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Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXVII – Nº 118 – Mar-Abr/2004

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Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXVII – Nº 118 – Mar-Abr/2004

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 20042

Nesta Edição

ReitorNorberto Francisco Rauch

Vice-ReitorJoaquim Clotet

Diretor-Editor da PUCRSInformação em Revista

Carlos Alberto Carvalho([email protected])

Editora ExecutivaMagda Achutti

([email protected])

RepórteresAna Paula Acauan

([email protected])Carine Simas

([email protected])

EstagiáriasMariana ViciliBianca DiasCaroline Eidt

Greice Beckenkamp

FotógrafosMarcos Colombo

([email protected])Gilson de Oliveira

([email protected])

Arquivo FotográficoCléo Belicio

([email protected])

RevisãoJosé Renato Schmaedecke

([email protected])

CirculaçãoMirela Vieira da Cunha Carvalho

([email protected])

DocumentaçãoLauro Dias

Rodrigo Ojeda([email protected])

Relações PúblicasSandra Becker

([email protected])

Conselho EditorialIr. Elvo Clemente,Délcia Enricone e

Solange Medina Ketzer

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense Design([email protected])

ImpressãoEpecê-Gráfica

PUCRS Informação em Revistaé editada pela Assessoria de

Comunicação Social da PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grande

do Sul, Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar, CEP 90619-900

Fone: (51) 3320-3500, r. 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

E-mail: [email protected]: www.pucrs.br/pucinformacao

Outras seções

6 CapaRevisão curricular envolve 24 cursos

20 TecnologiaTecnopuc expande parcerias

22 EntrevistaA humanização comocaminho para as empresas –Jean-François Chanlat,sociólogo francês, professorda Universidade IX ParisDauphine e membro doGrupo Humanismo e Gestãoda Escola de Altos EstudosComerciais de Montreal

41 Eu Estudei na PUCRSDella Senta e asquestões-chave dahumanidade

3 Pelo Campus – Crianças em férias visitam a Universidade4 Espaço do Leitor5 Panorama – Mundo Jovem lança CD com todas as edições10 Novidades Acadêmicas – Educação a Distância lança novos cursos11 Tendências – Língua Brasileira de Sinais auxilia pessoas surdas12 Pesquisa – Discutidos os critérios para doação de órgãos13 Pesquisa – Manuscritos de jesuítas são organizados em CD14 Pesquisa – Exclusão e crescimento: agenda permanente15 Radar – Revista e portal da PUCRS recebem prêmio16 Saúde – Nova técnica no tratamento do câncer de mama no HSL

Exame mapeia o cérebro em funcionamento17 Saúde – Pesquisa investiga uso de tabaco no Campus18 Debates – Gestores discutem avaliação do ensino superior19 Ciência – Museus criam rede para preservar o ambiente21 Tecnologia – Prêmio para trabalho sobre células solares24 Universidade Aberta – Estrutura do Parque Esportivo serve à comunidade

Pesquisa identifica centenários gaúchos26 Alunos da PUCRS30 Lançamentos da Edipucrs31 Mercado de Trabalho – Jornalismo: Busca da informação caracteriza atividade jornalística32 Cultura – Biblioteca Central busca excelência na sétima arte33 Cultura – Mostra traz obra imortal de Andréa Palladio34 Bastidores – A rotina de quem passa o dia no Campus35 Memória – Láurea acadêmica é honraria para formandos36 Sinopse39 Social – Medidas para enfrentar a violência nas escolas40 Perfil – Antônio Carlos Jardim soma 43 vestibulares42 Ação Comunitária – Comunidade acadêmica troca férias por ações solidárias43 Opinião – Ir. Elvo Clemente – Assessor da Reitoria e presidente da Academia

Rio-grandense de Letras

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Pelo Campus

Crianças em fériasvisitam a Universidade

rianças de sete a dez anos visi-taram a PUCRS em pleno pe-ríodo de férias escolares. O Pro-jeto Recreare, inédito na Uni-versidade, teve sua primeira

edição em janeiro, com duração de umasemana. Organizado pelas Pró-Reitoriasde Assuntos Comunitários e de ExtensãoUniversitária, teve a organização das pro-fessoras Helenita Franco e Rosa Caldas.Com base no pensamento de que “edu-car é ensinar o encanto da possibilidadee aprender é sentir a emoção da desco-berta”, elas buscaram dar à comunidadeinfanto-juvenil a oportunidade de explo-rar novos conhecimentos.

As atividades não foram apenas re-creativas. Os pequenos puderam diver-tir-se nas seis Faculdades envolvidas: Bio-ciências, Educação, Educação Física eCiências do Desporto, Enfermagem, Fi-sioterapia e Nutrição, Letras e Odonto-logia. Também houve a participação daPUCRS Virtual e do Museu de Ciênciase Tecnologia.

PUCRS apóia a Rede Gaúcha de Designma parceria da PUCRS com oSebrae e outras instituiçõespossibilita que estudantes docurso de Publicidade e Propa-ganda auxiliem empresas de

micro e pequeno porte do Estado a setornarem mais competitivas no mercadonacional.

A Rede Gaúcha de Design, em orga-nização desde o início de 2003, ofereceserviços para a melhoria da estética e dafuncionalidade de produtos, e conseqüen-te fortalecimento da imagem das empre-sas no mercado. O Sebrae financia até70% dos projetos, cobrados em valoresmais acessíveis.

A PUCRS coordena o Núcleo Gráfi-co da rede, juntamente com a Feevale eo Senai. Entre os serviços oferecidos es-

tão a criação de logomarcas, rótulos, em-balagens, folhetos, banners e tudo o quese refere à identidade visual de um pro-duto ou empresa.

Os trabalhos são feitos por alunosestagiários da Faculdade de ComunicaçãoSocial, que dispõem de equipamentos esoftwares semelhantes aos utilizados pe-las agências de propaganda. Para o co-ordenador do Núcleo na Universidade, opublicitário Saimon Bernardes, a ativida-de possibilita grande aprendizagem aosalunos e contato direto com o mercadode trabalho. “Todos fazem de tudo umpouco, desde o atendimento até a cria-ção, e mantêm um contato direto com ocliente, diferentemente de grandes agên-cias em que o trabalho é mais descentra-lizado”, observa.

As empresas interessadas podemenviar propostas para o Sebrae ou dire-tamente para o Núcleo da PUCRS pelo e-mail [email protected] e telefone (51)3320-3500, ramal 4266.

Na Letras, os professores coordena-dores da parte literária narraram histó-rias. A partir delas, as crianças expressa-ram seu entendimento com pinturas, do-braduras, massinhas de modelar e con-fecção de máscaras, como a do MeninoMaluquinho.

A Faculdade de Enfermagem, Fisio-terapia e Nutrição foi a responsável pe-los lanches. A unidade também ofere-ceu oficinas sobre alimentação saudávelna escola utilizando brinquedos que au-xiliam nessa escolha. A conscientizaçãosobre educação ambiental ficou com aBiociências.

Entre as atividades mais apreciadasestiveram as recreativas. A gurizada sesoltou, podendo liberar energia. Aos pe-quenos, foram apresentadas modalidadesesportivas, como jogos cooperativos, fu-tebol, tênis e até capoeira. Eles tambémbrincaram em alguns instrumentos de gi-nástica olímpica, como a cama elástica.

Mariana Panta, sete anos, adorouo almoço no Restaurante Panorama, “vi-

rar estrelinhas” nos momentos de re-creação e “cantar a musiquinha da pre-guiça”. A amiga, Marianna Silva, nove,disse que gostou do “curso na PUCRS”.Depois dos encontros, ao chegar emcasa, comentava para a tia, Luciana Sil-va, que pretende trabalhar e estudar naInstituição quando crescer. Para Lucia-na, funcionária da Pró-Reitoria de Exten-são, o que fascinou as crianças foi apossibilidade de vivenciarem como fun-ciona uma universidade.

Destaque: atividades recreativas

Núcleo Gráfico presta serviços

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 20044

Pelo Campus

Rauch completa25 anoscomo Reitor Revista

Agradecemos a reportagem pu-blicada na revista de novembro sobrenosso diretor Cesar Leite e parabeni-zamos a seriedade e competência dotrabalho. Parabéns!

Diretoria da Processor

Ao ler a última PUCRS Informa-ção, vi a notícia sobre um site quebusca facilitar o entrosamento de umaturma de formandos. Gostaria de des-tacar que desenvolvi um site para aminha turma do Direito (sou webde-signer). Nele existem os resumos dematérias, polígrafos inteiros, calendá-rios de provas, fotos, previsão do tem-po, sites de buscas, pesquisas jurídi-cas, livros inteiros para pesquisa etc.Está em atividade desde agosto de2003. Quem quiser acessar, o ende-reço é: www.sitedaturma179.cjb.net.Convido todos a assinarem nosso li-vro de visitas.

Ricardo da Rosa BlombergAluno da turma 179 – Direito Noite

Prêmio Destaqueem Comunicação

Parabéns! Tributo à justa conquis-ta do 1º Prêmio Destaque em Comu-nicação, outorgado pelo Sinepe, aosério, dedicado e pertinaz trabalhodesenvolvido por essa valorosa e efi-ciente equipe. Vibrando com essa láu-rea, que orgulha a todos nós integran-tes da PUCRS, quero reiterar meus me-lhores e mais efusivos cumprimentosa todos os integrantes da competen-te equipe de trabalho da Ascom. Comos meus aplausos, subscrevo-me como mais fraterno e afetuoso abraço.

Mario Hamilton VilelaChefe de Gabinete da Reitoria

Parabéns pela conquista do Prê-mio Destaque em Comunicação do Si-nepe/RS, tanto pela revista como pelosite da Universidade.

Equipe da Gerênciade Recursos Humanos

Escreva para a Redação:Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 15º andar – Porto Alegre – RS

CEP 90619-900E-mail: [email protected]

Fone: (51) 3320-3500ramais 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

Espaço do Leitor

Recebam nossos efusivos cumpri-mentos pelos merecidos destaques enossos votos de que prossigam na car-reira de sucessos que vivenciam hoje.Um abraço.

Maria de Lourdes VillelaDiretora do Campus Uruguaiana

Parabéns. Considero justo o prê-mio. Realmente, a revista e o site es-tão excelentes.

Jacques WainbergProfessor da Faculdadede Comunicação Social

Parabéns pela premiação. Queisso seja um estímulo a mais para con-tinuar na vanguarda da informação.Um grande abraço.

Ir. Egídio Setti

Parabenizamos a equipe respon-sável. Sem dúvida, merecedores de talreconhecimento.

Revista de ZoologiaJeter Bertoletti – Editor Executivo

Carlos Lucena – Editor CientíficoLuiz Malabarba – Editor Assistente

Conselho Universitário da PUCRSprestou homenagem, em dezem-bro, ao professor Norberto Rauch,que completou 25 anos como Rei-tor da Instituição. Foi celebrada

uma missa de ação de graças na Igreja Cris-to Mestre e descerrada placa especial alusivaao evento, no saguão do prédio da Reitoria.

Nascido em Santa Cruz do Sul, Rauch in-gressou no Instituto dos Irmãos Maristas naadolescência e iniciou a atividade do magis-tério na década de 50, no Colégio São José,em Lajeado. Lecionou no Colégio Rosário ena PUCRS, onde também exerceu, duranteseis anos, a direção do Instituto de Física. No

período de 1975 a1977, foi presiden-te da União Brasilei-ra de Educação eEnsino, mantenedo-ra da PUCRS, sendoeleito Reitor da Uni-versidade em 29 dedezembro de 1978,cargo que ocupaaté hoje.

O extenso cur-rículo do Reitor Nor-berto Rauch regis-tra o exercício de

muitos cargos importantes, entre os quais osde presidente da Associação Brasileira de Es-colas Superiores Católicas e do Fórum de Rei-tores do Rio Grande do Sul, de membro doDiretório Executivo do Conselho de Reitoresdas Universidades Brasileiras, membro funda-dor do Conselho da Organização Universitá-ria Interamericana e integrante da FederaçãoInternacional das Universidades Católicas.

Rauch tem diversos títulos honoríficos econdecorações, como os de Ordem do Méri-to Judiciário do Trabalho – Grande Oficial,Medalha Cultural Afonso Taunay, MedalhaIr. Afonso, Medalha Cruz de Ferro, Educa-dor Emérito, Medalha de Honra da Inconfi-dência, Ordre de Palmes Académiques, Pro-fessor Honoris Causa da PUC-Paraná e Me-dalha Universitária da Eberhardt-Karls-Univer-sität Tübingen.

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 5

Panorama

Excesso de peso de estudantesé maior do que desnutrição

excesso de peso entre estudan-tes do Ensino Fundamental dePorto Alegre é mais comum doque casos de desnutrição. Essefoi um dos resultados levanta-

dos por alunos do curso de Nutrição, querealizam um trabalho de avaliação nutri-cional com crianças do Centro Infanto-Ju-venil Murialdo, localizado no Morro daCruz, e do Colégio Marista Champagnat,em Porto Alegre.

A pesquisa envolve cerca de 100 cri-anças com idades entre 7 e 14 anos e éfeita a cada semestre desde agosto de2002. Os acadêmicos elaboram um ques-tionário com perguntas sobre hábitos epreferências alimentares, característicasdas famílias, peso e altura, entre outras.

A maior diferença ocorre nas preferênci-as alimentares. Os participantes do Mor-ro da Cruz afirmaram gostar mais de pra-tos como arroz e feijão, enquanto os alu-nos do colégio particular preferem lan-ches e fast-foods.

Nas avaliações foram encontradospoucos problemas no estado nutricionaldos entrevistados, a maioria apresentavavalores considerados normais. Estados deexcesso de peso apareceram mais nascrianças do Colégio Champagnat, bemcomo uma média mais alta de estatura.

Uma das coordenadoras da ativida-de, a professora Maria Rita Cuervo, afir-ma que o objetivo é sensibilizar os alu-nos da Nutrição para o trabalho comu-nitário, além de fazer o acompanha-

Mundo Jovem lança CDcom todas as edições

Jornal Mundo Jovem, vinculado à Faculdade de Teo-logia, lança em CD uma coletânea com as 342edições publicadas durante seus 40 anos de circula-ção. Ao todo são quatro CDs contendo 10.282 arti-gos que podem ser acessados por assunto, autor e

título, entre outros. A coleção será enviada aos colaboradorese assinantes mais antigos e utilizada na divulgação do veículo.

Os organizadores estudam apossibilidade de disponibilizar omaterial completo na internet.

O periódico, que começouem setembro de 1963 no Semi-nário Maior de Viamão, com oobjetivo de atrair jovens para avida religiosa, é hoje o jornalcatólico de maior tiragem noBrasil, com mais de 120 mil as-sinantes. Em 1967 passou a di-rigir-se aos jovens, abordandotemas debatidos em reflexõesde grupo e escolas, principal-mente nas disciplinas de Ensino

Religioso, História, Psicologia, Filosofia e Língua Portuguesa.O Mundo Jovem circula de fevereiro a novembro, com edi-

ção mínima de 130 mil exemplares. A assinatura pode ser feitapelo site www.mundojovem.pucrs.br. Informações pelo telefone0800-515200 ou e-mail [email protected].

mento e a comparação do estado nutri-cional de crianças de níveis socioeconô-micos diferentes. Os resultados são re-passados às escolas e, se necessário, osjovens estudantes são encaminhadospara tratamento.

Crianças são avaliadas

Odonto ajudainstituições carentes

A solidariedade é uma das principais características dasatividades da Faculdade de Odontologia. Por meio de seus pro-fessores, instituições beneficentes como paróquias e entida-des que abrigam crianças carentes são auxiliadas. A PequenaCasa da Criança, localizada na Vila Maria da Conceição, emPorto Alegre, é uma delas. Os docentes montaram um con-sultório de prótesespara a unidade desaúde local doandoequipamentos quenão utilizavam maisem seus consultórios.

Criada pela Ir-mã Neli Capuzzo,em 1956, a institui-ção atende pessoascarentes de todas asfaixas etárias. Os ser-viços gratuitos que oferece, como educação infantil e fun-damental, além de um centro de treinamento profissional,são mantidos, em sua grande maioria, por contribuições deempresas e pessoas físicas. Quem tiver interesse em traba-lhar voluntariamente na unidade pode entrar em contatocom Janice Lima, coordenadora da área administrativa, pelotelefone (51) 3336-7480.

Pequena Casa da Criança

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 20046

Capa por ANA PAULA ACAUAN

Revisão curricularano letivo começa com renova-ção. A PUCRS lança os bachare-lados em Hotelaria e em Ciênci-as Biológicas e o Tecnológico emProdução Audiovisual/Cinema e

Vídeo, além de estar em andamento revisãocurricular de 24 dos 47 cursos oferecidospela Universidade no Campus Central. Asmudanças neste ano envolvem Ciências Ae-ronáuticas, Licenciatura em Ciências Bioló-gicas, Ciências Econômicas, ComunicaçãoSocial (Publicidade e Propaganda, Jornalis-mo e Relações Públicas), Direito, Filosofia,Letras e Secretariado Executivo.

As revisões reafirmam a busca da per-tinência entre o que se ensina e o mundodo trabalho. Muitas das disciplinas passama agregar teoria e prática, vinculando o co-nhecimento ao dia-a-dia da profissão. Nes-se processo, aumenta a exigência ao aluno,que deve aprender a aprender e ainda naUniversidade é desafiado a buscar soluções,resolver problemas e dominar as técnicas depesquisa. Como profissional precisa ter ca-racterísticas como flexibilidade, criatividade,

poder de crítica e capacidade de tomar de-cisões, trabalhar em grupo e enfrentar de-safios. Enfim, preparar-se para o empreende-dorismo.

Uma das imediatas conseqüências darevisão na maioria dos cursos é a redução dacarga horária. Ciências Econômicas passa, apartir deste ano, de dez para oito semestres,Direito de 12 para dez semestres e Secreta-riado Executivo de oito para sete semestres.Apesar de continuarem em cinco anos, oscursos da Faculdade de Engenharia tiveram,a partir de 2003, a diminuição de carga ho-rária entre 2,7% e 18%. Essa decisão seguea orientação do Ministério da Educação econtempla a realidade dos alunos, que namaioria das vezes trabalha ou pretende che-gar mais cedo ao mercado profissional.

O coordenador do Setor Didático-Peda-gógico (Sedipe) da Pró-Reitoria de Ensino deGraduação, professor Maurivan Ramos, ex-plica que há tendência de os cursos de gra-duação terem menor carga horária, pois énecessário dar continuidade à formação de-pois da formatura, quando então os alunospodem atualizar-se, aprofundar seus conhe-cimentos e buscar especialização.

O diretor da Faculdade de Direito, Atti-la Sá d’Oliveira, diz que a graduação acen-tua mais a preparação para o exercício dascarreiras jurídicas e leva em conta o novomodelo de educação continuada. Lembra

que é preciso atualização constante, com asmudanças nas leis, como as resultantes doCódigo Civil em vigor desde 2002 e das re-formas da Previdência e tributária. Há disci-plinas eletivas que dão conta das novidadesna área. Por exemplo, Direito Ambiental, Di-reito Previdenciário, Juizados Especiais, Di-reito da Criança e do Adolescente, Media-ção e Arbitragem e Direito Internacional.Como matéria obrigatória, foi incluída Psi-cologia Aplicada ao Direito. O estágio emcampo ocorre a partir 7º semestre e há tam-bém o simulado, em que os alunos traba-lham com processos cedidos pelo Tribunalde Justiça. Quem já estava cursando podereoptar pelo novo currículo, com as neces-sárias adaptações.

No caso do Secretariado Executivo, anova grade curricular foi elaborada a partirde pesquisa com 300 pessoas, entre profes-sores, alunos, secretários atuantes no mer-cado e empresários. Também ocorreramgrupos focais com profissionais da área e deRecursos Humanos. A principal conclusão,que balizou as mudanças, foi de que osegressos do curso devem ter o domínio delíngua estrangeira e sólidos conhecimentosem gestão. O secretário executivo pode fa-cilitar o contato de clientes com a empre-sa, preparar conteúdos para a apresentaçãoem eventos, buscar, controlar e passar infor-mações, além de assessorar o chefe na to-

Direito: acentua o preparo para as carreiras jurídicas

Cursos quemudam currículo

2002

•Pedagogia Multimeios e Informática Educativa•Geografia

2003

•Engenharia deControle eAutomação

•Engenharia Civil•Engenharia Elétrica•Engenharia Mecânica•Engenharia Química•Física•Matemática•Psicologia•Química•Serviço Social•Teologia•Turismo

2004

•CiênciasAeronáuticas

•Ciências Biológicas –Licenciatura

•Ciências Econômicas•Direito•Filosofia•Jornalismo•Letras•Publicidade e

Propaganda•Relações Públicas•Secretariado

Executivo

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 7

envolve 24 cursosmada de decisões. Esse perfil desejado re-sultou na inclusão de matérias e na trans-ferência do curso da Faculdade de Letraspara a Faculdade de Administração, Conta-bilidade e Economia.

A partir do 3º semestre há o Seminá-rio de Prática Profissional com atividadesvoltadas para cada campo de atuação naárea da Administração. Os alunos devemgerar um produto que possa ser utilizadonuma empresa. No final, realizam relatórioem português e inglês. O novo currículocontinua com ênfase no domínio de idio-ma estrangeiro, tendo agora foco no in-glês instrumental.

