Psicofarmacologia

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Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP Bacharelado em Enfermagem 5º Período – Turma: 0901 Aline Zuehl Ferreira Ana Maria do Nascimento Ana Paula de Oliveira Elianeuma Nascimento de Andrade Zoraide Cristina de Azevedo ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

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Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIPBacharelado em Enfermagem

5º Período – Turma: 0901

Aline Zuehl Ferreira

Ana Maria do Nascimento

Ana Paula de Oliveira

Elianeuma Nascimento de Andrade

Zoraide Cristina de Azevedo

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

Caruaru - 2011

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Aline Zuehl Ferreira

Ana Maria do Nascimento

Ana Paula de Oliveira

Elianeuma Nascimento de Andrade

Zoraide Cristina de Azevedo

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

Trabalho solicitado pelo professor, Durcival Francisco, como requisito para aprendizagem na disciplina Assistência de Enfermagem na Saúde Mental e Psiquiatria do curso de Enfermagem da Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP.

Caruaru - 2011

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Psicofarmacologia

Introdução

Os psicofármacos são substâncias que alteram a atividade psíquica e que aliviam

sintomas de transtornos psiquiátricos ou promovem alterações na percepção e no

pensamento.

Alguns fatores como idade, sexo, peso, composição corpórea, alimentação e etc.

interferem no feito de um psicofarmaco.

Todo tratamento envolve o início, estabilização, manutenção e retirada, sendo

na fase inicial que se faz necessária a orientação ao cliente e a família sobre seus efeitos

e evolução esperados.

Hipnóticos e ansiolíticos

Os benzodiazepínicos (lanexat) são medicamentos de utilização ampla, apesar

de haver o risco de dependência quando de uso prolongado. Eles proporcionam alívio

dos sintomas, como ansiedade e insônia, sendo também utilizados em síndromes de

abstinência alcoólica como anticonvulsivante, hipnótico e relaxante muscular.

Os BZDs potencializam a ação y-aminobitírico (gaba), principal neurotransmissor

inibidor do SNC. O flumazenil é o principal antagonista dos BZDs, associado ou não a

outros fármacos.

Os efeitos adversos mais comuns dos BZDs são os relacionados com a

sedação, como sonolência, cansaço e etc.

Aconselha-se que as doses inicias sejam baixas, principalmente para pessoas

em que suas ocupações exijam maior atenção e habilidade ou que envolvam risco a

sua integridade física ou a de outros.

Antidepressivos

A depressão, também chamada de transtorno depressivo maior, é um problema

psiquiátrico e psicológico caracterizado pela perda de prazer nas atividades diárias

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(anedonia), apatia, alterações cognitivas, fadiga, alterações do sono, alterações no

apetite, redução no interesse sexual, retraimento social, ideação suicida e prejuízo

funcional significativo.

O transtorno depressivo maior diferencia-se do comportamento triste ou humor

melancólico que afeta a maioria das pessoas por se tratar de uma condição

duradoura (pelo menos 06 meses no caso de adultos) com fatores neurológicos

acompanhada de vários sintomas específicos.

Existe, também, a depressão crônica leve ou distimia, que possui os mesmos

sintomas do transtorno depressivo maior, mas sendo menos intensos.

Os antidepressivos mais usados no tratamento da depressão são os inibidores

seletivos da recaptação da serotonina como a Fluoxetina e a Sertralina (Zoloft).

Outros antidepressivos usados são os Inibidores da IMAO (inibidores da

monoamina oxidase), Inibidor da recaptação de dopamina, Inibidor da recaptação de

noradrenalina-dopamina, Antidepressivo tricíclico, Inibidor da recaptação de

serotonina-noradrenalina e Antidepressivo tetracíclico.

A principal atuação dos antidepressivos é no aumento de monoaminas como

serotonina, dopamina, noradrenalina e adrenalina. Apesar do nome, os

antidepressivos também são usados com sucesso em tratamento de diversos outros

transtornos como transtornos de ansiedade e fobias. Quanto mais específicos em sua

ação restrita nas monoaminas menos efeitos colaterais eles apresentam.

Geralmente os efeitos adversos são:

1. Disfunção sexual;

2. Dependência e síndrome de privação;

3. Mania: ilusões de grandiosidade e otimismo irrealista;

4. O período mais perigoso para o suicídio é logo após o início da terapia, porque

o fármaco só manifesta os seus efeitos completos após algumas semanas,

desespero devido à continuação dos sintomas, por falta de informação, pode

levar ao suicídio;

5. Com o uso dos ISRS (inibidor seletivo de recaptação de serotenina) é de se

esperar uma maior concentração de serotonina na fenda sináptica e uma

menor concentração disponível às plaquetas que a armazenam. Com a

serotonina é importante no fenômeno da coagulação, é de se esperar um

aumento no tempo de sangramento.

