PT_Introdução às estratégias de EcoDesign
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O AmbienteQuando o ambiente e os potenciais riscos para o mesmo esto em discusso, oaquecimento global deve ser um dos temas mais imediatos, embora haja muitos maisaspectos, por exemplo, a depleo de recursos materiais e a questo dos consumos degua. O consumo de gua pode no ser considerado como um problema premente emalgumas regies da Europa, mas -o em muitas outras onde se realizam actividadesprodutivas de componentes electrnicos. A poluio das guas por substncias txicas eeutrofizao agravam o problema. As emisses gasosas responsveis pelos nevoeirosfotoqumicos, pela chuva cida so tambm questes importantes em algumas regies.Outros aspectos incluem a radiao e os odores. Todos estes impactes ocorrem durante ociclo de vida de um produto, provavelmente em mais do que uma ocasio. Uma empresa scostuma estar envolvida em uma das etapas do ciclo de vida do produto, aquisio dematrias-primas, produo de componentes, montagem do produto, distribuio e retalho,utilizao do produto, manuteno e reutilizao e deposio final ou reciclagem, no fim devida. Contudo, a relao entre os fornecedores a montante e os clientes a jusante, os
consumidores e os potenciais recicladores, significa que cada uma das empresas possuiindividualmente uma influncia (indirecta) e uma responsabilidade sobre os impactesambientais em todo o ciclo de vida.
O EcoDesign uma questo de sucesso empresarialA conscincia ambiental est ligada criatividade e inovao. O seguimento e dalegislao pode resultar no seu cumprimento, o que positivo, mas tambm pode resultarem mais burocracia com pouco valor acrescentado. Ao descobrir os benefcios empresariaisassociados com a estratgia ambiental para os produtos pode constituir o primeiro passo emdireco ao desenvolvimento de uma estratgia de maior pro-actividade, e assim uma
evoluo da abordagem passiva ou reactiva.
A conscincia ambiental envolve igualmente a criao de uma imagem de marca positiva,tornar-se visvel no mercado. A actual seleco de fornecedores dos maiores FabricantesOriginais de Equipamento (OEMs) considera o perfil ambiental do fornecedor. Para algunsconsumidores, que esto mais conscientes para a proteco ambiental e que podemvalorizar os produtos ecolgicos pela sua maior eficincia, o valor ecolgico poderepresentar maiores vendas. Existem diversos rtulos ecolgicos para certificar e comunicaras propriedades ambientais superiores dos produtos. Alm da sua maior eficincia, osprodutos ambientalmente concebidos oferecem maior segurana ao consumidor, so maisfiveis e de melhor qualidade. Frequentemente, as estratgias ambientais so tomadas
pelas empresas como demasiado onerosas, mas na maioria dos casos, o eco-designpromove a reduo de custos. Por exemplo, a reduo do uso de materiais e gerao deresduos na produo de produtos, com menores consumos de energia, resultam embenefcios directos para o fabricante, sem esquecer a reduo dos riscos associados paraos trabalhadores e a maior motivao destes mesmos. A promoo de uma estratgia deeco-design passa pelo desenvolvimento de inovaes para manter os produtos actualizadose aumentar a sua eficincia. Por ltimo, o eco-design representa uma abordagem pr-activaem direco ao cumprimento da legislao.
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Exemplo empresarial: Better Energy Systems
Better Energy Systems (BES), uma empresa com sede no Reino Unido, um bomexemplo da promoo de conceitos ecolgicos em conjunto com produtos inovadores.BES afirma ser um lder no fabrico de produtos portteis de energia renovvel: Estamosempenhados em usar os meios mais eficazes para desenvolver e distribuir produtosambientalmente conscientes para a economia global. [] Atravs do nosso trabalho,
almejamos educar o consumidor sobre a funcionalidade e o potencial econmico dosprodutos ambientalmente concebidos. Em oposio ao argumento que diz que oconsumidor no procura produtos ecolgicos, BES segue uma estratgia assertiva paraeducar o consumidor sobre os aspectos ambientais do seu primeiro produto, umcarregador solar para dispositivos mveis. O design deste carregador solar combina umaesttica atraente com as caractersticas de um produto ambientalmente superior, tendosido o vencedor do prmio Macworld Best of Show Award 2005. A anlise energtica e detoxicidade do produto, foi realizada durante a fase de concepo do mesmo, de forma aavaliar e melhorar o desempenho ambiental do produto.