A redução de cinco para quatro anosna duração de Ciências Econômicas, com acondensação de conteúdos teóricos, tam-bém está associada à mudança de concep-ção do curso e às necessidades do merca-do de trabalho. Há destaque para as disci-plinas de economia aplicada e não mais ên-fase em macroeconomia, como anterior-mente, quando o setor público dominava asofertas de emprego. Outras novidades sãoo estágio supervisionado e o reforço à áreade economia internacional contemporânea.O número de disciplinas que são requisitosdiminuiu de 25 para 14, liberando o alunopara avançar no curso.

O coordenador do Departamento deEconomia, Ronaldo Herrlein Júnior, diz queo novo currículo corresponde às expectati-vas dos alunos, confirmadas por meio deconsultas a formandos. Uma das reivindica-ções foi a inclusão de matérias teórico-prá-ticas, voltadas ao desenvolvimento de pes-quisas, exercícios em laboratório e aplica-ções no meio empresarial, além de Mono-grafia I e II. Para promover a integração en-tre as disciplinas, há um comitê formado porprofessores de cada nível e o coordenador.O Departamento abrirá neste ano a Agên-cia de Prática Profissional em Economia parafacilitar o preenchimento de vagas de está-gio, com a intermediação entre alunos, Fun-dação Irmão José Otão e empresas insta-ladas no Tecnopuc, Parque Tecnológico.Herrlein Júnior espera que a experiência sejao embrião de uma empresa-júnior.

A Faculdade de Engenharia (Feng) fazuma ampla mudança, envolvendo as Enge-nharias Civil, Química, Mecânica, Elétrica ede Controle e Automação, para manter aidentidade na formação da PUCRS. Essa fi-losofia também orientou a implantação dedois novos cursos, Engenharia de Computa-ção, em 2002, e Engenharia de Produção,em 2003. A experiência vem sendo apre-sentada a instituições públicas e privadasde todo o país como proposta inovadora. Amigração para o currículo novo ocorrerá até2005, dois anos e meio depois de iniciado oprocesso. A Feng deu atenção especial a1,5 mil estudantes veteranos, analisando asituação de cada um para tomada de deci-são sobre a reopção curricular.

Para o diretor da Faculdade, EduardoGiugliani, a reestruturação representa que-bra de paradigmas e o sucesso depende docomprometimento com a proposta, da capa-citação e da sensibilização do professor.Uma das vantagens para os alunos é quedesde o primeiro semestre entram em con-tato com as disciplinas profissionalizantes.Na Introdução à Engenharia, por meio de vi-sitas técnicas, atividades experimentais emlaboratórios, discussões e entrevistas com

Engenharia tem proposta inovadora

profissionais, os estudantes ficam conhecen-do mais de perto a profissão desde o 1º se-mestre.

Para relacionar as disciplinas de cadanível, os professores têm reuniões sistemá-ticas. Acabam, por conseqüência, conhecen-do melhor os alunos. Outro desafio da Fa-culdade é a integração com outras unidadesacadêmicas. Isso ocorre mais facilmente por-que os professores da Matemática, da Físi-ca e da Química, entre outras, dividem asaulas de disciplinas básicas com os da Enge-nharia, vinculando os conceitos de outrasáreas com a aplicação na profissão. Cálculopara Engenharia Química tem sido uma ex-periência bem-sucedida, com a redução drás-tica nos índices de reprovação, que eram de40% e estão em torno de 15%.

Em média, os cursos de Engenharia ti-nham 34 créditos por semestre e passarampara cerca de 24. Giugliani adverte que essaredução não exime o aluno de se dedicar aocurso. Para auxiliar no estudo extraclasse, aFeng disponibilizará a partir deste ano am-bientes virtuais de aprendizagem, em par-ceria com a PUCRS Virtual. Os professoresestão sendo capacitados para utilizarem es-sas ferramentas.

Alunos conhecem de perto a profissão nos laboratórios

Foto: Henrique Amaral

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 20048

Capa

Famecos passa poFaculdade de Comunicação Soci-al (Famecos) passa por transfor-mação em março com a inclusãode dois novos cursos, Bacharela-do em Hotelaria e Tecnológico

em Produção Audiovisual/Cinema e Vídeo,e a reformulação dos currículos antigos. Jor-nalismo, Publicidade e Propaganda e Rela-ções Públicas continuam sendo oferecidosem quatro anos, mas as disciplinas estãomais adequadas à realidade atual das pro-fissões a partir deste semestre. Por enquan-to, as alterações valem apenas para os ca-louros. As reformulações no Turismo come-çaram em 2003.

Cinema e Vídeo formará profissionaisespecializados na realização de obras de fic-ção e não-ficção, contando com a tradiçãoda Famecos no ensino da área. Pela primei-ra vez, a PUCRS oferece a modalidade decurso superior de tecnologia, com a dura-ção de cinco semestres. Os graduados emtecnologia, chamados de tecnólogos, sãoprofissionais de nível superior, especializadosem segmentos de uma ou mais áreas pro-fissionais com predominância de uma delas.O curso de Hotelaria da PUCRS, único emPorto Alegre, vem cumprir a grande deman-

da por mão-de-obraqualificada na re-gião. O bacharelado,com a duração deseis semestres, teráparceria com a RedePlaza de Hotéis,onde serão realiza-das orientações téc-nicas como o hotel-escola. Na Universi-dade, os alunos con-tarão com outros la-boratórios.

No Jornalismo,a mudança de currí-culo tem por objeti-vo aproximar a teoriada prática, incluindodiscussões nas disci-plinas de laborató-rios. “A Universidadedeve ser vanguarda,não pode incentivara visão tecnicista desomente reproduziro que há no merca-do”, justifica a coor-

Questões contemporâneas, comoviolência, terceiro setor, gestão social, no-vas relações familiares, cidadania e direi-tos sociais estão melhor contempladasno novo currículo de Serviço Social, quecomeçou a ser implantado em 2003. Aestrutura curricular contempla, desde o1º nível, disciplinas de Laboratório deFormação Profissional, em que o alunoaprende por meio de observações, dra-matizações e práticas. O estágio práticoocorre entre o 5º e o 7º semestre. Porém,desde o ingresso o aluno realiza ativida-des vinculadas ao exercício profissionalna perspectiva do aprender fazendo. Aarticulação entre pós-graduação e gra-duação tem espaço nas disciplinas de Tó-

Serviço Social inclui questões contemporâneaspicos Especiais, Laboratórios de For-mação e Pesquisa com base na reor-ganização curricular.

O projeto pedagógico começoua se concretizar em 1998 a partir deoficinas com professores e alunos. Adiretora da Faculdade, Jussara Men-des, acredita que os profissionais es-tão sendo exigidos devido às trans-formações da sociedade e a organiza-ção da sociedade civil na afirmaçãodos direitos sociais. Cita o Fórum So-cial Mundial, realizado três vezes emPorto Alegre, e o Orçamento Partici-pativo, instituído pela Prefeitura em1989. Para migrar de currículo, cadacaso será analisado separadamente.Laboratório de Formação Profissional

Novidade: Produção Audiovisual/Cinema e Vídeo

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 9

r transformaçãodenadora do Departamento, Mágda Cunha.No 1º nível, por exemplo, há Laboratório emJornalismo e Técnicas de Reportagem e For-mas Narrativas. O novo currículo tambémprivilegia setores com demanda no merca-do de trabalho como assessoria de impren-sa (no 5º e no 6º semestres), jornalismo di-gital (no 3º) e jornalismo on-line (5º e 7º,além de projeto experimental).

Os alunos de Publicidade e Propagan-da reivindicaram que as disciplinas teóricasficassem mais no final do curso. O novo cur-rículo resultou de pesquisa com estudantesde todos os semestres. Os professores fize-ram reuniões para discutir as sugestões epromover a integração entre as disciplinas.Arte e Redação foram unidas, por exemplo,e resultaram em Criação Publicitária, repre-sentando melhor o ambiente de uma agên-cia de publicidade. Entre as matérias lança-das estão Tecnologias Audiovisuais, Cinemae Publicidade, Planejamento em Comunica-ção, Publicidade na Contemporaneidade, Ex-pressão Oral e Negociação, Recepção eComportamento do Consumidor, PesquisaQualitativa em PP, Semiótica Aplicada à PPe Produção (Gráfica, em Áudio Publicitárioe de Audiovisual Publicitário).

O novo currículo de Relações Públicasenfatiza a atuação do profissional na bus-ca da qualidade de vida na empresa e notrabalho com a imagem institucional. Paracontemplar esses aspectos, os alunos terãonão apenas técnicas, mas teorias da admi-nistração, econômicas e políticas. Tambémhá a adoção de disciplinas como EstatísticaAplicada, Comunicação Organizacional, Mí-dia Impressa, Negociação, Relações PúblicasInternacionais, Comunicação Mercadológica,Crítica da Mídia e Assessoria de Comunica-ção. O número de pré-requisitos caiu de 71para 13 e de disciplinas, de 71 para 54. Asmudanças resultam de pesquisas quantita-tivas e qualitativas com alunos, profissionaise representantes de órgãos da classe. Osprofessores discutiram as ementas de todasas disciplinas para avaliá-las, eliminando re-dundâncias, agregando conteúdos e suge-rindo instrumentos didáticos. A coordenado-ra do Departamento, Neka Machado, infor-ma que também haverá atividades compar-

tilhadas com o Jornalismo. Algumas discipli-nas novas englobam Relações Públicas, Jor-nalismo e Publicidade e Propaganda, comoHistória da Comunicação, Estética e Históriada Arte e Comunicação, Cultura e Realida-de Brasileira.

A reavaliação do Turismo busca a flexi-bilização das disciplinas e a inclusão de de-mandas do mercado de trabalho, como asáreas de planejamento, empreendedorismoe gestão. Foram incluídas disciplinas nos cam-

A iniciativa para mudar os currí-culos é das Faculdades, motivadaspela necessidade de atualizar os cur-sos e cumprir a legislação, a partir daedição de novas diretrizes curricula-res pelo Ministério da Educação. Parao planejamento e a execução das al-terações, as unidades acadêmicascontam com o assessoramento doSetor Didático-Pedagógico (Sedipe)da Pró-Reitoria de Ensino de Gradua-ção, coordenado pelo professor Mau-rivan Ramos. O Sedipe elaborou mo-delo que é utilizado pelas Faculda-des, permitindo a padronização emtoda a PUCRS. O processo inclui da-dos do curso, organização didático-pedagógica, princípios orientadores,perfil profissional, módulo de alunospor turma, infra-estrutura, avaliaçãoe acompanhamento na implantaçãodo currículo. As informações servempara comparar o currículo anterior eo proposto, além de contribuir paradimensionamento dos custos e previ-são da infra-estrutura necessária.

Depois de elaborados os proje-tos, o Sedipe analisa cada item e su-gere reformulações. Quando esseprocesso está concluído e tem pare-ceres da Assessoria Jurídica e da Pró-Reitoria de Administração, passa parao relator da Câmara de Ensino deGraduação. Então é realizada sessão

Sedipe auxilia nas mudanças

para aprovar as mudanças. A avaliaçãoda adoção dos novos currículos deveráestar incluída no processo mais amplo aser encaminhado a partir de 2004.

Para o sucesso das reformulações, oSedipe também aposta na capacitaçãodos professores. Até agora, mais de 300participaram. Em janeiro foi oferecido oPrograma Pró-Docente, com dois pai-néis, A Universidade dos novos tempos:desafios da docência e Aprendizagemna educação superior, além de cinco mó-dulos sobre temas como concepções daaprendizagem e do ensino, recursos tec-nológicos na ação docente, relaciona-mento interpessoal e linguagem, cogni-ção e aprendizagem. No decorrer doano haverá novas edições.

pos de cultura, meio ambiente, produção ecomercialização de roteiros turísticos, novastecnologias e fotografia. Outra mudança sig-nificativa foi quanto à redução de pré-requi-sitos. Passaram de 65 para dez. O númerode disciplinas por semestre diminuiu da mé-dia de nove para seis. “A atualização da pro-posta pedagógica é um processo em per-manente construção”, afirma a coordenado-ra do Departamento de Turismo, BerenicePereira.

Equipe padroniza alterações

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200410

Novidades Acadêmicas

Educação aDistância lançanovos cursos

PUCRS Virtual lançará, em abril, deznovos cursos: as especializações emGestão em EAD, Tecnologia de In-formação e da Comunicação emEducação, Psicologia Hospitalar, Saú-

de Aeroespacial, Psicologia do Esporte, Direi-to Público Municipal e Educação Infantil, alémde extensões em Direito Civil, Crédito e Co-brança e Sensoriamento Remoto. Interessadospodem inscrever-se pelo site www.ead.pucrs.brna área correspondente aos novos cursos.

As novidades devem-se, em grande par-te, à demanda social ou por iniciativa das uni-dades acadêmicas. Outras ainda são criadasatendendo solicitações. As parcerias com aEmbratel e a Empresa Baiana de Saneamento(Embasa) são exemplos da procura de organi-zações pela Universidade. A pedido da últi-ma, foram criados os cursos de Gestão Ambi-ental e de Serviços de Saneamento. As nego-ciações começaram durante o 10º CongressoInternacional de Educação a Distância, realiza-do na PUCRS em 2003.

Segundo Gilberto Medeiros, gerente demarketing da PUCRS Virtual, a Universidade foiescolhida em virtude da tecnologia utilizada epelo baixo custo. O projeto será implementa-do em 16 unidades de negócio na Bahia, atin-gindo 347 municípios. A Embasa instalará oslocais para receber as transmissões da PUCRS.A parceria terá a duração de 18 meses.

Cinco novoslaboratórios possibi-litarão aos alunosda PUCRS a práticaem organização eadministração derestaurantes, prepa-ro, higiene e con-trole dos alimentos,cardápios e o pre-paro de refeiçõesem grande escala.Em dezembro fo-ram inaugurados os Laboratórios de Ciência e Arte dos Alimentos no antigo es-tacionamento do prédio 41 do Campus Central. Os espaços serão utilizadospara o ensino de graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão nas áreas deNutrição, Hotelaria, Gastronomia, Química e outros cursos da saúde em geral.Permitirão a realização de cursos, concursos gastronômicos e outros eventos.

O local contará com um restaurante-escola, auditório, laboratórios de Téc-nica Dietética, Nutrição Enteral e Lactário e Cozinha Industrial. Haverá equi-pamentos para a prática de higiene dos alimentos, dietas evolutivas, organi-zação e administração de restaurantes. Para a coordenadora do curso de Nu-trição, professora Martine Hagen, os acadêmicos terão a oportunidade de vi-venciar atividades didáticas envolvendo diferentes tecnologias e manusear equi-pamentos de última geração presentes no mercado de trabalho.

Laboratóriosensinam ciência earte dos alimentos

CNPq aprova projetoIdosos e crianças porto-alegrenses em situação de risco nu-

tricional terão sua saúde acompanhada por profissionais da Fa-culdade de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição (Faenfi). Um pro-jeto desenvolvido pela Faculdade voltado à educação alimentare vigilância em saúde em comunidades da Capital foi aprovadopelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno-lógico (CNPq) e receberá financiamento para sua execução. O tra-balho integra uma ação pioneira do CNPq para estimular pesqui-sas de combate à fome no Brasil. Entre mais de 730 propostasrecebidas de todo o país, apenas 100 foram selecionadas.

Serão atendidas todas as crianças desnutridas, de zero a seisanos, de uma unidade de saúde básica do Morro da Cruz e ido-sos na mesma situação de uma unidade de saúde da Vila IAPI,escolhidos devido à grande proporção de pessoas na faixa etáriaalvo do trabalho. As atividades estão na fase inicial, com a iden-tificação do público e a avaliação de fatores que interferem noestado nutricional. Com as equipes de saúde locais, o grupo depesquisa faz visitas domiciliares para avaliar o perfil de saúde dosmoradores.

Terceiro setoré tema deespecializações

Fundação Irmão José Otão crioudois novos cursos de pós-gradua-ção. São as especializações Pro-fissionais para o Terceiro Setor eComunicação para o Terceiro Setor

que começam em março. Os cursos têm porobjetivo capacitar os comunicadores e profis-sionais que queiram trabalhar na área. Háopções de turmas semanais e quinzenais.Informações pelo (51) 3315-8169 [email protected].

Novo espaço para cursos na área

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 11

Tendências

LínguaBrasileiradeSinaisauxilia pessoas surdas

acessibilidade dos surdos àeducação foi um dos temasdebatidos pelos participantesdo 16º Fórum de Pró-Reitoresde Graduação da Região Sul,

realizado em novembro na PUCRS. Se-gundo a assessora da Secretaria de Edu-cação Especial do Ministério da Educação,Marlene Gotti, propostas estão sendo dis-cutidas com as instituições de ensino,principalmente da educação básica, emque se encontram cerca de 50 mil estu-dantes surdos. “A inclusão da Língua Bra-sileira de Sinais no currículo escolar auxi-liaria o aluno surdo e o ouvinte – o pri-meiro, a aprender Português, o segundo,a língua de sinais”, afirma a assessora.“Conhecer a realidade da surdez comba-te a discriminação e integra a sociedade”.

Em abril de 2002, a Língua Brasileirade Sinais (Libras) foi reconhecida pela leifederal 10436 como meio legal de comu-nicação e expressão dos surdos, garantin-do maior apoio e direitos aos usuários des-sa linguagem. A PUCRS, desde 2000, ofe-rece o curso de extensão em Libras no De-partamento de Estudos Especializados daFaculdade de Educação. O número de in-teressados vem aumentando a cada ano.

A professora Rosane da ConceiçãoVargas, que atua em conjunto com a do-cente Alvina Themis Lara na coordenaçãodo curso, explica que saber a Língua Por-tuguesa não é suficiente para o desenvol-vimento cognitivo dos surdos, principal-mente para a maioria que não domina alíngua oral. “A Libras, além de ser visual-espacial, ao contrário do Português, oral-auditivo, é a língua que eles adquiremnaturalmente, no convívio com seusiguais, facilitando na construção do co-nhecimento. Mesmo assim é importanteque saibam as duas”, observa.

O curso de extensão, realizado emparceria com a Federação Nacional deEducação e Integração dos Surdos (Fe-neis), é aberto a todos os interessados etem duração de três semestres, abrangen-

do os níveis básico, interme-diário e avançado. As aulas, mi-nistradas por professores sur-dos, dão ênfase especial à con-versação e ao teatro. “O teatroajuda as pessoas a se soltarem,principalmente as mãos. A ex-pressão corporal e facial é mui-to importante na linguagem desinais, pois o corpo fala”, expli-ca Rosane.

Débora Jacobsen, recém-formada em Pedagogia naPUCRS e uma das 70 pessoas que fize-ram o curso até hoje, acredita que a ati-vidade serviu para aproximá-la de umaprima surda, com quem agora consegueconversar melhor. “Aprendemos muitosobre o dia-a-dia deles, como utilizam otelefone, como fazem para se chamar,por exemplo, ajudando a compreender-mos mais o seu modo de vida. Gostei

O que é Libras?Libras é Lín-

gua Brasileira deSinais. As lín-guas de sinaissão sistemasabstratos de re-gras gramaticais,naturais das co-munidades deindivíduos sur-dos que as utili-zam. Formada por todos os componentes de línguas orais, como gramática se-mântica e sintaxe, tem sua origem na Língua de Sinais Francesa.

Os sinais são estabelecidos de acordo com o formato e movimento das mãosem combinação com o ponto do corpo ou espaço em que são feitos. As frasesda Libras não obedecem à estrutura da Língua Portuguesa e os verbos são apre-sentados sempre no infinitivo.

Ao contrário do que muitos acreditam, essa língua não é composta por ges-tos desordenados ou simples mímica, nem é uma linguagem universal, poden-do ter variações de região para região, inclusive dentro do país, influenciadapela cultura local.

muito do curso e poderei utilizar o queaprendi também quando tiver algum alu-no surdo em sala de aula”, observa.

As inscrições para o curso de exten-são da PUCRS podem ser feitas a partirde março na Pró-Reitoria de Extensão Uni-versitária pelo telefone (51) 3320-3680.Informações adicionais pelo [email protected].

Mãos em movimento ajudam a comunicar

FALAR - Ele me falou DIZER - Eu disse a ele

Foto: Rosane Vargas

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200412

Pesquisa

Discutidos os critériospara doação de órgãos

esquisa feita pelo Mestrado emCiências Criminais e disciplinade Medicina Legal, da Faculda-de de Direito da PUCRS, mos-tra questionamento ao sistema

atual da fila, que prioriza quem inscreveu-se primeiro, utilizado internacionalmentena alocação de recursos para doação deórgãos. Por meio de um questionário, sãooferecidas alternativas que traduzem li-nhas do pensamento bioético, sem que oentrevistado tenha conhecimento explíci-to da metodologia, levantando outros cri-térios para a escolha do paciente, comoutilitarista e terapêutico. Um artigo sobreo trabalho foi publicado em outubro de2003 na revista Bioethics, da InternationalAssociation of Bioethics, depois de apre-sentado em 2002 no Congresso Mundialde Bioética, em Brasília. Em maio, os pes-quisadores, coordenador do Mestrado,Gabriel Gauer, professor Gerson de Ávilae aluno de Direito Gustavo de Ávila, leva-rão o tema para o Congresso Nacional deBioética, no Recife. A bolsa de iniciaçãocientífica foi concedida pela PUCRS.

