Prova Modelo 1

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Canto IX, est. 89-93 Que as Ninfas do Oceano, tão fermosas, Tétis e a Ilha angélica pintada 1 , Outra cousa não é que as deleitosas Honras que a vida fazem sublimada 2 . Aquelas preminências 3 gloriosas, Os triunfos, a fronte coroada De palma e louro, a glória e maravilha, Estes são os deleites desta Ilha. Que as imortalidades que fingia A antiguidade, que os Ilustres ama, Lá no estelante Olimpo 4 , a quem subia Sobre as asas ínclitas da Fama, Por obras valerosas que fazia, Pelo trabalho imenso que se chama Caminho da virtude, alto e fragoso, Mas, no fim, doce, alegre e deleitoso, Não eram senão prémios que reparte, Por feitos imortais e soberanos, O mundo cos varões que esforço e arte Divinos os fizeram, sendo humanos. Que Júpiter, Mercúrio, Febo e Marte, Eneas e Quirino e os dous Tebanos 5 , Ceres, Palas e Juno com Diana, Todos foram de fraca carne humana. Mas a Fama, trombeta de obras tais, Lhe deu 6 no Mundo nomes tão estranhos De Deuses, Semideuses, Imortais, Indígetes 7 , Heroicos e de Magnos. Por isso, ó vós que as famas estimais, Se quiserdes no mundo ser tamanhos, Despertai já do sono do ócio ignavo 8 , Que o ânimo, de livre, faz escravo. E ponde na cobiça um freio duro, E na ambição também, que indignamente Tomais mil vezes, e no torpe e escuro Vício da tirania infame e urgente; Porque essas honras vãs, esse ouro puro, Verdadeiro valor não dão à gente: Milhor é merecê-los sem os ter, Que possuí-los sem os merecer. Luís de Camões, Os Lusíadas, ed. preparada por A. J. da Costa Pimpão, 5.ª ed., Lisboa, MNE/IC, 2003 1 Ilha angélica pintada: representação, pintura de uma ilha linda, que lembra um lugar habitado por anjos. 2 sublimada: ilustre, célebre. 3 preminências (por preeminências): distinções, superioridades, honrarias, louros, prémios. 4 no estelante Olimpo: na brilhante morada dos deuses. 5 os dous Tebanos: Hércules e Baco. 6 Lhe deu: lhes deu. 7 Indígetes: divindades primitivas e nacionais dos Romanos. 8 do ócio ignavo: do ócio indolente, preguiçoso. Questão 1 (0 pontos em 15) Ver Resolução Expõe, sucintamente, o contedo das trs primeiras estncias. Indiquei que o assunto da 1.ª estância é relativo ao facto da "Ilha", incluindo as Ninfas e Tétis, ser o prémio, a recompensa dada aos marinheiros, e os "deleites" serem os triunfos, os louros. Indiquei que o assunto da 2.ª estância é relativo ao facto dos prémios concedidos pela antiguidade serem atribuídos a quem fazia o difícil percurso da virtude. Indiquei que o assunto da 3.ª estância é relativo ao facto de os deuses não passarem de humanos que praticaram feitos de grande valor; daí terem recebido o prémio da imortalidade.

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Page 1: Prova Modelo 1

Canto IX, est. 89-93

Que as Ninfas do Oceano, tão fermosas, 

Tétis e a Ilha angélica pintada1,

Outra cousa não é que as deleitosas 

Honras que a vida fazem sublimada2. 

Aquelas preminências3 gloriosas, 

Os triunfos, a fronte coroada 

De palma e louro, a glória e maravilha, 

Estes são os deleites desta Ilha.

Que as imortalidades que fingia 

A antiguidade, que os Ilustres ama, 

Lá no estelante Olimpo4, a quem subia 

Sobre as asas ínclitas da Fama, 

Por obras valerosas que fazia, 

Pelo trabalho imenso que se chama 

Caminho da virtude, alto e fragoso, 

Mas, no fim, doce, alegre e deleitoso, 

Não eram senão prémios que reparte, 

Por feitos imortais e soberanos, 

O mundo cos varões que esforço e arte 

Divinos os fizeram, sendo humanos. 

