não foi alterado pela dieta
(p=0,0662), porém com efeito sobre o peso do Biceps femoris (p=0,0447) dos cordeiros
(Tabela 4). O Longissimus lumborum e o Biceps femoris compõem os cortes lombo e
perna, respectivamente, e apresentaram o mesmo comportamento observado na análise
de peso dos cortes, onde os cordeiros submetidos a dietas com a presença de torta de
mamona apresentaram maior peso para o Biceps femoris (0,37 kg), enquanto que para o
Longissimus lumborum (média de 0,45 kg) a dieta não promoveu modificações. O que
pode ser relacionado com a lei da harmonia anatômica (BOCCARD & DUMONT,
1960) citada por Siqueira et al. (2001), onde nas carcaças de pesos e quantidades de
gordura similares, quase todas as regiões corporais se encontram em proporções
semelhantes, qualquer que seja a conformação dos genótipos considerados, o que
refletiu no peso do Longissimus lumborum. Deve-se destacar que ambos os músculos
por constituírem importantes cortes da carcaça, a sua avaliação torna-se necessária e de
grande valia para os estudos de qualidade de carne.
Cruz (2013) ao avaliar o peso dos músculos da carcaça de cordeiros Dorper x
Santa Inês alimentados com silagens contendo diferentes componentes da algaroba, não
verificou influência da dieta sobre o peso do Longissimus lumborum e do Biceps
femoris, onde encontrou para o Longissimus lumborum e Biceps femoris o peso de 0,57
kg e 0,44 kg, respectivamente.
Os alimentos alternativos (caroço de algodão integral, farelo de girassol e
torta de mamona) proporcionam satisfatórios pesos de carcaça e de cortes, dessa forma
podem ser usados para compor a alimentação de cordeiros, representando uma opção
frente aos alimentos tradicionalmente utilizados.
73
4.3 Características do post mortem animal
Os cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos à dieta controle e as que continham
em sua composição distintos alimentos alternativos (caroço de algodão, farelo de
girassol e torta de mamona) apresentaram alteração no pH muscular (p<0,0001). As
diferentes horas de avaliação modificaram o pH do músculo Longissimus lumborum
(p<0,0001), porém não foi verificado efeito da interação dieta e hora (p=0,4521)
(Tabela 5).
Os cordeiros ao consumirem dieta com a torta de mamona apresentaram menor
pH (5,78), no período de 24 h. A dieta atua sobre o status nutricional do organismo
animal e propicia mudanças na composição química do corpo. Considerando que a
acidificação no músculo, no post mortem, se dá em parte pela degradação do glicogênio
armazenado, com participação da alimentação sobre o acumulo desse tipo de reserva
energética. Variações na concentração de íons hidrogênio são passiveis de ocorrer, o
que contribui para a ocorrência de mudanças no pH muscular, bem como a presença de
oxigênio nas fibras, sua maior reserva garante a produção de energia via mecanismo
aeróbio por maior tempo favorecendo ao maior pH.
Hopkins et al. (2001) ao avaliarem a qualidade da carne de cordeiros em
pastagem suplementados com volumoso, aveia ou aveia e farelo de girassol, verificaram
que as dietas utilizadas na alimentação dos cordeiros influenciaram no pH da carne,
confirmando o efeito da dieta sobre este parâmetro, como foi observado.
O valor médio do pH muscular dos cordeiros submetidos as distintas dietas
encontram-se entre os descritos por alguns autores ao avaliaram o efeito da dieta sobre o
pH da carne, por meio da análise muscular, com valores de 6,09 (Longissimus
lumborum) e 6,07 (Triceps brachii) em cordeiros Ile de France terminados em
confinamento recebendo dietas com diferentes níveis de concentrado (LEÃO et al.,
2012); 5,69 (Triceps brachii), nos cordeiros ½Ile de France x ½Santa Inês alimentados
com diferentes teores de concentrado na dieta (PINHEIRO et al., 2009); e de 5,75
(Semimembranosus), em cordeiros Morada Nova submetidos a dietas com diferentes
níveis de concentrado (ZEOLA et al., 2002).
Em seguida ao abate do animal mudanças de ordem fisiológica se iniciam, todas
são necessárias para a transformação de músculo em carne. Com a morte do animal, o
sistema circulatório deixa de atuar e o ácido lático produzido não pode ser eliminado,
74
esse acúmulo irá reduzir de maneira gradual o pH com o avançar do período post
mortem, como foi observado ao longo das horas de avaliação (Tabela 5).
Segundo Roça (2012) através da sangria encerra-se o suprimento de oxigênio
para o músculo, a partir daí o mecanismo anaeróbio é ativado, neste caso o ácido
pirúvico produzido não entra no ciclo de Krebs e na cadeia citocrômica para gerar ATP,
havendo formação de ácido lático, porém, nesse momento inicialmente são degradadas
as reservas de fosfocreatina, glicogênio e ATP, como resultado têm-se a produção de
prótons. Esses íons se acumulam no meio intracelular gerando o decréscimo do pH,
iniciando o processo de rigor mortis (SAVELL et al., 2005).
O efeito das diferentes horas de avaliação sobre o pH da carne também foi
encontrado por Costa et al. (2011a) ao avaliarem o processo de rigor mortis dos
músculos Triceps brachii e Semitendinosus de ovinos Santa Inês x Dorper em diversos
intervalos de tempo (4 h; 6 h; 8 h; 10 h; 12 h e 24 h) onde o pH diferiu nos intervalos de
tempo avaliados, semelhante ao comportamento observado no músculo dos cordeiros.
O pH inicial, logo após o abate (hora 0) apresentou valor de 6,88, próximo a
neutralidade, alcançando valor de 6,01 após o período de 1 hora. No animal vivo, o pH
se encontra em níveis fisiológicos, apresentando normalmente valores próximos a
neutralidade com decréscimo a partir do momento de abate (SMULDERS et al., 1992)
atingindo a faixa 6,56 a 6,69 aos 45 minutos pós-abate (SAÑUDO et al., 1992).
Para o pH final (24 h) da carne de cordeiros o valor médio encontrado neste
trabalho (5,71) está dentro do intervalo tido como normal para carne ovina segundo
Sañudo et al. (1992), que está entre 5,66 e 5,78.
O consumo das diferentes dietas por parte dos cordeiros permitiu adequado pH
do músculo no início do rigor mortis (rigor onset), sem efeito das dietas sobre essa
característica (p=0,7730) com valor médio de 6,02 (Figura 1).
Gomide et al. (2013) descreveram essa fase inicial do rigor mortis como sendo
rápida, com perda gradual da extensibilidade, e em condições normais se dá quando o
pH muscular se encontra próximo ao valor de 5,9; e portanto as dietas com a presença
dos alimentos alternativos proporcionaram nas carcaças dos cordeiros adequado pH no
rigor onset.
75
Tabela 5. Valores de pH mensurados no músculo Longissimus lumborum de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos
alternativos, em diferentes horas no post mortem animal.
Hora
Dieta
Média geral EPM
Pr > F
Controle Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona Dieta Hora Dieta x Hora
0 6,87 6,84 7,24 6,59 6,88A 0,1216
1 6,04 5,83 6,11 6,04 6,01B 0,0629
2 5,89 5,69 5,94 5,82 5,83BCDE 0,0497
3 6,06 5,68 5,95 5,63 5,83BCDE 0,0703
4 6,04 5,96 6,21 5,52 5,93BCD 0,1040
6 5,97 5,94 6,01 5,97 5,97BC 0,0531 <0,0001 <0,0001 0,4521
8 5,86 5,71 5,98 5,85 5,85BCDE 0,0551
10 5,64 5,58 5,81 5,68 5,67DE 0,0401
13 5,65 5,65 5,76 5,58 5,66E 0,0362
16 5,66 5,68 5,79 5,56 5,67DE 0,0419
20 5,65 5,70 5,81 5,61 5,69DE 0,0372
24 5,69 5,72 5,79 5,61 5,71CDE 0,0390
Média geral 5,92ab 5,83bc 6,03a 5,78c 0,0276
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no tempo.