As principais mensagens do presente caso so: Produtos ecolgicos podem seresteticamente atraentes e capazes de comunicar a sua histria para o mundo criao deuma imagem de marca nica!
Os consumidores privados so um importante motor do eco-design medida que osproblemas ambientais tm aumentado. Com as devidas especificidades regionais, apreveno da poluio reconhecidamente uma tarefa importante. Mais, a imagem amigado ambiente apreciada por muitos.
Existe um elevado nmero de rtulos ecolgicos estabelecidos em diferentes pases, para
diferentes grupos de produtos. No final do ano 2002, aproximadamente 10.000 produtosestavam includos pelos sistemas de rtulos nacionais Europeus, ou mesmo pelo rtuloEuropeu (EU-flower). Na Alemanha, em 2004, cerca de 83% dos consumidores conheciam ortulo ecolgico alemo (Anjo Azul). Destes, 49% afirmavam que o Anjo Azul era importantena sua deciso de compra. Os rtulos ecolgicos so importantes, no apenas para osconsumidores privados, mas tambm o so na deciso de compra no enorme sector decompras pblicas, no qual as propriedades ambientais dos produtos desempenham umpapel significativo. O preo, a funcionalidade e o nvel de servio esto no topo das decisesde compra, contudo, o factor ecolgico pode ser o argumento adicional que decide emfavor de determinada escolha. Questionados sobre a sua disponibilidade para pagar maispor um produto com caractersticas mais amigveis para o ambiente, 10% dosconsumidores alemes responderam sem dvida que sim, sendo que outros 53% seencontram disponveis para pagar mais, de acordo com o estudo realizado pela GermanFederal Environmental Agency. Isto no significa que os produtos ambientalmenteconcebidos sejam necessariamente mais caros, de facto eles podem ser mais baratos,especialmente tendo em conta todos os custos do ciclo de vida.
Uma abordagem inicial para o eco-design pode residir na avaliao dos custos de produode determinados produtos. Que parte dos seus custos se encontra alocada aquisio dematrias-primas, matrias auxiliares, gua e energia? Torna-se difcil identificar estesvalores em toda a cadeia de fornecedores, mas por exemplo, para placas de circuitosimpressos, cerca de 20 a 40% dos custos totais de fabrico esto relacionados com a
utilizao de materiais e energia. A minimizao da intensidade de material por unidade deproduto, traduz-se na reduo de custos e permite reduzir impactes ambientais. Menor usode processos qumicos e uma reduzida variedade de materiais significa igualmente uma
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reduo nas actividades logsticas internas. O evitar do uso de matrias perigosas no fabricode produtos pode permitir reduo nos custos de manuseamento e processamento dosprodutos. Produtos mais pequenos implicam embalagens de menores dimenses e o uso demateriais reciclados pode ser mais econmico. Os produtos simples e de montagem fcilpermitem reduo nos custos de montagem e facilitam ainda a desmontagem, reparao,
reutilizao e reciclagem, no fim de vida.Os clientes industriais so um motor ainda mais importante do eco-design; em especial osgrandes grupos empresariais podem, atravs das suas polticas ambientais, promovergrandes melhorias junto dos seus fornecedores. No mnimo, exigem aos fornecedores queestes apliquem os princpios de boa gesto ambiental. A composio material dos produtosque so fornecidos -lhes igualmente exigida, geralmente, com diferentes nveis de detalhe,desde listas de substncias perigosas at listas completas de materiais. Deste modo ser umfornecedor ecolgico pode trazer um argumento decisivo para se ser escolhido comofornecedor. A anlise ambiental dos produtos pode resultar numa melhor compreensosobre a composio do produto e a sua funcionalidade, assim como as relaes existentes
com a cadeia de fornecedores. Uma boa gesto da cadeia de fornecedores um pr-requisito para uma elevada qualidade nos produtos finais.
Exemplo empresarial: TWINflex
Desde h alguns anos, a Wrth Elektronik, um fabricante alemo de placas de circuitosimpressos (PCBs), comeou a pensar sobre um conceito inovador de PCB querespondesse s exigncias futuras de reciclagem. A Wrth desenvolveu um PCB numatecnologia MicroVia, que utilizava material flexvel. A flexibilidade, na forma e na funo,torna este conceito TWINflex ajustado para circuitos tridimensionais, flexveis e de altadensidade. A folha flexvel de circuitos montada sobre um substrato homogneo de
plstico ou metal. Neste conceito encontram-se separados a parte mecnica das funes
elctricas do PCB. A utilizao de substncias perigosas no fabrico do PCB pode serdrasticamente reduzida por meio de processos de fabrico alterados. No final de vida, aseparao fcil do material de base e dos circuitos, que contm por exemplo uma elevadaconcentrao de metais preciosos, assim possvel. Tendo em conta que no futuro ofabricante ser responsvel pelos custos de processamento ou reciclagem, um conceitocomo o presente contribui para a reduo de custos de fim de vida, e a maximizao dos
materiais recuperados.
