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    APARECIDA A. Z. P. SABADINIMARIA IMACULADA C. SAMPAIO

    SLVIA HELENA KOLLER(Organizao)

    um Enfoque para

    a Revista Cientfica

    PsicologiaPublicar em

    I PPUS

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    um Enoque para a Revista Cientfca

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    APARECIDA ANGLICA ZOQUI PAULOVIC SABADINIMARIA IMACULADA CARDOSO SAMPAIOSLVIA HELENA KOLLER

    (Organizao)

    Publicar em Psicologia

    um Enoque para a Revista Cientfca

    So Paulo

    Associao Brasileira de Editores Cientcos de PsicologiaInstituto de Psicologia da Universidade de So Paulo

    2009

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    Direitos desta edio reservados Associao Brasileira de Editores Cientcos de Psicolo-gia (ABECiP) e ao Instituto de Psicologia da Universidade de So Paulo (IPUSP)

    Esta verso PDF est disponvel na Biblioteca Virtual em Sade - Psicologia (BVS-Psi,www.bvs-psi.org.br)

    Obra nanciada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP)

    Reviso, editorao, impresso e capa: Casa do Psiclogo

    Reviso tcica: rica Beatriz P. Moreschi Oliveira

    Publicar em psicologia : um enoque para a revista cientca / Organizao de Apare-cida Anglica Zoqui Paulovic Sabadini, Maria Imaculada Cardoso Sampaio e Slvia Helena

    Koller. So Paulo : Associao Brasileira de Editores Cientcos de Psicologia / Instituto dePsicologia da Universidade de So Paulo, 2009.216 p.

    ISBN 978-85-86736-33-9

    1. Peridicos cientcos. 2. Psicologia. 3. Normas editoriais. I. Sabadini, A. A. Z. P. (Org.).II. Sampaio, M. I. C. (Org.) III. Koller, S. H. (Org.). III. Ttulo.

    LC PN 4705

    Associao Brasileira de Editores Cientcos de Psicologia (ABECiP)Biblioteca Dante Moreira Leite

    Avenida Pro. Mello Moraes, 1721, Bloco C, Cidade UniversitriaSo Paulo, SP, Brasil 05508-030

    www.bvs-psi.org.br

    Instituto de Psicologia da Universidade de So Paulo (IPUSP)Avenida Pro. Mello Moraes, 1721, Cidade Universitria

    So Paulo, SP, Brasil 05508-030www.ip.usp.br

    Conselho Federal de Psicologia (CFP)SR TVN, Quadra 702, Edicio Braslia Rdio Center, Conjunto 4024-A

    Braslia, DF, Brasil 70719-900www.pol.org.br

    Casa do PsiclogoRua Simo lvares, 1020, Vila Madalena

    So Paulo, SP, Brasil 05417-011www.casadopsicologo.com.br

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    Agradecimentos

    Diversas pessoas ajudaram na construo do livro Publicar em Psicologia: um Enoque paraa Revista Cientca. Somos imensamente gratas a todos e queremos agradecer nominalmente

    Diretoria da Associao Brasileira de Editores Cientcos de Psicologia (ABECiP) e ao Institutode Psicologia da Universidade de So Paulo (IPUSP) pela publicao. Ao Conselho Federal dePsicologia (CFP), pelo nanciamento da obra. Casa do Psiclogo pela reviso, editorao, im-presso e capa. Aos autores-colaboradores: Ana Ludmila Freire Costa, Andr Serradas, ClaudetteMaria Medeiros Vendramini, Cludia Borim da Silva, Irene Maurcio Cazorla, Maria Marta Nas-cimento, Oswaldo Hajime Yamamoto e Piotr Trzesniak. A rica Beatriz P. Moreschi Oliveira pelareviso tcnica dos captulos da obra. s proessoras Emma Otta e Accia A. Angeli dos Santospela colaborao e pelo apoio. Aos nossos amiliares que oram privados de nossa presena emalguns momentos. equipe da Biblioteca Dante Moreira Leite do IPUSP e da Biblioteca Virtualde Psicologia, pelo apoio na elaborao deste livro. Aos autores, editores e demais usurios quenos incentivaram neste empreendimento e Providncia, que nos colocou juntas e nos dotou

    de empatia uma com a outra, o que vem permitindo uma bela parceria. Bela no sentido de pro-dutiva, porm mais ainda porque estar juntas nos az elizes!

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    Sumrio

    Precio 13Apresentao 15

    Captulo 1 A Redao Cientfca Apresentada por Editores 19Piotr Trzesniak e Slvia Helena Koller

    1 O Teto Cietco: Viso e Cidados doa Atora 20

    2 Objetivos da Cicia e a Escrita Cietca 20

    3 Como Escrever 21

    4 Por qe Escrever 22

    5 Ode e o Q Pblicar 24

    6 A ltima Verso 25

    7 O Teto Cietco: Viso e Cidados dos Editores 26

    8 A Trajetria de m Artigo: da Preparao Pblicao 28

    Captulo 2 Preparando um Peridico Cientfco 35Aparecida Anglica Zoqui Paulovic Sabadini, Maria Imaculada Cardoso Sampaio e Maria Marta Nascimento

    1 Peridico Cietco 36

    1.1 Caractersticas do Peridico Cietco 37

    1.1.1 Normalizao 38

    1.1.2 Periodicidade 38

    1.1.3 Regularidade 391.1.4 Tempo de Existncia 40

    1.1.5 Divulgao e Distribuio 40

    1.1.6 Dimenses 40

    1.1.7 Tiragem 41

    1.1.8 Apresentao Grca (Leiaute) 41

    1.1.9 Nmero Internacional Normalizado para Publicao Seriada (ISSN) 41

    1.2 Estrtra do Peridico Cietco 42

    1.2.1 Parte Externa do Peridico Cientco 42

    1.2.2 Parte Interna do Peridico Cientco 51

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    1.3 Projeto Grco 58

    1.4 Da Preparao Pblicao: Recomedaes 58

    2 Revista de Divlgao 59

    3 Boletim de Sociedade Cietca o Iormativo Prossioal 59

    4 Revista Eletrica o Digital 60

    Captulo 3 O Movimento de Acesso Aberto,os Repositrios e as Revistas Cientfcas 75

    Maria Imaculada Cardoso Sampaio e Andr Serradas

    1 Movimeto de Acesso Aberto OA 76

    1.1 Declarao de Bdapeste Bdapest Ope Acess Iiciative 2002 76

    1.2 Declarao de Bethesda 2003 76

    1.3 Declarao de Berlim 2003 76

    1.4 Declarao de Salvador sobre Acesso Aberto:

    a Perspectiva dos Pases em Desevolvimeto 2005 771.5 Declarao de Floriapolis 2006 77

    1.6 Declarao de Cba 2007 77

    2 Ope Archives Iiciative OAI 78

    2.1 Liha do Tempo das Iiciativas em Acesso Aberto 78

    3 Vertetes do Acesso Aberto 79

    3.1 Repositrios Istitcioais e Temticos Gree Road 79

    3.1.1 Exemplos de Repositrios Institucionais 81

    4 As Revistas Cietcas e o Acesso Aberto 82

    4.1 Scietic Electroic Library Olie SciELO 83

    4.2 Red de Revistas Cietcas de Amrica Latia y el Caribe, Espaa y Portgal Redalyc 844.3 Peridicos Eletricos em Psicologia PePSIC 84

    5 Cosideraes Fiais 85

    Captulo 4 A Estrutura Editorial de um Peridico Cientfco 87Piotr Trzesniak

    1 Trs Reqisitos para a Revista Cietca 88

    2 Garatia de Pereidade: a RetagardaIstitcioal e o Comit/Coselho de Poltica Editorial 88

    3 Garatia da Credibilidade Cietca I: o Corpo Editorial Cietco 89 3.1 Coceito e Atribies 90

    3.2 Costitio e Reovao do Corpo Editorial Cietco 90

    4 Garatia da Credibilidade Cietca II:Cosltores o Revisores ad hocdo Peridico Cietco 91

    5 Garatia da Credibilidade Cietca III:as Editoras e/o os Editores 92

    5.1 O Editor Geral 92

    5.2 A Eqipe do Editor Geral 95

    5.2.1 Assistente do Editor, Editor Assistente e Editor Adjunto 95

    5.2.2 Editor Associado 96

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    5.2.3 Editor Convidado 96

    5.2.4 Editor de Seo 96

    5.2.5 Editor Consultivo 96

    6 Garatia da Credibilidade Cietca IV:Fes e Resposabilidades o Processo Editorial 97

    7 Garatia da Credibilidade Cietca V:Atomatizado a Admiistrao com Submission e SEER 99

    Captulo 5 Indexao e Fator de Impacto 103Maria Imaculada Cardoso Sampaio e Aparecida Anglica Zoqui Paulovic Sabadini

    1 Ideao 104

    2 O Processo de Seleo das Bases de Dados 105

    3 Tipos de Bases de Dados 107

    4 Procedimetos para Ideao 109

    5 Cosideraes Fiais 113

    Captulo 6 Preparando um Artigo Cientfco 117Aparecida Anglica Zoqui Paulovic Sabadini,

    Maria Imaculada Cardoso Sampaio e Slvia Helena Koller

    1 O Artigo Cietco 118

    2 O Mascrito 118

    3 Estrtra e Cotedo do Artigo Cietco 119

    3.1 Ttlo 120

    3.1.1 Subttulo 1203.1.2 Ttulo Resumido 121

    3.2 Atoria 121

    3.2.1 Aliao Institucional dos Autores 122

    3.2.2 Endereo Institucional dos Autores 124

    3.2.3 Inormaes sobre os Autores 125

    3.2.4 Notas do Autor 125

    3.3 Ttlo e Atoria: Recomedaes 126

    3.4 Resmo 127

    3.5 Palavraschave e Descritores 129

    3.6 Itrodo 1313.7 Desevolvimeto 132

    3.7.1 Mtodo 132

    3.7.2 Resultados 135

    3.7.3 Discusso 146

    3.7.4 Concluso ou Consideraes Finais 147

    3.8 Citaes o Teto 147

    3.9 Orgaizao dos Ttlos das Sees o Artigo 148

    3.10 Reercias 149

    3.11 Data de Tramitao dos Mascritos 149

    3.12 Tempo de Pblicao 150

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    3.13 Aeos e Apdices 150

    4 Otros Tipos de Cotribies 150

    5 Da Preparao Sbmisso do Mascrito: Recomedaes 151

    5.1 Escolha do Peridico para Sbmisso do Mascrito 151

    5.2 Padroizao do Mascrito 152

    5.3 Sbmisso e Carta de Apresetao do Mascrito 152

    6 DOI Ideticador de Docmeto Digital 153

    7 Cosideraes Fiais 154

    Captulo 7 Autoria, Coautoria e Colaborao 163Maria Imaculada Cardoso Sampaio e Aparecida Anglica Zoqui Paulovic Sabadini