N = 20
76
Figura 1. Valores de pH do Longissimus lumborum no início do processo de rigor mortis e
temperatura interna correspondente da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a
dietas contendo alimentos alternativos.
O rigor mortis teve início quando a temperatura da carcaça dos cordeiros atingiu
22,55°C (valor médio), não existindo efeito das dietas fornecidas sobre essa
característica (p=0,3864). O pH onset no Longissimus lumborum se deu nas seguintes
horas pós-abate 6,2 h (dieta controle); 4,4 h (dieta contendo caroço de algodão); 4,0 h
(dieta contendo farelo de girassol); e 3,8 h (dieta contendo torta de mamona). Essa
identificação do momento em que se inicia o rigor mortis é importante para o estudo da
qualidade da carne, pois permiti inferir sobre o comportamento futuro da curva de
queda do pH.
A instalação precoce do rigor mortis, indica a alta atividade glicolítica e redução
acentuada do pH muscular nas primeiras horas pós-abate do animal, o que não é
interessante, afinal está relacionado com a produção de carne de qualidade indesejável.
Em nossa avaliação o início do processo foi adequado e o declínio do pH indica
características de uma curva normal, logo uma carne de boa qualidade.
A temperatura em que o rigor foi iniciado favorece a ganhos na maciez da carne
dos cordeiros, pois de acordo com Hertzman et al. (1993) essa característica é afetada
negativamente quando o músculo inicia o rigor em temperatura acima de 25°C. Quando
77
o rigor é iniciado com valores acima dessa temperatura a atividade da calpaína pode ser
prejudicada e, portanto a maciez da carne.
O declínio do pH muscular da carcaça dos cordeiros recebendo as diferentes
dietas apresentou um comportamento quadrático com o avançar das horas pós-abate.
(Figura 2). Nas primeiras horas pós-abate verificou-se redução mais intensa do pH no
músculo dos cordeiros que receberam dietas contendo caroço de algodão e torta de
mamona em sua composição, estando relacionado com o status energético que cada
dieta promove. As carcaças desses cordeiros fizeram uso da via anaeróbia de forma
mais rápida, o que favoreceu a redução mais intensa do pH no Longissimus lumborum,
enquanto que os alimentados com dieta tradicional e a formulada com farelo de girassol
produziram energia via mecanismo aeróbio por mais tempo, o que diminuiu a
intensidade de queda de pH.
A curva de queda do pH post mortem exibe que as 24 horas (pH final) seguintes
ao abate o pH atingiu valores entre 5,61 (dieta contendo torta de mamona) e 5,79 (dieta
contendo farelo de girassol), característico do desenvolvimento normal do post mortem
e de uma carne de qualidade.
Carnes tidas como adequadas são representadas pela sigla RFN (red, firm and
normal), apresentando cor vermelho brilhante, textura firme e exsudação normal (2% do
peso) e com pH final entre 5,3 e 5,8 (SMULDERS et al., 1992; GOMIDE et al., 2013).
A temperatura interna da carcaça dos cordeiros Dorper x Santa Inês sofreu
influência das diferentes dietas (p<0,0001) e horas de avaliação (p<0,0001) (Tabela 6).
Os animais que receberam a dieta contendo caroço de algodão (19,98°C), farelo de
girassol (19,71°C) e torta de mamona (19,87°C) apresentaram temperatura interna da
carcaça superior à dos que consumiram a dieta controle, que favoreceu a maior redução
na temperatura interna (19,22°C), no período de 24 horas.
As carcaças foram refrigeradas e submetidas ás mesmas condições de
temperatura e umidade, mesmo assim ocorreu variação na sua temperatura interna, o
que se dá pela condição corporal promovida por cada dieta. Após o abate na tentativa de
manutenção da homeostase há discreta elevação da temperatura do organismo e sua
posterior redução será em função do status energético do animal, e, portanto da
quantidade de energia armazenada, proporcionada pelas dietas.
Silva et al. (2014) ao estudarem as características de carcaça de ovinos Santa
Inês alimentados com subproduto da goiaba, também reportaram efeito da dieta sobre a
78
temperatura da carcaça, e associaram este evento a possível baixa concentração de
glicogênio hepático e muscular nos animais alimentados com maiores níveis de
subproduto, pois melhores planos nutricionais associados a manejo pré e pós-abate
adequado proporcionam carcaças de maior peso e qualidade superior.
Figura 2. Declínio de pH no músculo Longissimus lumborum de cordeiros Dorper x Santa Inês
submetidos a dietas contendo alimentos alternativos, em diferentes horas, durante a instalação
do rigor mortis.
Com o avanço da hora pós-abate há redução da temperatura interna da carcaça, o
que mostra o desenvolvimento do rigor mortis bem como a eficiência da refrigeração. A
diminuição gradual da temperatura muscular contribui para adequada atuação das
proteases, além disso, segundo Hwang et al. (2004) sem prejuízos decorrentes da
desnaturação proteica, a exemplo da queda acentuada do pH no início do post mortem
ou o retardo do processo do rigor mortis, o que não ocorreu.
Ao serem submetidas à refrigeração as carcaças alcançaram uma temperatura
condizente para a ocorrência satisfatória da queda do pH como verificada anteriormente
(pH final entre 5,61 e 5,79).
79
Tabela 6. Medidas da temperatura interna da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos alternativos, em diferentes
horas no post mortem animal.
Hora
Dieta
Média geral EPM
Pr > F
Controle Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona Dieta Hora Dieta x Hora
1 38,20 38,53 38,27 37,53 38,13A 0,2349
2 30,33 32,07 31,20 31,07 31,16B 0,3219
3 26,13 27,80 27,33 26,87 27,03C 0,3019
4 23,47 24,47 24,33 23,80 24,02D 0,2730
5 21,53 22,80 22,93 21,93 22,30E 0,2798
6 19,46 20,34 20,47 20,00 20,06F 0,3178 <0,0001 <0,0001 0,1841
7 17,20 17,60 17,67 18,00 17,62G 0,2285
8 15,20 15,80 15,40 16,27 15,66H 0,2952
9 12,73 13,13 12,80 14,20 13,22I 0,2976
10 10,60 11,07 10,40 11,60 10,92J 0,2626
11 8,27 8,87 8,47 9,20 8,70K 0,1963
12 7,47 7,27 7,27 7,93 7,48L 0,1460
Média geral 19,22b 19,98a 19,71a 19,87a 0,5836
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no tempo.
N = 20
80
A temperatura final (24 horas após o abate) alcançada pelos músculos foi de
7,48°C (valor médio), esse valor de temperatura atua protegendo a carcaça contra danos
de qualidade, pois de acordo com a recomendação de Sheridan (1990) as carcaças de
cordeiros não devem ser refrigeradas a valores menores que 3º e 4ºC no período de 12 a
14 horas pós-abate a fim de evitar o encurtamento pelo frio. Além disso, o valor de
temperatura alcançado pelas carcaças foi próximo ao que é preconizado pelo Ministério
da Agricultura de 7°C para a carne, temperatura que a carne deve apresentar no
momento de sua entrega pelos estabelecimentos de abate para comercialização
(BRASIL, 1996).
A evolução da curva da temperatura (°C) da carcaça ao longo do período de
tempo post mortem mostra que houve redução exponencial. Inicialmente maior
intensidade de redução de temperatura foi verificada na carcaça de cordeiros que se
alimentaram de dietas que continham caroço de algodão e torta de mamona, em
sincronia com o comportamento de declínio do pH muscular da carcaça (Figura 3).
Figura 3. Declínio da temperatura interna da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês
alimentados com dietas contendo alimentos alternativos, em diferentes horas, durante a
instalação do rigor mortis.
Os cordeiros submetidos a essas dietas tiveram inicialmente redução mais
intensa de pH e consequentemente a queda da temperatura da carcaça será mais intensa.