Os 225 entrevistados dividiram-seem três grupos: das áreas do Direito e daSaúde (alunos e profissionais) e os quenão pertenciam a nenhum desses. Amaioria acredita que o critério terapêuti-co (expresso na alternativa “b” do ques-tionário, conforme quadro) é o mais jus-to para definir o receptor. Essa escolhaobserva os parâmetros clínicos, a urgên-cia, a possibilidade de êxito do transplan-te e a maior necessidade. Dos consulta-dos da área da Saúde, 40% escolheramo critério terapêutico e 35% optaram pelocasual, da fila (alternativa “c”), que visaa proteger o princípio da imparcialidade.O critério utilitarista (alternativa “a”) ba-seia-se na idéia de fazer o maior bempara mais pessoas ou priorizar quem temmais chance de sobreviver depois da ci-rurgia. Na pesquisa, também está relacio-nado ao fato de se tratar de um integran-te importante do seu grupo social.

O estudo lembra que a Constitui-ção estabelece não haver diferença en-tre homem e mulher, idoso ou jovem erico ou pobre. Porém, como a igualda-de não é absoluta, os pesquisadoresapontam a necessidade de relacionar aparidade de direitos com as condiçõesdas pessoas. “A fila traz menor possibili-dade de manipulação, mas a rigidez dosistema não permite que peculiaridadessejam analisadas”, afirma Gauer. É su-gerida na pesquisa a possibilidade dedecisões setorizadas, tomadas por comi-tês nos hospitais. Há julgamentos doTribunal de Justiça do Estado em que,após consulta à central de transplantes,pacientes com situação de urgência pas-saram na frente.

Questionário da pesquisa

Sistema da fila é questionado

Três pessoas necessitam de um cora-ção para continuar sobrevivendo. Surge adisponibilidade de um órgão. Consideran-do-se que este é compatível com os trêsindivíduos, qual deve recebê-lo?

A) Um médico, que descobriu um im-portante remédio no auxílio do tratamen-to da depressão. Suas chances de recupera-ção exitosa são de 80%. Sua expectativade vida, sem o transplante, é de mais deseis meses. Sua posição na fila é a segunda.

B) Um ajudante da construçãocivil, que está na terceira posiçãoda fila. Suas chances de recupera-ção são de 30%. Sua expectativa devida, sem o transplante, é de maisuma semana.

C) Um funcionário público apo-sentado, na primeira posição da fila.Suas chances de recuperação são de50%. Sua expectativa de vida, sem otransplante, é de mais de seis meses.

A B CALTERNATIVA ESCOLHIDA

100%

80%

60%

40%

20%

0%

ENTREVISTADOS: ÁREA DO DIREITO LEIGOS ÁREA DA SAÚDE

33%25% 25%

50%

61%

40%

17% 14%

35%

A maior parte daspessoas defende

quem tem menorexpectativa de vida

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 13

Manuscritos de jesuítassão organizados em CD

s pesquisadores interessadosem História Indígena e nasmissões jesuíticas brasileirase paraguaias da América Me-ridional comemoram o lança-

mento do CD Xamanismo e Cura naColeção De Angelis, realizado pelo Cen-tro de Pesquisas Históricas da PUCRS.A Coleção reúne o mais completo acer-vo escrito sobre as reduções jesuítico-guarani. Somente era possível consul-tar materiais publicados ou a Coleçãoexistente na Biblioteca Nacional, no Riode Janeiro. O CD inclui 128 documen-tos catalogados, entre os quais 59 iné-

ditos, além de 137 imagens relativasao tema do projeto, selecionadas prin-cipalmente no Setor de Obras Raras daBiblioteca Central.

O CD não traz a reprodução inte-gral dos documentos, mas pretende fa-cilitar a busca temática num acervo quereúne categorias referentes aos proces-sos de cura, disputas de lideranças reli-giosas, práticas cotidianas e rituais, en-tre outras. Além disso, a procura podeser feita por título, autor, data, resumose citações mais significativas. Tambémhá indicações se os materiais estão pu-blicados ou não.

A verba da Capes destinada àPUCRS permitiu a aquisição dos micro-

filmes da Coleção De Angelis, em 1987,dando impulso inicial para o projeto, ea organização do espaço e da infra-estrutura de equipamentos do Centrode Pesquisas Históricas. A conclusão doCD foi viabilizada com o financiamentodo CNPq e dos Programas de Bolsasde Iniciação Científica (CNPq, PUCRS eFapergs).

Os pesquisadores tiveram dificulda-des de leitura em muitos dos manuscri-tos, principalmente pelo estado de con-servação e pela linguagem da época(abreviaturas, grafias do espanhol arcai-co, do latim e do guarani). Alguns do-

cumentos dosmicrofilmes es-tavam ilegíveise a coordena-dora do proje-to, professoraMaria Cristinados Santos,uma das maio-res especialis-tas em históriados Guarani,foi à BibliotecaNacional con-ferir os origi-nais.

O mestrando em História Jean Bap-tista começou a atuar no projeto des-de seu primeiro semestre na gradua-ção, inspirando a monografia, a disser-tação de mestrado e, atualmente, suapesquisa de doutorado. Maria Cristinadestaca que um dos objetivos foi pres-tigiar o estudo como parte integrantena formação dos alunos, estimulando-os a atuarem como agentes no proces-so de construção do conhecimento. Fo-ram auxiliares de pesquisa Bianca Brigi-di, Fabiana Pires e Carla Berto que tam-bém desenvolveram monografias e pro-jetos de mestrado sobre o tema. Có-pias do CD podem ser adquiridas peloe-mail [email protected].

Resistênciae integraçãodos Guarani

Trabalho foi feito no Centro de Pesquisas Históricas

A pesquisa para a realização do CDXamanismo e Cura prioriza a década de1630, quando ocorreram uma série de ata-ques dos bandeirantes aos povoados esucessivas epidemias. Da primeira situa-ção, resultam registros em defesa dos in-dígenas, salientando sua bravura, o que,de certa forma, sela a aliança com cumpli-cidade de propósitos entre padres e indí-genas reduzidos. Quanto às epidemias,geraram manuscritos sobre terapias ado-tadas e muitas condenações aos compor-tamentos, como na carta de 1630: “Há en-tre eles ministros do demônio, que chama-mos de feiticeiros, que realizam curas e fa-lam com o demônio por meio da erva(erva-mate)”.

As cartas dos jesuítas de cada po-voado percorriam um longo caminho atéchegarem à forma final, privilegiada naspublicações existentes. “Perceber as alte-rações no trajeto que seguiam os docu-mentos foi um dos objetivos do projeto,pois reforça as funções do historiador denão apenas ler documentos, mas tambémidentificar releituras, interpretações ecomo resultam as sínteses”, afirma a pro-fessora Maria Cristina dos Santos.

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Desigualdade de renda no Brasil

PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200414

Pesquisa

Exclusão e crescimento:agenda permanente

Núcleo de Estudos em Políticase Economia Social do Progra-ma de Pós-Graduação em Ser-viço Social da PUCRS concluiua pesquisa Crescimento econô-

mico e exclusão social no Brasil: velhos enovos problemas de uma agenda perma-nente, que analisa dados estatísticos e bi-bliográficos retratando a situação do paísa partir dos anos 40. O estudo, coorde-nado pelo professor Carlos Nelson dosReis e financiado pela Fapergs e peloCNPq, teve a participação de alunos depós-graduação em Serviço Social e dosbolsistas César Conceição e Daiane Kupli-ch, da graduação em Ciências Econômi-cas. O diferencial da pesquisa é compa-rar paralelamente a trajetória dos indica-dores para permitir uma análise comple-ta da realidade nacional.

A economia brasileira foi uma dasque mais evoluíram no século 20 e cons-ta como a 12ª maior do mundo, mas apopulação carente não tem acesso à ri-queza. O Produto Interno Bruto per ca-pita chegou a US$ 3,57 mil em 2000,sendo que em 1970 somava US$ 1,84 mile em 1947, US$ 763, segundo dados doInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada(IPEA), do Ministério do Planejamento.No período 1900-1945, a taxa média decrescimento foi de 4,5%. De 1946 a1980, subiu para 6,1%.

O estudo destaca que quatro quin-tos da história econômica brasileira basea-ram-se na estrutura produtiva agrícolagerida por relações mercantis, tendocomo referência a mão-de-obra escrava.Nos últimos 70 anos foram geradas ascondições da mudança do modelo agrá-rio-exportador para o urbano-industrial. Apopulação, conforme o IBGE, era 31%urbana e 69% rural em 1940. Em 2000, asituação inverteu-se, com 81,23% vivendonas cidades e 18,77% no campo. A popu-lação economicamente ativa urbana erade 5,03 milhões em 1940 e passou para64,77 milhões em 2001, segundo o IPEA.

As décadas de 80 e 90 foram marca-das pela tentativa de inclusão do país naeconomia mundial. Reis cita as dificulda-des na gestão da política econômica des-se período: oito programas de estabiliza-ção econômica, 15 medidas de políticasalarial, 54 alterações no sistema de con-trole de preços, 18 mudanças de políticascambiais, 21 propostas de renegociaçãoda dívida externa, cinco congelamentosde preços e salários e 18 determinaçõespresidenciais para cortes drásticos nosgastos públicos. No final da década de90, veio a estabilidade econômica, mas asnovas tecnologias agravaram a exclusãocom a redução dos postos de trabalho.

A pesquisa mostra que, pelo menosa partir da Constituição de 1934, fica evi-dente o atrelamento do avanço institu-cional dos direitos sociais aos objetivos detransformação da base produtiva. “Perce-be-se um nítido descompasso entre o queestipulam os direitos e a abrangência daspolíticas sociais em termos de atendimen-to”, avalia Reis. Segundo ele, programascomo o Comunidade Solidária, no gover-no Fernando Henrique, e Fome Zero, dagestão Lula, atuam de forma focalizada,o que não garante a universalização dosdireitos e o acesso. Na orientação da con-cepção teórica neoliberal, cada pessoaprecisa responsabilizar-se pelo seu bem-estar em vez do Estado.

Em 1999, levantamento do IPEA in-dicou que mais de 22 milhões de pesso-as, 14,51% da população, estavam abai-xo da linha de indigência (renda familiarde zero a dois salários mínimos) e acimade 53 milhões, 34,09% do total de habi-tantes, abaixo da linha de pobreza (ren-da familiar de dois a cinco salários míni-mos). Reis acredita que a solução para aquestão social deve considerar políticassociais emancipatórias. Há a necessidadeainda de longo processo de reaproveita-mento dos velhos e dos novos excluídosdo processo produtivo nacional e de in-centivo à formação da cidadania.

1960ANOS

80%

60%

40%

20%

0%

20% MAIS RICOS 20% MAIS POBRES

3,5%

PART

ICIPA

ÇÃO

NA

REND

A NA

CIO

NAL

1970 1981 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990

54,3%

62,2%

3,2%

62,7%

2,7% 2,6%

64,6%

2,5%

64,4%

2,4%

65,2%

2,7%

64,6%

2,2%

65,3%

2%

68,1%

2%

69%

2,3%

62,9%

Cresce o número de indigentes

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 15

Radar

Revista e portal daPUCRS recebem prêmio

CD reúne coleçãocompleta daRevista do Globo

A coleção com-pleta da Revista doGlobo, publicaçãoquinzenal gaúchaque circulou no paísde 1929 a 1967, foilançada em CD noEncontro Nacional deAcervos Literários Bra-sileiros, realizado emdezembro, na PUCRS.

A edição digitalda revista é constituída de 15 CDs, conten-do as 943 edições do periódico, incluindo fo-tos históricas, anúncios, e cerca de 74 mil pá-ginas com literatura, notícias, história, moda,cultura, esportes, culinária e vida social. Aoacessar o catálogo o usuário pode pesqui-sar por um dos mais de 50 campos, comofascículo, autor, artigo, seção, anúncio deproduto que desejar, entre outros.

O projeto, iniciado em 1990 e coorde-nado pelo Ir. Elvo Clemente e pelas profes-soras Alice Moreira e Maria Helena Steffensde Castro, contou com a colaboração deuma equipe multidisciplinar formada por pes-quisadores da Faculdade de Letras, funcio-nários do Instituto de Pesquisas Científicase Tecnológico, da Biblioteca Central, daAgência Experimental de Publicidade e Pro-paganda e mais de 50 alunos bolsistas.

As coleções serão distribuídas a centrosde pesquisa, bibliotecas e museus que se ca-dastrarem no Centro de Pesquisas Literáriasda Universidade pelo telefone (51) 3320-3676. O material também pode ser acessa-do no site www.ipct.pucrs.br/letras, no linkRevista do Globo.

Projetos arquitetônicos ganham destaque

revista PUCRS Informação eo portal da Universidade(www.pucrs.br) foram vence-dores no 1º Prêmio Destaqueem Comunicação concedido

pelo Sindicato dos Estabelecimentos doEnsino Privado no Estado do Rio Gran-de do Sul (Sinepe/RS). Os veículos con-quistaram o prêmio nas categorias Re-vista e Site/Portal de instituições de en-sino superior com mais de 2 mil alunos.A premiação ocorreu em dezembro, emjantar comemorativo no Restaurante Pa-norama da PUCRS.

A revista PUCRS Informação é edi-tada pela Assessoria de Comunica-ção Social (Ascom). Foi criada em no-vembro de 1978. Começoucomo um pequeno boletime seu primeiro diretor foi oprofessor e jornalista Antô-nio Gonzalez. Muitas etapasprecisaram ser superadas atéque o veículo alcançasse oestágio em que atualmentese encontra. Hoje a revistatem periodicidade bimestralcom médiade 48 pági-nas e 45 milexemplaresem cada e-dição. Tam-bém podeser lida nainternet. So-m a n d o - s eaos demaisinstrumen-

om o Prédio Poliesportivo e aIgreja Univeristária Cristo Mes-tre, a Santini e Rocha Arquite-tos recebeu menção honrosana categoria Projeto Institucio-

nal no concurso promovido pela Associa-ção Brasileira de Escritórios de Arquitetura.A empresa também foi distinguida como

Escritório Destaque Regional pelo conjun-to de projetos executados na PUCRS. Ins-creveram-se mais de cem escritórios.

O projeto da Igreja transformou umaantiga capela em paróquia. A obra ga-nhou personalidade com jardins interioresem continuidade com o exterior e painéisartísticos de linguagem contemporânea

destacados pelo projeto luminotécnico. Oconjunto esportivo foi desenhado comodois grandes blocos. Um deles em qua-tro pavimentos de grandes vãos e pés-di-reitos de sete metros, onde estão pisci-na e quadras esportivas. O outro agrupasanitários, vestiários, auditório, bibliotecae laboratórios.

tos que a comunicação social utiliza,a PUCRS Informação busca contribuirpara o indispensável diálogo entre aUniversidade e seus públicos.

Iniciando suas atividades em de-zembro de 2001, a Gerência de Web éo setor responsável pela criação e ma-nutenção da programação visual e ele-trônica do Portal da PUCRS, vinculado àAscom. Tendo por objetivo divulgarações e serviços da Instituição, o Portalalcançou 7 milhões de acessos no perío-do de dezembro de 2002 a novembrode 2003 atestando a abrangência dacomunicação da Universidade com ospúblicos internos e externos, e a rele-vância do conteúdo institucional.

A equipe da revista PUCRS Informação

Integrantes da Gerência de Web

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Saúde

PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004

Centro de Mama do Hospital SãoLucas realizou, em janeiro, a pri-meira cirurgia associada à radiote-rapia intra-operatória (Eliot) noBrasil. Esta técnica de tratamento

contra o câncer de mama, iniciada em 1999pelo médico italiano Umberto Veronesi, doInstituto Europeu de Oncologia, permite rea-lizar a radioterapia durante o procedimentocirúrgico evitando assim que as pacientesprecisem se submeter, durante cinco ou seissemanas, a sessões diárias de irradiação noperíodo pós-operatório. Outra vantagem donovo método é a aplicação da radioterapiadiretamente sobre a área do tumor, evitan-do queimaduras na pele. A equipe, coorde-nada pelos médicos Antonio Frasson e Arol-do Braga Filho, contou com 30 profissionais.

Há 4 mil mulheres com câncer de ma-ma no Rio Grande do Sul e são poucos os

16

Nova técnica no tratado câncer de mama no

Exame mapeia o cérebro em funcm exame de ressonância magné-tica funcional, pioneiro no RioGrande do Sul, está sendo desen-volvido pelo Serviço de Neurolo-gia do Hospital São Lucas (HSL)

da PUCRS, em conjunto com o Centro deDiagnóstico por Imagem (CDI).

De acordo com o chefe do Serviço,neurologista Jaderson Costa da Costa, oemprego e desenvolvimento dessa avaliaçãosurgiu da necessidade de mapear as áreasde funções importantes do cérebro, comoa motora e a de linguagem, para que nãosejam afetadas em cirurgias de epilepsia oude retirada de tumores em regiões críticasdo órgão. O HSL é o único do Estado cre-denciado pelo Ministério da Saúde a reali-zar esse tipo de operação de epilepsia. “Esteteste é experimental ainda no mundo todo.Como está em desenvolvimento, há a ne-cessidade de pesquisa e interação entre vá-rias áreas, como a neuroimagem, a físicamédica, a neuropsicologia e a neurologia,

normalmente encontradas em hospitais uni-versitários”, explica Costa.

Utilizando o mesmo equipamento deressonância magnética estrutural, o examepossibilita a identificação das mudanças no

cérebro ao mesmo tempo em que a pes-soa realiza tarefas, como movimentar-se oufalar, diferentemente do outro teste queapenas faz um mapeamento da estruturado órgão. Atualmente consegue mostrar

Ressonância magnética funcional mapeia funções do cérebro

A equipe que realizou o procedimento inédito no país

Foto: José Ernesto

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 17

mentoHSL

centros no Estado que disponibilizam o tra-tamento complementar, cujo objetivo é di-minuir a possibilidade de retorno do tumor.Atualmente, toda paciente portadora decâncer de mama submetida à cirurgia con-servadora realiza tratamento complementarcom radioterapia sobre a mama operada.Nos últimos anos, devido à dificuldade deacesso ao tratamento, 40% das pacientesoptaram por retirar a mama apesar de te-rem a possibilidade de conservá-la.

Até agora, na Europa, 500 pessoas fo-ram operadas pela técnica. Os resultados pre-liminares mostraram que ela tem a mesmaeficácia do tratamento tradicional. As duasmoradoras de Porto Alegre, de 50 e 77 anos,operadas no HSL, passam bem. Serão acom-panhadas por quatro anos com o objetivo deverificar se há diferenças entre os resultadoscom as européias e as brasileiras.

ionamentoáreas ligadas à linguagem e atividades mo-toras com grande precisão, sem a necessi-dade de anestesiar um dos lados do cére-bro ou estimulá-lo eletricamente, como éfeito em outros testes. “É muito mais práti-co porque não necessita de cirurgia nemapresenta riscos aos pacientes”, observa oneurologista.

O exame de ressonância magnéticafuncional pode ser feito por qualquer pes-soa, desde que não use marcapasso oupróteses metálicas. Por estar em fase ex-perimental, os resultados ainda não sãoconsiderados absolutos e devem ser avalia-dos em conjunto com resultados de ou-tros testes. A tecnologia também está sen-do utilizada pelos pesquisadores para ana-lisar as funções do cérebro em pessoassadias e identificar áreas funcionais com-prometidas, como em acidentes vascularescerebrais. O próximo passo é aprimorar osistema para identificar as tarefas referen-tes à memória.

O grupo de pesqui-sa Intervenções Cogniti-vas e ComportamentosDependentes, do Progra-ma de Pós-Graduaçãoem Psicologia da PUCRS,realizou estudo sobre aprevalência do uso do ta-baco nos universitários ecrenças associadas. Dos1.556 alunos de gradua-ção investigados, 15,5%são fumantes. Levanta-mento de 2001 da Se-cretaria Nacional Antidrogas e da Universi-dade Federal de São Paulo indica que 9%da população em geral no Brasil é depen-dente do tabaco. Na Região Sul, esse índi-ce sobe para 12,8%. O trabalho, que con-tou com o apoio do Programa Vida comQualidade, da Pró-Reitoria de Assuntos Co-munitários, foi financiado pela Fundação deAmparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul.

Participaram da amostra da PUCRS866 mulheres, 55,7%, e 690 homens(44,3%). Dos que se declararam fumantes,65,7% são do sexo feminino e 34,3% dosexo masculino. Eles integram 36 cursos degraduação e têm média de idade de 23,4anos. Entre as principais razões, 42,8% afir-maram que “o hábito faz fumar”. “Não es-tou pronto para parar de fumar” foi umadas opções assinaladas por 30%. A profes-sora Margareth Oliveira, uma das coorde-nadoras da pesquisa, afirmou que os da-dos mostram o quanto os motivos são de-terminantes para a manutenção do uso docigarro. O tratamento bem-sucedido depen-

Pesquisa investiga usode tabaco no Campus

de de estratégias para mu-dar o comportamento.

Otimismo irrealQuase a totalidade

(97,6%) demonstrou cons-ciência de que o hábitoprejudica a saúde. Apesardisso, interpreta Margare-th, a maioria que fuma su-bestima os riscos. “Esseotimismo irreal faz comque haja a negação defen-siva das conseqüências

para evitar a ansiedade diante dos riscos”,afirma a professora. Dos estudantes pesqui-sados, 11,1% deixaram o vício. Desse índi-ce, mais mulheres largaram o cigarro(6,5%) do que homens (4,6%). A maioriacomeçou a fumar entre 13 e 16 anos. Pes-quisas realizadas no Brasil e em vários paí-ses indicam que 90% ficam dependentesantes dos 19 anos, período de pressões emudanças sociais. Dos fumantes universitá-rios, 58,3% consomem até dez cigarros pordia, 32% de 11 a 20 e 7% acima de 20cigarros. Entre os que deixaram o vício,52,9% fumavam menos de dez vezes aodia, 37% de 11 a 20 e 7% acima de 20.

