PRÁTICA DE DIETAS RESTRITIVAS E ESTADO NUTRICIONAL EM ...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
PRÁTICA DE DIETAS RESTRITIVAS E ESTADO
NUTRICIONAL EM ADOLESCENTES DE CUIABÁ,
MATO GROSSO
LAÍSA RODRIGUES MIRANDA
Cuiabá-MT, Setembro de 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
PRÁTICA DE DIETAS RESTRITIVAS E ESTADO
NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES EM CUIABÁ,
MATO GROSSO
LAÍSA RODRIGUES MIRANDA
Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de
Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus Cuiabá, como parte dos requisitos exigidos
para obtenção do título de Bacharel em Nutrição.
Orientadora: Profª. Drª. Shirley Ferreira Pereira
Cuiabá-MT, Setembro de 2017
RESUMO
No período da adolescência vários fatores podem influenciar nas escolhas e hábitos alimentares, como valores
socioculturais, imagem corporal, convivências sociais, situação financeira, alimentos consumidos fora de casa,
influência da mídia, tais fatores os leva a ter um comportamento restritivo em relação à alimentação. Atualmente
a prática de dietas está muito difundida. Para indivíduos que desejam a perda de peso em curto prazo, o
seguimento de dietas da moda promove grandes resultados o que pode ser encarado como vantagem. Este estudo
tem como objetivo relacionar a prevalência de comportamento alimentar restritivo com o estado nutricional de
adolescentes de uma escola públicas e privada do município de Cuiabá, MT. Este trabalho constituiu um estudo
de corte transversal, com adolescentes de 15 a 18 anos, de ambos os sexos, matriculados no Ensino Médio de
uma escola particular e pública no município de Cuiabá. Em relação ao estado nutricional dos adolescentes,
68,2% estavam com eutróficos, 22,7% com sobrepeso/obesidade e 9,1% apresentaram baixo peso. 60,06% dos
adolescentes já fizeram ou estão fazendo dieta restritiva, sendo que a maior parte deles não teve supervisão
profissional, informando-se a respeito principalmente através da mídia e o nutricionista foi consultado em 30%
dos casos. Dentre a população adolescente que realiza dietas restritivas pode-se notar que a maioria foi
classificada como sobrepeso, e muitas vezes o caminho encontrada para perda de peso é a restrição alimentar que
é o principal fator de risco para desenvolvimento de transtornos de comportamento alimentar, sendo esta prática
prejudicial ao desenvolvimento e crescimento do adolescente.
PALAVRAS-CHAVE: Dietas restritivas; estado nutricional; adolescentes.
ABSTRACT
In the adolescence period, several factors can influence the choices and eating habits, such as sociocultural
values, body image, social coexistence, financial situation, food consumed outside the home, influence of the
media. .These factors contribute to the pressure suffered by the young population thus leading them to have a
restrictive behavior in relation to food. Currently the practice of diets is widespread. . For individuals wishing to
lose weight in the short term, following fashion diets promotes great results which can be seen as advantage.
This study aims to relate the prevalence of restrictive eating behavior to the nutritional status of adolescents
from public and private schools in the city of Cuiabá, MT. This study was a cross-sectional study, with
adolescents between 15 and 18 years of age, of both sexes, enrolled in the High School of a private school and a
public school in the city of Cuiabá. Regarding the nutritional status of adolescents, 68.2% were adequately
weighed, 22.7% were overweight / obese, and 9.1% were underweight. 60% of adolescents have already been or
are on a restricted diet, most of whom did not have professional supervision, informing yourself through the
media and the nutritionist was consulted in 30% of cases. Among the adolescent population that performs
restrictive diets, it can be observed that the majority was classified as overweight, and often the way found for
weight loss is the food restriction that is the main risk factor for the development of eating behavior disorders.
KEY WORDS: Restrictive diets; nutricional status; teenagers.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................ 7
2.OBJETIVOS .................................................................................................. 12
OBJETIVO GERAL: .................................................................................... 122
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ...................................................................... 122
3.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 13
3.1. População .............................................................................................. 13
3.2. Método ................................................................................................... 13
3.2.1. Análise da Prática de Dietas restritivas e fatores associados .......... 13
3.2.2. Avaliação do estado Nutricional ....................................................... 14
3.2.3. Análise Estatística ............................................................................ 15
3.3. Análise Ética .......................................................................................... 15
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 16
4.1. Aspectos Sócios Demográficos e de estilo de vida dos Adolescentes... 16
4.2. Avaliação do estado Nutricional ............................................................. 18
4.3. Análise da Prática de Dietas restritivas .................................................. 20
4.4. Relação entre a presença de Ingestão Alimentar Restritiva e o estado
Nutricional dos Adolescentes ........................................................................ 25
5.CONCLUSÕES ............................................................................................. 27
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 28
ANEXO ............................................................................................................ 31
ANEXO A ...................................................................................................... 32
APÊNDICES .................................................................................................... 35
APÊNDICE A ................................................................................................ 36
APÊNDICE B ................................................................................................ 39
7
1-INTRODUÇÃO
A adolescência é um período de mudanças biopsicossociais, com repercussões em
todos os comportamentos, incluindo o relativo à alimentação. Cronologicamente, constitui o
período de 10 a 19 anos, sendo dividido em duas fases: de 10 a 14 anos, que inclui o início
das mudanças puberais e dos 15 aos 19 anos, término da fase de crescimento e
desenvolvimento morfológico. Caracteriza-se por um período de elevada demanda nutricional
e por esse motivo, a nutrição desempenha papel fundamental no desenvolvimento do
adolescente (BERTIN et al., 2008).
Hábitos e aprendizagens desse período repercutem sobre o comportamento em muitos
aspectos da vida futura, como a alimentação, autoimagem, saúde individual, valores,
preferências e desenvolvimento psicossocial (LEVY et al., 2010). A alimentação tem uma
relação bastante acentuada com os problemas de satisfação de cada um com o seu próprio
corpo, a chamada imagem corporal (ANTUNES et al., 2015).
A nutrição está envolvida diretamente com as mudanças genéticas, ambientais,
nutricionais, hormonais, sociais e culturais. Nesta fase, com o rápido crescimento, o aumento
da atividade física, o desenvolvimento muscular e maturação esquelética, as necessidades
energéticas e de nutrientes aumentam para atender as demandas, o que de certa forma
contribui para uma vulnerabilidade característica dos adolescentes. Portanto o estado
nutricional desse grupo é de particular interesse, porque a presença de obesidade nesta faixa
etária tem sido associada ao aparecimento precoce de hipertensão arterial, dislipidemias,
aumento da ocorrência de diabetes tipo 2, distúrbios na esfera emocional, além de
comprometer a postura e causar alterações no aparelho locomotor (BERTIN et al., 2008,
ENES e SLATER, 2010).
