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Sinal verde para a carne? Chefe do serviço fitossanitário rus- so visita Brasil e discute o fim do embargo P.3 Boate Kiss é reprise russa Há três anos, in- cêndio em Perm, nos montes Urais, matou 156 depois de falhas em show pirotécnico P.3 QUARTA-FEIRA, 6 DE MARÇO DE 2013 O melhor da gazetarussa.com.br Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais PRODUZIDO POR RUSSIA BEYOND THE HEADLINES www.rbth.ru NOTAS Um inusitado espaço cultural foi inaugu- rado em Moscou: o Museu da História da Bebedeira. Entre as peças mais curiosas está a medalha de Pedro, O Grande, “Pela Bebedeira”. Em formato de estrela, o pin- gente de 6,8 kg era afixado ao pescoço dos beberrões como castigo e só podia ser re- tirado pela polícia. Marina Darmaros Museu da bebedeira A queda de um meteorito em Tcheliábinsk no último dia 15 de fevereiro afetou não só os moradores, mas animais locais, como relata o veterinário Karen Dallakian. Um falcão peregrino, pássaro listado pelo Livro Vermelho dos animais em risco de extin- ção, foi levado ao veterinário em estado de choque, sem cantar ou voar. “O falcão pe- regrino ficou perturbado devido à onda de explosões”, disse Dallakian à revista “Ar- gumenti i Fakti”. Ele também disse ter re- cebido um gato persa que sofreu um AVC devido ao fenômeno. Maria Azálina Animais em choque após meteorito Brasil negocia sistema de defesa de US$1 bilhão ECONOMIA E NEGÓCIOS OPINIÃO Rosneft fecha cinco novos acordos na Venezuela PÁGINA 4 PÁGINA 2 NESTA EDIÇÃO O Ministério da Defesa russo irá testar o uso de ratos na detecção de explosivos e drogas no próximo trimestre, disse uma fonte do Estado-Maior ao jornal “Izvés- tia”. “Os ratos devem substituir os cachor- ros na identificação de materiais explosi- vos, munições, drogas e na busca de pessoas”, disse a fonte, que lembrou que ratos já são usados por serviços de segu- rança e pelo exército israelenses. Izvéstia Ratos farejadores Visita oficial Primeiro-ministro russo Dmítri Medvedev assina sete novos acordos em Brasília Entre documentos assinados, há declaração de intenções de compra, pelo governo brasileiro, de um sistema antiaéreo russo. O premiê russo Dmítri Med- vedev chegou ao Brasil no úl- timo dia 19 de fevereiro acom- panhado por uma grande comitiva, composta por mi- nistros de Estado e empresá- rios, e foi recebido pela pre- sidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto na manhã seguinte. Dilma e Medvedev trataram de temas relevantes no campo da tecnologia, para tornar a interação Brasil-Rús- sia ainda mais efetiva. Na reunião da CAN (Co- missão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação), por sua vez, as autoridades firmaram entendimentos e assinaram sete acordos e de- clarações de intenções nas áreas de defesa, tecnologia, agricultura, energia, educa- ção e esportes. Após a assinatura dos atos, o vice-presidente Michel Temer ressaltou a importân- cia dos acordos, com destaque para a importação de trigo russo pelo Brasil, um antigo pleito do presidente Vladimir Putin, e a solução ao embar- go russo à carne brasileira. “As autoridades sanitárias entraram em entendimento com os correspondentes bra- sileiros ao longo dos últimos dois anos e amenizaram a res- trição que havia”, anunciou Temer. Medvedev qualificou o diálogo como “proveitoso” e ressaltou a importância da ampliação da parceria co- mercial e tecnológica entre as duas nações. “A aliança tecnológica que podemos es- tabelecer ajudará nossas em- presas e veremos vários pro- jetos interessantes surgirem nessa e em outras áreas. Es- peramos contar com a ex- periência do Brasil e parti- lhar também a nossa experiência”, disse o premiê russo. A visita oficial de três dias foi encerrada no dia 21, com um café da manhã para o em- presariado brasileiro e russo. Na sequência, Medvedev partiu para Cuba, onde per- maneceu até sábado (23) para discutir questões relaciona- das a comércio e energia com o presidente cubano, Raúl Castro. Os dois governos também assinaram um documento de intenções relativo à aquisi- Cooperação bilateral ampliada Premiê russo Dmítri Med- vedev cum- primenta a presidente Dilma Rous- seff: sete acordos NORMA MOURA ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA Os fazendeiros norte-ameri- canos estão mais uma vez proibidos de fornecer carne à Rússia. Mas, diferentemen- te do embargo à carne de frango na década de 1990, as novas restrições, que entra- ram em vigor no último 11 de fevereiro, referem-se so- mente a produtos suínos e bo- vinos (carne in natura, ma- térias-primas e produtos processados). De acordo com o Serviço Federal de Inspeção Veteri- nária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), o embargo se deve às suces- sivas detecções no produto norte-americano da ractopa- mina, um estimulante de crescimento proibido pelos países membros da União Aduaneira (Rússia, Bielor- rússia e Cazaquistão). Em novembro do ano pas- sado, a Rússia já havia ad- Carne País recusa produtos com substância proibida vertido quatro países que uti- lizam a substância (Estados Unidos, Canadá, México e Brasil) sobre um possível corte no fornecimento caso o uso da ractopamina conti- nuasse. “Três países [Brasil, México e Canadá] concorda- ram em corrigir a questão”, disse à Gazeta Russa o por- ta-voz do Rosselkhoznadzor, Aleksêi Aleksêienko. Mas com a continuidade da prática pelos Estados Unidos, a Rússia decidiu impor res- trições mais severas à impor- tação de carne. De acordo com as regras da União Aduaneira, a carne em que se detecta tal subs- tância deve ser destruída – o que gera um duplo preju- ízo para os importadores, que acabam tendo que im- portar novos lotes para repor os perdidos. “Também não faz sentido algum refazer o trabalho dos veterinários norte-americanos nem vamos gastar nosso orça- mento com isso”, afirma Aleksêienko. No final de janeiro, o vi- ce-diretor do Rosselkhoz- nadzor, Evguêni Nepoklo- nov, enviou uma carta ao responsável pela segurança alimentar do Ministério da Agricultura norte-america- no, Ronald Jones. A corres- pondência explicava que os Estados Unidos não haviam apresentado garantias de que as mercadorias forne- cidas estavam isentas de ractopamina. Apesar de Nepoklonov classificar as restrições como “temporárias”, a agência não definiu a duração do embargo. As autoridades fitossani- tárias da Rússia também negam que as novas normas sejam uma resposta à lei Magnítski, promulgada pelos EUA, proibindo a entrada de Produtores dos EUA sofrem novo embargo russo Depois do aviso em 2012, Brasil, México e Ca- nadá concor- daram em suspender o uso da racto- pamina Provável alta dos preços e aumento da participação latino-americana no mercado serão algumas das consequências da restrição. VÍKTOR KUZMIN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA O brasileiro poderia espe- rar a chegada de qualquer produto da Rússia. Qualquer um, menos macarrão. E é justamente macarrão russo o que o brasileiro deve de- gustar dentro de algum tempo. No Brasil é novidade, mas a marca “Makfa” (uma inu- sitada junção de “macarrão” com “fábrica”) existe há 75 anos, desde os tempos da União Soviética. Hoje, a em- presa de capital privado é a maior em macarrão e fari- nhas da Rússia e do Leste Europeu, e a quinta no ranking mundial. Como não poderia deixar de ser, as re- ceitas e os equipamentos são de origem italiana. Mas seus 3.800 funcionários são 100% russos. A Makfa tem trigais e moinhos próprios, além das fábricas. A enorme produ- ção, calculada em 180 mil toneladas anuais, atende ao Mercado Marca abriu escritório em SP ‘Makfa’ planeja iniciar a comercialização em 2013. Previsão é vender pelo menos 100 toneladas por mês do tipo premium. consumo nacional e é esco- ada para diversos países, com grandes exportações para os Estados Unidos e a China. Agora, pela primei- ra vez, seus produtos che- garão a um país da Améri- ca Latina. Fábrica no Brasil “Escolhemos o Brasil devi- do à forte tradição italiana. Nossa previsão inicial é a de comercializar 100 tone- ladas por mês”, diz o jovem diretor comercial da Makfa, Serguêi Dediúkhin. Já instalado com a famí- lia em São Paulo, Serguêi é um dos muitos funcionários administrativos russos que toca a implantação da nova filial, cujo escritório central fica em Alphaville. Elizave- ta Malkovitch, a diretora- -geral russa que fala portu- guês perfeitamente, explica que a empresa veio para car. Segundo ela, abrir uma fábrica no Brasil não está está fora dos planos. “Com os altos impostos pagos pela importações no Brasil, compensa mais produzir aqui. Então Fábrica soviética quer vender macarrão ao Brasil ALEX SOLNIK ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA CONTINUA NA PÁGINA 3 CONTINUA NA PÁGINA 4 CONTINUA NA PÁGINA 4 AFP/EASTNEWS GETTY IMAGES/FOTOBANK PHOTOSHOT/VOSTOCK-PHOTO NATALIA MIKHAYLENKO MONIQUE LAPA ALAMY/LEGION MEDIA