81
Nas primeiras 24 horas após o abate, o pH e a temperatura interagem continuamente
durante o desenvolvimento do rigor. Com o avanço das horas essa intensidade de queda
foi reduzida e ao fim das 24 horas os animais submetidos às diferentes dietas atingiram
a temperatura muscular em torno de 7°C.
Em geral, o pH da carne correlacionou-se de forma moderada e positiva com a
temperatura da carcaça (interna e externa) e temperatura da câmara fria, nas diferentes
dietas avaliadas (Tabela 7). Logo, quanto maior a temperatura interna da carcaça, de
superfície externa e da câmara fria maior o declínio do pH, e consequentemente mais
rápido será a instalação do processo de rigor mortis no músculo, enfatizando a interação
que há entre o pH e a temperatura (tanto da carcaça quanto do ambiente) durante o post
mortem animal. A taxa de reações bioquímicas é fortemente afetada pela temperatura,
onde a taxa de resfriamento da carcaça afeta o grau de retardo da glicólise, e, portanto, o
tempo para o início do rigor mortis (GOMIDE et al., 2013).
A umidade relativa da câmara fria correlacionou-se com o pH muscular da
carcaça dos cordeiros que receberam a dieta controle e a que continha farelo de girassol,
porém, essa relação apesar de ocorrer, é pouco expressiva uma vez que é considerada
um baixo valor de correlação. Enquanto que, o fornecimento de ambas as dietas para os
cordeiros permitiram a existência de correlação moderada e positiva entre a umidade
relativa da câmara fria e a temperatura (interna e externa da carcaça; e da câmara fria)
como podemos observar na Tabela 7.
Tanto a umidade quanto a temperatura influenciam a perda de calor, neste caso
da carcaça para o ambiente. Á medida que a temperatura da câmara fria diminui, por
meio da transferência de calor para o ambiente ar, ocorrerá o resfriamento do músculo e
da temperatura externa da carcaça. Considerando que a umidade relativa diz respeito a
quantidade de vapor de água presente na atmosfera, bem como mostra o grau de
saturação presente. Quando há maiores valores de temperatura, maior será a pressão de
vapor saturado, assim, o ar pode apresentar mais água, como foi observado na câmara
fria.
A existência dessas correlações evidencia ainda a necessidade do monitoramento
da temperatura e da umidade; e seu ajuste em momento anterior ao recebimento das
carcaças, pois atuam sobre importantes processos (rigor mortis e crescimento de
microrganismos), logo esses fatores podem ser determinantes sobre os aspectos
qualitativos da carne.
82
Tabela 7. Correlação entre as medidas de pH muscular, temperatura interna e externa da
carcaça, no post mortem de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas com diferentes
alimentos alternativos, e a temperatura e umidade da câmara fria.
Dieta
Medidas
TIC
TEC
TCF
UCF
Controle
pH 0,69(**) 0,72(**) 0,52(**) 0,37(*)
TIC 0,97(**) 0,84(**) 0,65(**)
TEC 0,84(**) 0,64(**)
TCF 0,88(**)
Caroço de algodão
pH 0,56(**) 0,63(**) 0,31(*) -
TIC 0,97(**) 0,87(**) 0,72(**)
TEC 0,86(**) 0,70(**)
TCF 0,91(**)
Farelo de girassol
pH 0,61(**) 0,64(**) 0,41(**) 0,26(*)
TIC 0,97(**) 0,89(**) 0,71(**)
TEC 0,87(**) 0,67(**)
TCF 0,88(**)
Torta de mamona
pH 0,65(**) 0,66(**) 0,29(*) -
TIC 0,97(**) 0,77(**) 0,51(**)
TEC 0,78(**) 0,53(**)
TCF 0,89(**)
TIC - temperatura interna da carcaça; TEC - temperatura externa da carcaça; TCF - temperatura da
câmara fria; UCF - umidade relativa da câmara fria.
(**) Efeito da correlação significativo ao nível de 1% e (*) de 5% de probabilidade, respectivamente.
As características do post mortem dos cordeiros, em termos de declínio do pH e
da temperatura verificados nas carcaças se deram de forma adequada, contribuindo para
o desenvolvimento normal do processo de rigor mortis, relacionado com a produção de
uma carne de boa qualidade, o que foi promovido pela utilização das dietas formuladas
com os alimentos alternativos.
83
4.4 Composição centesimal da porção comestível dos cortes da carcaça
Houve efeito de interação (p=0,0229) entre a dieta contendo diferentes tipos de
alimentos alternativos e os cortes da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês para o
teor de umidade (%) da porção comestível dos cortes (Tabela 8). De forma geral quando
se analisou a umidade dos cortes dentro de cada tipo de dieta, a utilização das diferentes
dietas permitiu aos cortes que naturalmente são constituídos com grande quantidade de
tecido muscular (lombo, paleta e perna) apresentassem a maior umidade, enquanto que
na costela/fralda, um corte que contém grande quantidade de gordura, esse percentual
foi menor. Há uma relação entre os componentes proteína e água, já que parte da água
no músculo encontra-se ligada a proteína.
Em relação a análise de cada corte entre os diferentes tipos de dietas, o
fornecimento da dieta formulada com caroço de algodão e a dieta controle aos
cordeiros, proporcionaram maior quantidade de umidade no lombo, 73,47% e 73,22%,
respectivamente. Diferentes planos nutricionais atuam sobre o atendimento das
necessidades em nutrientes de forma distinta, bem como de sua partição, promovendo
variações no direcionamento dos nutrientes, que aliado às diferenças no
desenvolvimento dos tecidos (muscular, ósseo e adiposo), favorece a ocorrência de
mudanças na composição química (água, proteína e gordura) dos cortes cárneos, como
verificado.
Os cortes dos cordeiros apresentaram valores de 65,50% a 73,47% de umidade,
condizentes com os valores descritos na literatura de 62% (PRICE & SCHWEIGERT,
1994) até aproximadamente 75% (LAWRIE, 2005).
A quantidade de matéria mineral apresentou efeito da interação (p=0,0082) dieta
e cortes da carcaça. Entre as diferentes dietas apenas a formulada com a torta de
mamona e a que continha farelo de girassol favoreceram a maior teor de matéria mineral
no corte lombo (1,00%) e paleta (1,06%), respectivamente (Tabela 9).
Quando se avaliou os diferentes cortes dentro de cada dieta, maior teor mineral
foi verificado na perna da carcaça dos cordeiros alimentados com a dieta controle
(1,05%) e as que apresentavam o caroço de algodão (1,14%) e o farelo de girassol
(1,03%) em sua composição, enquanto que a dieta contendo a torta de mamona
proporcionou maior percentual de matéria mineral no corte lombo (1,00%) (Tabela 9).
A dieta permite mudanças na partição dos nutrientes atuando sobre a
composição mineral dos diferentes cortes da carcaça. Neste caso, as dietas com a
84
presença dos alimentos alternativos promoveram diferenças em relação ao peso vivo
final, ganho de peso total e ganho médio diário, o que pode ter refletido na existência da
interação tipo de dieta x corte da carcaça para o teor de matéria mineral presente na
carne dos cordeiros. O ARC (1988) descreve que a concentração de cinzas tem seu
conteúdo aumentado à medida que o peso vivo do animal aumenta. Logo, a mudança no
peso dos animais proporcionada pelas dietas pode ter refletido no teor deste
componente.
O valor percentual de matéria mineral observado foi de 0,78% a 1,14% (média
de 0,91%), próximo ao citado por Prata (1999), para a composição centesimal da carne
ovina que apresenta valor médio de 1,1% de matéria mineral.
O conteúdo proteico da carne não foi afetado pela dieta (p=0,0713) e tipo de
cortes (p=0,3726), com valor médio de 18,60% (Tabela 10), onde o valor centesimal
deste componente não acompanhou o padrão de consumo de proteína apresentado pelos
cordeiros, com diferenças entre as dietas. Nessa situação, a quantidade de proteína não é
resultado apenas do conteúdo nutritivo das dietas, mas também da ação integrada do
metabolismo proteico realizado pelo animal.