Porqu centrar a ateno no Design?A abordagem tradicional para a proteco ambiental reside na preveno da poluio ou nagesto dos resduos. Contudo, estas estratgias apenas se focam em evitar ou minimizar osimpactes ambientais decorrentes, sem considerar a concepo dos produtos. Para usar umametfora mdica, esta abordagem tradicional alivia os sintomas, sem incidir directamentesobre a origem do problema.
O eco-design foca claramente sobre uma etapa inicial da cadeia de valor: o processo deconcepo e desenvolvimento de produto. Adicionalmente, a filosofia envolve conceber oproduto, extraindo os impactes ambientais do produto em si e do processo de produo.Apesar da fase de concepo se tratar de uma fase limpa em si mesma, a maioria dosimpactes ambientais so nela definidos. Uma vez que o conceito principal esteja completo, eas necessrias tecnologias de fabrico atribudas, apenas sobra uma reduzida margem de
manobra na reduo de determinados impactes ambientais. Simultaneamente, mesmo amais avanada tecnologia de reciclagem tem de lidar com o que foi determinado na etapade concepo do produto.
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No total, cerca de 80% dos impactes ambientais decorrente de todo o ciclo de vida de umproduto, so determinado durante a fase de concepo do produto. Para os custos de ciclode vida, a situao em tudo idntica. Ainda por mais, da maior importncia considerar osaspectos ambientais e econmicos logo a partir do incio, como parte integrante daconcepo de produto.
Definio: Eco-Design
Eco-Design a integrao de consideraes ambientais na fase de concepo,considerando o ciclo de vida complete do produto, desde a aquisio de matrias-primas
at deposio final. O prefixo eco refere-se tanto economia como ecologia.
A base do EcoDesign Cumprimento da LegislaoO cumprimento da legislao uma exigncia e um motor para os esforos de melhoria
ambiental. Contudo, a legislao no deve ser encarada como a nica razo para asactividades ecolgicas, dado que por si s no ir levar a estratgias inovadoras.
Nos ltimos anos, a UE tem promovido diversas actividades visando a criao de legislaoambiental, que afecta especialmente a indstria elctrica e electrnica. A legislao e aspolticas de produto mais importantes so:
IPP Integrated Product Policy Poltica Integrada de Produto
EuP Energy-using Products Directiva de Eco-Design de Produtos que utilizamEnergia
WEEE Waste Electrical and Electronic Equipment - Directiva de Resduos de
Equipamentos Elctricos e Electrnicos RoHS Restriction of the use of certain Hazardous Substances - Directiva que restringe
a utilizao de determinadas Substncias Perigosas
Enquanto a IPP uma poltica genrica, que define o panorama e a filosofia da legislaoEuropeia relacionada com produtos, as restantes directivas definem em detalhe osrequisitos relevantes para as empresas. A Tabela 1 sumariza o mbito, o contedo principale a relevncia das trs directivas para as PMEs do sector elctrico e electrnico.