Que Júpiter, Mercúrio, Febo e Marte, 

Eneas e Quirino e os dous Tebanos5, 

Ceres, Palas e Juno com Diana, 

Todos foram de fraca carne humana.

Mas a Fama, trombeta de obras tais, 

Lhe deu6 no Mundo nomes tão estranhos 

De Deuses, Semideuses, Imortais, 

Indígetes7, Heroicos e de Magnos.

Por isso, ó vós que as famas estimais, 

Se quiserdes no mundo ser tamanhos, 

Despertai já do sono do ócio ignavo8,

Que o ânimo, de livre, faz escravo.

E ponde na cobiça um freio duro, 

E na ambição também, que indignamente 

Tomais mil vezes, e no torpe e escuro 

Vício da tirania infame e urgente; 

Porque essas honras vãs, esse ouro puro, 

Verdadeiro valor não dão à gente: 

Milhor é merecê-los sem os ter,

Que possuí-los sem os merecer. 

Luís de Camões, Os Lusíadas, ed. preparada por A. J. da Costa

Pimpão, 5.ª ed., Lisboa, MNE/IC, 2003

1 Ilha angélica pintada: representação, pintura de uma ilha

linda, que lembra um lugar habitado por anjos. 

2sublimada: ilustre, célebre. 

3preminências (por preeminências): distinções, superioridades,

honrarias, louros, prémios.

4no estelante Olimpo: na brilhante morada dos deuses. 

5os dous Tebanos: Hércules e Baco. 

6Lhe deu: lhes deu. 

7Indígetes: divindades primitivas e nacionais dos Romanos.

8do ócio ignavo: do ócio indolente, preguiçoso.

Questão 1 (0 pontos em 15) Ver Resolução

Expõe, sucintamente, o conteudo das tres primeiras estancias.

Indiquei que o assunto da 1.ª estância é relativo ao facto da "Ilha", incluindo as Ninfas e Tétis, ser o prémio, a recompensa dada aos marinheiros, e os "deleites" serem os triunfos, os louros.

Indiquei que o assunto da 2.ª estância é relativo ao facto dos prémios concedidos pela antiguidade serem atribuídos a quem fazia o difícil percurso da virtude.

Indiquei que o assunto da 3.ª estância é relativo ao facto de os deuses não passarem de humanos que praticaram feitos de grande valor; daí terem recebido o prémio da imortalidade. 

Escrevi um texto coeso, coerente e correto nos planos ortográfico, lexical, morfológico, sintático e de pontuação. 

Page 2: Prova Modelo 1

Questão 2 (0 pontos em 20) Ver Resolução

"A "Fama" desempenha um papel fundamental no processo da imortalidade."

Refere tres dos aspectos evidenciados nesse desempenho, fundamentando a tua resposta com citações do texto.

Indiquei que é a "Fama" que, sobre as suas "asas ínclitas", faz subir ao "estelante Olimpo" os varões. Referi que é a "Fama" que dá a conhecer os "feitos imortais e soberanos", desempenhando o papel de "trombeta de obras tais". Identifiquei que é a "Fama" que atribui os nomes que patenteiam a imortalidade dos humanos, como se verifica nos versos "(…) Lhe deu no mundo nomes (…) / De Deuses, Semideuses, Imortais / (…)". Escrevi um texto coeso, coerente e correto nos planos ortográfico, lexical, morfológico, sintático e de pontuação.

De acordo com o sujeito poético, a “Fama” desempenha um papel fundamental no processo da imortalidade, uma vez que é “sobre as [suas] asas ínclitas” que os barões ascendem ao “estelante Olimpo”. Para além disso, a “Fama”, “trombeta de obras tais”, anuncia às gerações futuras os feitos gloriosos do povo, dando-lhes a conhecer os “feitos imortais e soberanos” que foram realizados. Por fim, é também a “Fama” que atribui os nomes que patenteiam a imortalidade dos humanos, como podemos comprovar nos seguintes versos: “(...) Lhe deu no Mundo nomes tão estranhos / De Deuses, Semideuses, Imortais, /(...)”.