De acordo com Cruz (2013) nem sempre dietas ricas em proteína indicam carnes
também ricas em proteína, pois a quantidade deste nutriente presente na composição do
ganho do animal dependerá do turnover proteico a ser realizado pelo organismo. Vale
destacar que o teor proteico encontrado na carne dos cordeiros avaliados está condizente
com o valor citado por Prata (1999) para a carne ovina, que apresenta em média 19% de
proteína.
A similaridade para o conteúdo proteico corrobora com resultados encontrados
em diversas pesquisas sobre a composição centesimal da carne de ovinos, onde também
não foi observado efeito da dieta sobre o teor proteico nos cortes e apresentaram valor
médio de 21,47%, no lombo (ALMEIDA JÚNIOR et al., 2004); 19,32%, na perna
(ZAPATA et al., 2001); 16,03%, no lombo (SANTOS et al., 2009a); e de 19,53%, no
lombo (ORTIZ et al., 2005).
85
Tabela 8. Teor de umidade (%) da porção comestível dos cortes da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos
alternativos.
Corte
Dieta
Média geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Corte
Dieta x Corte
Costela/fralda 69,66B 68,72B 65,50B 68,66B 68,13 0,5976
Costeleta 69,13B 69,35AB 68,12AB 69,93AB 69,13 0,5661
Lombo 73,22aA 73,47aA 69,65bA 71,43abAB 71,94 0,4549 0,0965 <0,0001 0,0229
Paleta 70,08B 69,02AB 71,47A 69,29AB 69,96 0,3631
Perna 70,43AB 71,40AB 71,38A 72,38A 71,40 0,3833
Média geral 70,50 70,39 69,22 70,34 0,2543
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20
86
Tabela 9. Teor de matéria mineral (%) da porção comestível dos cortes da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos
alternativos.
Corte
Dieta
Média geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Corte
Dieta x Corte
Costela/fralda 0,78B 0,92AB 0,81B 0,78B 0,82 0,0320
Costeleta 0,90AB 0,88B 0,88AB 0,85AB 0,88 0,0224
Lombo 0,91abAB 0,89abB 0,80bB 1,00aA 0,90 0,0260 0,6460 <0,0001 0,0082
Paleta 0,88bAB 0,87bB 1,06aA 0,95abAB 0,94 0,0248
Perna 1,05A 1,14A 1,03A 0,91AB 1,03 0,0349
Média geral 0,90 0,94 0,92 0,90 0,0143
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20
87
Tabela 10. Teor de proteína bruta (%) da porção comestível dos cortes da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos
alternativos.
Corte
Dieta
Média geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Corte
Dieta x Corte
Costela/fralda 18,11 17,95 19,74 19,18 18,74 0,3601
Costeleta 17,70 19,10 17,94 16,88 17,90 0,3315
Lombo 17,46 17,85 19,97 18,62 18,48 0,4383 0,0713 0,3726 0,1242
Paleta 18,06 19,01 18,34 20,51 18,98 0,4861
Perna 18,05 19,81 20,50 17,33 18,92 0,5402
Média geral 17,88 18,74 19,30 18,50 18,60 0,1959
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20
88
Os diferentes cortes da carcaça influenciaram o percentual de gordura da carne
(p<0,0001), o que se dá em função da região anatômica do animal que o corte é
originário, da variação no desenvolvimento dos tecidos que o compõe (exemplo do
tecido adiposo), bem como pela sua relação com a umidade (Tabela 11). De forma
contrária ao comportamento da umidade, maior conteúdo de gordura se deu nos cortes
com menor proporção de tecido muscular, portanto menor relação proteína:água como
na costela/fralda (9,43%), já os menores percentuais ocorreram na perna (7,22%) e
paleta (7,12%).
A costela/fralda apresenta um ritmo acelerado de deposição gordura, pois é um
corte precoce para aumento de gordura (SANTOS-CRUZ et al., 2008) frente aos cortes
à paleta e a perna, além disso, nesses dois cortes o menor percentual de gordura ocorre
pela presença do tecido muscular que encontra-se em grande proporção e
consequentemente apresentando uma maior quantidade de água.
A molécula de água afeta profundamente a estrutura e as propriedades de todos
os compostos celulares, incluindo as proteínas e lipídios (NELSON & COX, 2002); e
faz ligações de hidrogênio com a proteína, em função da distribuição de elétrons as
moléculas de água possuem carga neutra, mas são polares e podem associar-se a grupos
reativos das proteínas musculares carregadas eletricamente (ROÇA, 2000).
A quantidade de gordura observada na costela/fralda foi inferior aos teores
encontrados por Carvalho (2008), de 15,84%; Rocha (2010), 13,23%; e Santos-Cruz et
al. (2008), 26,13%; em pesquisa com cordeiros Santa Inês. Enquanto que o corte perna
apresentou conteúdo de gordura inferior ao verificado por Carvalho (2008), 16,20%;
Santos et al. (2008), 14,95; e Santos-Cruz et al. (2008), 14,80%. Porém, foi superior ao
observado por Rocha (2010) com valor de 4,49%.
As dietas formuladas com alimentos alternativos não modificaram o conteúdo
energético presente nos cortes dos cordeiros (p=0,4699), porém sendo influenciado
pelos diferentes cortes (p<0,0001) (Tabela 12). Maior teor energético foi verificado na
costela/fralda (0,753 kcal/kg) e menor para perna e paleta (0,618 e 0,649 kcal/kg), esse
comportamento foi similar ao encontrado para a gordura, o que é naturalmente
esperado. Cortes com maior quantidade de gordura e menor percentual de umidade
apresentam maior valor energético, como foi verificado.
89
Tabela 11. Teor de gordura (%) da porção comestível dos cortes da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos
alternativos.
Corte
Dieta
Média geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Corte
Dieta x Corte
Costela/fralda 9,03 9,15 9,95 9,58 9,43A 0,3408
Costeleta 8,90 7,92 9,06 8,97 8,71AB 0,3390
Lombo 6,95 7,41 8,68 7,70 7,68BC 0,3460 0,6592 <0,0001 0,6120
Paleta 7,24 7,55 6,70 7,38 7,22C 0,1779
Perna 6,95 7,70 6,78 7,04 7,12C 0,3042
Média geral 7,81 7,95 8,23 8,13 0,1624
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20
90
Tabela 12. Teor da energia (kcal/kg) da porção comestível dos cortes da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos
alternativos.
Corte
Dieta
Média geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Corte
Dieta x Corte
Costela/fralda 0,676 0,824 0,822 0,691 0,753A 0,0206
Costeleta 0,755 0,713 0,730 0,730 0,732AB 0,0172
Lombo 0,625 0,666 0,708 0,693 0,673BC 0,0207 0,4700 <0,0001 0,0626
Paleta 0,651 0,680 0,603 0,664 0,649C 0,0160
Perna 0,626 0,603 0,610 0,633 0,618C 0,0222
Média geral 0,667 0,697 0,695 0,682 0,0099
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20
91
Tabela 13. Teor de colesterol (mg/100 g) da porção comestível dos cortes da carcaça de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos
alternativos.
Corte
Dieta
Média geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Corte
Dieta x Corte
Costela/fralda 61,54 56,73 59,64 55,07 58,25A 1,4491
Costeleta 56,32 54,36 56,05 56,03 55,69AB 1,5580
Lombo 49,84 50,67 45,52 47,35 48,34B 2,0856 0,6734 0,0090 0,3247
Paleta 42,17 45,92 58,36 55,48 50,48AB 3,0096
Perna 52,47 48,43 48,88 57,19 51,74AB 2,5087
Média geral 52,46 51,22 53,69 54,22 1,0295
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20
92
O teor de colesterol na carne não foi afetado pela dieta, porém sofreu efeito do
tipo de corte (p=0,0003) (Tabela 13). Maior valor para o componente colesterol foi
observado no corte costela/fralda (58,25 mg/100 g) e o menor no lombo (48,34 mg/100
g). Esses cortes constituem distintas regiões anatômicas e apresentam diferentes
quantidades de gordura em sua composição, sendo a variação do colesterol relacionada
ao teor de gordura dos cortes dos cordeiros, uma vez que a molécula de colesterol é um
tipo de constituinte lipídico.