Cerca de 8,4% dos jovens brasileiros de 12 a 17 anos estão obesos. Na região centro-
oeste especificamente 7,4% está acima do peso. Ainda se tratando da região centro-oeste,
entre as meninas de 15 a 17 anos, 14,1% apresentaram sobrepeso e 5,6% obesidade. Quanto
aos jovens do sexo masculino da mesma faixa etária 15,4% apresentam sobrepeso e 6,1%,
obesidade. Esses dados foram revelados pela pesquisa realizada pelo Estudo de Riscos
Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) entre os anos de 2013 e 2014, onde
pesquisadores avaliaram cerca de 85 mil adolescentes de escolas públicas e privada de 124
municípios do Brasil (BLOCH et al., 2016).
8
Levando em consideração os dados sobre obesidade e sobrepeso em adolescentes no
país, Mendes (2012) afirma que as preocupações com o peso e a perseguição do ideal corporal
têm sido consideradas um dos maiores determinantes para a insatisfação com a aparência
física em ambos os sexos, os adolescentes com excesso de peso e obesidade ainda tem maior
probabilidade de fazer dieta. Para Bertin et al. (2008) neste período da vida vários fatores
podem influenciar nas escolhas e hábitos alimentares, tais como valores socioculturais,
imagem corporal, convivências sociais, situação financeira familiar, alimentos consumidos
fora de casa, influencia da mídia. Esses fatores contribuem para a pressão sofrida pela
população jovem dessa forma os levando a ter um comportamento restritivo em relação a
alimentação.
Para Antunes et al. (2015), a restrição alimentar é a não ingestão consciente de
alimentos com o objetivo de controlar o peso corporal ou proporcionar a perda de peso. Os
sujeitos restritivos são sensíveis à informação nutricional, especialmente a que se refere à
composição energética dos alimentos e a técnicas de modificação do comportamento que
envolve o controle de estímulos. Para Viana (2014) a mídia vem contribuindo para o
aparecimento de conceitos inadequados a respeito de saúde na busca de um corpo ideal. Tal
apelo tem aumentado à veiculação de dietas impróprias e inadequadas do ponto de vista
nutricional. As mensagens destes meios são aproveitadas pelos adolescentes na construção da
identidade e do processo de socialização.
As mídias como sites de beleza e comunidades virtuais, além da televisão, valorizam o
culto aos músculos e a conquista de corpos cada vez mais magros. Observa-se o constante
aumento da busca pelo ideal de um corpo moldado, fato que nas últimas décadas tem
provocado uma compulsão a buscar a anatomia ideal. Em todos os períodos históricos há
modelos desejados e seguidos pela sociedade: modelos de família, de beleza feminina, de
status masculino e outros, mas a questão não está na inconsequência entre referenciais e
desejos - afinal, a busca se projeta sobre uma falta, mas sim no percurso que pode ser
percorrido pelo individuo para a viabilização real desses modelos, com base em experiências
afetivas, biológicas e estruturais, o que acaba suscitando conflitos e inconformidades na vida
do jovem (FROIS et al., 2011).
Estes autores afirmam que, ainda que o processo de reconstrução da imagem corporal
seja uma possibilidade constante ao longo da vida, é na adolescência que se torna conclusiva,
pois as incoerências apresentadas não giram em torno apenas do desejo de se ter um corpo
diferente do que se tem, mas apontam para uma mudança inexorável do corpo impelida por
questões hormonais e físicas, suscitando no indivíduo demandas de ajustamento estruturais. O
9
conflito entre imagem corporal e corpo imagem, que acarreta o desejo por um corpo diferente
do que se possui, não é um fato novo e também em si não constitui um problema. A questão é
quando uma característica, a princípio necessariamente transitória, perpassa como padrão.
Dessa forma o desejo de efetivar mudanças no corpo, leva as pessoas a mudar hábitos,
reconstruir seus modos de se verem no mundo e se colocar neste de forma mais efetiva e
saudável. Mudar hábitos alimentares e fazer exercícios físicos são exemplos de ações
contemporâneas que nos dias atuais se acredita serem contribuintes processuais para as
mudanças exigidas para uma melhor qualidade de vida, o que resulta em readaptações à
imagem e ao esquema corporal dos indivíduos (FROIS et al., 2011).
Analisando de forma contemporânea, preocupações relacionadas à saúde, ao bem-estar
e também à boa forma física impulsionaram o aparecimento de diferentes correntes dietéticas,
que ora condenam determinados alimentos, ora o elegem como benéficos. Essas dietas não se
constroem apenas no campo da contagem de calorias, vitaminas, gorduras e proteínas, elas se
inserem em um contexto cultural que muito revela sobre as representações de beleza e
desestruturação de padrões alimentares tradicionais. Muitos destes novos discursos
alimentares se concentram na noção de alimentação saudável e na sua adoção visando não
apenas à saúde do indivíduo, mas também a sua perda de peso (PELLERANO e GIMENES-
MINASSE, 2015).
Atualmente a prática de dietas está muito difundida. Para indivíduos que desejam a
perda de peso em curto prazo, o seguimento de dietas da moda promove grandes resultados o
que pode ser encarado como vantagem. O grande impasse é o efeito sanfona provocado, visto
que essas dietas são planos alimentares que devem ser seguidos em um curto espaço de
tempo, e à medida que o individuo interrompe a dieta ocorre um aumento de peso que na
maioria das vezes supera o anterior, iniciando um ciclo que nunca alcança o objetivo. O
seguimento indiscriminado de dietas pode aumentar em até 18 vezes as chances de um
individuo desenvolver algum tipo de transtorno alimentar, portanto essa postura deve ser
evitada. É necessário identificar o conteúdo nutricional e os apelos da publicidade acerca do
assunto. Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO) o termo
regime alimentar passa a idéia de que em algum momento essa prática para perder peso
deverá acabar e consequentemente ao final o peso perdido será recuperado muitas vezes até
maior que o anterior. A incompetência das dietas da moda é dada como certa em sua maioria.
As dietas seguidas não respeitam as necessidades fisiológicas dos indivíduos, visto que a
maior parte desses planos alimentares é desequilibrada nutricionalmente o que gera enorme
10
preocupação quanto a manutenção do equilíbrio corporal (PIVETTA e GONÇALVES-
SILVA, 2010; MATIAS, 2014).
Deste modo importa saber se uma intensidade elevada de comportamento restritivo se
associa a características alimentares que contribuem para a promoção da saúde ou, pelo
contrario, representa uma situação de risco nutricional (CARVALHO et al., 2013).Entre os
fatores de risco relacionados aos comportamentos alimentares inadequados na tentativa de
perda/controle de peso corporal, pode-se destacar: vômitos auto induzidos, restrição
patológica alimentar, compulsão alimentar, uso de medicamentos para emagrecimento
(diuréticos, laxantes e pílulas dietéticas), entre outros. Dadas suas características, esses
comportamentos fazem parte dos critérios diagnósticos para os transtornos alimentares como
anorexia nervosa e bulimia nervosa. Existem evidências na literatura de que a prevalência
dessas atitudes tem aumentado entre adolescentes de ambos os sexos nos últimos anos.