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Tabela 1 Sumrio da legislao Europeia: EuP, WEEE, RoHS (1 parte)
EuP WEEE RoHS
Meta
Optimizao de todo o ciclo de
vida do produtoConsiderao dos efeitosambientais nas fases do ciclo devida
Melhorar a gesto de fim de vida
para os equipamentos elctricose electrnicos
Implementao daresponsabilidade do produtor
Restrio sobre substncias
perigosas nos equipamentoselctricos e electrnicos(chumbo, mercrio, cdmio,crmio VI, PBB, PBDE)
mbito /Grupos de Produtos
Em geral:
produtos que representamum volume significativo devendas e comrcio,envolvendo considervelimpacto ambiental e
apresentam potencialelevado de melhoramento
Grupos de produtos emdiscusso para as medidas deimplementao:
equipamento deaquecimento e deaquecimento de gua
sistemas de motoreselctricos
iluminao domstica e no
sector tercirio electrodomsticos
equipamento de escritrio
electrnica de consumo
sistemas de aquecimento,ventilao e ar condicionado(HVAC)
Grandes e pequenoselectrodomsticos
TI e equipamentosinformticos
Equipamento de consumo
Equipamento de iluminao Ferramentas elctricas e
electrnicas
Brinquedos e equipamentosde desporto e lazer
Aparelhos mdicos
Instrumentos de controlo emonitorizao
Dispensadores automticos
Grandes e pequenoselectrodomsticos
TI e equipamentosinformticos
Dispensadores automticos Ferramentas elctricas e
electrnicas
Brinquedos e equipamentosde desporto e lazer
Equipamento de consumo
Equipamento de iluminao
(Actualmente isentos: Aparelhosmdicos e Instrumentos decontrolo e monitorizao; verWEEE)
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Tabela 1 Sumrio da legislao Europeia: EuP, WEEE, RoHS (2 parte)
EuP WEEE RoHS
Estado actual e prazos
Directiva Quadro adoptada
nos seus princpios peloConselho e pelo ParlamentoEuropeu em Abril de 2005
Para grupos individuais deprodutos sero adoptadasdirectivas especficas,baseadas na EuP
Acordos voluntrios pelaindstria podem serconsiderados em alternativa,sob determinadas condies
Directiva 2002/96/CE de 27 Janeiro
2003Publicada no Jornal Oficial a 13 deFevereiro de 2003
Transposio pelos Estados Membroat 13 Agosto 2005 (em Abril 2005:data limite ser ultrapassada pormuitos Estados Membro)
Logstica de Retomas estabelecidaem Agosto de 2005 (adiada emalguns pases)
Taxas de reciclagem com metas at
2006
Directiva 2002/95/CE de 27
Janeiro 2003Deciso da Comisso2004/249/CE 11 de Maro2004
Transposio pelos EstadosMembro at 13 Agosto 2005(em Abril 2005: data limiteser ultrapassada por muitosEstados Membro)
Restries entram em efeitoa partir de 1 Julho de 2006
Reviso de excepes pelaComisso Europeia emcurso
Requisitos
Definio de um eco-perfil doproduto pode ser exigido nasmedidas de implementao
Controlo de design ouimplementao de um sistemade gesto ambientalapropriado
Marca CE requereconformidade com EuP
Requisitos genricos(melhoramentos) eespecficos (valores limite,intervalos) definidos emDirectivas que se seguiro(medidas de implementao).
Distribuidor ou Produtor soobrigados a seguir os requisitos nodirectamente relevantes para osfornecedores (de componentes)
Recolha selectiva 4 kg por habitantepor ano com origem domstica (porpas)
Taxas especficas derecolha/reciclagem/reutilizao porcategoria de produto
Produtores financiam a reciclagem
Produtores devem oferecer soluesde retoma apropriadas aosconsumidores empresariais (B2B)
Produtores so obrigados a submeterpara os recicladores toda ainformao relevante para areciclagem apropriada
Restries das substnciasRoHS-6 em todos osprodutos referidos no mbito,colocados no mercadodepois de 30 Junho de 2006(determinada excepes soaplicveis)
Relevncia do EcoDesign
EuP implementa a IPP
Design de produto tem de sermelhorado tendo em contatodo o ciclo de vida do produto
Design de produto no deve esqueceras etapas de desmantelamento,recolha e reutilizao (prioridade dareutilizao e reciclagem de REE,seus componentes e materiais)
Produtos devero ser concebidos paradesmontagem fcil de componentescrticos (PCBs, baterias, retardadoresde chama bromados, ...)
Produtor tem de pagar pela
reciclagem, tornando-se assim areciclabilidade num factor econmico
Contedo material doproduto tem de serconhecido, pelo menos noque concerne s substnciasRoHS-6
Necessria comunicaodentro da cadeia defornecedores para ocumprimento legal
Reduo/eliminao de
substncias perigosas
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Alm destas trs directiva, existem diversas outras relacionadas com o tema do eco-design.Estas so apresentadas muito brevemente de seguida:
A Directiva dos Veculos em Fim de Vida (ELV) restringe determinados materiais nosautomveis, mas o chumbo nos equipamentos electrnicos auto encontra-se (actualmente)isento. O objectivo da Directiva ELV aumentar a taxa de reutilizao e recolha para 85%em mdia por peso por veculo e por ano at 2006, e em 95% at 2015. Esta directiva estem vigor h alguns anos, antecedendo as Directivas WEEE eRoHS. A indstria automvelrespondeu atravs de um sistema extensivo de informao (International Material DataSystem IMDS), que se tornou uma referncia para o sector elctrico e electrnico no seutodo.