Os dados foram obtidos por meio dequestionários e os resultados estão de acor-do com estudos internacionais. A Faculda-de de Psicologia pretende oferecer nesteano oficinas para conscientizar a comuni-dade acadêmica. O grupo continuará a de-senvolver pesquisas sobre crenças associa-das ao cigarro para sugerir estratégias efi-cazes de prevenção e tratamento.

Alunos da PUCRS e o fumoPerfil dos acadêmicos Mulheres fumam mais

NUNCA FUMARAM40,6%

FUMANTES15,5%

EX-FUMANTES11,1%

APENAS EXPERIMENTARAM32,8%

FUMANTES HOMENS34,3%

FUMANTES MULHERES65,7%

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200418

Debates

Gestores discutem avaliaçãodo ensino superior

novo método de avaliação doensino superior foi o principalassunto discutido pelos partici-pantes da 20ª edição do Cursode Especialização em Adminis-

tração Universitária, realizado anualmentepelo Conselho de Reitores das Universida-des Brasileiras e pela Organização Univer-sitária Interamericana, por meio do Institu-to de Gestão e Liderança Universitária. Aetapa final do curso, sediada na PUCRS,em dezembro, reuniu 21 profissionais,entre diretores, pró-reitores e vice-reitores.

As mudanças no método de avalia-ção do Ministério da Educação (MEC) –que pretendem ser mais abrangentes emrelação ao modelo atual de análise dosalunos e das instituições (ver box) – sãoconsideradas positivas e necessárias pelosgestores universitários, que esperam tam-bém maior participação da sociedade noprocesso. “Este novo governo tem umaproposta bastante consistente. Permiteque possamos corrigir o que é precisocom mais eficácia. Entretanto, apesar dosesforços, não tem havido aumento do in-vestimento. As universidades públicaspassam por um momento muito difícil”,afirma a assessora da reitoria da Universi-dade Federal Fluminense, Jandira Motta.

A Pró-Reitora de DesenvolvimentoInstitucional da Universidade São Francis-co (SP), Leila Pagnozzi, acredita que osalunos também devem opinar a respeitodas mudanças. “O respeito ao modelo

que as instituições adotam e às necessi-dades dos alunos é essencial, devemosouvi-los mais”, observa.

A expansão é uma das principaismetas das universidades brasileiras nomomento. De acordo com o Censo 2002da Educação Superior do Brasil, na áreade graduação, destaca-se a tendência deaumento do número de instituições, cur-sos oferecidos e, conseqüentemente, dematrículas, principalmente no ensino pri-vado, que viu triplicar o número de alu-nos em oito anos.

De acordo com a pesquisa, cerca dequatro novos cursos são criados por diano Brasil. Um número que impressiona,mas que não seria suficiente. Até o anode 2010, a meta seria chegar a 30% dosbrasileiros na faixa dos 18 aos 24 anos fa-zendo um curso de graduação, enquantoo percentual hoje é de apenas 9%, muitoinferior aos índices europeus e norte-ame-ricanos. “É preciso expandir a rede de en-sino superior, pois a demanda é enorme.Mas tudo isso com qualidade. Deve aten-der à necessidade real do campo de tra-balho, levando em conta problemas locaise regionais”, acredita Jandira Motta.

As principaispropostasde mudanças

O novo método que o MECpretende implantar fundamen-ta-se na verificação de quatroindicadores: processo de ensino,de aprendizagem, capacidadeinstitucional e responsabilidadedo curso com a sociedade emgeral.

No primeiro, serão analisa-das informações relativas aosprofessores, como formação,publicações e dedicação às ati-vidades docentes. A avaliaçãoda aprendizagem prevê a apli-cação de duas provas aos alu-nos, uma no início e outra notérmino do curso. Poderão serusadas amostras aleatórias deestudantes, buscando tambémredução de custos.

A avaliação institucional le-vará em conta a oferta de pro-gramas de pós-graduação, aprodução e divulgação científi-ca, as instalações físicas, entreoutros. Será também analisadaa contribuição dos cursos à so-ciedade, verificando aspectoscomo a existência de programasde ensino a distância para gra-duação, ênfase em programasde formação de professorespara o ensino básico e o conteú-do dos cursos nas áreas volta-das à solução de problemas na-cionais.

A proposta de implantaçãodo Índice de Desenvolvimentodo Ensino Superior precisa seraprovada pelo Congresso Na-cional e poderá entrar em vigorainda este ano.

A PUCRSno Provão

A maior parte dos cursos daPUCRS teve um bom desempe-nho no Provão de 2003, atingin-do os conceitos A e B. Dentre osque obtiveram a pontuação má-xima destacam-se o de Odonto-logia, pelo quarto ano consecuti-vo, e o de Matemática, que man-tém o conceito A desde 2001.

Os cursos de Arquitetura eUrbanismo, Ciências Biológicas,Economia, Geografia e Históriaalcançaram o maior grau pelaprimeira vez.

Participantes do curso

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 19

Ciência

Museus criam rede parapreservar o ambiente

reservar a biodiversidade doplaneta, conhecer novas espé-cies e lutar contra a destruiçãodo meio ambiente são algunsdos principais desafios deste

século. Buscando alternativas para o de-senvolvimento sustentável e melhor qua-lidade de vida, em dezembro de 2003 oMuseu de Ciências e Tecnologia (MCT)sediou um importante encontro com asprincipais autoridades da ciência biológi-ca do mundo.

Com o tema Centros de Referênciaem Coleções Biológicas, o encontro reu-niu, na PUCRS, 76 especialistas, coordena-dores e diretores de 40 instituições de no-ve países e estados brasileiros. A organiza-ção foi do subprograma 12ª DiversidadeBiológica, do Programa Ibero-americanode Cooperação em Ciência e Tecnologia(Cyted) do Ministério da Ciência e Tecnologia.

No evento discutiu-se a criação deuma rede de museus de história natural einstituições brasileiras que promoverão apesquisa científica, a cultura, defesa, pre-servação e conservação do meio ambien-te, da qual o MCT fará parte. Será a Asso-ciação Memória Naturalis: Cidadania, Ci-ência e Cultura, que possibilitará criar umintercâmbio de cientistas, projetos eestudos sobre o ambiente, promovera assistência social por meio do desen-volvimento de projetos educativos esociais, a manutenção da fauna e daflora e a criação de um inventário dabiodiversidade brasileira.

Outra idéia da rede é incentivaruniversidades e centros de pesquisaa formarem profissionais na área detaxionomia, a identificação das espé-cies de animais e vegetais. O inter-câmbio de conhecimentos, como des-taca o diretor do MCT, professor Je-ter Bertoletti, é uma idéia importan-te que poderá ser desenvolvida. “Aproposta é que todas as instituiçõesde pesquisa possam ter acesso a to-das as coleções do mundo”, explicou.

A cada dia descobre-se uma nova es-pécie no mundo. Porém, dados mostramque descritas e divulgadas, há apenas 1,4milhão. Hoje não se sabe a quantidadeexata de espécies. “Falta intercâmbio demateriais e informações. Muitas institui-ções internacionais não enviam materialcientífico ao Brasil por causa da legislaçãobrasileira”, afirma Bertoletti.

As alterações climáticas foram temade importante debate no encontro. Acada ano são lançadas 6,6 milhões de to-neladas de carbono na atmosfera. A meta-de é absorvida pelo mar e pelas plantas. Orestante fica no ar e acumula-se. A tempe-ratura média do planeta aumentou 0,6

Lançamento do Livro VermelhoNo dia 10 de março será lançado pelo MCT

o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extin-ção no Rio Grande do Sul. São 216 espécies demamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes amea-çados e 45 invertebrados, totalizando 261 espé-cies. A obra apresenta informações de distribui-ção, biologia e ações para a conservação das es-pécies. Foi organizada pelos zoólogos e pesqui-sadores Carla Fontana e Rober to Reis, daPUCRS, e Glayson Ariel Bencke, do Museu de Ci-ências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS.Contou com a participação de 43 pesquisadores.Apóiam a idéia a PUCRS, Conservation Interna-cional do Brasil e Fundação Boticário de Conser-vação da Natureza, entre outras entidades.

graus desde 1860, enquanto as geleirasreduziram, as precipitações aumentaram eas secas pioraram. A concentração de dió-xido de carbono na atmosfera – um dosprincipais gases causadores do efeito estu-fa (que retêm o calor) – cresceu 32%.

O MCT destaca-se quando o tema épreservar a biodiversidade. Reúne em seuacervo mais de 1 milhão de espécies bioló-gicas entre mamíferos, peixes, répteis, mo-luscos, aves, aracnídeos e crustáceos. Éconsiderado um dos maiores museus dehistória natural do mundo. Para Bertoletti,esse material científico é a matéria-primade novas pesquisas para mais de 60 alunosque hoje realizam trabalhos no museu.

Queimadas provocam alterações climáticas

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200420

Tecnologia

Tecnopuc expande parGrupo Sonae, omaior privado dePortugal e o tercei-ro na área de vare-jo no Brasil, assinou

convênio com a PUCRS parainstalar fábrica de software noTecnopuc – Parque Tecnológi-co. Será a primeira experiênciada empresa num centro tecno-lógico fora da matriz. Alémdessa parceria, o Parque rece-beu o segundo empreendi-mento da HP, de serviços (su-porte e consulting) e fábricade software, com 141 pes-soas. Trabalham no Tecnopuc mais de 700funcionários atuando em 14 empresas. Emdezembro, eram 463.

Criada pela Sonae Distribuição Brasil,a Cess Informática atuará no Tecnopuccom 35 funcionários. A previsão é chegara 300 colaboradores em três anos, segun-do o diretor executivo da Cess e diretorde Tecnologia da Informação da SonaeDistribuição Brasil, Álvaro Farana Filho. ACess produzirá softwares das áreas de va-

rejo e distribuição para Portugal e pretendeatender ao mercado internacional do gru-po e outros clientes. A empresa trabalhana produção de portais colaborativos e emprogramas de automação comercial de pon-tos de venda. O presidente da Sonae Distri-buição Brasil, Sérgio Maia, afirma que ogrupo buscava um centro de tecnologia deraiz universitária e encontrou um pólo bemestruturado na PUCRS.

O departamento de Pesquisa e Desen-volvimento da HP, o maiorda empresa na América La-tina, começou a operar emjunho de 2003 no Parque.O outro prédio destinadoà empresa foi entregue emjaneiro deste ano. O ge-rente de Consulting, Ricar-do Jacobus, diz que, coma transferência das instala-ções da Av. Carlos Gomes,em Porto Alegre, amplia-se a capacidade de expan-são dos projetos. A fábri-ca de software desenvolveprodutos para instituiçõesbancárias, de telecomuni-cações e governamentaisdo país. A área de servi-ços presta suporte princi-palmente em software aempresas. O analista desistemas Celso Kern acre-

dita que a mudança para o Tecnopuc po-derá estimular os funcionários a estudar eampliar seu espaço na HP.

A Associação das Empresas Brasileirasde Tecnologia da Informação, Software e In-ternet – Regional RS (Assespro) escolheunove empresas, inclusive de outros estados,para instalarem seus projetos de pesquisa edesenvolvimento e inaugurará a sua sede noTecnopuc. Os critérios para seleção e a de-finição couberam, além da Assespro, àAgência de Gestão Tecnológica e Proprieda-de Intelectual (AGT), gestora do Tecnopuc,e à Sociedade Sul-Rio-Grandense de Apoioao Desenvolvimento de Software.

Projetos da PUCRSProfessores e pesquisadores da Facul-

dade de Engenharia da PUCRS criarão noParque o Centro de Pesquisa e Desenvolvi-mento em Energia Elétrica. O Tecnopuc ser-virá como vitrine para os projetos de pesqui-sa aplicada dos Grupos de Gestão de Ener-gia e de Sistemas de Energia Elétrica, do De-partamento de Engenharia Elétrica, coorde-nados, respectivamente, pelos professoresJosé Wagner Kaehler e Flávio Lemos. Pode-rão demonstrar a empresas seus produtos fi-nalizados e prestar serviços de suporte.

A Faculdade de Filosofia e Ciências Hu-manas lançará no Tecnopuc o Centro dePesquisas de Opinião e de Mercado (Ce-pom) para atender a demandas internas daPUCRS e de outros clientes. Como o curso

Parcerias no Parque Tecnológico

ANO 2002 2003

Empresas 1 14Funcionários das empresas 68 463Pareceres de projetos de P&D 95 122Bolsas de mestrado específicas do Tecnopuc 9 18

Projetos de pesquisa edesenvolvimento na PUCRS

ANO 2002 2003

Valores contratados R$ 8,2 milhões R$ 9,1 milhõesRecursos recebidos R$ 5,8 milhões R$ 6,7 milhõesEmpresas parceiras 30 39Termos aditivos 49 55Estagiários graduação e mestrado 204 248

Fonte: AGT

Sérgio Maia (esq.), do Sonae, e Reitor Norberto Rauch Cento e quarenta

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 21

O trabalho Processamento deCélulas Solares de Silício com Ma-teriais de Baixo Custo, de autoriados professores Adriano Moehle-cke e Izete Zanesco, da Faculdadede Física e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tec-nologia de Materiais, e dos alunosTatiane Cecchini e Canan Rodri-gues Ramos, foi selecionado paraapresentação no 17º SeminárioNacional de Produção e Transmis-são de Energia Elétrica, que ocor-reu em Uberlândia, Minas Gerais.O informe recebeu dois troféus,como melhor trabalho do Grupode Estudo de Produção Térmica eFontes Não-Convencionais e o des-taque do seminário. O prêmiotambém inclui passagem aérea einscrição para participar do con-gresso bienal do Conseil Interna-tional des Grands Réseaux Életri-ques, que ocorrerá em setembro,em Paris.

O trabalho premiado defendeque a maior expansão da energiasolar é impedida pelo elevado cus-to das células solares realizadorasda conversão para a energia elé-trica. Os pesquisadores do NúcleoTecnológico de Energia Solar doCentro de Desenvolvimento em Fí-sica do Tecnopuc desenvolvem es-tudos comprovando a possibilida-de de utilização de materiais debaixo custo, mas que permitem aobtenção de altas eficiências pelaaplicação de técnicas de gettering(extração e neutralização de impu-rezas indesejadas).

A atuação de Moehlecke eIzete está descrita no livro PrêmioJovem Cientista: Histórias da Pes-quisa no Brasil, editado pela Fun-dação Roberto Marinho em come-moração aos 20 anos da iniciati-va. Moehlecke conquistou o pri-meiro lugar em 2001, na área deEnergia Elétrica: Geração, Trans-missão e Uso Racional.

Prêmio para trabalhosobre células solarescerias

Referência na áreaO Núcleo Tecnológico de Energia So-

lar (NT-Solar) do Centro de Pesquisa eDesenvolvimento em Física da PUCRSpode tornar-se o Centro Brasileiro parao Desenvolvimento de Energia Solar Fo-tovoltaica (CB-Solar). Uma parceria entrea Universidade e os governos federal,estadual e municipal está sendo estrutu-rada para a implantação deste centro. Oobjetivo é o desenvolvimento científicoe tecnológico do aproveitamento daenergia solar para produzir energia elé-trica e, também, promover a capacitaçãoe treinamento de pessoal nesta área,unindo esforços para universalizar o aces-so à energia elétrica no país. O NT-Solarfoi projetado para desenvolver protóti-pos de células solares e módulos foto-voltaicos eficientes e de baixo custo, ba-seados em trabalhos de pesquisa dos pro-fessores Adriano Moehlecke e Izete Za-nesco, bem como para dimensionar e im-plementar sistemas fotovoltaicos. Estesmódulos, em breve, também devem es-tar sendo produzidos em grande escala.Outro convênio estuda a implantação deuma planta pré-industrial de fabricaçãodos dispositivos, com recursos públicose privados. A finalidade é substituir aimportação dessa tecnologia no país.

Adriano Moehlecke é um dos autores e uma pessoas trabalham na HP

de Ciências Sociais tem ênfase em pesqui-sa social, os alunos poderão realizar estágiose atividades práticas no Cepom. O Centrotambém receberá projetos de outras Facul-dades. A pesquisa piloto tratará dos moti-vos da evasão de cursos universitários.

A Pró-Reitoria de Assuntos Comunitá-rios terá sala no Parque montada com equi-pamentos doados pelas empresas parcei-ras da PUCRS. O espaço será destinado aodesenvolvimento de projetos comunitários,coordenados pela professora Rosa MariaCaldas, permitindo que a Universidade be-neficie a população e abra oportunidadesde estágio aos alunos de graduação. Umadas propostas é a realização do ProjetoContinuIdade, da Universidade da TotalIda-de, com idosos parentes dos funcionáriosdas empresas instaladas no Tecnopuc.

Estão sendo concluídos no primeiro se-mestre o paisagismo e as obras das áreasde Tecnologia da Informação, Energia e Fí-sica Aplicada do Tecnopuc. O grande desa-fio para este ano são os campos de Ciênci-as Biológicas, da Saúde e Biotecnologia.Estão em obras o novo laboratório do Insti-tuto de Pesquisas Biomédicas, o Centro dePesquisa e Desenvolvimento em BiologiaMolecular e Celular Funcional e a empresa4G. “Estamos cumprindo um dos principaisobjetivos da AGT e do Tecnopuc de ofere-cer grandes oportunidades de crescimentoacadêmico e profissional”, destaca o dire-tor da AGT, Jorge Audy.

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200422

Entrevista

JEAN-FRANÇOIS CHANLAT

A humanização como cami

por MAGDA ACHUTTI

lógica das empresas seria in-compatível com a da socieda-de?

Pode ser compatível, depen-dendo da lógica particular da em-

presa. Se ela tem objetivos sociais, de res-peito à sua comunidade, não é impossívelconciliar. Há empresas que são coerentes.Nos últimos anos, há a dominação da lógi-ca financeira que não é boa do ponto devista econômico, nem do social, porque bus-ca resultados a curto prazo. Sabemos quea capitalização da economia resulta em cri-ses financeiras importantes, com escânda-los etc. Esta economia nova é falsa do pon-to de vista da realidade concreta. A dinâmi-ca econômica puramente financeira poderádestruir o vínculo social. Se isso ocorrer, ha-verá muitos problemas, inclusive para as em-presas. Por isso não é uma boa posição ados gestores de não pensar, também, narealidade social.

O sociólogo francês Jean-François Chanlat,professor da Universidade IX Paris Dauphine(França), é um dos mais renomados estudiosossobre organizações da atualidade. Membro doGrupo Humanismo e Gestão da Escola de AltosEstudos Comerciais de Montreal (Canadá) – ondeatuou como professor titular por 20 anos – e pre-sidente do Comitê de Pesquisa da Sociologia dasOrganizações, da Associação Internacional de So-ciologia, Chanlat defende a necessidade de res-gatar o sentimento de realização do homem notrabalho. Conferencista que percorre o mundo,também é autor de dezenas de livros e artigos.Escreveu pelo menos duas obras que são clássi-cos no estudo da gestão empresarial: Ciências So-ciais e Management: reconciliando o econômicoe o social e O indivíduo na organização: dimen-sões esquecidas. Na última década, tanto os es-tudiosos da Administração de Empresas como osdas Ciências Sociais refletem e buscam soluçõespara os problemas oriundos da prática adminis-trativa. Com a crescente mercantilização dos ho-mens e das coisas, num contexto social e econô-mico globalizado, marcado pela incerteza, com-plexidade e oportunismo do mercado financeiro,

nunca se mostrou tão necessário reconciliar o eco-nômico e o social. Neste cenário, a empresa ocu-pa o centro do palco. É o local onde o homempassa a maior parte do dia, às vezes da vida. Fon-te de identidade, de prazer e de sofrimento, a or-ganização tem significados diversos na sua exis-tência. Desde o espaço que lhe é destinado no tra-balho, até o valor que lhe é atribuído dentro dagrande “contabilidade de recursos humanos”.Jean-François Chanlat está preocupado com a for-mação de gestores que não administrem somen-te negócios, mas também emoções. Aponta comocaminho às organizações voltarem-se para a bus-ca de valores, à ética da responsabilidade, à hu-manização. “Ser socialmente responsável é ava-liar os efeitos de suas ações sobre a comunidadepróxima. Quando se administra sem considerar aspessoas, qualquer coisa ficaria moralmente per-missível”, afirma o sociólogo. Chanlat esteve naPUCRS como palestrante do 2º Seminário Interna-cional Organizações e Sociedade: Temas Emergen-tes, promovido pelo Programa de Pós-Graduaçãoem Ciências Sociais, da Faculdade de Filosofia eCiências Humanas. Na ocasião, falou com exclu-sividade à revista PUCRS Informação.

A desvalorização do homem no trabalhonão contraria a própria eficácia da orga-nização, uma vez que desmotivado eleproduz menos?

As conseqüências dos modos degestão sobre os indivíduos podem sermuito positivas quando mobilizama pessoa, sua competência, suasmotivações interiores. E podemser problemáticas quando nãohá autonomia, nem reconheci-mento do trabalho. Os resultadosnão são bons inclusive do pontode vista econômico. Porque há umarelação entre esses resultados e a di-nâmica social. Estudos mostram queum sistema que res-peita mais o serhumano temm e l h o r e sconseqüên-cias econô-

micas. Em diferentes ambientes de trabalho,do que as pessoas mais se queixam hoje emdia não é das condições materiais. Elas la-mentam a forma como são tratadas por

quem exerce autoridade.Queixam-se da falta de

consideração, decomentários des-corteses, do des-respeito por suacompetência e odescrédito dovalor de seutrabalho porparte dos supe-

riores.

