Prova de Microbiologia
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Universidade Federal do Ceará – Campus Crato
Aluno: Francisco de Assis Nogueira Matrícula: 0293041
Disciplina: Microbiologia Básica Curso: Agronomia
PROVA VIRTUAL DE MICROBIOLOGIA
1. O vírus é um organismo biológico de grande importância para a Microbiologia e
para a Fitopatologia por ser agente patogênico de importantes doenças de plantas.
Os vírus possuem grande capacidade de replicação, utilizando para isso a estrutura
de uma célula sadia (hospedeira). Fale um pouco sobre estes microrganismos
comparando-os com um PC e as informações nele contidas.
Resposta: Por definição: Vírus de computador é um software malicioso desenvolvido
por programadores que, tal como um vírus biológico, infecta o sistema, faz cópias de si
mesmo e tenta se espalhar para outros computadores, utilizando-se de diversos meios.
A maioria das contaminações ocorre pela ação do usuário, executando o arquivo
infectado recebido como um anexo de um e-mail. A contaminação também pode ocorrer
por meio de arquivos infectados em pen drives ou CDs. A segunda causa de
contaminação é por Sistema Operacional desatualizado, sem correções de segurança,
que poderiam corrigir vulnerabilidades conhecidas dos sistemas operacionais ou
aplicativos, que poderiam causar o recebimento e execução do vírus inadvertidamente.
Já os vírus biológicos são pequenos agentes infecciosos (20-300 ηm de diâmetro) que
apresentam genoma constituído de uma ou várias moléculas de ácido nucléico (DNA ou
RNA), as quais possuem a forma de fita simples ou dupla. Os ácidos nucléicos dos vírus
geralmente apresentam-se revestidos por um envoltório protéico formado por uma ou
várias proteínas, o qual pode ainda ser revestido por um complexo envelope formado
por uma bicamada lipídica. Portanto, assim como o vírus biológico não é capaz de
viver sem seu hospedeiro, o vírus de computador também não, entretanto, um ataca
seres vivos e o outro, ataca redes de computadores, respectivamente.
2. No seu modo de entender do ponto de vista biológico, o plasmídeo bacteriano é uma
vantagem ou desvantagem para as bactérias? E para a ciência que estuda as doenças
de plantas, o plasmídeo oferece alguma vantagem? Explique e justifique.
Resposta: Do ponto de vista biológico, o plasmídeo bacteriano é uma vantagem para as
bactérias. Devido ao fato da replicação do DNA plasmídico ser feita pela mesma
maquinaria celular que realiza a replicação do DNA cromossómico, à mesma
velocidade ou a uma velocidade superior (o que provoca um número elevado de cópias
do plasmídeo na célula). Os plasmídeos replicam-se de forma independente do DNA
cromossômico, mas a sua replicação dá-se a cada divisão celular de forma a conservar
pelo menos uma cópia em cada célula-filha. Além disso, os plasmídeos contêm
geralmente um ou dois marcadores selecionáveis que conferem uma vantagem seletiva
à bactéria que os abriga, por exemplo, a capacidade de construir uma resistência a
antibióticos. A resistência advém da presença de pelo menos um gene que codifique
uma enzima capaz de neutralizar um determinado antibiótico. A existência de
plasmídeos com diversos genes de resistência a diferentes antibióticos é um problema
no tratamento de doenças bacterianas em animais ou vegetais. Com a utilização
generalizada de antibióticos, os plasmídeos evoluíram de forma a conferir
multirresistências aos seus hospedeiros bacterianos, tornando essas doenças são de
difícil tratamento. Muitos destes plasmídeos contêm adicionalmente "genes de
transferência", que codificam proteínas capazes de formar fímbrias através dos quais
as bactérias transferem plasmídeos entre si, contribuindo para a proliferação de
estirpes multirresistentes. Todos os plasmídeos contêm pelo menos uma sequência de
DNA que serve como uma "origem de replicação" ou ori (um ponto inicial para a
replicação de DNA), e que permite ao DNA do plasmídeo replicar-se
independentemente do DNA cromossómico. A ori é uma sequência específica de
cinquenta a cem pares de bases e a sua presença é obrigatória para que ocorra a
replicação do plasmídeo.