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Sinal verde para a carne?Chefe do serviço fitossanitário rus-so visita Brasil e discute o fim do embargo

P.3

Boate Kiss é reprise russaHá três anos, in-cêndio em Perm, nos montes Urais, matou 156 depois de falhas em show pirotécnico

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QUARTA-FEIRA, 6 DE MARÇO DE 2013

O melhor da gazetarussa.com.br

Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais

PRODUZIDO PORRUSSIA BEYONDTHE HEADLINESwww.rbth.ru

NOTAS

Um inusitado espaço cultural foi inaugu-rado em Moscou: o Museu da História da Bebedeira. Entre as peças mais curiosas está a medalha de Pedro, O Grande, “Pela Bebedeira”. Em formato de estrela, o pin-gente de 6,8 kg era afi xado ao pescoço dos beberrões como castigo e só podia ser re-tirado pela polícia.

Marina Darmaros

Museu da bebedeira

A queda de um meteorito em Tcheliábinsk no último dia 15 de fevereiro afetou não só os moradores, mas animais locais, como relata o veterinário Karen Dallakian. Um falcão peregrino, pássaro listado pelo Livro Vermelho dos animais em risco de extin-ção, foi levado ao veterinário em estado de choque, sem cantar ou voar. “O falcão pe-regrino fi cou perturbado devido à onda de explosões”, disse Dallakian à revista “Ar-gumenti i Fakti”. Ele também disse ter re-cebido um gato persa que sofreu um AVC devido ao fenômeno.

Maria Azálina

Animais em choque após meteorito

Brasil negocia sistema de defesa de US$1 bilhão

ECONOMIA E NEGÓCIOS

OPINIÃO

Rosneft fecha cinco novos acordos na VenezuelaPÁGINA 4

PÁGINA 2

NESTA EDIÇÃO

O Ministério da Defesa russo irá testar o uso de ratos na detecção de explosivos e drogas no próximo trimestre, disse uma fonte do Estado-Maior ao jornal “Izvés-tia”. “Os ratos devem substituir os cachor-ros na identifi cação de materiais explosi-vos, munições, drogas e na busca de pessoas”, disse a fonte, que lembrou que ratos já são usados por serviços de segu-rança e pelo exército israelenses.

Izvéstia

Ratos farejadores

Visita oficial Primeiro-ministro russo Dmítri Medvedev assina sete novos acordos em Brasília

Entre documentos assinados, há declaração de intenções de compra, pelo governo brasileiro, de um sistema antiaéreo russo.

O premiê russo Dmítri Med-vedev chegou ao Brasil no úl-timo dia 19 de fevereiro acom-panhado por uma grande comitiva, composta por mi-nistros de Estado e empresá-rios, e foi recebido pela pre-sidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto na manhã seguinte. Dilma e Medvedev trataram de temas relevantes no campo da tecnologia, para tornar a interação Brasil-Rús-sia ainda mais efetiva.

Na reunião da CAN (Co-missão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação), por sua vez, as autoridades fi rmaram entendimentos e assinaram sete acordos e de-clarações de intenções nas áreas de defesa, tecnologia, agricultura, energia, educa-ção e esportes.

Após a assinatura dos atos, o vice-presidente Michel Temer ressaltou a importân-cia dos acordos, com destaque para a importação de trigo russo pelo Brasil, um antigo pleito do presidente Vladimir Putin, e a solução ao embar-go russo à carne brasileira.

“As autoridades sanitárias entraram em entendimento com os correspondentes bra-sileiros ao longo dos últimos dois anos e amenizaram a res-trição que havia”, anunciou Temer.

Medvedev qualificou o diálogo como “proveitoso” e ressaltou a importância da ampliação da parceria co-mercial e tecnológica entre as duas nações. “A aliança tecnológica que podemos es-tabelecer ajudará nossas em-

presas e veremos vários pro-jetos interessantes surgirem nessa e em outras áreas. Es-peramos contar com a ex-periência do Brasil e parti-l h a r t a mbé m a nos sa experiência”, disse o premiê russo.

A visita ofi cial de três dias foi encerrada no dia 21, com um café da manhã para o em-presariado brasileiro e russo.

Na sequência, Medvedev partiu para Cuba, onde per-maneceu até sábado (23) para discutir questões relaciona-

das a comércio e energia com o presidente cubano, Raúl Castro.

Os dois governos também assinaram um documento de intenções relativo à aquisi-

Cooperação bilateral ampliada

Premiê russo Dmítri Med-vedev cum-primenta a presidente Dilma Rous-seff: sete acordos

NORMA MOURAESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Os fazendeiros norte-ameri-canos estão mais uma vez proibidos de fornecer carne à Rússia. Mas, diferentemen-te do embargo à carne de frango na década de 1990, as novas restrições, que entra-ram em vigor no último 11 de fevereiro, referem-se so-mente a produtos suínos e bo-vinos (carne in natura, ma-térias-primas e produtos processados).