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6. Sensação de “boca seca” devida à redução do fluxo salivar, aumento na

secreção de prolactina, perda de apetite, assim como constipação intestinal

são comuns com fluoxetina;

7. Síndrome serotoninérgica é causada por excesso de serotonina na fenda

sináptica, levando a um quadro complexo de sinais e sintomas. Ocorre, por

exemplo, quando da associação entre ISRS e inibidores da MAO.

Terapêutica da depressão

O tratamento antidepressivo deve ser realizado considerando os aspectos

biológicos, psicológicos e sociais. Na média, não há diferenças significativas em torno

de eficácia entre os diferentes antidepressivos, mas o perfil em termos de efeitos

colaterais, preço, risco de suicídio e tolerabilidade variando bastante o que implica em

diferenças na efetividade das drogas. A conduta, portanto, deve ser individualizada. A

prescrição profilática de antidepressivos irá depender da intensidade e freqüência dos

episódios depressivos. O risco de suicídio deve ser sempre avaliado e se necessário

o ECT (eletroconvulsoterapia) deverá ser indicado. Não há antidepressivo ideal,

entretanto, atualmente existe uma disponibilidade grande de drogas atuando através

de diferentes mecanismos de ação, o que permite que, mesmo em depressões

consideradas resistentes, o tratamento possa obter êxito.

A principal variável a não adesão, são os efeitos colaterais, portanto, a redução

dos mesmos é fundamental para o êxito do tratamento. Pode haver efeitos adversos

com anticolinérgicos, cardíacos, sedação, náusea, convulsão e ganho de peso. Os

principais efeitos colaterais dos tricíclicos são anticolinérgicos. Já com os ISRSs os

efeitos sexuais despontam. Neostigmina na dose de 7,5mg a 15 mg, tomada 30

minutos antes da relação, tem sido utilizada para aumentar a libido, e a

ciproheptadina, 4mg ao dia por via oral, pode reverter a anorgasmia.

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Mecanismo de ação do Lítio

O Lítio é um elemento químico natural que existe em pequenas quantidades nos

alimentos e na água, mas quase não é encontrado no corpo. O mecanismo de ação

do lítio em relação ao seu efeito estabilizador do humor ainda é desconhecido. O lítio

interfere com neurotransmissores e atua em segundos mensageiros intracelulares, o

que pode acarretar diminuição dos níveis cerebrais de fosfoinositídeos.

Uma vez que as reações adversas podem surgir em doses muito próximas a

terapêuticas, a vigilância constante dos níveis plasmáticos é útil para garantir que a

dose seja efetiva e segura. O nível terapêutico varia individualmente, mas em geral

está 0,5 e 1,5 mE q/L para as fases agudas, e entre 1,0 e 1,5 mE q/L na prevenção

dos episódios.

O lítio possui alguns efeitos adversos, sendo muitos desses intensos, mas

facilmente reversíveis. Altos níveis plasmáticos acarretam efeitos tóxicos que

comprometem o paciente, quando não há intervenção precoce; Poliúria é um dos

efeitos colaterais mais intensos, acredita-se que seja decorrente da inibição de

hormônios antidiuréticos, podendo conduzir a um desequilíbrio hidroeletrolítico; pode

produzir hipotireoidismo e bócio por haver uma interferência do lítio com o hormônio

estimulante da tireóide (TSH).

A intoxicação pode ocorrer devido ao acúmulo de lítio em decorrência no estado

do cliente relacionado a alguma alteração, tais como:

- Dieta hipossódica, introdução automedicamentosa de diuréticos tiazídicos ou

variação da função renal;

- Ocorre também sonolência, vômito, debilidade muscular, secura bucal, dor

abdominal, letargia, anorexia, visão turva e podendo haver fases mais graves, como

convulsão generalizada e morte.

O tratamento está relacionado à restauração do equilíbrio hidroeletrolítico,

manutenção das funções vitais e etc.

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Antipsicóticos

São medicamentos usados no controle de delírios e alucinações, são utilizados

no controle de surtos agitados, sendo conhecidos como tranqüilizantes maiores. Os

antipsicóticos são utilizados clinicamente em esquizofrenia, existem vários tipos de

neurolépticos, sendo atípicos ou tradicionais, por exemplo: Haloperidol (Haldol),

Clorpromazina (Amplictil), entre vários outros. São eficazes no controle dos sintomas

positivos como delírios e alucinações.

Apresentam efeitos adversos que comprometem a ADESÃO do cliente ao tratamento.

Geralmente são efeitos extrapiramidais, psicomotores, tais como, tremores, rigidez

muscular, inquietação e Parkinsonismo. Para minimizar esses efeitos que se iniciam

logo no início do tratamento, recomenda-se o uso de um medicamento que diminua

os efeitos adversos, como o Akineton que é um anticolinérgico.

