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Psicóloga pelo Centro

Universitário do Leste de

Minas Gerais – UNILESTE

(2015), atua em clínica desde

2016 na região do Vale do

Aço.

Apaixonada com

desenvolvimento humano,

vê no desenvolvimento

infantil importantes aspectos

a serem trabalhados e

cuidados para se tornar um

adulto saudável.

Junto ao atendimento

infantil, percebe também,

que as mães precisam de

atenção, precisam de

acolhimento para lidar com a

vida materna, pessoal e

profissional.

Partindo do princípio

“precisamos estar bem, para

cuidar bem dos filhos”, vem

desenvolvendo estudos e

atuação voltada para

universo materno e infantil.

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A maternidade chega

trazendo um turbilhão de

novas experiências e

sensações às vezes

inexplicáveis. Medos,

angústias, ansiedade,

lutos, entre outros. E

muitas vezes, juntos a

outros fatores,

desencadeiam sentimentos

que parecem não

condizer com aquele

momento de

tamanha

alegria,

caracterizado por uma tristeza podendo chegar à depressão.

A mulher se depara com a complexidade da maternidade, para a qual não foi

devidamente orientada e preparada. Diante disso, surge a necessidade de

reflexão sobre o contexto da mulher após maternidade, com os ajustes que

muitas precisam fazer com nascimento do filho.

Cuidar de um recém-nascido e cuidar de si e dos demais papeis, pode ser um

fator de grande estresse para a mulher. Mas mesmo assim, é possível viver

uma maternidade leve?

Momentos de decisões, de aprender a ser mãe, de adquirir novas habilidades

e tudo isso sendo vivenciado em meio a profundas mudanças fisiológicas no

organismo.

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Nos preparamos para muitos fatores da vida, estudamos, fazemos curso, mas

para maternidade ainda não acontece essa preparação. Os preparos ficam

por conta oficialmente pelas idas ao obstetra para ver se está tudo bem com o

bebê e com a mamãe, participação em eventual palestra e com o enxoval.

O desenvolvimento humano é marcado por transições, isso é, mudanças na

rotina e na forma de acontecer da dinâmica pessoal. E nesse cenário

permeiam mudanças físicas, fisiológicas e psicológicas também.

Assim também, a gestação pode apresentar características semelhantes, pois

trata-se de um processo de transição da mulher filha para mulher mãe e que

vem permeada por mudanças fisiológicas, mudanças corporais e também de

comportamento. E essas mudanças tornam-se ainda mais evidentes após o

nascimento do bebê.

A mulher, agora mãe, constituída dos seus papeis e fazeres (filha,

empregada/empreendedora, esposa, irmã, tia, etc) tem um novo papel a

cumprir que é o cuidar de um ser tão pequeno, indefeso e que depende

completamente do seu olhar, cuidado, atenção e amor.

O processo após ao nascimento do bebê é um momento muito difícil para a

maioria das mulheres, pois o bebê demanda atenção, a mãe não dorme

bem, as mamadas na madrugada, o choro que a mãe já não sabe mais o que

fazer para acalmar o bebê, o processo de amamentação que também

necessita de um aprendizado de ambos (mãe e bebê), toda essa transição

deixa a mulher vulnerável.

Passado o puerpério, que é o período pós parto conhecido também como

resguardo, podendo durar até três meses após o parto, a mulher já começa a

vivenciar os medos e inseguranças da volta ao trabalho. Isso é quando

empregadas, ou empreendedoras que conseguem se afastar do trabalho.

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E é sobre esse cenário, sentimentos, medo, culpa, que você lerá nesse e-

book. Tenho certeza que trará uma perspectiva mais ampla sobre a

maternidade potencializando você a se tornar a mãe que deseja para seu

filho, sem abrir mão da sua felicidade e de suas realizações.

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Sem dúvidas uma das maiores realizações na vida de uma mulher é a

maternidade. É claro que há quem não sinta desejo por essa realização e não

existe problema algum nisso.