De acordo com o Serviço Federal de Inspeção Veteri-nária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), o embargo se deve às suces-sivas detecções no produto norte-americano da ractopa-mina, um estimulante de crescimento proibido pelos países membros da União Aduaneira (Rússia, Bielor-rússia e Cazaquistão).

Em novembro do ano pas-sado, a Rússia já havia ad-

Carne País recusa produtos com substância proibida

vertido quatro países que uti-lizam a substância (Estados Unidos, Canadá, México e Brasil) sobre um possível corte no fornecimento caso o uso da ractopamina conti-nuasse. “Três países [Brasil, México e Canadá] concorda-ram em corrigir a questão”, disse à Gazeta Russa o por-ta-voz do Rosselkhoznadzor, Aleksêi Aleksêienko.

Mas com a continuidade da prática pelos Estados Unidos, a Rússia decidiu impor res-trições mais severas à impor-tação de carne.

De acordo com as regras da União Aduaneira, a carne em que se detecta tal subs-tância deve ser destruída – o que gera um duplo preju-ízo para os importadores, que acabam tendo que im-portar novos lotes para repor os perdidos. “Também não faz sentido algum refazer o trabalho dos veterinários norte-americanos nem vamos gastar nosso orça-mento com isso”, afirma Aleksêienko.

No fi nal de janeiro, o vi-ce-diretor do Rosselkhoz-nadzor, Evguêni Nepoklo-nov, enviou uma carta ao responsável pela segurança alimentar do Ministério da Agricultura norte-america-no, Ronald Jones. A corres-pondência explicava que os Estados Unidos não haviam apresentado garantias de que as mercadorias forne-cidas estavam isentas de ractopamina.

Apesar de Nepoklonov classifi car as restrições como “temporárias”, a agência não definiu a duração do embargo.

As autoridades fi tossani-tárias da Rússia também negam que as novas normas sejam uma resposta à lei Magnítski, promulgada pelos EUA, proibindo a entrada de

Produtores dos EUA sofrem novo embargo russo

Depois do aviso em 2012, Brasil, México e Ca-nadá concor-daram em suspender o uso da racto-pamina

Provável alta dos preços e aumento da participação latino-americana no mercado serão algumas das consequências da restrição.

VÍKTOR KUZMINESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

O brasileiro poderia espe-rar a chegada de qualquer produto da Rússia. Qualquer um, menos macarrão. E é justamente macarrão russo o que o brasileiro deve de-gustar dentro de algum tempo.

No Brasil é novidade, mas a marca “Makfa” (uma inu-sitada junção de “macarrão” com “fábrica”) existe há 75 anos, desde os tempos da União Soviética. Hoje, a em-presa de capital privado é a maior em macarrão e fari-nhas da Rússia e do Leste Europeu, e a quinta no ranking mundial. Como não poderia deixar de ser, as re-ceitas e os equipamentos são de origem italiana. Mas seus 3.800 funcionários são 100% russos.

A Makfa tem trigais e moinhos próprios, além das fábricas. A enorme produ-ção, calculada em 180 mil toneladas anuais, atende ao

Mercado Marca abriu escritório em SP

‘Makfa’ planeja iniciar a comercialização em 2013. Previsão é vender pelo menos 100 toneladas por mês do tipo premium.

consumo nacional e é esco-ada para diversos países, com grandes exportações para os Estados Unidos e a China. Agora, pela primei-ra vez, seus produtos che-garão a um país da Améri-ca Latina.

Fábrica no Brasil “Escolhemos o Brasil devi-do à forte tradição italiana. Nossa previsão inicial é a de comercializar 100 tone-ladas por mês”, diz o jovem diretor comercial da Makfa, Serguêi Dediúkhin.

Já instalado com a famí-lia em São Paulo, Serguêi é um dos muitos funcionários administrativos russos que toca a implantação da nova fi lial, cujo escritório central fi ca em Alphaville. Elizave-ta Malkovitch, a diretora--geral russa que fala portu-guês perfeitamente, explica que a empresa veio para fi car. Segundo ela, abrir uma fábrica no Brasil não está está fora dos planos.

“Com os altos impostos pagos pela importações no Brasil, compensa mais produ z i r aqu i . Ent ão

Fábrica soviética quer vender macarrão ao Brasil

ALEX SOLNIKESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

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OS TEXTOS PUBLICADOS NA SEÇÃO “OPINIÃO” EXPÕEM OS PONTOS DE VISTA DOS AUTORES E NÃO NECESSARIAMENTE REPRESENTAM A POSIÇÃO EDITORIAL DA GAZETA RUSSA OU DA ROSSIYSKAYA GAZETA

A Rússia e o Brasil estão perto de fe-char um contrato para o fornecimen-

to de sistemas de defesa an-tiaérea no valor de US$ 1 bi-lhão. “Estamos interessados em comprar três baterias do Pantsir-S1 e duas do Igla”, disse o chefe do Estado--Maior Conjunto das Forças Armadas do Brasil, general José Carlos de Nardi. O con-trato prevê ainda transfe-rência de tecnologia e auto-rização de produção desses sistemas no Brasil.

Desde a década de 1970, o país possui uma indústria armamentista desenvolvida, capaz de fabricar armas de fogo, blindados e aeronaves. Mas após a queda do regi-me militar, em meados dos anos 1980, o Brasil cortou o orçamento das Forças Armadas.

Mesmo assim, o potencial tecnológico e industrial cria-do pelo governo militar con-tinuou se desenvolvendo.

A Embraer, por exemplo, uma das maiores fabricantes de aeronaves civis, foi conce-bida para produzir aviões de combate. Sua marca registra-da, os turboélices Tucano e Super Tucano, tiveram gran-de sucesso em países pobres que lutavam contra as guer-

Durante a Grande Guerra Patriótica, como é conhecida na Rússia a Segunda

Guerra Mundial, houve ou-tras vitórias das forças sovi-éticas, não menos brilhantes que a batalha de Stalingra-do. Por que, então, essa re-cebe tanto destaque?

A história militar deve li-bertar-se do espírito de con-fronto e subordinar as inves-tigações dos pesquisadores aos interesses da verdadeira e ob-jetiva história da Segunda Guerra Mundial, incluindo aí a batalha de Stalingrado.

Algumas pessoas tentam adulterar os fatos da Segun-da Guerra Mundial no papel. Na historiografia mundial não há um entendimento único do signifi cado da ba-talha de Stalingrado para o curso e o resultado da Se-gunda Guerra Mundial.

Há 80 anos, o mundo conhecia Adolf Hi-tler, o então novo chanceler da Alema-

nha. Como uma das nações mais desenvolvidas da Eu-ropa mordeu a isca do popu-lismo misantrópico e sucum-biu à ilusão de soluções simples para problemas com-plexos é uma questão que continua intrigando os pesquisadores.

Embora a Europa tenha aprendido uma lição com os acontecimentos dos anos 30, a vacina contra o nazismo pa-rece ter validade limitada.