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 23

inho para as empresasQuais os maiores indicadores do sofri-mento do homem no ambiente de tra-balho?

As doenças associadas ao estresse.Quando o indivíduo se vê impossibilitado deagir de modo diferente no trabalho, seu or-ganismo fica exposto a importantes pertur-bações, principalmente se as situações es-tressantes repetem-se com freqüência. Háestatísticas mostrando o aumento dessetipo de distúrbio. Hipertensão, problemascardíacos, aneurismas e enfermidades mús-culo-esqueléticas também são relatadas emfunção do ritmo de trabalho mais rápido,com menos descanso. Pressão de tempo,cultura da emergência – sobretudo sobre osexecutivos –, os salários e a pressão dos cli-entes, tudo isso provoca conseqüências fí-sicas sobre as pessoas. Não há só uma ma-neira de fazer as coisas. É possível ter em-presas com bons resultados, sem rotação depessoal e com respeito ao trabalhador.

Como a organização pode atender asnecessidades subjetivas de seus funcio-nários?

Com diretores e executivos que vejamos empregados não apenas como elemen-tos de relações contratuais. As empresasprecisam criar canais de comunicação quepermitam às pessoas dizer do que gostamou não, o que pensam, seus sonhos. Semespaços de conversação, não há possibilida-de de a subjetividade se exprimir. Isso é umproblema em muitas organizações. Os tra-balhadores, incluindo os executivos, nãopodem dizer o que pensam realmente doambiente de trabalho. Sem diálogo, a em-presa pensa que tem razão e reproduz o dis-curso dominante. E, se ele não é bom, e osdiretores não querem ver o problema, nemabrem espaço à discussão, a empresa teráconflitos. A direção não está vendo a reali-dade concreta e autêntica da situação.

Quais instrumentos a empresa pode uti-lizar para abrir espaços de conversação?

Há diferentes instrumentos na vida co-

tidiana. A possibilidade de encontrar facil-mente o diretor, almoçar e conversar comele, por exemplo. As reuniões também, prin-cipalmente quando as pessoas acreditamque o que se discute nelas é importante. Por-que há muitas reuniões que os funcionáriossabem que não resultarão em idéias para se-rem colocadas em prática.

O que falta aos gestores? Qual o princi-pal desafio?

O desafio do management agora é pôrem prática formas de gestão capazes de es-tabelecer uma relação positiva entre carga detrabalho, autonomia, reconhecimento e su-porte social. Caso contrário, as conseqüên-cias sobre a saúde do trabalhador são gra-ves. Cada organização, dentro de seu con-texto, deve ver o que pode fazer para me-lhorar a situação. As pessoas que trabalhamem situação difícil podem ser ajudadas porexperts, ergonomistas, sociólogos. É um tra-balho coletivo.

A universidade tem papel importante naformação de gestores mais humanos?

Sim, principalmente as Faculdades deAdministração de Empresas que educam osfuturos executivos. É preciso introduzir noscurrículos uma visão de Ciências Sociais,acrescentando conhecimentos sobre o serhumano, fazendo o futuro gestor ver que ofuncionário é um sujeito com uma identida-de, que constrói relações com os outros numcontexto social e simbólico importante. E aqualidade de vida simbólica é central para otrabalho. Há programas acadêmicos focadosunicamente sobre elementos contábeis, fi-nanceiros e comerciais. Em certos casos, nãodão a possibilidade de uma outra visão, queé importante e influencia muito o estilo degestão.

Para produzir mais e melhor, é necessá-rio conciliar objetivos individuais com osda empresa?

Observa-se um desejo crescente do serhumano em ser respeitado como indivíduo.

É particularmente o que está ocorrendocom os jovens. Na França, por exemplo,cada vez mais os diretores de recursos hu-manos constatam que os jovens não funcio-nam como as gerações anteriores. Eles que-rem um equilíbrio mais forte entre a vidafamiliar e a profissional. A relação com aempresa não é tão forte como a que seuspais e avós tinham, por exemplo.

“ As empresas precisamcriar canais de comunicação

que permitam às pessoasdizer do que gostam

ou não, o que pensam,seus sonhos. ”

Que conseqüência o senhor acha queesta atitude de menos fidelidade à or-ganização pode causar?

As empresas vão precisar dar muitascoisas simbólicas, ou materiais, para mostrarque não têm uma relação puramente con-tratual, que estão interessadas no emprega-do. As pessoas estão mais cuidadosas dian-te dos discursos oficiais, do tipo ‘nós somosuma família, vamos fazer as coisas juntos’e, depois, na semana seguinte, descobremque há demissões coletivas. Vivemos umparadoxo.

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Universidade Aberta

Estrutura do Parque Esporofessores, funcionários e alunosnão apenas de Educação Física,além da comunidade em geral,podem aproveitar a estrutura doParque Esportivo da PUCRS, com

ambientes propícios à prática de atividadefísica. Na Escola de Natação e na Academiade Ginástica, Fitness e Dança, as aulas sãoministradas por instrutores formados emEducação Física e contam com o apoio deestagiários. Há opções em todos os horári-os das 7h às 22h. Os preços são reduzidospara a comunidade acadêmica e quem es-colhe duas modalidades, uma da Escola deNatação e outra da Academia de Ginástica,tem mais 25% de desconto em cada uma.

A partir de março, são oferecidas no-vas modalidades de ginástica, como locali-zada, GAP (glúteo, abdominal e perna),aero power (aeróbica que simula movimen-tos das artes marciais) e dança de salão. Nanatação existem turmas específicas paragestantes e idosos. Na academia tambémhá aulas para a terceira idade. Os surfistas

recebem atendimento especial para umbom condicionamento físico.

Natação para bebêsA primeira modalidade da natação, pa-

tinho, é oferecida a bebês de seis meses.Até os dois anos eles adaptam-se ao meiolíquido por meio de brincadeiras. Os pais

acompanham e chegam a entrar na piscina.Os nomes das turmas trazem esse aspectolúdico e são associados aos níveis. A moda-lidade foquinha, dos dois aos quatro anos,prevê o desenvolvimento de habilidades mo-toras para a aprendizagem da natação. Osalunos de quatro a seis anos encaixam-se naturma cavalo-marinho e passam a praticar os

Pesquisa identifica centenários gaúchoslongevidade e a qualidade de vidados centenários porto-alegrensessão os temas de pesquisa desen-volvida pelo Instituto de Geriatriae Gerontologia (IGG). Até o mo-

mento, o estudo entrevistou 41 pessoascom mais de 95 anos e constatou que vi-vem em bom estado de saúde. O trabalho,iniciado em 2002, tem 119 cadastros. NoCenso de 2000 do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE) constatou-seque 152, dos 1.313 centenários do Estado,vivem em Porto Alegre.

Para descobrir como alcançaram idadetão avançada, será pesquisado que tipo devida levam, o que comem e bebem, comose cuidam e em que condições vivem, alémde delimitar as diferenças de vida e de con-dições sociais, físicas e mentais no grupo.A etapa seguinte será para saber se a lon-gevidade é um fator genético, de estilo devida ou uma união dos dois fatores. O es-tudo é interdisciplinar e, além de profissio-

nais e universitários da PUCRS, envolve aFundação Faculdade Federal de CiênciasMédicas de Porto Alegre.

Boa saúde depois dos 100Alguns dos centenários porto-alegren-

ses estiveram na Universidade para participardo encontro promovido pelo IGG. O eventobuscou a troca de experiências de vida e rea-lizou culto de ação de graças, atividades deintegração e palestra so-bre longevidade. Dos 15que vieram, dois eramhomens. A pessoa maisidosa era Cesalpina Car-doso, de 107 anos. Natu-ral de Boqueirão (RS),nasceu em 14 de maiode 1896. Até três anosatrás morava sozinha,quando se transferiu pa-ra um residencial geriátri-co. É completamente lú-

cida e apresenta apenas deficiência auditiva evisual. O único medicamento que toma épara controlar a pressão. Tinha como profis-são costurar e trabalhar no campo.

“Agora eu estou gostando de não fazermais nada porque eu não enxergo direito. Eugostava de costurar, mas fui desgostando”,conta Cesalpina. O hábito de comer mode-radamente ela sempre teve e, atualmente,não segue dieta especial. A comida preferi-

da é caldo de feijão comarroz. Ela não precisa deajuda para fazer nada.Costuma dormir e acordarcedo. Para viver tanto, suareceita é fazer o necessá-rio, mas sem exagerar. Ce-salpina foi casada duran-te 61 anos. Ficou viúvaem 1983, quando o ma-rido tinha 87 anos. Temcinco filhos, 11 netos, 11bisnetos e 1 trineto.Cesalpina: 107 anos

Há várias modalidades de natação para crianças

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rtivo serve à comunidade

Seminário discute a espiritualidadeMais de 400 pessoas reuniram-se na

PUCRS para refletir sobre a espiritualidadeno cotidiano dos idosos, no 8º SeminárioEstadual do Idoso, cujo tema foi Desafio davida interior, hoje e no futuro. A importân-cia do perdão, do carinho, e do cultivo deamizades foram alguns dos assuntos napauta dos palestrantes. Segundo o profes-sor e gerontólogo Sílvio Lafin, a idéia foidos idosos que participam de atividades naUniversidade. “Eles demonstraram interes-se em trabalhar a espiritualidade, tendo ounão uma religião”, explica Lafin.

O presidente do Conselho Estadual doIdoso, padre Eloy Guella, falou sobre o fe-nômeno universal da espiritualidade, ressal-tando que é uma experiência íntima e vital:“Traz uma aceitação maior, acalma o espíri-to, dá mais esperança e auto-realização,além de tornar a pessoa mais integrada aoseu ambiente. A religião, nesse contexto,

estilos crawl (de frente) e cos-tas. Há ainda peixinho (cinco asete anos), tubarão (sete a dezanos), golfinho (acima de dezanos), natação adulto (mais de13 anos) e hidroginástica (tam-bém acima de 13 anos). O cri-tério da idade não impede amudança de nível, pois isso de-pende do desempenho. Quan-do começam a praticar a nata-ção, os adultos que têm medoda água são acompanhadosde perto. “Cada etapa vencidaé uma motivação para conti-nuarem”, diz a instrutora Sabrina Araujo.

Neste ano, começará a ser medido o de-sempenho dos participantes para elaboraçãode rankings de velocidade e resistência. “Cadaum pode reavaliar-se e isso serve como estí-mulo para melhorar o resultado”, afirma a pro-fessora da Faculdade de Educação Física e Ci-ências do Desporto Alessandra Scarton. A pis-cina de aprendizagem e hidroginástica tem 18

to). Na musculação o participante re-cebe um programa de exercíciosconforme seus objetivos e necessida-des. Entre as demais modalidades,destacam-se a bike indoor (ativida-de com bicicleta estacionária que si-mula o treinamento de ciclismo derua e monitorada para permitir aoinstrutor verificar a intensidade doexercício), aero axé (aulas coreogra-fadas com música estilo axé), abdo-minal, alongamento e step.

O instrutor Márcio Müller des-taca que o ingresso na Academiadepende de avaliação física em que

são coletadas informações de anamnese (esta-do de saúde), postura corporal, antropometriae flexibilidade, além de apresentação do atesta-do médico. Os dados analisados em computa-dor orientam as metas do programa de exercí-cios. A cada três meses há avaliação dos resul-tados alcançados e estabelecimento de novosobjetivos. Para a natação, é necessário atestadoe preenchimento da anamnese.

tem um papelsocial, é a ex-pressão grupal,comunitária daespiritualidade,é muito impor-tante”, afirma.

Para a par-ticipante LedaTerezinha Ribei-ro, 67 anos, aespiritualidadeé indispensável:“É o que mesegura, o queme mantém.Tive tantas perdas que se não fosse a espiri-tualidade eu não agüentaria”, revela. Yolan-da Lemos Fagundes, 67 anos, compartilhada mesma opinião: “A espiritualidade guiaos passos do meu dia-a-dia, faz parte da

Idosos reuniram-se na PUCRS

Academia: aulas para terceira idade

metros de comprimento e profundidade quevaria de 80 centímetros a 1,40 metro, ade-quada a cada atividade. A PUCRS tambémoferecerá aulas para portadores de necessi-dades especiais.

A Academia de Ginástica conta com equi-pamentos como esteiras (com regulagem deinclinação e próprias para corridas), bicicletase elípticos (proporcionam atividade sem impac-

minha vida como respirar, dormir”.A promoção do seminário foi do Cen-

tro de Pastoral, Projeto Solidariedade e Pró-Reitorias de Assuntos Comunitários e deExtensão Universitária.

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Alunos da PUCRS

studantes do 8º semestre de Pu-blicidade e Propaganda partici-param da quarta edição do Prê-mio Detran-RS Publicidade pelaVida, uma parceria entre a Facul-

dade de Comunicação Social (Famecos) e oDetran-RS. Eles deveriam criar campanhascompletas, relacionadas com o tema Não sedeixe levar pela insegurança, confeccionan-do peças gráficas e eletrônicas, para televi-são e rádio sobre os direitos e deveres dospassageiros.

Dos nove grupos ou miniagências cria-das, os três primeiros colocados receberamprêmios em dinheiro. O primeiro lugar fi-cou com o grupo formado pelos alunos

Campanha conscientiza importância do pass

Salão de Iniciadestaca 26 tr

Dos 693 trabalhos apresentados no 4o

Salão de Iniciação Científica da PUCRS, 26foram destacados. Em sessão solene, os ava-liadores e respectivos orientadores entrega-ram os certificados aos acadêmicos CarlaBerto (História), Fernanda Driemeier (Psi-cologia), Gabriela Ribeiro (Educação),Mateus Mariani (Física), Lucas Reginato(Ciência da Computação), Joiceneli Oli-veira (Química), Mariana Cassol (Mate-mática), Livia Souza (Medicina), CláudiaLocatelli (Nutrição), Daniel Pozza (Odon-tologia), Ana Milan (Farmácia), Liege

O futsal vem trazendo muitas alegrias paraa Universidade. No início da terceira tempora-da de jogos, a equipe composta por acadêmi-cos das Faculdades de Administração, Direito,Jornalismo, Engenharia Elétrica e Educação Fí-sica, espera repetir os ótimos resultados obti-dos. Em 2003 venceu de forma invicta todasas competições das quais participou (La Salle,Fuge e Unisinos), enfrentando até mesmo ti-mes de outros estados e países, como São Pau-lo, Santa Catarina e Uruguai.

Futsal masculino inicianova temporada

Segundo o técnico, Rogério Voser, profes-sor da Faculdade de Educação Física e Ciênciasdo Desporto, o segredo de tantas vitórias é otrabalho contínuo desenvolvido nesses dois úl-timos anos e a união e motivação dos atletasem acreditar no projeto. Além desses fatoresdestaca-se a qualidade técnica do grupo. Mui-tos participaram das categorias de base e adul-ta do Gaúcho, ABB e Inter.

Na PUCRS, os alunos vêem a possibilida-de de estudar e continuar praticando o espor-te de maneira organizada. Os treinos reiniciamem março, duas vezes por semana, todas asquartas e quintas-feiras das 17h às 19h, no Pré-dio Poliesportivo. O “peneirão”, seleção paranovos jogadores, está previsto para abril. A Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários fará a divul-gação. Os próximos desafios serão as Copas LaSalle, Fuge e Unisinos entre outros campeona-tos universitários. Interessados em patrocinar aequipe podem entrar em contato com a Pró-Reitora Helena Willhelm de Oliveira, pelo tele-fone (51) 3320-3508.

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 27

a sobreageiro

Diego Fabris, Fabiana Katz, Leticia Me-riuva, Luciano Araujo, Mateus Philippi,Priscila Ortiz e Rafael Conceição. A cam-panha, intitulada Passageiro: você tambémfaz parte do trânsito, retrata passageiroscom diferentes personalidades, buscando aidentificação do público com as situaçõesmostradas.

O presidente do Detran-RS, Carlos Ubi-ratan dos Santos, acredita que o trabalhoé uma idéia vencedora. “O concurso temresultados tão bons que outras universida-des estão querendo participar. Nosso obje-tivo é conscientizar os futuros publicitáriosda importância da educação para o trânsi-to”, afirma.

Kelen Ferreira, Anderson Moraes eMarcelo Torelly, do 3o semestre da Faculda-de de Direito, representaram no 1o UFRGSModel United Nations a Federação Russa pelaPUCRS. O evento, simulação em língua ingle-sa de uma Assembléia Geral da ONU, contoucom a presença de brasileiros ilustres vincula-dos à organização, como o membro da CorteInternacional de Justiça, Francisco Rezek, e oembaixador Jorge Ribeiro. Participaram maisde 100 universitários do Brasil e do exterior.No final do encontro houve a votação dosmelhores delegados. Torelly (na foto, à esq.)foi um dos agraciados com o prêmio de Des-tacado Delegado da Comissão de Direitos Hu-manos.

Para tornar os debates verossímeis, os alu-nos buscaram informações em sites interna-cionais sobre a delegação da qual faziam par-te. “Eles leram textos complexos em inglês eorganizaram reuniões prévias para discussão domaterial”, conta a professora orientadora Lucia-

Direito participa do 1ºUFRGS Model United Nations

ne Cardoso, responsável pela disciplina de Di-reito Internacional Público.

Na visão dos acadêmicos, a forma realísti-ca pela qual a Conferência foi conduzida per-mitiu-lhes conhecer como as Nações Unidasfuncionam. “Houve até uma simulação de pe-rigo, na qual tínhamos que decidir o que fazera respeito da saída de armas nucleares da Co-réia do Norte”, lembra Moraes.

Música e notícias com pitadas de descon-tração. É assim que as “pimentas” Cibele Car-valho, Gisleine Guerra e Priscilla Casagran-de, e a colaboradora Tatiana Mantovani, es-tudantes do 6o semestre de Jornalismo, defi-nem o programa de rádio Pimentas do Reino,veiculado pelo site www.pucrs.br/radiofam to-das as quartas e sextas-feiras das 20h às 21h.A atração é considerada o mais novo sucessoda Radiofam – a freqüência digital da Famecos.

O nome reflete o estilo das acadêmicas:“apimentado”. Elas utilizam o carisma, o com-pleto entrosamento e, de uma forma meio tra-vessa, a sensualidade, para dar vida à progra-mação. O reconhecimento traduz-se nos elogi-os, tanto dos entrevistados quanto dos profes-sores. “A maioria diz que deveríamos ir para atelevisão”, conta Gisleine.

As entrevistas são realizadas uma vez porsemana. Os convidados e as músicas atendema sugestão dos ouvintes. Tocam desde rock atéMPB. “Falamos muito de futebol, de nossos ar-tistas preferidos e tudo o que for polêmico.Você pede, a gente faz”, explica Priscilla, refe-rindo-se às notícias.

“Pimentas” da Famecosfazem sucesso na Radiofam

Criado em maio de 2003, por sugestão doprofessor João Brito de Almeida, coordenadordo estágio voluntário Freqüência Simulada, doqual as jovens faziam parte, as “pimentas” trou-xeram para os microfones da Radiofam convi-dados como David Coimbra (cronista da ZeroHora), Eron Dalmolin (humorista da AtlântidaFM) e José Antonio Pinheiro Machado (Anony-mous Gourmet).

Quem quiser fazer contato, sugerir assun-tos para os programas temáticos quinzenais ouinteragir com as acadêmicas pode fazê-lo [email protected].ção Científica

abalhosCouto (Educação Física), Eduardo Rico(Bioquímica), Cynthia Correa (Botânica),Ariane Alvarez (Ecologia), Paloma Laita-no (Letras), Tatiane Silva (Lingüística), Ál-varo Morés (Engenharia Mecânica), Leo-nardo Piccoli (Engenharia Aeroespacial),João Paulo Leão (Engenharia Química),Tiago Santos (Engenharia Elétrica), Juli-ana Hörlle (Engenharia de Materiais eMetalúrgica), Simone Oliveira (ServiçoSocial), Claudia Cittolin (Direito), PatríciaRossi (Comunicação) e Guilherme Viece-li (Administração).

Foto: Letícia Coutinho

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Alunos da PUCRS

DESTAQUESDESTAQUES

ALUNOS DA BIOLOGIA TÊMPESQUISAS RECONHECIDAS

O estudante Francis Paludo, do 4º se-mestre da Faculdade de Biociências, rece-beu o prêmio destaque no 15º Salão de Ini-ciação Científica da UFRGS. O trabalho Efei-to protetor da variante Ala da superóxido dis-mutade dependente de manganês no desfe-cho de choque séptico em pacientes comsepse foi orientado pela professora ClariceAlho e teve como colaborador o professor Gil-son Cunha. O objetivo do estudo é fazer ogenótipo dos indivíduos com sepse (infecçãogeneralizada) e choque séptico, buscando as-sociações em relação ao alelo da SOD2 her-dado. Com a pesquisa, Paludo desvendou

“uma das peças do quebra-cabeça” do prin-cipal responsável por mortes em UTI. Os re-sultados preliminares mostraram que a pre-sença da variante Alanina é fundamental norestabelecimento fisiológico pós-choque.

Fernanda Viana, do 6º semestre, rece-beu destaque no Congresso Brasileiro de Ge-nética e, também, no 15º Salão da UFRGS.O estudo, orientado pelo professor SandroBonatto, e que teve como colaboradores Fe-lipe Grazziotin, Francisco Fernando, Marcos DiBernardo e Ronaldo Fernandes, refere-se a sis-temática molecular do gênero Echinanthera(Serpentes, Colubridae). O tema foi escolhi-do porque, na literatura, há divergências emrelação à validade de algumas espécies do

Echinanthera e de sua posição filogenética.Essa foi a primeira pesquisa realizada sobreo assunto. Segundo Fernanda, o objetivo éverificar a composição e a validade do Echi-nanthera, além de obter as relações filogené-ticas entre os grupos próximos utilizando,para tanto, ferramentas moleculares.