Mas, com tantas expectativas internas (emocionais) e externas (família,

sociedade), acabamos sufocadas em um turbilhão de sentimentos que, se

não forem trabalhados, podem trazer alguns transtornos na nossa vida

emocional.

A sociedade moderna tenta nos proporcionar mais conforto com as mais

diversas tecnologias em toda forma de se executar tarefas.

Desde o lazer até os serviços rotineiros no decorrer do dia. Mas se era para

estar mais fácil, porque não nos sentimos plenamente realizadas?

Porque a sensação de que antigamente éramos mais felizes?

Bom, um fato inegável é que junto com as facilidades tecnológicas, vieram

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também a cobrança cada vez mais constante por produtividade.

Temos que facilitar as tarefas para conseguir trabalhar mais, ser mais

produtivas, conseguir mais recursos para conseguir mais facilidade, para ter

mais tempo, para suprir expectativas, e assim vai nossos desejos por

realizações voando como borboletas em um círculo vicioso.

Tornou se um desafio conciliar as tarefas que desejamos realizar, como o

cuidar da casa, cuidar dos filhos, e ao mesmo tempo conquistar realização

profissional e pessoal (vida amorosa, saúde física e mental).

A cada escolha, um sentimento de deixar algo para trás e ao tentar conciliar

tudo, um sentimento de frustração por não conseguir alcançar as expectativas

desejadas.

O sentimento de culpa acaba falando mais alto e cada vez mais tentamos

preencher os vazios que ficam pelo excesso de demanda fora de casa.

Nunca compramos tantos presentes, passeios caros, roupas e artigos para

tentar compensar o tempo que perdemos com nosso filhos, sem contar as

expectativas alheias dos parentes e amigos...

É um bombardeio de como deveríamos proceder, qual a melhor posição para

amamentar, qual comida devia dar, qual chá para cada dor, sem contar as

superstições.

Somos o tempo todo inundadas de expectativas e acabamos sufocadas,

deixando de lado a beleza de sermos nós mesmas para não ficarmos em

débito com uma sociedade que, as vezes, mais atrapalha do que ajuda.

Mas sabendo que tudo isso já não é mistério para ninguém, fica a pergunta

que não quer calar: é possível ter uma vida plena nas realizações

pessoais e ser realizada com a maternidade?

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Já sabemos como estamos hoje e quais dificuldades enfrentamos

diariamente, mas como chegamos até aqui?

A maternidade tinha aspectos bem diferentes antes da era industrial e da

globalização.

Na Europa, por volta do século XVI os bebês eram entregues a ama-de-leite,

que se dedicava a cuidar do recém-nascido até os primeiros anos de vida.

Como eram grande os índices de mortalidade infantil, acreditava-se que as

mães não queriam apegar-se a seus bebês, pois poderiam vir a ficar sem

eles.

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Mas no pós guerra, com as altas taxas de mortalidade, e da crescente fome,

criou-se o discurso que a mãe deveria assumir esse papel de cuidar,

amamentar. E assim, a mãe tem um papel enaltecedor de importância,

surgindo assim o conceito de amor materno.

No Brasil colonial a distinção das mulheres se davam pelas brancas, livres e

as negras escravas. As escravas por muitas vezes eram tidas como uma

forma de aumentar o número de escravos ao seu senhor. E nas famílias

camponesas, filhos representavam prosperidade, força de trabalho.

A mulher assume o papel de mãe, cuidadora e educadora dos filhos, com

papel fundamental de ensinar valores morais e religiosos também.

A medida que a mulher vai conquistando seus direitos e sua independência,

fica mais difícil cumprir com as necessidades dos filhos diariamente com a

carga de trabalho fora de casa que ela vai gradativamente sentindo

necessidade de realizar tanto pela realização própria quanto pelo bem estar

da sua família.

