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  • PROVA DE HISTRIA COMENTADA

    UDESC 2013/2

    PROVA DE HISTRIA UDESC 2013/2 COMENTRIOS EM VERMELHO

    Pelos professores

    Alan Carlos Ghedini e Thiago Leandro de Souza

    HISTRIA (11 questes)

    Questo 29 Observe a charge:

    Considerando a crtica social e a proposta de analogia contida na charge, analise as proposies.

    I. A charge estabelece uma analogia com o pelourinho coluna de pedra ou de madeira, disposta em praa ou lugar central e pblico , historicamente conhecido como instrumento de exibio e castigo aos escravos, poca da escravido no Brasil.

    II. Ao fazer referncia informatizao de um instrumento de castigo do passado, no Brasil, a charge utiliza-se de um expediente de analogia anacrnica com o objetivo de chamar a ateno para as condies de trabalho de muitos trabalhadores rurais, ainda precrias.

    Disponvel em: .

    - O conceito o mesmo, s que agora eu posso programar o nmero e a intensidade de chibatadas!

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    III. A charge contribui para chamar a ateno sobre permanncias, na histria, das relaes de trabalho no campo, no Brasil, sendo a face mais cruel aquela que submete trabalhadores, no presente, a condies de trabalho anlogas s dos escravos.

    Assinale a alternativa correta.

    A. ( ) Somente a afirmativa I verdadeira.

    B. ( ) Somente a afirmativa II verdadeira.

    C. ( ) Somente a afirmativa III verdadeira.

    D. ( ) Somente as afirmativas I e III so verdadeiras.

    E. ( ) Todas as afirmativas so verdadeiras.

    Comentrio: Questo exige interpretao de imagem, e conhecimento histrico acerca das relaes de explorao do trabalho no Brasil. Exigiu do vestibulando habilidade para relacionar a histria com o presente, de acordo com a proposta atual de ensino de histria no ensino mdio. A resposta correta a letra E, todas as afirmativas so corretas. A questo do trabalho anlogo escravido tem sido tema relativamente recorrente nos jornais e revistas brasileiros, e levado a alguns debates fortes no congresso, especialmente com a chamada bancada ruralista.

    Questo 30 Leia o excerto abaixo:

    Santos receava os fuzilamentos; por exemplo, se fuzilassem o imperador, e com ele as pessoas de sociedade? Recordou que o Terror... Aires tirou-lhe o Terror da cabea. As ocasies fazem as revolues, disse ele, sem inteno de rimar, mas gostou que rimasse, para dar forma fixa ideia. Depois lembrou a ndole branda do povo. O povo mudaria de governo, sem tocar nas pessoas. Haveria lances de generosidade. Para provar o que dizia referiu um caso que lhe contara um velho amigo, o Marechal Beaurepaire Rohan. Era no tempo da Regncia. O imperador fora ao Teatro de S. Pedro de Alcntara. No fim do espetculo, o amigo, ento moo, ouviu grande rumor do lado da Igreja de S. Francisco, e correu a saber o que era. Falou a um homem, que bradava indignado, e soube dele que o cocheiro do imperador no tirara o chapu no momento em que este chegara porta para entrar no coche; o homem acrescentou: "Eu sou r..." Naquele tempo os republicanos por brevidade eram assim chamados. "Eu sou r, mas no consinto que faltem ao respeito a este menino!"

    MACHADO DE ASSIS, Manuel Maria. Esa e Jac. So Paulo: Globo, 1997, p. 133. Analise as proposies sobre o excerto acima e o contexto histrico a que ele se refere, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.

    ( ) A revoluo de que trata o excerto refere-se mudana do regime poltico no Brasil, do regime imperial para o republicano.

    ( ) O excerto trata da independncia do Brasil e o temor de que essa mudana pudesse afetar o pas de forma violenta, incluindo o risco de fuzilamento do imperador Dom Pedro I.

    ( ) O Terror, a que se refere Santos, retrata os conflitos e as tenses ocorridos no perodo regencial, como, por exemplo, a Guerra dos Farrapos.

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    ( ) As referncias ndole branda do povo e ao fato de que o povo mudaria de governo, sem tocar nas pessoas, seguidas do exemplo dado por Aires para provar o que dizia, podem ser lidas como uma crtica contundente do autor s relaes sociais e de poder estabelecidas no Brasil, que tambm ajudaram a explicar de que maneira o novo regime poltico, tratado no texto, foi instaurado.

    ( ) A expresso as ocasies fazem as revolues pode ser lida de diferentes maneiras, mas, no contexto histrico tratado, pode-se interpret-la como uma crtica de Machado de Assis onda de adesismos ao novo regime poltico por parte de lideranas polticas antagnicas liberais, conservadoras e republicanas que empunharam uma mesma bandeira, iniciando uma srie de mudanas oportunas de posio poltica.