    1 Ator e Atoria 164

    1.1 Atoria Istitcioal 164

    2 Coatoria 165

    3 Atores e Colaboradores 166

    4 Coatoria Iteracioal o Atoria Trasacioal 167

    Captulo 8 Normas para a Apresentao de InormaesEstatsticas no Estilo Editorial APA 171

    Claudette Maria Medeiros Vendramini, Irene Maurcio Cazorla e Cludia Borim da Silva

    1 Mtodos de Apresetao de Iormaes Estatsticas 172

    1.1 Apresetao Estatstica em Teto 172

    1.2 Apresetao Estatstica em Tabela 173

    1.3 Elemetos de ma Tabela 174

    1.4 Apresetao Estatstica em Figra 177

    1.5 Elemetos de ma Figra 177

    1.6 Tipos de Grcos Estatsticos 178

    1.6.1 Grco de Linhas 178

    1.6.2 Grco de Barras Verticais ou Colunas 179

    1.6.3 Grco de Barras Horizontais 179

    1.6.4 Grco de Setores 180

    1.6.5 Grco de Caixas 180

    1.6.6 Histograma 181

    1.6.7 Diagrama de Disperso e Reta de Regresso 1812 Apresetao de Resltados de Alises Estatsticas 182

    2.1 Apresetao de Medidas Descritivas o Eploratrias 183

    2.2 Alise Estatstica Ierecial 183

    3 Cosideraes Fiais 186

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    Captulo 9 A Avaliao de Peridicos CientfcosBrasileiros da rea da Psicologia 189

    Oswaldo Hajime Yamamoto e Ana Ludmila Freire Costa

    1 A Avaliao de Peridicos: Modalidades e Fialidades 190

    1.1 Ideao em Bases de Dados 190

    1.2 Fometo 191

    1.3 Iclso em Colees 192

    1.4 Avaliao de Pesqisadores e de Istities 193

    2 A Evolo das Propostas de Avaliao de Peridicos 193

    3 A Avaliao de Peridicos a rea da Psicologia 194

    4 Refees sobre a Avaliao de Peridicos 196

    Notas sobre as Organizadoras 201

    Notas sobre os Autores-colaboradores 203

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    Publicar em Psicologia: um Enoque para a Revista Cientca

    Precio

    Emma Otta

    O livro Publicar em Psicologia, organizado por Aparecida Anglica Zoqui Paulovic Sabadini,Maria Imaculada Cardoso Sampaio e Slvia Helena Koller, destina-se a estudantes e prossionais

    de Psicologia e de reas ans interessados em editorao cientca. Rene autores com larga ex-perincia na rea de publicao no Brasil e ser leitura obrigatria em instituies de ensino supe-rior e pesquisa, nos cursos de ps-graduao e graduao, tanto pelas orientaes prticas paraos pesquisadores que desejam diundir suas descobertas como pelos subsdios que oerece paradiscusses mais amplas sobre poltica cientca nacional. O proessor Isaac Roitman nos ensinaque o desenvolvimento cientco e tecnolgico de um pas correlaciona-se com a qualidade devida de seu povo. Assim, o conhecimento cientco um capital de enorme importncia para onosso pas. Investir na sua busca e na democratizao de tecnologias e erramentas de produo esocializao do conhecimento acadmico investir na qualidade de vida da sociedade brasileira.

    O livro suscita importantes questes de poltica cientca (captulo 3), o que vem ao encon-tro de uma demanda crescente da comunidade cientca por acesso inormao cientca e

    livre acesso de brasileiros aos resultados de pesquisas nanciadas com recursos pblicos. oque deendem as Declaraes de Salvador e de Florianpolis (2006), somando-se a iniciativasinternacionais, notadamente as 3 Bs, as Declaraes de Budapeste (2005) e as Declaraes deBethesda e Berlim (2003).

    H hoje insatisao crescente da comunidade cientca com o ato de as universidadespagarem trs vezes pelo processo de gerao do conhecimento, o que constitui um proble-ma srio, especialmente para as universidades pblicas onde a maior parte do conhecimentocientco gerado. A universidade paga o salrio do docente/pesquisador que az a pesquisa.O docente/pesquisador muitas vezes paga para publicar. Finalmente, a universidade paga paraadquirir as revistas, e muitas bibliotecas tm diculdade em manter colees completas.

    Acompanhando o que acontece internacionalmente, o Brasil destaca-se na construo e ma-nuteno de repositrios digitais, com ganho de autonomia com relao aos editores cientcoscomerciais e consequente reduo de gastos. H 15 anos, essa iniciativa seria impossvel. Agoratemos tecnologia para isso graas ao advento da Internet. Um exemplo na psicologia o ProjetoBiblioteca Virtual de Psicologia coordenado pela Biblioteca Dante Moreira Leite do Instituto dePsicologia da Universidade de So Paulo, em parceria com o Conselho Federal de Psicologia.

    Uma coleo de acesso livre nas diversas reas do conhecimento que merece destaque a SciELO(Scientic Electronic Library Online), criada e mantida no mbito da BIREME/FAPESP, que cobre asprincipais publicaes peridicas brasileiras, disponibilizando, pela Internet, os textos integrais.

    Este livro um exemplo de iniciativa em acesso aberto. A publicao digital oi disponibili-zada, antes mesmo da verso impressa, no site da BVS-Psi (www.bvs-psi.org.br). A parceria com

    a Casa do Psiclogo possibilitou esse acesso imediato obra.

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    As diretrizes sobre coautoria discutidas no captulo 7 sero consideradas teis por orienta-dores e orientandos, assim como por equipes de pesquisa, que vm se ampliando pelas acili-dades da comunicao via rede e pelo incentivo das universidades internacionalizao. cadavez mais requente a coautoria transnacional e internacional. A explicitao de princpios e a in-dicao dos problemas que podem ocorrer so importantes para a reduo de mal-entendidos

    a respeito da propriedade intelectual.Estudantes iniciantes e at mesmo pesquisadores experientes, que querem divulgar suaspesquisas, certamente encontraro nesta obra inormaes valiosas sobre a preparao de ma-nuscritos/compuscritos (captulos 1, 2 e 6), incluindo a orma de apresentao de inormaesestatsticas (captulo 8), e podero esclarecer dvidas sobre o processo editorial (captulo 1). Aodecidir para qual peridico iro enviar seu trabalho, podero encontrar subsdios nos captulos2, 4, 5 e 9, que tratam da estrutura editorial, avaliao de peridicos e do ator de impacto eindexao. Novamente so suscitadas nesses captulos questes sobre poltica cientca, cons-tatando-se os avanos que a psicologia como rea tem eito na avaliao de seus peridicoscientcos e na reexo sobre questes de avaliao.

    Recomendo ortemente a leitura do livro Publicar em Psicologia.

    Precio

    Emma Otta

    Proessora titular do Instituto de Psicologia da Universidade de So Paulo (IPUSP).

    Atualmente diretora do IPUSP (Gesto 2008-2011). E-mail: [email protected]

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    Apresentao

    A elaborao deste livro atende a uma antiga demanda por parte da comunidade envolvidacom os processos de editorao de revistas cientcas e produo de artigos cientcos na rea

    da Psicologia. Essa demanda, maniestada, muitas vezes, nos cursos Como Preparar Artigo Cient-co, nas dvidas expressadas pelos usurios/autores e por autores e editores nas mais dierentesormas de interao, inclusive nas reunies da Associao Brasileira de Editores Cientcos dePsicologia (ABECiP), levou ao delrio de pensar que seramos capazes de dar respostas lgicas,claras e precisas s angstias da comunidade. Puro delrio, ledo engano! Quanto mais envere-dvamos pelos caminhos da revista e do artigo cientco, mais transparecia a certeza de queestvamos muito distantes de conseguir explicar, de orma lgica, clara e precisa toda a magia,paixo e diculdades que envolvem a ascinante tarea de registrar e ormatar conhecimentos.

    Algumas vezes parecia que a concluso dos captulos estava to distante e que no conse-guiramos. Quando voltava a motivao para continuar, surgia uma nova urgncia e tirava-nosdo oco. Algumas vezes ramos tomadas pelo sentimento de ignorncia com relao ao que

    tentvamos explicar e buscvamos na sabedoria do emblemtico lsoo grego Scrates e nasua rase imortal S sei que nada sei, a coragem para seguir adiante. Lendo muitos autores,escutando outros, analisando os manuais de publicao da American Psychological Association(APA) e as normas editadas pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), omos tecen-do nosso discurso, muitas vezes to rgil que vinha a sensao: se levantarmos os olhos do tex-to, essa inormao j no verdadeira, tamanha a velocidade com que tudo muda atualmente.Scrates, to sbio, no escreveu nada do que pensou e reetiu. Por que ns que no somossostas temos de ser to atrevidas? Novamente o conorto vinha das palavras e dos ensinamen-tos do grande lsoo: o saber algo que est ora de ns, nunca vamos possu-lo, mas temos deam-lo e busc-lo sempre! Aquele que ama o saber caminha em sua direo!

    E seguamos escrevendo...Publicar os resultados de uma investigao cientca uma orma de assegurar os direitos

    sobre descobertas e resultados, trata-se do registro legtimo das ideias e dos pensamentos deum(a) autor(a). Entretanto, sabe-se de antemo que escrever um ato de solido, por isso, mui-tas vezes, o ato de publicar encontra resistncia entre os pesquisadores. Na verdade, publicarexige muita coragem e ousadia, pois se trata de tornar totalmente transparente aquilo que oragerado de orma reservada. abrir-se sem medos ao julgamento de todos, especialistas, curio-sos, crticos e toda sorte de pessoas; algumas de boa vontade, outras nem tanto.

    Ao publicar, o(a) autor(a) dissemina seu conhecimento e autoriza aos cientistas epesquisadores o acesso sua produo, principalmente na era atual, em que no existemronteiras nem barreiras sicas para a circulao da inormao. Publicar permite a outros

    pesquisadores reetirem sobre os resultados obtidos. Assim, possvel azer-se inerncias

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    e concluses sobre o alcanado, de orma que haja o intercmbio de ideias e experincias. Oconhecimento avana!

    A publicao d a necessria visibilidade produo de um pas, preserva a memria e legi-tima o conhecimento gerado em uma determinada comunidade. O conhecimento s se trans-orma em cincia a partir do momento em que publicado, e o verdadeiro cientista aquele

    que publica os resultados de sua investigao, compartilhando com outros suas ideias e desco-bertas. Hoje, mais do que nunca, o que no est escrito no existe de ato!Desde que comearam a ser publicadas no sculo XVII, as revistas cientcas passaram a

    desempenhar relevante papel no processo de registro e divulgao dos resultados de pesqui-sas. Esse tipo de publicao importante por diversas razes, porm uma aparece como deter-minante da necessidade de se publicar: a ascenso e o xito de um(a) pesquisador(a) ou pro-ssional dependem, em grande parte, da quantidade/qualidade de trabalhos publicados e darequncia com que esses trabalhos so citados por outros cientistas.