Em média os cortes contribuem com valores de 16% (48,34 mg/100 g) a 19%
(58,25 mg/100 g) da ingestão diária de colesterol, que segundo o AHA (2005) deve ser
de até 300 mg/dia. Logo, os consumidores que buscam alimentos com baixo teor de
colesterol podem incluir a carne ovina na dieta.
Ambos os valores de colesterol verificados nos cortes são tidos como baixos de
acordo com Madruga et al. (2008), onde ressaltaram que teor de colesterol menor que
90 mg/100 g é considerado baixo e estes resultados permitem aos criadores de ovinos
explorarem a qualidade nutricional da carne ovina como um produto saudável. De
maneira similar Russo et al. (1999) ao estudarem o efeito de diferentes concentrados
sobre o colesterol da carne ovina, encontraram em média 48,33 mg/100 g de colesterol e
não detectaram algum efeito da dieta sobre este componente.
A quantidade de colesterol nos cortes foi próxima a verificada por Zapata et al.
(2001) ao avaliarem a composição de colesterol presente no pernil de borregos
½Somalis Brasileira x Crioula e ½Santa Inês x Crioula, quando submetidos a dois
sistemas de alimentação, e encontraram valores médios de 54,43 a 60,05 mg por 100 g;
e ao observado por Madruga et al. (2005) no corte perna de cordeiros Santa Inês
terminados com diferentes dietas, com percentuais de colesterol médio entre 44,10 a
57,80 mg/100 g.
Os alimentos alternativos quando compõe a dieta dos animais conferem aos
cortes da carcaça ovina características de um alimento de alto valor nutritivo em termos
de teor de umidade, cinzas, gordura, proteína, energia e de colesterol, portanto, um
produto de boa qualidade, o que é de grande valia tanto para a cadeia produtiva quanto
para o consumidor.
93
4.5 Composição centesimal e parâmetros físico-químicos dos músculos
As dietas formuladas com alimentos alternativos e fornecidas aos cordeiros
Dorper x Santa Inês não afetaram o teor de umidade presente nos músculos Longissimus
lumborum e Biceps femoris (p=0,1551), porém modificada pelo tipo de músculo
(p=0,0008) (Tabela 14). Onde, o percentual de água varia em função da localização
anatômica que a amostra é originária e de maneira geral possui comportamento inverso
ao teor de gordura, neste caso, quando se observa os valores absolutos de lipídios totais.
Comportamento semelhante foi verificado por Cruz (2013) ao avaliar o teor de
umidade nos músculos de cordeiros Dorper x Santa Inês alimentados com silagens
contendo diferentes componentes da algaroba, onde não verificou efeito da dieta sobre
essa característica, com o Biceps femoris (73,18%) apresentando de forma geral maior
quantidade de água que o Longissimus lumborum (71,91%).
Os valores encontrados estão condizente com o descrito por Andrade et al.
(2009) para a carne ovina, que é constituída aproximadamente de 75% de água.
A umidade no Longissimus lumborum foi de 73,96% (valor médio) similar aos
encontrados neste mesmo tipo de músculo, em cordeiros, por Carvalho & Brochier
(2008), com valor de 75,28%; Carvalho et al. (2012), 72,36%; Ortiz et al. (2005),
75,51%; Santos-Cruz et al. (2013), 73,74%. Já o valor observado para a umidade no
Biceps femoris dos cordeiros foi de 75,53%, próximo ao verificado por Souza et al.
(2002) ao quantificarem a umidade presente no Biceps femoris de ovinos Ile de France x
Santa Inês e Bergamácia x Santa Inês, onde encontraram valores de 74,87% e de
74,77%, respectivamente; e por Bonagurio et al. (2004) que observaram teor de
umidade médio de 75,40% presente no Biceps femoris de ovinos Santa Inês e Santa Inês
x Texel.
As dietas não modificaram a composição de matéria mineral do Longissimus
lumborum e Biceps femoris (p=0,0672) (Tabela 14); e não ocorreu diferença entre os
músculos dos cordeiros Dorper x Santa Inês (p=0,3404) com valor médio de 1,08%,
onde as dietas com a presença dos alimentos alternativos permitiram adequada
deposição de minerais na carne, que de acordo com Prata (1999), a composição
centesimal da carne ovina apresenta em média 1,1% de matéria mineral.
Existiu influência da dieta (p<0,0001) e do tipo de músculo (p=0,0013) sobre a
quantidade centesimal de proteína bruta na carne dos cordeiros (Tabela 14). A
participação dos alimentos alternativos farelo de girassol e torta de mamona
94
favoreceram ao maior teor de proteína encontrado na carne dos cordeiros que receberam
estas dietas, com valores proteicos de 20,96% e 21,66%, respectivamente.
As dietas proporcionaram padrões nutricionais distintos para os animais com
consequente reflexo sobre o teor proteico muscular. O efeito da dieta sobre este
componente, quando se analisou os músculos, demostrou maior sensibilidade para este
tipo de avaliação em comparação a análise dos cortes cárneos. Ademais, os cordeiros
que receberam dieta contendo a torta de mamona, o comportamento de consumo de
proteína apresentado refletiu sobre a composição proteica da carne.
A localização anatômica, bem como tamanho e peso do músculo, promovem
diferenciação na constituição centesimal da carne e favoreceram ao maior conteúdo
proteico no Longissimus lumborum (20,82%), um músculo longo que apresenta maior
peso em relação ao Biceps femoris. A análise dos diferentes músculos identificou
variação para o conteúdo proteico, onde a presença de grande proporção de tecido
muscular, em relação a outros tecidos, favoreceu essa identificação, diferentemente dos
cortes. De acordo com Santos et al. (2009b) o maior componente orgânico do músculo é
a proteína, no caso dos cortes essa proporção é menor.
O teor de lipídios totais não foi modificado pela dieta (p=0,0594) e tipo de
músculo (p=0,0504) (Tabela 15), com teor médio de 4,24%. Apesar de não existir
diferenças para este componente, de maneira geral verificou-se relação antagônica entre
teor de água e gordura na carne, em função da dieta e do músculo avaliado. A grande
quantidade de tecido muscular característico dos músculos favorece as maiores
proporções de proteína e água, portanto mais susceptível a detecção de variações nesses
componentes, como foi observado.
Zeola, Silva Sobrinho & Manzi (2011) não observaram efeito do tipo de sistema
sobre a quantidade de gordura no Longissimus dorsi de cordeiros criados nos sistemas
de produção orgânico e convencional, com valor percentual de 1,93 (média).
Carvalho et al. (2012) estudaram o efeito da utilização de diferentes resíduos
agroindustriais (casca de soja, quirera de arroz ou pó de malte de cervejaria) sobre o teor
de extrato etéreo no músculo Longissimus dorsi de cordeiros Texel e não verificaram
mudanças para este componente, com valor médio de 2,90%.
95
Tabela 14. Composição centesimal dos músculos Longissimus lumborum e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos
alternativos.
Variável
Músculo
Dieta
Média
geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Músculo
Dieta x Músculo
Umidade
(%)
Longissimus lumborum 74,46 73,94 73,77 73,69 73,96B 0,2586
0,1551
0,0008
0,2617 Biceps femoris 75,61 76,03 76,45 74,04 75,53A 0,4011
Média geral 75,04 74,98 75,11 73,86 0,2529
Matéria
mineral (%)
Longissimus lumborum 1,19 1,20 1,02 1,00 1,10 0,0347
0,0672
0,3404
0,3043 Biceps femoris 1,04 1,13 0,98 1,09 1,06 0,0379
Média geral 1,11 1,17 1,00 1,04 0,0256
Proteína (%)
Longissimus lumborum 19,60 19,90 21,77 22,01 20,82A 0,3057
<0,0001
0,0013
0,7166 Biceps femoris 18,16 19,07 20,14 21,31 19,67B 0,3189
Média geral 18,88b 19,48b 20,96a 21,66a 0,2288
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20
96
Tabela 15. (Cont.) Composição centesimal dos músculos Longissimus lumborum e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo
alimentos alternativos.