Os antipsicóticos atípicos (mais modernos) são eficazes também nos sintomas

negativos (apatia) e falta de motivação, esse causa menos efeitos colaterais, sendo a

medicação a mesma para a maioria dos clientes, como por exemplo, o Rispiridona.

Uma preocupação comum em relação a todos os antipsicóticos é o desenvolvimento

da Síndrome Neuroléptica Malígna, em quadro grave que ocorre de forma imprevisível,

independente da dose que esta sendo administrada.

Os clientes devem estar atentos ao aparecimento de hipertermia, tremores,

alterações do nível de consciência e convulsões.

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Condutas de enfermagem em saúde mental

A avaliação das necessidades específicas e as ações de enfermagem são

aplicadas de acordo com cada indivíduo. Assim, têm-se uma reorganização dos

sintomas dos pacientes e uma prevenção para futuros episódios, melhorando a

qualidade de vida do grupo familiar, seu papel frente à sociedade e entre seus

próprios membros, evitando a deterioração definitiva que leva à incapacidade mental.

A prática em enfermagem psiquiátrica se baseia em ações que visam a melhorar a

condição da qualidade de vida, a contribuir no controle do surto da doença, torná-la

estabilizada, a ajudar na integração social após o aparecimento da doença e a

cooperar na adesão, ações como:

Implementar avaliações biopsicossociais com atenção às características

culturais;

Criar e implementar planos para melhorar as condições de saúde;

Orientar a família sobre os recursos disponíveis;

Promover e manejar, dentro de saúde mental, os efeitos da doença através do

ensino, da pesquisa, proporcionando adequado aconselhamento à família;

Manejar e coordenar sistemas de integração de cuidados que integrem as

necessidades da família, promovendo um entendimento e uma melhor

aceitação da doença, o que leva à melhor adesão ao tratamento e uma melhor

reabilitação social;

Outra importante ação de enfermagem é a estimulação dos clientes de primeiro

surto esquizofrênico a usar recursos disponíveis na sociedade como trabalhos

voluntários, atividade em grupos, exercícios físicos, lazer, entre outros.

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Diagnóstico de Enfermagem:

Tristeza crônica, relacionada a uso de psicoterapias que causam

depressão no SNC, evidenciado por melancolia, retraimento;

Processos familiares interrompidos, relacionados ao membro da família

acometido pelo distúrbio psicótico, evidenciando por dificuldade de

relacionamento, rotinas diárias alteradas, medo;

Negação ineficaz, relacionada aos meios de tratamento do cliente com

distúrbios mentais, evidenciada por negação a assistência por utilização

de outras formas de tratamento;

Risco para violência direcionada a si mesmo, relacionada a não adesão

ao tratamento ou efeitos dos psicoterápicos.

Intervenções de Enfermagem:

Administrar medicamentos no horário correto, observando os cinco

certos.

Tentar interagir com o paciente de forma profissional.

Retirar objetos que possam trazer riscos de trauma para o cliente.

Apoio emocional ao cliente e familiares.

Orientar quanto a importância do tratamento.

Manter ambiente calmo e favorável para o convívio e o tratamento do

cliente.

Verificar SSVV e de preferência quando houver intercorrências.

Observar sinais e sintomas de efeitos colaterais causados pelas

medicações.

Orientar a família quanto a importância de seu relacionamento com esse

cliente.

Resultados Esperados:

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Estabilizar o quadro clínico do cliente.

Melhor relacionamento familiar e social.

Redução dos eventos traumáticos que os mesmos sofrem.

Favorecer a boa qualidade de vida.

Manter bem estar mental e espiritual.

Reintegração na sociedade.

Conclusão

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Concluímos que a atualização de psicoterápicos é de fundamental importância no

tratamento das psicoses, mas não é um tratamento feito avulso, deve estar interligado

com uma assistência que vise fatores externos, relacionados aos problemas internos

do cliente, ou seja, causas que o levaram a desenvolver a doença.

Diante do que foi visto no texto, observamos que quando o nível de dificuldade de

determinadas pessoas, é maior que a possibilidade dessas lhes dar com essas

dificuldades, ela pode apresentar alterações na sua maneira de perceber, pensar,

sentir e agir. Daí então se faz necessário um tratamento adequado, juntamente com

uma equipe multidisciplinar que tem a finalidade de tratar o cliente como um todo, lhe

garantindo uma boa qualidade de vida.

Referências

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1. Graeff FG, Guimarães FS. Fundamentos de psicofarmacologia. São Paulo:

Atheneu, 2005. 238p.

2. Gorenstein C, Scavone C. Farmacologia dos antidepressivos e do lítio. In: De

Lúcia RM, Oliveira-Filho RM. Farmacologia integrada. 2ª Ed. Rio de Janeiro:

2003. p. 266-34

3. http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v40n2/18.pdf