Questão 3 (0 pontos em 15) Ver Resolução

Identifica a apostrofe presente na estancia 92 e explicita a intenção que lhe está subjacente.

Identifiquei a apóstrofe "ó vós que as famas estimais", no verso 29. 

Indiquei que a apóstrofe é uma interpelação direta aos portugueses, alertando-os para o esforço que necessitam de fazer para despertarem do "ócio ignavo" e para perseguirem o seu objetivo: a fama. 

Escrevi um texto coeso, coerente e correto nos planos ortográfico, lexical, morfológico, sintático e de pontuação. 

Na estância 92, a apóstrofe "ó vós que as famas estimais", presente no verso 29, é uma interpelação direta aos portugueses, alertando-os para o esforço que necessitam de fazer para despertarem do "ócio ignavo" e para perseguirem a fama, que deveria ser sempre o seu objetivo.

Questão 4 (0 pontos em 20) Ver Resolução

Indica o modo das formas verbais "Despertai" (v. 31) e "ponde" (v. 33) e refere o respetivo valor expressivo.

Indiquei que as formas verbais "Despertai" e "ponde" desenvolvem e completam a exortação aos portugueses, começada na estância 92.

Page 3: Prova Modelo 1

Identifiquei que as formas verbais apontam as ações principais para os que desejam a fama, as quais são o despertar do ócio, o refrear da cobiça, da ambição e da tirania.

Referi que o modo imperativo não exprime uma ordem, mas uma exortação, um apelo aos portugueses.

Escrevi um texto coeso, coerente e correto nos planos ortográfico, lexical, morfológico, sintático e de pontuação.

As formas verbais "Despertai" e "ponde" encontram-se no modo imperativo, exprimindo um apelo aos portugueses para despertarem do ócio e refrearem a cobiça, a ambição e a tirania, de modo a merecerem atingir a desejada fama. Assim, estas formas verbais não correspondem a uma ordem, mas

desenvolvem e completam a exortação iniciada na estância 92.

Memórias de Adriano 

�Não o nego: esta guerra da Judeia era um dos meus fracassos. Os crimes de Simão e a loucura de

Akiba não eram obra minha, mas acusava-me de ter sido cego em Jerusalém, distraído em Alexandria,

impaciente em Roma. Não havia sabido encontrar as palavras que teriam prevenido, ou pelo menos

retardado, aquele acesso do furor do povo; não soubera ser a tempo bastante brando ou bastante firme.

Não tínhamos, sem dúvida, razão para estar inquietos e ainda menos desesperados; o erro e a deceção

estavam apenas nas nossas relações com Israel: recolhíamos, por toda a parte, naqueles tempos de

crise, o fruto de dezasseis anos de generosidade no Oriente. Simão julgara poder jogar com uma revolta

do mundo árabe idêntica àquela que tinha assinalado os sombrios anos do reinado de Trajano. Mais

ainda, ousara contar com a ajuda parta. Tinha-se enganado, e essa falta de cálculo causava a sua morte

lenta na cidadela cercada de Béthar; os tribunos árabes quebravam a solidariedade com as comunidades

judaicas. Os Partos1 mantinham-se fiéis aos tratados. As próprias sinagogas das grandes cidades sírias

mostravam-se indecisas ou tíbias: as mais fervorosas contentavam-se em enviar secretamente algum

agente aos zelotes. A população judaica de Alexandria, aliás tão turbulenta, continuava calma; (...) E

contudo, num sentido, os maus dias que haviam precedido imediatamente o meu reinado parecia

recomeçarem. (...) O correio da noite acabava de me comunicar que havíamos restabelecido, no monte

de pedras desmoronadas a que eu chamara Élia Capitolina e a que os Judeus davam ainda o nome de

Jerusalém; (...) Se dezasseis anos de um reinado de um príncipe apaixonadamente pacífico tinham

conduzido à campanha da Palestina, as probabilidades da paz do mundo afiguravam-se medíocres no

futuro. � 

Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano, 8.ª ed., Ulisseia, 1992 (tradução de Maria Lamas)

 

 

1 Partos(as) – antigo povo cita que se estabeleceu no Sul da Hircânia, em 250 a. C., não pôde ser

submetido apesar dos esforços perseverantes de Trajano.