3. Na Reserva Biológica de Paranapiacaba, SP, foram realizados diversos estudos
sobre fungos, porém têm sido poucos os resultados publicados. Entre os principais
estudos conduzidos na região, que efetivamente contribuíram para o conhecimento
da diversidade da micota nativa, destacam-se aqueles relativos aos fungos
micorrízicos do solo (Trufem &Viriato 1990) e aos Hyphomycetes associados a
folhas de Alchornea triplinervia (Spreng.) M. Arg. e de Euterpe edulis Mart. (Grandi
1993). Antunes et al. (1993) constataram o rápido poder de recuperação da
diversidade dos fungos do solo da Mata Atlântica de Paranapiacaba, acidentalmente
submetido ao fogo.
SCHOENLEIN-CRUSIUS, Iracema Helena; MILANEZ, Adauto Ivo. Fungos microscópicos da Mata Atlântica
de Paranapiacaba, São Paulo, Brasil. Rev. bras. Bot., São Paulo, v. 21, n. 1, Apr. 1998 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-84041998000100007&lng=en&nrm=iso>.
access on 01 June 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-84041998000100007.
Com base no texto acima, você acha importante à realização de pesquisas de fungos
microscópicos na flona do Araripe? Qual a importância disso?
Resposta: A realização de pesquisas de fungos na flona do Araripe seria de grande
importância. Como os fungos são seres dispersos no meio ambiente, em vegetais, ar
atmosférico, solo e água, provavelmente com uma pesquisa minuciosa na flora do
Araripe, poderiam descobrir-se novas espécies de fungos e consequentemente passar a
estuda-la e quem sabe ajudar no desenvolvimento de novas tecnologias ou de novos
tratamentos. O artigo citado mostra a importância de se estudar a presença de fungos
em vários locais, pois o mesmo retrata um estudo feito na Mata Atlântica de
Paranapiacaba, no estado de São Paulo. Apenas nessa área os autores registraram:
1770 ocorrências de diferentes táxons de fungos. Para a água do riacho foram
reportadas 319 ocorrências, 405 para o solo, 565 em folhas submersas de Alchornea
triplinervia (Spreng.) M. Arg. e 481 em folhas dispostas sobre o solo. Mastigomycotina
representou 316 ocorrências com 20 espécies, Zygomycotina 266 ocorrências com 13
espécies, Deuteromycotina 1107 ocorrências com 82 táxons e Ascomycotina 81
ocorrências com oito espécies. Portanto, esse trabalho é um exemplo a ser seguido, não
apenas na flona do Araripe, mas em diversos outros locais.
4. Estabeleça um quadro comparativo relativo a morfologia, reprodução, nutrição e
ecologia de fungos, bactérias e vírus.
Resposta:
Morfologia
Fungos
Estruturas microscópicas: A maioria dos fungos desenvolve-se como hifas, que são estruturas filamentosas,
cilíndricas, com 2 a 10 µm de diâmetro e até vários centímetros de comprimento. A combinação do crescimento apical
com a ramificação/bifurcação conduz ao desenvolvimento de um micélio, uma rede interconectada de hifas. As hifas
podem ser septadas ou cenocíticas. Muitas espécies desenvolveram estruturas hifais especializadas na absorção de
nutrientes dos hospedeiros vivos. Os fungos são incomuns entre os eucariotas por terem uma parede celular que, além
dos glicanos (p.e. β-1,3-glicano) e outros componentes típicos, contém também o biopolímero quitina.
Estruturas macroscópicas: Os micélios dos fungos podem tornar-se visíveis a olho nu, por exemplo, em várias
superfícies e substratos, tais como paredes húmidas e comida deteriorada, sendo vulgarmente chamados bolores.
Bactérias
As bactérias classificam-se morfologicamente de acordo com a forma da célula e com o grau de agregação:
Quanto a forma: Coco : De forma esférica ou subesférica; Bacilo : Em forma de bastonete (do género Bacillus);
Vibrião : Em forma de vírgula (do género Vibrio); Espirilo : de forma espiral/ondulada (do género Spirillum);
Espiroqueta : Em forma acentuada de espiral.
