Quadro Comparativo - Doenças Virais

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1 - DOENÇAS VIRAIS DA PELE Doença Vírus Característica s Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento Herpes simples Simplexvirus (HHV-1 e HHV-2). Família: Herpesviridae. DNA de fita dupla. Com capsídeo icosaédrico. Envelopado. Capacidade do vírus de permanecer em latência por longo tempo podendo sofrer reativação periódica. Encontrada ao redor da cavidade oral (herpes orolabial) e da genitália (herpes anogenital). O vírus determina quadros benignos ou graves. Ambos os vírus podem infectar qualquer área da pele ou das mucosas. Há dois tipos de vírus: o Tipo-1- infecções na face e tronco. Tipo-2: às infecções na genitália e de transmissão geralmente sexual. Primo-infecção herpética: indivíduo torna-se portador do vírus sem apresentar sintomas; Após infecção o vírus pode ficar em latência, quando reativado retorna a pele ou mucosa e produz erupção. Gengivoestomatite herpética primária: comum em crianças; pode variar de um quadro discreto: lesões erosivas e subfebril, até quadros graves: erupção vesiculosa, febre alta, e comprometimento do estado geral; pode dificultar a alimentação. Herpes recidivante: comum em adultos; lesões em qualquer área da pele ou mucosa, precedido de horas ou dias de discreto ardor ou prurido local; localização mais freqüente é nos lábios, desencadeado por traumas, exposição ao sol, tensão emocional, menstruação e infecções respiratórias. Herpes genital: vesículas agrupadas dolorosas no órgão genital masculino, vulva ou reto, sendo o quadro acompanhado de cefaléia e febre. Panarício hermético: infecções do dedo causadas por contato com lesões por HSV (vírus herpes simples); comum entre médicos, dentistas, enfermeiros. *O acometimento neurológico é comum, uma vez que o herpes simples é um Clínico: através dos sintomas característicos e lesões dérmicas em diversas regiões do corpo. Laboratorial: Western blotting, ELISA, Imunofluorescência, PCR. Aciclovir (todas); Na forma grave: hospitalização , hi-dratação e aplicação de Aciclovir via intravenosa. Também podem ser administrados o Valaciclovir e o Panciclovir.

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1 - DOENÇAS VIRAIS DA PELEDoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico TratamentoHerpes simples Simplexvirus (HHV-1 e

HHV-2).Família: Herpesviridae.

DNA de fita dupla.Com capsídeo icosaédrico.Envelopado.

Capacidade do vírus de permanecer em latência por longo tempo podendo sofrer reativação periódica.Encontrada ao redor da cavidade oral (herpes orolabial) e da genitália (herpes anogenital).O vírus determina quadros benignos ou graves.Ambos os vírus podem infectar qualquer área da pele ou das mucosas.Há dois tipos de vírus: o Tipo-1-infecções na face e tronco.Tipo-2: às infecções na genitália e de transmissão geralmente sexual.

Primo-infecção herpética: indivíduo torna-se portador do vírus sem apresentar sintomas;Após infecção o vírus pode ficar em latência, quando reativado retorna a pele ou mucosa e produz erupção.Gengivoestomatite herpética primária: comum em crianças; pode variar de um quadro discreto: lesões erosivas e subfebril, até quadros graves: erupção vesiculosa, febre alta, e comprometimento do estado geral; pode dificultar a alimentação.Herpes recidivante: comum em adultos; lesões em qualquer área da pele ou mucosa, precedido de horas ou dias de discreto ardor ou prurido local; localização mais freqüente é nos lábios, desencadeado por traumas, exposição ao sol, tensão emocional, menstruação e infecções respiratórias.Herpes genital: vesículas agrupadas dolorosas no órgão genital masculino, vulva ou reto, sendo o quadro acompanhado de cefaléia e febre.Panarício hermético: infecções do dedo causadas por contato com lesões por HSV (vírus herpes simples); comum entre médicos, dentistas, enfermeiros.*O acometimento neurológico é comum, uma vez que o herpes simples é um vírus neurotrópico. As complicações do sistema nervoso central são: meningite, encefalite, radiculopatia, mielite transversa.

Clínico: através dos sintomas característicos e lesões dérmicas em diversas regiões do corpo.Laboratorial: Western blotting, ELISA, Imunofluorescência, PCR.

Aciclovir (todas);Na forma grave: hospitalização, hi-dratação e aplicação de Aciclovir via intravenosa.Também podem ser administrados o Valaciclovir e o Panciclovir.

Herpes-zoster (Cobreiro)

Varicelavirus (HHV-3 ou Virus da Varicela Zoster).Família: Herpesviridae.

DNA de fita dupla.Com capsídeo icosaédrico.Envelopado.

O vírus fica latente no organismo e com a idade ou diminuição da imunidade, pode ser reativado, ocasionando lesões semelhantes à varicela (catapora), porém mais localizada. Incidência maior em adultos com maior idade.

Aparecimento de bolhas que distribuem próximo a cintura, face, tórax superior. Limitada a um lado do corpo de cada vez. Ardência severa ou dor pungente que pode persistir por meses ou ano.

Aparecimento de manchas vermelhas e bolhas, e através de quadro clinico epidemiológico.O diagnóstico laboratorial não é utilizado para confirmação ou ausência da doença, exceto quando é necessário fazer o diagnostico diferencial em casos graves.

Banhos de permanganato de potássio; compressas de permanganato de potássio e água a 2% (tópico);Aciclovir (antiviral).

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1 - DOENÇAS VIRAIS DA PELEDoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Varíola Orthopoxvírus.Família: Poxviridae.O vírus tem envelope (membrana lipídica própria). O seu genoma é de DNA de fita dupla.Com capsídeo icosaédrico.

A transmissão é de pessoa a pessoa, através de gotículas de saliva e aerossóis. As lesões são mais numerosas na face, braços e pernas, inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés.