Como podemos perceber, o processo da maternidade foi se modificando ao

longo da história, em certo ponto, imposto pelas circunstâncias do momento,

mas hoje temos a condição de fazer escolhas na forma de maternar, espaço

para dialogar, grupos de apoio, profissionais, entre outros.

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Eis aí uma tarefa muito difícil, conciliar

e encontrar o equilíbrio. Já diz o

ditado, “quem tenta agradar a todos

não agrada a ninguém”.

O primeiro passo para alcançar

essa proeza é ter um objetivo

claro de como você deseja

conduzir a maternidade.

Parece muito simples,

mas a maioria de nós

nos perdemos ao longo

da jornada, nos

entregamos ao

cansaço e

acabamos

mudando de meta antes mesmo de conseguir o que desejamos.

A vida materna pode ser uma vida mais leve, se nos permitirmos falhar, errar,

recomeçar. É sempre um processo de calibragem entre o que eu desejo e o

que é possível. Li recentemente que “a maternidade é da ordem do possível”.

É preciso a todo instante se reconectar com que desejamos e escolhemos

como caminho.

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Quantas vezes desistimos da academia ou exercícios físicos pela falta de

tempo ou dinheiro, abrindo mão da saúde e do corpo que queremos?

Quantas vezes deixamos de colocar nossos filhos em uma escola melhor por

falta de dinheiro?

Quantas vezes deixamos o lazer de lado pelo simples cansaço ou falta de

planejamento?

E assim as diversas situações vão atropelando a vida e se não organizar,

acaba nos levando como uma enxurrada.

É nesse momento que temos que voltar e rever nossas escolhas, nossas

prioridades. Por isso a importância de saber como deseja conduzir, para

poder conseguir planejar melhor cada etapa diminuindo as chances de se

perder no caminho.

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Com relação à carreira, é crucial planejar para conquistar mais tempo e

qualidade de vida. Muitas mães, talvez você mesma, querem trabalhar menos

horas para ter mais tempo com os filhos.

Mas sabemos que as empresas estão atrasadas em flexibilizar as jornadas de

trabalho com isso é de suma importância optar por carreiras onde se tem

mais aptidão. Assim, facilita explorar o fator criativo que a maternidade nos

oferece.

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Sim, a maternidade nos tira do comodismo e nos faz criar coisas novas que

julgávamos não ser capazes.

Muitas profissionais, nos seus mais diversos níveis de escolaridade e tipo de

trabalho, abrem mão da carreira quando se tem um filho. E as razões são

diversas: por não terem pessoas de confiança para cuidar do bebê, pelo custo

de pagar uma babá ou creche não ser viável, pelo cansaço da dupla/tripla

jornada.

Outras mães mudam de carreira, buscam algo novo para fazer, criam

negócios próprios que possibilite conciliar o cuidado do filho e da casa.

É lamentável ver o quanto ainda é doloroso para mulher que trabalha e

também é mãe. Não há como escapar dos julgamentos do que os outros

acham que é melhor. Nas empresas não há flexibilização de horários e

rotinas, as mulheres recebem menos que os homens e ainda são submetidas

a horários estendidos, mesmo sabendo que tem filhos, que tem dupla jornada.

E quando abrem mão da carreira são questionadas: “nossa estudou tanto

para ficar em casa?”, “filho cresce, depois vai se arrepender”. Quando tentam

retornar ao trabalho, tem que justificar a data do último trabalho, e explicar

que parou a carreira para cuidar dos filhos, e o feedback que recebem é para

procurar outra carreira ou estudar mais.

É sério isso acontece!

Mas eu te convido a refletir qual é a sua média de carreira e de maternidade.

Bom, hoje o mundo corporativo vive em função da produtividade. E esse fator

acaba elevando o tempo que o profissional destina-se às atividades laborais,

com isso reduz o tempo com a família e lazer.