Questão 5 (0 pontos em 5) Ver Resolução

Le o texto e estabelece a correspondencia correta.

Estas memorias são reflexões críticas acerca do passado do seu autor.

Principais fracassos - A guerra da Judeia, Jerusalém, Alexandria e Roma.

Motivo dos desaires - Inabilidade para compreender o povo

Elemento que atenua o desalento - A sua generosidade é reconhecida no Oriente.

Page 4: Prova Modelo 1

Perspectiva sobre o futuro da Humanidade - “Se dezasseis anos de um reinado (…) as probabilidades da paz do mundo afiguravam-se medíocres no futuro.”

Questão 6 (0 pontos em 5) Ver Resolução

Completa as seguintes frases com as opções corretas.

Ao chamar a esta obra | Memórias e não Diário, a autora evidencia o carácter de homem de | ação de | Adriano Augusto que, num momento mais | avançado da sua vida, e por isso de menor atividade, tem disponibilidade para narrar acontecimentos | em que participou e para reflectir profundamente acerca deles.

Questão 7 (0 pontos em 20) Ver Resolução

"O Memorial, sendo-o embora de um convento, é-o sobretudo de uma época da qual se esqueceu a outra face composta por gente anonima cuja importancia o narrador tenta perpetuar..."

Ana Paula Arnaut, Memorial do Convento, historia, ficção e ideologia, Ed. Fora do Texto

Fazendo apelo à tua experiencia de leitura da obra Memorial do Convento, redige um texto expositivo de oitenta a cento e vinte palavras, no qual comentes opinião acima transcrita.

Referi que o autor da obra Memorial do Convento pretendeu atribuir a grandiosidade da construção do convento de Mafra aos que efetivamente construíram o edifício, ao povo anónimo, visto que destes ninguém falou.

Indiquei que a obra em causa vem questionar a versão oficial da história nacional, na qual apenas o monarca que ordenara a construção do edifício, D. João V, é valorizado por tal magnífica edificação.

Referi que o autor da obra para atribuir a responsabilidade da construção do convento ao povo anónimo, coloca, logo no primeiro capítulo, o rei a montar a miniatura da basílica de São Pedro, de Roma, sendo esta a única edificação de que o saberemos responsável em todo o romance.

Apresentei um texto com introdução, desenvolvimento e conclusão, escrevendo, pelo menos, um parágrafo para a introdução, um para o desenvolvimento e um para a conclusão.

Escrevi um texto coeso, coerente e correto nos planos ortográfico, lexical, morfológico, sintático e de pontuação.

Escrevi um texto entre oitenta e cento e vinte palavras.

Em Memorial do Convento, Saramago questiona a versão oficial da história nacional, que atribui a grandiosidade da construção do convento de Mafra a D. João V, que ordenara a sua edificação. De facto,

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em todo o romance, a única construção realizada pelo monarca foi uma miniatura da Basílica de S. Pedro.Assim, é o esforço e sofrimento do povo anónimo que é enaltecido pelo autor ao longo da obra, especificamente no capítulo XIX, consagrado à saga heróica do transporte da enorme pedra para Mafra. É ao povo, construtor real do edifício, que o autor pretende dar voz e um lugar de destaque na história, menosprezando o papel do rei na construção do convento. 