É uma doença sistêmica que apresenta como sintomas iniciais: febre alta, mal-estar intenso, cefaléia, dores musculares, náuseas e prostração, podendo apresentar dores abdominais intensas e delírio. A doença progride com o aparecimento de lesões cutâneas

Raspado de lesões de pele e amostras de sangue. As amostras podem ser examinadas diretamente por microscopia eletrônica para a identificação de vírions e o antígeno por imunohistoquímica.

Profilático com a vacina. Não há tratamento especí-fico para a varíola. A antibioticoterapia é indicada para o tratamento de infe-cções bacterianas secundárias,

Verrugas Papillomavirus.Família: Papovaviridae.

DNA de fita dupla.Com capsídeo icosaédrico.Não envelopado.

As verrugas podem ser transmitidas de pessoas para outras por contato, mesmo sexualmente.Coçar uma verruga pode disseminar o vírus a áreas não envolvidas.Após a infecção, há um período de incubação de varias semanas antes do aparecimento de novas verrugas.

Verrugas cutâneas: aparecimento na face, pé e mão.Verrugas genitais: ocorrem na vulva, glande do pênis ou na mucosa do ânus. São frequentemente dolorosas.

Laboratorial: citologia, exame colposcópico, hibridização molecular, PCR.

Ác. salicílico 16,5% e ác. lático 14,5%; nitrogênio líquido;ácido tricloroacético; eletrocoagulação com curetagem; ácido nítrico a 66%; crioterapia; cirurgia.

Roséola Roseolovirus (HHV6).Família: Herpesviridae.

DNA de fita dupla.Com capsídeo icosaédrico.Envelopado.

O período de incubação vai de 5 a 10 dias; mais comum em crianças maiores de 6 meses e menores de 2 anos; confundida com alergia a antibióticos; período de incubação é de uma a duas semanas; transmissão se dá pelo contato com outras crianças infectadas pela saliva ou da mãe para o bebê no parto.

Febre alta e repentina (38 a 40⁰C), podendo resultar em convulsões febris e durar até 3 dias. Também pode apresentar tosse leve, diarréia e falta de apetite.Depois do desaparecimento da febre surgem as manchas no corpo com erupções que podem durar até 2 dias.

Clínico: com base nos sintomas e sinais apresentados e coincide em geral com o fim da doença.

Laboratorial: diagnósticos sorológicos para identificar os níveis de anticorpos para o Vírus do herpes humano 6 e 7; Imunofluorescencia,Western blotting, PCR e ELISA.

Alívio dos sintomas(controle da febre) e ingestão de muito líquido.

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1 - DOENÇAS VIRAIS DA PELEDoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Sarampo MorbilivirusFamília: Paramixoviridae

RNA de fita simples.Com capsídeo envelopado.

Doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível, contagiosa, comum na infância.Período de incubação variando de 10 a 14 dias.

Se mutiplicam nos órgãos linfóides (timo, baço e linfonodos) e tecido linfonóide do trato gastro intestinal e respiratório.Caracteriza-se por febre, mal estar, anorexia, tosse, coriza e conjuntivite que dura de 2 a 3 dias. Manchas esbranquiçadas na mucosa da boca e da garganta, denominadas manchas de Koplik; após esse período surge o exantema macupapular.

Clínico: manchas de Koplik, exantema macupapular.

Laboratorial: detecção de anticorpos IgM no sangue na fase aguda da doença, desde os primeiros dias ate 4 semana após o aparecimento dos exantemas.Os anticorpos da classe IgG podem aparecer na fase aguda, são detectados anos após a infecção.PCR e teste de EIA (ensaio imuenzimático).

Não existe tratamento antiviral. Tratamento com antibiótico é indicado para infecções oportunistas.

A vacina combina os vírus atenuados para sarampo, caxumba e rubéola.

É usada em 2 doses: a 1° no nono mês e a 2° no décimo quinto mês de vida.

Rubéola Rubivirus.

Família Togaviridae.

RNA de fita simples.Capsídeo icosaédrico.Envelope derivado da membrana citoplasmática.

É uma doença aguda, de etiologia viral, de alto contagio através de aerossóis, acomete principalmente crianças;BenignaImportância epidemiológica relacionada ao risco de abortos e malformações congênitas, como catarata e surdez.Pode ocasionar a síndrome da rubéola congênita (SRC), durante a gestação.

A mucosa do trato respiratório superior e tecidos linfóides nasofaríngeos são porta de entrada e sítio inicial da infecção do vírus. Indo para as células dos gânglios a partir do 5º ao 10º dia.O vírus é detectado no sangue e nas secreções nasofaríngeas e fezes entre o 7º e o 9° dia. A partir deste período o indivíduo pode apresentar mal estar, febre baixa, conjuntivite, faringite e atralgia.O exantema macular ocorre entre o 16º e 21º dias após o início da replicação viral.

Clínico: mal estar, febre baixa, conjuntivite, faringite e atralgia; exantema macular.

Laboratorial: exames de sangue (testes sorológicos IgM ou IgA) podem ajudar a identificar os níveis de anticorpos para o vírus.

A vacina combina os vírus atenuados para sarampo, caxumba e rubéola.

O tratamento inclui repouso e analgésicos, antitérmicos e anti-histamínicos para alívio dos sintomas.

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1 - DOENÇAS VIRAIS DA PELEDoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Varicela (Catapora)

Varicelavirus (HHV-3 ou Virus da Varicela Zoster).Família: Herpesviridae.

DNA de fita dupla.Com capsídeo icosaédrico.Envelopado.

Doença infantil leve que ocorre em todo o mundo, na maioria com crianças, adquirida pela entrada do vírus no Sistema Respiratório, pode causar problemas graves. A infecção se localiza nas células da pele após 2 semanas.Mais séria em adultos, sendo responsável por ate 100 óbitos por ano, por complicações como coma, encefalite e pneumonia.

Febre, manchas vermelhas e aparecimento de bolhas que iniciam no tronco e espalham pelo rosto, braços, pernas, boca, nariz e orelhas. Estas bolhas começam a cicatrizar em aproximadamente 4 ou 5 dias. Pode levar a sintomas graves como edema cerebral, pneumonia, Síndrome de Reye (insuficiência hepática e coma) em decorrência do uso de aspirina durante infecção. A transmissão é de pessoa a pessoa pelo ar.