    Assinale a alternativa que contm a sequncia correta, de cima para baixo:

    A. ( ) V V F F V

    B. ( ) F F V V F

    C. ( ) F V V F F

    D. ( ) V F V F V

    E. ( ) V F F V V

    Comentrio: Boa questo sobre a transio do imprio para a repblica, o livro Esa e Jac de Machado de Assis, alm de clssico da literatura nacional um bom relato sobre o perodo, Machado de Assis foi um observador astuto e crtico da vida nacional, e seu uso como fonte historiogrfica foi muito bem tratado nesta questo. O estudante mais atento percebeu assim que alm de se tratar do perodo final do imprio, que derrubou Pedro II, e incio da repblica, deve ter percebido que o Terror citado no texto trata-se de uma referncia a Revoluo Francesa realizada cerca de cem anos antes. Sendo assim resposta correta letra E.

    Questo 31 Sobre o AI-5 na histria do Brasil, assinale a alternativa correta.

    A. ( ) AI-5 foi baixado por Getlio Vargas em 1938, quando ocorreu a implantao do Estado Novo. Principais medidas: dava plenos poderes ao Presidente da Repblica e estabelecia a cassao de polticos que se opusessem ao governo.

    B. ( ) AI-5 foi baixado pelos militares, em dezembro de 1968. Principais medidas: fortalecia o poder Executivo e suspendia o habeas corpus para os presos polticos.

    C. ( ) AI-5 foi baixado no governo do general Joo Batista Figueiredo, ao assumir o governo em 1979. Principais medidas: previa a abertura poltica iniciada por Geisel e a promulgao da Lei de Anistia.

    D. ( ) AI-5 foi aprovado no governo de Fernando Collor de Mello em 1990 e implantado pela ministra Zlia Cardoso de Melo. Principais medidas: congelava os preos, institua nova moeda e limitava os saques das poupanas.

    E. ( ) AI-5 foi aprovado no governo de Luiz Incio Lula da Silva em 2003. Principais medidas:

    mudou a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, tornando obrigatrio o ensino da Histria da frica, da cultura africana e dos afrodescendentes na Educao Bsica.

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    Comentrio: O AI-5, ou Ato Institucional n5, o mais famoso dos Atos da ditadura militar brasileira, e considerado tambm o mais terrvel, entre outras coisas por declarar claramente o carter autoritrio do governo militar. Sabendo disto, fica tranquilo afirmar ser correta a alternativa B, mesmo que o estudante no soubesse maiores detalhes sobre o Ato, as demais alternativas todas poderiam rapidamente ser descartadas.

    Questo 32 Sobre a populao nativa do territrio brasileiro, no sculo XVI, assinale a alternativa incorreta.

    A. ( ) Quando os portugueses chegaram ao litoral atlntico sul-americano ele j era ocupado por mais de mil povos seminmades que viviam da caa, da pesca, da coleta e da agricultura.

    B. ( ) Estudos apontam que os grupos indgenas que habitavam o territrio, que hoje o Brasil, quando da chegada dos portugueses, eram passivos e ingnuos, por isso sua dominao e seu controle foi relativamente tranquilo para Portugal.

    C. ( ) Estudos apontam que os tupi-guaranis so originrios da regio amaznica, mas o crescimento da populao e as mudanas ambientais, dentre outros motivos, foraramnos a abandonar suas terras e partir em direo ao litoral.

    D. ( ) Quando os portugueses chegaram ao territrio, que hoje o Brasil, os tupis ocupavam quase toda a faixa costeira entre os atuais estados do Cear e So Paulo, enquanto que os guaranis localizavam-se mais ao Sul.

    E. ( ) Os tupis do litoral foram os primeiros povos nativos a tomar contato com os europeus. Formavam o grupo mais numeroso, por isso, muitas vezes, a imagem do tupi confundida como se representasse todos os indgenas do territrio brasileiro.

    Comentrio: Questes sobre povos indgenas brasileiros so pouco usuais ainda nos vestibulares do Sul do Brasil, mas louvvel que a Udesc tenha tratado do assunto. Nesta Questo pede-se a Incorreta (importante atentar sempre para o enunciado). Exigia-se aqui que o vestibulando compreendesse que a historiografia atual procura desmistificar o mito do bom selvagem que durante algum tempo retratou os povos nativos como ingnuos e incapazes, podendo assim afirmar ser incorreta a afirmativa feita na alternativa B, mesmo que ficasse em dvida sobre maiores detalhes abordados nas demais alternativas.

    Questo 33 Observe o quadro e leia o excerto abaixo.

    ndice do Salrio mnimo real (1960-1970) (1960=100)

    Ano %

    1960 100,00

    1964 92 ,42

    1967 71 ,92

    1968 70 ,38

    1970 68 ,93

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    SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. A modernizao autoritria: do golpe militar redemocratizao (1964/1984) In: LINHARES, Maria Yedda (org.). Histria Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990, p. 294.

    Um pequeno, mas bem informado grupo de observadores na comunidade financeira internacional est comeando a perceber um milagre econmico