E isso traz prejuízos para o profissional, como estresse, esgotamento físico, e

outras consequências.

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Pensando em você, que tem filho, qual seria o tempo que você considera que

seria viável de trabalho para que consiga maternar com equilíbrio, dando à

sua família o cuidado que você gostaria de dar? Essa será a sua média.

Lembramos que a saúde está no equilíbrio.

O Sebrae tem uma pesquisa muito interessante que diz que as mulheres

representam 48% dos micro empreendedores individuais, e são mais

escolarizadas que os homens empreendedores. E a maior parte desses

empreendimentos são na própria residência.

A mulher vem ampliando seu fazer, e com possibilidades de fazer por si,

como empreender, que possibilita fazer o que realmente gosta, no conforto de

casa, no calor do cuidado materno e com flexibilidade.

A mudança na vida do casal após a chegada dos filhos é inevitável.

Os filhos demandam atenção e cuidados da mãe, que acabam não dando

conta de conciliar o cuidado com os filhos e o relacionamento com seu

parceiro.

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Mais uma vez o planejamento é essencial para o casal.Reservar um tempo

para deixar os filhos com os avós para um passeio romântico pode ser a

válvula de alívio para as pressões do dia a dia e não deixar o relacionamento

esfriar.

Muitas mães acabam doando todo o seu tempo para os

filhos e quando eles crescem, seguem seu destino

deixando-a com a vida vazia podendo ocasionar o que

chamamos de “síndrome do ninho vazio”.

Por isso a importância de zelar por um relacionamento

saudável. Propor diálogos, ouvir o parceiro, saber o que

cada um espera do outro e ajustar a dedicação é

essencial para não perder a paixão.

Um outro ponto importante é abrir espaço para o

pai paternar de forma livre, sem cobranças,

sem julgamentos. Dessa forma ele

participa do cuidado do filho sem

que todas as tarefas fiquem

exclusivamente com a mãe, e traz

para o pai o sentimento de

importância no cuidado com o filho.

Isso fortalece o vínculo pai e filho e

também com o relacionamento, pois

a mãe não se vê sozinha nessa

jornada.

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Há um ditado que provavelmente você já ouviu falar: “nasce uma mãe, nasce

uma culpa”. Mas não precisa ser assim.

Há uma forma de lidar melhor com as circunstâncias maternas.

E de onde vem o sentimento de

culpa? Ele é uma possível

resposta a ações que

fazemos e que essas ações

são julgadas pelo nosso

meio social, como

inadequada. Isso ocorre

quando há uma regra (ou lei)

e se você não age de

maneira a responder

aquelas regras você será

“penalizada”.

Então se você faz parte

de uma comunidade que

valoriza a mãe que fica em

casa e você trabalha fora de casa, diante de um possível olhar julgador, você

se sente punida e é o que comumente chamamos culpa.

Se você conhece as ferramentas de uma educação positiva ou baseada no

reforço e não na punição, quando estiver próximo a pessoas que são a favor

da palmada por exemplo, provavelmente te julgarão e dirão que você não tem

controle da situação e por ai vão as regras dos outros, que não são suas.

Se analisarmos que essas regras não condiz com o seu perfil, torna para você

mais fácil lidar com as expectativas do outro e sem culpa.

Outra medida importante é ter clareza de suas escolhas, das opções que

você faz na sua maternagem. Os “porquês” dessa escolha devem está claro

para você.

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Quando você escolhe sua forma de maternar e tem clareza da sua decisão,

as vantagens que você tem sobre essa escolha é muito maior que o olhar de

julgamento do outro. De certa maneira, você passa a não dar mais

importância e se alivia do sentimento de culpa.

Se preciso for, faça uma análise das suas escolha, calibre suas expectativas,

suas ações e as respostas que tem alcançado.

Se necessário, recalcule a rota.