FORMANDOS PROMOVEMJORNADA ODONTOLÓGICA

De 5 a 8 de maio os formandos da Facul-dade de Odontologia promoverão a 17ª Jorna-da Odontológica, considerada um dos maio-res encontros científicos da área realizado noRio Grande do Sul. A organização é da turmaATO 2004, sob a orientação da professora

Bolsistas da Medicina giago Crestana, Juliana Porto eBianca Barea, alunos de iniciaçãocientífica da Faculdade de Medi-cina, com o residente de Pediatriae colaborador Maurer Martins,

receberam o prêmio Sociedade Brasileira dePediatria 2003 no 32º Congresso Brasileiroda especialidade. O trabalho Influência daidade gestacional e do estado nutricional noseguimento dos recém-nascidos com crisesconvulsivas ficou entre os 10 melhores. Con-correram mais de 1.800 pesquisas.

Enfermeiras trabalham na Itáliaparceria da Faculdade de Enfer-magem, Fisioterapia e Nutriçãocom a empresa italiana de Recur-sos Humanos, Dimensione Impre-sa, está proporcionando aos en-

fermeiros formados pela PUCRS a oportuni-dade de trabalhar na Itália. A Europa temcarência de profissionais na área e contra-ta estrangeiros. A proximidade começou emvirtude do reconhecimento do curso de En-fermagem da Universidade pelos italianos.

Adriana Drago, Bruna Schoereder,Clarissa Henn, Clarissa Novakoski, Fran-cini Massariol, Michelle Quarti, Patricia

Lisboa, Paula Zugno e Taís Matheus Vi-eira, formadas em 2003, foram em janeiropara a cidade de Thiene, no norte do país.Quando chegaram fizeram uma prova deequivalência em Enfermagem para traba-lhar em clínicas geriátricas ehospitais.

Beatriz Ojeda, diretora daFaculdade, esteve na Itáliaacompanhando o trabalho e fa-zendo contato com a empresae secretários de saúde locais. Ocontrato é de seis meses e a Di-mensione Impresa proporciona

um curso de preparação, incluindo aulas deitaliano. Também é disponibilizado um car-ro para cada grupo de cinco pessoas. Em2005, a Universidade pretende implementaro projeto para os alunos de Fisioterapia.

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 29

Maria Antonieta Souza e coordenação da aca-dêmica Michele Vidor. O tema do encontroserá Especialista x Generalista: Os rumos deuma nova Odontologia em debate. A comis-são organizadora convida a todos os estudan-tes e profissionais a participar do evento.

TORNEIO DE FUTSALESTIMULA SOLIDARIEDADE

O 1º torneio Banrisul/Economia de Fut-sal, realizado no Prédio Poliesportivo, desper-tou entre os alunos do curso de Economiaum ato solidário. Durante a competição foramarrecadados 27kg de alimentos que os inte-grantes das dez equipes doaram para o Al-bergue João Paulo II, em Porto Alegre. Parti-

ciparam da competição professores e funcio-nários da Faculdade de Administração, Con-tabilidade e Economia, além de 62 alunos. Nofinal do evento os acadêmicos do 4º semes-tre venceram os funcionários por 1 x 0.

RECÉM-GRADUADOINGRESSA EM DOUTORADOINTERINSTITUCIONAL

Daniel Pozza, formado em 2003 pelaFaculdade de Odontologia, foi aprovado noConcurso Público para o Doutorado Interins-titucional com ênfase em Laser em Salvador,na Bahia, como bolsista do CNPq. A pós-gra-duação caracteriza-se pelo aprendizado dasdisciplinas básicas na Universidade Federal da

Paraíba e, das específicas, na Universidade Fe-deral da Bahia. Para conquistar a vaga, Pozzaenfrentou diversas etapas. A primeira foi aprova eliminatória de conhecimentos teóricosem Física e Laser, análise do currículo e doprojeto de pesquisa. Ele apresentou o traba-lho Avaliação in vitro das novas técnicas uti-lizadas em cirurgias paraendodônticas, orien-tado, na PUCRS, pela professora MaríliaGerhardt de Oliveira e realizado pelo grupo depesquisa do qual participava. A escolha da ên-fase em Laser deveu-se ao fato de que, hojeinstituições de ensino e pesquisa e, no futu-ro, grande parte dos consultórios dentários es-tarão trabalhando com a tecnologia que pro-porciona maior conforto aos pacientes.

anham prêmioRelaçõesPúblicasdão dicas demarketingpessoal

O mercado está, cada vez mais, exigin-do uma postura diferenciada dos profissio-nais, analisando, além dos currículos, o com-portamento dos candidatos. Com base nissoas alunas Cristina Berrios, Fernanda Leal,Karine Girardi e Raquel Möller, do 8ºsemestre de Relações Públicas, criaram paraa disciplina de Planejamento 3 o site Vocêem foco — marketing pessoal para RelaçõesPúblicas, no endereço www.zero1web.com.br/voceemfoco.

A idéia de criação da página on-line sur-giu da percepção de que o mercado necessita-va de um veículo voltado aos profissionais e es-tudantes da área. O objetivo das acadêmicasé incentivar o público-alvo a cuidar da própriaimagem e transmitir mais credibilidade aos cli-entes. O conteúdo foi baseado em entrevistase pesquisas bibliográficas. Todo o material foiadaptado. Estão disponíveis dicas de marketingpessoal, de livros e pesquisas referentes aotema. As acadêmicas Cristina e Raquel preten-dem dar continuidade ao projeto. “Queremosreorganizar o material e agregar informaçõesàs que já temos, deixando a página mais inte-rativa”, diz Cristina.

Recém-formandorecebe destaque

élio Giaretta Júnior, recém-formado no cur-so de Engenharia Civil, recebeu destaqueacadêmico durante o evento Engenheiro doAno 2003, promovido pela Sociedade deEngenharia do Rio Grande do Sul.

Foram agraciados os formandos de enge-nharia da PUCRS, UFRGS, Ulbra e Unisi-nos. O destaque refere-se ao aproveita-mento nas disciplinas. Há mais de trêsanos Júnior está em 1º lugar entre osalunos de Engenharia da Universidade.Sua média, ao término da Faculdade, fi-cou em 9,1.

A coleta de dados iniciou em 1999,quando o Ambulatório de Seguimento Neo-natal do Hospital São Lucas foi reinaugura-do sob a coordenação do professor RenatoFiori. O estudo de recém-nascidos com cri-ses convulsivas começou em 1980 com oprofessor Jaderson Costa da Costa. Nos últi-mos dois anos, o desenvolvimento das cri-anças egressas da UTI foi acompanhadopelos acadêmicos. “Analisamos a manifesta-ção da convulsão no período neonatal e seela vai ou não evoluir para a epilepsia”,

explica a neurologista infantil e orientadorado estudo Magda Lahorgue Nunes.

Os resultados preliminares mostraramque a associação entre prematuridade ecrises convulsivas neonatais é um dosfatores agravantes para o desenvolvimentoda doença após o nascimento, podendoocasionar atraso no desenvolvimento neu-ropsicomotor. Magda salienta que as evi-dências não são definitivas, elas apenasmostram os fatores de risco para determi-nados grupos.

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Lançamentos da Edipucrs

Cinco novostítulos

LEITURAS DE PLATÃOLuc Brisson

(Tradução de Sonia Maria Maciel)333p. – Coleção Filosofia 166

A obra reúne estudos variados sobre asidéias de Platão. Esses estudos versam so-bre três questões do pensador grego: ocontexto histórico e literário, a mitologiaplatônica e o mundo, seus deuses e suasalmas.

PADRE WERNER VONUND ZUR MÜHLEN –TEXTOS ESCOLHIDOS

Luis A. De Boni (org.)279p. – Coleção Pensadores Gaúchos 9Padre Werner von und zur Mühlen per-tence a um grupo de religiosos que vie-ram para o Rio Grande do Sul entre ofinal do século 19 e o início do século 20e transformaram o panorama cultural doEstado. No presente volume, o leitor en-contra escritos do ilustre sacerdote, entreeles, artigos, conferências e saudaçõesdirigidos ao mundo católico e, em espe-cial, aos jovens.

RÁDIO BRASILEIRO– EPISÓDIOS EPERSONAGENS

Doris Fagundes HaussenMágda Cunha (orgs.)

291p. – ColeçãoComunicação 29

O livro, aliando-se às comemora-ções dos 80 anos do rádio no Bra-sil, apresenta novos registros so-bre personagens e episódios quemarcaram (e marcam) a trajetóriadeste meio de comunicação, con-tribuindo para uma visão maisampla sobre o que foi feito e seestá fazendo na radiodifusão bra-sileira.

AS FONTES DOHUMANISMO LATINO –

DA ANTIGÜIDADEÀ RENASCENÇA

(seleção de textospara fins didáticos – volume 1)

Luiz Carlos BombassaroJayme Paviani

Paulo Luiz Zugno (orgs.)283p.

Com o objetivo de contribuir para repen-sar a questão do humano hoje, o livroapresenta uma seleção de textos conside-rados fontes primárias do pensamentohumanista pela tradição filosófica ociden-tal. Destina-se especialmente àqueles quepretendem introduzir-se no estudo do hu-manismo no Brasil.

AVIDA HUMANA PLENADom Dadeus Grings

208p. – Coleção Teologia 26Dom Dadeus Grings, arcebispo de PortoAlegre, aborda nessa obra temas funda-mentais e existenciais na vida do cristãonos dias atuais, sobretudo para os jovens.Trata das grandes descobertas, do corpohumano, dos prazeres da vida, dos valoresda sexualidade e da educação.

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 31

Mercado de Trabalho

JORNALISMO

Busca da informaçãocaracteriza atividadejornalística

Jornalismo atrai por ser dinâmi-co e pela possibilidade de lidarcom a informação, uma dasmais poderosas armas do mun-do globalizado. O profissional

investiga e divulga fatos de interesse pú-blico, procurando mostrar a versão quemais se aproxima da realidade dos acon-tecimentos.

Conseguir transmitir idéias com cla-reza, estar sempre informado, ter bonsconhecimentos em informática, domíniodas técnicas de redação, da língua por-tuguesa e de uma língua estrangeira, sãoalgumas das características essenciais aojornalista. Interesse por questões inter-nacionais, políticas e econômicas tambémé fundamental. É necessário entender umpouco de todas as áreas.

Com o advento das novas tecnolo-gias, como a internet, o mercado modi-ficou-se. A flexibilização no exercício dasfunções é realidade nos veículos de co-municação. Hoje, o profissional devepreocupar-se com todo o processo deconfecção da reportagem e não apenascom uma parte específica. Dominar ossoftwares de edição de textos e deimagens ajuda no trabalho diário.

Os jornais impressos e revistas sãoexemplos de adesão às mudanças tecno-lógicas. É difícil encontrar periódicos quenão tenham páginas on-line. A internettambém está proporcionando aos recém-formados e estudantes a abertura do pró-prio negócio com a criação de seus sitesnos quais o principal produto é a infor-mação. O empreendedorismo tem-semostrado cada vez mais importante paraquem quer ter sucesso na carreira.

As áreas de maior expansão nos úl-timos anos foram a das pesquisas em co-municação e o jornalismo comunitário. O

rádio, a televisãoe os periódicosnão são mais osúnicos camposexistentes. Amaioria dos for-mados e acadê-micos trabalhaem assessoria deimprensa. Ape-sar de essa fun-ção ser exclusivados Relações Pú-blicas conforme o artigo 9º, do decreto68.582, de 1971, e o artigo 2º do decre-to-lei 860, de 1969, onde consta que éprivativo dos RRPP criar, implantar e coor-denar material que contenha caráter ins-titucional, a maioria das empresas prefe-re contratar jornalistas para a função.

A remuneração varia de acordo coma cidade, cargo e local de trabalho. Se-gundo o Sindicato dos Jornalistas Profis-sionais do Rio Grande do Sul, em PortoAlegre, o piso salarial é de R$ 1 mil. Nointerior do Estado, R$ 813. Em geral, aassessoria de imprensa e as organizaçõesnão-governamentais são as áreas que me-lhor pagam.

Em dezembro de 2003, o juiz Ma-noel Álvarez, do Tribunal Regional Federalda 3ª Região, novamente suspendeu aobrigatoriedade do diploma. Ele cassou aliminar que havia suspendido a sentençada juíza Carla Rister, em 2001. No entan-to, apesar da constante discussão a res-peito do assunto, a preferência dos veícu-los de comunicação é pelos diplomados.

A Faculdade de Comunicação Socialda PUCRS modificou o currículo do cur-so de Jornalismo para aprimorar a apren-dizagem de seus alunos. As mudançasatingem os estudantes que ingressam em

Onde cursarFaculdade de Comunicação Social –Campus Central – Av. Ipiranga, 6681,prédio 7. Informações: (51) 3320-3569,[email protected] e www.pucrs.br/famecos.

2004. No primeiro semestre é mostradoo que é a profissão e as atividades decada uma das mídias. Além disso, as dis-ciplinas práticas estão mescladas com asteóricas. O objetivo é que haja uma mai-or discussão sobre o fazer jornalístico.Foram criadas disciplinas de assessoria deimprensa e de jornalismo on-line. Ensinara responsabilidade pela informação, alémdos aspectos técnicos da profissão é umadas características da Famecos.

O Bacharelado em Jornalismo temduração de oito semestres e proporcionaaulas práticas nos laboratórios de rádio,televisão, jornal e cinema, sendo os está-gios voluntários na TVFoca, na Radiofam,Cyberfam, LabFoto e no Hipertexto aber-tos aos alunos do Jornalismo. A Famecostambém oferece Programa de Pós-Gra-duação com mestrado e doutorado.

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200432

Cultura

Biblioteca Central buscaexcelência na sétima arte

Biblioteca Central Ir. José Otãoestá ampliando o acervo deobras relacionadas ao cinemapara tornar-se referência naárea no Rio Grande do Sul. A

mais recente aquisição é a coleção parti-cular do decorador porto-alegrense Hen-rique Padjem, 74 anos. Apaixonado porcinema, Padjem adquiriu e trocou fotos,cartazes e outros artigos sobre filmes du-rante aproximadamente 50 anos, princi-palmente os de faroeste, seus favoritos.

Muitas das peças foram compradaspelo colecionador em outros países, sen-do cobiçadas por sua importância e rari-dade. “Eu não media esforços para con-seguir uma foto ou livro. Essa coleçãosempre foi um hobby e uma paixão paramim, cada vez gostava mais. Agora elaestá na PUCRS e outros admiradores docinema poderão compartilhar esse senti-mento”, acredita.

Entre os materiais há cerca de 100cartazes originais de filmes, incluindo ra-

ridades como E o ventolevou... e Os brutos tam-bém amam. Há mais demil livros sobre história docinema e biografias, emsua maioria estrangeiros,80 álbuns com fotos pro-mocionais de filmes e ar-tistas – grande parte au-tografadas, como dos as-tros de Hollywood ClarkGable, Shirley Temple,Ginger Rogers e da duplade comediantes Stan Lau-rel e Oliver Hardy (O Gor-do e o Magro).

A Scena MudaA coleção inclui pro-

gramas de lançamentode filmes nos EUA, distri-buídos aos convidadosno dia da estréia, comdetalhes sobre o elenco,enredo e fotos, e revis-tas da área, como a úni-ca coleção completa nopaís da A Scena Muda,uma das mais importan-tes do cinema nacionalpublicada no início dadécada de 20 até 50. Hátambém exemplares dasrevistas Cinemin, Cinelan-dia, Videonews, El Cinee Cine Mundial.

O diretor da Biblioteca, César Maz-zillo, acredita que o acervo é tão impor-tante quanto o do crítico P.F. Gastal,um dos mais completos do Brasil sobrecinema, com livros, revistas, roteiros, car-tazes e filmes, adquirido pela PUCRSem março de 2003. “Este é mais icono-gráfico, revelando tanto aspectos da cul-tura da época, símbolos da sociedade,padrões estéticos, como da história docinema”, afirma. O material será impor-tante fonte de pesquisa para alunos donovo curso de Produção Audiovisual /Cinema e Vídeo, de Jornalismo, Publici-dade e Propaganda, de Ciências Sociaisentre outros.

A maior parte da coleção é refe-rente às décadas de 30, 40 e 50 eencontra-se em estado impecável, sema necessidade de restauro. O acervoserá organizado e estará disponível paraconsulta no Setor de Acervos Especiaise Obras Raras depois de concluída aampliação da Biblioteca que já está emandamento.

Coleção de Henrique Padjem é a nova aquisição

Raridade: fotos autografadas de O Gordo e o Magro

Cartazes originais de filmes

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Mostra trazobra imortal deAndrea Palladio

Faculdade de Arquitetura e Ur-banismo trouxe, pela primeiravez ao Brasil, em novembro,parte de uma mostra de obrasdo italiano Andrea Palladio

(1508-1580), considerado um dos maio-res arquitetos da história da arte ociden-tal, cuja influência não se limitou apenasà sua época, podendo ser vista até hoje.Os 44 painéis, que integram a coleção doIstituto Regionale Ville Venete, de Vene-za, na Itália, foram expostos no foyer doTeatro da PUCRS, com fotos de algunsdos mais importantes projetos do arqui-teto, como as villas La Rotonda, Badoer,Piovene, entre outras.

A universalidade do estilo arquitetô-nico criado por Palladio, que facilita a exe-cução de seus projetos em diversos con-textos geográficos e sociais diferentes, éum dos principais motivos de sua famamundial, que atravessou o tempo com aescola a que deu origem, o Palladianismo.Renascentista, tomou como referênciaobras do passado romano e tornou tudofacilmente transmissível, ao elaborar ummétodo de projeto que permite ser rein-terpretado até hoje. Palladio compôs oprimeiro tratado de arquitetura com figu-ras, intitulado Os quatro livros de arqui-tetura.

O professor Paulo Bicca, da Faculda-de de Arquitetura, acredita que o tratadoé o diferencial do italiano: “O livro é tãoimportante quanto as suas obras. É muitoclaro, transmitindo tudo através de textose desenhos correspondentes e o desenhoé uma linguagem universal. Antes dele oslivros de arquitetura eram descritivos, difi-cultando o entendimento”.

As famosas villasEntre as principais construções de

Palladio encontram-se as chamadas villas,casas de campo de grandes famílias, lo-calizadas no interior da Itália, na regiãodo Vêneto, como destaca o professor Vi-tale Zanchettin, do Instituto Universitáriode Arquitetura de Veneza, que esteve naPUCRS como palestrante do SimpósioPalladio e o Neoclassicismo, promovidoparalelamente à mostra pela Faculdade,com o apoio do Centro Internazionale diStudi di Architettura Andrea Palladio.“Como as villas estavam no interior, Palla-dio tinha mais espaço e liberdade paracriar, o que não acontecia com os palá-cios, geralmente construídos em terrenosapertados. A villa palladiana é o que maiso caracteriza”, explica Zanchettin.

Entre suas obras mais conhecidasestão a villa La Rotonda e o Palácio daRazão ou La Basilica, em Vicenza, e aigreja Il Redentore, em Veneza. “Ironica-mente, a mais famosa, La Rotonda, é

posição geométrica, favorecendo mais aforma do que a funcionalidade do local”,constata o professor Bicca.

A influência do arquiteto italianopode ser encontrada ao redor do mundotanto em casas simples como sofisticadas.Os exemplos mais notórios são a CasaBranca e o Congresso norte-americano,em Washington. Em Porto Alegre, o pré-dio do Instituto Estadual de EducaçãoGeneral Flores da Cunha é uma inspira-ção evidente, bem como algumas janelaslaterais da Catedral Metropolitana, os ar-cos das torres e da entrada principal.

Nas faculdades de Arquitetura, Palla-dio é visto em várias áreas do estudo, de-vido à sua grande influência. Os alunosda PUCRS estudam o arquiteto nas disci-plinas Tópicos de Arquitetura, MorfologiaArquitetônica e Teoria e História da Arqui-tetura. Entretanto, quem pesquisa sobreele enfrenta algumas dificuldades, princi-palmente pela falta de trabalhos maisaprofundados sobre suas obras e suas ori-gens, constata Zanchettin. “Um eventocomo este que realizamos na PUCRS, oprimeiro no Brasil do gênero, é de grandeimportância para a divulgação do traba-lho de Palladio e para superar uma visãoestereotipada das obras dele”, afirma.

A villa LaRotonda e projetosdo primeiro tratadode arquitetura

muito difícil de ser ha-bitada, por sua rí-

gida com-

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200434

Bastidores

A rotina de quem passao dia no Campus

ais do que um local para estu-do ou trabalho, a Universidadetorna-se uma segunda casapara muitas pessoas que pas-sam a maior parte dos seus

dias na PUCRS. Alunos e funcionários bus-cam maneiras diferentes de fazer comque os momentos de intervalo sejam pra-zerosos ou até de alguma utilidade.

Matheus Aguilar, do curso de Jorna-lismo, estuda pela manhã e faz estágiovoluntário à tarde na Faculdade. Comomora na cidade de Cachoeirinha e preci-sa de no mínimo duas horas para se des-locar na hora do almoço, prefere perma-necer na PUCRS. “Eu uso esse tempopara ler, ouvir rádio no saguão da Fame-cos, descansar. Durante a época em queestava fazendo minha monografia apro-veitei para fazer pesquisas na biblioteca”,recorda Matheus.