    O discurso cientco tem suas normas prprias, e escrever para uma revista signica enqua-drar seus pensamentos em um modelo preestabelecido, com relao orma de apresentaodessas ideias. Sendo assim, um caminho para auxiliar os autores e os prprios editores a cria-

    o de normas bsicas que possam orientar na ase de elaborao do artigo e da prpria revistacientca.

    A rea da Psicologia vivencia um sensvel crescimento de suas revistas cientcas no Brasil.Esse crescimento pode ser medido a partir do nmero de revistas indexadas no Index Psi Peri-dicos (www.bvs-psi.org.br), base de dados que tem por objetivo o controle bibliogrco das pu-blicaes seriadas da rea. Outro indicador do aumento do crescimento das revistas na rea oPortal de Peridicos Eletrnicos de Psicologia (PePSIC, http://pepsic.bvs-psi.org.br), que ampliasua coleo latino-americana a cada dia. Se lanarmos o olhar para a Europa, os Estados Unidosda Amrica e outras regies, nosso argumento encontrar respaldo irreutvel.

    Ento, na nsia de auxiliar os autores e editores que publicam em Psicologia, omos buscan-do colaboradores que nos auxiliaram na construo dos textos que compem este livro.

    No primeiro captulo A Redao Cientca Apresentada por Editores Piotr Trzesniak e Sl-via Helena Kollerapresentam, do ponto de vista de editores experientes, o texto cientco: visoe cuidado dos autores e os objetivos da cincia e a escrita cientca. Conversam com o leitorsobre como escrever, por que escrever, onde e como publicar. Descrevem tambm a trajetriade um artigo: da preparao publicao.

    O captulo 2 Preparando um Peridico Cientco escrito por Aparecida Anglica ZoquiPaulovic Sabadini, Maria Imaculada Cardoso Sampaio e Maria Marta Nascimento , orienta quantoaos elementos essenciais na composio do peridico cientco. A normalizao, periodicida-de, regularidade, divulgao e distribuio, apresentao grca, estrutura do peridico e oselementos pr, textuais e ps-textuais tambm so descritos, comentados e exemplicados. Aelaborao do captulo pautou-se na norma NBR 6021 da ABNT (2003b), nos manuais de publi-cao da APA (2001a, 2001b) e nas revistas editadas pela prpria APA.

    O terceiro captulo O Movimento de Acesso Aberto, os Repositrios e as Revistas Cient-cas tem como autores Maria Imaculada Cardoso Sampaio e Andr Serradas que discorrem sobreas declaraes de apoio ao movimento de acesso aberto, Open Archives Iniciative (OAI), reposit-rios institucionais e temticos. Finalizam situando as revistas cientcas no contexto eletrnico,enquanto a via dourada do acesso aberto.

    O quarto captulo Estrutura Editorial de um Peridico Cientco elaborado por PiotrTrzesniak,conversa com os leitores e editores sobre a composio do corpo editorial e os papisde cada um dos envolvidos no processo de reviso e aceite do artigo. As unes dos assessorescientcos ou revisores ou reerees ad hoc, assim como a nomenclatura dos diversos atores dessa

    importante tarea de gerao da revista cientca tambm so objetos de explanaes.

    Apresentao

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    O captulo 5 Indexao e Fator de Impacto oi desenvolvido por Maria Imaculada Cardo-so Sampaio e Aparecida Anglica Zoqui Paulovic Sabadini e situa os leitores quanto ao processode indexao e s principais bases de dados que promovem o conhecimento psicolgico.

    Preparando um Artigo Cientco sexto captulo oi ormulado pelas organizadoras dolivro, Aparecida Anglica Zoqui Paulovic Sabadini, Maria Imaculada Cardoso Sampaio e Slvia He-

    lena Koller. Orienta quanto estrutura e ao contedo do artigo cientco, explicando os trsprincipais elementos que constituem o artigo: pr-textuais (antecedem o texto com inorma-es que ajudam na sua identicao), textuais (parte do trabalho onde exposta a matria)e ps-textuais (complementam o trabalho), com base nos manuais da APA (2001a, 2001b) e nanorma NBR 6022 da ABNT (2003a).

    O captulo 7 Autoria, Coautoria e Colaborao escrito por Maria Imaculada Cardoso Sam-paio e Aparecida Anglica Zoqui Paulovic Sabadinidiscute as atribuies e responsabilidades dosenvolvidos no processo de criao do artigo cientco. O compromisso tico dos autores e co-autores tambm az parte do contedo do texto.

    No captulo 8 Normas para a Apresentao de Inormaes Estatsticas no Estilo EditorialAPA Claudette Maria Medeiros Vendramini, Irene Maurcio Cazorla e Cludia Borim da Silva apre-

    sentam as normas para publicao cientca de inormaes que envolvem notaes, expres-ses, tabelas e guras estatsticas, utilizando como modelo as normas da APA.

    Finalmente, no captulo nove A Avaliao de Peridicos Cientcos Brasileiros da rea dePsicologia Oswaldo Hajime Yamamoto e Ana Ludmila Freire Costa explicam a evoluo das pro-postas de avaliao de peridicos, enatizando a rea da Psicologia. Encerram o texto reetindosobre o que a avaliao representa para as revistas cientcas e sua eetividade na aerio domrito cientco dos peridicos.

    Assim, entregamos nossa contribuio comunidade. No como uma obra acabada, masapenas como o incio de um dilogo. Acreditamos que esse dilogo ganhar eco nas vozes dosautores, editores e leitores em geral e nos conduzir para outros momentos de delrios e moti-vaes que nos possibilitaro rever, reescrever, melhorar...

    As organizadoras

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    Reercias

    American Psychological Association. (2001a). Manual de publicao daAmerican Psychological Association (4aed., D. Bueno, trad.). Porto Alegre: ARTMED. (Traduo da 4a ed. de 1994)

    American Psychological Association. (2001b). Publication manual o the American Psychological Association

    (5th ed.). Washington, DC: Author.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. (2003a). Inormao e documentao Artigo em publicao peri-dica cientca impressa - Apresentao - NBR 6022. Rio de Janeiro: Autor.

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas. (2003b). Inormao e documentao - Publicao peridica cient-ca impressa - Apresentao - NBR 6021. Rio de Janeiro: Autor.

    Apresentao

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    Captulo 1

    A Redao Cientfca Apresentada por Editores

    Piotr Trzesniak

    Slvia Helena Koller

    Carssimo(a) leitor(a), seja bem-vindo(a) ao nosso captulo. possvel que boa parte de nos-so texto seja dierente de todos os demais que voc j leu sobre redao cientca. que ns,

    autor e autora, no somos escritores prossionais, e tambm no temos ormao na rea deletras. Somos pesquisadores e, como todos os dessa espcie, tornamo-nos escritores (ser quenos tornamos mesmo?) por dever de ocio.

    Ento, voc no vai encontrar por aqui apenas orientaes acerca de como escrever. Emboratratemos disso, especialmente na primeira metade do texto, mantemos todo o tempo uma outraviso, e a enatizamos na Parte 2: vamos nos preocupar e lhe contar o que acontecer com o seucompuscrito (compuscrito o equivalente moderno de manuscrito), aps voc encaminh-lo auma revista para publicao. Conhecendo e, tanto quanto possvel, assumindo os papis envol-vidos na tramitao editorial de um original, um(a) autor(a) poder melhor-lo signicativamen-te e, em consequncia, reduzir substancialmente o tempo entre a submisso e a publicao.

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    1 O Teto Cietco: Viso e Cidados doa Atora

    Escrever um texto cientco como contar uma histria. O objetivo deste captulo dia-logar com autores em potencial sobre aspectos ligados a essa tarea. Por se tratar de um textodidtico, apresenta uma linguagem coloquial e direta aos leitores, visando estabelecer um di-

    logo e inquiet-lo para materializar o seu texto cientco. Trata basicamente de como epor queescrever e deonde e o qu publicar da histria de seu trabalho cientco.Voc az uma pesquisa e, naturalmente, quer contar o que descobriu, como alcanou seus

    resultados e o que estes acrescentam ao conhecimento j existente. Essa a motivao princi-pal dos cientistas querer que seus achados sejam disseminados e querer ser reconhecido porisso mas somente se pode receber reconhecimento por algo que se aa muito bem. A pes-quisa apenas se completa quando seu resultado se torna disponvel para a humanidade. Ento,escrever e publicar parte do processo investigativo e precisa ser muito bem eito tambm. Noentanto, contar bem a histria de uma pesquisa exige um roteiro bastante peculiar, baseado emmtodo, linguagem e valores especcos. Voc est escrevendo uma parte da histria da cincia,contando um experimento, uma investigao, desvendando um enmeno e precisa respeitar

    os pressupostos que ela lhe apresenta. S assim seu texto ser realmente compreensvel e ade-quado s expectativas de seus leitores, em geral tambm cientistas como voc.

    2 Objetivos da Cicia e a Escrita Cietca

    A cincia uma atividade coletiva, conduzida atravs de mtodos rigorosos e tcnicas espec-cas, por membros de uma comunidade de pesquisadores e/ou estudiosos. Independentemen-te de seu mtodo ser quantitativo ou qualitativo, seus resultados devem ser comunicados atra-vs de uma linguagem exclusiva, que transmita objetivamente inormaes sobre os resultadosdas investigaes conduzidas com rigor metodolgico. Os valores dessa comunidade permeiam

    e caracterizam a cincia que ela produz. Lembre-se, no entanto, de que a realidade vivida duran-te a pesquisa est acima do mtodo, como salienta Demo (1999). O mtodo usado para orga-nizar a realidade, no o contrrio. Portanto, o reducionismo cientco no pode considerar realapenas o que cabe no mtodo (Demo, 2003). Aventure-se e conte a histria de sua investigao,acrescentando as potencialidades e as limitaes que a tornaram possvel e ainda mais prximada realidade. Criatividade uma condio esperada para que a cincia se renove! Mas cinciano literatura potica, ento aqui se ala em criatividade cientca. Voc no tem de azer umtexto esteticamente bonito, mas cienticamente correto. Uma pesquisa bonita no se caracterizapor uma linguagem retrica e rebuscada, mas pelo seu belo delineamento, assim qualicadopor ser intrinsecamente rigoroso e bem descrito.

    O objetivo ltimo da cincia consiste em gerar conhecimento, cujo acmulo promova amelhoria da qualidade de vida dos seres humanos. A histria cientca que voc estar coescre-vendo obedece a uma srie de regras simples e ceis de entender. Seu texto expressa a verdadede sua pesquisa, obtida atravs dos procedimentos de coleta e anlise dos dados que oram uti-lizados para alcanar os objetivos ou responder s perguntas que a motivaram. Como pano deundo da histria que voc est contando, h toda a cincia produzida anteriormente, descritana literatura publicada, apoiando suas hipteses e seu problema e atestando por que o estudoempreendido relevante e se justica investig-lo. Demo (2003) arma que bons resultados sorutos de uma boa colheita, pois tendo mo um bom tema, uma boa hiptese de trabalho,uma boa base terica e metodolgica, ser possvel realizar bem a promessa da introduo.Voc deve manter o compromisso de apresentar argumentos adequados e coletar dados perti-

    nentes, para chegar a um bom desecho de sua histria.