Variável
Músculo
Dieta
Média
geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Músculo
Dieta x Músculo
Lipídios
totais (%)
Longissimus lumborum 4,13 4,35 4,90 4,58 4,49 0,2404
0,0594
0,0504
0,8718 Biceps femoris 3,69 3,50 4,58 4,20 3,99 0,1747
Média geral 3,91 3,92 4,74 4,39 0,1502
Energia
(kcal/kg)
Longissimus lumborum 0,335 0,291 0,326 0,300 0,313 0,0123
0,0958
0,3085
0,1257
Biceps femoris 0,252 0,265 0,353 0,313 0,296 0,0141
Média geral 0,294 0,278 0,340 0,306 0,0093
Colesterol
(mg/100 g)
Longissimus lumborum 54,38 49,72 53,05 52,19 52,33 2,6395
0,4409
0,8210
0,3441 Biceps femoris 44,14 51,89 54,24 59,52 52,45 2,5124
Média geral 49,26 50,80 53,64 55,85 1,8105
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20
97
O conteúdo energético não foi alterado pela dieta (p=0,0958) e tipo de músculo
(p=0,3085) com teor médio de 0,313 kcal/kg (Longissimus lumborum) e de 0,296
kcal/kg (Biceps femoris) (Tabela 15). Este parâmetro segue o comportamento
apresentado pelo conteúdo de lipídios totais da carne, onde tanto a dieta quanto os
músculos não promoveram variação, e essa relação ocorre, pois o cálculo de teor
energético foi realizado considerando o valor energético que 1 g de gordura, neste caso
em 1 g de lipídio total.
A quantidade de colesterol muscular não foi afetada pela dieta (p=0,4409) e tipo
de músculo (p=0,8210) com valor médio de 52,39 mg/100 g (Tabela 15), de forma
semelhante ao conteúdo de lipídios totais. Considerando que o colesterol é um tipo de
lipídio, a inexistência de efeito da dieta e tipo de músculo sobre este componente
contribuiu para o mesmo comportamento quando se analisou o teor de colesterol no
músculo dos cordeiros.
Madruga et al. (2008) ao avaliarem a composição química da carne de cordeiros
Santa Inês alimentados com dietas contendo caroço de algodão integral, não
encontraram efeito dos níveis de caroço de algodão integral da dieta sobre os teores de
colesterol no músculo Semimembranosus dos ovinos, com valores de 80,60 mg/100 g a
77,96 mg/100 g. Os autores destacaram que o valor de colesterol encontrado é
considerado baixo (< 90 mg/100 g) e considerando este resultado é possível que os
criadores de ovinos explorem a qualidade nutricional da carne ovina de Santa Inês como
um produto saudável.
O valor de colesterol no músculo está condizente com os verificados por Garcia
et al. (1995) que encontraram no músculo Semimembranosus de ovinos cerca de 50,00
mg/100 g de colesterol. Porém, inferior ao observado por Perez et al. (2002) que
quantificaram teores de 63,64 a 75,43 mg/100 g no músculo Longissimus dorsi de
ovinos Santa Inês e Bergamácia abatidos com faixa de peso de 15 a 45 kg.
A capacidade de retenção de água foi alterada pela dieta (p<0,0001), onde a
carne dos cordeiros alimentados com a dieta controle e a que continha torta de mamona,
apresentou maior capacidade de retenção de água na carne, com valores de 66,78% e
60,40%, respectivamente (Tabela 16), que se deu em função do pH final na carcaça
promovido pela ingestão dessas dietas (5,69 e 5,61), assegurando dessa forma a
manutenção do conteúdo nutricional da carne.
98
A água está ligada as proteínas em várias camadas no músculo, e o ponto de
mínima capacidade de retenção de água das principais proteínas musculares estão entre
5,4 e 5,5 (ponto isoelétrico), portanto, a perda de algum fluido será menor se o pH final
for alto (LAWRIE, 2005), ou inferior ao valor do ponto isoelétrico das proteínas. Esses
valores favorecem aos miofilamentos exibirem carga crescente e, portanto se repelem
tendo como resultado um aumento de volume (PRICE & SCHWELGERT, 1994)
permitindo maior espaço para deposição da umidade.
Menor capacidade de retenção de água da carne implica perdas do valor
nutritivo pelo exsudato liberado, resultando em carne mais seca e com menor maciez
(ZEOLA et al., 2007), sendo interessante não haver redução nos valores de capacidade
de retenção de água, como forma de assegurar a ingestão de um alimento de qualidade,
após seu cozimento, além disso possui relação com outros aspectos qualitativos também
importantes como o pH, cor da carne e perda de peso no cozimento.
O efeito da dieta sobre a capacidade de retenção de água da carne de cordeiros
foi verificado por Zeola et al. (2002) em estudo com ovinos Morada Nova submetidos a
dietas com diferentes níveis de concentrado, e apresentou valor entre 51 e 54% no
músculo Semimembranosus. De maneira similar Cruz (2013) ao fornecer silagens
contendo diferentes componentes da algaroba para cordeiros Dorper x Santa Inês
encontrou valores de capacidade de retenção de água nos músculos Longissimus
lumborum e Biceps femoris entre 42 e 72%.
O valor médio de capacidade de retenção de água encontrado no músculo
Longissimus lumborum (54,30%) e no Biceps femoris (54,98%) foi próximo ao
observado por Rodrigues et al. (2008), de 60% (Longissimus dorsi); Leão et al. (2012)
59% (Longissimus lumborum) e 57% (Triceps brachii); e Santos-Cruz et al. (2013),
52% (Longissimus lumborum).
O pH da carne diferiu entre as dietas (p<0,0001) e tipo de músculo (p=0,0191)
(Tabela 16). A dieta com a torta de mamona favoreceu ao maior pH na carne dos
cordeiros que receberam esse alimento (5,47), esta alimentalção contribuiu para a maior
quantidade de cargas livres e dessa forma o valor de pH foi superior ao apresentado na
carne dos ovinos que receberam as demais dietas. De acordo Bond et al. (2004), o pH
depende do número de cargas livres das cadeias de actomiosina e da sua capacidade de
ligar se à água.
99
Em relação aos músculos, maior pH foi apresentado no Biceps femoris (5,31) o
que se dá pelo tipo de fibra predominante. Comparativamente ao Longissimus
lumborum, o Biceps femoris possui menor proporção de fibras intermediárias
(oxidativo-glicolíticas), logo menor quantidade de reserva de glicogênio, permitindo
assim o maior pH.
O valor de pH da carne verificado para as diferentes dietas e músculos próximos
a 5,4 e 5,6 conferem a carne características desejáveis (YOUNG et al., 2004) e sugerem
que outros parâmetros indicadores de qualidade, como capacidade de retenção de água,
cor e textura, apresentem bons resultados (ROTA et al., 2006). Além disso, a respeito da
preservação da carne contra a deterioração por microorganismos, a grande maioria tem
crescimento ótimo com valor de pH próximo da neutralidade e a faixa de pH observada
limita o crescimento de diversas espécies de bactérias contribuindo com a conservação
desse alimento.
Os valores de pH foram similares aos verificados por Fernandes et al. (2012) na
faixa de 5,31 e 5,59; porém inferiores aos observados por Zapata et al. (2000) 5,65 e
5,62; Silva Sobrinho et al. (2005) 5,57 a 5,61; Santos-Cruz et al. (2013) 5,86 a 6,04; e
por Pellegrin et al. (2014) 5,60 a 5,73.