Clínico: aparecimento de manchas vermelhas e bolhas e através de quadro clinico epidemiológico.

Laboratorial: não são utilizados para confirmação ou descarte, exceto quando é necessário fazer o diagnostico diferencial em casos graves.

Banhos de permanganato de potássio;compressas de permanganato de potássio e água a 2% (tópico);Aciclovir (antiviral).

Herpangina Coxsackievírus.Família: Picornaviridae. RNA de filamento simples.Forma esferoidal.Com capsídeoIcosaédrico.Não envelopado.

Afeta crianças;Assintomática;Ocorre tipicamente no verão;Dissemina pela via fecal-oral ou pelas vias respiratórias.

Dor de garganta e dificuldade para engolir;Febre alta; Pequenas lesões vesiculares ou pontuais com base esbranquiçada no palato mole próximas à úvula e foices anteriores das amígdalas..

Clínico: Levando em consideração a localização e a distribuição das lesões no palato mole, úvula, amígdalas e faringe.

Laboratorial: Realizado com exames de sangue, a título de anticorpos; PCR; Teste de inibição de hemaglutinação, imunofluorescência,ELISA.

A condição normalmente resolve dentro de uma semana sem causar complicações. O tratamento inclui repouso e analgésicos, antitérmicos e anti-histamínicos para alívio dos sintomas.

Eritema Infeccioso

Parvovírus humano B19.

Família: Parvoviridae.

DNA de fita simples.Com capsídeo icosaédrico.Não envelopado..

Os surtos mais comuns ocorrem na primavera.A transmissão se dá por secreções respiratórias da pessoa infectada ou verticalmente da mãe para o feto durante a gravidez.O período de incubação varia entre 4 e 14 dias.

Febre baixa, dor de cabeça e no corpo, mal-estar, coceira.Os sinais mais característicos são a palidez ao redor da boca e as manchas em forma de maculo-pápulas que deixam as bochechas muito vermelhas, em forma de asa de borboleta.

Clínico: Características da erupção cutânea.Laboratorial: Exames de sangue (testes sorológicos), podem ajudar a identificar os níveis de anticorpos para o vírus B19.Técnica de PCR.Teste de EIA (ensaio imunoenzimático).

Não existe vacina contra o eritema infeccioso.Tratamento inclui repouso e analgésicos, antitérmicos e anti-histamínicos para alívio dos sintomas.

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2 - DOENÇAS VIRAIS DOS OLHOSDoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico TratamentoCeratite Herpética

Simplexvírus.Herpesvírus Humano 1 - HHV-1 ou Vírus Herpes Simples 1.

Família: Herpesviridiae.

DNA de fita dupla.Com capsídeo icosaédrico.Envelopado.Vírion esférico, mede aproximadamente 150nm.

A partícula viral é frágil e susceptível a tratamento químico.Pode se manifestar nas formas infecciosas e imunológicas.

Doença Ocular Primária: Vesículas ao redor dos olhos com ou sem acometimento da córnea.Doença ocular recorrente: O acometimento corneano pode ser classificado como: ceratite epitelial, ceratopatia neurotrófica, ceratite estromal e endotelite.Inicialmente assintomático; sintomas associados ao de conjuntivite; vesícula ao redor dos olhos; adenopatia pré-auricular; fotofobia; lacrimejamento; edema; lesões dendríticas; formação de cicatrizes; perda de visão.

Clínico: exame físico e anamnese.

Laboratorial: isolamento do vírus; testes sorológicos como o Western blotting;ELISA; IF; PCR (somente quando houver pouca quantidade de vírus no material clínico ou para diferenciar amostras virais).

Antivirais de uso tópico e oral: Aciclovir, Valaciclovir e Fanciclovir; Iododioxiuridina (colírio);Corticosteróides: Prednisolona 40 a 60mg;Debridamento (usa-se rosa de bengala para determinar a área epitelial comprometida);Trifluridina e Araminosídeos.

Conjuntivite Viral

Os agentes etiológicos mais comuns são:

AdenovírusFamília – Adenoviridae.DNA de fita dupla.Com capsídeo icosaédrico.Envelopado.

EnterovírusFamília – Picornaviridae.RNA de fita simples.Com capsídeo icosaédrico.Não envelopado.

O período de incubação é de 4 a 7 dias.

Contágio: A transmissão acontece de pessoa para pessoa, principalmente, através de objetos contaminados

A fase aguda dura de mais 7 a 10 dias (maior risco de passar para outras pessoas). A vermelhidão pode ficar até 2 a 3 semanas (principalmente se houve hemorragia conjuntival).

Entre os sintomas pode-se citar: vermelhidão difusa, alguns casos até hemorragia, lacrimejamento, secreção mais espessa, tipo lágrima "grossa", pálpebras inchadas, com redução da abertura da fenda, coceira, ardência, sensação de areia ou de corpo estranho, irritação, fotofobia, picadas, algum embaçamento da visão.

Clínico: A anamnese detalhada Identifica o tipo de conjuntivite. Se de origem bacteriana, fúngica ou viral. Investigação da córnea para detectar as eventuais lesões, por instilação de fluoresceína.Testes de diagnóstico rápido para detecção do adenovírus: Adenoclonc, SAS Adenotest e RPS Adenodetector.

Uso de compressas frias e lágrimas artificiais, de 5 a 10 vezes ao dia.Em casos severos ou na presença de infiltrados subepiteliais com diminuição da acui-dade visual pode-se fazer uso de colí-rios de corticóide.

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3 - DOENÇAS VIRAIS DO SISTEMA NERVOSODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Creutzfeldt – Jakob (DCJ)

Príons – Proteínas mutagênicas.

Existem 4 formas - Hereditária: acomete de 10 a 15% dos casos. Ocorre por mutação no gene que codifica a produção da proteína priônica; Iatrogênica: Forma rara. Transmitida por objetos neurocirúrgicos contaminados em cirurgias; Esporádica: Acomete 85% dos casos, porém, ainda não foi relatada a forma de contaminação; Atípica ou nova variante: Ingestão de carne de gado portador da doença da vaca louca. Acometem pessoas entre 16 e 48 anos de idade.