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    3 Como Escrever

    Escrever cincia no uma tarea trivial, porque necessrio respeitar estritamente o deta-lhamento e a veracidade do ato que est sendo descrito. , alm disso, sempre uma tarea de-saadora e dicil de comear. Se voc no consegue escrever a primeira rase, no se preocupe!

    Escreva a segunda, e o seu texto uir. No entanto, h um caminho inalvel para quem desejaaprender a escrever e quer escrever bem: leia muito e escreva muito!Lendo o que outros cientistasescreveram, voc conseguir nutrir o seu prprio processo criativo e gerar seus prprios textos.

    Outra peculiaridade da pesquisa cientca e, portanto, tambm do texto que a descreve (eque, como j mencionado, az parte dela!) que ele passar pela avaliao de pares, isto , deoutros investigadores. , por isso, conveniente submeter seu original apreciao de seus cole-gas de trabalho, proessores e supervisores, para obteno de avaliaes preliminares. Se essesseus primeiros leitores orem seus verdadeiros amigos, como aponta Bem (2003), aro crticasconstrutivas e o ajudaro a ter um original mais pronto para publicao.

    Um texto sempre pode ser melhorado, portanto, em nenhum momento (mesmo que o con-sidere denitivo), tome as crticas a ele como se ossem pessoais a voc. Agradea aos revisores

    prvios por ajud-lo a submeter um compuscrito mais aprimorado, o que, certamente, tornar oprocesso de tramitao editorial mais curto e ar a alegria dos pareceristas e editores. Alm disso,voc poder conhecer antecipadamente algumas das possveis reaes dos leitores ao seu texto.

    Se algum revisor (pr ou ps-submisso) car um pouco exaltado e emitir um parecer noconstrutivo, pergunte-se por que isso aconteceu. Descone, tambm, de revistas que no lheenviam pareceres bem consubstanciados e que publicam o seu texto na orma como o subme-teu. Elas o esto expondo a risco. Depois de publicado, seu artigo no pode mais ser alterado, evoc no teve garantido o seu direito de t-lo revisado e de melhor-lo antes que ele sasse.

    unanimidade entre os pesquisadores que escrevem e leem cincia que alguns pressupostosso undamentais para uma escrita cientca de boa qualidade (Bem, 2003; Day, 2001; Sternberg,2003). O texto cientco deve ser claro, objetivo,preciso, comunicativo e estar em linguagem correta.

    Isso quer dizer que o texto cientco deve ser... cientco, e no literrio ou coloquial. Toda inorma-o que or colocada nele deve ser acessvel aos leitores a que se destina, permitindo que a cinciaque contm seja realmente entendida. A leitura da histria de sua pesquisa precisa permitir queseja identicado exatamente o que oi eito e como oi eito, sem a possibilidade de dar margem imaginao de seus leitores. Os outros cientistas, que aprendem com a leitura de seu texto, podemdiscutir o que voc ez apenas em ace do que est apresentado, sem ter de adicionar hipteses ouconjecturas. Deve ser possvel reconstruir seu trabalho a partir de seu relato, aproveitar suas ideias,criticar seu mtodo, reinterpretar seus achados e concluses. Os leitores podem at ter um momentode inspirao e se emocionar com o estudo que voc descreve, mas precisam apegar-se ao seu textopara realmente entender o que sua experincia pode ensinar e o que seguir a partir dela (ou no!).

    Ao contar a histria de sua pesquisa, que, portanto, alerta para que o seu texto seja obje-tivo. Faa uma seleo criteriosa das inormaes disponveis. Inclua todas aquelas imprescind-veis para que o trabalho e seus resultados sejam bem compreendidos. Voc tem de se perguntarao longo de sua escrita se tudo que est dito necessrio e se algo que ar alta ainda est au-sente. Voc ez a pesquisa, ela est toda em sua memria e em seus registros. Seus leitores noo acompanharam nesse processo e precisam de detalhes relevantes para poderem entender oque voc ez. Esta uma tarea desaadora, pois, muitas vezes, algumas inormaes so tobvias aos cientistas que escrevem, por terem vivido o processo investigativo, que lhes passamdespercebidas quando redigem o texto. Note que essas lacunas podem inviabilizar a (re)cons-truo do conhecimento. Entregue o ouro aos bandidos, no tenha medo! Eles sabero utiliz-lo muito bem. Pode ser mais saudvel receber crticas por alguma inormao dada em excesso,

    do que ser atacado por ter omitido inormaes necessrias.

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    Voc pode mencionar tambm alguma tentativa que no tenha uncionado como espera-do, mas tal meno tem de ter uma nalidade cientca, no meramente alongar seu texto. Paraisso, preciso apresentar e discutir hipteses e causas para o insucesso do que oi tentado ejusticadamente desaconselhar a repetio ou apontar alternativas e modicaes que possamtorn-la rutera. Porm, cuidado: a nase principal deve ser sempre eetiva contribuio para

    a ampliao do acervo de conhecimentos da humanidade. Inormaes complementares ou se-cundrias podem aparecer, mas no ocupar um espao tal que se rivalizem, mascarem ou enra-queam o contedo principal. Sim, a mencionada seleo criteriosa das inormaes disponveisno tarea cil, especialmente quando ainda se iniciante. De novo, aqui, a cumplicidade debons revisores de grande ajuda.

    Outro aspecto undamental da escrita de um texto cientco a correta utilizao das regrasdo idioma, da rea da cincia e do veculo ao qual ser eita a submisso. O uso de uma linguagemprecisa evita expresses de sentido vago, que possam dar margem a dierentes interpretaes(Granja, 1998). De acordo com Seca (2004, p. 47), preciso e objetividade so condies respon-sveis pela exatido do texto como um todo e pelo uso de palavras e conceitos universalmenteaceitos. Mas isso tambm no signica que sua linguagem tenha de ser to especca que s os

    iniciados no jargo de sua rea podero entender o que est escrito. Voc ganhar em comunica-bilidade e preciso ao cuidar desses detalhes. E ganhar muito mais do que isso: causar uma boaimpresso aos editores! Portanto, se voc tiver dvidas quanto graa, consulte dicionrios, livrosde gramtica e o corretor de seu processador de texto. Limpe problemas ortogrcos, gramati-cais e de pontuao. Faa um texto sem erros, por no ter se cansado de revis-lo.

    Alm disso, siga as regras de publicao da rea na qual se enquadra seu texto. Se seuestudo pertence rea da Psicologia, conhea as regras da American Psychological Association(APA, 2001). Se voc no tem o manual, consulte as melhores revistas da rea, aquela para a qualvoc quer submeter o texto, procure normas na Scientic Electronic Library Online (SciELO, http://www.scielo.org). No se omita por descaso. Um erro de apresentao nas normas ou na escritaculta de seu texto pode ser interpretado pelos revisores ou editores como desleixo. Mas, note, os

    editores no pensaro que esse desleixo ocorreu apenas com o texto, eles o imputaro a todo oprocesso de execuo de sua pesquisa. Um texto sujo, com erros, ora das normas depe con-tra a credibilidade dos cientistas que o submetem. No se justique intimamente, por ser um(a)pesquisador(a) bem conceituado(a), achando que isso o autoriza a submeter um texto deslei-xado, convencido de que qualquer revista quer ter seu nome entre os autores. A cincia no terra de reis de um s olho... mope! Voc est, de antemo, desrespeitando os seus leitores.

    4 Por qe Escrever

    Se to dicil assim escrever, h tantas regras, tantos cuidados a tomar, por que os cientistas in-sistem em az-lo? Bem, alm de ser a publicao o ltimo e indispensvel passo da pesquisa, comooi apontado, escrever uma questo moral e tica que deve ser atendida pelos pesquisadores. Paraalguns, seria mais cil car indenidamente internados em seus laboratrios, azendo anlises, ouno campo, coletando dados. Todavia, sozinhas, essas atitudes no so cientcas, pois estancam oprogresso da produo e disseminao de conhecimento e apenas satisazem temporariamenteo egosmo de um(a) pesquisador(a). Ele(a) no um cientista e, provavelmente, no conseguir orespeito devido em sua comunidade, assim como, aortunadamente para outros pesquisadores,ele(a) no receber auxlios ou nanciamentos para seus uturos projetos inruteros. Se voc nopublicar seus achados, eles simplesmente no existiro! Somente com muita sorte, voc sobrevive-r ao dilema do publique ou perea! s vezes, voc assiste a outros pesquisadores apresentando

    resultados que voc j conhecia, dizendo que esses achados lhes pertencem: Como ousam?Pois

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    eles esto evidentes (evidentes?) em sua pesquisa do sculo passado, que repousa no undo de umagaveta de sua mesa, ou em um arquivo perdido em seu computador. Voc provavelmente o nicoque os conhece no isolamento de seu laboratrio ou atravs do gozo solitrio que eles lhe propi-ciaram, e voc no conseguiu dividi-los com o mundo cientco. No ouse lamentar e acusar outroscientistas por apresentarem resultados que voc no divulgou. E tomara que voc no tenha usado

    recursos pblicos nem deseducado seus assistentes e colaboradores que participaram da execuoda pesquisa e constataram que voc, como coordenador(a) da equipe, no publicou seus achados!A Comisso Nacional de tica em Pesquisa do Conselho Nacional de Sade (CNS, 1996), ao

    implementar as normas e diretrizes regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos,pela Resoluo n 196, de 10 de outubro de 1996, postulou no Artigo IX que, na operacionaliza-o da pesquisa, a responsabilidade dos pesquisadores indelegvel, indeclinvel e compreendeaspectos ticos e legais. Acrescenta que estes devem seguir os princpios da biotica, autonomia,no malecncia, benecncia e justia, entre outros e devem assegurar os direitos e deveres quedizem respeito comunidade cientca, aos participantes da pesquisa e ao Estado. Postula ainda,no Artigo IX, que, entre vrias outras tareas relacionadas execuo do projeto e do relatrio,cabe aos pesquisadores desde submeter o projeto ao Comit de tica em Pesquisa (CEP) da insti-

    tuio ao qual aliado at encaminhar os resultados para publicao, com os devidos crditos aospesquisadores associados e ao pessoal tcnico participante do projeto(assim como, sendo o caso,apresentar uma justicativa, perante o CEP, da interrupo do projeto ou da no publicao dosresultados). Portanto, no publicar os seus achados, que uma exigncia de lei, equivale a nocumprir com os preceitos ticos de sua prosso de cientista e pesquisador(a).