Konstantin Bogdanov

Analista militar

Makhmut Gareiev

HISTORIADOR

Fiódor Lukianov

ANALISTA POLÍTICO

BILIONÁRIA DEFESA BRASILEIRA

A PROVA DE STALINGRADO

O NACIONALISMO AINDA É UMA AMEAÇA

rilhas e chegaram a desper-tar interesse até mesmo do Pentágono.

O possível acordo com a Rússia também pode ser um instrumento para o Brasil fomentar a cooperação téc-nico-militar internacional. A venda de armas moder-nas para o Brasil não é do tipo “pague e leve”, mas um procedimento complicado de produção e troca de tecno-logias. Nesse sentido, o país se parece com a Índia, que apesar da grande corrupção na compra de armamentos, mantém fi rme sua política de levar a produção de armas estrangeiras para suas próprias fábricas.

Portanto, todos e quais-quer contratos de venda de produtos militares tecnolo-gicamente sofisticados ao Brasil trarão, inevitavel-mente, investimentos (com a criação de empregos na in-dústria armamentista bra-sileira) e transferência de tecnologia.

Cabe lembrar que, em 2008, o Brasil fechou a com-pra de 12 helicópteros de ataque russos Mi-35M (re-batizados no Brasil de AH-2 Sabre), por US$ 150 mi-lhões, dos quais nove já foram entregues. Mas as ambições da indústria ar-mamentista russa se esten-dem muito além de forne-cer lotes l imitados de equipamento militar, e o

contrato de US$ 1 bilhão é visto como um meio de abrir ainda mais portas no mer-cado latino-americano.

Acredita-se que o Brasil possa se tornar o segundo principal parceiro da Rús-sia, atrás somente da Índia, no desenvolvimento de uma

versão para exportação do caça de quinta geração Pak-FA.

No entanto, uma polêmica em 2009 envolvendo a versão atualizada do caça russo Su-35, principal produto de ex-portação do país no segmen-to de aviação tática, deixou

uma sombra de dúvida quan-to ao futuro da parceria.

Na época, a Rússia tentou entrar na licitação brasileira para a compra de 36 caças –com a perspectiva de produ-zir em território brasileiro ou-tras 94 aeronaves, no âmbito do Projeto F-X2. Para viabi-lizar o acordo, a Rússia teria inclusive aceitado realizar grandes projetos conjuntos com a Embraer, mas a licita-ç ã o a c a b o u n ã o acontecendo.

Mesmo tendo como favo-rito o avião francês Dassault Rafale, as autoridades bra-sileiras também não conse-guiram fechar um acordo com a França em termos de preço e transferência de tec-nologia, e o então presiden-te Luiz Inácio Lula da Silva, deixou a decisão para sua sucessora. A nova presiden-te, por sua vez, relançou a licitação argumentando um corte de gastos militares.

Quando o avião francês foi tido como possível ven-cedor da concorrência, a im-prensa informou que, para obter preferências na lici-tação, a França estava dis-posta a comprar 12 aviões de carga brasileiros KC-390, desenvolvidos pela Embra-er, cujo voo inaugural está previsto para 2014.

Konstantin Bogdanov é comen-tarista politico e militar da agên-cia de notícias RIA Nóvosti

Brasil pode fechar contrato de US$ 1 bilhão com a Rússia para sistema de defesa antiaérea

Venda de produtos militares ao Brasil trará investimento e transferência de tecnologia

Após o fi m da guerra, sur-giram afi rmações na litera-tura ocidental de que o ponto mais importante de mudança na Segunda Guer-ra Mundial não foi a bata-lha de Stalingrado, mas a vitória das tropas aliadas em El Alamein, no Egito. É preciso reconhecer que a vi-tória dos aliados em El Ala-mein foi grande, trazendo uma contribuição substan-cial para a derrota do ini-migo comum.

No entanto, em termos mi-litares estratégicos, a bata-lha de Stalingrado aconte-ceu em um território enorme, de quase 100 mil quilômetros quadrados, enquanto a ope-ração de El Alamein foi con-duzida na relativamente es-treita costa africana. Além disso, mais de 2,1 milhões de pessoas, 26 mil armas e mor-teiros, 2,1 mil tanques e 2,5 mil aviões de combate par-ticiparam de ambos os lados em diferentes fases da bata-lha em Stalingrado. O co-

A ideologia nazista concre-tizou o conceito mais primi-tivo do nacionalismo e supe-rioridade racial. Hoje, apesar de todas as mudanças, o na-cionalismo como forma de au-toidentifi cação e estruturação do espaço político ainda está presente. E, à medida que as fronteiras vão desaparecendo em consequência da globali-zação, o desejo das pessoas de se agarrar a algo familiar e tradicional aumenta ainda mais.

A situação se agrava com a crescente desigualdade social. Parte da classe média está sendo transformada em uma camada cosmopolita, capaz de tirar proveito das vanta-gens proporcionadas pela eco-

ma ndo a lemão at ra iu 1.011.000 homens, 10.290 armas, 675 tanques e 1.216 aviões, enquanto em El Ala-mein, o Afrika Korps de Rommel contava somente com 80 mil homens, 540 tan-ques, 1.200 armas e 350 aviões.

A batalha de Stalingrado durou 200 dias e noites, de 17 de julho de 1942 até 2 de fevereiro de 1943. Já o com-bate de El Alamein durou so-mente 11 dias, de 23 de ou-tubro a 4 de novembro de 1942. Isso sem falar na imcomparável tensão e a crueldade do confronto em solo soviético.

Se em El Alamein as po-tências do Eixo perderam 55 mil soldados, 320 tanques e cerca de mil armas, as per-das alemãs em Stalingrado e entornos foram de 10 a 15 vezes maiores. Ali, cerca de 144 mil militares foram pre-sos e 330 tropas, destruídas. Foram também muito gran-des as perdas das forças so-

nomia global aberta. Outra porção, mais numerosa, é com-posta por pessoas que pos-

suem menos oportunidades e enfrentam grande concorrên-cia com a mão de obra estran-geira barata.

Preocupada com sua posi-ção social e seu futuro, essas pessoas estão tornando-se um núcleo de insatisfação. Elas

viéticas, chegando a 478.741 mortos.

É incomparável o signifi -cado político e militar dos eventos ocorridos. A batalha de Stalingrado aconteceu no principal palco europeu das ações militares, onde se de-cidia o destino da guerra. Re-alizada no norte da África, a operação de El Alamein ocorreu em um palco secun-dário da guerra, portanto, sua infl uência sobre o curso dos acontecimentos pode ser considerada indireta. A aten-ção do mundo inteiro estava voltada não para El Alamein, mas especificamente para Stalingrado.

As grandes derrotas e os enormes prejuízos da Wehr-macht em Stalingrado, por sua vez, pioraram drastica-mente a situação político-mi-litar e econômica da Alema-nha, afundando o país em uma violenta crise. Os pre-juízos causados nos tanques e veículos inimigos na bata-lha de Stalingrado coloca-

pregam o protecionismo para defender os bens nacionais.