Demência rapidamente progressiva; contrações musculares involuntárias; a visão pode tornar-se nublada ou pouco clara; sonolência; fadiga; ansiedade;problemas de concentração.

Não é possível ter certeza do diagnóstico em vida.Após o falecimento colhe-se uma amostra do tecido cerebral do paciente e efetua-se uma análise específica onde podem ser vistas as alterações espongiformes, compostas de vacúolos redondos e pequenos.

Não existe tratamento ou vacina eficaz. O tratamento profilático dá-se pela proibição da importação e comercialização da carne bovina e produtos de uso em saúde cuja matéria-prima seja originada de países que apresentaram casos.Não há cura, a morte acontece em média de 12 a 14 meses em 100% dos casos.

Creutzfeldt – Jakob (KURU)

Príons – Proteínas mutagênicas.

Primeira doença por príons constada em humanos; acometeu nativos de Papua, Nova Guiné, destacando-se as mulheres e crianças; contraída devido a rituais canibalistas onde comiam cérebros de pessoas mortas.Atualmente não há mais relatos do KURU devido à extinção da prática canibalista.

Os sintomas do KURU são os mesmos da DCJ;Com relatos do "rir até morrer" (devido à disfunção do cerebelo).

Igual a DCJ. Não existe tratamento. O falecimento ocorre geralmente de 12 a 14 meses em 100% dos casos.

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3 - DOENÇAS VIRAIS DO SISTEMA NERVOSODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Raiva Lyssavirus.Família – Rabdoviridae.RNA de fita simples.Com capsídeo helicoidal em forma de cilindro que se assemelha a um projétil.Envelopado.

A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. O período de incubação varia em uma média de 45 dias no homem e de 10 dias a 2 meses no animal. A imunidade é conferida através de vacinação.

Iniciais: mal estar geral, pequeno aumento de temperatura, cefaléia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.Crônicos: manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e/ou convulsões, hidrofobia.

Imunofluorescência direta (IFD); Impressão de córnea; raspado de mucosa lingual (swab).

Independente do ciclo, não existe tratamento específico para a doença. Por isso, a profilaxia pré ou pós-exposição ao vírus rábico deve ser adequadamente executada.Vacinação dos hospedeiros como medida preventiva (cães e gatos).

Poliomielite Poliovírus (I, II e III).

EnterovírusFamília – Picornaviridae.RNA de fita simples.Com capsídeo icosaédrico. Não envelopado.

Doença de Alta Incidência no Brasil e nas Américas. Possui alta infectividade (100%) e baixa patogenicidade (0,1% - 2%). Período de Incubação: 7-12 dias.Mais comum em crianças. A transmissão ocorre principalmente por contato direto pessoa a pessoa, fazendo-se a transmissão pelas vias fecal-oral ou oral-oral;Ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de portadores.

Forma assintomática: 90-95% dos casos.Forma abortiva: sintomas inespecíficos (febre alta, cefaléia e meningite asséptica).Forma paralitica: potencialmente fatal, flacidez muscular e grave mialgia, deficiência motora acentuada (paraplegia ou tetraplegia). Pode haver paralisia dos músculos respiratórios e da deglutição, caso o vírus ataque as células do SNC que controlam esses movimentos.

Clínico: várias doenças provocam paralisia; faz-se necessário uma diferenciação dos sinais e sintomas entre outras doenças como a Síndrome de Guillain-Barré e Mielite transversa.Laboratorial: Isolamento do vírus a partir do líquor; e identificação do vírus.

A profilaxia é realizada através da aplicação de vacinas como Sabin (Oral) – Vírus Atenuado; Salk (Injetável) – Vírus Inativado.Não há tratamento específico. Todos os casos devem ser hospitalizados, fazendo-se o tratamento de suporte de acordo com o quadro clínico do paciente.

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3 - DOENÇAS VIRAIS DO SISTEMA NERVOSODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Encefalite Arboviral

Arbovírus (vírus veiculado por artrópodes, como mosquitos e carrapatos).

Flavivirus.Família – Flaviviridae.RNA de fita simples.Com capsídeo icosaédrico. Envelopado.

As doenças são zoonoses endêmicas de determinadas regiões; a encefalite eqüina oci-dental afeta particu-larmente as crianças com menos de 1 ano; a encefalite equina oriental afeta sobretudo as crianças pequenas e as pessoas com mais de 55 anos e provoca a morte com mais frequência. No Brasil, existem vários arbovírus que podem ser causadores de meningoencefalites, como o vírus da família flavivírus e togavírus.Após a picada do vetor artrópode, o vírus se multiplica localmente até produzir uma viremia primária antes de penetrar no SNC.

Dor de cabeça, sonolência, febre, vômitos, rigidez na nuca, tremores musculares, confusão mental, convulsão, coma.

Laboratorial: Exame de sangue follow-up.

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Não há medicação específica disponível para tratar ou curar a doença.

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4 - DOENÇAS VIRAIS DOS SISTEMAS CARDIOVASCULAR E LINFÁTICODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Mononucleose Infecciosa

Epstein-Barr (EBV) ouHerpesvirus Humano 4 (HHV – 4) ou Lymphocryptovirus.

Família – Herpesviridae.DNA de dupla fita.Com capsídeo icosaédrico. Envelopado.

Conhecida como doença do beijo.Acomete principalmente jovensO contágio é feito através de saliva infectada, transfusão de sangue e contato sexual.

Dor de garganta, febre e ínguas pelo corpo.Dor de cabeça, mal estar, dores musculares, falta de apetite, calafrios, náuseas, tosse, vômito, desconforto abdominal, aumento do fígado e/ou do baço.

O diagnóstico baseia-se na sintomatologia. No entanto, os sintomas não são específicos e assemelham-se aos de outras infecções.

Diagnostico com precisão é feito através do exame de sangue em que se detecta a presença de anticorpos no sangue da pessoa doente.