Particularmente, entre meninos, essa constatação é considerada recente, enquanto, com o
público feminino, os estudos nessa área têm sido realizados desde a década de 1980
(TRABBOLD, 2010; FORTES et al., 2013; ANTUNES et al., 2015).
Em relação à mudança de hábitos alimentares também é importante que se
compreenda que o profissional nutricionista é o único apto a fazer prescrições
individualizadas sobre dieta e nutrição, segundo o código de ética (2004), do nutricionista. Na
Lei 8234/91, art. 03 é citado que, dentre as atribuições exclusivas do nutricionista, estão o
planejar, coordenar, supervisionar e avaliar estudos dietéticos. A relação entre o profissional e
o paciente deve permitir uma nova perspectiva sobre o tratamento dietético sendo construído
em parceria e não mais numa visão linear de obedecer a uma dieta. Não se pode compreender
os homens e o comportamento humano senão a partir de seu individualismo, assim o papel do
nutricionista como educador deve contribuir para que o homem conquiste condições de uma
vida mais digna, com qualidade de vida, considerando a realidade como uma totalidade
(VIANA, 2014).
A reeducação alimentar se mostra como solução ideal, por ter a característica de ser
uma estratégia proposta para todos os indivíduos e não para grupos específicos, embora
procurando respeitar suas individualidades. Os hábitos alimentares precisam ser reconstruídos
e assimilados ao cotidiano; e não limitados a um período determinado, como no caso das
dietas restritivas, com objetivos alcançáveis em curto prazo, que possam proporcionar
controle a longo prazo. Assim, a educação nutricional precisa ser realista, maleável, aberta a
discussões, na qual o paciente apreenderá a realizar suas novas escolhas nas mais diferentes
11
situações e ainda atender as implicações fisiológicas e psicológicas do ato de se alimentar
(KOEHNLEIN et al., 2008; SANTOS, 2010).
As mudanças tanto fisiológicas quanto de comportamento que acontecem durante a
adolescência contribuem nas alterações do comportamento alimentar e a exposição ao meio
social pode acarretar em insatisfação corporal ocasionando baixa autoestima, depressão e
ansiedade, todos esses fatores que podem prejudicar a saúde com atitudes inadequadas de
controle de peso, podendo ter consequências físicas e psíquicas. Portanto, importa saber se
uma intensidade elevada de comportamento restritivo, pelo anseio do corpo desejado, associa-
se a características alimentares que contribuem para a promoção da saúde ou, pelo contrário,
representa uma situação de risco nutricional (CARVALHO et al., 2013).
Dunker et al. (2009) afirmam que no Brasil existem poucos estudos descritivos que
abordem os temas de comportamento alimentar e satisfação corporal dos adolescentes
brasileiros, associando a dados socioeconômicos. Os autores alegam que o Brasil é um país
onde ainda existem muitas desigualdades sociais, e que está passando por um processo de
transição nutricional, no qual a desnutrição vem diminuindo e problemas como obesidade e
transtornos alimentares vêm aumentando, portanto faz-se necessário realizar um estudo de
investigação em populações de diferentes situações socioeconômicas, observando as
diferenças quanto à presença de comportamentos de transtornos alimentares, percepção
corporal, atitudes socioculturais quanto à aparência e uso de dietas para emagrecer.
A partir destas considerações, foi proposto desenvolver este estudo, visando contribuir
para o conhecimento, ainda que no âmbito acadêmico, do cenário contemporâneo com relação
a essa importante questão que envolve as dietas restritivas e sua utilização por adolescentes de
escola pública e privada.
12
2-OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL:
Relacionar a prevalência de comportamento alimentar restritivo e o estado nutricional de
adolescentes de escolas públicas e privadas do município de Cuiabá.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Descrever os aspectos sócios demográficos e de estilo de vida dos adolescentes;
- Apresentar o estado nutricional dos adolescentes;
- Relacionar o estado nutricional dos adolescentes com aspectos sócio demográficos;
- Identificar a presença de ingestão alimentar restritiva;
- Relacionar a presença de ingestão alimentar restritiva com aspectos sócios demográficos;
- Identificar os determinantes e fatores associados à prática de dietas restritivas;
-Relacionar a presença de ingestão alimentar restritiva com o estado nutricional dos
adolescentes.
13
3-PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1. População
Este trabalho constituiu um estudo de corte transversal, com adolescentes de 15 a 18
anos, de ambos os sexos, matriculados no 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio de uma escola da
rede particular e uma da rede pública localizadas no município de Cuiabá. Tais escolas foram
selecionadas devido ao número de alunos e disponibilidade da direção.
A amostra foi constituída de alunos que estiveram presentes no dia da coleta e
trouxeram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) assinado pelo responsável e
termo de assentimento (TALE) assinado pelos adolescentes.
Foram excluídos da pesquisa adolescentes grávidas e lactentes ou que apresentavam
incapacidade física de participar da pesquisa.
Inicialmente foram convidados a participar da pesquisa 150 alunos, informados sobre
o estudo e receberam o termo de consentimento para ser preenchido pelos pais ou respectivos
responsáveis o qual continha uma explicação dos objetivos da pesquisa, a respeito do método
e a afirmação de que os alunos não seriam identificados.
Dos alunos convidados 84 não participaram da pesquisa, por motivos de não
apresentaram o TCLE assinado, assim como o termo de assentimento devido a esquecimento,
perda do documento, falta de interesse em participar ou ausência no dia da coleta dos dados.
3.2. Método
Os participantes responderam ao questionário de múltipla escolha adaptado, e foram
submetidos à avaliação antropométrica onde as varáveis coletadas foram de peso (kg) e altura
(m).
3.2.1. Análise da Prática de Dietas Restritivas e Fatores Associados
A análise de ingestão alimentar foi realizada através de um questionário de 16
perguntas de múltipla escolha referentes ao estilo de vida, hábitos alimentares e
comportamentais, prática de dietas restritivas e exercícios físicos (apêndice 1).
14
O questionário foi aplicado em sala separada e individualmente, com a permanência da
pesquisadora no local para sanar possíveis dúvidas. Ao término do preenchimento do
questionário os adolescentes eram encaminhados para avaliação do estado nutricional.
3.2.2. Avaliação do estado Nutricional
Os dados antropométricos aferidos foram peso (kg) e estatura (m), através
respectivamente de uma balança digital Britânia BE3 Digital 150 Kg e fita métrica
inextensível. Para coleta do peso todos os alunos estavam de uniforme escolar, foi solicitado
para os mesmos retirassem o sapato e qualquer adorno ou penteados que pudesse
comprometer o resultado. Na balança foram orientados a manter com o corpo ereto e a cabeça
erguida, com o peso distribuído igualmente nos dois pés em forma de V, com os braços
estendidos ao longo do corpo. Essa medida foi retirada uma vez. A fita métrica foi afixada na
parede sem rodapé, e os alunos foram orientados a permanecer em posição ereta, cabeça
erguida, olhos focados a frente, de acordo com o plano horizontal de Frankfurt, com a coluna
e calcanhares encostados na parede, pés juntos e braços estendidos ao longo do corpo. Essa
medida foi feita duas vezes e calculada a média (SISVAN, 2004).