Existem trs directivas de produto em vigor, que podem ser vistas como arqutipos dasfuturas directivas que se seguem EuP:
Directiva com requisitos de eficincia energtica dos balastros de lmpadasfluorescentes (2000/55/CE)
Directiva com requisitos de eficincia energtica para aparelhos de refrigeraodomsticos, congeladores e combinados (96/57/ CE)
Directiva sobre eficincia energtica para os novas caldeiras de gua alimentadas comcombustveis lquidos ou gasosos (92/42/EEC)
Um novo enquadramento legislativo da UE para os qumicos encontra-se em fase dediscusso actualmente; designado REACH (Registration, Evaluation and Authorisation ofCHemicals). De acordo com a verso preliminar da directiva, as empresas que fabricam ouimportam mais do que 1 tonelada de substncias qumicas por ano so obrigadas aregistarem-se numa base de dados central. As indstrias elctricas e electrnicas soafectadas indirectamente pela REACH, como um grande utilizador de qumicos.
Elos de ligao entre os Sistemas de Gesto Ambiental e oEcoDesignDe acordo com o EMAS (environmental management and audit scheme) ou ISO 14001, ossistemas de gesto ambiental tradicionalmente estabelecem o nfase, em medidas deproduo mais limpa, contudo, existem sobreposies com o eco-design. Assim, um sistemade gesto ambiental um ponto de partida apropriado para se iniciar no processo de eco-design de produtos.
Para tornar o desempenho ambiental de uma empresa comparvel ao longo do tempo,
indicadores chave so desenvolvidos com base em alguma unidade de produo. Taisindicadores chave podem ser o consumo de energia, consumo especfico de qumicos ou agerao de resduos perigosos, sempre com referncia a, por exemplo:
"m de rea de PCB " (indicador apropriado para fabricante de PCB)
"m de rea de silcio" ou "m de rea de silcio por camada de mscara" (fabricante desemicondutores ou ASIC design house apesar de a design house ela prpria noprocessar os processadores)
"componente" (fabricante de componentes passivos)
"produto" (OEM, apesar de este indicador poder ser ainda pouco especfico)
Dispondo dos indicadores, pode estabelecer-se um benchmark de produtos. De forma amelhorar estes indicadores chave, as metas podem ser estabelecidas dentro do prprio
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sistema de gesto ambiental e este tambm um primeiro passo na procura demelhoramentos ao nvel do produto e do eco-design. Contudo, dever referir-se que esteconjunto de indicadores baseados em unidades de produo no possui a perspectiva deciclo de vida.
Exemplo empresarial: Heidenhain-Microprint (Alemanha)
O fabricante de PCBs, Heidenhain-Microprint (HMP), iniciou um projecto paracontabilizao do fluxo de custos. Esta ferramenta baseada na identificao dos custosambientais de fim de linha, na anlise dos custos dos desperdcios e nos custos de
tratamento relacionados com os resduos e com a gua residual, nos custos deprocessamento e aquisio de processos qumicos em todos os processos. Relacionarestes custos, por exemplo, com os processos que levam a gerao de resduos edesperdcios, contribui para a identificao dos pontos quentes no processo de fabrico,onde os melhoramentos produzem efeitos muito positivos ao nvel do desempenho
econmico e ambiental do produto. Atravs desta ferramenta, a HMP obteve significativasredues de custos.
Mos obra Estratgias, Ferramentas e Metodologiasde Eco-DesignO primeiro passo no eco-design apenas necessita de uma mente receptiva e curiosa. Sepensarmos nas questes bsicas do produto e se tivermos uma ideia geral sobre osproblemas ambientais relacionados com os equipamentos elctricos e electrnicos, sermais fcil de determinar qual o principal aspecto ambiental do produto, no qual se devercentrar a estratgia de eco-design.
As questes chave so:
Qual o propsito ou aplicao do seu produto?
Quais so os padres comuns de utilizao?
Qual o tempo de vida projectado e o habitual?
Quem o utilizador? Business-to-business ou business-to-consumer?
Qual a dimenso do produto?