Medicamentos para os sintomas: analgésicos e antitérmicos.

Linfoma de Burkitt

Epstein-Barr (EBV) ouHerpesvirus Humano 4 (HHV – 4) ou Lymphocryptovirus.

Família – Herpesviridae.DNA de dupla fita.Com capsídeo icosaédrico. Envelopado.

Mais comum na África e raro nos EUA.Mais comum em crianças e adultos jovens, preferencialmente do sexo masculino.

Pode ocorrer um acúmulo de grandes quantidades de células neoplásicas nos linfonodos e nos órgãos abdominais, acarretando aumento de volume destes. As células linfomatosas podem invadir o intestino delgado, acarretando obstrução ou sangramento.

O médico realiza uma biópsia do tecido anormal e solicita outros exames para determinar a extensão da doença, como radiografia do tórax e tomografia computadorizada.

Punção lombar;Histopatologia do tumor.

Pode ser necessária uma cirurgia para remover as partes afetadas do intestinoA quimioterapia é intensiva. O tratamento quimioterápico inclui combinações da ciclofosfamida, metotrexato, vincristina, doxorrubicina e citarabina.

Febres Virais Hemorrágicas - Marbug

Filovirus.Família – Filoviridae.RNA de fita simples.Apresenta forma filamentosa. Envelopado.

A doença foi registrada pela primeira vez no ano de 1967 em Marburg, uma cidade universitária na Alemanha.

Provoca febre, calafrios e dor de cabeça. Pode ocorrer irritações cutâneas no tronco, náuseas, vômitos, dores no peito, dores de garganta, dores abdominais e diarréia.

Pode ser difícil devido à sintomatologia semelhante a outras doenças.

Identificação por ensaio imunoenzimático (ELISA).

Vacinas;Terapia de suporte como balançar os fluidos e sais minerais do paciente, manutenção do oxigênio, substituição do sangue perdido.

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4 - DOENÇAS VIRAIS DOS SISTEMAS CARDIOVASCULAR E LINFÁTICODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Febres Virais Hemorrágicas - Ebola

Filovirus.Família – Filoviridae.RNA de fita simples.Apresenta forma filamentosa. Envelopado.

O vírus Ebola é transmitido, na espécie humana, pelo contato direto com sangue, secreções, órgãos ou sêmen de pessoas infectadas.

Os primeiros sintomas começam com intensas dores de cabeça que serão frequentes ao longo do desenvolvimento da infecção, acompanhado de mal estar, fadiga, dor de garganta, dor nas costas, vômitos, náuseas, diarréia, conjuntivite, artrites e até estado de coma. Ainda nesta fase aparecem manchas vermelhas na face que indica tratar-se de um paciente hemorrágico.

Diagnóstico difícil no início da doença devido à sintomatologia inespecífica. Quando há a presença de vários sintomas característicos da doença deve-se realizar o diagnóstico laboratorial para comprovação como exame de sangue, isolamento do vírus e detecção do RNA viral por PCR e ELISA.

Tratamento geral, estabilização dos fluídos e eletrólitos dos mesmos, mantendo a oxigenação e a pressão sanguínea e, tratando-os para qualquer implicação infecciosa que, eventualmente, possa surgir.

Febres Virais Hemorrágicas - Lassa

Arenavírus.Família – Arenaviridae.Fitas múltiplas de RNA.Envelopado.

A transmissão ocorre a partir da ingestão de alimentos contaminados por excremento de ratos.

Área Gastrointestinal: náusea, vômito (com sangue).Sistema cardiovascular: Pericardite, hipertensão.Área respiratória: Tosse, dor no peito.

Pode ser difícil devido à sintomatologia semelhante a outras doenças.

Identificação por ensaio imunoenzimático (ELISA).

O agente fundamental para o tratamento é Ribavarina (Rebetron, Virazole), uma droga antiviral que é mais eficaz quando administrado no início do curso da doença.

Doença de Inclusão Citomegálica

Cytomegalovírus (CMV) ou Herpesvirus Humano 5 (HHV – 5).

Família – Herpesviridae.DNA de dupla fita.Com capsídeo icosaédrico. Envelopado.

80 a 90% da população teve contacto com o vírus na infância, sendo o índice de infecção adquirida menor nos países desenvolvidos. É mais frequente em mulheres do que em homens, na raça branca do que na negra.

Febre, gânglios infartados, principalmente os do pescoço, dores de garganta, alterações no fígado, alterações no baço.

Anamnese, diagnóstico clínico eficiente somente na forma grave e disseminada da doença.

Recomenda-se realizar os exames laboratoriais como exame de urina, testes de função hepática. Exame do líquido cefalorraquidiano.Testes sorológicos: pesquisa de IgM (presente somente na fase aguda) e IgG (presente por toda vida).

Tratamento sintomático.O antiviral só é recomendado para as formas graves da doença, devido à sua alta toxicidade sobre os glóbulos sanguíneos e os rins.

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4 - DOENÇAS VIRAIS DOS SISTEMAS CARDIOVASCULAR E LINFÁTICODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Febre Amarela Flavivirus.Família – Flaviviridae.RNA de fita simples.Com capsídeo icosaédrico. Envelopado.

Vírus penetra através da pele, através da picada do mosquito Aedes aegypti infectado;Doença infecciosa aguda e hemorrágica pois uma das proteínas contidas no envelope do vírus inibe a coagulação do sangue.A doença confere imunidade duradoura sem o conhecimento de uma reinfecção. Os anticorpos aparecem na primeira semana e duram por toda a vida.

1º fase (viremia) - febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular muito forte, cansaço, calafrios, vômito e diarréia aparecem, em geral, de três a seis dias após a picada (período de incubação).2ª fase - cerca de 15%, pode ocorrer ainda além dos já citados, sintomas graves como icterícia (pele e olhos amarelados), hemorragias, comprometimento dos rins (anúria), fígado (hepatite e coma hepático), problemas pulmonares e cardíacos que podem levar à morte.

Em casos moderados pode ser confundido com outras doenças infecciosas que atingem o sistema urinário, respiratório e digestivo.