A avaliação objetiva da textura, por meio da medida da força de cisalhamento da
carne foi alterada pela dieta (p<0,0001) e tipo de músculo avaliado (p<0,0001) (Tabela
16). Verificou-se menor força de cisalhamento na carne dos cordeiros submetidos à
dieta controle (3,79 kgf/cm2) e a formulada com torta de mamona (3,73 kgf/cm2),
devido a atividade da catepsina que é favorecida pelo pH final na carcaça abaixo de 6,0
e pela reduzida temperatura da carcaça; esta protease têm sua atividade ótima em
valores de pH ácidos, favorecendo ao aumento da maciez da carne. Além disso, a
capacidade de retenção de água apresentou-se maior nos respectivos tratamentos onde a
maior umidade, favorece a suculência da carne, contribuindo para o aumento da maciez.
É importante destacar que o valor apresentado de força de cisalhamento, em
ambas as dietas formuladas com alimentos alternativos, permitiu a classificação da
carne como sendo de maciez mediana (3,64 a 5,44 kgf/cm2) (CEZAR & SOUSA, 2007).
Segundo Otremba et al. (1999) a força de cisalhamento mensurada em lâmina de
Warner-Bratzler geralmente tem apresentado alta correlação com a análise sensorial,
sendo portanto, um bom indicador de maciez da carne.
100
Diferenças na proporção do tipo de fibra e tecido presente no músculo postural
Longissimus lumborum e no envolvido na locomoção, o Biceps femoris, podem ter
favorecido ao menor valor de força de cisalhamento para o Longissimus lumborum
(3,59 kgf/cm2), bem como o maior teor de gordura neste músculo (valor absoluto). Este
músculo pela sua menor atividade possui quantidade de fibras glicolíticas menores,
ligações de colágeno menos estruturadas e em menor número em comparação ao Biceps
femoris, em função de sua maior atividade.
A perda de peso por cocção da carne foi modificada pelo tipo de dieta x tipo de
músculo (p=0,0011) (Tabela 16). A avaliação da perda de peso de cada músculo entre
as distintas dietas, demonstrou uma maior perda de peso no músculo Longissimus
lumborum dos cordeiros submetidos a dieta que continha o caroço de algodão, com
valor de 5,06 g; e no Biceps femoris, quando os animais receberam a dietas formulada
com caroço de algodão e com o farelo de girassol, perdas de peso de 5,80 g e 5,74 g,
respectivamente; em função da menor capacidade de retenção de agua apresentada
nestes músculos.
A análise dos músculos em cada tipo de dieta mostrou que a dieta contendo a
torta de mamona permitiu similar perda de peso nos músculos (Tabela 16), enquanto
que a perda de peso na cocção do músculo Biceps femoris nas dietas controle (4,92 g) e
a elaborada com caroço de algodão (5,80 g) e o farelo de girassol (5,74 g) apresentou-se
maior, onde o pH próximo ao ponto isoelétrico da proteína contribui com a realização
de um menor número de ligação água-proteína, ocorrendo uma maior perda de suco.
Monte et al. (2012) ressaltaram que a perda de peso por cocção é associada ao
rendimento da carne, sendo uma característica influenciada pela capacidade de retenção
de água da carne.
O efeito da dieta sobre perda de peso por cocção da carne foi encontrado por
Costa et al. (2011b) ao avaliarem a qualidade física da carne de cordeiros de três
genótipos (Santa Inês, Dorper x Santa Inês, e Sem Padrão Racial Definido) alimentados
com rações formuladas com duas relações volumoso:concentrado, onde o menor
percentual de volumoso proporcionou menores perdas por cocção na carne.
101
Tabela 16. Parâmetros físico-químicos dos músculos Longissimus lumborum e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo
alimentos alternativos.
Variável
Músculo
Dieta
Média
Geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Músculo
Dieta x Músculo
Capacidade de
retenção de água1
Longissimus lumborum 65,06 46,52 45,44 60,18 54,30 2,2961
<0,0001
0,7833
0,9141 Biceps femoris 68,51 45,00 45,80 60,62 54,98 2,2801
Média geral 66,78a 45,76b 45,62b 60,40a 1,6081
pH
Longissimus lumborum 5,18 5,25 5,06 5,46 5,24B 0,0378
<0,0001
0,0191
0,5063 Biceps femoris 5,30 5,29 5,18 5,48 5,31A 0,0325
Média geral 5,24bc 5,27b 5,12c 5,47a 0,0253
Força de
cisalhamento
(kgf/cm2)
Longissimus lumborum 3,38 3,70 3,98 3,33 3,59B 0,0664
<0,0001
<0,0001
0,0862 Biceps femoris 4,20 4,62 4,42 4,14 4,34A 0,0604
Média geral 3,79b 4,16a 4,20a 3,73b 0,0613
Perda de peso por
cocção (g)
Longissimus lumborum 4,24cB 5,06aB 4,87abB 4,35b 4,63 0,0873
<0,0001
<0,0001
0,0011 Biceps femoris 4,92bA 5,80aA 5,74aA 4,27b 5,18 0,1427
Média geral 4,58 5,43 5,31 4,31 0,0887
1Percentual.
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20.
102
Para os aspectos de coloração da carne (Tabela 17) medidos através da escala
CIELAB (L*, a*, b*), observou-se que a dieta (p=0,0022) fornecida afetou a
luminosidade (L*), enquanto que a* (tonalidade) e b* (saturação) sofreram efeito da
interação dieta x tipo de músculo (p=0,0068; p<0,0001), demonstrando que o
fornecimento de diferentes tipos de dieta aos cordeiros atua sobre os aspectos de
coloração da carne, quando se avalia distintos músculos da carcaça.
A carne de menor luminosidade, ou seja, mais escura foi oriunda da carcaça dos
cordeiros que se alimentaram da dieta controle (43,14), enquanto que a dieta elaborada
com caroço de algodão favoreceu a maior luminosidade (carne mais clara) (46,65)
(Tabela 17). Observa-se que a dieta com o caroço de algodão favoreceu a menor
capacidade de retenção de água e promoveu a maior luminosidade, onde a menor
quantidade de água retida favorece a difusão da luz, e nesse caso têm-se maior
quantidade de luz sendo transmitida, portanto, uma carne mais clara, estando de acordo
com Olivo & Olivo (2005), ao citarem que quanto maior for o valor da luminosidade
menor será a capacidade de retenção de água.
Vieira et al. (2010) verificaram que a adição de diferentes níveis de caroço de
algodão integral na ração dos cordeiros Santa Inês alterou a cor da carne, onde o índice
de luminosidade (L*) aumentou com a adição do caroço de algodão integral a dieta,
com valores de 47,4 a 50,5. Segundo esses autores, o comportamento crescente
apresentado pela luminosidade da carne indica que a suplementação com caroço de
algodão integral resulta em carnes mais claras.
Entre as diferentes dietas, o uso da ração formulada com caroço de algodão
permitiu menor tonalidade (*a=8,44) no Longissumus lumborum. A maior luminosidade
e a menor tonalidade confere a carne uma cor menos vermelha, o inverso da relação
descrita por Simões & Ricardo (2000) onde carnes com menor L* e maior a*
apresentam cores mais vermelhas.
Ao verificar a saturação de cada músculo entre as diferentes dietas, a utilização
dos alimentos alternativos na composição das dietas dos cordeiros, favoreceu a uma
maior saturação (maior palidez) no Longissimus lumborum, exceto para a dieta
contendo o caroço de algodão (b*=9,08), já no Biceps femoris essas dietas
proporcionaram sua menor saturação (menos pálida).
Em relação à saturação da cor dos músculos em cada dieta, observou-se que a
dieta controle permitiu a expressão de maior saturação no Biceps femoris (b*=13,65),
103
enquanto que a dieta contendo o alimento alternativo torta de mamona conferiu menor
saturação para este músculo (b*=8,77). As diferentes dietas atuam modificando o teor
de mioglobina muscular, a maior ou menor quantidade deste pigmento favorece a menor
ou maior palidez na carne, uma relação antagônica entre o teor de mioglobina e a
saturação da cor na carne.