Por muito tempo o papel materno assumiu um lugar de olhares de

julgamentos pelo filho que “deu errado”, o menino de mau comportamento

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que era interrogado “sua mãe não te deu educação?”, ou ainda na vida adulta

“sou assim, porque minha mãe...”.

A mãe passa por olhares julgadores e que colocam sobre ela uma

responsabilidade de educação, de criar cidadão para o mundo, orientando-o

como ele deve proceder.

E esses papeis foram impostos para as mães lá no passado, como a oficial

cuidadora e responsável por ensinar comportamentos sociais, morais e

religiosos.

Hoje temos inúmeras orientações para as mães do que elas devem fazer,

como proceder com o filho desde bebê até a vida adulta, mas sem um olhar

de cuidado para a mulher que está ali mergulhada na sua maternidade.

As escolhas da mulher às vezes ficam de lado, quando a prioridade é o que

estão ditando sobre o como cuidar do filho (amamentação em livre demanda;

introdução alimentar aos x meses; retorno ou não ao trabalho com 4 meses

ou 6 meses), enfim.

É importante que haja espaços e orientações para que você se sinta parte

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desse processo e não apenas executar “mandos” e regras que você não

compartilha.

O fator de saúde mental da mãe pode variar muito nos primeiros meses de

vida do bebê. O período do puerpério pode ser um desencadeador de

sofrimento psíquico.

Esse em primeira instância é um processo de transição que gera muito

desconforto para as mães, pelas questões que já comentamos ao longo

desse e-book.

Mas também pode desencadear em crise, em depressão, ou ainda outros

aspectos de saúde mental que não haviam sido manifestados.

Aspectos relacionados ao autoconhecimento da mulher são fatores de

prevenção. Pois quando você conhece seu funcionamento, sua forma de

comportar, percebe facilmente quando você não está bem.

Na maternagem sabemos que o bebê tem uma forte influência na rotina, mas

lembrando que você precisa estar bem para cuidar do outro. Sabe aquela

história de colocar a máscara de oxigênio primeiro em você, e depois auxilie a

pessoa que está ao seu lado, seja ela o seu filho ou não, no momento de uma

pane no avião? Pois bem, em terra firme a instrução é a mesma.

Não conseguimos ter uma maternagem leve se não estamos conseguindo

viver com leveza, não conseguimos manter filhos organizados, se não

tivermos organizadas.

Pense: qual estilo de autocuidado você gosta de ter com você?

Se é ir ao cabeleireiro, se é ir à manicure, se é tomar um banho demorado ou

se é um café com a amiga. Se descubra, analise o que você faz ou fazia por

você que te traz um sensação de bem estar, que te deixa feliz, sem ser

cuidar do bebê.

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Parece fácil com essas dicas! Mas você deve estar pensando: e na prática, se

eu não der conta? E se isso não funcionar para mim?

Bom, não existe uma norma, um script a seguir, mas é descobrir o que melhor

se adapta a sua rotina.

E se sentir que não está funcionando como previa, que está mais cansada

que o normal, que as sensações de prazer, alegrias estão cada vez mais

distantes da sua realidade no dia a dia, é momento de procurar ajuda.

A terapia, grupo de mães orientado por um profissional são ferramentas de

muito valia. A perspectiva do grupo também traz aspectos importantes de

pertencimento e de não estar sozinha no mundo.

Você não precisa adoecer para pedir ajuda seja ela a algum familiar ou

amigo, ou até mesmo de um profissional. Mas se não estiver bem, com

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sentimento de tristeza, sensação de angústia, de estar sendo ingrata por se

sentir assim, é importante procurar ajuda.

O processo de psicoterapia ajuda na orientação, no acolhimento dessa

angústia e desses sentimentos.

Buscar por autoconhecimento traz significativas mudanças de

comportamento. E todas essas mudanças em você trará efeitos no seu

ambiente, na relação com sua família, esposo e com seu bebê.

Se você acha que está muito difícil, não hesite em procurar ajuda profissional!