O triunfo do nazismo se deveu sobretudo à Grande De-pressão que atingiu o mundo em 1929, embora o fator eco-nômico tenha sido apenas um catalisador do processo. A ver-dade é que Hitler soube apro-veitar o sentimento de humi-lhação nacional sofrido pela sociedade alemã após a Pri-meira Guerra Mundial. Hoje, a situação é diferente e uma guerra de grandes proporções entre os países mais desen-volvidos parece impossível. A consciência da injustiça, porém, é um fator de descon-tentamento também muito poderoso.

A atual geração europeia

ram no lixo o equivalente a seis meses de fabricação de armas na Alemanha. E para compensar essas perdas tão grandes, a indústria militar alemã foi forçada a operar sob extrema tensão. As per-das humanas também inten-sifi caram a crise.

O desastre no Volga teve um impacto significativo sobre a moral da Wehrma-cht alemã. Aumentaram as deserções, a desobediência e os crimes militares no exér-cito nazista. Depois de Sta-lingrado, o número de sen-tenças de morte proferidas para os soldados alemães au-mentou signifi cativamente.

Esses soldados passaram a ser menos obstinados em suas ações militares, começaram a temer ataques de fl ancos e vizinhanças. Entre políticos e representantes dos ofi ciais de alto escalão, cresceu a opo-sição a Hitler.

A vitória do Exército Ver-melho em Stalingrado cho-cou as potências do Eixo, causou um efeito deprimen-te sobre os “satélites” da Ale-manha e levou pânico e con-tradições insolúveis para sua área de infl uência.

Para escapar da catástro-fe iminente, os governantes da Itália, Romênia, Hungria e Finlândia começaram a procurar pretextos para dei-xar a guerra, ignorando as ordens de Hitler de enviar suas tropas para o confl ito. Em 1943, não só soldados e ofi ciais se renderam ao Exér-cito Vermelho, mas também divisões inteiras e parciais dos exércitos romeno, hún-garo e italiano. As relações se tornaram tensas entre os soldados da Wehrmacht e seus aliados.

A derrota esmagadora dos fascistas em Stalingrado cau-sou um efeito de sobriedade sobre os círculos governan-

voltam contra os poderosos, os segundos miram os imigrantes.

A Grécia, por exemplo, é refl exo de um modelo de de-senvolvimento deprimente. Nas eleições de 2012, o maior aumento no número de votos foi registrado nos partidos de extrema esquerda e partidos nacionalistas e xenófobos. Embora apresentem sinais idênticos à Grécia, outros pa-

tes do Japão e Turquia. Eles desistiram de suas intenções de entrar na guerra contra a URSS.

Com o sucesso alcançado pelo Exército Vermelho em Stalingrado e nas operações subsequentes da Campanha de Inverno de 1942-1943, a Alemanha foi fi cando cada vez mais isolada na arena in-ternacional. Então, o gover-no soviético estabeleceu re-lações diplomáticas com a Áustria, Canadá, Holanda, Cuba, Egito, Colômbia, Eti-ópia, e retomou os laços, an-teriormente cortados, com Luxemburgo, México e Uruguai.

Por todos os motivos cita-dos, é possível perceber que foi justamente a batalha de Stalingrado que desestrutu-rou a coluna vertebral da Wehrmacht e deu início a uma mudança radical na Se-gunda Guerra Mundial em f a v o r d a c o l i g a ç ã o anti-Hitler.

Makhmut Akhmetovich Gareiev é presidente da Academia de Ci-ências Militares, doutor em Ciên-cias Militares e doutor em Histó-ria, além de ter participado da Grande Guerra Patriótica.

íses da Europa não registram um desespero tão grande.

Os governos de tecnocra-tas aplicam medidas draco-nianas aguardando ame-d rontados as e le ições seguintes, em que os eleito-res podem rejeitá-los. A ques-tão é saber se os principais partidos políticos terão o atrevimento de se aliar às forças extremistas para usá--las em seu benefício. Pelo menos já sabemos aonde isso levou na Alemanha.

Hitler chegou ao poder de-mocraticamente. Uma socie-dade dominada por fortes sentimentos e emoções não é capaz de preencher o invó-lucro democrático de uma nação. Essa lição aparente-mente óbvia foi esquecida no final do século 20 quando, graças aos vencedores da Guerra Fria, a democratiza-ção virou uma espécie de re-ligião secular com seus dog-mas imutáveis.

Fiódor Lukianov é editor-chefe da revista Russia in Global Affairs

Dimensões numéri-cas e estratégicas de El Alamein não se comparam às de Stalingrado

Preocupada com sua posição social, parte da classe média prega o protecionismo

entende que vai viver pior do que seus pais e que seus fi lhos viverão pior ainda. O modelo de bem-estar social adotado na Europa desde os anos 1950 está se esgotando.

Essas tendências, que di-fi cilmente desaparecerão em um futuro próximo, favore-cem duas categorias de for-ças políticas: a extrema es-querda e a extrema direita. Enquanto os primeiros se re-

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Política e SociedadeGAZETA RUSSAWWW.GAZETARUSSA.COM.BR

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ENTREVISTA SERGUÊI DANKVERT

Visita para exportaçãoCHEFE DO SERVIÇO FITOSSANITÁRIO RUSSO ESTEVE NO

BRASIL DISCUTINDO LEVANTAMENTO DO EMBARGO

IVAN KARTACHOVESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

IDADE: 57

FORMAÇÃO: ENGENHEIRO AGRÍCOLA E ECONOMISTA

Serguêi Dankvert nasceu em 1955, na região de Astrakhan, Rússia oriental, mas logo par-tiu para a capital, onde se for-mou no Instituto de Engenha-ria Agrícola de Moscou (1977) e em economia na Academia de Comércio Exterior (1986).Trabalhou em diversos comple-xos agroindustriais até ser no-meado ministro da Agricultura (2000-2004). Em 2004, assu-miu a chefia do Serviço Fede-ral de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Ros-selkhoznadzor).

RAIO-X

O incêndio na casa noturna brasileira Kiss, em Santa Maria (RS), foi uma repro-dução quase exata da tragé-dia ocorrida na boate Cava-lo Manco, em Perm, nos montes Urais, em 2009. Na época, o incêndio matou 156 pessoas e também teve como causa o uso de efeitos piro-técnicos durante um show.

Assim como no caso de Santa Maria, o desrespeito às regras de segurança foi fator preponderante na ocorrência do incêndio em Perm. O pro-cesso judicial continua até hoje e tem, por enquanto, um único condenado, o proprietário da boate, Konstantin Mríkhin.

Em visita ao Brasil nos últi-mos dias 20 e 21 de março, o chefe do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fi-tossanitária da Rússia falou em entrevista exclusiva à Ga-zeta Russa sobre o embargo às importações de carne de três Estados brasileiros que já se estende por 13 meses.