A entrevistadora do CIEE Fátima Fo-gaça, há 12 anos na Universidade, vivesituação semelhante. “Não vale a penavoltar para casa, porque moro muito lon-ge. Então almoço aqui todos os dias, vouà farmácia, ao Correio, ao banco, temquase tudo aqui dentro”, observa. Alémdesses serviços a PUCRS também possuilivrarias, lojas, restaurantes, lanchonetes,revistaria, agência de viagens, salão debeleza e uma loja derevelação de fo-tografias.

Intervalos produtivosMuitos alunos preferem passar o in-

tervalo estudando, como faz José Rodri-go Rocha, que trabalha durante a manhãe à tarde na Faculdade de Odontologiae cursa, à noite, Administração de Empre-sas. “Não tenho outro horário disponívelpara estudar e fazer meus trabalhos.Aproveito ao máximo meus intervalos”,conta José Rodrigo. Já os estudantes deBiologia Rafael Josilco e Marion Falcãopreferem preparar-se para as provas emgrupo nas mesas do bar do prédio 12,embaixo das árvores. “O espaço aqui émuito bom, é melhor para estudar, poisé tranqüilo, tem sombra e fica bem loca-lizado”, comenta Rafael, que tambémnão abre mão de uma partida de sinucano diretório acadêmico do prédio 30.

Tomar sol e conversar sentadas nagrama perto da Central de Estágios da Fijoé rotina para as amigas inseparáveis Ale-xandra Pereira, Andrea Dias, Aline Ponsso-ni e Ariane Vendruscolo, do curso deOdontologia, que preferem ficar naPUCRS pois têm aula o dia inteiro. “Às ve-zes ficamos no Centro Acadêmico tam-bém, tem até um sofá-cama ali para quemquiser tirar um cochilo”, revela Alexandra.

Um recanto em frente à PrefeituraUniversitária é ponto de encontro de mui-tos funcionários. “Este é o nosso centrode lazer. Sentamos aqui para colocar osassuntos em dia, falar sobre o fim de se-mana, futebol e descansar um pouco”,conta o auxiliar de serviços gerais Jorge

Antônio de Abreu, amigo domotorista Carlos dos Anjos,

ambos há dez anos na Uni-versidade. “Nós geralmenteviajamos nos fins de sema-na, então aproveitamos otempo de folga para contar

como foram

as viagens. Esse lugar aqui é muito bompara espairecer, mas quando chove temosque ficar dentro da Prefeitura”, observao motorista.

Dias de chuva são os piores para osque gostam de aproveitar os gramadosou ler embaixo das centenas de árvoresespalhadas pelo Campus. Geralmente osbares das faculdades, centros acadêmicose a Biblioteca Central são as melhores al-ternativas.

José Rodrigo: três turnos

Rafael e Mariongostam doambienteparaestudar

Jorge e Carlos: conversas ao ar livre

Alunas da Odonto: encontrode amigas

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 35

Memória

Láurea acadêmica éhonrariapara formandos

m seleto grupo de estudantestem um motivo a mais para co-memorar além da formatura. AUniversidade confere a láureaacadêmica aos alunos que con-

cluem a graduação com coeficiente derendimento não inferior a 8,5, nenhumanota inferior a 8 e pelo menos 2/3 degraus finais iguais ou superiores a 9. To-das as disciplinas devem ter sido feitas naPUCRS, sem interrupção, exceto quandohouve trancamento de matrícula. As Fa-culdades de Educação, Psicologia, Direi-

to e Filosofia e Ciên-cias Humanas têm omaior número delaureados. Entre oscursos que apresen-tam menos casosestão os de exatas.São 55 os laureadosaté hoje.

O primeiro a-graciado foi o ex-mi-nistro do SupremoTribunal Federal JoséNéri da Silveira, queconcluiu o curso de

Direito em 1955. Estudante dedicado, elecostumava emprestar as anotações paraos colegas e conta que ainda guarda seuscadernos. Após a formatura, lecionou naUniversidade de 1961 a 1969 e acumu-lou cargos como consultor-geral do Esta-do, presidente da Comissão de Instalaçãoda Justiça Federal no Rio Grande do Sul

e ministro do TribunalFederal de Recursos,entre outros.

Antes de Silveira,em 1947, José Arve-do Flach, conhecidocomo Ir. Henrique Jus-to, graduou-se na en-tão Faculdade de Edu-cação, Ciências e Le-tras, com todos os re-quisitos para receber

a homenagem, concedida apenas em1960. “Naquela época o estudante tinhaque pedir a láurea quando sabia que ti-nha notas suficientes e eu desconhecia otítulo. Só fiquei sabendo da possibilidade13 anos depois pelo comentário de umaaluna”, revela. Henrique Justo é lassalis-ta e lecionou durante 40 anos na Univer-sidade, onde foi vice-diretor da Faculda-de de Educação, diretor do Instituto dePsicologia e autor da primeira tese dedoutorado da PUCRS, em 1952, sobreSão João Batista de La Salle.

Fernando Cafruni André graduou-seem Economia em 1976. Por poucas no-tas não foi agraciado também no cursode Ciências Contábeis posteriormente. Fi-lho do jornalista Alberto André, um dosfundadores e ex-diretor da Faculdade deComunicação Social (Famecos), lembra

que sempre gostou de estudar, principal-mente pela influência do pai. Elaboravaapostilas e vendia aos colegas, fato queacredita ter ajudado nos estudos. “A láu-rea para mim foi mais uma glória pesso-al, não acho que tenha sido determinan-te na carreira. Na família sempre falavamque bom aluno era mau profissional, econsegui provar o contrário”, comentaAndré, que lecionou nos cursos de Eco-nomia e Ciências Contábeis da PUCRS de1979 a 1991, e hoje divide o tempo en-tre Curitiba, onde tem uma empresa, ePorto Alegre, como professor da UFRGS.

Na década de 80 nenhum aluno al-cançou os pré-requisitos para obter a láu-rea, homenagem que apresenta uma su-

premacia feminina:72%. Entre elas, JulianaHörlle Pereira, formadaem Administração deEmpresas em 2001.“Um título como essesempre ajuda na carrei-ra, percebo que as pes-soas valorizam quandocomento a respeito”,observa. Lembra que orecebimento da láureafoi surpreendente edestaca o auxílio e ori-entação do professorJorge Augusto Elias, oqual considera seu “mestre maior”. Julia-na transferiu-se para Brasília, onde atuacomo assessora do ministro Teori Zavas-cki, do Superior Tribunal de Justiça.

O número de laureados aumentouconsideravelmente a partir de 2000. Opublicitário Saimon Bernardes, graduadoem 2003 pela Famecos, recebeu os tro-féus de Aluno Destaque e o MarcelinoChampagnat, concedido pelos colegas aomais querido da turma, além da láureaacadêmica. “Esse tipo de distinção, alémde ser uma grande recompensa, é muitoimportante para quem quer fazer pós-graduação. Em 2004 pretendo começaro mestrado em Tecnologias do Imaginá-rio, e futuramente quero lecionar”, con-ta Bernardes, atual coordenador do Nú-cleo Gráfico da Rede Gaúcha de Designna PUCRS.

José Néri da Silveira

Ir. Henrique Justo Saimon Bernardes

JulianaPereira

Fernando Cafruni André

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200436

Sinopse

REITOR

O Reitor Norberto Rauch foi escolhi-do sócio honorário da Academia Rio-Grandense de Letras. A distinção funda-menta-se nos méritos do Reitor comoempreendedor do ensino e da pesquisae por sua expressiva atuação à frente daPUCRS. Na cerimônia de entrega do di-ploma, no Solar dos Câmara, Rauch foisaudado pelo acadêmico e professor LuizAntonio de Assis Brasil.

ECONOMIA GAÚCHANos dias 20 e 21 de maio, o Progra-

ma de Pós-Graduação em Economia daFaculdade de Administração, Contabilida-de e Economia e a Fundação de Econo-mia e Estatística realizam, na PUCRS, o 2ºEncontro de Economia Gaúcha. Entre osassuntos em pauta estarão desenvolvi-mento econômico, cadeias produtivas,macroeconomia regional, setor externo efinanças públicas. Artigos podem ser en-viados até 27 de março para a secretariado Pós. Informações: www.fee.rs.gov.br,(51) 3220-3688, ramais 21 e 23 [email protected].

HISTÓRIAO professor do curso de História Moa-

cyr Flores recebeu o troféu PersonalidadeDestaque – Historiador do Ano. O prêmiofoi concedido pela Sociedade de CulturaLatina do Brasil e visa a valorizar as pesso-as que contribuem para a cultura do País.

LITERATURAIr. Elvo Clemente, assessor da Reito-

ria e presidente da Academia Rio-Gran-dense de Letras, lançou pela Edipucrs olivro Folhas do Caminho. A obra refere-se às andanças da crítica literária do pro-fessor desde 1950 até os dias atuais. Nostextos perpassam diversas obras do RioGrande do Sul, do Brasil, de Portugal,Moçambique e Angola.

CONGRESSO DEPSICOTERAPIA

A Faculdade de Psicologia é umadas organizadoras do 5o Congresso Lati-no-Americano de Psicoterapia que serárealizado de 20 a 22 de maio, em PortoAlegre. O tema será o desenvolvimentoda especialidade e suas interfaces. O ob-jetivo do evento é promover a reuniãode profissionais de diferentes correntes eescolas, estimulando a troca colaborati-va com as interfaces de interesse e pes-quisas na área. Serão avaliados, entreoutros aspectos, a inserção da psicotera-pia nos programas de políticas públicase ciência e tecnologia. Informações:www.vcongressopsicoterapia.com.br e(51) 3311-8809.

BIOCIÊNCIASA professora da Faculdade de Bioci-

ências Sílvia Dias de Oliveira conquistouo prêmio SBM de Mérito Científico emMicrobiologia de Alimentos. O estudoapresentado foi Detecção de genes devirulência em salmonella enteriditis isola-das de diferentes origens. O prêmio foiconcedido pela Sociedade Brasileira deMicrobiologia.

MURAL ARTÍSTICO

O Mural da Protásio, localizado naAv. Protásio Alves, em Porto Alegre, cria-do pela artística plástica Cylene Dallegra-ve, formada pela PUCRS em Jornalismo,é uma homenagem da Imobiliária Mora-no à cidade italiana de Morano Calabro,situada no Vale do Rio Coscile, no cen-tro da Província de Cosenza. A obra bus-cou criar um espaço fantasioso e nostál-gico para que os imigrantes e descenden-tes possam lembrar da pequena cidadeao sul da Itália. Cerca de 15 mil pessoasna Capital são descendentes de morane-ses, o que tornou Porto Alegre irmã da-quela província de aparência medieval,protegida pelo imponente castelo juntoao Monte Pollino.

CINEMAO novo secretário-geral do Fórum

Brasileiro de Ensino Cinematográfico eAudiovisual (Forcine) é o professor da Fa-culdade de Comunicação Social, JoãoGuilherme Barone. Ele é o único represen-tante do Estado a participar do Forcine.

HONORIS CAUSA

A representante do Centro de Estu-dos em Narratologia de Buenos Aires, Pe-trona Pásques, recebeu em dois de de-zembro de 2003 o título de ProfessorHonoris Causa pela PUCRS. Ela ministroua conferência de abertura do 21º Semi-nário Brasileiro de Crítica Literária e do20o Seminário de Crítica do Rio Grandedo Sul. Petrona foi uma das criadoras docurso de pós-graduação em Letras daUniversidade.

EDIPUCRSA Editora Universitária da PUCRS en-

cerrou o ano de 2003 com 102 títulospublicados. Ao longo de seus 15 anos, aeditora alcançou a marca de 823 obras.Entre suas publicações está a obra Poe-sia e Imaginário, de Ana Maria Lisboade Mello, que recebeu o Prêmio Açoria-nos 2003 na categoria Ensaios de Litera-tura. O livro apresenta um estudo sobreo meio literário brasileiro, abordando ofenômeno simbólico e sua relação coma poesia lírica.

CRÉDITO EDUCATIVOA partir do dia cinco de abril esta-

rão abertas as inscrições para o Credpuc.Aos alunos com carência financeira, o cré-dito cobre até 50% do valor da mensali-dade, exceto a primeira. Depois da forma-tura, o prazo é de um ano para o iníciodo reembolso. Informações na Pró-Reito-ria de Assuntos Comunitários, sala 109,prédio1 e 3320-3508.

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 37

DIREITOO Tribunal Pleno do TRT da 4ª re-

gião elegeu por unanimidade a nova ad-ministração. O presidente é o juiz Fabia-no de Castilhos Bertuluci, professor deDireito do Trabalho da PUCRS, e o vice-corregedor-geral, Pedro Luiz Serafini, for-mou-se pela Universidade. Também daFaculdade de Direito, o professor JoséMaria Tesheiner recebeu o prêmio Mes-tre Jurídico – Orlando de Assis Corrêa,concedido pela Escola Superior de Advo-cacia – OAB/RS. Juarez Freitas, coorde-nador do Programa de Pós-Graduação emDireito, foi escolhido para coordenar aárea de Ensino do Conselho Nacional dePesquisa e Pós-Graduação em Direito.

PSIQUIATRIAO professor coordenador do Depar-

tamento de Psiquiatria da Faculdade deMedicina, Alfredo Cataldo Neto, foi elei-to presidente da Sociedade de Psiquiatriado Rio Grande do Sul. Cataldo é um dosorganizadores do livro Psiquiatria paraestudantes de Medicina, obra de conteú-do científico consistente, onde está repre-sentado o pensamento dos psiquiatrasregionais.

PROJETOMULTIPLICAÇÃO

A colcha de retalhos, símbolo doProjeto Multiplicação – uma estratégiapara o enfrentamento da epidemia daAIDS – foi confeccionada no dia 19 denovembro de 2003 por professores, es-tudantes e transeuntes que passavampela Universidade. A iniciativa foi da Fa-culdade de Psicologia. O símbolo de soli-dariedade e enfrentamento foi levado aBrasília junto com mensagens de valori-zação da prevenção. O objetivo é sensi-bilizar a sociedade para que esta reflitasobre a epidemia, alertando para o fatode todos serem vulneráveis ao HIV.

COMBATE AO FUMO

A Pró-Reitoria de Assuntos Comuni-tários inicia em março uma campanha decombate ao fumo em locais fechados doCampus Central. A ouvidoria institucionalda PUCRS recebeu diversas solicitações deprofessores, alunos e funcionários paraque fosse realizada uma campanha deconscientização dos fumantes.

HOMENAGEMAttila Sá d’Oliveira, diretor da Facul-

dade de Direito, foi homenageado peloTribunal de Contas do Estado por seus re-levantes serviços prestados ao SistemaConstitucional de Controle Público e pelotrabalho como auditor substituto de con-selheiro aposentado do órgão. Ele rece-beu a escultura símbolo do Tribunal.

CURSOS DE IDIOMASA Pró-Reitoria de Extensão Universi-

tária oferece cursos de italiano, japonêse inglês. Informações pelo 3320-3506 [email protected]. Outros idiomas tambémsão oferecidos pela Universidade. O Ins-tituto de Cultura Hispânica tem cursos re-gulares, avançados e de conversação emespanhol. Informações: 3320-3559 [email protected].

LITERATURAO Livro História de um sucesso lite-

rário: Olhai os lírios do campo – Erico Ve-rissimo, de autoria da professora do cur-so de História Elizabeth Torresini, foi lan-çado pela editora Literalis. A obra recons-titui o percurso histórico-literário de umromance que foi sucesso editorial duran-te 65 anos.

TRABALHOCOMUNITÁRIO

A presidência da Câmara Municipalde Arroio dos Ratos tornou público seuagradecimento ao trabalho realizado pelaaluna de especialização em Análises Clí-nicas Ester Dal Bem, sob orientação doprofessor Geraldo de Carli, da disciplinade Parasitologia Clínica da Faculdade deFarmácia. De setembro a novembro, foirealizado um inquérito parasitológico jun-to às crianças do Ensino Fundamental domunicípio. A disciplina analisou amostrasfecais de 612 alunos, de 4 a 12 anos, deoito escolas públicas da região, com con-dições socioeconômicas e de saneamen-to diferentes. O enteroparasito, responsá-vel por quadros de diarréia crônica e des-nutrição, foi encontrado em 22% dosanalisados. A partir dos resultados, a Se-cretaria Municipal de Saúde, pelo progra-ma de Saúde Familiar, proporcionou dis-tribuição de medicamentos aos infecta-dos. Os resultados também forneceramsubsídios para melhorar a saúde públicapreventiva.

CIDADÃO EMÉRITO

O neurocirurgião Eduardo Paglioli,professor aposentado da Faculdade deMedicina, recebeu o título de CidadãoEmérito de Porto Alegre. A proposta foido vereador Aldacir Oliboni. A entregaocorreu no Anfiteatro Ir. José Otão, noHospital São Lucas. Grande parte da vidaprofissional de Paglioli foi dedicada aoHospital.

CNPqO CNPq selecionou cinco professores

universitários brasileiros para ministrarcursos na Universidade de Salamanca (Es-panha), por quatro a oito meses. A pro-fessora Márcia Ribeiro Dias, do curso deCiências Sociais da PUCRS, foi escolhidapara atuar nesta área.

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200438

Sinopse

CIDADÃO HONORÁRIO

O maestro Frederico Gerling Júnior,diretor do Instituto de Cultura Musical daPUCRS, recebeu o título de Cidadão Ho-norário de Porto Alegre na Câmara Mu-nicipal. A homenagem foi proposta pelovereador Carlos Pestana e aprovada porunanimidade. Gerling é natural de SantaCatarina.

TURISMOAbdon Barreto Filho, professor do

curso de Turismo da Faculdade de Comu-nicação Social, foi indicado para partici-par da Câmara Temática de QualificaçãoProfissional. A Câmara tratará do aprimo-ramento profissional das pessoas que tra-balham com turismo. O professor Lean-dro de Lemos, também do Turismo, inte-grará o comitê científico do Fórum Mun-dial das Culturas de Barcelona. Ele foi oúnico brasileiro convidado.

ADMINSTRAÇÃOE NEGÓCIOS

O Mestrado em Administração e Ne-gócios (MAN) da PUCRS conquistou o se-gundo lugar no ranking-2003 da revistaVocê S.A. que apontou os MelhoresMBAs no Brasil. Participaram da pesqui-sa coordenadores de cursos, alunos re-cém-formados, alunos antigos e diretoresde RH de empresas sediadas no país.

MAXIMILIANODOS SANTOS

O ex-diretor da Faculdade de Direi-to, Maximiano Carpes dos Santos, faleceuem dezembro, aos 76 anos. Durante 33anos ele foi ligado a PUCRS. Era mestreem Direito, integrava a equipe da Asses-soria Jurídica da Instituição e exercia afunção de secretário da Câmara de Ensi-no de Graduação.

INFORMÁTICAA Faculdade de Informática iniciou

parceria com a Fundação Estadual de Pro-dução e Pesquisa em Saúde (Fepps) parao desenvolvimento de um sistema de re-conhecimento de fichas de notificação eatendimento. Professores da Informáticacriarão um software que interpreta deforma automática o preenchimento decadastros escritos à mão pelo atendentedo Centro de Informações Toxicológicasdo Estado, vinculado à Fepps.

FEIRA DO LIVROINFANTIL

Cerca de 60 crianças internadas noSetor de Pediatria do Hospital São Lucas(HSL) viveram a emoção de participar deum evento cultural semelhante à tradici-onal Feira do Livro de Porto Alegre semsair do hospital. A 1a Feira do Livro Infantildo HSL entregou 350 livros doados pordistribuidoras, editoras locais e autores,inclusive para os pequenos pacientes daUTI. A promoção contou com o apoio daBiblioteca Central, da Pró-Reitoria de As-suntos Comunitários e da Faculdade deLetras. Os participantes também recebe-ram a visita dos escritores Carlos Urbime Sissa Jacoby, que fizeram uma peque-na sessão de autógrafos.

TRANSPLANTESO Serviço de Nefrologia e Hemodiá-

lise do Hospital São Lucas completou 25anos. No período foram realizados 600transplantes de rim, atendimento médicoespecializado, residência médica e hemo-diálise. Com a ampliação do programasurgiu uma nova alternativa aos pacien-tes portadores de diabetes mellitus tipo1, tendo sido realizados, com êxito, trans-plantes de pâncreas e pâncreas/rins. Nes-se procedimento, o São Lucas é pioneirono Estado.

BIBLIOTECA CENTRALEm dezembro, a Biblioteca Central

da PUCRS comemorou seu 25º aniver-sário. Houve entrega de diplomas aosusuários mais assíduos. Na graduação,foram distinguidos os estudantes do cur-so de Direito Nelise Vieira e AlbertoCegielski. Na pós-graduação, os alunosEdgar Xavier (Faculdade de Serviço So-cial) e Clarice Sohngen (Faculdade deLetras). Entre os professores, os maisassíduos são Paulo Bauer (Faculdade deEngenharia) e Francisco Rüdiger (Facul-dade de Comunicação Social). Os funcio-nários que mais retiram livros são Cláu-dia Brandão (CPD) e Jair Oliveira (Facul-dade de Administração, Contabilidade eEconomia). No endereço www.pucrs.br/biblioteca/25anos, pode ser acessada aexposição fotográfica comemorativa aos25 anos da Biblioteca Central.

MEDICINAEmílio Moriguchi, professor da Facul-

dade de Medicina, foi escolhido membrorepresentante da América na nova direto-ria da Sociedade Internacional de Ateros-clerose para a gestão 2004-2006. A esco-lha ocorreu em Kyoto, durante o 3º Con-gresso Internacional da especialidade.