As medidas foram aferidas durante a aula de educação física, em sala separada,
conforme disponibilidade e autorização do professor.
A avaliação do estado nutricional foi realizada através do indicador Índice de Massa
Corporal/Idade (IMC/I), calculado através da fórmula: peso (kg)/estatura2 (m). Foi utilizado o
programa Anthro-Plus(WHO, 2009), tendo como referência os procedimentos de diagnóstico
e acompanhamento do estado nutricional de adolescentes da Vigilância Alimentar e
Nutricional – SISVAN, que utiliza o critério de classificação percentilar do IMC segundo
idade e sexo do padrão de referência National Health and NutritionExaminationSurvey
(BRASIL, 2004).
O quadro 1 apresenta aos pontos de corte de IMC/I estabelecidos para adolescentes,
segundo a OMS(1995).
15
Quadro 1 - Pontos de corte de IMC/I para adolescentes.
< Percentil 5 Baixo Peso
≥ Percentil 5 e < Percentil 85 Adequado ou eutrófico
≥ Percentil 85 Sobrepeso/ obesidade
3.2.3. Análise Estatística
Para tabulação e análise dos dados utilizou-se o programa estatístico Epi-Info versão
3.5.1. Foi utilizado o teste do Qui-quadrado para verificar diferenças na prevalência das
variáveis estudadas
Para a significância estatística foi considerado o nível de confiança de 95%
(p<0,05), sendo destacados com * os resultados estatisticamente significativos.
Os resultados foram apresentados sob a forma de quadros e tabelas.
3.3. Análise Ética
O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital
Universitário Júlio Muller (HUJM) sob o CAAE nº 64360116.5.0000.5541 e aprovado em 03
de fevereiro de 2017 (anexo 1).
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi encaminhado aos pais e
responsáveis. Os adolescentes foram informados sobre os objetivos da pesquisa e a forma da
participação do estudo e aqueles que aceitaram participar assinaram um termo de
assentimento.
Riscos: Os participantes não correram nenhum risco, apenas o incômodo da de
responder o questionário e aferir o peso e a estatura e tiveram suas identidades preservadas.
Benefícios: Foram fornecidas aos participantes orientações em relação à alimentação
saudável quando solicitado. Os resultados do estudo serão encaminhados à direção das escolas
participantes.
16
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO:
4.1. Aspectos Sócios Demográficos e de Estilo de Vida dos Adolescentes
Participaram desta pesquisa 66 adolescentes, distribuídos entre duas escolas, uma
particular e uma pública, sendo 59,1% da pública e 40,9% da particular, com idades entre 16 e
18 anos. Observou-se que 57,6% de adolescentes participantes da pesquisa eram do sexo
feminino.
Quadro 2 Caracterização dos adolescentes estudados. Cuiabá, 2017 (n=66).
n %
SEXO
Masculino
Feminino
28
38
42,4
57,6
IDADE
15 anos
16 anos
17 anos
18 anos
16
20
16
11
24,1
30,3
24,2
16,7
TIPO DE ESCOLA
Pública
Particular
39
27
59,1
40,9
O quadro 3 apresenta dados relativos ao estilo de vida dos adolescentes participantes
da pesquisa. Quanto à prática de atividade física pode-se especular que a prevalência
encontrada seja devido às aulas de educação física semanais presente no currículo de ambas
as escolas, onde 59,9% dos adolescentes referiram praticar habitualmente algum tipo de
exercício. Luciano et al. (2016) afirmam que a recomendação atual para prática de atividades
físicas na infância e adolescência é de que todo jovem deveria envolver-se diariamente por 60
minutos ou mais de atividades físicas moderadas em cinco ou mais dias da semana,
entretanto, estudos de intervenção realizados em grandes centros urbanos demonstram que
mais de 50% das crianças e adolescentes não atingem as recomendações atuais. A atividade
física regular apresenta relação inversa com peso corporal e com doenças crônicas não
transmissíveis, além de promover benefícios na aptidão física, na maximização do pico de
17
massa mineral óssea na adolescência e início da idade adulta. A prática regular de atividade
física auxilia na promoção da saúde e melhora da qualidade de vida de crianças e
adolescentes, além de ser primordial para manutenção deste hábito na idade adulta.
É interessante destacar que quando questionados como consideravam o próprio peso,
56,6% dos adolescentes o consideravam dentro da “normalidade”, entretanto 63,64%
responderam que desejam mudar a própria alimentação e 57,58% responderam positivamente
quando questionados se já realizaram ou estão realizando algum tipo de dieta para perder
peso. Esses dados concordam com estudos que demonstram que os jovens tem medo de
engordar mesmo que eles estejam com o peso dentro da normalidade, e dessa forma recorrem
a práticas restritivas (PEREIRA, 2016).
Do número total de voluntários que respondeu positivamente, quando questionados
quanto aos métodos utilizados 23,08% relataram que mudaram a alimentação e restringiram
certos alimentos. Nota-se que essa pratica de pular refeições é uma comum a população
jovem. A má aceitação das mudanças ocorridas devido ao desenvolvimento característico da
idade, especialmente os relacionados ao peso, fatores psicológicos individuais e familiares e
ao apelo da sociedade ao culto a magreza, desencadeia o inicio do ato de restringir alimentos,
ato este que pode predispôs a um transtorno alimentar (COSTA e VASCONCELOS, 201
Quadro 3 - Distribuição dos adolescentes segundo informações sobre o estilo de vida.
Cuiabá, 2017(n=66).
n %
ATIVIDADE FÍSICA
Habitualmente
Nenhuma
Tem planos de começar
39
12
15
59,09
18,18
22,73
TEMPO GASTO COM ELETRÓNICOS
Menos de 1 hora
De 1 á 4 horas
De 5 ou mais
13
31
22
19,70
47,00
33,33
QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO
Muito boa
Boa
Razoável
Ruim/Muito Ruim
10
18
29
09
15,15
27.27
43,94
13,64
QUANTIDADE DE REFEICÕES DIÁRIAS
Menos de 3
3
4 ou mais
13
24
29
19,70
36,36
43,94
MUDANÇA NA ALIMENTAÇÃO
Não quero mudar
Quero mudar
Estou mudando
07
42
17
10,61
63,64
25,76
TENTOU PERDER OU EVITOU GANHAR PESO (ÚLTIMO
18
ANO)
Sim
Não
38
28
57,58
42,42
DE QUE FORMA
Exercícios
Diminuiu quantidade de alimento
Uso de shakes
Restringiu certos grupos alimentares
Mudou alimentação
Deixou de fazer alguma(s) refeição(s)
07
07
01
09
05
09
18,4
18,4
2,6
23,7
13,2
23,7
4.2. Avaliação do Estado Nutricional
Em relação ao estado nutricional dos adolescentes, 68,2% estavam com o peso
adequado, 22,7% com sobrepeso/obesidade e 9,1% apresentaram baixo peso. Observa-se na
tabela 1 que há predominância das meninas com eutrofia e do sexo masculino quando
classificados com baixo peso e sobrepeso. Pode-se especular através desse dado que as
meninas possuem uma preocupação maior com a aparência. Fortes et al.(2013) alertam que a
jovem pode aumentar a internalização do ideal de magreza, repercutindo negativamente na
satisfação com a imagem corporal, mesmo em meninas com corpos eutróficos, portanto estar
com uma faixa de peso dentro da normalidade não é um empecilho para que as jovens
pratiquem dietas.