A filosofia pagã

A moderna história da filosofia da Antiguidade restabelece uma ordem, intelectualmente satisfatória

para aqueles que a elaboram. De início, temos a religião, o mito, a poesia: de Homero a Píndaro (e, por

desvio, até aos autores clássicos da tragédia) vem uma transição: os "pré-socráticos"; neste grande

'saco' metemos os físicos (...), os atomistas, os médicos, os historiadores (...), os sofistas. Surge

Sócrates: tudo se altera, mas de maneira ainda não radical. Com Platão, com a fundação da Academia,

em 387, institui-se finalmente a ordem da racionalidade; precária, desajeitada, esta ordem, que será

sujeita a múltiplas modificações, determinou já os seus princípios. O pensamento que obedece à

exigência lendária é substituído por uma nova lógica que regula, graças a uma severa disciplina do

discurso, a questão do direito à palavra verdadeira, isto é, eficaz.

Esta é uma boa leitura. Incontestavelmente a conceção grega do homem e do mundo foi-se

progressivamente "secularizando" ou "laicizando" e o universo dos deuses foi-se esbatendo a pouco e

pouco diante das ações dos homens. Enquanto, nos séculos que se convencionou chamar homéricos, a

narrativa se organiza à volta das personagens divinas, ficando as personagens humanas reduzidas elas

próprias a essências, de acordo com um estatuto de quase dependência, na época clássica, (século V), o

homem, como cidadão-guerreiro, que fala e que luta, aparece como parte integrante do seu destino.

Nesta época, mudam de sentido e de estilo os géneros culturais: de fundamentalmente religiosa, a

tragédia torna-se uma cerimónia cívica; a comédia passa do jogo burlesco à crítica política. Outros

robustecem-se, como a história-geografia: as descrições lendárias e as geneologias míticas cedem o

lugar a paisagens e a costumes analisados e descritos com precisão, a sequências de acontecimentos

escrupulosamente contadas. Outros nascem, como uma medicina que doravante se socorre mais da

pesquisa das causas das doenças do que dos recursos ambíguos da adivinhação; como a "física", que

passa, a pouco e pouco, das especulações mágicas ao estudo das relações fenomenais; como a arte das

palavras, que doravante deixa de ser apanágio das famílias nobres, mas que se torna o meio de que

dispõe todo o cidadão, pelo menos de direito, para fazer valer as suas opiniões e os seus interesses;

como a "filosofia", que deixa de ser uma declaração exaltante e misteriosa para reivindicar, tendo o

domínio no jogo das perguntas e das respostas, o seu direito a definir, em todos os setores, a jurisdição

suprema. 

Pierre Aubenque et alii, A Filosofia Pagã – do século VI a. C. ao século III d. C., Publ. Dom Quixote

Questão 8 (0 pontos em 5)

Seleciona a opção correta.

No primeiro parágrafo do texto, os autores...

realçam o papel de Sócrates na história da filosofia ocidental.

apresentam a perspetiva da moderna historia da filosofia sobre a filosofia da Antiguidade.

apresentam as várias correntes da moderna história da filosofia.

Page 6: Prova Modelo 1

reconstituem o percurso da filosofia grega.

Questão 9 (0 pontos em 5)

Seleciona a opção correta.

No ultimo período do primeiro parágrafo, os autores referem-se...

(Ver texto anterior)

à inequívoca permanência do pensamento lendário na filosofia grega.

à substituição do discurso lendário por um mais exigente em termos logicos.

à substituição da ordem racional no percurso da filosofia grega.

à coexistência pacífica entre um entendimento lendário e uma abordagem racional do mundo.

Questão 10 (0 pontos em 5)

Seleciona a opção correta.

Com a expressão "que se convencionou chamar homéricos" (terceiro período do segundo parágrafo), os autores...

assinalam o caráter algo arbitrário do modificador "homéricos".

apresentam uma categoria histórica unanimemente aceite.

assinalam o caráter rigoroso do modificador "homéricos".

desvalorizam o peso da convenção académica.

Questão 11 (0 pontos em 5)

Seleciona a opção correta.

Na expressão "Outros robustecem-se" (quinto período do segundo parágrafo), o pronome...

é um mecanismo de coesão lexical por reiteração.

é um mecanismo de coesão lexical por elipse.

tem como antecedente a expressão "os géneros culturais".

é um mecanismo de coesão lexical por hiponímia.