    Alm de contar a histria de sua pesquisa comunidade cientca, a devoluo de resultadosestende-se tambm comunidade participante. O Artigo III da Resoluo n 196 (CNS, 1996), so-bre as exigncias para a pesquisa em qualquer rea do conhecimento envolvendo seres humanos,nas quais se inclui a Psicologia, inorma que os pesquisadores devero garantir o retorno dos be-necios obtidos atravs das pesquisas para as pessoas e as comunidades onde as mesmas oremrealizadas. Na rea da Psicologia especicamente, a Resoluo n 016/2000 do Conselho Federal

    de Psicologia (CFP, 2000), que dispe sobre a realizao de pesquisa em Psicologia com seres hu-manos, tambm prev a devoluo, no Artigo 15, quando trata da divulgao dos resultados. Vocpode, no entanto, argumentar que o tpico de sua pesquisa no uma demanda preponderantena comunidade onde coletou seus dados. Mas no se esquea de que voc um prossional quetem uma ormao ampla e pode atender a outras demandas que a comunidade lhe apresente.Procure identic-las e troque com a comunidade o seu conhecimento sobre algum tema pela par-ticipao dela em sua pesquisa. Se no est ao seu alcance devolver o que demandado, convideum(a) colega(a), explique-lhe a situao. No use os participantes de sua pesquisa troque comeles. Pode ocorrer, tambm, que, ao longo da execuo de seu estudo, no surja a necessidade deazer essa troca. Ainda assim, voc deve levar seus achados ao conhecimento da comunidade nonal do trabalho. Mas, veja bem, no estacione seu carro na rente da instituio na qual coletou osdados e entregue seu relatrio aos porteiros. Entregue-o mesma pessoa que o recebeu no inciodo trabalho e a quem voc solicitou a assinatura para o Termo de Concordncia da Instituio. Suadevoluo no termina nessa mera entrega de relatrio: marque uma hora para discutir seu texto,convide todos os envolvidos, sugira que leiam e, ento, visite-os longamente para discutir o que apesquisa concluiu. Lembre-se de que a interpretao de um texto escrito pode ser muito variada,especialmente quando eita por leigos. Os procedimentos de devoluo, portanto, podem exigirque voc escreva uma sntese estendida de seus procedimentos e resultados, com muito cuidado eclareza, mas dierente de seu relatrio tcnico, pois est direcionado a um outro grupo de leitores.

    No , porm, apenas por ora de lei que os cientistas devem publicar seus achados. adisseminao do trabalho que produz o progresso da cincia. Ningum se esquece da primeira

    vez que v seu nome escrito, como autor(a) de um artigo, nas pginas de uma revista cientca

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    (ou nas telas de um peridico eletrnico)! Este um momento de auge dos pesquisadores. Todoseu esoro e sua dedicao pesquisa esto estampados nas pginas do texto e poder rever-ter dali em reerncias, consultas, citaes, reconhecimento. Cada um dos pesquisadores que jpassou por isso sabe exatamente qual o sentimento. A sua publicao pode agora gerar novaspesquisas e subsidiar aplicaes. a construo de conhecimento cientco que conta com a

    sua participao. Os pesquisadores podem se sentir vaidosos por seus eitos e, mais que isso,podem divulgar seu estudo publicado. Eles podem azer marketing de seu trabalho. Marketing?Sim, isso no pecado! Se voc no acreditar e no divulgar o seu trabalho, como esperar quealgum estranho o aa? Mesmo azendo a divulgao, bem possvel que o reconhecimentono venha como voc gostaria que viesse, mas algum certamente se beneciar da leitura deseu texto. Assumir e azer marketing pessoal so atitudes que s vezes geram crticas, mas queno devem amedrontar os pesquisadores. Na academia, com as condies de trabalho e sobre-vivncia a que os pesquisadores tm sido expostos, iniciar um projeto, executar uma pesquisae publicar um trabalho so motivos de orgulho, sim. No se mostra uma humildade que, noundo, esconde uma hipocrisia.

    5 Ode e o Q Pblicar

    Levando em conta todas as demandas que motivam os pesquisadores a escrever, impor-tante car atento e escolher bem o veculo ao qual submeter seu estudo. A quem voc quer sedirigir? Quem o seu pblico? Voc quer escrever para seus pares, para sua comunidade ou paraseus alunos? O que quer atingir com seu texto: aplicaes na comunidade, outros cientistas,salas de aulas? Escolha, ento, um veculo que alcance as pessoas que lhe interessam, mas antesdisso pergunte sobre a qualidade desse veculo, qual a sua capacidade de disseminar os seusachados, se as verses eletrnicas dos artigos vm acompanhadas dos respectivos metadados,quais so as bases de dados que o indexam, se tem penetrao nacional ou internacional etc.

    O veculo selecionado para publicao dos trabalhos deve ser convel e ter qualidade deorma e contedo. Veja na pgina da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-graduao em Psi-cologia (ANPEPP, http://www.anpepp.org.br) a lista de revistas avaliadas pela rea e suas clas-sicaes. Uma revista bem classicada tem melhores apresentao (normalizao), gerencia-mento e visibilidade. Aquelas que esto presentes em bases de dados e disponibilizadas emvrias bibliotecas podero divulgar mais amplamente seu trabalho. Atualmente, tal condio igualmente assegurada pela veiculao em ormato eletrnico, com metadados e textos inte-grais disponveis na Internet.

    O processo de execuo de uma pesquisa pode gerar muitos textos. Um ensaio terico querevisa e problematiza a literatura em sua rea um exemplo. As revistas no gostam de publicarmeras revises, mas um bom ensaio que questiona a literatura e acrescenta a ela tem sempreum lugar assegurado. Um estudo metodolgico outro exemplo de texto a ser publicado, es-pecialmente se seu estudo prope uma nova tcnica, a reviso de alguns procedimentos co-nhecidos ou uma nova erramenta de investigao etc. Estudos empricos tm espao garantidoquando acrescentam novas inormaes ao que se sabe acerca do sistema ou do processo queabordam, ou se o enocam sob uma viso alternativa. Tambm podem ser publicados relatosde experincias, quando descrevem sua trajetria prossional e/ou de pesquisa no contexto darealizao do estudo. H, ainda, os estudos propositivos que se constituem em uma novidade eque mostram passos a seguir a partir dos achados de sua pesquisa (mas claramente justicado,seja do ponto de vista de novos estudos ou de novas intervenes).

    E, ento, publique, mas, antes, no se esquea das recomendaes elementares: passe um

    revisor de texto; corrija a ortograa e a gramtica; imprima em papel limpo e de tamanho unior-

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    me; cuide para no derramar coca lightnele; evite que seu sobrinho adorado rabisque corae-zinhos no verso das olhas. Examine concordncia, estilo, pontuao, palavras repetidas, vciosde linguagem, e assim por diante. Se as normas do veculo inormam que a submisso deve sereita por correio comum, use um envelope que acomode bem o texto, a cpia eletrnica, o re-gistro de contribuio, a carta de encaminhamento, o parecer do CEP de sua instituio, e tudo

    mais que solicitarem. Se a submisso or via correio eletrnico, siga os passos, certique-se deque seu arquivo tem tamanho adequado e no lotar a caixa postal da revista, veja se as coresusadas em guras so as exigidas, verique os tamanhos e tipos de letra, pgina e espaamentorecomendados etc. As citaes e as reerncias a material impresso e eletrnico devem estar,tambm, normalizadas. Aproveite o ato de que muitos veculos disponibilizam um checklistemsuas instrues aos autores e siga-o risca. O trabalho estar pronto para ser enviado revistaquando estiver devidamente padronizado.

    Veja bem, evidente que o contedo cientco de seu texto undamental, mas o materiala ser recebido pelo(a) editor(a) provocar nele(a) uma primeira e imediata impresso sobre otrabalho (e no s acerca do texto). Esorce-se em tudo para que essa impresso do editor sejaboa. Rejeitar um texto, porque o contedo no se adequou ao veculo, sempre uma deciso

    dicil para o(a) editor(a), mas devolver um texto que oi enviado sem atender s normas da re-vista, que oram preparadas com expectativa de tornar possvel o cumprimento de sua tarea,no ser assim to penoso. Quando os editores recebem trs ou quatro originais por dia til(setecentos a mil por ano), e s podem publicar oitenta, a sua vida s vivel se eles rejeitarembem mais da metade deles antes de iniciar o processo de anlise rigorosa de contedo.

    6 A ltima Verso

    Voc j alcanou (aquilo que voc pensa que ) a ltima verso do texto e se prepara parasubmet-la. Leia e releia mais uma vez. Uma excelente vericao da qualidade do texto pode

    ser garantida com uma leitura em voz alta. No se preocupe com seus vizinhos ou co-habitantes,eles j sabem quem voc e entendero mais essa novidade no rol de suas manias. Solicite ago-ra a uma pessoa leiga em seu tema que leia sua ltima verso do texto. Bem (2003) sugere quea sua av deve entender o seu artigo cientco. Contudo, em uma sociedade que no mandoumulheres da idade dela (pelo menos da minha av) universidade, ou muitas vezes, nem es-cola, talvez voc no possa ser to otimista. Mas um colega de outra rea que entende o que cincia poder lhe azer comentrios bastante construtivos, especialmente com relao s pos-sveis lacunas que o texto apresenta. Solicite, ento, aos experts para azerem uma ltima leituracrtica de seu texto. Como j oi mencionado, se eles orem realmente seus amigos, aro umaleitura bem detalhada e apontaro todos os pontos que ainda podem ser melhorados. Pea aeles para azerem o papel do advogado do diabo. sempre melhor ouvir a verdade construtivade seus amigos, do que a crtica cida dos desconhecidos. Cone neles, no teste a sua amizade.Argumente, claro, acerca do que voc no concordar. Mas no se esquea, seu amigo um(a)expert, oi por isso que voc o(a) escolheu para azer essa leitura prvia de seu texto. Se h algoali que no oi entendido por experts, apesar de seus doutoramentos e todas as premiaes, porque ou no est claro, ou objetivo, ou preciso etc. Portanto, no est bem escrito.

    Pesquisar e publicar so aes indissociveis. Uma das tareas mais diceis na execuo deuma pesquisa escrever. A criao de um texto exige domnio do uso da linguagem e do assuntoem discusso. Muitos renomados autores um dia pensaram que jamais seriam capazes de escreverum bom artigo de revista, um captulo, ou mesmo um livro na ntegra. Escrever para uma massa deleitores, sem dvida, tarea rdua e exige habilidades especiais. Pode ser um dom para poetas e

    literatos, mas , certamente, uma expresso de competncia e tica para um(a) cientista.

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    Captulo 1 | A Redao Cientca Apresentada por Editores

    O segredo para escrever um texto cientco est mais na dedicao do que no talento. Sonecessrios persistncia e conhecimento de regras simples e padres/normas de apresentaodas inormaes. Escreva pensando em seus leitores. No possvel atingir todas as audinciascom um mesmo artigo, portanto eleja o seu pblico-alvo, antes de se aventurar na empreitadada escrita cientca. Nos artigos, pense sempre muito mais no que o pblico anseia aprender do

    que em provar que voc e sua pesquisa so maravilhosos isso todos percebero, se o trabalhoor eetivamente bom. Voc preere que as pessoas lembrem e descrevam voc por produzirresultados relevantes ou por ser aquela criatura arrogante e desagradvel?