Tabela 1. Distribuição dos adolescentes segundo a classificação do estado
nutricional e o sexo. Cuiabá, 2017.
Sexo Classificação do Estado Nutricional Total
Baixo peso Eutrofia Sobrep/obes
n % N % n % n %
Masculino 04 14,3 15 53,6 09 32,1 28 100,0
Feminino 02 5,3 30 78,9 06 15,8 38 100,0
Total 06 19,6 45 132,5 15 47,9 66 100,0
Qui-quadrado = .4,863 p valor = 0,087
Qualificando os participantes pela idade, a tabela 2 revela que o sobrepeso/obesidade
apresentou uma tendência de maior prevalência entre os mais jovens, diminuindo com a
idade. Também no estudo realizado por Krinski et al. (2011), houve uma relação entre
excesso de peso e idade, onde os adolescentes mais velhos apresentaram menos prevalência
de sobrepeso, fato esse que pode estar associado a preocupação com a imagem corporal, que
19
aumenta com a idade dessa forma levando a adoção de maiores níveis de atividade física e um
maior controle do consumo alimentar.
Tabela 2. Distribuição dos adolescentes segundo a classificação do estado
nutricional e idade. Cuiabá, 2017.
Idade Classificação do Estado Nutricional Total
Baixo peso Eutrofia Sobrep/obes
n % N % n % N %
15 anos 02 10,5 10 52,2 07 36,8 19 100,0
16 anos
17 anos
18 anos
03
0
01
15
0
9,1
13
13
09
65,0
81,3
81,3
04
03
01
20,0
18,8
9,1
20
16
11
100,0
100,0
100,0
Total 06 9,1 45 68,2 15 22,7 66 100,0
Qui-quadrado = 6,412 p valor = 0,378
A tabela 3 apresenta a distribuição do estado nutricional dos adolescentes
segundo tipo de escola. Nota-se que entre os da escola particular tanto o sobrepeso/obesidade
quanto o déficit ponderal foram significativamente mais altos do que entre os da escola
pública (29,6 vs 17,9% e 18,5 vs 2,6% respectivamente). É interessante fazer uma análise
desses dados a partir da pesquisa feita por Salvador et al. (2014) que identificaram em alguns
estudos de base populacional realizados no Brasil a respeito do estado nutricional de crianças
e adolescentes, onde a prevalência de excesso de peso nas últimas décadas teve maior
concentração de casos em jovens de alta renda, sugerindo que se deva ao fato de que essa
população tem maior acesso a uma maior variedade de alimentos, porém paradoxalmente os
dados referentes a déficit ponderal foram mais prevalentes na mesma população. Vale et al
(2011) supõe que os adolescentes que possuem uma renda mais alta tem mais acesso a
informações acerca de dietas e práticas de controle e perda de peso, assim são mais
estimulados a exercer esses métodos.
20
Tabela 3
-
Distribuição dos adolescentes segundo a classificação do a classificação
do estado nutricional e tipo de escola. Cuiabá, 2017.
Tipo de escola Classificação do Estado Nutricional Total
Baixo peso Eutrofia Sobrep/obes
n % n % n % n %
Pública 01 2,6 31 79,5 07 17,9 39 100,0
Particular 05 18,5 14 51,9 08 29,6 27 100,0
Total 06 9,1 45 68,2 15 22,7 66 100,0
Qui-quadrado = 7,212 p valor = 0,027*
4.3. Análise da Prática de Dietas restritivas
O quadro 4 apresenta os dados encontrados quanto a prática de dietas restritivas e
informações relacionadas. Observa-se que 60% dos adolescentes já fizeram ou estão fazendo
dieta restritiva, onde 70% não teve supervisão profissional, informando-se a respeito através
da mídia (45%). O nutricionista foi consultado em 30% dos casos.
Quadro 4 - Informações dos adolescentes em relação à ingestão alimentar restritiva Cuiabá,
2017 (n=66).
n %
JÁ FEZ OU ESTÁ FAZENDO DIETA
RESTRITIVA?
Sim
Não
40
26
60,6
39,4
TEVE SUPERVISÃO PROFISSIONAL? Sim
Não
12
28
30,0
70,0
ONDE SE INFORMOU? Mídia
Nutricionista
Amigos
Outro profissional
Não responderam
18
12
05
04
01
45,0
30,0
12,5
10,0
2,5
ALCANÇOU O EFEITO DESEJADO?
Sim
Não
Por um tempo
27
03
10
67,5
7,5
25,0
PERMANENCEU O RESULTADO DA
21
DIETA?
Sim
Não
Por um tempo
04
04
32
10,0
10,0
80,0
MÉTODO UTILIZADO NOS ÚLTIMOS 3
MESES
Ficar sem comer (ou ingerir pouca
quantidade)
Indução de vômitos
Não responderam
22
01
17
55,0
2,5
42,5
Vale et al. (2011) destacam que a informação relacionada à saúde sem cunho cientifico
é perigosa, sendo que as mesmas são inadequadas uma vez que meios de informação leigos
promovem uso de dietas não balanceadas como forma de se atingir um “corpo ideal” em curto
espaço de tempo. Dietas e recomendações vindas de fontes não confiáveis não consideram o
individuo como um ser único portador de especificidades como singularidade genética e
fisiológica, os possíveis danos da restrição de grupos alimentares, a forma como a adolescente
irá interpretar a informação, a falta de acompanhamento especializado caso aconteça algum
problema, o próprio metabolismo e distribuição da gordura corporal na adolescência, os
hábitos alimentares do grupo familiar e social, entre outros. Por apresentarem grandes
restrições alimentares, essas dietas são de difícil continuidade e não perduram por um tempo
razoável. Uma dieta adequada para perda de peso deve ser planejada individualmente e ser
composta por todos os grupos alimentares visando a uma constante promoção de bons hábitos
alimentares (SOUZA, 2015).