Quanto ao grau de agregação: Apenas os Bacilos e os cocos formam colônias: Diplococo : De forma esférica ou
subesférica e agrupadas aos pares; Estreptococos : Formam cadeia semelhante a um "colar"; Estafilococos : Uma
forma desorganizada de agrupamento, formando cachos; Sarcina : De forma cúbica, formado por 4 ou 8 cocos
simetricamente postos; Diplobacilos : Bacilos reunidos dois a dois; Estreptobacilos : Bacilos alinhados em cadeia.
Vírus
Um vírus é composto de ácido nucleico (DNA e RNA) e uma parede de proteína. Os ácidos nucleicos se localizam no
interior das proteínas. Ao envoltório proteico se dá o nome de capsídeo, o qual, por sua vez, é formado pelos
capsômeros, unidades estruturais simétricas dispostas em ordem determinada. O capsídeo + acido nucleico é o
nucleocapsídeo. Vírion é a partícula madura do vírus e pode ser sinônimo de nucleocapsídeo. O material genético
DNA ou RNA nunca se encontram simultaneamente no mesmo vírus, o que constitui uma característica singular
quando comparados com as células de outros organismos vivos. O DNA é o portador de informação genética em todos
os organismos vivos. Em alguns vírus, o material genético é o DNA e em outros o RNA. Os vírus diferem no seu
conteúdo de DNA ou RNA. Os vírus de plantas contêm RNA, exclusivamente, os vírus de animais, DNA ou RNA e os
vírus de bactérias, DNA.
Reprodução
Fungos
Reprodução Assexuada: Fragmentação: A maneira mais simples de um fungo filamentoso se reproduzir
assexuadamente é por fragmentação: um micélio se fragmenta originando novos micélios.
Brotamento: leveduras como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por brotamento ou gemulação. Os brotos
(gêmulas) normalmente se separam do genitor mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando cadeias
de células. Esporulação: nos fungos terrestres, os corpos de frutificação produzem, por mitose, células abundantes,
leves, que são espalhadas pelo meio. Cada células dessas, um esporo conhecido como conidiósporo (do grego, kónis
= poeira), ao cair em um material apropriado, é capaz de gerar sozinha um novo mofo, bolor etc. Para a produção
desse tipo de esporo a ponta de uma hifa destaca-se do substrato e, repentinamente, produz centenas de conidiósporos,
que permanem unidos até serem liberados. É o que acontece com o fungo penicillium, que assim foi chamado devido
ao fato de a estrutura produtora de esporos - o conídio - se assemelhar a um pincel.
Reprodução sexuada: De modo geral, a reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas haploides,
caracterizando a plasmogamia. Os núcleos haploides geneticamente diferentes, provenientes de cada hifa parental,
permanecem separados (fase heterocariótica, n + n). Posteriormente, a fusão nuclear (cariogamia) gera núcleos
diploides que, dividindo-se por meiose, produzem esporos haploides. Esporos formados por meiose são considerados
sexuados (pela variedade decorrente do processo meiótico).
Bactérias
Reprodução assexuada: Cissiparidade (fissão binária); Esporulação que pode ocorrer sob condições desfavoráveis
às bactérias, formando esporos resistentes que só retornarão à normalidade quando encontrarem a mínima condição
para dar continuidade à reprodução por cissiparidade.
Reprodução sexuada. Neste caso, há a transferência de material genético de uma bactéria para a outra e então a
combinação deste DNA com o DNA da bactéria receptora, originando novos organismos a partir desta nova
possibilidade cromossômica. Este processo pode ocorrer de 3 maneiras diferentes: transformação: Neste processo a
bactéria capta e absorve fragmentos de DNA disponíveis à sua volta, oriundos provavelmente de outras bactérias
mortas. Essa captura é aleatória e espontânea e não é sinônimo de sucesso reprodutivo, pois o fragmento capturado
precisa ser compatível com a bactéria; transdução: neste processo a bactéria é acometida por bacteriófagos (vírus)
que podem incorporar alguns segmentos de DNA bacteriano e mais tarde transportá-los até outra bactéria, como
podemos analisar no esquema abaixo. Se a próxima bactéria a ser infectada por esse mesmo bacteriófago sobreviver à
este ataque, certamente ela utilizará os genes transportados pelo vírus. Logo, esta bactéria seria caracterizada como
“transduzida”; e, por último, a bactéria também pode se reproduzir-se por conjugação: neste processo a bactéria faz a
transferência de seu material diretamente à outra bactéria, através de uma estrutura proteínada auxiliadora
denominada pilus sexual, presente apenas nas bactérias que doam material genético.