    No escreva pela erudio, mas para relatar as experincias singulares de suas pesquisasbem ou malsucedidas. Cuidado com a retrica, ela pode augentar seus leitores muito antes dametade do texto (e estes nunca mais acessaro seus artigos). Cite outros autores, especialmen-te os que labutam no mesmo pas que voc. Isso deve ser um compromisso. Leitores buscamaprender com os textos que leem. Querem entrar em textos inteligentes para extrarem delesrespostas para suas inquietaes tericas e metodolgicas e, quem sabe, mesmo ticas. Auxilieos seus leitores a terminarem seu texto com sua autoeccia nutrida! Relate sempre a histria desua pesquisa. Apresente novas ideias sem tentar convencer de que so denitivas e irreutveis.

    Permita que haja dilogo com voc. Sua histria uma verdade da cincia contempornea queoi obtida em sua pesquisa.

    Autore seu texto! Isso mesmo, leia-o e sinta que este um texto do qual voc se apropria.Essa no uma sensao acilmente obtida, mas inconundvel. O trabalho seu, voc oi res-ponsvel pela totalidade da pesquisa, do incio ao nal, aproprie-se dele, se ainda no o ez.

    7 O Teto Cietco: Viso e Cidados dos Editores

    As caractersticas do teto cietco

    O texto cientco tem vrias caractersticas que o dierenciam de todos os demais. H uma que nica, embora no seja a mais importante: os cientistas no escrevem com a expectativa de umaremunerao, de uma retribuio nanceira direta pelo seu texto. Isso os distingue dos poetas, roman-cistas, cronistas e jornalistas, que vivem, todos eles, dos textos que produzem. Os pesquisadores, no:eles vivem dapesquisa, so remunerados para expandir o conhecimento disposio da humanida-de, visando melhoria da qualidade de vida. A compensao que buscam, quando publicam seusartigos, mais que dinheiro: reconhecimento, citaes, crdito pela sua contribuio cincia.

    Isso nos leva segunda dierenciao, a qual, porm, os jornalistas devem compartilhar comos pesquisadores: nos dois casos, totalmente indispensvel que o ato descrito no texto sejaabsolutamente verdadeiro. No entanto, mesmo respeitando esse aspecto bsico, jornalistas e pes-quisadores devem escrever de modo muito dierente, e h para isso pelo menos duas razes: a

    primeira que o texto jornalstico no precisa relatar o ato de modo a permitir sua completa re-constituio por outras pessoas, em outros pontos do universo. J o cientista no s relata a ver-dade, como precisa ornecer todos os elementos para que outros investigadores possam repro-duzir seus procedimentos e corroborar as concluses a que chegaram. A segunda tem a ver com

    perenidade: os pesquisadores escrevem para a eternidade, o conhecimento cientco no temum limite de validade1. Muitas vezes, o impacto de uma nova descoberta, o reconhecimento poruma contribuio da maior relevncia para a cincia, s surge anos, at dcadas, aps sua publi-

    1 Em certo sentido, os cientistas podem se tornar imortais atravs de uma contribuio representativa para a cincia, e isso talvez sejaao que eles, no undo, aspiram..., mas essa interessante questo psicolgico-psicanaltica, inelizmente, no pode ser discutida neste

    manual.

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    Publicar em Psicologia: um Enoque para a Revista Cientca

    cao inicial. Os jornalistas no tm esse tempo nem a preocupao de que seu texto permanea.Pelo contrrio, eles carecem de imediatismo, de impacto, tm de produzir eeito e consequnciasem curtssimo prazo, pois o jornal de hoje j ser candidato a papel reciclado amanh. Assim,eles no retratam o ato de maneira completa, mas se concentram naqueles aspectos capazes dechamar a ateno das pessoas e despertar nelas algum tipo de emoo, da indignao ao enter-

    necimento bem dierente da objetividade e impessoalidade da redao cientca.

    Qado qe se est proto para escrever m artigo cietco?

    Cientistas estaro prontos para escrever um artigo cientco quando tiverem colecionado,em seu trabalho, um volume adequado de novos atos relevantes, cujas diuso e utilizao poroutras pessoas (sejam investigadores, em outras pesquisas, sejam prossionais, na aplicao pr-tica) impliquem direta ou indiretamente uma melhoria na qualidade de vida da humanidade.Esse um bom enunciado, mas tambm um enunciado subjetivo. O que signica um volu-me adequado de atos novos e relevantes2? Inelizmente, no h uma resposta absoluta para essa

    questo. Depende da rea do conhecimento e da revista para a qual se est considerando sub-meter o texto. Em algumas (tanto reas como revistas), publica-se qualquer avano, por menorou menos signicativo que seja ou que possa parecer. Isto , o conhecimento tratado como setodos os pesquisadores ossem morrer amanh (ou at mesmo ainda hoje), e, se houver a veicula-o imediata, tambm no haver tempo para que ele possa surtir qualquer eeito. J, em outras,somente so publicados trabalhos de longa maturao, com muitas inormaes, e que o proces-so editorial avalie como representativos de um avano muito expressivo do conhecimento. Estaslidam com a Cincia como se toda a comunidade de investigao osse viver para sempre, po-dendo esperar o tempo que or pelos resultados da pesquisa. Entre os dois extremos, cada reaencontra o seu ponto de equilbrio e, em torno desse ponto, haver uma aixa de opes cobertapelas diversas revistas, algumas tendendo mais para um dos lados (morrer amanh), outras incli-

    nadas para o extremo oposto (viver para sempre, ver Trzesniak & Koller, 2004). A posio eetiva deum peridico nessa questo deve estar contemplada em sua poltica editorial.

    Inui, ainda, decisivamente nos aspectos novidade e relevncia da inormao o momento peloqual passa a rea do conhecimento. Aquilo que hoje uma tese de doutorado, dentro de algum tem-po poder no servir nem mesmo como iniciao cientca. Um exemplo disso so os trabalhos dotipo caracterizao de sistemas, nos quais se busca obter o panorama instantneo de um grupo ou acongurao de um dado ambiente, atravs de questionrio, entrevistas ou observao sistemtica(descries no classicadas). Durante algum tempo, isso avano do conhecimento, mas h o mo-mento em que preciso mudar a abordagem, passando (sucessivamente) a agrupar processos simi-lares (descries classicadas), identicar e renar as variveis (anlise), acompanhando sua evoluotemporal em estudos longitudinais, estabelecendo modelos (snteses) e ormulando teorias abran-gentes (sntese magnas, ver Osada, 1972). Esse um processo lento e gradual (de dcadas em cadaase), e as transies no so explcitas. As comunidades cientcas, no entanto, acabam por perceb-las e aplic-las na avaliao de artigos para publicao, tanto no nvel dos pareceres ad hoc(peer reviewou reviso pelos pares) como na deciso nal sobre a publicao ou no de um original.

    Bons pesquisadores tm a sensibilidade necessria e conhecem sua rea de atuao su-cientemente bem para identicarem o momento de transormar as inormaes que j cole-taram em um artigo cientco. E existe, ainda, outro lado: o prprio conhecimento acumulado

    2 A esse respeito, conta-se entre os editores, que um reeree, muito delicado, no querendo magoar o autor, emitiu o seguinte parecer:o artigo interessante, contendo inormaes novas e inormaes relevantes. Mesmo assim, minha opinio contrria publicao,

    j que as inormaes relevantes no so novas. E as novas, no so relevantes....

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    Captulo 1 | A Redao Cientca Apresentada por Editores

    pelos investigadores em seu trabalho exige, impe, o querer ser publicado. Pode-se usar, aqui, aimagem de uma gestao: h uma gravidez de conhecimentos acumulados que chegam a umgrau de maturidade tal que tem de ser postos luz... queiram os pesquisadores ou no...

    8 A Trajetria de m Artigo: da Preparao PblicaoPreparao

    Ento, voc, pesquisador(a), trabalhou, trabalhou, e sente que hora de escrever seu artigo. Ouo prprio conhecimento o est pressionando a az-lo. Em algum momento, que pode ser anteriorou posterior escrita, voc ter de decidir para qual revista seu texto mais apropriado, e a respostaser encontrada pela consulta poltica editorial dos peridicos. Ateno, no conundapoltica edi-torialcom as instrues aos autores. A primeira descreve a personalidade da revista: seus objetivos,sua vocao (ou apenas) acadmica ou aplicada, seu perl entre os extremos viver para sempre oumorrer amanh, o papel que pretende desempenhar dentro do panorama cientco, as reas ou

    subreas de interesse que abrange, o tipo de pblico-alvo e a losoa, a ambio e os sonhos de seuseditores e das entidades que lhe do respaldo cientco e institucional. A poltica editorial norteia otrabalho de todos os envolvidos na anlise de seu compuscrito: editores, analistas do corpo cientco,consultores ad hoc, revisores de texto, pessoal de secretaria e de apoio. extremamente improvvelque uma revista publique um artigo que no esteja de acordo com a sua poltica editorial.

    J instrues aos autores so mais ceis de obedecer: trata-se simplesmente dos aspectosormais que o peridico segue, os quais podem provir de diversas ontes: entidades de nor-malizao (como a International Organization o Standardization ou a Associao Brasileira deNormas Tcnicas, ou aAmerican Psychological Association), rgos legais ou de regulamentao(por exemplo, os Conselhos Federais/Nacionais no que tange s questes ticas), peculiarida-des da rea do conhecimento e, nalmente, convices dos prprios editores. Todas devem ser

    escrupulosamente obedecidas. Bons peridicos azem do atendimento s normas um requisitoprvio entrada de um original no processo editorial: compuscritos em desacordo com as nor-mas no so cadastrados como recebidos, mas devolvidos sumariamente aos seus autores. Apoltica editorial e as instrues aos autores, que podem ser um documento nico ou dois in-dependentes, devem ser publicadas pelo menos no primeiro ascculo de cada volume de umarevista impressa, ato que deve ser anunciado em todos os demais ascculos. Caso o peridicotenha um site, poltica e instrues devem estar nele, e a revista, impressa ou eletrnica, devemencionar e apontar essa disponibilidade de modo bastante explcito.

    Processo editorialSuperada a barreira normativa, seu compuscrito ser analisado pelos editores (geral ou ad-

    juntos), que avaliaro a conormidade com a poltica editorial e, se estiverem de acordo, serdado como recebido nessa data e ingressar no processo editorial propriamente dito. A essnciadeste a reviso pelos pares: o original vai para pelo menos dois pesquisadores especialistas dotema abordado, que aro uma anlise, emitiro uma apreciao geral em orma de texto e arouma recomendao revista, que em geral ser de publicar com as alteraes sugeridas, ou re-ormular e apresentar para nova avaliao, ou no publicar. O corpo editorial pode acatar ou noessa recomendao. Geralmente o ar, caso receba dois pareceres convergentes. No sendo ocaso, ou ele mesmo eetuar uma anlise e decidir o destino da contribuio, ou o ar aps so-

    licitar uma terceira opinio. O trabalho ento devolvido para os autores, a m de que tomem as

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    providncias solicitadas, acatando as sugestes recebidas ou reutando-as undamentalmente.E o processo segue, at uma deciso nal.