A ausência de supervisão profissional quando a prática restritiva ocorria remete às
características específicas do desenvolvimento psicossocial do adolescente, como a
onipotência ou a necessidade de reger seu próprio comportamento. No entanto, trata-se de um
dado preocupante na medida em que a falta de orientação de um profissional habilitado na
área pode desencadear transtornos à saúde, principalmente transtornos alimentares, além disso
o ganho de peso pode estar associado a alguma patologia desenvolvida pelo individuo,
portanto a supervisão é essencial (REATO et al., 2007, DERAM, 2014).
Quando questionados sobre o resultado da dieta, 67,5% revelaram que obtiveram o
efeito desejado, porém 80% responderam que o mesmo efeito permaneceu apenas por um
tempo. Em relação a métodos praticados, 22 adolescentes responderam ter realizado algum
artifício durante a dieta sendo que 55,0% preferiram ficar sem comer, ou ingerir pouca
quantidade de alimento. Em estudo feito por Varela et al. (2015) foi avaliada a permanência
da perda de peso por indivíduos que praticaram algum tipo de dieta restritiva onde de um total
22
de 19 indivíduos 73,7% mantiveram o peso perdido por mais de um mês, sendo que 26,3%
recuperaram o peso em até 2 semanas. Três indivíduos (15,8%) recuperaram o peso no
intervalo de 2 a 3 meses e apenas 2 participantes (10,5%) relataram manutenção do peso por
mais de 3 meses. A perda de peso pela adoção de dietas de conteúdo calórico muito baixo
torna-se gradualmente mais lenta por causar diminuição na taxa metabólica, e os autores
afirmam que esse peso perdido retorna ao longo do tempo.
Em análise de literatura Souza et al. (2015) entenderam que uma redução do peso
apenas pelo uso de dietas, sem acompanhamento nutricional e de atividade física, não mantêm
o peso por mais de 90 dias e tendem a recuperar ou até mesmo aumentar o peso inicial. Outra
pesquisa pertencente a Guedes (2002), que foi analisada pela autora Souza et al (2015),
concorda com o achado afirmando que 72,72% dos indivíduos que realizaram as intituladas
“dietas da moda” relataram que o tempo que permaneceram com o peso reduzido após
realizarem a dieta foi curto que corresponde a menos de um mês e/ou muito curto, de um a
três meses.
Tão importante quanto identificar a presença da ingestão restritiva entre os
adolescentes, mostrou-se primordial conhecer os motivos que os levavam a esse
comportamento, sendo assim os participantes foram indagados através do questionário a razão
da prática de dieta restritiva. Os resultados obtidos revelaram que 73,5% dos jovens relataram
fazer dietas para emagrecer, enquanto que a preocupação com a saúde (glicemia e colesterol
em níveis altos) ocupou a segunda posição. Esse estudo concorda com o resultado encontrado
por Pereira (2016) onde de 486 jovens estudados, verificaram que o desejo de perder peso
estava presente em 70% das participantes, a estética e a saúde, são os motivos que mais
influenciavam na preocupação dos adolescentes em relação ao peso O autor afirma que há
uma pressão cultural em torno da obtenção do corpo perfeito, que diz respeito não só a
imagem física, mas a representação que os jovens têm de si mesmo, os levando em direção a
atitudes alimentares anormais e perigosas.
A predominância da prevalência da prática de dietas restritivas ocorreu em meninos,
porém nota-se que não houve uma diferença significativa entre os sexos (tabela 4). De um
total 40 alunos que responderam positivamente 18 eram meninos e 22 do sexo feminino. Vale
et al. (2011) apontam que a população feminina adolescente e adulta jovem entre 12 e 28 anos
é a mais atingida por problemas no comportamento alimentar, numa proporção que chega, em
certos estudos, a vinte casos em mulheres para cada caso em homens, embora haja evidências
de uma diminuição da diferença entre os sexos. As mulheres sofrem a imposição da indústria,
que é sustentada pela ideia de que para se obter beleza e ser socialmente aceita, a mulher
23
precisa ser muito magra, levando as adolescentes a comportamento e praticas inadequadas em
relação ao controle do peso. Quanto aos meninos, somente nos últimos anos tem aumentado o
interesse em pesquisar os comportamentos alimentares inadequados em indivíduos do sexo
masculino nos quais o corpo ideal passou a ser mais magro e musculoso. Os rapazes
geralmente anseiam por ter essencialmente mais músculo, focando-se, sobretudo nos ombros
e braços. Em conjunto com esse interesse, tem sido constatado o aumento da frequência
desses hábitos (ANTUNES et al., 2015).
Tabela 4. Distribuição dos adolescentes segundo a realização de dieta
restritiva e o sexo. Cuiabá, 2017.
Sexo Dieta restritiva Total
Sim Não
n % N % n %
Masculino 18 64,3 10 35,7 28 100,0
Feminino 22 57,9 16 42,1 38 100,0
Total 40 60,6 26 39,4 66 100,0
Qui-quadrado = 0,275 p valor = 0,599
Estar na adolescência é viver uma fase em que múltiplas mudanças acontecem e se
refletem no corpo físico, pois o crescimento somático e o desenvolvimento em termos de
habilidades psicomotoras se intensificam, sendo que os hormônios atuam de forma muito
intensa (DERAM, 2014). Nesta fase o corpo masculino tende a ganhar músculos e o feminino
gordura, para se preparar para gestação, tudo isso é um processo que leva tempo, pois é a uma
das maiores mudanças que o corpo passará durante a vida. A medida que o peso aumenta, a
insatisfação corporal aumenta com ele. Nota-se através da tabela 5 que a prática de dietas
restritivas foi observada em maior frequência nos adolescentes mais velhos, concordando com
estudo realizado por Liberali et al. (2013) em que as adolescentes, especialmente do sexo
feminino e mais velhas preocupam-se mais com a aparência.
24
Tabela 5. Distribuição dos adolescentes segundo informação sobre dieta restritiva e
idade. Cuiabá, 2017.
Idade Dieta restritiva Total
Sim Não
N % N % n %
15 anos 12 63,2 07 36,8 19 100,0
16 anos
17 anos
18 anos
11
09
08
55,0
56,3
72,7
09
07
03
45,0
43,8
27,3
20
16
11
100,0
100,0
100,0
Total 40 60,6 26 39,4 66 100,0
Qui-quadrado = 1,119 p valor = 0,772
Quando analisados os dados de prevalência de dietas restritivas relacionados ao tipo de
escola (tabela 6), é possível notar que esta aparece em maior número na escola particular.
Poderia se assumir a hipótese de uma limitação do problema às classes mais favorecidas
economicamente, portanto os alunos das escolas particulares praticam dietas restritivas com
mais frequência por terem mais acesso a informações sobre dietas e outras práticas para
controlar e perder peso. Vale (2011) afirma que a hipótese de que “ser magra” é algo desejado
de forma generalizada no universo principalmente feminino adolescente, ressaltando que este
“ser magra” é ter um peso considerado abaixo do normal pela literatura científica e padrões
preconizados para suas respectivas alturas.