Page 7: Prova Modelo 1

Questão 12 (0 pontos em 5) Ver Resolução

Seleciona a opção correta.

Na frase "O narrador fala sobre a historia da filosofia da Antiguidade.” está presente uma modalidade...

epistémica com valor de certeza.

deôntica com valor de obrigação.

epistémica com valor de possibilidade.

deôntica com valor de permissão.

Questão 13 (0 pontos em 5) Ver Resolução

Seleciona o valor aspectual veiculado pelas expressões destacadas.

"Incontestavelmente a conceção grega do homem e do mundo foi-se progressivamente ‘secularizando’ ou ‘laicizando’ e o universo dos deuses foi-se esbatendo a pouco e pouco diante das ações dos homens."

Genérico

Durativo.

Habitual

Pontual 

Questão 14 (0 pontos em 5)

Seleciona o valor referencial da expressão destacada no excerto seguinte.

"O pensamento que obedece à exigencia lendária é substituído por uma nova logica que regula (…) a questão do direito à palavra verdadeira (…)"

Específico

Constante

Não específico

Page 8: Prova Modelo 1

Questão 15 (0 pontos em 5) Ver Resolução

Tomando como ponto de referencia a locução temporal "em 387", seleciona o valor temporal da expressão destacada no seguinte excerto.

"Com Platão, com a fundação da Academia, em 387, institui-se finalmente a ordem da racionalidade; precária, desajeitada, esta ordem, que será sujeita a multiplas modificações, determinou já os seus princípios.”

Anterioridade

Simultaneidade

Posterioridade

Questão 16 (0 pontos em 10)

Seleciona a opção correta.

A frase "Incontestavelmente a concepção grega do homem e do mundo foi-se progressivamente “secularizando” ou “laicizando” e o universo dos deuses foi-se reforçando a pouco e pouco diante das acções dos homens." é incoerente, porque...

a laicização é um processo contrário ao de secularização, contrariando assim a afirmação deste excerto.

um processo de secularização pressupõe uma diminuição do impacto da presença do divino, sendo o oposto do que se afirma neste excerto.

não há relação entre o processo de secularização e a presença das figuras de caráter divino no quotidiano dos homens, sendo o contrário do que se afirma neste excerto.

um processo de secularização é compatível com o reforço do universo dos deuses nas ações dos homens, contrariando a afirmação do excerto.

Page 9: Prova Modelo 1

Questão 17 (0 pontos em 50) Ver Resolução

"O heroi simboliza a união das forças celestes e terrestres. Mas não goza, naturalmente, da imortalidade divina, embora conserve até à morte um poder sobrenatural: deus caído ou homem divinizado. Os herois podem, entretanto, adquirir a imortalidade […]. Podem também surgir do seu tumulo e defender do inimigo a cidade que está colocada sob a sua proteção."

Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, "Heroi", in Dicionário dos Símbolos, trad. Cristina Rodriguez e Artur Guerra, Lisboa, Teorema, 1994

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresenta uma reflexão sobre o que é afirmado no excerto, considerando a importância da figura do herói na vida do ser humano.

Para fundamentar o teu ponto de vista, recorre, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

Tratei o tema da importância da figura do herói ao longo do texto.

Fiz referência ao conteúdo da citação apresentada, explicitando alguns dos seus elementos.

Estabeleci uma interligação entre os heróis e os deuses, indicando os seus pontos em comum e os pontos dissonantes.

Na introdução do meu texto, apresentei o meu ponto de vista sobre o tema, bem como um conjunto de factos/ideias sobre o mesmo, os quais são comummente aceites.

No desenvolvimento, apresentei, pelo menos dois argumentos que apoiam o meu ponto de vista e um exemplo concreto e objetivo a corroborar cada argumento.

Na conclusão, apresentei a minha ideia final sobre o tema, tentando convencer o leitor da validade dessa mesma ideia.

Escrevi um texto coeso, coerente e correto nos planos ortográfico, lexical, morfológico, sintático e de pontuação.

Escrevi um texto entre duzentas e trezentas palavras.