O Brasil é hoje o maior for-necedor de carne para a Rús-sia. Foi difícil abrir o mercado interno para um fornecedor dessas dimensões?Abrimos o mercado para a carne brasileira há oito anos. Os europeus declaravam que a carne brasileira tinha febre aftosa e outras doenças, mas agora também compram essa mesma carne. Sempre sou-bemos que o Brasil seria um país complicado, que a coo-peração resultaria em muito trabalho para o Serviço Ve-terinário, mas sempre resol-vemos tudo juntos: escolhe-mos uma série de fábricas, realizamos inspeções e abri-mos o mercado russo para os brasileiros. A Rússia nunca proibiu a importação de carne brasileira.

Análise Incêndio na Rússia matou 156 pessoas em 2009

Incêndio em casa noturna de Perm, no interior da Rússia, também teve como causa falhas durante show pirotécnico.

Ele foi condenado a 6,5 anos de prisão por “violação das normas de segurança segui-da da morte de um grande nú-mero de pessoas”.

Além disso, o inspetor-ge-ral da região de Perm está sendo acusado de abuso de poder, enquanto outros dois inspetores que realizaram vis-torias na boate incendiada continuam indiciados por ne-gligência. Também estão sob investigação o sócio da boate, seu diretor-executivo, o dire-tor artístico e os organizado-res do show pirotécnico.

Em dezembro do mesmo ano, todo o governo regional e 11 funcionários municipais foram demitidos. A tragédia da boate Cavalo Manco deu início a uma série de inspe-ções em discotecas, restauran-tes, bares e boates do país, e o consequente encerramento das atividades de muitos es-tabelecimentos que apresen-

tavam irregularidades. Em seis meses após a tragédia de Perm, pelo menos 18% dos bares, restaurantes e boates foram fechados em todo o país, quase um em cada cinco.

A maioria dos estabeleci-mentos estava instalado no subsolo e não atendia ao re-gulamento de segurança con-tra incêndio, usando materiais inflamáveis na decoração e apresentando caixas acumu-ladas que impediam a livre passagem em direção às saí-das de emergência, entre ou-tras irregularidades.

No ano passado, a Rússia aprovou um novo regulamen-to de segurança contra incên-dio que obriga as boates a pos-suírem lanternas elétricas e proíbe a instalação de boates em subsolos. Por outro lado, passou a ser permitida a ins-talação de janelas com grades fi xas, que antes poderiam ser-vir de saídas de emergência.

Boate Kiss é reprise de tragédia em Perm

VLADÍMIR ERKÓVITCHESPECIAL PARA A GAZETA RUSSA

Em 2012, o volume de im-portações de carne brasilei-ra caiu apenas 7%, em com-paração com o ano anterior. No ano passado, o Brasil ex-portou cerca de 430 mil to-neladas de carne para a Rússia.

A maior parte das empre-sas brasileiras que produz para o mercado local e quer começar a exportar para Rússia não utiliza a racto-pamina, um estimulante de crescimento proibido em nosso país. Agora estamos criando, junto com os bra-sileiros, uma lista de pro-dutores que garantam um p r o d u t o l i v r e d e ractopamina.

Isso significa que a questão com a ractopamina ainda não está resolvida?De qualquer maneira, reali-zamos a verifi cação de toda a carne proveniente do ex-terior. Os produtores por vezes usam ractopamina na fase inicial, mas não no fi nal da vida de um animal. Nesse caso é muito difícil encon-trar o estimulante.

Também queremos incen-tivar a concorrência. Se o Paraguai e o Uruguai não usarem ractopamina, esses

países terão vantagem. Não queremos criar condições especiais para o Brasil.

A s i n s p e ç õ e s s ã o r e a -l i z a d a s e m l a b o r a t ó -rios ou nos frigoríficos?Em ambos. Em primeiro lugar, precisamos de acesso aos abatedouros e frigorífi -cos para podermos analisar as carnes mais frescas.

Durante a visita oficial do pre-miê russo Dmítri Medvedev ao Brasil, o representante de uma empresa exportadora de carne à Rússia declarou que o governo brasileiro quer intro-duzir uma lei proibindo o uso da ractopamina.Será um mérito da Rússia. A ractopamina não é proibida por lei no Brasil, mas a situ-ação pode mudar logo. Quan-do encontramos uma subs-tância proibida, emitimos um aviso. De 50 frigorífi cos bra-sileiros, entre 30 e 40 já re-ceberam esses avisos.

Isso signifi ca que mais de 50% dos fornecedores de carne brasileira para a Rús-sia já quebraram suas pro-messas. Isso é normal, leva a melhorias na qualidade do produto. Agora, além do Serviço Federal de Vigilân-

cia Veterinária e Fitossani-tária, empresas privadas também realizam inspeções nos frigorífi cos brasileiros.

Isso significa que as empre-sas brasileiras aceitaram as condições pré-estabelecidas pela Rússia de eliminar o uso de ractopamina?Elas aceitaram nossas con-dições desde o início. Todos os nossos parceiros no Bra-sil, nos EUA e na Canadá prometeram cancelar o uso desse estimulante. Agora, nosso objetivo é verifi car se eles cumprem as promessas. Realizamos inspeções nos pa-íses, fazemos análises, obser-vamos o processo de produ-ção. Ainda não encontramos discordâncias.

O volume de exportações brasileiras para a Rússia vai aumentar?Isso depende de muitos fato-res. Se o embargo à carne dos Estados Unidos for mantido, o volume de carne brasileira no mercado russo poderá au-mentar em até 20%.

Como a entrada da Rússia na OMC afetará as relações entre os dois países?As relações entre a Rússia e

o Brasil sempre foram boas. Os americanos e europeus não permitem que os brasi-leiros entrem no seus merca-dos só por causa da grande c o n c o r r ê n c i a q u e enfrentariam.

A entrada da carne bra-sileira nesses mercados po-deria afetar significativa-mente os ag r icu ltores locais.

A Rússia, por sua vez, per-mite que entrem em seu mer-cado todos os produtores que sigam suas regras. Os pro-dutores da América Latina fascinam a Rússia devido a diversos fatores que infl uen-ciam mudanças nos preços do produto.

Como o senhor poderia ava-liar as perspetivas de forne-

cimento de grãos russos ao Brasil em 2013?O Brasil sempre importou grãos do exterior. Tudo de-pende de vários fatores, da competitividade, da safra no Brasil e em outros países do mundo etc. A Rússia pode ex-portar trigo porque produz mais do que consome. Além disso, empresas russas come-çaram a vender massas ao Brasil, algo que nunca fi ze-mos antes.

O objetivo então não é ape-nas exportar grãos, mas tam-bém produtos alimentícios? Sim, com certeza. Mas nesse caso, para serem competiti-vas, as empresas devem or-ganizar todo o processo de produção no Brasil e comprar apenas o trigo russo.

ção pelo Brasil de baterias antiaéreas russas. Segundo o Itamaraty, o contrato prevê, a partir de março, o avanço nas negociações para a aqui-sição de três sistemas de ar-tilharia Pantsir-S1.