O teor de mioglobina (a*/b*) foi modificado pela dieta (p=0,0300) e tipo de
músculo (p=0,0315). Maior quantidade deste pigmento foi observada na carne dos
cordeiros que receberam a dieta formulada com os alimentos alternativos e no músculo
Biceps femoris (Tabela 17).
A alimentação permiti mudanças na quantidade de mioglobina na fibra
muscular, atuando sobre o pH da carne, e quando este apresenta maior valor (menor
declínio) no post mortem animal, é resultado da presença do oxigênio que promoveu a
manutenção do mecanismo aeróbio por maior período. Além disso, confirma-se o efeito
da nutrição sobre o teor de mioglobina muscular, que já era relatado por Moody et al.
(1980).
Quando se avaliou o teor de mioglobina muscular a maior quantidade encontrada
no Biceps femoris (a/b=1,00) estando relacionada à maior necessidade de oxigênio que
este músculo apresenta para realização de movimento.
As dietas proporcionaram valores próximos a 1, e está relacionado ao maior teor
de oximioglobina (FRANCO, 2007). A oximioglobina confere a cor rosa brilhante
característico da carne fresca (RAMOS & GOMIDE, 2007), um fator determinante na
hora da compra por parte do consumidor, influenciando sua decisão por determinada
carne.
A coloração da carne avaliada através da escala CIE L*c*h* mostrou efeito da
dieta para os valores tridimensionais da luminosidade (p=0,0048) e tonalidade
(p=0,0029), enquanto que a saturação (c*) apresentou efeito da interação dieta x
músculo (p=0,0167) (Tabela 18).
A luminosidade tridimensional mostrou-se maior na carne de cordeiros
alimentados com a dieta com caroço de algodão em sua formulação (50,26), portanto,
mais clara e foi similar a avaliação feita com a escala CIELAB, o que era esperado, já
que a escala CIE L*c*h* é obtida matematicamente da escala CIELAB, apresentando
assim similar uniformidade visual (RAMOS & GOMIDE, 2007).
104
Tabela 17. Coloração (CIE L*a*b*) dos músculos Longissimus lumborum e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo alimentos
alternativos.
Variável
Músculo
Dieta
Média
geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço de
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Músculo
Dieta x Músculo
L*
Longissimus lumborum 43,22 45,52 43,24 45,07 44,26 0,6195
0,0022
0,1135
0,5599 Biceps femoris 43,05 47,78 43,73 47,56 45,53 0,6743
Média geral 43,14c 46,65a 43,48bc 46,32ab 0,4604
a*
Longissimus lumborum 9,84ab 8,44b 10,28a 11,26a 9,96 0,2702
0,0130
0,4061
0,0068 Biceps femoris 12,01 9,51 10,43 9,27 10,31 0,5550
Média geral 10,93 8,97 10,36 10,26 0,3073
b*
Longissimus lumborum 11,26aB 9,08b 11,18a 12,26aA 10,95 0,2810
<0,0001
0,3753
<0,0001 Biceps femoris 13,65aA 10,16b 9,74b 8,77bB 10,58 0,4982
Média geral 12,45 9,62 10,46 10,52 0,2849
a*/b*
Longissimus lumborum 0,89 0,93 0,92 0,92 0,91B 0,0228
0,0300
0,0315
0,0538 Biceps femoris 0,86 0,92 1,13 1,07 1,00A 0,0454
Média geral 0,88b 0,93ab 1,02a 0,99ab
L* = percentual de luminosidade; a = variação da cor vermelho ao verde; b = variação da cor amarelo ao azul. De acordo a Comissão Internacional L´Eclairage - CIE L*a*b*.
a*/b* - teor de mioglobina.
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20.
105
Tabela 18. Coloração (CIE L*c*h*) dos músculos Longissimus lumborum e Biceps femoris de cordeiros Dorper x Santa Inês submetidos a dietas contendo
alimentos alternativos.
Variável
Músculo
Dieta
Média
geral
EPM
Pr > F
Controle
Caroço do
algodão
Farelo de
girassol
Torta de
mamona
Dieta
Músculo
Dieta x Músculo
L*
Longissimus lumborum 45,26 50,35 43,68 46,68 46,49 1,1130
0,0048
0,2045
0,8659 Biceps femoris 46,94 50,16 45,65 48,84 47,90 0,5779
Média geral 46,10b 50,26a 44,66b 47,76ab 0,6281
c*
Longissimus lumborum 15,11aB 11,30b 16,88a 16,57a 14,97 0,5064
<0,0001
0,5284
0,0167 Biceps femoris 17,02aA 11,12b 16,36a 14,20ab 14,68 0,6488
Média geral 16,06 11,21 16,62 15,38 0,4092
h*
Longissimus lumborum 53,29 48,27 47,55 47,82 49,23 1,5423
0,0029
0,1601
0,7205 Biceps femoris 52,97 46,78 45,84 42,83 47,10 1,1771
Média geral 53,13a 47,52b 46,69b 45,32b 0,9713
L* = luminosidade; c = saturação; h = tonalidade; Parâmetros de acordo a Comissão Internacional L´Eclairage - CIE L*c*h*.
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste Tukey. Nas linhas, letras minúsculas e, nas colunas, letras maiúsculas.
Epm - erro padrão da média. Pr > F - probabilidade obtida do estudo de parcela subdividida no espaço.
N = 20.
106
A respeito da interação dieta x tipo de músculo (Tabela 18), quando a saturação
foi avaliada de forma tridimensional, entre os distintos tipos de dieta, a composta com o
caroço de algodão proporcionou menor saturação, ou seja, cor menos intensa, em ambos
os músculos Longissimus lumborum (c*=11,30) e Biceps femoris (c*=11,12).
Ao comparar os diferentes músculos dentro de cada dieta, o fornecimento da
dieta controle conferiu ao Biceps femoris (c*=17,02) uma maior saturação (cor mais
intensa) em relação ao Longissimus lumborum (c*=15,11). Destaque para a participação
da mioglobina na ocorrência dessas variações, que são proporcionadas pelo tipo de
dieta, como descrito anteriormente.
O fornecimento das dietas contendo alimentos alternativos favoreceu a menor
tonalidade (h*), com ângulos de 45,32 a 47,52; característicos de uma carne menos
vermelha (vermelho brilhante), coloração que têm sido relacionada pelos consumidores
com o frescor do produto, característica importante, pois favorece a escolha da carne no
momento da compra.
As dietas compostas com os alimentos alternativos quando fornecidas aos
cordeiros proporcionam distintos níveis nutricionais atuando sobre a composição
centesimal da carne, bem como sobre seus parâmetros físico-químicos.
107
V – CONCLUSÕES
Os alimentos alternativos podem ser utilizados como ingredientes na formulação
de dietas para cordeiros Dorper x Santa Inês, por promoverem o desenvolvimento
adequado do processo post mortem, parâmetros físico-químicos e de composição
química, característicos de uma carne ovina de boa qualidade.
A umidade e a matéria mineral são influenciadas pelo tipo de dieta e corte da
carcaça, porém, sem efeito da alimentação sobre os teores de proteína bruta e de gordura
presente nos diferentes cortes cárneos.
O teor de proteína bruta muscular sofre modificações em função do tipo de
dieta, sem efeito sobre os demais componentes centesimais.
Os parâmetros físico-químicos são modificados pela dieta, porém, sem causar
prejuízos à qualidade da carne.
Os músculos Longissimus lumborum e Biceps femoris são indicados para
estudos de avaliação da qualidade da carne, em função de haver pouca diferenciação
entre eles, para os parâmetros qualitativos avaliados.
O fornecimento de dieta contendo torta de mamona para cordeiros Dorper x
Santa Inês promove melhorias nos aspectos qualitativos físico-químicos da carne ovina.
108
VI – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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