Este tipo de questes pode ser respondido se tivermos uma ideia preliminar daquilo que
ser o produto. Mas o que lhe diro as respostas a estas questes? Alguns exemplos: O produto possui um tempo de vida de vrios anos, encontra-se ligado por vrias horas
ou mesmo 24 horas por dia? Se sim, o consumo de energia e a eficincia durante o usosero um factor condicionante, certamente. Exemplos: componentes mais eficientes,maior conhecimento nos componentes promovendo a poupana de energia durante autilizao.
Se o produto de reduzidas dimenses e destinado aos consumidores privados provvel que acabe por ir parar a um aterro municipal (apesar dos requisitos da WEEEvenham a proibir esta prtica). A consequncia que um conjunto de materiais valiososno sero recuperados e outras substncias perigosas levaro a uma deposio
problemtica. Uma estratgia de eco-design apropriada dever focar a minimizao docontedo de materiais do produto, dado que estes nem sempre sero reciclados, e uma
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reduo na aplicao de substncias perigosas que provocam custos adicionais deprocessamento e esforos adicionais na reciclagem.
Se o produto apresenta dimenses elevadas, como os frigorficos e outros, ou se sovendidos a clientes empresariais (Business to Business), existe uma probabilidade maiorde que o produto seja reutilizado e/ou reciclado. Assim, um design para facilitar areparao, a desmontagem e a reciclagem faz todo o sentido.
Exemplo de Avaliao de Ciclo de Vida: Computadores Pessoais
A avaliao de todo o ciclo de vida de um produto, por exemplo, do bero cova, ajuda aestabelecer as prioridades correctas para optimizar o design. No que respeita aoscomputadores pessoais, a produo, incluindo matrias-primas e transporte, requeraproximadamente 535 kWh de energia primria. Em mdia, um PC ter uma vida til de 4
anos, e neste perodo de tempo, os padres de utilizao mdios levam a um consumoem energia primria de cerca de 1,600 kWh. Com as tecnologias de reciclagem mais
avanadas, uma grande parte dos materiais pode ser recuperada. Assim, a substituio dematrias-primas virgens pode resultar num benefcio aproximado de 70 kWh.
A comparao destes trs valores leva concluso de que a melhoria da reciclagem importante, mas mais importante ainda a melhoria dos processos de produo. Contudo,
claramente a primeira prioridade tem de incidir sobre a fase de utilizao. nesta que aenergia consumida. pois importante, por um lado educar o consumidor para usar oproduto de forma eficiente, e por outro, aumentar a eficincia durante o uso atravs de
caractersticas no hardware e no software.
Tendo uma primeira ideia sobre os impactes ambientais de um produto, altura de definir eestabelecer responsabilidades claras. No existe um nico eco-designer numa empresa,responsvel pelo eco-design, dado que este uma questo multidisciplinar e que exigetrabalho de equipa. Deste modo, existem vrios pontos de partida para o eco-design numaempresa, que em seguida se apresentam recorrendo a uma organizao tpica de umaempresa por departamentos:
Aquisio de produtos e servios externos responsvel pela seleco de fornecedores,procurando componentes que possuam menos substncias perigosas.
Marketing pode identificar oportunidades de mercado com base em caractersticasecolgicas de produtos.
I&D pode aplicar as consideraes ambientais como uma plataforma criativa paradesenvolver novas inovaes e identificar potencias melhoramentos ao nvel daeficincia e outros.
Se o designer de produto tradicional ou a equipa de design de produto j trabalha deuma forma interdisciplinar, o desempenho ambiental pode constituir apenas mais um doscritrios a incorporar no processo de deciso dirio.
Ambiente e Segurana no Trabalho pode contribuir com inputs directos na rea doambiente, dada a sua especializao na referida rea.
Gesto da Qualidade est relacionada com melhores produtos, o que se enquadra
perfeitamente com o esprito do eco-design.
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Tenha em ateno:
O eco-design uma tarefa integrada de concepo de produto e no ter sucesso se forencarada como uma actividade singular.
Ser que existe um livro de receitas para o eco-design? Infelizmente no, dado que o eco-design tem que ver com a criatividade e inovao. Contudo, ISO/TR 14062:2002disponibiliza algumas linhas de orientao para a integrao do eco-design no processo dedesenvolvimento de produto. A Tabela 2 sumariza as etapas do processo de design e aseleco de medidas apropriadas para o eco-design (adaptado de ISO/TR 14062).