Isolamento e identificação viral: inoculação em culturas de células de animais e mosquitos. Determinação de anticorpos como: testes de neutralização (TN), inibição da hemaglutinação (HI), fixação de complemento (FC), imunofluorescência (IF), ensaio imunoenzimático (ELISA).

Forma leve – analgésicos e antieméticos;Sangramentos graves – transfusão de plasma fresco ou sangue total;Insuficiência hepática e renal – UTI;vacinação para o controle.

Dengue Flavivirus.Família – Flaviviridae.RNA de fita simples.Com capsídeo icosaédrico. Envelopado.

Quatro sorotipos para o vírus (DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4).Assemelha-se com as características da febre amarela.

Dengue clássica: febre alta (39 a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças).Dengue hemorrágica: 3º ou 4º dia após os sintomas clássicos, ocorre sangramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos.

Realizado com base na história clínica do doente.Dengue hemorrágica – teste torniquete ou prova do laço. A prova do laço é um exame de consultório, com uma borrachinha o médico prende a circulação do braço e vê se há pontos vermelhos sob a pele, que indicariam pequenas hemorragias nos vasos.

Hemograma – contagem de hemáceas e plaquetas;Isolamento viral;Detecção do antígeno;Detecção do ácido nucléico viral;Sorologia para pesquisa de anticorpos.

Hidratação e emprego de antitérmicos.Reposição de fluidos e eletrólitos.Não utilizar ácido acetilsalicílico pois pode aumentar o quadro hemorrágico.

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4 - DOENÇAS VIRAIS DOS SISTEMAS CARDIOVASCULAR E LINFÁTICODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus

Hantavírus.Família – Bunyaviridae.Fitas múltiplas de RNA.Envelopado.

É uma doença mortal, transmitida por roedores infectados, através das fezes, saliva ou urina.Principais regiões afetadas: Rússia, China, Península Coreana e Europa Ocidental.

Febre, mialgia, náuseas, diarréia e com menos frequência, cefaléia, vômitos, dor abdominal, dor torácica, sudorese, vertigem, tosse e dispnéia. Na fase cardiorrespiratória há uma progressiva infiltração de líquido e proteínas no interstício e alvéolos pulmonares, levando à taquipnéia, hipoxemia e taquicardia.

Suspeita clínica e epidemiológica.Radiografia do tórax.

Hemograma – Pesquisa e contagem de hemáceas e plaquetas;ImunofluorescênciaEnsaio imunoenzimático (ELISA);Soroneutralização;Confirmação realizada através de PCR.

Os casos mais graves devem ser tratados em unidades de terapia intensiva. O tratamento instituído deverá envolver medidas terapêuticas destinadas a outras infecções pulmonares.

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5 - DOENÇAS VIRAIS DO SISTEMA RESPIRATÓRIODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Gripe Influenzavirus (Virus A, B e C da gripe).

Vírus RNA de fitas múltiplas, podem sofrer mutações antigênicas freqüentes e imprevisíveis. Possuem encapsulamento lipídico e tamanho que varia de 80 a 200nm.

Febre, dor no corpo, cefaléia, tosse seca, dor ocular e insuficiência respiratória.

Coriza intensa acompanhado ou não de febre.

Imunofluorescência indireta, isolamento viral caracterizado pela presença antigênica.

Vacinas Amantadina e Zanimivir.

Resfriado comum

Rhinovirus, Coronavirus,Parainfluenza,Adenovirus,Enterovirus.

Rhinovirus: vírus RNA fita simples, têm de 20 a 30nm e contêm quatro proteínas estruturais que formam um capsídeo sem invólucro de simetria icosaédrica.

Família – Picornaviridae.

Rinorréia, obstrução nasal, espirros e faringe-amidalite.

Algo que ajuda é a busca do antecedente epidemiológico como quadro similar em outro membro da família ou pessoa próxima.

Medicamento para aliviar os sintomas e antiviral nos casos das infecções por rinovirus e coronavirus.

Vírus Sincicial Respiratório.

Pneumovirus (VRS).

Família – Paramyxoviridae.

São vírus envelopados, não-segmentados dotados de genoma de RNA de fita simples com sentido negativo.

Coriza, rinorréia, obstrução nasal, tosse, dificuldade respiratória e retração costal.

O diagnóstico etiológico das infecções de trato respiratório agudo é baseado na sintomatologia apresentada pelo paciente, sobretudo em lactentes com quadro clínico de bronquiolite.

Ribavarina em forma inalatória.

Pneumonia Influenzavirus,VRS,Adenovirus,Rhinovirus,Coronavirus.

Sintoma de fase crônica de outras doenças.

Tosse, dispnéia, expectoração e dor pleurítica. A apresentação clínica das pneumonias é bastante variável e depende da intensidade da infecção, agente etiológico do mesmo.

De acordo ao agente etiológico.

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6 - DOENÇAS VIRAIS DO SISTEMA DIGESTIVODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Hepatite A Vírus VHA ou HAV.Têm a dimensão de 27 nm, é da família dos picornavírus. Seu genoma é constituído por RNA positivo.

Família – Picornaviridae.RNA de fita simples.Com capsídeo icosaédrico. Não envelopado.

É uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus VHA, age no fígado inflamando-o. Mais conta-giosa, porém é a que mata menos. Infecção única.

Transmissão: Fecal-oral, alimentos, vegetais, água contaminada, recheios cremosos de doces.

Grupo de risco: crianças, adultos, profissionais que lidam com crianças.

Evolução: espontânea, 1 a 6 meses para o vírus ser eliminado.

Fadiga, febre, dores musculares, dor de cabeça, dor no lado direito do abdômen (embaixo das costelas, onde está o fígado), náusea, perda do apetite e do peso, pele, olhos, mucosas amareladas (icterícia), urina escura e fezes amareladas.

Detecção do vírus e seus anticorpos.

Exame de sangue.

Inflamação no fígado.

Medicação em casos de febres, dores e enjôos.

Boa alimentação e ingestão de líquidos

99% das pessoas que a contraem se recuperam.