O sistema antimíssil de médio alcance tem capacida-de para atingir alvos entre 3 e 15 km de distância e vai aperfeiçoar a defesa do espa-ço aéreo do Brasil, que se pre-para para receber eventos es-portivos de grande porte e turistas do mundo todo a par-tir do próximo ano. O valor envolvido na negociação não foi divulgado.

O Brasil também vai desen-volver parceria com os russos para a produção de mísseis e a produção conjunta de novos instrumentos de defesa, por meio de uma joint venture en-volvendo empresas brasilei-ras e russas.

Glonass, o GPS russoA visita dos russos rendeu ainda a assinatura de contra-to para a instalação de uma central quântico-óptica e a inauguração de uma estação de rastreamento do Glonass, o sistema russo de navegação global por satélite concorren-te do GPS. O equipamento instalado na Universidade de Brasília (UnB) é o primeiro localizado fora da Rússia, que pretende instalar estações se-melhantes na China, Estados Unidos e Canadá.

“A instalação da base na UnB e a transferência de tec-

nologia colocam o Brasil em um importante patamar de conhecimento, benefi ciando a pesquisa aeroespacial. Além disso, será muito útil na pre-venção de catástrofes e até na aviação civil”, explica o cien-tista político Paulo Afonso Carvalho, professor da UnB.

Na esteira da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, brasileiros e russos também trocarão experiências em ma-téria de governança e orga-nização de grandes eventos esportivos.

Os ministros dos Esportes

dos dois países assinaram um Plano de Ação para estabele-cer uma cooperação na área esportiva, segundo o qual estão previstas visitas de re-presentantes, além do inter-câmbio de atletas e a realiza-ção de jogos amistosos e da troca de informações sobre temas esportivos.

Os ministros brasileiros e russos debateram também a entrada da Rússia no progra-ma Ciência Sem Fronteiras. Temer frisou que a coopera-ção na área da educação abri-rá as portas das universida-des russas e sua alta tecnologia aos estudantes brasileiros.

Apesar dos possíveis bene-fícios, a adesão da Rússia ao programa Ciência sem Fron-teiras é vista com menos oti-mismo fora do governo. David Flaicher, cientista político e

professor da UnB, acredita que a barreira linguística será um entrave à interação cien-tífi ca entre estudantes brasi-leiros e russos.

“A ideia é boa, mas não foi muito bem articulada. A não ser que haja universidades russas com língua franca in-glesa, o fato de brasileiros terem de aprender russo será uma grande barreira a esse intercâmbio”, avalia.

Brasileiro na OMCNo campo diplomático, Temer e Medvedev abordaram a co-operação entre os dois países no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). O Brasil voltou a destacar a candidatura do embaixador Roberto Azevedo ao cargo de diretor-geral da OMC como uma alternativa importante de representação dos membros do Brics na organização, e pediu o apoio russo.

Apesar de demonstrar sim-patia pela proposta, a Rússia não selou nenhum compro-misso nesse sentido. Segundo a assessoria de comunicação do Itamaraty, o brasileiro está entre os oito candidatos mais cotados para assumir o cargo, cujo processo de escolha deve ser concluído até maio.

Os governos de ambos os países abordaram, por fi m, a cooperação técnica entre o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento e Comércio Exterior) e o Banco de Desen-volvimento e Atividade Eco-nômica Exterior da Rússia. As duas partes reafi rmaram o in-teresse em criar um banco de desenvolvimento nos moldes do BNDES liderado pelos Brics para fi nanciar projetos de investimento e incentivar operações de exportações entre os membros e também do bloco com países em desenvolvimento.

Em visita ao Brasil, Medvedev amplia cooperação bilateral

Michel Temer (esq.) encontrou-se com Dmítri Medvedev (dir.)

CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

Glonass, o sistema russo de navegação global, será instalado na Universidade de Brasília (UnB) Vítimas de incêndios em casas noturnas

Leia mais emwww.gazetarussa.com.br/17777

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GAZETA RUSSAWWW.GAZETARUSSA.COM.BREconomia e Negócios

Mesmo com a doença do pre-sidente venezuelano Hugo Chávez, a Rússia mantém o apoio ao país, seu principal aliado na América Latina. Para mostrar que os laços de amizade continuam fi rmes, Ígor Sêtchin, diretor da pe-trolífera russa Rosneft, e o vice-presidente venezuelano Nicolás Maduro, leram na te-levisão do país latino-ame-ricano uma mensagem de me-lhoras enviada a Chávez pelo presidente russo Vladímir Pútin no fi nal de janeiro.

“Esta mensagem mostra que Vladímir Pútin torce com o povo da Venezuela pela recuperação do presi-dente”, disse então Maduro sobre a carta.

O principal objetivo da vi-sita de Sêtchin é deixar claro a Caracas que a Rosneft pla-neja aprofundar suas relações com a Venezuela. Além disso, o diretor da Rosneft declarou

Petróleo Em visita a Caracas, presidente da gigante estatal Rosneft fecha cinco novos acordos

Rússia injetou US$ 25 bilhões na reserva Junin-6 e deve investir mais US$ 16,7 bilhões no país latino-americano nos próximos anos.

que a Venezuela é o principal foco da petrolífera russa na América Latina.

Mensagens e acordosDurante a visita de Sêtchin a Caracas, foram assinados cinco acordos para extração de petróleo e de gás, com cria-ção de uma joint venture e fornecimento de equipamen-tos russos para perfuração.

O diretor da Rosneft de-clarou que a empresa inves-tirá cerca de US$ 10 bilhões em projetos no país nos pró-ximos anos. Segundo o mi-nistro do Petróleo venezue-lano, os investimentos totais irão ultrapassar os US$ 47 bilhões. Desses, US$ 16,7 bi-lhões virão diretamente da Rússia.

Além da Rosneft, outras três petrolíferas russas tam-bém têm projetos na Vene-zuela: Lukoil, Surgutnefte-ga z e Ga z pr om . E l a s exploram as jazidas Junin-6 (cujas reservas têm de 7 a 8,5 bilhões de toneladas de petróleo), em parceria com a estatal Petróleos de Vene-zuela S.A.

A Rússia é representada no país pelo “Consórcio Na-

IÚRI PANIEVESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

" Nossos projetos a longo prazo na América Latina se desenvolvem sem

parar. Nenhuma circunstância externa irá afetá-los. Quanto a outros fatores, como a doença do presidente venezuelano, acreditamos que Hugo Chávez irá se recuperar.”

FRASE

Ígor SêtchinPRESIDENTE DA ROSNEFT

52,6bilhões de barris de petróleo é a capacidade das reservas do campo Junin com 10,96 bi de barris de reservas recuperáveis

22,5milhões de toneladas de petró-leo por ano (450 mil barris/dia) é o que a reserva Junin deverá extrair no pico de produção

NÚMEROS

ofi ciais russos envolvidos em casos de violação dos direi-tos humanos.

“Apresentamos nossas exi-gências antes das discussões sobre a lei Magnítski nos EUA”, diz Aleksêienko. Para ele, o embargo russo não se opõe às regras da OMC (Or-ganização Mundial do Co-mércio), da qual a Rússia pas-s o u a f a z e r p a r t e recentemente, já que os mes-mos pré-requisitos são exi-gidos pela China e países da União Europeia.