Tabela 6: Distribuição dos adolescentes segundo informações sobre dieta restritiva
e tipo de escola. Cuiabá, 2017.
Tipo de escola Dieta restritiva Total
Sim Não
n % n % n %
Pública 22 56,4 17 43,6 39 100,0
Particular 18 66,7 09 33,3 27 100,0
Total 40 60,6 26 39,4 66 100,0
Qui-quadrado = 0,703 p valor = 0,401
25
4.4. Relação entre a presença de Ingestão Alimentar Restritiva e o Estado Nutricional
dos Adolescentes
Nota-se através da tabela 7 que a maior parte dos jovens que praticam algum
método de restrição alimentar se encontra dentro do peso esperado. Entre os com
sobrepeso/obesidade o percentual foi alto entre os que fizeram dieta restritiva. Entre os com
baixo peso ocorreu o inverso, mas ainda assim encontramos um jovem que restringia a
alimentação.
Tabela 7. Distribuição de adolescentes segundo a classificação do estado
nutricional e a informação sobre dieta restritiva. Cuiabá, 2017.
Realização de Classificação do est. Nutricional Total
Dieta restritiva Baixo peso Eutrofia Sobrep/obes
n % n % n % n %
Sim 01 2,5 26 65,0 13 32,5 40 100,0
Não 05 19,2 19 73,1 02 7,7 26 100,0
Total 06 9,1 45 68,2 15 22,7 66 100,0
Qui-quadrado = 9,2696 p valor = 0,009*
Estes resultados chamam atenção pelo fato de que não somente os estudantes que se
apresentaram acima do peso se mostraram insatisfeitos com seu corpo, o que aponta uma
tendência dos adolescentes e adultos jovens para quererem alcançar ou ficar com um peso
abaixo do recomendado. E segundo Costa e Vasconcelos (2010), muitas vezes o caminho
encontrado para tal objetivo é a prática de dietas restritivas.
Ainda segundo estes autores, o estado nutricional e a prática de regimes para
emagrecer, foram as variáveis que se mostraram associadas à imagem corporal, o que pode
demonstrar a busca pela adequação corporal, cujas motivações podem variar desde a busca
pela saúde quanto a adequação aos padrões sociais de beleza. Este resultado merece atenção,
uma vez que a insatisfação com a imagem corporal, bem como a prática alimentar restritiva,
fazem parte dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos de com-
portamento alimentar.
Realizar uma restrição alimentar nessa idade se mostra preocupante porque é a fase em
que o corpo está crescendo e desenvolvendo considerando que cerca de 50% do peso e 20-
26
25% da estatura do indivíduo são adquiridos na adolescência. Portanto é essencial fornecer ao
corpo um aporte ideal de macro e micronutrientes ideal, de acordo com a idade biológica e a
atividade física. O controle alimentar gera ansiedade nos adolescentes podendo levar ao medo
de se alimentar, sendo perigoso porque é uma fase de desenvolvimento. Aprender a ignorar os
sinais do corpo de fome por medo de comer e engordar leva a perda do controle de fome e
saciedade, risco de ganhar peso e desenvolver um transtorno alimentar (PEREIRA, 2016).
Varela et al. (2015) realizaram uma análise quantitativa de cinco dietas da moda,
fornecidos por sites e fontes não cientificas onde foi constado que todas elas ou possuíam
excessos ou deficiências de nutrientes em relação às recomendações. Deste modo pode-se
afirmar que tais dietas apenas proporcionam perda de peso devido a restrições energéticas que
não são seguras para a manutenção de uma vida saudável, além disso, devido a esta restrição
dificultam a manutenção da perda de peso em longo prazo, devendo ser desestimuladas.
Acerca das dietas restritivas a nutricionista Sophie Deram (DERAM, 2014) afirma que
é uma prática perigosa. Nossos antepassados precisavam de estoque de gordura para
sobreviver a tempos sem alimentos, portanto o cérebro encara a gordura como uma proteção.
Isso porque para a autora é o nosso cérebro quem controla tudo: emoção, fome e saciedade e
tudo está ligado. Portanto a perda de peso causada por uma restrição alimentar radical é
encarada pelo cérebro não como um fator saudável, mas como um alerta, iniciando
mecanismos de defesa do corpo diminuindo a velocidade do metabolismo e aumentando o
apetite e por consequência aumentando o risco de armazenamento de gordura.
Para esta autora, é essencial entender o porquê do ganho de peso, isso porque há o
risco de haver alguma patologia associada que necessita ser tratada, e com a restrição
alimentar esse quadro pode piorar. A perda de peso deve ser feita de forma lenta e gradual,
através de uma reeducação alimentar onde os alimentos não são encarados simplesmente
como nutrientes, e entender que não existem alimentos proibido, maléficos a saúde, bons ou
ruins porque qualquer alimento em excesso traz prejuízos, até mesmo os considerados
saudáveis. É preciso recuperar o prazer em comer, saber escolher os alimentos e encara-los
como aliadas para a saúde, dessa forma não comendo menos, mas sim melhor.
27
5. CONCLUSÕES
Os resultados deste estudo nos permitem concluir que:
- A maioria dos adolescentes voluntários do presente estudo pertencia ao sexo
feminino, na faixa etária de 16 anos e estudavam em escola pública.
- A prevalência de sobrepeso/obesidade foi alta entre os adolescentes, principalmente
entre os meninos, com 15 anos e pertencentes a escola particular.
- A presença de sobrepeso e obesidade foi maior entre os adolescentes mais jovens, e
foi diminuindo com a idade.
- Os alunos da escola particular apresentaram mais sobrepeso/obesidade e baixo peso
em relação aos alunos da escola publica.
- Quanto à dietas restritivas, constatou-se que principalmente meninas entre 17 e 18
anos pertencentes a escola publica, já haviam praticado no último ano.
- A maioria dos praticantes de dietas não teve supervisão profissional, sendo a fonte de
informações através da mídia. Apenas 30% dos que fizeram dietas restritivas buscaram
acompanhamento do profissional nutricionista.
- Constatou-se que a maioria dos jovens com excesso de peso praticou algum método
restritivo, o que foi observado também em cerca da metade dos eutróficos e até mesmo em um
adolescente com déficit ponderal.
28
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31
ANEXO
32
ANEXO A
33
34
35
APÊNDICE
36
APÊNDICE A
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
DIETAS RESTRITIVAS EM ADOLESCENTES.
Identificação.
Data de nascimento____/____/____ Sexo: M____ F_____
Série:__________
Escola:_____________
Os pesquisadores garantem o total sigilo das informações obtidas através desse
questionário.
Agradecemos a colaboração!
1. Em relação a pratica de atividades físicas.
A. Pratico algum tipo de atividade física VIGOROSA (Pelo menos 10 minutos
contínuos) como correr, fazer ginastica aeróbica, jogar futebol, pedalar, fazer
algum esporte, serviços domésticos em casa.