Tabela 2 Processo de desenvolvimento de produto e actividades de eco-designrelacionadas
Etapa Actividades de Eco-Design
(1)
Planeamento
clarifique: qual a ideia do produto?
quais as prioridades (econmicas, tecnolgicas, ecolgicas) para o produto? trata-se de um produto totalmente novo ou um melhoramento de um produto j
existente (neste caso a gerao anterior pode servir como referncia) qual a estratgia ambiental global da empresa? status quo: em que actividades de ecodesign j se podem basear? veja Elos
de ligao com Sistemas de Gesto Ambiental considere ambiente de negcio: necessidades de cliente/mercado, legislao,
rtulos ecolgicos, nichos de mercado, produtos competidores, ...(2)Conceptualizao
integre aspectos de eco-design na definio das especificaes (critriosrgidos ou flexveis)
avalie a viabilidade (tecnolgica e financeira) aplique linhas guia, listas de verificao, etc. na refinao das especificaes comunique com a cadeia de fornecedores
(3)Design Detalhado
aplique ferramentas de eco-design e bases de dados relacionadas descubra alternativas para os materiais problemticos desenvolva cenrios de ciclo de vida para uma melhor compreenso do
produto design for assembly/disassembly
(4)Teste/Prottipo
efectue benchmark com a gerao de produtos anterior os objectivos foram alcanados?
(5)
Lanamento deMercado
comunique a excelncia ambiental do seu produto comunique caractersticas relacionadas: qualidade, custos de ciclo de vida desperte a conscincia nos consumidores
(6)
Reviso deproduto
avalie o sucesso do produto (que argumentos so realmente valorizados peloconsumidor?)
identifique novos desenvolvimentos para a prxima gerao de produtos que inovaes se seguem (internamente e no mercado)? o que esto os competidores a fazer?
As ferramentas bsicas para o eco-design so as listas de verificao (ou checklists). Estasaconselham sobre os aspectos em que se devem centrar e o que fazer; ajudam a comear apensar sobre determinados aspectos ambientais e a no esquecer o mais importante. Asverificaes repetidas podem tambm constituir um guia para melhorias. Uma lista extensiva
de questes com informao auxiliar relevante pode ser encontrada, por exemplo, em J.Rodrigo, F. Castells: Electrical and Electronic Practical Eco-design Guide (2002).
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Algumas questes podem parecer simples, mas estas levam s bases dos produtosambientalmente correctos. Tais questes podem ser:
O produto possui aplicaes de poupana de energia?
Motiva o consumidor para reduzir o stand-bydesnecessrio?
As caractersticas de poupana de energia so as mais recentes no mercado, so fceisde usar?
A arte de eco-design por detrs destas questes reside em no as responder apenas comum sim ou um no, mas comear a pensar em cada no, como comear a convert-lo emum sim.
Outras questes, por exemplo, relacionadas com o contedo material do produto,contribuem para entender, o quanto se conhece realmente o produto. Conhecer melhor oseu produto a base para a qualidade do processo de pesquisa para identificar eimplementar os melhoramentos no produto.
As declaraes de material esto a tornar-se um requisito mnimo da cadeia defornecedores. Existem diversos nveis de declaraes de materiais, desde as listasnegativas (listas negras) ou as declaraes de conformidade, at s declaraes completas,ou 100%. Todas as empresas do sector elctrico e electrnico que fornecem OEMs tm de,ou esto em vias de, apresentar as declaraes de material dos seus respectivosprodutos/componentes. Apenas manter bases de dados com os materiais com vista aopreenchimento das declaraes de material promove alguma vantagem no aproveitamentodeste tipo de recursos para a empresa, nomeadamente para as PMEs. Uma estratgiainteligente usa estas bases de dados de materiais como base para o eco-design e assimpermite alguns efeitos sinergticos importantes. Do mesmo modo, as PMEs que esto maispreparadas iro beneficiar da implementao pr-activa da gesto das declaraes de
material, na medida em que tero maior capacidade de cumprir os requisitos vindouros.
Uma estratgia bsica de eco-design reside no estabelecimento de uma hierarquia da Listade Substncias (Bill os Substances BOS), utilizando indicadores ambientais apropriados.Estes indicadores podem ser o consumo de energia primria para obteno de matrias-primas, dados de materiais para o ciclo de vida (por exemplo, o eco-indicator 99 sumarizaos impactes ambientais num nico valor), ou indicadores de toxicidade. Dependendo dosobjectivos de melhoria do eco-design (quais os aspectos ambientais relevantes no seucaso?) o produto pode ser optimizado com respeito a esse mesmo indicador. Enquanto asdeclaraes de material tornam possvel a comparao de materiais apenas com base noseu peso, o indicador ambiental oferece a possibilidade de comparao por intermdio dos
impactes ambientais potenciais. Eventualmente, e ainda mais importante do que saber comoaplicar os indicadores ao produto, ter aprendido uma nova forma de ver o seu produto, deum novo ponto de vista, e poder no voltar a necessitar de aplicar uma ferramenta deavaliao de impactes ambientais da prxima vez que abordar estas questes sobre umproduto.