CRIANÇA E APRODUÇÃO CULTURAL

O livro ACriança e aP r o d u ç ã oCultural – Dobrinquedo àliteratura, or-ganizado pe-la professoraSissa Jacoby,reúne diver-sos autores eensaios deprofessores da Faculdade de Letras. A obraretoma uma reflexão iniciada em 1982,em A produção Cultural para a criança, deRegina Zilberman. O objetivo dos autoresé atualizar a reflexão e os novos contor-nos ao longo dos 21 anos que separaramaquela edição e a presente. A finalidade éretomar a relação entre a criança e a cul-tura que lhe é destinada. A obra temvinculação com o projeto homônimo doCentro de Referência para o Desenvolvi-mento da Linguagem e da disciplina doPrograma de Pós-Graduação em Letras.

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 39

Social

Medidas para enfrentara violência nas escolas

Núcleo de Estudos e Pesquisaem Violência da Faculdade deServiço Social da PUCRS asso-ciou-se a órgãos municipais,estaduais e do Judiciário na in-

vestigação e na elaboração de estraté-gias de prevenção da violência nas esco-las. Os pesquisadores acreditam que aconcretização de medidas para revertersituações de conflito podem evitar atosde infração. Isso depende, entre outrasiniciativas, da maior participação da fa-mília e do esclarecimento dos educado-res sobre o Estatuto da Criança e doAdolescente para que não fiquem omis-sos às questões.

Na enquete preliminar do estudo,professores de 25 escolas dos bairros Gló-ria, Cruzeiro e Cristal de Porto Alegreapontaram agressões físicas, vandalismo,desavença entre grupos organizados,acerto de contas fora da escola, relaçõesconflitivas entre alunos e educadores, trá-fico de drogas, abuso e exploração sexu-al. As escolas reivindicam pessoal espe-cializado, agilidade no encaminhamentodos casos ao Ministério Público e mais in-formação sobre serviços da rede de apoioà criança e ao adolescente.

A coordenadora da pesquisa, profes-sora Patrícia Grossi, afirma que, além des-sas limitações, os professores precisamatender a múltiplas demandas que refle-tem processos de precarização das rela-ções de trabalho e familiares. “Sentem-seimpotentes muitas vezes, reproduzindo odiscurso como vítimas.”

Atividades de integraçãoEntre as estratégias de enfrentamen-

to da violência utilizadas pelas escolaspesquisadas, estão o diálogo e o encami-nhamento para órgãos de atendimento.Algumas promovem atividades artísticase lúdicas de integração, oficinas de tea-tro, dança, capoeira, axé e hip-hop. Ou-tras envolvem os pais nos eventos e nacriação de normas de convivência. O Co-

légio Estadual Elpídio Ferreira Paes, deEnsino Fundamental e Médio, no bairroCristal, tem escolinhas de futebol e vôlei,realiza show de talentos e neste ano pre-tende abrir um Centro de Tradições Gaú-chas. “Temos de valorizar o aluno, nãopodemos cruzar os braços”, diz a direto-ra Carmem Giordano, cobrando apoiodas entidades.

O estudo, que contou com a parti-cipação de alunos de graduação e pós-graduação em Serviço Social, foi desta-que do 4º Salão de Iniciação Científica daPUCRS de 2003. A Universidade atuouem parceria com a rede, formada peloNúcleo de Atenção à Saúde da Criança edo Adolescente, da Secretaria Municipalda Saúde, Fundação de Assistência Soci-

Depoimentos de professoresdos colégios pesquisados

“São crianças muito reprimidas, não têm um local para se divertir, um lazer,a escola é tudo o que eles têm, então na hora do recreio é aquela loucura.”“Alguns alunos vivem em casas de papelão, de compensado, numa peça ondemoram dez pessoas. Isso é uma violência, não ter infra-estrutura para viver.”“Os pais violentam os filhos à medida que os largam aqui dentro e dizemque não podem mais com eles e querem que a gente tome conta.”“A briga tem a ver com o espaço que eles disputam na rua.”“Nosso trabalho é muito solitário.”

al e Cidadania (Fasc) da prefeitura, Secre-taria do Estado da Educação e 3ª Vara daInfância e da Juventude de Porto Alegre.Depois de coletarem os dados prelimina-res, os pesquisadores selecionaram cincocolégios com mais de mil alunos. De cadaum, foram entrevistados três a quatroprofissionais e realizados grupos focaiscom oito adolescentes de 7ª e 8ª sériesdo Ensino Fundamental.

Levantamento realizado pela Fascindica que cerca de 50% dos jovens emconflito com a lei estão fora da escola.Beatriz Aguinsky, vice-diretora da Faculda-de de Serviço Social e assistente social doJuizado da Infância e da Juventude, lem-bra que a educação pode evitar que vol-tem a cometer infrações.

Colégio Elpídio Ferreira Paes promove ações lúdicas

Foto: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200440

Perfil

Antônio Carlos Jardimsoma 43 vestibulares

Pró-Reitor Adjunto de Ensinode Graduação da PUCRS, Antô-nio Carlos Jardim, 55 anos,completa em março três déca-das de atuação na Universida-

de. Somente no Setor de Vestibularesestá há 21 anos como coordenador ad-ministrativo, o que totaliza 43 concursos.Envolve-se desde o planejamento até assurpresas dos dias de aplicação das pro-vas. “A gente deve preparar-se como sefosse principiante para evitar qualquerdeslize”, afirma. Sempre repete a liçãopara a equipe como uma senha paratudo dar certo. O resultado é um proces-so com credibilidade. “O Vestibular daPUCRS tem alto conceito.”

Não é como iniciante, porém, queAntônio Carlos vê o seu trabalho na Pró-Reitoria. Está no cargo desde 1988. Con-ta com a experiência como professor apartir de 1974, vice-diretor do então Ins-tituto de Química, hoje Faculdade (de1979 a 1985), e assessor especial da Pró-Reitoria (de 1985 a 1987). Também bus-cou aperfeiçoamento, com o curso de es-pecialização na Universidade de RibeirãoPreto e viagens de estudos para os EUAe Canadá. Formado em Licenciatura eBacharelado em Química também pelaPUCRS, em 1971, trabalhou numa empre-sa de produtos químicos e nos ColégiosParobé e Dom Diogo de Souza até 1983,quando optou por dedicar-se apenas àUniversidade. O contato com a Químicaatualmente é esporádico. Às vezes, An-tônio Carlos fica curioso para resolver aprova do Vestibular. Mas adverte que nãoo faz como crítico porque confia nos ela-boradores.

A equipe do Setor de Vestibulares éformada por três coordenadores e doisfuncionários, mas Antônio Carlos lembraque atuam outras pessoas conforme aetapa. O trabalho começa com a elabo-ração das provas. Leva três meses até fi-carem prontas, serem revisadas e passa-rem para especialistas de todas as áreas

que dão sugestões. O coordenador tam-bém preocupa-se com a orientação dequem atua nas salas de aula com os can-didatos. Foram chamados no último ves-tibular, em dezembro, 530 alunos entremonitores e fiscais.

Rigor e credibilidadeMinutos antes da hora marcada para

o Vestibular, Antônio Carlos está no ter-raço do prédio 6, onde tem visão pano-râmica do Campus. Autoriza o monitor aapertar a sirene e o ruído cessa somentedepois de ajudar alguns atrasados. A pro-va começa. Antônio Carlos fica mais cal-mo porque os preparativos deram certo.Mas não pára: percorre prédios, verificao silêncio nas salas de aula, conversa comprofessores de cursinhos pré-vestibularese alunos. Espera a repercussão. Semes-tre após semestre tem sido a mesmaa credibilidade do Vestibular daPUCRS. Ele é rigoroso quando se tra-ta de impedir qualquer fraude no pro-cesso. Passou por situações muito cu-riosas como a de um aluno que comeuo papel com a cola na sua frente.

Quando os três filhos fizeram asprovas, não acompanhou como de cos-tume a impressão na gráfica nemteve as provas na mão. Eles opta-ram por Direito e pela PUCRS. Omais velho formou-se em 1997.O outro filho e a filha estão cur-

sando. Antônio Carlos também comple-tará em julho 30 anos de casado. A es-posa é de Santo Antônio da Patrulha,onde o casal costuma ir nos finais de se-mana.

Fora o envolvimento com o Vestibu-lar, o Pró-Reitor Adjunto trata do plane-jamento e da concretização de sistemasacadêmicos que facilitem o dia-a-dia doaluno, do ingresso à formatura, em con-junto com a Divisão de Ingresso e Regis-tro e o Centro de Processamento de Da-dos. Por exemplo, foram disponibilizadaspela internet as inscrições para o Vesti-bular (praticamente 90% do total) e asmatrículas dos alunos de graduação, comexceção dos calouros porque devem en-tregar documentos. “A Pró-Reitoria preci-

sa estar preocupada coma qualidade dos cur-

sos de graduação e,para isso, é neces-sária uma infra-es-trutura acadêmicaadequada”, diz

Antônio Car-los.

O Pró-ReitorAdjunto com a

sirene que autorizao início das provas

por ANA PAULA ACAUAN

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 41

Eu Estudei na PUCRS

Della Senta e questões-chave da humanidade

primeira mudança na vida deTarcisio Della Senta, 71 anos,foi sair da cidade natal, Veranó-polis, hoje na região emancipa-da de Cotiporã, para morar em

Porto Alegre. Pensava em tornar-se pro-fessor de francês, mas o mestrado naFrança e o doutorado nos EUA o enca-minharam para a área de planejamentoda educação. Começou no Ministério daEducação, contribuindo para o estabele-cimento das bases da pós-graduação noBrasil. Como funcionário das Nações Uni-das, residiu 13 anos no Japão e está hátrês na Suíça. Envolve-se com as questõesfundamentais da humanidade, como aexpansão de uma tecnologia que tentaderrubar as barreiras dos idiomas. “A gen-te tem a visão da época, engaja-se numturbilhão e na frente vê que correu mui-ta daquela água”, resume.

Em 1956, Della Senta concluiu o cur-so de Bacharelado e Licencia-tura em Línguas Neolati-nas na PUCRS como omelhor aluno. Lembra ocontato com os irmãosmaristas e as partidas defutebol. Jogava como pon-ta direita. Recém-formado,

ganhou bolsa dos governos da França edo Rio Grande do Sul para realizar mes-trado em Educação no Instituto Católicode Paris. Então ligado à Ordem Lassalis-ta, ao retornar do exterior trabalhou emcolégios e na PUC-SP. Mais tarde saiu dacongregação preocupado em ter atuaçãoabrangente. Cursou Doutorado em Plane-jamento e Administração da Educação naUniversidade de Harvard.

Os conhecimentos foram aplicadospor Della Senta quando atuou como di-retor da Divisão de Planejamento da Uni-versidade das Nações Unidas, de 1988 a1995. Trabalhou em programas que resul-taram nos planos Agenda 21, ligado aodesenvolvimento sustentável, e Agendapara a Paz. Em 1995, criou o Instituto deEstudos Avançados da Universidade dasNações Unidas em Tóquio, no Japão. Ti-nha como funções identificar as questõesfundamentais da humanidade e apontar

os grupos que precisavam sermobilizados para atuarem.

Uma das preocupaçõesde Della Senta, a preserva-ção das identidades cultu-rais e o amplo acesso aoconhecimento, provocou a

sua transferência para

Genebra, na Suíça, onde foi instituir aFundação UNDL. Coordena um consór-cio mundial dedicado ao desenvolvimen-to da tecnologia e dos aplicativos UNL(universal networking language). Um dosprojetos desenvolvidos refere-se à lingua-gem digital que converte textos em qual-quer idioma. Della Senta diz que a van-tagem em relação a outros tradutoresautomáticos é que o UNL capta o con-texto em que as palavras estão empre-gadas, evitando mudança de sentido. Osistema rendeu a primeira patente às Na-ções Unidas em dezembro do ano pas-sado e deverá ser disponibilizado gratui-tamente.

Bases à pós-graduaçãoAntes de morar no exterior, Della

Senta foi vice-presidente da Coordenaçãode Aperfeiçoamento de Pessoal de NívelSuperior, de 1974 e 1975. Adotou o pri-meiro plano nacional de pós-graduação,incluindo a capacitação docente e a cria-ção de cursos. Entre as conquistas em vi-gor ainda hoje, ele cita os rigorosos cri-térios de avaliação e a inclusão de comi-tês de especialistas. Atuou ainda como se-cretário do Ensino Superior, de 1979 a1983, quando envolveu-se com a reinte-gração política de intelectuais e professo-res cassados no regime militar, assessordo Ministério da Educação (de 1979 a1987) e membro do Conselho Federal deEducação (de 1983 a 1987).

Della Senta trabalha no momento naelaboração de uma enciclopédia univer-sal, que também utilizará o UNL, tornan-do possível o acesso em diferentes idio-mas. Seu próximo projeto é morar coma esposa em Porto Alegre, onde preten-de desenvolver projetos com a criação doInstituto UNDL, voltado ao ensino a dis-tância, que já montou em Florianópolis.Tem dois filhos adotados, um mora noRio Grande do Sul e outro na Bahia.“Sempre gostei de morar onde estou,mas quero retornar à minha base.”

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 200442

Ação Comunitária

Comunidade acadêmicatroca férias porações solidárias

este verão, alunos, professorese funcionários da PUCRS deixa-ram de lado o descanso pararealizar atividades solidárias.Durante os meses de janeiro e

fevereiro, a comunidade acadêmica mo-bilizou-se em ações como o AlfabetizaçãoSolidária, a Missão País, os projetos Xin-gó e Litoral. Quem participou garante quevale a pena encurtar as férias para aju-dar outras pessoas e ainda adquirir expe-riências para a vida pessoal e profissional.

O coordenador do Programa deAções Comunitárias de Extensão daPUCRS, Edgar Erdmann, avalia que o re-sultado principal é o amadurecimento dosparticipantes. “O objetivo é estimular oaspecto humano. O aluno acaba sendomais beneficiado do que as populaçõesatendidas, pois se torna mais completodepois do contato com realidades diferen-tes”, observa.

Lições de vida foram aprendidas porestudantes da Odontologia no Projeto Li-toral e em ações pelo interior do Estadodurante as férias. O primeiro grupo comquatro alunos e um supervisor esteve emMorrinhos do Sul, de 5 a 16 de janeiro,para ajudar a população a cuidar da saú-de bucal. Em parceria com a prefeitura da

cidade, realizaram trabalhos preventivos,como aplicação de flúor, limpeza e orien-tações, para pessoas de todas as idades.Ações semelhantes ocorreram em Maqui-né, Rosário do Sul e São Francisco de As-sis durante janeiro e fevereiro.

Carina Follmann, 21 anos, do 9º se-mestre, resume a experiência como “ma-ravilhosa”. Pela primeira vez participan-do do Projeto Litoral, ela atendeu maisde 70 pessoas em duas semanas em umposto de Morrinhos do Sul, principalmen-te crianças e adolescentes. “Uma meni-na chegou a dizer que gostaria de termais dentinhos para ser atendida outrasvezes por nós”, conta, satisfeita. Segun-do Carina, o dentista do Sistema Únicode Saúde visita o local uma vez por se-mana, e os alunos, com as atividadesdiárias, conseguiram adiantar os traba-lhos. “Aprendemos fora do ambiente defaculdade, que é muito diferente, e ain-da tivemos um enorme crescimento pes-soal”, observa.

Comunidades longínquas tambémforam beneficiadas com os trabalhos so-lidários da PUCRS. Na Missão País, 20 alu-nos e funcionários realizaram atividadesde convivência e momentos de espiritua-lidade em 13 regiões do Chile. A delega-ção selecionada preparou-se com aulas delíngua espanhola e temas ligados à Igre-ja Católica e à Universidade. A atividadefoi coordenada pelo Centro de Pastoral.

Já o Projeto Xingó levou dez alunosde diferentes cursos para o Sergipe de 29de janeiro a 19 de fevereiro. Na cidadede Porto da Folha, eles promoveramações de capacitação e conscientização,como programas ambientais, na área desaúde, capacitação de pescadores e ges-tores municipais. O município é um dosatingidos pela barragem do Rio São Fran-cisco e pelo quinto ano integra os progra-mas sociais da PUCRS.

O Rio Grande do Norte foi outro es-tado atendido. Por meio do programa Al-fabetização Solidária, convênio com ogoverno federal, as professoras MariaConceição Christofoli e Jussara Loch, daFaculdade de Educação, estiveram na re-gião em janeiro. Pela primeira vez, os cur-sos de capacitação de alfabetizadores dejovens e adultos não foram realizados noCampus da PUCRS, mas nas próprias ci-dades atendidas, neste semestre Olhod’Água do Borges e Janduis. Depois dehabilitar educadores para trabalhar comjovens e adultos, a Faculdade de Educa-ção realiza um acompanhamento das ati-vidades, com visitas mensais de monito-res às turmas de alfabetização no RioGrande do Norte.

Projeto Litoral: Morrinhos do Sul

Destaque: atendimento odontológico Missão País foi ao Chile

Fotos: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 118 - Março/Abril 2004 43

Opinião

A nobre missão daextensão universitária

s ações e os serviços extensi-onistas são parte integranteda Universidade. Desde 1931,quando iniciou a Faculdadede Ciências Políticas e Econô-

micas, estava na mente do fundador Ir.Afonso a idéia de Universidade. Aquelacomunidade de estudantes e mestresque se estruturou em Bolonha (Itália)em 1088 como alma mater studiorum(mãe nutriz dos estudos), vai perpas-sando os povos e os séculos comfigurações diversas, mantendo, porém,o espírito.

No dia 9 de março de 1973, era ou-torgado o título de Doutor Honoris Cau-sa ao ilustre professor da Universidade doMéxico, superior-geral do Instituto dos Ir-mãos Maristas, Basílio Rueda Gusmán. Aoresponder ao discurso do Reitor Ir. JoséOtão, ministrou inolvidável aula magistral,sobre a Universidade, que definiu como“um espírito que cria pensamentos e ocapacita à ação científica universal”. Va-lendo-se de texto filosófico de NicolaiHartmann (1882 – 1950), apresentoutrês espíritos: pessoal, objetivo e objetiva-do. Rueda acrescentou espírito transcen-dente e supremo.

Espírito pessoal humano e individu-al é o de cada mestre e discípulo. Espíri-to objetivo é a alma coletiva de umainstituição. Espírito objetivado é a crista-lização do espírito, é a Universidade nãocomo vida para si mesma, mas comoeducadora, como emissora de mensageme de serviços para a sociedade. ContinuaRueda: “A Universidade se abre e se in-sere numa sociedade (comunidade) comouma vida, como espécie de radioemisso-ra, criadora de pensamento, que emite,espalha e difunde para a sociedade”. Estáexplicitada a extensão universitária demaneira sucinta e profunda.

A PUCRS, espírito objetivado, agejunto à comunidade externa desde os pri-mórdios da década de 1930. O saber, oresultado das investigações científicas e

“ Extensão é vidaperene que jorra

da academia eretorna aos umbraisuniversitários parailustrar o espírito

que cria, transformae constitui a vidahumana de jovens

e adultos. ”IR. ELVO CLEMENTE

Assessor da Reitoria e Presidente daAssociação Rio-grandense de Letras

artísticas não se fecha nas salas ou labo-ratórios, conhece outros ambientes se-dentos de ciência, de beleza, carentes deassistência e de auxílio. A extensão é aação do espírito objetivado na sociedadeexterna, sintetizada na expressão: com-promisso com a comunidade.

Em seus 70 anos, os diversos centrosde estudo realizaram centenas de cursos,seminários, simpósios, encontros, confe-rências, palestras em que participarampessoas da cidade, do estado, do país ede outros países.

O espírito objetivo mantém sua uni-dade pelo programa Reflexões, que duasvezes por ano reúne uma centena de pro-fessores e funcionários na discussão emeditação sobre o Marco Referencial, ver-dadeira carta de princípios da instituição,e outros aspectos do Plano Estratégico.É o espírito objetivo em função da me-lhoria na qualidade da instituição, para ternova Universidade em 2010.

Antes da estruturação das Pró-Reito-rias de Extensão e de Assuntos Comuni-tários, a extensão era realizada de manei-ra permanente e eficaz. Haja vista o Pro-jeto Rondon, no qual durante 15 anosalunos e mestres deram de si para o bemfísico, moral e intelectual das populaçõesdo Alto Solimões, no Amazonas.

Nos últimos anos participam os alu-nos e professores na Universidade Solidá-ria. As atividades assistenciais, de cursosespeciais na Vila Fátima; o intenso traba-lho de solução de problemas jurídicos doServiço de Assistência Judiciária Gratuita;os atendimentos semigratuitos na Odon-tologia e no Hospital São Lucas; os cur-sos promovidos por professores junto aescolas municipais e estaduais; os servi-ços odontológicos nas cidades do litoralrio-grandense. O espírito objetivado rea-liza tarefas múltiplas pelos professores epelos alunos de todos os cursos, quer dasciências exatas, quer das ciências sociais,quer das Letras, quer da Biologia ou daEngenharia.

Em toda ação de estudo e de pes-quisa há a preocupação de levar para ou-tros os resultados e os benefícios advin-dos. Dessa maneira as fontes de águaviva do saber científico, tecnológico ouartístico e filosófico dessedentam as pes-soas que estudam e investigam no liceu,levando as benéficas conquistas a outrosintelectos ou bocas famintos do saber eda beleza da descoberta das ciências edas artes. Extensão é vida perene que jor-ra da academia e retorna aos umbraisuniversitários para ilustrar o espírito quecria, transforma e constitui a vida huma-na de jovens e adultos.

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