B. Não pratico nenhuma atividade física.
A. Tenho planos de começar a praticar alguma atividade física.
2. Quanto tempo você gasta com televisão/computador/jogos eletrônicos por
dia?
A. Menos de 1 hora. B. 1 hora C. De 2 a 4 horas D. 5 ou
mais horas
3- Como você classifica a sua alimentação?
A. RazoávelB. Bom C. Muito bom D. Ruim E. Muito ruim
4-Quais refeições você faz por dia?
( )Café da manhã ( )Colação ( )Almoço ( )Lanche da tarde ( )Jantar (
)Ceia
37
5. Em relação a sua alimentação.
A. Não penso em mudar. B. Penso em mudar. C. Quero
mudar.
D. Já estou em processo de mudança E. Já mudei minha
alimentação.
6. Está fazendo ou já fez algum tipo de dieta para perder peso?
A. Sim B. Não
- Se sim responda o motivo da pratica de dietas?
___________________________________________________________
- Se sim, qual o tipo de dieta praticada?
________________________________________________________
7. Está fazendo ou já fez algum tipo de dieta para ganhar massa muscular?
A. Sim B. Não
8. Se estiver realizando dieta, ou já realizou, foi com supervisão profissional?
A. Sim B. Não.
9. Onde se informou sobre a dieta praticada?
A. Com um nutricionista.
B. Profissional de outra área Qual?_______________________________
C. Revistas, televisão ou internet D. Amigos.
10-A dieta praticada teve o efeito desejado?
A.Sim B. Não C. Por um tempo.
11. O resultado se mantem (perda de peso) após o término da dieta?
A. Sempre B. Ás vezes C. Raramente D. Nunca.
12. Você faz uso, ou já fez de algum suplemento ou produto para ganho de massa?
38
A. SimB. Não
15. Se sim foi com supervisão profissional?
A. Sim B. Não.
13. Como considera o seu peso?
A. Normal. B. Acima do normal. C. Abaixo do normal D.
Não sabe.
14. Nos últimos três meses, você usou algum dos seguintes métodos? Pode assinalar
mais de uma opção.
A. Tomar laxativos (remédios que provocam diarreia)
B. Tomar diuréticos (remédios que fazem urinar muito)
C. Provocar vômitos com intenção de não engordar
D. Ficar sem comer, ou comer pouquíssima quantidade
15. No ultimo ano você tentou perder, ou evitou ganhar peso?
A. Sim B. Não
16. Se sim, assinale de que forma? Você pode assinalar mais de uma opção.
A. Fez exercícios
B. Diminuiu a quantidade de alimentos que normalmente consome.
C. Tomou remédios.
D. Usou shakes ou suplementos em substituição.
E. Restringindo certos alimentos (doces, frituras)
F. Mudou alimentação.
G. Deixou de fazer alguma refeição.
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APÊNDICE B
(MODELO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.
Estudo: Prática de dietas restritivas e estado nutricional em adolescentes de Cuiabá, Mato
Grosso.
Caro Responsável/Representante legal:
Gostaríamos de obter o seu consentimento para o
menor_________________________________________________________ , participar como
voluntario da pesquisa intitulada “Prática de dietas restritivas e estado nutricional em
adolescentes de Cuiabá, Mato Grosso”. O objetivo desse estudo é avaliar a ocorrência da
pratica de dietas restritivas em adolescentes e relacionar com o seu estado nutricional.
A forma de participação consiste da seguinte forma: o
pesquisador irá medir peso e altura do voluntário durante a aula de educação física, utilizando-
se dos instrumentos: balança e estadiomêtro. O voluntário também irá responder um
questionário com perguntas relacionadas a estilo de vida, hábitos alimentares e
comportamentais. O nome do participante não será utilizado ou divulgado em nenhuma fase
da pesquisa o que garante o anonimato. Os dados obtidos serão usados exclusivamente para a
pesquisa e publicação cientifica. Não será cobrado nada, não haverá gastos e não estão
previstos indenizações ou ressarcimentos. A pesquisa não oferece riscos ao voluntário ou
prejuízos de qualquer natureza. Uma cópia deste consentimento será do responsável pelo
voluntário, e os resultados estarão à disposição caso haja interesse.
Gostaríamos de esclarecer que a participação será importante para o desenvolvimento do
estudo, porque esta pesquisa, constitui um tema muito em evidencia atualmente, porem
pouco explorado de forma cientifica. Desde já agradecemos a atenção e colocamo-nos a
disposição para maiores informações, nos endereços eletrônicos e telefones abaixo.
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS – CEP/HUJM (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO
MULLER) - FONE: (65) 3615.7254
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
FANUT
40
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT Avenida Fernando Correa da Costa, S/N, Coxipó – CUIABÁ – MT 78060-900
Faculdade de Nutrição – FANUT, DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO Shirley Ferreira Pereira - [email protected] (65) 3615-7202 – Professora Orientadora
Laísa Rodrigues Miranda – [email protected] – Graduanda de Nutrição
Eu___________________________________________________________________________
______ (NOME DO RESPONSÁVEL OU REPRESENTANTE LEGAL), portador do RG nº ______________________________, confirmo que estou ciente dos objetivos e forma de participação da pesquisa Prática de dietas restritivas e estado nutricional em adolescentes de Cuiabá, Mato Grosso. Eu li e compreendi esse Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, portanto, concordo em autorizar o menor__________________________________________________________ a participar como voluntário dessa pesquisa.
Local e data _____________________________, de __________________ de 2017.
Para o aluno:
TERMO DE ASSENTIMENTO
Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa “Prática de
dietas restritivas e estado nutricional em adolescentes de Cuiabá, Mato Grosso”. Para este
estudo adotaremos o(s) seguinte(s) procedimento(s): Durante a aula de educação física,
haverá aferição de peso e altura, além do preenchimento de um questionário com perguntas
referentes ao estilo de vida, hábitos alimentares e comportamentais.
Para participar deste estudo, o responsável por você deverá autorizar e assinar um
termo de consentimento. Você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem
financeira. Você será esclarecido(a) em qualquer aspecto que desejar e estará livre para
participar ou recusar-se. O responsável por você poderá retirar o consentimento ou interromper
a sua participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em
participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido(a)
pelo pesquisador que irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Você não
será identificado em nenhuma publicação. Este estudo não apresenta risco a você. Os
resultados estarão à sua disposição quando finalizada. Este termo de consentimento encontra-
se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável,
e a outra será fornecida a você.
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Eu, ______________________________________________________, portador(a) do
documento de Identidade ____________________ fui informado(a) dos objetivos do
presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a
qualquer momento poderei solicitar novas informações, e o meu responsável poderá
modificar a decisão de participar se assim o desejar. Tendo o consentimento do meu
responsável já assinado, declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma
cópia deste termo assentimento e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as
minhas dúvidas.
Cuiabá, ____ de ______________________ de 20____ .
_____________________________________
Assinatura do(a) pesquisador(a)
_____________________________________
Assinatura do(a) menor