    O qe solicitado aos revisores ad hoc?

    H duas abordagens para essa questo. Pode-se encar-la inicialmente de modo geral, in-dependente de uma rea especca do conhecimento. Nesse contexto, reproduzimos a partenal de um recente editorial do Interamerican Journal o Psychology (Trzesniak & Koller, 2005),que se encontra sob nossa responsabilidade desde 2003. Pede-se l que sejam levadas em con-siderao (na autoria e tambm nos pareceres) algumas questes decisivas de adequao dotexto ao perl da revista, visando antes de tudo ao interesse dos leitores.

    Qal o pricipal pblico do artigo?

    Algumas opes so: pesquisadores, proessores universitrios, estudantes de ps-gradua-o ou de graduao, prossionais em servio, especialistas de outras reas e pblico em geral.

    Qalis as caractersticas iovadoras do artigo?

    Algumas opes so: aborda um problema indito, aborda de orma indita um problemaconhecido, apresenta um aspecto terico de modo a possibilitar/acilitar o seu emprego na prti-ca prossional, d a uma teoria ou aplicao tratamento superior ao habitualmente empregado.

    O qe os leitores tero ampliado aps o estdo do artigo?

    Algumas opes so: o seu nvel de inormao dentro da rea, a sua ormao como espe-cialistas da rea, a sua ormao como pesquisadores em geral, a sua capacidade didtica, o seu

    elenco de alternativas de ao diante do problema prtico abordado.

    Qe otras pesqisas podero beeciarse do cotedo do artigo?

    Em outras palavras, avalie concretamente o potencial com que o artigo possa vir a ser cita-do como reerncia em pesquisas uturas.

    A segunda viso do que se solicita aos consultores surge quando se leva em conta area do conhecimento a que se dedica o peridico. A ilustrao que usaremos aqui a pr-pria Ficha de Avaliao que elaboramos para o Interamerican Journal o Psychology, a qualno diere essencialmente de suas similares empregadas por outras revistas. Gostaramos,no entanto, de destacar especialmente o ltimo dos itens selecionveis, o qual insistimosque todo peridico brasileiro ou latino-americano deveria incluir. Nele, pergunta-se explici-tamente ao parecerista se ele tem conhecimento (e pede-se que relacione na olha seguinte,em caso positivo) de outros trabalhos de autoria de pesquisadores de idioma latino quesejam pertinentes ao tema e no estejam sendo citados. Inelizmente, identica-se uma ten-dncia entre os autores de citar preerencialmente artigos de estrangeiros publicados emrevistas do hemisrio norte, omitindo aqueles originrios dos pases latino-americanos e doCaribe, mesmo quando relevantes. Isso altamente prejudicial cincia desses pases, queinvestem pesadamente em pesquisa, mas no obtm o crdito correspondente em termosde impacto. E o mais grave que, na verdade, em muitos casos os artigos so consultados,apenas a citao no eita, por razes que ningum sabe explicar. Talvez seja apenas um

    mau hbito, que todos precisam ajudar a mudar.

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    FORMuLRIO DE AVALIAO

    Seu trabalho beneciar no apenas os(as) autores(as) e a revista, porm todo o campo daPsicologia. Por avor, assinale Sim ou No para cada um dos critrios indicados. Justique breve-mente sua resposta na coluna Comentrios e inclua Comentrios Adicionais na prxima pgina.

    CRITRIOS COMEnTRIOS[ ] Sim[ ] No

    O manuscrito segue as normas de apresentao daAmericanPsychological Association

    [ ] Sim[ ] No

    O problema investigado est estabelecido com clareza

    [ ] Sim[ ] No

    O problema investigado signicativo e importante para a rea

    [ ] Sim[ ] No

    O problema investigado mostra relevncia Interamericana (no de interesse demasiado local)

    [ ] Sim

    [ ] No

    A literatura cientca pertinente est discutida de modo

    completo e adequado

    [ ] Sim[ ] No

    A retaguarda terica est estabelecida com clareza

    [ ] Sim[ ] No

    O mtodo de investigao adequado

    [ ] Sim[ ] No

    O mtodo oi bem desenvolvido (incluindo a anlise dos dados)

    [ ] Sim[ ] No

    A apresentao dos dados est adequada

    [ ] Sim[ ] No

    As tabelas e guras esto apresentadas com clareza e sodiscutidas no texto

    [ ] Sim[ ] No

    A qualidade dos dados est adequada

    [ ] Sim[ ] No

    A discusso e as concluses esto respaldadas pelos resultadose pelos dados

    [ ] Sim[ ] No

    O texto claro, coerente e bem organizado

    [ ] Sim[ ] No

    H outros estudos interamericanos mencionados nos Comentrios Adicionais(prxima pgina) que so relevantes ao tema e podem ser citados no manuscrito

    AVALIAO GERAL: selecione, por avor (clique), o nmero que melhor representa sua avaliao geral.InACEITVEL 1 [ ] 2 [ ] 3[ ] 4[ ] 5 [ ] 6[ ] 7[ ] 8[ ] 9[ ] 10 [ ]

    ExCELEnTE

    SELECIOnE, POR FAVOR (CLIQuE), A SuA RECOMEnDAO PARA O MAnuSCRITO:

    [ ] Aceit-lo como est ou com pequenas correes (especicadas na prxima pgina)[ ] Recomend-lo com as alteraes especicadas na pgina COMEnTRIOS ADICIOnAIS PARA

    OS(AS) AuTORES(AS)[ ] No aprov-lo, mas solicitar que seja reapresentado. Tem potencial para publicao, mas

    necessita de uma reviso signicativa (reescrever, reanalisar os dados etc.)[ ] No aprov-lo

    As recomendaes para os(as) autores(as) devem ser especcas e construtivas ao mximo.

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    Para emitir e como receber m parecer

    importantssimo que, todo o tempo, editores, autores e revisores mantenham o oco noobjetivo primeiro e nico da publicao dos resultados da pesquisa: preciso azer o conheci-mento cientco chegar aos leitores com o mximo de qualidade e pertinncia. Um peridico

    cientco deve ser o resultado de uma cumplicidade cordialdesses trs atores, rumo excelnciado contedo. O restante desta seo, uma adaptao do Anexo de Trzesniak (2004), intituladoAnalista e analisado, aborda algumas caractersticas dessa sempre delicada interao.

    PALAVRA FInAL SOBRE O PROCESSO EDITORIAL: QuEM SO OS RESPOnSVEIS PELOS ERROS?

    Aalista e Aalisadoa m cdigo de postraAutor(a), aceite sem discutir o seguinte princpio undamental: um texto pode sempre ser me-

    lhorado. obrigao [devida a(o) leitor(a), o principal cliente da revista cientca] do(a) editor(a)e dos(as) revisores(as) apontar ressalvas, aspectos pouco claros, contedos colocados inade-

    quadamente nos artigos que lhes compete analisar. O problema que quase nunca o(a) autor(a)gosta de comentrios desse tipo para ele(a), o que ele(a) mesmo(a) escreveu est sempre claroe pereito. S que isso quase nunca verdade:

    Analista, lembre-se de que tarea de anlise, por sua vez, para merecer conana e cre-dibilidade, tem de ser desempenhada com cuidado e ateno. O resultado, necessariamenteconstrutivo e pedaggico, deve ser comunicado a(o) autor(a) com rmeza e seriedade, mas comdelicadeza.

    Vale a pena investir algumas linhas nas peculiaridades da relao analisado(a)-analista,como meio de prevenir eventuais mal-entendidos. Ento:

    o(a)analista deve trabalhar com o seguinte esprito: o que, de mim, pode ajudar o(a) autor a

    publicar um artigo melhor?O(a) analista [editor(a) ou revisor(a)] um cmplice do(a) autor(a):cabe-lhe detectar eventuais aspectos menos bem colocados antes que o conhecimento setorne pblico, o que, no m, se reetiria em prejuzo para o(a) prprio(a) autor(a);

    o(a)autor(a) deve partir do princpio de que o(a) analista seu(ua) cmplice e de que traba-lhou dentro do esprito acima. Deve ter em mente, tambm, que (como j oi dito) autores(as)sempre pensam que o seu texto est pereito, mas que isso quase nunca verdade, de modoque lhes ca at dicil, s vezes, entender porque o(a) analista assinalou ou comentou umadeterminada passagem ou construo. A recomendao, ento, de que nunca descartemlevianamente uma anotao do(a) analista: ele(a) pode at no ter apanhado bem o espritoda coisa naquele ponto, mas sentiu algo estranho ali. Uma reviso certamente necessria.

    Outro ponto: o(a) autor(a) no se deve sentir atingido(a) pessoalmente pelos comentrios.O(a) analista j est dedicando tempo e esoro para ajud-lo(a), aquilo que escreve/diz e a ma-neira de az-lo nem sempre passam por um ltro de delicadeza. Claro, ser gentil um ingre-diente importante, mas sempre pode escapar algum comentrio que parea um tanto custicoou agressivo. Com certeza, no . Anos de atuao como editores, como rbitros e como autorespermitiram apreender (com ee) o suciente da Psicologia do(a) analista e do(a) analisado(a) parapoder garantir absolutamente que no h espao para mgoas ou rancores. Tudo deve ser vistoe sentido com prossionalismo, iseno e objetividade [est-se discutindo o objeto artigo, e noo sujeito autor(a)].

    Sim, incrvel, mas erros ocorrem! Apesar de toda a dedicao, ateno e todo o cuidado, o

    processo editorial ainda deixa erros nos artigos publicados, que vo desde graa e concordn-

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    cia, passam pela normalizao e chegam at o prprio contedo cientco. Vamos nos manterapenas nos erros involuntrios, descartando os que resultem de aes de m-, como procedi-mentos no ticos ou raudes deliberadas.

    Tecnicamente, o grande responsvel por todas as impereies de uma revista cientca o(a) seu(ua) editor(a), mas no abrimos esta seo para apontar culpados(as). Nosso prop-

    sito, sim, contribuir para que os erros se reduzam e, eventualmente, deixem de existir. Claroque isso no se consegue caando bruxos(as), porm sugerindo procedimentos, posturas eatitudes. Pois, ento, armamos: seja qual or o envolvimento da pessoa com um original, sejaela autor(a), editor(a) responsvel, revisor(a), diagramador(a), impressor(a), secretrio(a) ou te-leonista, ao perceber um erro, deve chamar a ateno do responsvel para corrigi-lo. Pois todosso responsveis pela qualidade do produto nal, pela orma e pelo contedo da cincia que entregue aos leitores. Quando o(a) editor(a) consegue transmitir esse esprito sua equipe detrabalho, no ser preciso procurar responsveis por erros, porque estes, simplesmente, deixa-ro de existir.