Reprodução Vírus
A reprodução dos vírus (vírions) ocorre necessariamente no interior de uma célula (hospedeiro). O processo de
infestação viral tem seu início a partir do reconhecimento químico das fibras presentes na cauda do vírus, aderindo-se
à membrana plasmática da célula hospedeira. Em seguida as fibras se contraem permitindo a introdução do DNA
virótico no interior da célula, sendo o capsídio (“cabeça” do vírus) e a cauda destacadas da superfície exterior.
Após a penetração, o material genético do vírus, conjugado ao DNA circular bacteriano, passa a comandar as
atividades metabólicas em consequência da inativação do comando gênico da célula infectada, fracionando o
cromossomo bacteriano. Para tal incapacidade de reconhecimento, o vírus utiliza de enzimas da própria célula,
assumindo o controle das reações funcionais. Isso os torna, por comparação, verdadeiros piratas celulares. Desse
ponto em diante, toda a síntese de transcrição passa a ser direcionada para a produção de novos vírus. Esse é o
período de biossíntese, onde o DNA viral determinará a síntese dos componentes virais: o capsídio e as demais
estruturas da cauda. A proliferação prossegue com o estágio de maturação e liberação dos novos vírus, ou seja, a
montagem propriamente dita dos vírions no interior do hospedeiro, com a ruptura da parede bacteriana, por ação de
enzimas digestivas, liberando-os para reiniciar o ciclo de infestação. O ciclo possui duração média de 30 minutos,
marcados desde o instante da adesão e introdução do DNA viral, até o instante que se rompe a parede da membrana
bacteriana propagando dezenas de novos vírions.
Nutrição
Fungos
De acordo com a nutrição, os fungos são classificados em duas categorias: saprófitas (ou sapróbios) e parasitas. Os
saprófitas se alimentam de matéria orgânica animal ou vegetal morta e os parasitas vivem dentro de ou sobre
organismos vivos (animais ou vegetais), deles retirando seus alimentos, absorvem nutrientes em vez de ingeri-los,
secretando enzimas digestivas no substrato onde se desenvolvem. Essas enzimas catalisam a quebra de moléculas
grandes em moléculas suficientemente menores para serem absorvidas pela célula fúngica. Por essa razão, os fungos
crescem dentro ou sobre os alimentos. Desenvolve-se geralmente em meios contendo um pH baixo, uma fonte de
carbono uma fonte de nitrogênio orgânico ou inorgânico e alguns minerais. Alguns necessitam de vitaminas.
Bactérias
Devido à presença da parede celular rígida que envolve toda a membrana celular, as bactérias se nutrem apenas de
material em solução. Para a construção de novos componentes celulares ou para a obtenção de energia são utilizadas
substâncias chamadas nutrientes, que são divididos em macronutrientes e micronutrientes. Os macronutrientes são
necessários em grandes quantidades por serem os principais constituintes dos compostos orgânicos celulares e
também são utilizados como combustível. São formados por C, O, H, N e S e totalizam cerca de 90% da composição
celular. Os outros 10% são os micronutrientes como o K, Ca, Fe, Mn, etc. As bactérias podem ser autótrofas, capazes
de produzir seu próprio alimento, ou heterótrofas, quando se alimentam de uma fonte externa. As bactérias autótrofas
podem ser fotossintetizantes (realizam fotossíntese utilizando a energia luminosa) ou quimiossintetizantes (aquelas
que utilizam a energia liberada em reações de oxirredução, para produzir seu alimento). As bactérias heterótrofas
podem se alimentar de matéria orgânica morta (saprófitos) ou de animais e plantas (patogênicas).