A vacina deve ser aplicada em 2 doses com intervalo de 6 meses.

Hepatite B Vírus VHB ou HBV.É um hepadnavírus com genoma de DNA (dupla hélice) circular. A partícula viral ou vírion do HBV tem 40nm, filamentosa ou esférica. Possui um envelope bilipídico.

Família – Hepadnaviridae.DNA de dupla fita envelopado.Com capsídeo icosaédrico.

Infecta até 100 vezes mais do que o vírus da AIDS.É uma inflamação do fígado pelo vírus HBV. Transmissão: parenteral; transfusão de sangue, uso compartilhado de seringas, agulhas e outros. Relações sexuais sem preservativo, contato com sangue ou secreções corporais contaminadas, com mucosa ou lesões na pele.Gestantes podem transmitir a doença para o bebê.Grupo de risco: adultos não vacinados, alcoolistas, profissionais da saúde, portadores com Hepatite C.

Fase aguda: mal estar generalizado, dores de cabeça, dores no corpo, cansaço fácil e febre.

Fase crônica: urina escura, fezes claras, coceira no corpo, icterícia.

Biópsia hepática.

Quantidade do vírus (HBV – DNA quantitativo ou PCR quantitativo).

Exame de sangue onde são detectados anticorpos ou partículas do vírus chamada antígeno de superfície do vírus B.

Vacina contra Hepatite B.

Interferon, lamivudina e antieméticos.

Prevenção: uso de luvas e máscaras quando tiver contato com sangue e secreções corporais.

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6 - DOENÇAS VIRAIS DO SISTEMA DIGESTIVODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Hepatite C Vírus VHC ou HCV.Flavivirus.

Família: Flaviviridae.

RNA de fita simples.40-65nm de diâmetro e envelopado. Com capsídeo icosaédrico.

Transmissão: parenteral; transfusão de sangue, uso compartilhado de seringas, agulhas e outros.Relações sexuais sem preservativo, contato com sangue ou secreções corporais contaminadas.

200 milhões de portadores no mundo. Pode levar à cirrose hepática ou câncer.

Dores abdominais, anorexia, atralgia, febreIcterícia, mal estar, diarréia e fadiga.Maior probabilidade de se tornar crônica.

Sorologia – pesquisa de anti VHC.

Exame de sangue, ELISA e Imunoblot.

Interferon e Ribavirina, mas só funciona em 50% dos casos.

Hepatite D Vírus VHD ou HDV.

Família: Deltaviridae.

RNA de fita simples (32nm).Envelope do HBV.

Transmissão: parenteral.O HDV é um vírus defectivo, ou seja, necessita do vírus HVB inoculado anteriormente no organismo para sua replicaçãoSe a pessoa tiver infectada com o vírus B e D: maior probabilidade de cirrose.

Pode necessitar de transplante de fígado.

Náuseas e vômitos, dores nas articulações, urina escura, dor abdominal, fadiga, perda de apetite,Icterícia.

Sorologia – pesquisa de anti VHD.

As transaminases TGO e TGP denunciam a lesão hepática.

Repouso. Analgésicos.Vacina contra o HBV é protetora, pois a co-infecção é necessária.

Hepatite E Vírus VHE ou HEV.

Família: Caliciviridae.

RNA de fita simples (35 a 40nm).Não envelopado.

Transmissão:Fecal-oral, pessoa a pessoa.Água contaminada.Pode ser encontrado nas fezes durante a fase aguda.

Dores abdominais, anorexia, atralgia e febre. Pesquisa de anticorpos:IgM e IgG, ELISA.

Higiene.Repouso.Analgésicos.A vacina está em desenvolvimento.

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6 - DOENÇAS VIRAIS DO SISTEMA DIGESTIVODoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

Gastroenterite viral

Vírus Norwalk-Like ou Calicivirus entérico.Família: Caliciviridae.RNA de simples fita (35 a 40nm).Não envelopado.

Rotavírus.Família: Reoviridae.RNA de dupla fita (60 a 80nm).Não envelopado.

Coxsackievírus.

Ataca o estômago e intestino delgado. A doença dura de 1 a 3 dias.

O vírus pode ser propagado através do contato direto, beijo, aperto de mãos, compartilhar copos pratos talheres, garfos.

Fadiga, arrepios, perda do apetite, náuseas, vômitos, dor no estômago, diarréia, febre baixa, dor muscular.

Exame laboratorial pedido pelo médico, para eliminação de doenças mais sérias e detectar desidratação.

Alimentar-se de forma leve e beber bastante líquido.

Antieméticos.

Soro para crianças.

Líquidos: chá, suco de maça, limonada, suco de caju, gelatina.

Vacina contra rotavirose – crianças.

Caxumba Rubulavirus.

Família: Paramixoviridae.

Vírus de RNA de fita simples, envelopado, pleomórfico variando de 100-300nm e de formato helicoidal.

O vírus tem distribuição universal ocorre em regiões com baixa cobertura vacinal.

Inflama as glândulas parótidas causando inchaço e dor.Assintomática.Transmissão: Se dá através da via respiratória como tosse, espirros, secreções.

Febre baixa, dor no corpo, perda do apetite, fadiga, dor de cabeça, inchaço das parótidas.

Exame físico comprovando as glândulas inchadas e diagnosticada na anamnese, sem necessitar de testes laboratoriais de confirmação.

Vacina tríplice viral (MMR).

Analgésicos e antitérmicos e antiinflamatórios na 2ª semana.

Repouso.

Beber bastante líquido.Evitar contato com outras pessoas.

Higiene pessoal.

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7 - DOENÇAS VIRAIS DO SISTEMA REPRODUTORDoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico TratamentoHerpes genital Simplexvirus (HHV-1 e HHV-2).

Família: Herpesviridae.

DNA de fita dupla.Com capsídeo icosaédrico.Envelopado

As lesões da herpes genital surge após um período de incubação de 1 semana e causam uma sensação de ardência.As vesículas contem liquido infeccioso, porem muitas vezes a doença e transmitida quando não há lesões aparentes.Possibilidade de recidivas.