Contudo, deve lembrar-se que os indicadores unitrios, de apenas um valor, muitas vezesno cobrem a totalidade dos aspectos ambientais e podem por isso no representar oproduto no seu ciclo de vida completo.
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Exemplo de Ferramenta de EcoDesign: Indicador do Potencial de Toxicidade (TPI), do
Fraunhofer IZM EE
A ideia por detrs do TPI reside na avaliao e comparao da toxicidade dos materiais. A
classificao baseada em informao facilmente acessvel de Folhas de Segurana deMaterial (Material Safety Data Sheets (MSDS)) e da legislao Europeia: princpios dosRs, concentraes permitidas no local de trabalho e classificao de poluio da gua(WGK, de acordo com a lei Alem). Estas trs classificaes legislativas estoagregadas no ndice nico especfico de material, que varia de 0 (potencial deperigosidade nulo) at 100 (potencial de perigosidade mais elevado) por mg desubstncia. Com estes valores especficos de material e a Lista de Substncias, umaclassificao dos materiais e componentes facilita a anlise de pontos quentes e apoia a
identificao dos componentes que deveriam ser melhorados ou substitudos.
O calculador de TPI encontra-se disponvel para download, de livre acesso, em:
http://www.pb.izm.fhg.de/ee/070_services/75_toolbox/index.html.
Uma abordagem diferente, que mapeia as relaes entre as diferentes fases do ciclo devida, os aspectos ambientais e outras questes relacionados com as empresas, a matrizMET, desenvolvida por H. Brezet e tal. Consiste numa tabela com as fases do ciclo de vida:produo e distribuio de materiais e componentes, fabrico do produto final, distribuiopara os clientes, utilizao e fim de vida o produto. Para cada uma destas fases atribudaa informao relativa ao ciclo material (M), ao consumo de energia (E) e s emissestxicas (T). Uma vez que os aspectos ambientais das alternativas de design do produtosejam avaliadas desta forma, importante relacionar os seus resultados com os outros
aspectos elementares, como sejam os benefcios para os consumidores ou para a empresa,ou os aspectos tcnicos, sociais e financeiros.
ComearComo incentive para a optimizao a concepo dos seus produtos, pode aplicar a filosofiados 6 Rs:
Filosofia dos 6 Rs (Fonte: Guia da UNEP para Gesto de Ciclo de Vida)
1. Repensar (Re-think) o produto e as suas funes, e.g. o produto pode ser utilizado deuma forma mais eficiente.
2. Reduzir (Re-duce) consumos de energia e material ao longo do ciclo de vida doproduto
3. Repor (Re-place) alternativas s substncias perigosas
4. Reciclar (Re-cycle) seleccionar materiais que podem ser reciclados, construir oproduto para que seja facilmente desmontado para reciclagem
5. Reutilizar (Re-use) Conceba o produto de forma que as peas possam serreutilizadas
6. Reparar (Re-pair) torne o produto fcil de reparar, para que no necessite de ser
substitudo no imediato
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8/8/2019 PT_Introduo s estratgias de EcoDesign
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A sua primeira estratgia de eco-design pode assemelhar-se com o seguinte:
Comear o eco-design
1. Avalie o estado actual: O que que o mercado exige, o que que o consumidor
procura, o que que j conseguiu fazer?
2. Primeiro avalie: quais os aspectos ambientais relevantes?
3. Estabelea as suas prprias metas
4. Envolva os departamentos relevantes e a cadeia de fornecedores, avalie asoportunidades atravs de benchmarking, mantenha-se atento e em contacto com arede EcoDesignARC
5. Escolha as ferramentas apropriadas, listas de verificao, linhas guia; associe o eco-design s questes relacionadas com custos
6. Analise o seu produto, encontrar automaticamente potencial para melhorar
7. Comunique os melhoramentos mostre o quanto perspicaz
Para questes adicionais, actualizaes e apoio na implementao do eco-design, contactea rede EcoDesignARC (http://www.EcoDesignARC.info).
http://www.ecodesignarc.info/http://www.ecodesignarc.info/