A participação dos Esta-dos Unidos no mercado russo da carne já vinha caindo de forma acentuada mesmo antes da decisão. A queda se deve não só ao crescimento da produção interna de aves e porco, mas ao aumento da

Carne norte-americana é embargada

Produtos Makfa: macarrão com sotaque russo no Brasil

CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1importação latino-america-na para o mercado russo.

De acordo com a Associa-ção Nacional de Carnes da Rússia, a participação dos Es-tados Unidos no fornecimen-to de carne bovina refrige-rada à Rússia foi de apenas 2,8% durante os 11 primei-

ros meses de 2011; a de carne bovina congelada, 7,7%; e a de carne de porco, seus sub-produtos e bacon, 12,1%.

Diante das cifras, a posi-ção das autoridades norte--americanas surpreendeu os empresários russos, já que os

rão os efeitos do embargo no bolso, já que as restrições devem elevar os preços. “A situação se complica para al-guns fabricantes de enlata-dos, que precisam de cortes de carne mais baratos, for-necidos pelos Estados Uni-dos”, afi rma Pichúgina.

Por outro lado, os produ-tores latino-americanos sai-rão ganhando com a medida, que além de ampliar sua par-ticipação no mercado russo, pode gerar lucros adicionais devido à possível alta dos preços.

“Os três países que seguem nossas condições estão dis-postos a compensar o volu-me de produtos que os ame-ricanos não poderão fornecer. Os australianos também de-monstraram prontidão para aumentar sua exportação em 50%”, diz Aleksêienko.

poderemos, no futuro, cons-truir uma fábrica própria ou adquirir alguma já existen-te no país.”

Na Rússia, a Makfa fabri-ca três tipos de macarrão, em variados formatos.“Nós temos o macarrão normal, o macarrão de grão duro, clas-se A, e o macarrão grano duro luxo, que utiliza apenas 7% a 8% dos melhores grãos. É o ‘grand di pasta’. Devemos entrar no Brasil com esse pro-duto de qualidade premium, que competirá com o francês e o italiano, a um preço um pouco mais baixo”, explica Malkovitch.

Em contato com distribui-dores brasileiros, Malkovi-tch notou grande interesse por um tipo de macarrão que a princípio a empresa não pretendia vender no Brasil. É o Makfi ki, esculpido em forma de ursinhos, carri-nhos e aviõezinhos, e que ainda não existe no merca-do brasileiro.

“Talvez mudemos de ideia quanto ao macarrão com motivos infantis, que cha-mou tanto a atenção dos dis-tribuidores brasileiros”, diz Malkovitch.

Contêiner O catálogo da empresa, já tra-duzido para o português fa-lado no Brasil, apresenta de-zenas de produtos. Além de inúmeros tipos de macarrão – “ninho”, para rechear, abis-sini, fettuccine, canelone, far-

falle, grand penne, festona-te, fusili, com tomate natural e espinafre – há farinhas e cereais, tais como arroz de grão longo, cevada integral, ervilha seca e milho moído. Também será comercializa-da uma linha de azeites.

O Brasil é o terceiro maior fabricante do mundo, ocupa a 12ª posição no ranking mundial e a 5ª colocação no ranking das Américas de consumo per capita de ma-carrão, com consumo calcu-lado em 6,6 kg anuais por habitante. Os primeiros pa-íses desse ranking são a Itá-lia, com 28 kg anuais por habitante, e a Venezuela, com 13 kg anuais por pessoa.

No Brasil, o mercado de massas está estacionado há cinco anos em 1,2 milhão de toneladas. Mas nada disso desanima Malkovich.

“Estamos fazendo todo o procedimento de documen-tação. Nosso contêiner já chegou e só aguardamos al-guns documentos. No início deste ano esperamos ver n o s s o p r o d u t o n o s supermercados.”

‘Makfa’ trará macarrão premium a preços baixos

NÚMEROS

6,6  kg anuais é o consumo per capita de

macarrão no Brasil, o terceiro maior do mundo, atrás da Itália e Venezuela.

Parceria com a Venezuela

produtores de carne nos EUA que não utilizam a ractopa-mina exportam seu produto a países da União Europeia e à China, entre outros.

“Fica a impressão de que os funcionários norte-ame-ricanos estão politizando a questão”, diz o representan-te da Associação Nacional de Carnes da Rússia, Serguêi Iúchin. “De qualquer modo, os EUA terão que acatar às exigências russas antes de retomar o fornecimento.”

Lucro latino-americanoCom a medida, espera-se um aumento das importações russas de outros países. “O volume da produção na Rús-sia não é o suficiente para atender a toda demanda”, ex-plica Daria Pichúgina, ana-lista do Investkafe.

Os cidadãos russos senti-

Suspensão é temporária, mas não há previsão de retomada das importações

CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

cional de Petróleo”, criado em 2008 por iniciativa de Sêtchin - então vice-presi-dente do complexo de com-bust íve l e energ ia da Rússia.

O consórcio injetou US$ 1 bilhão para entrar no pro-jeto venezuelano, e os inves-timentos totais em Junin-6 já ultrapassam os US$ 25 bilhões. A estimativa é que se possam extrair dessa ja-zida 450 mil barris de pe-tróleo por dia.

Ainda em setembro de 2012, Sêtchin assinou em

Caracas um acordo para a criação de uma joint ventu-re para explorar a jazida Ca-rabobo-2, na região do Orinoco.

As reservas de petróleo dessa jazida podem chegar a 5,1 bilhões de toneladas, e a extração máxima diária de-verá ser de 400 mil barris. O volume de investimentos rus-sos no projeto é de cerca de US$ 16 bilhões.

Além da cooperação na ex-ploração de jazidas, a Rosneft planeja melhorar as relações com a Venezuela no âmbito

de energia, infraestrutura e fabricação de dispositivos de perfuração.

“Esses investimentos são fi -nanciados por bancos russos e linhas de crédito de bancos estrangeiros”, declarou Sêtchin à agência de notícias Bloomberg.

Futuro incerto?Com a doença de Chávez, os contratos bilionários entre Venezuela e Rússia poderão ser revisados, conforme já anunciou Enrique Capriles, rival de Hugo Chávez nas úl-timas eleições presidenciais. No campo do petróleo, porém, pouca coisa deve mudar, como aponta Zbignec Ivanó-vski, pesquisador-chefe do Instituto Latino-Americano da Academia de Ciências da Rússia.

“Capriles considera que a Venezuela não precisa da enorme quantidade de armas que Chávez compra da Rússia. Mas é pouco pro-vável que algum outro líder da Venezuela mude signifi -cativamente as relações com a Rússia no âmbito de ex-tração de petróleo e gás”, diz Ivanóvski.

Ígor Sêtchin (esq.), presidente da Rosneft, e o ministro vene-zuelano de Energia e Petróleo, Rafael Ramirez

Fornecedores de carne à Rússia

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