Vírus
Os vírus não precisam de alimento: quando estão fora de um hospedeiro, podem permanecer inertes no ambiente por
milhares de anos, "vivos". Eles somente poderão agir novamente quando entrarem em uma célula viva. Uma vez
dentro de uma célula hospedeira, os ácidos nucléicos do vírus assumirão o controle da célula. O vírus fará com que a
célula produza cópias do vírus. Quando o citoplasma estiver cheio de cópias do vírus, estas irão romper a membrana
plasmática e sairão da célula. A célula hospedeira, então, morre.
Ecologia
Fungos
Embora frequentemente inconspícuos, os fungos ocorrem em todos os ambientes da Terra e desempenham papéis
muito importantes na maioria dos ecossistemas. Ao lado das bactérias, os fungos são os principais decompositores na
maioria dos ecossistemas terrestres (e em alguns aquáticos), tendo, portanto, um papel crítico nos ciclos
biogeoquímicos, e em muitas cadeias tróficas. Como decompositores, têm um papel essencial nos ciclos de nutrientes,
especialmente como saprófitos e simbiontes, ao degradarem a matéria orgânica em moléculas inorgânicas, que podem
então reentrar nas vias metabólicas anabólicas das plantas ou outros organismos.
Bactérias
No solo existem muitos microrganismos que trabalham na transformação dos compostos de nitrogénio em formas que
possam ser utilizadas pelas plantas e muitos são bactérias que vivem na rizosfera (a zona que inclui a superfície da
raiz e o solo que a ela adere). Algumas destas bactérias – as nitrobactérias - podem usar o nitrogênio do ar e convertê-
lo em compostos úteis para as plantas, um processo denominado fixação do nitrogénio. A capacidade das bactérias
para degradar uma grande variedade de compostos orgânicos é muito importante e existem grupos especializados de
microrganismos que trabalham na mineralização de classes específicas de compostos como, por exemplo, a
decomposição da celulose, que é um dos mais abundantes constituintes das plantas. As bactérias podem também
causar doenças em plantas e animais. As bactérias decompositoras atuam na decomposição do lixo, sendo essenciais
para tal tarefa. Também podem ser utilizadas para biorremediação atuando na biodegradação de lixos tóxicos,
incluindo derrames de hidrocarbonetos.
Vírus
Os vírus necessitam de algumas exigências para sobreviverem. A primeira delas diz respeito a presença de um ou
mais indivíduos hospedeiros. Depois, é necessário um meio para sua transmissão e a presença de hospedeiros sadios
para a pronta infecção. Sabemos que os vírus apresentam estabilidade física dentro do hospedeiro, principalmente
quando se encontram em grandes concentrações. Um exemplo disso é o Vírus do Mosaico do Fumo TMV que
sobrevive no solo por muito tempo, como também o faz no cigarro de palha que o trabalhador rural gosta de
consumir.
5. Os begomovírus, vírus da família Geminiviridae transmitidos por mosca branca,
constituem sérios patógenos de culturas agronômicas e hortícolas em regiões tropicais e
subtropicais em todo o mundo. Fale sobre o processo de transmissão dos geminivírus.
Resposta: A mosca branca, ao se alimentar do floema, extrai aminoácidos e
carboidratos necessários à sua sobrevivência. Este tipo de alimentação especializada
faz com que esta praga seja muito eficaz em adquirir e transmitir vírus associados aos
tecidos vasculares das plantas, como é o caso do geminivírus. A relação mosca branca
x geminivírus é do tipo persistente-circulativo, ou seja, a mosca branca adquire o vírus
durante o processo de alimentação e este circula no seu corpo até atingir as glândulas
salivares. A mosca branca adulta ao se alimentar em uma planta sadia, juntamente com
a saliva inocula o vírus no tecido vascular da planta, onde este se multiplica. De
acordo com o tipo e as condições ambientais, o vírus se mantém incubado por um
período que pode variar de quatro a vinte horas, estando, então, a praga apta a
transmitir o geminivírus por um período de dez ou de vinte dias, em casos excepcionais.
Para insetos vetores de vírus, como a mosca branca, tripes e pulgões, apenas um adulto
por planta é suficiente para que a incidência do vírus seja de 100% em condições de
campo, podendo provocar perdas totais.