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    Captulo 2

    Preparando um Peridico Cientfco

    Aparecida Anglica Zoqui Paulovic Sabadini

    Maria Imaculada Cardoso SampaioMaria Marta Nascimento

    Neste captulo apresentamos aos prossionais da rea de Psicologia e cincias ans orien-taes quanto elaborao e padronizao do peridico cientco. Arrolamos os diversos ele-

    mentos que o compem e observamos a dierenciao entre o peridico cientco, a revista dedivulgao e os chamados boletins de sociedades e associaes cientcas.

    Os aspectos aqui abordados oram baseados na norma Inormao e Documentao Publi-cao Peridica Cientca Impressa Apresentao NBR 6021, publicada pela Associao Brasi-leira de Normas Tcnicas (ABNT, 2003a)1. Essa norma tem por nalidade especicar os requisitospara apresentao dos elementos que compem a estrutura sica de uma publicao peridica,orientando o processo de produo editorial e grca. Salientamos que a norma citada basea-da em padres aceitos internacionalmente na coneco de peridicos cientcos.

    Seguindo a tendncia observada nas publicaes da rea, tanto no Brasil como em outrospases da Amrica Latina, buscamos, tambm, orientaes nos Manuais de Publicao da Ame-rican Psychological Association (APA, 2001a, 2001b)2, nas revistas editadas por esta instituio e

    nos peridicos nacionais da rea de Psicologia que seguem as orientaes do manual de estiloda APA para undamentar e consolidar as orientaes aqui apresentadas.

    Ressaltamos que os diversos aspectos que envolvem uma revista cientca abordados nestecaptulo so vlidos tanto para publicaes impressas como para as eletrnicas.

    1 rgo responsvel pela normalizao tcnica no Brasil. A relao das normas e as orientaes para aquisio podem ser encontradasno site: www.abnt.org.br

    2 Inormaes sobre o manual editado pela AmericanPsychological Association (APA) podem ser encontradas tambm no site: www.

    apa.org

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    Captulo 2 | Preparando um Peridico Cientco

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    1 Peridico Cietco

    O peridico cientco ou revista cientca um tipo de publicao seriada que se apresentasob a orma de revista, boletim etc., editada em ascculos com designao numrica e/ou crono-

    lgica, em intervalos prexados (periodicidade), por tempo indeterminado, com colaborao, emgeral, de diversas pessoas, tratando de assuntos diversos, dentro de uma poltica editorial denida,e que objeto de Nmero Internacional Normalizado (ISSN) (ABNT, 2003a, p. 3).

    Fachin e Hillesheim (2006) apresentam um levantamento histrico de conceitos de peri-dico, publicao peridica e publicao seriada encontrados na literatura (p. 20), partindo doano de 1962, com as Normas de Catalogao de Impressos da Biblioteca Apostlica Vaticana atchegar denio da ABNT, concluindo que

    os peridicos cientcos so todos ou quaisquer tipos de publicaes editadas em nmeros ou asccu-

    los independentes, no importando a sua orma de edio, ou seja, seu suporte sico (papel, CD-ROM,

    bits, eletrnico, on-line), mas que tenham um encadernamento sequencial e cronolgico, sendo edita-

    das, preerencialmente, em intervalos regulares, por tempo indeterminado, atendendo s normaliza-es bsicas de controle bibliogrco. (p. 28)

    De acordo com Griebler e Mattos (2007), as duas primeiras revistas cientcas publicadas nomundo oram o Journal ds Savans, editada pelo rancs Denis de Sallo em 1665 que tinha porobjetivo inormar sobre livros editados na Frana e divulgar experincias cientcas. No mesmoano, a Royal Societyde London editou o Philosophical Transactions, que se propunha a divulgarcorrespondncias trocadas entre os membros da sociedade e seus colegas europeus (p. 74).

    Especicamente na rea da Psicologia, os dois peridicos mais antigos oram publicados naFrana e nos Estados Unidos. O American Journal o Psychology(AJP) teve seu primeiro ascculopublicado em 1887, pelaJohns Hopinks Universitye oi undado por G. Stanley Hall. Henry Beaunis

    e Alred Binet oram os primeiros editores da revista LAnne Psychologique (AP), editada pelo La-boratoire de Psychologie Psysiologique de la Sorbonne, no ano de 1894. As duas revistas cientcasso editadas at hoje, sendo que o AJP incluiu a verso online no ano de 2006, com acesso restri-to, e a AP disponilizou, gratuitamente, os ascculos publicados de 1894 a 2005 (Sampaio, 2008).

    As duas revistas mais antigas no Brasil especializadas em Psicologia oram publicadas emSo Paulo e no Rio de Janeiro. Em So Paulo, o Boletim de Psicologia, publicado desde 1949, tevecomo presidente Annita Castilho e Marcondes Cabral e editada at hoje sob a responsabili-dade da Sociedade de Psicologia de So Paulo. O peridico Arquivos Brasileiros de Psicologia oieditado no Rio de Janeiro em 1949, sendo o Instituto de Seleo e Orientao Prossional (ISOP)da Faculdade Getlio Vargas o primeiro responsvel. Inicialmente denominado Arquivos Brasi-leiros de Psicotcnica (1949-1968), passou a chamar-seArquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada(1969-1978), sendo consolidado comoArquivos Brasileiros de Psicologia, em 1980. A revista couinterrompida de 2002 at o ano de 2006, quando voltou a ser publicada exclusivamente emverso eletrnica (Sampaio, 2008).

    Acompanhando a evoluo das revistas cientcas publicadas no mundo, Wieers (1994)prognosticou que chegaria a 1 milho o nmero de ttulos publicados no ano 2000. Seu prog-nstico oi conrmado, sendo que depois nenhum autor se aventurou a azer uma nova estima-tiva do crescimento do nmero de revistas publicadas. Dru Magge (2000, citado por Oliveira,2006), em seu trabalho intitulado Seven Years o Tracking Electronic Publishing: The ARL Direc-tory o Scholarly Electronic Journals and Academic Discussion Lists az um estudo comparativodo crescimento do nmero de peridicos eletrnicos registrados no diretrio da American Re-

    search Libraryentre a primeira edio de 1991 e a stima edio de 1997, no qual oi registrado

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    Publicar em Psicologia: um Enoque para a Revista Cientca

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    um crescimento de 110 para 3400 ttulos de peridicos e newsletters apenas em ormato eletr-nico. Tenopir, Hitchcock e Pillow (2003, citados por Oliveira, 2006), com base na edio onlinede 2002 do Ulrichs International Periodicals Directory, armam existir aproximadamente 15 milperidicos cientcos correntes, dos quais 12 mil esto disponveis online. Desses, a maioria sorplicas de publicaes impressas tradicionais.

    ato que o peridico cientco o principal canal ormal de disseminao da cincia, sejaele impresso ou eletrnico, e rma-se como o grande responsvel pela consolidao das rease subreas do conhecimento. A publicao assegura a autoria e legitima os direitos dos produ-tores, alm de registrar a memria da Cincia (Seca, 2004). Como armam Sampaio, Sabadinie Linguanotto (2002), a revista cientca, ao divulgar resultados de pesquisas, assegura ao pes-quisador o direito sobre suas ideias e experincias cientcas e seu compromisso ser semprecom a cincia (p. 188).

    Conorme Miranda e Pereira (1996), o peridico cientco transormou-se, de um veculocuja nalidade era publicar notcias cientcas, em um veculo de divulgao do conhecimentoque se origina das atividades de pesquisa (p. 375). Esse processo oi gradual e as mudanas nascaractersticas dos peridicos so contnuas. A essncia de registrar e divulgar o conhecimento

    cientco o grande pilar desse tipo de publicao, porm, o que temos hoje, em se tratandode peridicos cientcos, so publicaes que buscam especializao e padronizao na ormade apresentao.

    Nos ltimos anos, a Psicologia brasileira pde acompanhar a rpida transormao dos pe-ridicos que, a partir dos esoros dos publicadores e das orientaes das Comisses de Avalia-o de Peridicos da rea da Psicologia da CAPES/ANPEPP (Coordenao de Apereioamentode Pessoal de Nvel Superior/Associao Nacional de Pesquisa e Ps-graduao em Psicologia),se prossionalizaram e adquiriram as caractersticas das revistas cientcas tal qual o exigidoatualmente. Assim como na Psicologia, as revistas cientcas das outras reas do conhecimentovo se aprimorando e buscando a aproximao com o padro das publicaes reconhecidasinternacionalmente.

    1.1 Caractersticas do Peridico Cietco

    Os peridicos cientcos ou revistas cientcas apresentam caractersticas extrnsecas e in-trnsecas. Segundo Valrio (2005), caractersticas extrnsecas so: as prticas editoriais explici-tadas, critrios e procedimentos para seleo e avaliao de artigos, poltica editorial explcita,instrues aos autores, normalizao, durao do peridico (tradio, continuidade), regulari-dade de publicao, indexao em bases de dados nacional e internacional, tiragem e apresen-tao grca. As caractersticas intrnsecas so corpo editorial, sistema de avaliao por parese integrao do autor com o leitor. De acordo com a autora, essas caractersticas constituemindicadores para avaliaes de peridicos.

    Segundo Ferreira e Krzyzanowski (2003), o mrito de um peridico cientco determinadopela qualidade de seu contedo, levando-se em considerao a qualidade de seus artigos, docorpo editorial e dos consultores. Aspectos como indexao em bases de dados, critrios dearbitragem dos textos, natureza do rgo publicador e abrangncia quanto origem dos traba-lhos tambm so destacados pelas autoras.

    Inormaes sobre o corpo editorial do peridico cientco e aspectos reerentes indexaoem bases de dados e ator de impacto so apresentados em captulos especcos neste livro.

    Outro ponto a ser ressaltado a questo da natureza do peridico, pois, como cada revistatem a sua essncia, encontramos revistas que publicam somente relatos de pesquisa, outras que

    publicam somente artigos de reexo e ensaios e assim por diante.

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    Captulo 2 | Preparando um Peridico Cientco

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    1.1.1 normalizao

    Como explicam Fachin e Hillesheim (2006) os padres e normas so necessrios para aevoluo de tcnicas, erramentas, equipamentos e tantos outros recursos vivncia dos sereshumanos, sendo, da mesma orma, largamente utilizados na rea da organizao da inorma-o (p. 77).

    Antes de iniciarmos a discusso sobre a normalizao das revistas, importante desazeruma conuso comum de etimologia: normatizao e normalizao. Normatizao o ato decriar e construir normas; a criao de regras. A normalizao a aplicao de norma com o ob-jetivo de ordenar e dar padro a uma atividade. As normas so convenes estabelecidas paraque todos entendam um objeto da