Sensibilidade na região genital, anal, nádegas.Ardência e prurido.Bolhas aquosas. Febre.Cefaléias.Inflamação dos gânglios.Dores de garganta.

Diferencial: HSV oportunista (outras doenças).Clínico: Observação de toda área genital, periogenital e perianal.Laboratorial: Isolamento viral; Imunofluorescência; Biopsia das lesões; PCR.

Não tem cura.Drogas antivirais (Valaciclovir, Aciclovir e Famciclovir).Drogas para reduzirem e aliviarem os sintomas. Vacina em fase de teste.Aconselhamento educacional.Uso de camisinha reduz 50% de contagio.

Verrugas genitais

Papillomavirus.Família: Papovaviridae.

DNA de fita dupla.Com capsídeo icosaédrico.Não envelopado.

É uma doença infecciosa.Formação de verrugas no períneo conhecidas como crista de galo e couve flor.Não precisa ocorrer penetração vaginal ou anal para ser transmitido.Período de incubação do vírus geralmente e de semanas ou meses.

Costumam formar-se nas superfícies úmidas e quentes do corpo;Nos homens: cabeça e o corpo do pênis;Nas mulheres: na vulva, na parede vaginal, no colo do útero e na pele que rodeia a área da vagina;Ambos: ânus;Podem crescer rapidamente nas mulheres grávidas e em imunodeprimidos.

Sorologia.Teste de esfregaço do exame papanicolau comum.

Nenhum tratamento é completamente satisfatório;Remoção das verrugas visíveis e eliminação dos sintomas indesejáveis:Cirúrgicos; Quimioterápicos (Podofilotoxina); Cauterizações;Crioterapia (congela a verruga).

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7 - DOENÇAS VIRAIS DO SISTEMA REPRODUTORDoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

AIDS HIV – Virus da Imunodeficiência Humana.Gênero: Lentivirus.Família: Retroviridae.Possui duas fitas idênticas de RNA.Enzima transcriptase reversa e envelope de fosfolipídios.O envelope tem espículas denominadas GP 120.

É uma doença viral que e frequentemente transmitida pelo contato sexual, leite materno, compartilhamento de agulhas e seringas infectadasA infecção por HIV desativa o sistema imunológico.A infecção por HIV já não é mais uma sentença de morte.Virus permanece na célula do hospedeiro.

Emagrecimento rápido, com perda de mais de 10% do peso corporal; diarréia por mais de 1 mês; febre persistente; tosse seca sem motivos aparente; suor noturno; cansaço; manchas na pele; gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha e que podem levar muito tempo para desaparecer.

Sorologia.ELISA.Testes que medem a carga viral do plasma.Isolamento viral.Método de PCR.

Drogas antivirais que apenas retardam a progressão da infecção.Medicamentos para tratarem os sintomas.Usar camisinha, não compartilhar seringas ou agulhas, só usar descartáveisO desenvolvimento de uma vacina e difícil pois o vírus permanece dentro da célula do hospedeiro.

HPV - Papillomavirus.Família: Papovaviridae.

É um vírus icosaédrico.Não envelopado e com ácido nucléico constituído de DNA de dupla fita, circular.São pequenosExistem mais de 70 tipos virais de HPV.Classificados em: Alto risco;Risco intermediário;Baixo risco.

Infectam células epiteliais e têm a capacidade de causar lesões na pele ou mucosas.Lesões como a verruga comum e a verruga genital ou condiloma, popularmente conhecida como “crista de galo”.O período de incubação é muito variável.Podem não apresentar sintomas clínicos.Pode ocasionar lesões que, se não tratadas, têm potencial para progressão para o câncer por conta das transformações neoplásicas de células epiteliais.O vírus pode ficar em latência por muito tempo (meses ou anos).

Na maioria das vezes assintomática.Os sintomas dependem do tipo de HPV que infectam o homem ou mulher.Verrugas de tamanhos variáveis.No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus.Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero.As lesões também podem aparecer na boca e garganta.

Exame urológico (peniscopia), ginecológico (colposcopia e vulvoscopia).Exame preventivo (citologia).O diagnóstico definitivo é realizado através de exames laboratoriais de diagnóstico molecular, como o teste de captura híbrida, o PCR e biópsia da região suspeita.Se a menina for virgem, o HPV externo (de vulva) pode ser diagnosticado sem dificuldades.

Nos casos das verrugas, os tratamentos são realizados através de uso de ácidos no local da verruga, uso de laser ou ainda a retirada cirúrgica apenas; Em alguns casos de HPV em colo de útero, pode ser realizada apenas a cauterização do local. A duração do tratamento depende da extensão do processo e da recidiva da doença.Uso de preservativo em todas as relações sexuais.Vacina que funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV.

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7 - DOENÇAS VIRAIS DO SISTEMA REPRODUTORDoença Vírus Características Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento

HTLV I e II Vírus T-linfotrópico humano (HTLV).Gênero: Deltaretrovirus.Família: Retroviridae.

É envelopado, possui capsídeo, duas cópias de RNA de fita simples.Enzimas transcriptase reversa, integrase e protease.

É uma doença associada à leucemia/linfoma de células T no adulto.Cerca se 95% dos portadores são assintomáticos.Esses vírus são transmitidos pela via sexual, aleitamento materno prolongado, compartilhamento de agulhas e seringas e pela transfusão de sangue.

Na maioria das pessoas a infecção é assintomática.Possui quatro formas clinicas: aguda, crônica, linfomatosa, indolente.Quadro neurológico degenerativo ou mesmo manifestar alterações como leucemia ou linfomas.Dificuldade de defecar e urinar.

Diagnostico laboratorial: Imunoenzimático; Western-blot – exame diferencial; Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) - DNA proviral.

A cura para o HTLV permanece desconhecida.Quimioterapia. Ziduvidina.Transplante hematopoié-tico de células-tronco tem mostrado bons resultados.

Profilaxia: precauções sexuais, triagem sanguínea, atenção aos riscos potenciais e às doenças para evitar a disseminação.